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Universidade de São Paulo Instituto de Química de São Carlos SQM 0438 - Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Toxicologia Ambiental / Ecotoxicologia Profa. Dra. Janete Harumi Yariwake • impacto de poluentes químicos ambientais em seres vivos (ênfase a não-humanos) • estudo do transporte, destino e interações das substâncias tóxicas no ambiente �Ecotoxicologia: sub-área da Toxicologia Ambiental Toxicologia Ambiental Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Extraído de S. Oga et al., Fundamentos de Toxicologia – 4ª Ed. (2014). Ecotoxicologia: sub-área da Toxicologia, dedicada ao estudo do impacto de substâncias tóxicas (substâncias químicas de origem antropogênica) no ambiente, em populações dentro de ecossistemas. � Interdisciplinaridade da Ecotoxicologia Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Ecotoxicologia: uma sub-área da Toxicologia, dedicada ao estudo do impacto de substâncias tóxicas (substâncias químicas de origem antropogênica) no ambiente, em populações dentro de ecossistemas. � Interdisciplinaridade da Ecotoxicologia Extraído de S. Oga et al., Fundamentos de Toxicologia – 4ª Ed. (2014). Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Extraído de S. Oga et al., Fundamentos de Toxicologia – 4ª Ed. (2014). em um indivíduo Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Extraído de S. Oga et al., Fundamentos de Toxicologia – 4ª Ed. (2014). em um indivíduo Frequentemente resultam dos efeitos crônicos da exposição a vários AT Exemplos Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Ecotoxicologia: efeitos de AT ambientais � Como transpor dados toxicológicos convencionais para problemas ambientais ? Ecotoxicologia: fundamentada nos princípios da toxicologia convencional (efeitos individuais), mas enfatizando : � populações � comunidades � ecossistemas Ecotoxicologia: efeitos de AT ambientais curva dose/resposta (obtida com base nos dados de determinação de DL50) Dados obtidos em laboratório (sistemas fechados/controlados), válidos para organismos individuais. Ex.: peixes, ratos, camundongos. Princípios da Toxicologia: Definições DL50 = dosagem de uma substância necessária para causar a morte de 50% dos animais tratados (DL50: expresso em mg/Kg peso corporal) tratamento estatístico (% resposta em probitos) curva dose/resposta Princípios da Toxicologia: Definições Ecotoxicologia: efeitos de AT ambientais curva dose/resposta (obtida com base nos dados de determinação de DL50) Dados obtidos em laboratório (sistemas fechados/controlados), válidos para organismos individuais. Ex.: peixes, ratos, camundongos. ??? Problema: como correlacionar destes dados c/ problemas reais ?!?! Ex.: problemas ambientais Ecotoxicologia: alguns exemplos Exemplo 1: um AT orgânico em ambiente aquático Como avaliar o risco deste AT para os seres vivos ? Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Princípios da Toxicologia: Definições SEGURANÇA: probabilidade de uma substância não produzir efeito nocivo sob determinadas condições previamente estabelecidas (dose, concentração, tempo de exposição, etc. etc.). RISCO: probabilidade de uma substância produzir efeito nocivo. Ecotoxicologia: alguns exemplos Exemplo 1: um AT orgânico em ambiente aquático Como avaliar o risco deste AT para os seres vivos ? � Sobre o AT: é necessário considerar � a solubilidade (Ko/w) � a forma (ionizada x não ionizada) � a concentração (nos sedimentos / na água) AT fase aquosa AT sedimentos AT menos disponível para os seres vivos Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Substâncias cloradas: geralmente observa-se • bioacumulação • persistência ambiental • biomagnificação (= aumento da concentração ao longo da cadeia alimentar) vide tb. aula “Poluentes clorados” Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Bioconcentração Bioacumulação Biomagnificação [AT] no organismo é maior do que no ambiente no entorno. (termo mais geral) o [AT] se concentra no organismo, considerando a exposição ao AT por todas as vias/rotas Aumento da [AT] ao longo da cadeia alimentar. Adaptado de S. Oga et al., Fundamentos de Toxicologia – 4ª Ed. (2014). Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake ppm, ppb, ppt: não são unidades oficiais de representação de concentração de soluções (IUPAC, SI) Ex.: 1 ppt (parte por trilhão) = 1 parte de soluto / 1012 partes de solução Ecotoxicologia: alguns exemplos Exemplo 1.: um AT orgânico em ambiente aquático. Como avaliar o risco deste AT para os seres vivos ? � o biota aquático pode ser usado como indicador de ecotoxicidade. (ou seja: as algas, microinvertebrados, peixes, etc podem dar informações sobre a qualidade da água e auxiliar no monitoramento da ecotoxicidade de um AT). � espécies de ciclo de vida curta e/ou de capacidade reprodutiva: “alerta” sobre efeitos a curto/médio prazo de AT � espécies de ciclo de vida longa: indicadores de riscos sobre efeitos a médio/longo prazo. Ex.: bioacumulação Revista Época (2011) http://colunas.revistaepoca.globo.com/bombounaweb/2011/10/27/peixe-de-tres-olhos-dos-simpsons-e-encontrado- na-argentina/ Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Ecotoxicologia: alguns exemplos Exemplo 1: um AT orgânico em ambiente aquático Como avaliar o risco deste AT para os seres vivos ? Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake IBAMA: “Potencial de Periculosidade Ambiental“ (PPA) Avaliação de diversos aspectos do AT: • características fisico-químicas • “comportamento ambiental” (degradação, mobilidade, sorção, etc.) • toxicidade em organismos-modelo • genotoxicidade, carcinogenicidade, embriotoxicidade (organismos superiores) Ecotoxicologia: alguns exemplos Exemplo 1: um AT orgânico em ambiente aquático Como avaliar o risco deste AT para os seres vivos ? Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake “Potencial de Periculosidade Ambiental“ (PPA - IBAMA) • toxicidade em organismos-modelo • genotoxicidade, carcinogenicidade, embriotoxicidade (organismos superiores) Por questões práticas e éticas, os testes são feitos em um número limitado de espécies (porém, a extrapolação de dados entre espécies é difícil). Ex.: Daphnia magna (crustáceo do zooplancton) – modelo para avaliação de toxicidade aquática Eisenia fetida e Lumbricus terrestris (minhocas terrestres) – modelos para estudos de AT no solo Ecotoxicologia: avaliação dos riscos ecológicos Risco de um AT para seres vivos em um ecossistema Para avaliação do risco de um AT, é necessário : � dados toxicológicos � conhecimento sobre o destino ambiental do AT � individual � população Conclusão: p/avaliar o risco de um AT em um ecossistema , os modelos toxicológicos tradicionais (seres humanos) não são suficientes Critérios EPA – USA Efeitos ao nível individual ou de uma população. 1][ 50 > DL AT ambiental indicador de risco significativo Ex.: carbofuran (pesticida) – na forma granulada, pode ser ingerido por pássaros, causando gde. mortalidade 1][ 50 > DL AT ambiental Ecotoxicologia: avaliação dos riscos ecológicos Ecotoxicologia: alguns exemplos Exemplo 2: ciclo dos metais pesados no ambiente Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Ecotoxicologia: DINÂMICA DOS ATs NO AMBIENTE para um AT qualquer de origem antropogênica: � primeiro destino: • ar (atmosfera) • solo (litosfera) • água (hidrosfera) � posteriormente: pode ocorrer o transporte do AT • ar / água • solo /água • solo / ar � entrada do AT na biosfera (lembrete: é necessario haver absorção do AT) Poluentes Inorgânicos – Mercúrio Metilmercúrio � ~ 80% da forma encontrada em peixes � < pH aquático: favorece a formação de metilmercúrio � absorção pela água (brânquias) e dieta � > quantidade em peixes marinhos carnívoros e de vida + longa (atum, tubarão, peixe-espada, etc.) � fixação em grupos –SH proteicos (distribuição em todo o peixe) vide tb. aula “Metais”Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake AT qualquer, origem antropogênica (Continuação) � Outra possibilidade: os seres vivos apresentam suficiente mobilidade entre regiões c/ diferentes [AT] (microambientes) ∑ = = J j ijji tcE 1 . Ei = exposição média cj = [AT] no microambiente j tij = tempo de permanência do animal i no microambiente j J = no total de microambientes ocupados pelo animal i Ecotoxicologia: DINÂMICA DOS ATs NO AMBIENTE Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Lembrete: residências, escritórios, etc. também são microambientes !!! poluição indoor Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Ecotoxicologia: poluição do ar (Indoor) em um ambiente fechado, a exposição aos VOCs pode estar relacionada à proximidade da fonte emissora � a concentração indoor de VOCs pode ser maior do que no ambiente externo Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Ecotoxicologia: poluição do ar (Indoor) Poluição indoor : alguns AT específicos • Síndrome do edifício doente VOCs (ar condicionado, carpetes, produtos de limpeza) ☺ tb: “Síndrome do carro novo” (VOCs - plásticos) • Tabagismo ativo e passivo: PAHs figura de Brickus e Aquino-Neto Química Nova 22 (1), Janeiro 1999. IQ/UFRJ: pesquisa em poluição ‘indoor’ Biodisponibilidade dos ATs em compartimentos ambientais (Continuação) � Sobre o ambiente: é necessário considerar � características físico-químicas dos sedimentos (pH, presença de outras substâncias, etc.) � características físico-químicas da água (pH, força iônica, etc.) � presença / comportamento de microorganismos � transformações bióticas do AT � transformações abióticas do AT Ecotoxicologia: avaliação dos riscos ecológicos Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Biodisponibilidade dos ATs em compartimentos ambientais (continuação) Ex.: mercúrio em ambiente aquático -Como avaliar o risco para os seres vivos ? � Sobre o AT (mercúrio): é necessário considerar � a forma (organometálico / inorgânico / oxidação) � a concentração (nos sedimentos / na água) Biodisponibilidade • disponibilidade de um AT (p.ex. presente em uma matriz ambiental) p/ atuar em um sistema biológico Biodisponibilidade < 100% da [AT] amostra Ecotoxicologia: avaliação dos riscos ecológicos Ecotoxicologia: avaliação dos riscos ecológicos Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Extraído de S. Oga et al., Fundamentos de Toxicologia 4ª Ed. (2014). Biodisponibilidade dos ATs em compartimentos ambientais (Continuação) � Conclusão: é necessário considerar características � do AT � do ambiente � da exposição do organismo ao AT � problema: em vários casos a determinação do AT propriamente dito em uma matriz biológica ou ambiental pode ser difícil / trabalhosa uso de biomarcadores Ecotoxicologia: avaliação dos riscos ecológicos Ecotoxicologia: Biomarcadores Definição: são um ou mais metabólitos de um AT, ou produtos da interação do AT com uma molécula ou célula-alvo. � biomarcadores de exposição: informações sobre a dose do AT recebido pelo indivíduo Ex.: sangue - adutos DNA/substâncias carcinogênicas � biomarcadores de efeitos: informação quantitativas sobre danos (estabelecidos ou potenciais) à saúde Ex.: enzimas hepáticas – biomarcadores de exposição a pesticidas clorados (DDT, DDE, DDD) Biomarcador Organismo Poluente inibição da AChE peixes, moluscos, crustáceos pesticidas organofosforados e carbamatos indução de metalotioninas peixes metais (Zn, Cu, Cd, Hg, etc.) indução da EROD ou CYP-450 1 A peixes PAHs, alguns PCBs, dioxinas indução da vitelogenina peixes jovens machos disruptores endócrinos adutos de DNA peixes, moluscos PAHs, triazinas adaptado de S. Oga et al., Fundamentos de Toxicologia – 4ª Ed. (2014). AChE: acetilcolinesterase EROD: etoxiresorufina O-desetilase CYP-450 1 A: citocromo P450 – mono oxigenases representação esquemática de um óvulo http://www.nutes.ufrj.br/abrapec/iiienpec/Atas%20em%20html/o92.htm imagem de um óvulo humano (MEV) vitelo (reserva de nutrientes) óvulo � ovo Ecotoxicologia: aplicação a estudos ambientais A maioria dos estudos ecotoxicológicos são complexos, pois: • envolvem fatores peculiares a cada ecossistema (ex.: fatores ambientais, características fisico-químicas, etc); • há grande variação (diversidade) entre as espécies vivas exposta aos agentes tóxicos (AT); • frequentemente há a presença de outros AT e/ou de seus metabólitos e produtos de degradação. Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Consequência: há algumas generalizações ou extrapolações, mas não se pode esquecer que a rigor “cada caso é um caso” em Ecotoxicologia. Ecotoxicologia: aplicação a estudos ambientais Toxicologia: ramo das ciências da área da Saúde “Estudos de caso” : ferramenta frequentemente usada para estudos e pesquisa na área da Saúde. • origem: Medicina e Psicologia; consistia na análise detalhada de um “caso” ( = um paciente) , explicando a dinâmica e patologia de uma doença ou problema (= sintomas, evolução, tratamento, etc.) • pode ser usada como ferramenta de estudos qualitativos, sobretudo nas Ciências Humanas e Sociais • pode ser usado como metodologia didática, em diversas áreas do conhecimento. Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Estudo de Casos no Ensino de Química L. P. Sá e Salete L. Queiroz (2011) Ecotoxicologia: aplicação a estudos ambientais Toxicologia: ramo das ciências da área da Saúde “Estudos de caso” : ferramenta frequentemente usada para estudos e pesquisa na área da Saúde. • origem: Medicina e Psicologia; consistia na análise detalhada de um “caso”, explicando a dinâmica e patologia de uma doença ou problema (= sintomas, evolução, tratamento, etc.) • um exemplo de “estudo de caso” em Toxicologia Ambiental: contaminação por mercúrio em Minamata (Japão). Ver aula - Metais Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Profa. Janete Yariwake Universidade de São Paulo Instituto de Química de São Carlos SQM 0438 - Poluentes Químicos e Ecotoxicologia Poluentes clorados Profa. Dra. Janete Harumi Yariwake Pesticidas inseticidas, herbicidas, fungicidas, larvicidas, etc. (termo + abrangente: biocidas) Pesticidas naturais • substâncias produzidas por algumas espécies vegetais, com função de defesa (fungos, insetos) Ex: nicotina, rotenona, ecdisonas, piretrinas • Vantagem ambiental: facilmente destruídos (biodegradação, processos fotoquímicos, etc.) Poluentes Orgânicos - Pesticidas Pesticidas sintéticos • grande utilização agropecuária • grande potencial de risco ambiental e saúde humana (maior toxicidade; não biodegradáveis; acumulação em sistemas vivos e ambientais, etc.) Exemplos: �organoclorados (+ perigosos ou proibidos) organofosforados, carbamatos triazinas etc. Poluentes Orgânicos - Pesticidas Pesticidas sintéticos- Exemplos: �organoclorados (+ perigosos; vários proibidos) ‼ organofosforados, carbamatos, triazinas, piretróides, etc. Poluentes Orgânicos - Pesticidas Dados científicos mais recentes indicam a necessidade da proibição do uso de vários pesticidas destas classes, antes consideradas “seguras”. Lista de PoluentesOrgânicos Persistentes (POPs) - ONU PCBs (bifenilas policloradas) Ciclodienos aldrin dioxinas dieldrin furanos endrin DDT clordano toxafeno mirex HCB (hexaclorobenzeno) heptaclor http://www.organicsnet.com.br/2011/12/jornal-nacional-uso-exagerado- de-agrotoxicos/ (video) http://www.saudecuriosa.com.br/o-brasil-consome-14-agrotoxicos- proibidos-no-mundo-saiba-o-porque-disso/ • Introdução comercial: séc. XX, anos 40 – 50 1939: Paul Müller (Prêmio Nobel Medicina) - DDT • Processos industriais simples / custo baixo cloração de HC derivados do petróleo • Substâncias estáveis – facilidade de transporte, comercialização, manuseio • Grande utilização comercial (agrícola) após a 2a Guerra Atualmente: DDT e vários outros OCs - uso proibido ou restrito em países com legislação ambiental + rigorosa Poluentes Orgânicos Pesticidas organoclorados (OC) DDT (diclorodifeniltricloroetano) Poluentes Orgânicos Pesticidas