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Direito de Greve dos Servidores Públicos Civis Reimon TCC

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9
 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
FACULDADE DE DIREITO
REIMON DE ANDRADE NASCIMENTO
O DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO CARECE DE REGULAMENTAÇÂO
Parauapebas – Pará
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
FACULDADE DE DIREITO
REIMON DE ANDRADE NASCIMENTO
O DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO CARECE DE REGULAMENTAÇÂO
Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia– apresentado ao Curso de Direito da Universidade Federal do Pará como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Direito.
Orientadora: Professora Krishina Ribeiro
.
Parauapebas – Pará
2018
REIMON DE ANDRADE NASCIMENTO
O DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO CARECE DE REGULAMENTAÇÂO
Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia– apresentado ao Curso de Direito da Universidade Federal do Pará como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Direito.
Banca Examinadora
Orientadora: Profa Krishina Ribeiro
Professor Examinador:
Professora Examinadora:
Parauapebas, ____de ________________de 2018.
Agradeço a Deus e a todos, que sempre me deram forças para buscar meus objetivos profissionais e pessoais.
						
“A força do direito deve superar o direito da
força.”
(Rui Barbosa)
RESUMO
Este estudo busca demonstrar a evolução histórica e jurisprudencial do servidor público quando fazem greve. Destacar-se-á as jurisprudências polêmicas da greve do funcionalismo público, quanto ao exercício do direito de greve. Encontramos no inciso VII, do art.37 da Constituição Federal de 1988, o direito de greve dos servidores públicos. A morosidade do Congresso Nacional na regulamentação de lei específica do caso a ser apresentado, ocasiona uma necessidade de atuação direta do Poder Judiciário, como legislador positivo. Muitas discussões surgem entre doutrinadores porque o STF mandou que fosse aplicada a lei do setor privado ao público. Esta decisão torna-se inconstitucional. O Supremo Tribunal Federal entendeu necessário agir de forma impositiva na legislação para não ocorrer em uma omissão judicial. As mudanças jurisprudenciais surgiram nas análises dos Mandados de Injunção interpostos pelas entidades sindicais com a finalidade de garantir uma norma constitucional expressa. Este trabalho tem por objetivo analisar a ausência de Lei Complementar que regula a greve dos servidores públicos. A metodologia utilizada acerca do problema enfatizado, neste trabalho, foi a pesquisa bibliográfica e análise das jurisprudências dos casos concretos julgados pelo STF. Entende-se que a greve dos servidores públicos necessita de regulamentação. Esta lei deve garantir a proteção do trabalhador. A mesma deverá cumprir a função de garantir a proteção dos trabalhadores e da dignidade humana advindas do sistema capitalista. Deve-se considerar-se um direito fundamental e deve-se também garantir o bem estar da sociedade, proibindo que grupos adversos se sobreponham à coletividade e preservem os interesses da sociedade como um todo.
 
Palavras Chave: Direito Constitucional. Direito de Greve. Ativismo Judicial.
ABSTRACT
This study seeks to demonstrate the historical and jurisprudential evolution of the public servant when they strike. It will highlight the controversial jurisprudence of the strike of the civil service, regarding the exercise of the right to strike. We find in item VII, of article 37 of the Federal Constitution of 1988, the right to strike of public servants. The slowness of the National Congress in regulating the specific law of the case to be presented, causes a need for direct action by the Judiciary, as a positive legislator. Many discussions have arisen among the doctrinaires because the Supreme Court ordered that the law of the private sector be applied to the public. This decision becomes unconstitutional. The Federal Supreme Court considered it necessary to act in a taxation way in the law so as not to occur in a judicial omission. The jurisprudential changes have arisen in the analysis of the writ of injunction filed by the trade union entities with the purpose of guaranteeing an express constitutional norm. This paper aims to analyze the absence of Complementary Law that regulates the strike of public servants. The methodology used on the problem emphasized in this work was the bibliographical research and analysis of the jurisprudence of the concrete cases judged by the STF. It is understood that the strike of public servants needs regulation. This law should ensure the protection of the worker. It must fulfill the function of guaranteeing the protection of workers and human dignity from the capitalist system. It should be considered a fundamental right. The well-being of society must be ensured by prohibiting adverse groups from overriding the community and preserving the interests of society as a whole.
 
Keywords: Constitutional Law. Right to strike. Judicial Activism.
SUMÁRIO
1- CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL...........................................................................................................................9
 1.1-HISTÓRICO....................................................................................................10
 1.2-CONCEITO ....................................................................................................12
 1.3-NATUREZA JURÍDICA...................................................................................13
 1.4-PRINCÍPIOS ..................................................................................................14
 1.5-CONDIÇÕES E LIMITAÇÕES .......................................................................15
 2-DOUTRINA LEGISLAÇÃO E JURISPRUDÊNCIA: UMA ANÁLISE DA LEI DE GREVE E O DIREITO VIVO DA JURISPRUDÊNCIA................................................17
 2.1- ANÁLISE E APLICABILIDADE DA LEI 7.783/89 .........................................20
 2.2-O DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO: AVANÇOS E RECUOS....................................................................................................................24
 2.2.1- COMPETÊNCIA PRA PROCESSAR E JULGAR ..................................26
 2.2.2- ATUAL ENTENDIMENTO DA JURISPRUDÊNCIA ...............................30
3-ANÁLISE DOS ACÓRDÃOS DO STF EM RELAÇÃO À EVOLUÇÃO JURISPRU-DENCIAL DO DIREITO DE GREVE..........................................................................33
4-CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................38
REFERÊNCIAS..........................................................................................................40
CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL
O servidor público é o indivíduo cuja atividade tem uma função social. Desta maneira, o servidor público (conhecido popularmente como funcionário público) trabalha para a administração do estado, para uma prefeitura, um hospital público, uma escola pública ou em instituições de segurança nacional.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, assegurou aos servidores públicos o direito ao exercício da greve (art.37,VI e VII), mesmo contrariando o histórico constitucional brasileiro. 
É assegurado, no art.5º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88), aos servidores públicos civis o direito de associar-se a sindicatos e ainda assegura o direito de fazer greve; entretanto não existe lei regulamentando o exercício de tal direito.
Noart.37, inciso VII da carta magna, é explícito que deverá existir Lei Complementar para regularizar a greve dos servidores públicos. Tal situação estabelece uma discordância tanto no campo da doutrina quanto no próprio âmbito jurisprudencial. A discordância concentra-se no tema da aplicabilidade e da eficácia das normas constitucionais. São duas posições: a primeira , o direito de greve – por força da constituição, poderia ser exercido mesmo na ausência de uma lei regulamentadora porque consta na Carta Magna e a segunda posição é que entendem que só estabelece condição própria para o direto de greve se houver a aprovação de lei regulamentar.Cabe salientar que se está diante de uma situação conflitante dos direitos fundamentais.traz delicadas e novas implicações ao Direito Constitucional.
De um lado, direito de greve é amparado legalmente para uma categoria social e de outro não podemos esquecer que diversos outros direitos previstos na Constituição, dependem da efetivamente da prestação de servicos públicos.
A insegurança jurídica que é transmitida por tal situação, prejudica os servidores públicos e a população também é muito prejudicada porque, muitas vezes, as paralisações acontecemem nos setores onde é essencial o funcionamento para o atendimento das necessidades básicas.
Este trabalho pretende analisar se esta situação prescinde de regulamentação para ser legalmente exercitado o direito de greve do servidor público ou se o art.5º da Constituição Federal de 1988 ampara jurisprudencialmente a regulamentação, e se torna dispensável a lei para os servidores publicos terem os seus direitos fundamentais, garantidos.
 
