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3 PSICOLOGIA DESENVOLVIMENTO

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1
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
Graduação
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
35
U
N
ID
A
D
E 
3
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
Nesta unidade, vamos conhecer alguns teóricos da Psicologia que
tiveram como objeto de estudo o desenvolvimento humano.
OBJETIVOS DA UNIDADE:
• Conceituar desenvolvimento humano.
• Compreender o processo de desenvolvimento humano e seus fatores
com base na teoria da Epistemologia Genética de Jean Piaget.
• Compreender o processo de desenvolvimento humano e seus fatores
com base na teoria sócio-histórica de Vygotsky.
PLANO DE UNIDADE:
• Desenvolvimento humano.
• Epistemologia Genética de Jean Piaget.
• Teoria sócio-histórica de Vygotsky.
Bons estudos!
UNIDADE 3 - PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
36
COMO O ORGANISMO HUMANO CRESCE?
Como e por que se modifica ao longo da vida?
Questões como essas provocaram e ainda provocam a curiosidade dos
pesquisadores, o que tem contribuído para a formulação teórica e ações
práticas sobre o desenvolvimento.
Como destaca Newcombe (1999,p.24), podemos definir desenvolvimento
como:
(...) as mudanças que ocorrem ao longo de tempo de maneira ordenada
e relativamente duradoura e afetam as estruturas físicas e neurológicas,
os processos de pensamento as emoções, as formas de interação social
e muitos outros fatores.
O estudo do desenvolvimento humano tem como objetivos principais:
· compreender as mudanças que aparentemente são universais.
Por exemplo, a maioria das crianças falam em torno de 1 ano.
· explicar as diferenças individuais. Por exemplo: Por que algumas
pessoas são mais tolerantes, ao passo que outras são mais
irritadiças, umas mais introvertidas outras mais extrovertidas,
etc.?
· Compreender de que forma o contexto social influencia o
desenvolvimento.
A concepção teórica dos investigadores vai determinar qual dos
aspectos terá maior relevância em seus estudos. Entretanto, é importante
saber que, reconhecer a relevância de todos esses elementos, favorece a
compreensão mais completa sobre o desenvolvimento.
A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE JEAN PIAGET
O suíço Jean Piaget (1896 – 1980), biólogo por formação e psicólogo por
dedicação, é um dos mais influentes pesquisadores da área da psicologia
do desenvolvimento. Sua obra é muito vasta e consistente, por isso, seus
estudos são referência até hoje, principalmente, na área da educação. O
foco de seus estudos é o processo de desenvolvimento cognitivo humano;
portanto, visa investigar como as pessoas constroem conhecimento.
Segundo ele, o conhecimento não está no sujeito nem no objeto, mas
decorre das interações entre um e outro. Por isso, sua teoria é considerada
interacionista. O desenvolvimento humano, portanto, é o desenvolvimento
mental e orgânico em interação com o meio.
Para Piaget a evolução da inteligência está orientada sempre num sentido
que é universal independentemente de fatores culturais, posição social, sexo,
etc. Por isso, é uma condição biológica que garante a sobrevivência humana
na medida em que é uma forma equilibrada a que tendem todas as estruturas
(Piaget, 1977). Assim, o processo de equilibração envolve os seguintes
aspectos:
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
37
· o pensamento cresce a partir de ações e não de palavras.
· o conhecimento tem de ser descoberto pelas crianças e não
“dado”a elas.
· as crianças aprendem melhor a partir de experiências concretas.
Ou seja, Piaget enfatiza o desafio(criação de necessidades) e a
experiência(ação sobre o meio).
As estruturas mentais são formas de organização da atividade mental
que se desenvolveu gradativamente entre sujeito e objeto. Por exemplo,
uma criança de dois anos não é capaz de diferenciar um cão de outros animais
de estimação, como um gato, pois todos estão em uma mesma categoria.
Nesse caso, ela ainda não desenvolveu a estrutura mental capaz de realizar
a classificação das diferentes espécies de animais. Com isso, chegamos a
uma segunda idéia fundamental de Piaget: a de que a criança não é um
adulto em miniatura, isto é, a criança possui estruturas mentais diferentes
das do adulto, uma lógica própria, assim existem formas diferentes de
perceber o mundo, próprias de cada faixa etária.
Operações mentais são ações diferentes das físicas e motoras, ou seja,
se caracterizam pela possibilidade de classificar, seriar, conservar (medidas,
distância, tempo, espaço, quantidade de matéria, peso, correspondência
termo a termo).
Piaget define alguns fatores que influenciam o desenvolvimento:
· hereditariedade: o indivíduo herda estruturas biológicas e o
potencial para desenvolver-se.
· maturação: é o amadurecimento do indivíduo que torna possível
determinado padrão de comportamento.