organoclorados (OC) Cl Cl Cl Cl Cl p, p’- DDT (Obs.: existem vários isômeros) Principais características físicas e químicas • baixa solubilidade em água / alta solubilidade em hidrocarbonetos e solventes pouco polares – coeficiente de partição Kow • relativa estabilidade química (oxidação, reações fotoquímicas), em comparação com outros pesticidas • estabilidade da ligação C-Cl Poluentes Orgânicos Pesticidas organoclorados (OC) Ligação E (kJ/mol) C – Cl 330 C – C 345 - 355 C = C 610 - 630 Coeficiente de partição Kow wA oAKow ][ ][ =octanol Kow: parâmetro muito utilizado para avaliação da bioacumulação de pesticidas > Kow , > acumulação em materiais orgânicos (solos, tecidos e alimentos gordurosos) água Aspectos biológicos e toxicológicos • DDT: interferência na condução de impulsos (células nervosas), afetando a permeabilidade da membrana a íons K+ e no transporte ativo de Na+ • grande toxicidade aguda e crônica – DDT: DL50 ~110 mg/kg (ratos, via oral) – forte correlação c/doenças graves, inclusive câncer – problema: lenta eliminação dos OC’s do organismo (acúmulo em tecidos adiposos) Poluentes Orgânicos Pesticidas organoclorados (OC) Substâncias cloradas: geralmente observa-se • bioacumulação • persistência ambiental • biomagnificação (= aumento da concentração ao longo da cadeia alimentar) Pesticidas organoclorados (OC): Aspectos ecotoxicológicos Algumas rotas de biotransformação Pesticidas organoclorados (OC) Cl Cl Cl Cl Cl ClCl Cl Cl desalogenação enzimática epoxidação DDT Aldrin Dieldrin DDE Poluentes Orgânicos Pesticidas organoclorados (OC) Cl Cl Cl Cl Cl DDT (inseticida) ClCl Cl Cl DDE (não-inseticida) afeta sistemas enzimáticos transportadores de Ca2+ (ovos – aves) metabolismo (enzimático) ou químico (meio OH- ) Poluentes Orgânicos PCBs, furanos e dioxinas PCBs (bifenilas policloradas) C12H10-n Cln (n = 1 a 10) ClCl Usos: isolantes elétricos, plastificantes, solventes • baixa solubilidade em água / alta solubilidade em materiais hidrofóbicos • persistentes / bioacumulação / biomagnificação Poluentes Orgânicos PCBs, furanos e dioxinas furanos ClCl O PCB O2 • furanos: contaminantes (sub-produtos) de PCBs comerciais • principal fonte de furanos e dioxinas: indústrias de papel e polpa de celulose (reação do Cl2 usado para branqueamento da polpa c/ produtos de oxidação da lignina) � alternativas para branqueamento: ClO2, O3, H2O2 p-dioxina Poluentes Orgânicos: dioxinas 2,3,7,8- tetraclorodibenzo-p-dioxina (“dioxina”; TCDD) O O O O Cl ClCl Cl policloro-dibenzoparadioxinas (PCDDs) até 8 átomos de Cl total: 75 isômeros • subprodutos industriais da síntese de clorofenóis • combustão incompleta de substâncias aromáticas cloradas Exs: incineradores industriais; queima de plásticos (lixo - PVC !!!) Valores aproximados de DL50 de algumas substâncias DL50 (ratos, via oral, mg/Kg peso corporal) etanol 10.000 morfina (sulfato) 900 estriquinina (sulfato) 2 nicotina 1 dioxina 0,001 toxina botulínica 0,00001 • PVC (cloreto de polivinila) incineração (lixo, incineradores) O O Cl ClCl Cl 2,3,7,8- tetraclorodibenzo-p-dioxina (“dioxina”; TCDD) Cubatão, SP incinerador de resíduos químicos �geração de POPs clorados �volatilização de metais pesados mechanistic view of the formation of PCDD http://www.environment.gov.au/resource/incineration-and-dioxins-review-formation-processes (pdf disponível para ‘download’) dioxina possible homogenous pathways for PCDD/F formation http://www.environment.gov.au/resource/incineration-and-dioxins-review-formation-processes (pdf disponível para ‘download’) furano Poluentes Orgânicos: dioxinas Itália 2008 (Campania) Contaminação da mozzarella di bufala por dioxinas (limite EU: 3 pg/g leite) Origem provável � plásticos (PVC): contaminação do lençol freático pelos “lixões” da região de Napolis (Crise do lixo 2007-2008: a região de Napolis não consegue coletar, aterrar ou incinerar todo o lixo urbano e industrial) CG/EM: Análise de poluentes modo scan espectro ‘global’: informações