HISTÓRICO
A classe trabalhadora para reivindicar e tornar público os seus direitos utiliza-se da greve que é um instrumento de luta que visa atingir os objetivos dos trabalhadores. A greve é reconhecida como uma paralisação organizada e coletiva de todos trabalhadores.
A palavra greve procede de - Place de Grève – nome de uma praça parisiense. Nesta praça havia reunioes de trabalhadores e desempregados: 
“onde se reuniam tanto desempregados quanto trabalhadores que, insatisfeitos geralmente com os baixos salários e com as jornadas excessivas, paralisavam suas atividades laborativas e reivindicavam melhores condições de trabalho” (LEITE, Carlos Henrique Bezerra, 2005, p. 41).
A greve hoje é entendida, historicamente, através da relação assalariada dos trabalhadores que se iniciou na Revolução Industrial. 
O desenvolvimento socioeconômico dos países fez com que a greve tivesse uma recepção jurídica diferente. Nos ordenamentos jurídicos não se uniformizou o tratamento da greve.
A greve inicialmente era reconhecida como iniciativa passível de punição criminal. Hoje, a greve, em diferentes ordenamentos jurídicos, é reconhecida como direito humano fundamental.
A greve é criminalizada porque não são respeitados os direitos fundamental e tão pouco o relacionamento social. 
A Constituição Federal de 1937 no Brasil, a Carta do Estado Novo, (art. 139, 2ª. parte), definia que a greve era um recurso antissocial, nocivo ao trabalho e ao capital, e incompatível com os interesses maiores da produção nacional. Consequentemente a greve foi considerada não mais como delito, e sim como ato ilícito e antijurídico. 
  A Constituição Federal de 1937, segundo o seu art. 139 considerou a greve como: 
“Art. 139 - Para dirimir os conflitos oriundos das relações entre empregadores e empregados, reguladas na legislação social, é instituída a Justiça do Trabalho, que será regulada em lei e à qual não se aplicam as disposições desta Constituição relativas à competência, ao recrutamento e às prerrogativas da Justiça comum.
A greve e o lock-out são declarados recursos antissociais nocivos ao trabalho e ao capital e incompatíveis com os superiores interesses da produção nacional. (art. 139, 2ª parte, CRFB/1937)”.
Recentemente a teoria dos Direitos Fundamentais, a doutrina e vários ordenamentos jurídicos consagraram a greve como um direito fundamental, inalienável à pessoa humana. 
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 classifica a greve como direito, dando competência aos trabalhadores de decidir sobre a oportunidade de defender seus interesses através do exercício da greve. 
É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. (art. 9º, CRFB/1988)
CONCEITO
Quando trabalhadores param de trabalhar por tempo parcial ou total para defender e/ou conquistar seus interesses coletivos, denomina-se esta ação como greve. A greve, na maioria das vezes, é realizada conforme a categoria dos trabalhadores que definem com as associações e sindicatos de cada classe, ou seja, em tempo parcial ou total e de forma pacífica.
Os trabalhadores sempre visam defender seus direitos. Vários países entendem que a greve é um direito social e trabalhista. Muito destes países, nestes casos, entende-se que a greve é um direito que o trabalhador tem de protestar, porque ele está defendendo o seu direito trabalhista como cidadão que é.
Diante de tantos autores e definiçoes Paulo Garcia (1961) conceitua greve como sendo:
“o abandono temporário e concertado do trabalho, numa ou mais empresas, estabelecimento ou serviço de qualquer natureza ou finalidade, para a defesa de interesses profissionais econômicos e sociais comuns aos trabalhadores.  (GARCIA, P., p.12)”.
No período do regime militar, no Brasil, a greve foi proibida. Atualmente, a greve é um direito assegurado pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que se encontra em um de seus artigos:
“Art. 9º - É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”.
“§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”.
“§ 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. (BRASIL, 1988)”.
NATUREZA JURÍDICA
A doutrina diverge no sentido de considerar a natureza jurídica da greve ora como um fato social ora como um direito fundamental. Carvalho (2004, p.27), entende que greve é considerada um fato social. A doutrina moderna seguida por Delgado (2012, p.426) e Mascaro Nascimento (2011, p.1366-1368) se posiciona na defesa da natureza jurídica de direito fundamental coletivo.
Nesse sentido, os doutrinadores contemporâneos justificam que:
 
“A natureza jurídica da greve, hoje, é de um direito fundamental de caráter coletivo, resultante da autonomia privada coletiva inerente às sociedades democráticas. É exatamente nesta qualidade e com esta dimensão que o Texto Constitucional de 1988 reconhece esse direito (art. 9º). (DELGADO, 2012, p.426).” 
 
Nos moldes atuais, sem dúvida, o direito de greve é um direito fundamental e, sobretudo, coletivo, tendo em vista ser um direito reconhecido constitucionalmente.
Falar da greve sobre a natureza jurídica é um assunto que leva a muitas controvérsias na doutrina. Os doutrinadores como De Ferrari, Ripert, Russomano, Carnelutti, entre outros que enquadram o instituto da greve como sendo um fato social e há doutrinadores que afirmam ser a greve um direito.
Orlando Gomes e Elson Gottschalk esclarecem que parte da doutrina afirma ser a greve um fato:
“[...] porque a greve não poderia ser objeto de direito, posto que contrária a uma situação jurídica, resultante do contrato de trabalho, que obriga o empregado a fornecer uma prestação. Raciocinam, portanto, em termos de greve como direito subjetivo individual. [...]. (GOMES, Orlando; GOTTSCHALK, Elson, 2005. p. 641).”
 A concepção de que a greve seria um fato social é rejeitada por parte respeitosa da doutrina porque, dessa forma, não caberia ao Direito regulá-la ou impor-lhe limites.
Maurício Godinho Delgado posiciona-se nesse respeito:
“[...] a explicação [de que a greveé um fato social] deixa de ter em conta a circunstância de que cabe ao Direito, exatamente, captar no meio social os fatos que se tornaram correntes e relevantes, conferindo a eles reconhecimento jurídico [...]. (DELGADO, op. cit., p. 1.448).”
O referido autor conclui afirmando ainda:
“A natureza jurídica da greve, hoje, é de um direito fundamental de caráter coletivo, resultante da autonomia privada coletiva inerente às sociedades democráticas. É exatamente nesta qualidade e com esta dimensão que o Texto Constitucional de 1988 reconhece esse direito (art. 9º). (Ibidem, p. 1.445-1.446).”
Amauri Mascaro Nascimento partilha da mesma opinião de que:
“quanto à natureza jurídica da greve, nosso direito a caracteriza não como um fato social ou um ato antijurídico, mas como um direito reconhecido em nível constitucional. (NASCIMENTO, op. cit., p.1374).”
 
A natureza jurídica da greve é de um direito fundamental que vem respaldado pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 em seu art.9º.
PRINCÍPIOS
Antes de realizar o movimento para fazer uma greve, é importante observar e efetivar dois princípios inerentes à administração pública. O primeiro é o princípio da continuidade, que consiste na proibição da paralisação total das atividades públicas consideradas essenciais. A paralisação total, caso ocorra, a coletividade é prejudicada e os danos causados a sociedade são enormes.
 
 O mais importante princípio é o princípio da supremacia do interesse público que consiste que as atividades administrativas serão desenvolvidas para beneficiar a coletividade, sendo expressamente vedados os favorecimentos individuais. Conforme explica José dos Santos Carvalho Filho:
“[...] não é o indivíduo, em si, o destinatário da atividade administrativa, mas sim, o grupo social como um todo. Saindo da era do individualismo exacerbado, o Estado passou a caracterizar-se como o WelfareState (Estado/bem-estar), dedicado a atender ao interesse público (CARVALHO, 2010, p.34).”
 
Apesar dos direitos dos servidores públicos serem reconhecidos e tratados como justos, a greve da classe deve observar os interesses da coletividade em geral, visto que, já que eles servem à sociedade, esta deve vir em primeiro lugar e não poderá prejudicar a sociedade.
CONDIÇÕES E LIMITAÇÕES
 
A greve no serviço público deve ser realizada de acordo com os parâmetros da administração pública, sendo que estes parâmetros não são presentes no setor privado. Deve-se haver a observância ao Direito Administrativo, a essencialidade dos serviços e o regime jurídico próprio.
 
MEDRADO (2011) diz que:
 
“O direito à greve, por parte dos servidores públicos, no Brasil, teria que ser alvo de limites previstos em lei específica, já que a paralisação desses trabalhadores atinge à coletividade, principalmente, no que tange aos que são denominados como essenciais.”
 
Todos reconhecem que, um dos pilares da administração pública é a supremacia do interesse público e coletivo. Isto significa que o interesse de todos devem se sobrepor a interesses particulares. Lembre-se que não pode haver violação a nenhum dos princípios fundamentais básicos, por exemplo, os direitos trabalhistas. Todos os trabalhadores, independente de ser funcionário público ou privado merecem atenção às suas reivindicações.
A Constituição Federal é considerada a lei maior do Estado, e as demais normas jurídicas são consideradas infraconstitucionais, ou seja, é a norma, preceito, regramento, regulamento ou Lei que são inferiores às regras previstas na Constituição. A lei infraconstitucional infelizmente, até hoje, não foi criada para regulamentar o direito de greve do servidor público.
 