· meio: são os estímulos, situações provocadoras, capazes de
alterar os padrões do comportamento por meio das experiências
vividas.
Piaget divide o desenvolvimento humano em quatro estágios:
1o estágio: sensório-motor: (0 a mais ou menos 2 anos)): caracteriza-se
pela exploração do mundo externo através dos sentidos e da ação motora/
movimentos.
* não há capacidade de abstração;
* atividade intelectual: de natureza sensório-motora;
* estimulação ambiental como essencial à progressão intelectual
de estágio para estágio.
Dividido em seis sub-estágios:
1- comportamentos reflexos (1o mês de vida): exercício do equipamento
reflexo.
2- reações circulares primárias (1 a mais ou menos 4 meses): a criança
tende a repetir comportamentos cujos resultados sejam agradáveis, embora
inicialmente casuais: curiosidade, imitação.
UNIDADE 3 - PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
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- Primeiras ações coordenadas.
- Integração de um comportamento a partir de seu corpo (sugar
o dedo).
- Sustenta a cabeça.
- Fixa o olhar.
- Segue um raio de 180o.
- Levanta o queixo quando de bruço.
3- reações circulares secundárias (mais ou menos 4 a 8 meses): a criança
começa a manipular objetos:
- ações intencionais.
- repete ações de sucesso.
- maior sustentação e mobilidade da cabeça e tronco.
- deitada, movimenta braços e pernas.
- sentada com apoio – desenvolve o olhar.
- pode começar os deslocamentos com o corpo.
- coordenação óculo-manual.
- preensão voluntária.
- procura objeto.
- brinca com sons.
- reage a estranhos, expressões de riso, choro e zanga.
- reage ao afastamento da mãe.
4- coordenação de esquemas secundários (mais ou menos 8 a 12 meses):
assimilação de esquemas antigos – generalização.
- mais tempo sentada.
- grandes deslocamentos.
- transfere objetos de mão.
- larga e pega outro objeto.
- manipula objetos.
- coordenação olho-mão aumenta.
- imita gestos simples (tchau).
- podem surgir as primeiras palavras.
- procura objetos fora do campo visual.
- levanta tampas, toalhas, etc.
5- reações circulares terciárias (mais ou menos 12 a 18 meses):
experimentação de novos comportamentos (imitação de novos
comportamentos)
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
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- tenta atingir metas.
- presta mais atenção a sons.
- mais força e coordenação.
- transporta objetos.
- experimentação motora.
- comunicação aperfeiçoada.
6- simbolismo (mais ou menos 18 a 24 meses): transição para o estágio
pré-operacional:
- invenção de novos meios através de combinações mentais.
- internalizacão de ações realizadas.
- lembra pessoas e objetos ausentes.
- motricidade ampla e fina.
- linguagem.
- imitação.
- jogo simbólico.
- independência (comer, vestir, etc.).
2o estagio pré-operacional (mais ou menos 2 a 6 anos)
 * desenvolvimento da capacidade simbólica – a criança não
depende unicamente de suas sensações e de seus movimentos.
* distingue um significador (imagem,palavra ou símbolo) daquilo
que ele significa (o objeto ausente) – o significado.
* características do pensamento pré-operacional:
- egocentrismo – incapacidade de se deslocar no lugar de outrem
– não é capaz de distinguir entre eu e o outro.
- centralização e descentralização: a criança focaliza apenas uma
dimensão do estímulo.
- estados e transformações: o pensamento pré-operacional é
estático e rígido. A criança não reconhece transformações – da
água em vapor ou que o cubo de gelo é a mesma água que foi
colocada no congelador.
- desequilibrio – acomodações predominam marcadamente sobre
as assimilações – a maioria dos estímulos exigem mudanças
radicais da criança – o pensamento é ilógico em relação ao
adulto.
- irreversibilidade – incapacidade de entender que certos
fenômenos são reversíveis – quando fazemos uma
transformação podemos, também, desfazer e restaurar o estado
original.
UNIDADE 3 - PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
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- raciocínio transdutivo – a criança pré-operacional chega a
conclusões partindo do particular. Enquanto que o adolescente
e o adulto usam o raciocínio dedutivo (do geral para o particular)
ou o indutivo (do particular para o geral). Exemplo: a criança vê
o pai esquentando a água para fazer a barba. Ela conclui que
toda pessoa que põe água para ferver é para fazer a barba.
Outras características:
- realismo – sonhos, nomes, pensamento são percebidos como
entidades tangíveis;
animismo – dá vida a seres inanimados;
- antropomorfismo – dá características humanas a seres não-
humanos (os animais que falam).
3o – estágio das operações concretas (7 a mais ou menos 11 anos)
* a cr iança demonstra que já possui uma organização
assimilativa rica e integrada, funcionando em equilíbrio com
um mecanismo de acomodação.