estruturais modo SIM (Single Ion Monitoring) � sensibilidade � seletividade Critérios p/ seleção de íons (SIM - análise quantitativa) - abundância relativa - relevância estrutural Poluentes Orgânicos: dioxina slides Prof. Marcos Lanza Synonyms: 1.Dibenzo-p-dioxin, 2,3,7,8-tetrachloro- 2.Dioxin (herbicide contaminant) 3.TCDBD 4.TCDD 5.2,3,7,8-Tetrachlorodibenzo-1,4-Dioxin 6.Dibenzo[b,e][1,4]dioxin, 2,3,7,8-tetrachloro- 7.2,3,7,8-Czterochlorodwubenzo-p-dwuoksyny 8.Dioksyny 9.Dioxine 10.Dioxin 11.NCI-C03714 12.2,3,7,8-Tcdd 13.2,3,7,8-Tetrachlorodibenzo(b,e)(1,4)dioxan 14.2,3,6,7-Tetrachlorodibenzo-p-dioxin 15.Tetradioxin 16.Tetrachlorodibenzodioxin 17.2,3,7,8-Tetrachlorooxanthrene # Prof. Marcos Lanza – IQSC/USP Synonyms: 1.[1,1'-Biphenyl]-2,2'-diyl oxide 2.Dibenzo[b,d]furan 3.Diphenylene oxide 4.2,2'-Biphenylene oxide 5.2,2'-Biphenylylene oxide Prof. Marcos Lanza – IQSC/USP Prof. Marcos Lanza – IQSC/USP VOCs (Compostos Orgânicos Voláteis) Origem: estofados, plásticos, tintas, ar condicionado, carpetes, produtos de limpeza (água, a seco), sprays (cosméticos, produtos domissanitários) etc. Exemplos de VOCs formaldeído – espumas (colchões, estofados) • cloretos de alquila: solventes (limpeza a seco de tecidos, estofamentos, tapetes, etc.) vide slides poluição indoor e outdoor Universidade de São Paulo Instituto de Química de São Carlos SQM 0438 - Poluentes Químicos e Ecotoxicologia 3 – Hidrocarbonetos polinucleares aromáticos (PAHs) Profa. Dra. Janete Harumi Yariwake Toxicologia Descritiva: algumas definições EFEITOS TERATOGÊNICOS efeitos induzidos por um agente tóxico durante a fase de formação fetal Principais manifestações: má formação congênita (terato = monstro) Exemplos de substâncias químicas c/efeito teratogênico: • benzeno, clorofórmio, DMSO, etanol, tolueno • Cd, Pb, Hg • alguns pesticidas; PCBs; HCB • talidomida; barbituratos; alguns antibióticos; etc etc etc. Toxicologia Descritiva: algumas definições EFEITOS MUTAGÊNICOS • capacidade de um agente tóxico causar mudanças no material genético celular (DNA) • podem estar correlacionados à carcinogênese química Exemplos de substâncias químicas c/efeito mutagênico e carcinogênico: • hidrocarbonetos aromáticos polinucleares (PAHs) • aflatoxinas • nitrosaminas etc etc etc. Toxicologia Descritiva: algumas definições EFEITOS TERATOGÊNICOS má formação congênita (fase fetal) EFEITOS MUTAGÊNICOS mudanças no DNA; carcinogênese químicaEfeitos teratogênicos na cultura “pop” Grego: teratogênesis τερατο = monstro γενοσ = origem Efeitos mutagênicos na cultura “pop” Latim: mutare = mudar EFEITOS MUTAGÊNICOS • mudanças no DNA • carcinogênese química Câncer: proliferação incontrolada (maligna) de células somáticas Poluentes Orgânicos: substâncias carcinogênicas CARCINOGÊNESE QUÍMICA • Carcinogênicos primários: agentes tóxicos que podem diretamente causar danos ao DNA celular (são agentes eletrófilos) São altamente reativos – podem ser desativados por H2O antes de chegar ao núcleo celular. Ex.: CH3I , CH2N2 Poluentes Orgânicos Substâncias carcinogênicas Carcinogênicos secundários: agentes tóxicos que requerem ativação metabólica, sendo transformados em agentes eletrófilos em vários locais do organismo. CH3 N CH3 N O nitrosamina (carnes defumadas) biotransformação CH3 + agente alquilante (eletrófilo) Fontes de Hidrocarbonetos Aromáticos – derivados de petróleo (óleo diesel; craqueamento industrial do petróleo) – combustão incompleta: madeira, carvão, material vegetal • queimadas – cultura da cana-de-açúcar – alimentos defumados – fumaça de cigarro (“alcatrão”) PAHs como poluentes • poluentes ambientais: atmosfera, águas • contaminantes de alimentos Poluentes Orgânicos: Hidrocarbonetos aromáticos polinucleares (PAHs) Carcinogênese química: Hidrocarbonetos aromáticos polinucleares (PAHs) benzo[a]pireno (BaP) carcinogênico potente benzo[a]antraceno carcinogênico moderado Primeiras hipóteses (Pullman & Pullman, 1945): relação estrutura-atividade dos PAHs. A