Pela ausência da Lei regulamentadora da greve dos servidores públicos, segundo o Supremo Tribunal Federal de outubro de 2007, passariam a ter o seu direito à greve regulada pela lei ordinária de nº 7.783/89, que regulariza o direito de greve do setor privado. O Supremo Tribunal Federal completa seu entendimento, deixando claro que deverá ter no mínimo 30% de servidores públicos em serviço durante a greve.
No ordenamento jurídico atual, existem dúvidas sobre o acolhimento, supondo que a norma constitucional trata do direito a greve, tem eficácia imediata, ou seja, a partir da Constituição já poderia ser exercido. O que esta lei complementar iria exercer é a regulamentação dos termos de greve e de seus limites.
 
José dos Santos Carvalho Filho contrapõem-se e afirma que: 
“a sua eficácia é limitada, sendo o problema sanado, apenas, quando uma lei específica para este fim for editada pelo legislativo.”
 O Supremo Tribunal Federal pôs fim à controvérsia. De forma absolutamente clara, decidiu o Pretório Excelso, em acórdão da lavra do Ministro Celso de Mello, que:
 “o preceito constitucional que reconheceu o direito de greve ao servidor público civil constitui norma de eficácia meramente limitada, desprovida, em consequência, de auto-aplicabilidade, razão pela qual, para atuar plenamente, depende da edição da lei complementar exigida pelo próprio texto da Constituição  (FILHO, 2010, p. 821-822).”
O que se pode compreender é que o assunto ainda padece de debates objetivos, claros e concretos, a fim de ter exaustivamente um entendimento amplo sobre o tema, coerente e convincente, para deixar para trás indefinições que geram dúbios entendimentos e discordâncias, desde a Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988.
O DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO À LUZ DA DOUTRINA E DA JURISPRUDÊNCIA
      	Pretende este tópico definir três pressupostos para a análise da juridicidade do direito de greve dos servidores públicos, como direito fundamental, nos termos dispostos na Constituição da República: 
A caracterização do direito de greve dos servidores públicos como direito fundamental;
A distinção entre direitos fundamentais e direitos humanos; e 
A abrangência da norma, no que se refere aos sujeitos ativos do direito por ela definido.
Estes pressupostos materiais, somados à apreciação da eficácia da norma constitucional que assegura o direito de greve aos servidores públicos, são essenciais para permitir a compreensão da aparente colisão que se apresenta entre este direito e o direito da população à prestação contínua dos serviços públicos, ensejando oportunidade para a utilização do princípio da proporcionalidade como instrumento definidor do direito a preponderar em uma dada situação concreta.
	O direito de greve é permitido aos servidores público civis, todavia, se for nos limites definidos em lei específica. A Emenda Constitucional nº 19, de 04 de junho de 1998, definiu que a ggreve seria exercida nos termos e limites da lei complementar. A importância da alteração resulta em que a lei promulgada deverá tratar especificamente da matéria, por meio de lei ordinária (diminuição do quórum parlamentar, o que facilita sua tramitação).
A exigência de norma regulamentadora acarretou um amplo debate, na doutrina e na jurisprudência, acerca da eficácia da norma. Uma corrente entendeu ser norma de eficácia limitada; assim, as greves somente poderiam ser realizadas após a edição da lei. Todavia, mesmo as normas de eficácia limitada produzem efeito, ainda que mínimo, conforme ensinamento de José Afonso da Silva. O autor afirma que tais normas, ainda que dependam de regulamentação, não são desprovidas de eficácia. Assim, ainda que o legislador não regulamente o direito previsto, ele não pode contrariar a norma (SILVA, José Afonso, 2008, p. 60). Nessa perspectiva, pode-se afirmar que o direito de greve existe desde a sua previsão constitucional, e, ainda que não regulamentado, produz efeitos, sendo errôneo afirmar que tal direito não existe.
A outra corrente entendeu ser norma de eficácia contida; assim, seria permitido aos servidores públicos exercer o direito de greve, independentemente da edição da lei. Em outras palavras, significa dizer que a norma constitucional possui eficácia imediata e plena, produzindo plenos efeitos, até a ediçãode posterior norma infraconstitucional que regule a matéria e estabeleça o modo de exercício e as restrições, caso sejam pertinentes, tendo - tal direito - seu alcance reduzido. Importante notar que o próprio criador da sistematização doutrinária sobre a eficácia das normas constitucionais, José Afonso da Silva, se filiou à corrente que considera a norma como de eficácia contida (CARVALHO, Uiliam Frederic D’Lopes set./out.2011, p.75-104, p.86-87) :
"O direito de greve, em tal caso, existe por força de norma constitucional, não por força de lei. Não é a lei que vai criar o direito. A Constituição já o criou. Nesses casos de norma de eficácia contida, a lei referida na norma, quando promulgada, é apenas restritiva do direito reconhecido, não geradora desse direito. Isso significa que enquanto a lei não vem, o direito há que prevalecer em sua amplitude constitucional (SILVA, José Afonso da, set./out.201, p.75-104, p.86-87).”
Durante a década de 1990, o Supremo Tribunal Federal, após examinar a matéria diversas vezes, entendeu que o art. 37, VII, era norma de eficácia limitada ou reduzida, ou seja, dependente de legislação posterior. Assim, os servidores públicos civis não poderiam exercer o direito de greve até que fosse editada essa lei. Esse foi o entendimento na “AD In 339-RJ, de 17 de julho de 1990, no MI 20-DF, em 1º de maio de 1994 e também no MI 438- GO, de 11 de novembro de 1994 (DELGADO, Mauricio Godinho. Ob, cit., p. 207).”
No entanto, a despeito desse entendimento, as greves ocorriam, o que acarretou a edição do Decreto nº 1.480, pelo Poder Executivo, em 03 de maio de 1995 “sobre os procedimentos a serem adotados em casos de paralisações dos serviços públicos federais, in verbis:”
“Art. 1º Até que seja editada a lei complementar a que alude o art. 37º, inciso VII, da Constituição, as faltas decorrentes de participação de servidor público federal, regido pela Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, em movimento de paralisação de serviços públicos não poderão, em nenhuma hipótese, ser objeto de:
- abono;
- compensação; ou
- cômputo, para fins e contagem de tempo de serviço ou de qualquer vantagem que o tenha por base.
§ 1º Para os fins de aplicação do disposto neste artigo, a chefia imediata do servidor transmitirá ao órgão de pessoal respectivo a relação dos servidores cujas faltas se enquadrem na hipótese nele prevista, discriminando, dentre os relacionados, os ocupantes de cargos em comissão e os que percebam função gratificada.
§ 2º A inobservância do disposto no parágrafo precedente implicará na exoneração ou dispensa do titular da chefia imediata, sem prejuízo do ressarcimento ao Tesouro Nacional dos valores por este despendidos em razão do ato comissivo ou omissivo, apurado em processo administrativo regular.
Art. 2º Serão imediatamente exonerados ou dispensados os ocupantes de cargos em comissão ou de funções gratificadas constantes da relação a que alude o artigo precedente.
Art. 3º No caso em que a União, autarquia ou fundação pública for citada em causa cujo objeto seja a indenização por interrupção, total ou parcial, da prestação dos serviços desenvolvidos pela Administração Pública Federal, em decorrência de movimento de paralisação, será obrigatória a denunciação à lide dos servidores que tiverem concorrido para o dano.
Parágrafo único. Compete ao Advogado-Geral da União expedir as instruções necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo.”
As greves continuavam a ocorrer com certa frequência no setor público, sem que a Administração se manifestasse contra a ilegalidade, o que fortaleceu o pensamento de que o direito de greve para os servidores públicos civil existia desde a promulgação da Carta Constitucional. Assim, o artigo 37º, VII, seria regra de eficácia contida, e não de eficácia limitada. Em 2007, o Supremo iniciou uma revisão de seu entendimento anterior e pacificou a questão no julgamento do Mandado de Injunção nº 712. O enquadramento da norma alterou- se de regra de eficácia limitada para regra de eficácia contida. Na ocasião, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a mora legislativa do Congresso Nacional e determinou que este fosse cientificado para editar a lei regulamentadora, aplicando-se a Lei de Greve enquanto aquela não fosse editada.
Ademais, como salienta Dinorá Grotti (GROTTI, Dinorá Adelaide Museti, maio 2008, p.29-52), há divergência quanto à competência para a expedição de lei específica: se a lei é nacional, sendo competência da União ou se deverá ser expedida por cada ente federativo, observando-se as normas constitucionais. A autora destaca que Diógenes Gasparini, Diogo de Figueiredo Moreira Neto e José dos Santos Carvalho Filho entendem que a lei específica deve ser federal. Como enfatiza este último, "a lei federal caberá enunciar, de modo uniforme, os termos e condições para o exercício do direito de greve, constituindo-se como parâmetro para toda a Administração.(CARVALHO FILHO, José dos Santos, maio 2008, p. 29-52, p.39.)”