* as operações fazem parte de um conjunto de atos inter-
relacionados: operações lógicas de adição, subtração,
mult ip l icação, c lassi f icação, operações envolvendo
quantidade, tempo, mensuração, espaço.
4o - estágio das operações formais (mais ou menos 12 anos): a criança
e o adolescente são capazes de resolver problemas a respeito de todas
as relações possíveis entre eventos:
* já é capaz de pensar em termos abstratos, e formular
hipóteses, e testá-las sistematicamente.
* pode utilizar o método experimental da ciência.
* reflete nas preocupações do adolescente com problemas
abstratos de valores, ideologias, preocupações com o futuro.
A PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA DE VYGOTSKY
A Psicologia do desenvolvimento na perspectiva sócio-histórica foi
inaugurada por Lev Semenovich Vigotsky (1896 – 1934) psicólogo russo,
que viveu o período de turbulência da Revolução Russa de 1917 e
influenciado pela teoria marxista, assim é possível reconhecer em sua
teoria uma das mais interessantes apropriações do pensamento marxista
para a questão da formação da subjetividade humana, como destaca
Bock (2005)
O predomino positivista na Psicologia convencional de sua época tanto
na ex-União Soviética stalinista quanto fora dela somado ao poder
hegemônico do capitalismo, talvez possam ser apontados como os
motivos que impediram o seu reconhecimento no mundo acadêmico
PSICOLOGIA E AUTODESENVOLVIMENTO
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ocidental, chegando ao resto da Europa e Estados Unidos muito tempo
depois de sua morte, por volta da década de 70. Apesar de ter morrido
muito jovem e sem ter completado sua obra, Vigotsky sistematiza seus
estudos em uma teoria brilhante e de grande relevância para a Psicologia
do desenvolvimento, para a Psicologia social e educação. Sua obra foi
completada e ampliada por seus colaboradores: A. N. Leontiev e A.R.
Lúria.
O interesse dele pela Psicologia acadêmica começou a se delinear a
partir de seu contato com os problemas de deficiências congênitas, tais
como: deficiência visual, déficit cognitivo, afasias, etc. Em 1925, Vygotsky
fundou o laboratório de Psicologia para crianças com deficiência.
Desenvolveu uma abordagem singular sobre o desenvolvimento
humano, pois afirma a importância da condição histórica e social para a
construção do mundo psíquico; portanto, não compreende os mecanismos
do desenvolvimento como uma evolução orientada em um sentido que é
universal, nem tão pouco podem ser vistas apenas como o resultado da
maturação do organismo como propõe Piaget. Para Vygotsky tais
mecanismos são de origem e natureza social.
A inovação de Vygotsky reside justamente no fato de investigar a
questão da formação mental por meio de características eminentemente
humanas: o uso de signos e instrumentos, ou seja, signo é algo que
representa uma outra coisa. Segundo Vygotsky(apud Moreira: 1999,
p.110)
(…) os processos mentais superiores – pensamento, linguagem,
comportamento vol i t ivo – têm origem em processos sociais; o
desenvolvimento cognitivo do ser humano não pode ser entendido sem
referência ao meio social. (…)o desenvolvimento cognitivo é a conversão
das relações sociais em funções mentais.
Mas afinal como isso acontece?
Bem, para Vygotsky a resposta está nas “mediações”, que quer dizer,
a reconstrução interna de uma operação externa – atividades e
comportamentos sócio-históricos por meio dos signos, representação
simbólica, domínio exclusivamente humano.
Os signos podem ser:
· indicadores: por exemplo, a fumaça indica a existência de
fogo.
· icônico: imagens daquilo que representam, por exemplo, a
bandeira de uma nação.
· simbólicos: são os que tem relação abstrata com o que
representam. A palavra é uma representação simbólica.
UNIDADE 3 - PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
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Vygotsky elabora o conceito de zona de desenvolvimento proximal:
O desenvolvimento real é tudo aquilo que o indivíduo é capaz de fazer,
sem precisar da ajuda de outras pessoas.
O desenvolvimento potencial é tudo aquilo que poderá vir a fazer, mas
que ainda não faz.
A zona de desenvolvimento proximal é uma área intermediária, onde
estão situadas as ações que o indivíduo não é capaz de realizar sozinho,
mas que com o auxílio de uma pessoa mais experiente poderá realizá-las.
Como vimos esses dois psicólogos trouxeram importantes contribuições
para a compreensão do desenvolvimento humano. Eles não tiveram a
intenção de elaborar uma metodologia de ensino, mas hoje são muito usados
na área educacional.
É HORA DE SE AVALIAR!
Não esqueça de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!
Na próxima unidade, iremos estudar as contribuições dos estudos da
Psicomotricidade para a formação de pessoas saudáveis e de bem com a
vida.

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