reação dos PAHs ocorre na região mais reativa com DNA (“região K”, > densidade eletrônica). A presença da “região L” na molécula pode diminuir ou anular a atividade da “região K”. KK L Carcinogênese química: Biotransformação dos PAHs O benzo[a]pireno (não carcinogênico) Dados atuais: os metabólitos dos PAHs são responsáveis pela carcinogênese química. epóxido (metabólito) citocromo P450 O ¨ carbocátion reativo: pode ligar-se ao DNA celular + Carcinogênese química: Biotransformação dos PAHs OH H H OH epóxido (metabólito) O OH H H OH citocromo P450 formação de carbocátion reativo (reage c/DNA) epóxido-hidratase O Ecotoxicologia: Biomarcadores Definição: xenobióticos ou seus metabólitos, ou produtos da interação do xenobiótico com uma molécula ou célula alvo � biomarcadores de exposição: informações sobre a dose do AT recebido pelo indivíduo Ex.: sangue - adutos DNA/substâncias carcinogênicas � biomarcadores de efeitos: informação quantitativas sobre dados (estabelecidos ou potenciais) à saúde Ex.: enzimas hepáticas – biomarcadores de exposição a pesticidas clorados (DDT, DDE, DDD) Analysis of polynuclear aromatic hydrocarbons by SPME-GC-FID in environmental and tap waters. E. Coelho et al., JBCS (2008) 19, 1084. 1 TOXICOLOGIA AMBIENTAL ECOTOXICOLOGIA TOXICOLOGIA AMBIENTAL ECOTOXICOLOGIA Parâmetros: a) A saúde da população depende da saúde de outros organismos. b) Tanto agentes tóxicos de origem antropogênica ou natural podem causar danos. Objetivos da Ecotixicologia: Conhecer os AT ambientais para a realização de um controle adequado, visando minimizar danos às populações. A poluição ambiental pode ser: a) Contaminação do ar, água e solo. b) Desfiguração da paisagem. c) Erosão, degradação de monumentos. d) Contaminação dos alimentos. Estudo dos efeitos adversos dos poluentes químicos ambientais em organismos vivos TOXICOLOGIA AMBIENTAL ECOTOXICOLOGIA área especializada da Toxicologia Ambiental que estuda os impactos das substâncias químicas na dinâmica de populações em um ecossistema (conjunto dos relacionamentos que os organismos vivos e o ambiente mantêm entre si, em harmonia) ECOTOXICOLOGIA Caracterização, entendimento e prognóstico dos efeitos deletérios de produtos químicos, isolados ou em misturas, produzidos pelo ser humano no meio ambiente Urbanização e industrialização Ecotecnologia Modelos ecotoxicológicos Engenharia ecológica Legislaçao ambiental Poluição global Poluição no ecossistema local Emissões diretas Emissões indiretas Propaganda positiva ou negativa? ECOTOXICOLOGIA Estudo da influência dos fatores bióticos (organismos vivos e suas características) e abióticos (caraterísticas do ambiente) sobre a resposta aos poluentes - Sistemas muito complexos 2 TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA O estudo dos agentes tóxicos Exige conhecimento de propriedades físico-químicas Ar Solo Água Biota Sedimento Figura- Vias de transferência entre os meios Classes de SQs antropogênicas mais comuns 1. Praguicidas 2. Íons inorgânicos 3. Solventes Orgânicos 4. Substâncias Radioativas 5. Produtos Farmacêuticos TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Principais propriedades envolvidas na movimentação dos contaminantes nos diversos compartimentos ambientais 1. Polaridade (coeficiente de partição: Kow) e hidrossolubilidade 2. Pressão de vapor- volatilidade 3. Densidade da substância 4. Estabilidade da molécula: degradação TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Distribuição, bioacumulação, bioconcentração e biomagnificação 1. Distribuição: local onde se encontra determinado poluente (organismo, água, ar, solo); localização final de uma SQ em um organismo após sua dispersão no meio 2. Bioacumulação: mais geral, está relacionado ao acúmulo (Ex: DDT em tecidos gordurosos) * Relação com a absorção (via e velocidade) e com a eliminação, hidrofobicidade, fatores ambientais, físicos e biológicos TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Bioacumulação