Mas, por outro lado, Grotti destaca que Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Jessé Torres Pereira Júnior entendem que a matéria não é privativa da União, devendo cada esfera disciplinar a questão por lei própria. (GROTTI, Dinorá Adelaide Museti, maio 2008, p.29-52). 
2.1. ANÁLISE E APLICABILIDADE DA LEI 7.783/89
A Lei 7.783/89 estabelece alguns requisitos básicos que devem ser observados pelos trabalhadores antes da deflagração do movimento grevista, tornando-o válido.
O art. 3º, caput, da Lei de Greve coloca como primeiro requisito a frustração da negociação coletiva ou a impossibilidade de recurso arbitral. É necessário, portanto, que tenha havido reais esforços de negociação coletiva e que esta tenha fracassado. No mesmo sentido é o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho de que “é abusiva a greve levada a efeito sem que as partes hajam tentado, direta e pacificamente, solucionar o conflito que lhe constitui o objeto.(OJ n. 11, SDC/TST).”
Além disso, é imperiosa a convocação de assembleia geral, a fim de serem delimitadas as reivindicações da categoria dos trabalhadores (art. 4º, Lei 7.783/89). 
 Desta forma,
“é necessário que o sindicato obreiro atenda às formalidades previstas em seu estatuto relativamente à convocação e ao quórum para decisão quanto à greve. (Revista de Direito do Trabalho, 2012, p.264).”
 É obrigatório também que os empregadores ou seus respectivos sindicatos sejam informados com antecedência mínima de 48 horas sobre a deflagração do movimento paredista (art. 3º parágrafo único, Lei 7.783).
 E, em se tratando de atividades ou serviços essenciais, a comunicação sobre a realização do movimento deve ocorrer em, no mínimo, 72 horas antes do início da greve e deve abranger além dos empregadores, os usuários ou pessoas interessadas. Por fim, o “art. 11 da Lei de Greve impõe aos grevistas a obrigação de atenderem às necessidades indispensáveis da comunidade, quando se tratar de greve em serviços ou atividades essenciais. (art. 10 da Lei 7.783/89).” 
O não cumprimento desses quatro requisitos básicos pelos trabalhadores antes de deflagrada a greve, torna- a, desde o início, ilegal e abusiva. Ação coletiva e que esta tenha fracassado.
 	No mesmo sentido é o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho de que, 
“...é abusiva a greve levada a efeito sem que as partes hajam tentado, direta e pacificamente, solucionar o conflito que lhe constitui o objeto. (OJ n. 11, SDC/TST).”
A conjuntura política e econômica do país, influenciada pela crise mundial do capital, contribuiu para que o governo Vargas programasse medidas que viriam garantir alguns direitos aos trabalhadores, regulando as relações de trabalho, através da criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A partir da Ditadura Militar, em 1964, o movimento sindical começou a ser reprimido. Segundo Antunes (2009, p. 298), a economia do país se expandiu para o exterior, e com isso foram surgindo problemas para a classe de trabalhadores, dentre estes: redução de salários,exploração exacerbada da mão de obra e prolongada jornada de trabalho. Em síntese, o movimento operário e sindical anterior à década de 1964, embora tenha sido caracterizado por grandes lutas sociais e grevistas, foi também um período em que predominaram ações de cunho reformista sobre uma forte hegemonia do Partido Comunista Brasileiro (PCB), o qual procurava manter uma política através de aliança entre o capital e o trabalho com diversas classes.
Discorrendo acerca do período da Ditadura Militar, o autor supracitado observa que, “nesse período, muitas empresas estatais foram privatizadas e a expansão do capitalismo expandiu as lutas da classe trabalhadora, e, em 1978, após anos de repressão e controle, as greves retornaram com mais intensidade (ANTUNES, 2009, p. 299).”
Na perspectiva constitucional, com a Constituição de 1946 os sindicatos conseguiram a liberdade de associação e o direito de greve. Por sua vez, a Carta Constitucional de 1967 antecipou as eleições sindicais obrigatórias e avalizou o direito de greve (CASSAR, 2011, p. 89).
Com a promulgação da Constituição Cidadã, em 1988, foi preconizada a valorização do coletivo, do social e da dignidade da pessoa humana, cujo art. 7°, apresentando um rol de direitos dos trabalhadores, sendo um deles, o direito a greve (MARTINS, 2010, p. 21).
O quadro abaixo descreve a evolução jurídica da greve no Brasil, com seus impasses, avanços e retrocessos.
Quadro 1: Legislação da Greve no Brasil
	LEGISLAÇÃO
	ESPECIFICIDADES
	Código Penal de 1890
	Proibia a greve no Brasil
	Lei nº 38/1932
	Considerou a greve como um delito
	Constituição Federal de 1937
	A greve ou lockout foram considerados recursos antissociais, nocivos ao trabalho e ao capital e incompatíveis com os interesses superiores da produção nacional.
	Decreto-lei nº 431/1938
	Tipificou a greve como um crime, pois ela incitava os funcionários públicos à paralisação coletiva dos serviços, induzindo empregados à cessação ou suspensão do trabalho coletiva.
	Decreto-lei nº 1237/ 1939
	previa punições em caso de greve, como a suspensão, a
despedida por justa causa e até mesmo a detenção.
	Código Penal de 1940
	Considerava crime a paralisação do trabalho, na hipótese de perturbação da ordem pública ou se o movimento fosse contrário aos interesses públicos.
	CLT, em seu artigo 723
	Previa penas de suspensão ou dispensa, bem como a perda do cargo de representante sindical, nos casos de suspensão coletiva do trabalho sem prévia autorização do tribunal trabalhista.
	Decreto-lei nº 9.070/1946
	A greve passou a ser tolerada nas atividades acessórias, não
obstante ser proibida nas atividades fundamentais.
	Lei nº 4.330/1964
	Esta lei ainda estabelecia a vedação do exercício de greve aos funcionários e servidores da União, dos Estados, dos Territórios, dos Municípios e das Autarquias.
	Constituição Federal de 1967
	Assegurou a greve nos termos da lei ao setor privado, mas
proibindo-a aos serviços públicos e às atividades essenciais.
	Decreto-lei nº 1.632/1978
	Enumerou as seguintes áreas como essenciais: serviço de água e esgoto, energia elétrica, petróleo, gás e outros combustíveis, bancos, transportes e comunicações, hospitais, ambulatórios, farmácias e drogarias. A greve no serviço público passa a ser considerado um crime contra a segurança nacional, com a edição da Lei nº 6.620/1978, com punições àqueles que incitassem a paralisação e a cessação coletiva do trabalho.
	Constituição Federal de 1988
	Insere a greve no elenco dos direitos sociais fundamentais dos trabalhadores no setor privado.
	Emenda	Constitucional	nº 19/1998
	Altera o inciso VII, do artigo 37, da CF apenas para dispor que o exercício da greve no serviço público será definido por lei específica, até o momento, contudo, esta lei não foi regulamentada.
	Lei nº 7.783/89
	Estabelece	critérios	regulamentares	do	direito	de	greve
amplamente, tratando dos trabalhadores de forma geral.
FONTE: (CONCEIÇÃO, 2008, p. 5).
O DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO: AVANÇOS E RECUOS.
Como se observou, por muito tempo o servidor público brasileiro teve negado o direito a greve. A análise constitucional revela que a greve foi permitida, a exemplo na Carta de 1937, mas proibida em outras cartas constitucionais, e quando permitida apenas os trabalhadores do setor privado tinham esse direito.
Foi a Constituição Da República Federativa do Brasil de 1988 que positivou o direito de greve para todos os trabalhadores. Embora, o legislador constituinte deixou para o legislador ordinário a responsabilidade de regulamentar o inciso VII do art.37 da CF/88, devido:
“À necessidade de conciliar o direito de greve com os princípios da Administração Pública. Coube, portanto, ao Congresso Nacional editar lei complementar (conforme a redação original do dispositivo) e, posteriormente, lei específica (como determinou a EC n. 19/98), restando claro que tanto o legislador constituinte, assim como o reformador diferenciaram o direito de greve dos trabalhadores privados, do direito de greve do servidor público (QUEIROGA, 2012, p. 13).”
Os aspectos descritos clarificam as limitações ao direito de greve no Texto Constitucional, pois não se especifica se o direito é para iniciativa privada ou serviço público. De igual modo, a Lei 7.783/89 que regulamenta a greve na iniciativa privada traz algumas dessas restrições, como disposto no “art. 6º, § 1º que nem empregados nem empregadores poderão usar meios que violem ou constranjam os direitos e garantias fundamentais inseridos na Constituição.”
Sobre essa questão Sérgio Pinto Martins faz uma ressalva:
“É evidente a regra do art. 4º, VII da Constituição, que adota a solução pacífica dos conflitos nas relações internacionais, ser empregada no direito interno. No mesmo sentido, o art. 2º da Lei n. 7.783/89 prescreve que o movimento grevista deve ser pacífico, vedando qualquer forma de violência (art. 5º, III, da CF/88). (MARTINS, 2010, p. 792).”
O que se percebe é que o movimento grevista não pode violar outros direitos, como direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade, se assim o fosse estaria contrariando o art. 5º, caput da Constituição de 1988. Por isso, evitando os excessos aos limites constitucionais, “o art. 6º, § 3º da Lei 7.783/89 dispõe que não poderão ser empregados quaisquer atos que causem ameaça ou dano à propriedade ou pessoa.”
Portanto, o direito do exercício de greve do servidor público assim está disposto na Carta Magna:
“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e também, ao seguinte: [...].”
“VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; (BRASIL, 1988).”
Em virtude da necessidade de lei que complete o dispositivo constitucional, a norma mostra sua eficácia limitada. Doutrinadores discutem sobre a necessidade de alterar o inciso VII que exige a criação de lei específica.
Carvalho Filho entende que a lei específica deve ser federal e aplicável a todos os entes federados. Alega o citado autor que:
“[...] se trata de dispositivo no capítulo da ‘Administração Pública’, cujas regras formam o estatuto funcional genérico e que, por isso mesmo, têm incidência em todas as esferas federativas. À lei federal, caberá enunciar, de modo uniforme, os termos e condições para o exercício do direito de greve, constituindo-se como parâmetro para toda a administração. (CARVALHO FILHO, 2013, p. 575).”
Contrário a esse entendimento, Sérgio Pinto Martins argumenta que deve haver uma lei específica, ou seja:
“[...] editada pelo Congresso Nacional para tratar da greve dos servidores públicos da União, leis ordinárias votadas pelas Assembleias Legislativas dos Estados e, sucessivamente, nas Câmaras dos vereadores de cada município. Daí o constituinte terutilizado o termo lei específica, e não simplesmente, lei ordinária. (MARTINS, 2010, p. 155).”
Longe de pacificação, a matéria evoca diversas discussões, o importante é que:
“Independentemente de ser uma lei uniforme para todos os entes da federação, ou lei editada por cada um dos entes federados, a lei específica deverá regular matéria de Direito Administrativo, pois tratará da greve do servidor público. Apesar de concordarmos com o posicionamento de que cada ente da federação tem competência para estabelecer regras sobre o exercício do direito de greve pelos seus servidores, não se pode negar a dificuldade para a edição de tantas leis. (QUEIROGA, 2012, p. 14).”
Portanto, urge garantir aos servidores públicos o direito à greve, uma vez que:
“a greve é um fato social com inserção no ordenamento jurídico brasileiro, e como tal, precisa ser regulamentado no setor público, pois não se deve haver direito exercido amplamente, sem o controle do Estado (CONCEIÇÃO, 2008, p.6).”
2.2.1- COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DA GREVE
O tema relativo à competência para julgamento da greve gera controvérsias, a despeito da decisão do STF, na Ação Direta de Inconstitucionalidade 3395. Para compreender o contexto em que houve o julgamento da Ação, faz-se necessária análise das emendas constitucionais nº 19 e 45.
A Constituição Federal de 1967 permitia, no âmbito público, a adoção de regime administrativo ou celetista. Com o advento da atual Constituição, estabeleceu-se que os entes federados e suas respectivas autarquias e fundações deveriam estabelecer regime jurídico único para seus servidores. Houve um debate intenso, à época, se tal regime seria de natureza contratual ou estatutária. Até que foi editada a Lei 8.112/90, de aplicação em âmbito federal. Todavia, a maioria dos entes federados não havia instituído tal regime jurídico, exigido constitucionalmente, ou seja, a realidade fática destoava da jurídica, pois havia uma dualidade de regimes. Esse contexto favoreceu a edição da Emenda Constitucional n. 19, em 1998, que extinguiu a obrigatoriedade de regime jurídico único.
Entre 1988 e 2004, período entre a promulgação da Magna Carta e a edição da Emenda Constitucional n. 45, a Justiça do Trabalho somente apreciava relações laborais celetistas. Tal posicionamento se coadunava com a maioria da doutrina e da jurisprudência, que entendia ser competência da justiça trabalhista apenas a relação trabalhista entre empregados e empregadores (Verçosa, Alexandre Herculano). A redação original do art. 114 dispunha que:
"Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios individuais e coletivos entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas."
Em dezembro de 2004, foi editada a Emenda Constitucional n. 45 (Reforma do Judiciário), que alterou substancialmente o art. 114 da CF e propiciou a interpretação de que a Justiça do Trabalho detém competência para julgar todas as relações trabalhistas, inclusive a estatutária. Eis o teor do referido artigo, com a alteração:
“Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios."
Nota-se a modificação dos termos utilizados: antes, o art. 114 falava das relações trabalhistas entre trabalhadores e empregadores, ou seja, relação tipicamente celetista. Com a Emenda Constitucional n. 45, ficou nítido que a Justiça do Trabalho possuía competência para julgar relações oriundas da relação de trabalho, no âmbito da Administração Pública direta e indireta. Em outras palavras, a Justiça do Trabalho deveria julgar não apenas as relações oriundas da CLT no âmbito público (como já fazia), mas também as relações estatutárias. Isso fica evidente quando analisa-se a redação inicial, conferida pelo Senado Federal, que excluía expressamente os servidores estatutários; cujo trecho destacado foi suprimido posteriormente:
"Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
I. as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, exceto os servidores ocupantes de cargos criados por lei, de provimento efetivo ou em comissão, incluídas as autarquias e fundações públicas dos referidos entes da federação. BRASIL. (Supremo Tribunal Federal).”
Todavia, na Ação Direta de Inconstitucionalidade 3395, movida por uma associação de juízes federais, o STF entendeu, por via da interpretação conforme, que a Justiça do Trabalho não possui competência para julgamento de relações estatutárias. Tal interpretação preceitua que o intérprete deve adotar a interpretação mais favorável e que seja compatível com a Constituição Federal (LIMA, Caroline Silva). Para fortalecer seu argumento, o Supremo acentuou que as normas preponderantes em face das relações estatuárias são de natureza administrativa. Conforme tal decisão, entende-se que a justiça trabalhista possui competência para julgar relações trabalhistas oriundas da CLT.
Tal situação configura uma afronta ao texto constitucional, cenário reforçado quando observado o contexto histórico. Além disso, argumenta-se, em favor da competência da justiça trabalhista, que, para se presumir a existência de regime administrativo há necessidade que exista um estatuto vigente na esfera do ente público, o que não ocorre em muitos casos. Há um estatuto federal e estatutos estaduais e municipais, que são vigentes de acordo com a autonomia político-administrativa do ente federativo (Verçosa, Alexandre Herculano), mas a grande maioria dos entes federados não possui estatuto.
Ademais, a Justiça do Trabalho é a mais adequada para julgar relações de natureza profissional, sejam as regidas pela CLT ou por qualquer outro regime funcional. Ela configura-se como uma justiça especializada em tais relações, em que os juízes estão habituados e são mais preparados, pela prática, a julgar tais conflitos. Em suma, as relações estatutárias configuram-se como relações trabalhistas com características peculiares. O conceito de relação trabalhista não se restringe aos ditames celetistas, pois cumpridos os requisitos essenciais de tal relação - prestação de trabalho subordinado, pessoal, não eventual e remunerado, ela resta configurada. Assim, a distinção entre trabalho público e privado existe na seara normativa, mas também na prática, exemplo nítido disso são os concursos públicos. (PEREIRA, Ricardo José Macedo de Britto. Ob, cit., p.143).
Por outro giro, argumenta-se que a greve consiste em direito coletivo (CF, art. 114, § 3º) e não em direito individual do trabalho (art. 114, I). Assim, o julgamento da ADI 3395 não afetaria a competência da Justiça do Trabalho para julgar as greves no âmbito público, haja vista que referida Ação tratava especificamente de uma parte do inciso I do art. 114. (COIMBRA, Rodrigo, 2012, p. 95-111, p.107). 
Em sentido contrário, compactuando com a posição do STF, Carlos Henrique Bezerra Leite entende que a decisão da ADI 3395 possui efeitos erga omnes e que permanece a competência da Justiça Comum, federal ou estadual, conforme o caso, para julgamento das ações sobre greves oriundas da relação estatutária de servidores efetivos ou comissionados, investidos em cargos públicos e da relação jurídico administrativa de servidores temporários. (COIMBRA, Rodrigo, 2012, p. 95-111, p.107). 
MANDADOS DE INJUNÇÃO 670, 708 E 712
O mandado de injunção é remédio constitucional que pode ser impetrado sempre que a ausência de normareguladora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, conforme previsão do art. 5º, LXXI, da Constituição Federal.
Assim como o mandado de injunção, a ação direta de inconstitucionalidade por omissão visa dar efetividade às normas constitucionais. Há algumas diferenças entre ambos, sendo a mais importante, para fins deste trabalho, a legitimidade ativa e passiva. O mandado de injunção pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou jurídica, mas somente pode figurar, em seu pólo passivo, a pessoa estatal responsável pela regulamentação, enquanto na ação direta de inconstitucionalidade por omissão, a legitimidade ativa está prevista no artigo 103 da Constituição Federal e a passiva é do Poder Público inerte. No âmbito do direito de greve dos servidores públicos, o interesse das pessoas jurídicas resta evidenciado pela quantidade de mandados de injunção impetrados.
Alexandre de Moraes, em relação aos efeitos do mandado de injunção, identifica duas posições - a concretista e a não concretista -. Na concretista, o Poder Judiciário declara a existência da omissão e possibilita o exercício do direito até a regulamentação. Essa posição subdivide-se em geral e individual. Na geral, a decisão judicial produzirá efeitos erga omnes; na individual, o efeito é inter partes. Esta, por sua vez, subdivide-se em direta e intermediária: na concretista individual direta, a norma constitucional produz, para o autor, eficácia imediata, ao passo que na concretista individual intermediária, o Congresso Nacional possui prazo de 120 dias, a contar do julgamento, para elaboração da norma regulamentadora, não observado tal prazo, o Poder Judiciário deverá fixar as condições necessárias para o exercício do direito pelo autor. (MORAES, Alexandre de, 2010, p. 179-183). 
Segundo a posição não concretista, o Poder Judiciário deverá tão-somente dar ciência ao poder competente para que regulamente o direito. Esse viés do mandado de injunção é o que se assemelha à ação direta de inconstitucionalidade por omissão. No entanto, como supramencionado, são institutos distintos. Outrora, as decisões do STF, salvo algumas exceções, eram nesse sentido. O posicionamento alterou-se, como será exposto a seguir, no julgamento dos mandados de injunção n° 670, 708 e 712. Adotou-se a posição concretista geral.
Como dito, antes prevalecia o entendimento de que o exercício do direito de greve dos servidores públicos somente poderia ser exercido após a edição de lei regulamentadora. Anteriormente à impetração dos Mandados de Injunção 670, 708 e 712, foi impetrado o MI nº 107/DF, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 21.9.1990. Na ocasião, o Supremo Tribunal Federal entendeu que a não garantia ao exercício de direito constitucional, decorrente de omissão legislativa, na expedição de ato normativo, ensejaria apenas a declaração da mora do Poder Legislativo. Assim, o STF não poderia satisfazer, diretamente, por meio de provimento jurisdicional, tal direito.
A não edição da norma pelo poder legiferante levantou, em mais de uma ocasião, a hipótese de aplicação da Lei de Greve do âmbito privado ao setor público (voto do Min. Marco Aurélio, proferido no julgamento do MI nº 20/DF, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 22.11.1996 e voto do Min. Carlos Velloso, proferido no julgamento do MI nº 631/MS, Rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 2.8.2002), mas esse posicionamento, à época não logrou êxito. Com o decurso do lapso temporal, novos mandados de injunção (MI nº 708) foram impetrados, dando ensejo a relativização, pelo Supremo, da interpretação inicial. Então, a Corte conferiu uma maior efetividade ao mandado de injunção, sob pena de configuração de omissão judicial.
O Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos Mandados de Injunção n°670, 708 e 712, manifestou-se no sentido de que, até que lei específica regulamente o exercício do direito de greve pelos servidores públicos da Administração Pública Direta Federal, Estadual e Municipal, aplica-se a legislação disciplinadora do direito de greve dos trabalhadores da área privada. Contudo, observa-se um regime de greve mais severo, a depender do caso concreto, e do tipo de serviço ou atividade essencial, bem como as alterações pertinentes da legislação, elucidadas no MI nº 712, sendo que os artigos 9º ao 11º são considerados como um rol meramente exemplificativo. Todavia, não se definiu os serviços ou atividades essenciais no âmbito público, permanecendo lacuna legislativa até a edição da norma reguladora, o que restringe o exercício do direito de greve.
Por outro lado, definiu-se que os tribunais possuem, no julgamento de mérito, competência para definir sobre o pagamento ou não dos dias parados, em face da suspensão contratual, que postula, em princípio, o não pagamento. No entanto, sendo a greve decretada ilegal ou abusiva sequer discute-se o pagamento, pois configura-se incompatível a percepção de pagamento em face de ilícito, haja vista que ilícito não pode gerar direitos. Além disso, acentuou-se que, no caso concreto, será estabelecido o percentual mínimo de trabalhadores que devem permanecer laborando.
No julgamento afirmou-se que não subsiste o argumento de ofensa à independência e harmonia entre os poderes, nem o da separação dos poderes, sob pena de esvaziamento do direito, por tornar inviável o exercício do direito de greve. Também não merece prosperar o argumento de que o Supremo estaria legislando, pois cumpriu dever-poder resultante de MI ao enunciar texto normativo a ser aplicado enquanto perdurar a omissão. O Poder Judiciário estaria a interpretar texto de lei, tornado-o norma jurídica, exercendo função normativa e não legislativa, situação semelhante à das súmulas vinculantes. A posição adotada pautou-se em decisões estrangeiras (direito comparado). Para corroborar esse entendimento, o ministro relator Eros Graus destacou outro ponto importante, em seu voto no MI nº 712:
"Ademais, não há que se falar em agressão à 'separação dos poderes', mesmo porque é a Constituição que institui o mandado de injunção e não existe uma assim chamada 'separação dos poderes' provinda do direito natural. Ela existe, na Constituição do Brasil, tal como nela definida."
O ministro Celso de Mello enfatizou que o desrespeito à Constituição ocorre não apenas mediante ação, mas também por omissão. A não regulamentação do direito de greve dos servidores públicos viola preceito constitucional e constitui afronta à Magna Carta mediante omissão. A solução encontrada, enquanto o Congresso Nacional não editar norma regulamentadora, foi delineada no MI nº 712, com aplicação da Lei de Greve aos servidores públicos, com as devidas alterações, conforme supramencionado.
Boa parte da doutrina acompanha a jurisprudência. Raimundo Simão Melo, por exemplo, entende ser mais adequada socialmente a aplicação da Lei 7.783/89 do que manter- se a lacuna legislativa, pois o Poder Judiciário estaria garantindo o exercício do direito de greve, direito fundamental do cidadão, e evitaria a ocorrência de movimentos grevistas sem qualquer regulamentação. Defende o autor que a atuação judicial normativa possui respaldo na Constituição Federal, que permite - em caráter excepcional - o exercício do poder legiferante pelos Poderes Executivo e Judiciário. (MELO, Raimundo Simão de. Ob, cit., p. 53).
ANÁLISE DOS ACORDÃOS DO STF EM RELAÇÃO A EVOLUÇÃO JURISPRUDÊNCIAL DO DIREITO DE GREVE.
O preceito constitucional que reconheceu o direito de greve ao servidor público civil constitui norma de eficácia meramente limitada, desprovida, em consequência, de auto aplicabilidade, razão pela qual, para atuar plenamente, depende da edição da lei complementar exigida pelo próprio texto da Constituição. A mera outorga constitucional do direito de greve ao servidor público civil não basta- ante a ausência de auto- aplicabilidade da norma constante do art. 37, VII, da Constituição - para justificar o seu imediato exercício. O exercício do direito públicosubjetivo de greve outorgado aos servidores civis só se revelará possível depois da edição da lei complementar reclamada pela Carta Política. “(...). A inércia estatal configura-se, objetivamente, quando o excessivo e irrazoável retardamento na efetivação da prestação legislativa - não obstante a ausência, na Constituição, de prazo pré-fixado para a edição da necessária norma regulamentadora - vem a comprometer e a nulificar a situação subjetiva de vantagem criada pelo texto constitucional em favor dos seus beneficiários.” MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO: A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de admitir a utilização, pelos organismos sindicais e pelas entidades de classe, do mandado de injunção coletivo, com a finalidade de viabilizar, em favor dos membros ou associados dessas instituições, o exercício de direitos assegurados pela Constituição. “Precedentes e doutrina”. (grifos nossos)
Com a falta de regulamentação da matéria, e com os movimentos acontecendo, alguns governos passaram a “editar decretos de questionável validade que, a pretexto de regulamentar o regime disciplinar de faltas dos funcionários estatais, conceituaram a participação destes últimos em movimentos paredistas como faltas injustificadas, puníveis com o corte do ponto” (EBERT, 2008. Ob. Cit.). Apesar de terem sido propostas Ações Diretas de Inconstitucionalidade contra estes decretos, os mesmos foram declarados constitucionais e afirmou-se que estes não feriam a competência do Congresso Nacional no que tange a elaboração de lei complementar sobre a matéria. (EBERT, 2008. Ob. Cit.).
Em 1998, com a Emenda Complementar 19, alterou-se, dentre outros, o artigo 37, VII, CF, retirando de seu texto a palavra “complementar”, passando a ser “lei específica”, sendo assim, para alguns, o direito agora poderia ser regulamentado por lei ordinária, e consequentemente não haveria mais a necessidade de um quórum qualificado para a questão (EBERT, 2008. Ob. cit.). Nas palavras de Silva:
“O legislador teria feito melhor se mencionasse: lei ordinária específica, para que não pairassem dúvidas a respeito. Entretanto, quanto a isto, sabe-se que é ponto pacífico, e que na verdade tal espécie nada mais é que uma lei ordinária detentora de dupla vertente, uma objetiva, concernente à especificidade de regulação por cada ente federativo, e outra subjetiva, concernente à pessoa que deflagra o movimento, podendo haver regulamentações diferenciadas para cada categoria de servidores públicos, de acordo com as peculiaridades que lhe são próprias. (SILVA, Wesley Adileu Gomes e, 2007).”
Os interessados pensaram que com essa mudança o direito seria mais rapidamente regulamentado, copioso engano, pois ainda assim, a inércia permaneceu.
Novos mandados de injunção foram propostos e neles se pediu a aplicação da Lei de Greve do Trabalhador da Iniciativa Privada (Lei7783/89), até que fosse publicada lei específica para os servidores. No entanto, a tese não foi acolhida ((EBERT, 2008. Ob. cit.), e o Tribunal continuava a limitar-se a declarar a omissão (MI485/MT e MI689/PB).
No entanto, o cenário mudou. Um “avanço” no assunto foi o pronunciamento do STF em outubro de 2007 sobre o direito de greve dos servidores públicos.
Ao reconhecer que se tinha passado longos 19 anos e que até então não havia lei que regulamentasse o direito, a cúpula do Poder Judiciário decidiu que até que o Congresso Nacional não regulamente o assunto, o direito de greve dos servidores públicos seria regulamentado pela Lei 7783/89 que trata da greve dos trabalhadores da iniciativa privada (MI 712/PA- julgamento em 25/10/2007). (No mesmo sentido MI708/DF; MI670/ES).
Na ocasião o ministro Cezar Britto sabiamente asseverou:
“Primeiro, o STF, mais uma vez, demonstra que a omissão do Congresso leva o Legislativo a se submeter ao crivo do Judiciário. Aconteceu assim com a reforma política, acontece agora com o direito de greve. O segundo é que o Supremo tem o papel constitucional de suprir as omissões legislativas quando elas encerram princípios fundamentais. E o direito de greve é um princípio fundamental. (BRIGIDO, Carolina, 2007).” 
O ministro Gilmar Mendes, citado por Ebert, afirmou:
“(...). Essas visões parcialmente coincidentes tem contribuído para que as greves no âmbito do serviço público se realizem sem qualquer controle jurídico, dando ensejo a negociações heterodoxas, ou a ausências que comprometem a própria prestação do serviço público, sem qualquer base legal.
Mencionem-se, a propósito, episódios mais recentes relativos à paralisação dos controladores de vôo do país; ou ainda, no caso da greve dos servidores do Judiciário do Estado de São Paulo, ou dos peritos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), que trouxeram prejuízos irreparáveis a parcela significativa da população dependente desses serviços públicos.
A não regulação do direito de greve acabou por propiciar um quadro de selvageria com sérias consequências para o Estado de Direito. Estou a relembrar que “Estado de Direito é aquele no qual não existem soberanos. (...). (EBERT, 2008. Ob. cit.).”
Neste momento, em 2007, o STF reconhece que deixar tal direito constitucional sem regulação, até mesmo porque os movimentos continuavam a acontecer, seria dar azo a abusos de ambos os lados levando mesmo a uma crise dentro do Estado. O que seria um absurdo afinal o direito estava previsto na Constituição e seu exercício estava a depender de uma regulação extremamente morosa por parte dos responsáveis que até então não haviam nem se pronunciado sobre o assunto.
A decisão do Supremo Tribunal Federal em aplicar a Lei 7783/89 não agradou a todos, como afirma Madureira, que antes mesmo da decisão do STF de 2007, já dizia:
“Destacamos, a propósito, que nem mesmo após a alteração constitucional, levada a termo pela Emenda Constitucional n.º 19, a partir da qual a Carta passou a exigir, à regulação da matéria, a edição de lei específica (que é uma lei ordinária), tornou-se possível afirmar a aplicabilidade da "lei de greve" aos servidores públicos. Isso porque essa norma não será, para os servidores públicos, "lei específica", que deve ser editada tendo-se em conta as particularidades dos serviços executados pela Administração. (MADUREIRA, Claudio Penedo, 2004).”
No entanto, mesmo com posições contrárias e críticas sobre a atuação do STF o fato é que a aquela decisão tem efeito “erga omnes” e passaria a ser aplicada a todos, ou seja, o direito de greve dos servidores públicos passou a ser  regulado pela lei 7783/89, no que couber, até que lei específica para aquela situação, como prevê a Constituição, fosse elaborada.
Quanto a abrangência do direito de greve previsto no artigo 37, VII, CF: “tanto os servidores ocupantes de cargos públicos como os exercentes de empregos públicos, à exceção dos empregados de sociedades estatais exploradoras de atividade econômica. ( FABRE, Luiz Carlos Michele, 2007). Isso é pacífico.”
Um dos mais recentes pontos de avanço quanto aos direitos dos servidores públicos foi a aprovação recente pelo Congresso Nacional da Convenção 151 da Organização das Nações Unidas (OIT). Esta Convenção tem o fim de proteger contra a violação dos direitos civis e políticos, da liberdade sindical referente aos servidores públicos de todas as esferas (municipal, estadual e federal). A Convenção foi ratificada através do Decreto legislativo n.819. (BRASIL adere à Convenção 151 da OIT). 
Ponto a favor dos servidores públicos, pois com isso o Estado brasileiro se compromete em âmbito internacional com os direitos destes.
O direito de greve é uma garantia social, conquistada após longos anos, que serve de instrumento para a melhoria e aperfeiçoamento das condições de trabalho e até mesmo para a relação entre as partes. É um direito fundamental, uma conquista social.
Agora cabe ver até quando a situação omissiva do Congresso Nacional, quanto à matéria da greve dos servidores públicos, irá perdurar. Afinal o que fez o STF foi apenas um paliativo para que a situação não chegasse ao extremo,pois mesmo que a lei de greve dos trabalhadores da iniciativa privada caiba para o movimento paredista dos servidores, em relação a algumas partes, há particularidades que o movimento na iniciativa privada não possui, cabendo portanto à Casa competente cumprir agora o seu papel, elaborando uma lei que seja específica para o movimento dos servidores públicos, respeitando tanto suas garantias constitucionais, como os princípios constitucionais administrativos a que eles, e não os trabalhadores privados, estão submetidos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O nosso estudo é especifico sobre o direito de greve para os servidores públicos que está garantida na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 para os cidadãos. Para os servidores públicos este direito carece de regulamentação. Ainda depende da aprovação de Lei Infraconstitucional. 
Este trabalho mostrou-se a origem da palavra greve, como surgiu o movimento. Houve a evolução histórica, passando por sua gênese delituosa, até ser considerado um direito. Foi discutido o tema diversas vezes através de jurisprudência chegando até ao ponto do âmbito da administração pública, realizada por seus servidores públicos.
A greve é um direito que, apesar das perspectivas otimistas, precisa-se logo de uma regulamentação especifica para poder ser tirada, também, da responsabilidade do judiciário. 
Com o avançar dos tempos o direito de greve evolui na sociedade e na administração brasileira, passou a ser reconhecido e hoje tem o seu direito assegurado pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Pode-se perceber que a greve foi considerada um instrumento de luta e de forte pressão dos trabalhadores adquiridos pelos movimentos sociais ocorridos no Brasil, diante dos empregadores públicos ou privados. 
A greve praticada no âmbito do serviço público vem a demonstrar toda a insatisfação dos servidores públicos com as condições salariais, com os planos de carreira praticados, com as condições de vida e as condições de trabalhos na atualidade.
A população brasileira é afetada direta e indiretamente pela greve dos servidores públicos, e a sociedade pode ignorar este fato. Todos os cidadãos possuem necessidades semelhantes, inclusive os servidores públicos que fazem parte desta classe. Não se deve pensar apenas nas instituições fechadas por causa da greve, é preciso pensar e analisar o lado dos servidores públicos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ARAGONÊ FERNANDES – Juiz de Direito do TJDF; ex-Promotor de Justiça do MPDF; ex-Assessor de Ministros do STJ; ex-Analista do STF.
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BRASIL. Agência Senado. Projetos. Disponível em: http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2012/09/25/direito-de-greve-no servico-publico-pode-voltar-a-discussao-apos-as-eleicoes/tablet Acesso em 04. nov. 2018.
BRASIL, Agência. Servidores federais de 18 categorias decidem encerrar greve.
Disponível em http://noticias.terra.com.br/brasil/servidores-federais-de-18-categoriasdecidem-encerrar-greve,0611dc840f0da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html Acesso:
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http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=152616&filename=PEC+129/2003 Acesso em 14. out. 2018. Justificação dos deputados Vicentinho e Maurício Rands.
BRASIL. Congresso Nacional. Senado Federal. Projeto de Lei do Senado 84/07. Disponível em: http://legis.senado.leg.br/mateweb/arquivos/mate-pdf/9373.pdf Acesso em 09. nov.2013. Justificação do senador Paulo Paim.
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REIMON DE ANDRADE NASCIMENTO
 TCC -Direito de Greve
Data de entrega: 26 Novembro 2018 02:59
Preço: $116.00
Disciplina Direito
Tipo do trabalho : TCC
 
reimonEsteve online 22 Novembro 2018 23:24
Trabalho adicionado 7 Novembro 2018 02:01
Número do pedido: № 620944
Email: REIMON 17@gmail.com
RELATÓRIO ANTI- PLÁGIO 
CONVERSAS NA SALA DE BATE BAPO DO SITE STUDYBAY
Contatos do Site:
O suporte ao cliente está disponível nos dias úteis, das 6 às 18 horas suporte@studybay.com.br
Para comentários e sugestõesreclameaqui@studybay.com.br
+55 11 4680-2890
MBarros 
 7 Novembro 2018 03:14
 
4.5
Você receberá $116.00
Temos que agilizar afinal são 40 páginas. temos que começar , ontem.
Positivo2 Negativo0
 Mensagens: 200
7 Novembro 2018 03:14
Prezado(a) Acadêmico(a), posso te ajudar neste trabalho? Sou Pós-graduada em Comunicação, Graduação em Letras pela UFMG e Direito. Lecionei há 20 anos. Fui Diretora Escolar há mais de 05 anos. Visite meu Portfólio. ESTE SITE POSSUI PROGRAMA ANTI-PLÁGIOS, PORTANTO É DE TOTAL CONFIANÇA! Todo o trabalho dentro das normas ABNT, VANCOUVER, Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, e conforme a COEDI. Tenho certeza que terei como te entregar este trabalho de 40 páginas e você tirar nota máxima nele. Qualquer dúvida estou a sua disposição. Vamos conversar?
olá! Quantas páginas? 40 páginas?
Explica-me sobre o quer....Artigo Científico ou Monografia? tem o Template / Modelo da sua Instituição?O que ela exige?
reimon Esteve online undefined
TCC, Monografia
Ok. já tem alguma parte desenvolvida?
reimon Esteve online undefined
Uma escritora somente comecou e nao estregou o trabal
Então voc~e não tem nada em mãos?
reimon Esteve online undefined
Fez introdução e 1º Capitulo
reimon Esteve online undefined
tenho aqui o que ela fez
Vc tem o Modelo a seguir da sua instituição?
reimon Esteve online undefined
TCC servidor-publico-grev...docxBaixar
reimon Esteve online undefined
Resolução%2001-2017%20TCC.pdfBaixar
Só faltam 10 dias para você entregar. Este prazo não pode ser estendido?
reimon Esteve online undefined
Vc precisaria de quantos?
reimon Esteve online undefined
pq estou com ele bastante apertado
Te perguntei porque o trabalho é grande 40 páginas e não está nem na metade. E ainda tenho que ler o que o escritor editou.
reimon Esteve online undefined
o minimo é de 30 paginas de trabalho escrito
Tem que está dentro desta resolução, não é?
reimon Esteve online undefined
a orientadora deu toda Jurisprudencia
reimon Esteve online undefined
e os livros
Sim, porque a greve não é legalizada, né?
reimon Esteve online undefined
Guia_de_Elaboracao_de_Tra...pdfBaixar
Você pode escolher entre Artigo Científico ou monografia? Vc vai ter que apresentar?
reimon Esteve online undefined
Isso, a falta de Lei e o entendimento do STF sobre o tema
ok
reimon Esteve online undefined
So temos MONOGRAFIA
reimon Esteve online undefined
tem q defender
ok. Entendi. No Curso de Direito é assim mas algumas instituições permitem o Artigo Científico. Cada uma exige o que ela acha coerente para o curso.
Fala-me uma coisa qual seu prazo máximo para entregar. Assim faço este trabalho com mais rigor, e tudo dentro das normas ABNT, Vancouver e Novo acordo ortográfico, e passo no programa de ANTI-PLÁGIO. Desta forma que trabalho.
reimon Esteve online undefined
Tenho que postar no site da Faculdade ate dia 26
reimon Esteve online undefined
Vc tem formação em Direito isso?
Assim ficou melhor. temos mais tempo.
reimon Esteve online undefined
1.pngBaixar
Sim. Letras, Pós em Comunicação Contemporânea ... Depois visita meu perfil e veja meu portifólio
reimon Esteve online undefined
2.pngBaixar
reimon Esteve online undefined
3.pngBaixar
reimon Esteve online undefined
Minha orientadora me passou esse indice
reimon Esteve online undefined
nao sei se fica melhor esse que ela passou
só um minuto que vou olhar
O índice do arquivo 3.png?
Acredito que podemos enxugar sem comprometer sua monografia. Talvez nem precise de 40 páginas.
Se a professora deixou em aberto de 30 a 40 páginas. Para ficar mais barato para você, entendeu?
reimon Esteve online undefined
Indice nos 03 arquivos que enviei
O sumário da Professora está mais suscinto, mais resumido. pontos principais. entendeu?
reimon Esteve online undefined
sim
Vou dar um lance para você fechar, tenho certeza que não vai encontrar outro com a qualidade e garantia de está dentro do que está sendo exigido. ok?
Vou dar para 40 páginas ou prefere 30 páginas. ainda não li tudo se exige números de páginas para cada etapa da monografia. ok?
reimon Esteve online undefined
acredito de 40 esta bom
ok
Temos que agilizar afinal são 40 páginas. temos que começar , ontem.
Lembrando que você pode dividir no cartão ou pagar em boleto.
reimon Esteve online undefined
Ja paguei
reimon Esteve online undefined
com o credito da outra que nao completou
reimon Esteve online undefined
Chegou ai?
reimon Esteve online undefined
posso mandar os livros indicados?
reimon Esteve online undefined
Pela orientadora?
ok. Agora temos que esperar fechar a página que é restrita ao cliente, escritor e a administração. Só deve chegar amanhã. Mas já vou começar trabalhar a sua monografia amanhã bem cedo. Tenho os arquivos baixados. Se tiver alguma coisa para enviar , me envie quando fechar a página. OK?
reimon Esteve online undefined
pra mim aqui Ja fechou a pagina
Vamos combinar um horário para trocar informações, caso seja preciso. as 19 horas está bom pra você? meu nome é Magda.
reimon Esteve online undefined
Ja te mandei o que a outra escritora desenvolveu
reimon Esteve online undefined
e o GUIA do TCC da UFPA
sim
reimon Esteve online undefined
e a resolução do TCC
O guia também.
reimon Esteve online undefined
vo mandar os livros
E a Lei. São os principais
reimon Esteve online undefined
275_Juliana Maggi.pdfBaixar
reimon

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