pode ser de forma direta (Bioconcentração) ou de forma indireta (Biomagnificação) TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA CH 3 CH 3 CH 3 CH 3 Fator de concentração*= Concentração da SQ em um organismo/ Concentração da SQ no ambiente que o circunda * Válido quando a única fonte para o organismo é a difusão CH3 CH3 CH 3 CH 3 CH 3 Bioacumulação pode ser de forma direta (Bioconcentração) ou de forma indireta (Biomagnificação) TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA CH 3 CH 3 CH3 CH 3 CH3 C H3 C H3 CH3 CH3 C H3 CH 3 CH 3 CH 3 CH 3 CH 3 CH 3 3 Diclorodifeniltricloroetano (DDT)- biomagnificação Transporte no meio aquoso - Nas águas superficiais: contaminantes na forma de solução ou suspensão TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Transporte no meio aquoso - Distância percorrida pelo contaminante depende: estabilidade química, estado físico e fluxo do corpo d’água, densidades (contaminação com petróleo: fração mais leve atinge ou permanece na superfície e a fração mais pesada se sedimenta). - Substâncias hidrofílicas se distribuem ao longo da superfície, e substâncias lipofílicas se associam ao material particulado. - Sedimento de rios, lagos e mares: geralmente formado por compostos orgânicos adsorvidos em partículas TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Transporte na atmosfera TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Figura- Camadas da atmosfera Transporte na atmosfera - Depende: - do estado físico, - da movimentação das massas de ar. - Processos de remoção do ar: - deposição seca, - deposição úmida, - reações químicas (ex: fotólise) obs: A velocidade de deposição seca depende da partição do composto entre a fase de vapor e a fase particulada TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Transporte no solo - Compartimento de porosidade variada (preenchido por gases e líquidos). - Movimentação por difusão por intermédio dos fluidos. - Velocidade de difusão depende: - peso molecular- concentração da SQ - pH e constituintes do solo TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Figura- representação do solo e lençol freático Obs: se o contaminante tem alta PV e baixa afinidade com os constituintes do solo, sofre rápida volatilização. Se é hidrossolúvel é facilmente lixiviada. 4 Degradação das substâncias químicas nos diversos compartimentos ambientais Decomposição de moléculas orgânicas em moléculas menores. Tem influência direta na toxicidade (aumentando ou diminuindo). - Degradação abiótica a) químicas (hidrólise e reações de oxi-redução). b) fotólise: - direta. - indireta. c) adsorção/complexação com constituintes orgânicos TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA Degradação das substâncias químicas nos diversos compartimentos ambientais - Degradação biótica (biodegradação): Mecanismo mais importante para orgânicos. Resulta em CO2, H2O e biomassa microbiana. Pode ser aeróbia ou anaeróbia. Variáveis influentes: a) Temperatura. b) pH. c) concentração do contaminante. d) concentração de microorganismos viáveis. e) tempo de adaptação (entre a exposição e o início da degradação). f) presença de nutrientes para o crescimento microbiano. g) teor de água. TOXICOLOGIA AMBIENTAL/ ECOTOXICOLOGIA DESTINO DAS SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS NOS DIVERSOS COMPARTIMENTOS AMBIENTAIS Solo: fotólise, hidrólise, biodegradação, reações de oxidação/ redução Ar: fotólise, reação com OH, reação com ozônio Biota: bioacumulação, metabolismo Água: hidrólise, fotólise, reações de oxidação/redução, biodegradação Sedimento: hidrólise, biodegradação, reações de oxidação/ redução Mecanismos de transformação e degradação molecular Transformação= conversão em metabólitos, por enzimas específicas nas mais variadas espécies (bactérias, algas, fungos, plantas) -Compreensão desse processo= avaliação do risco e remediação do ambiente - Fenômeno complexo (variabilidade intra- e inter espécies) ˃ Velocidade, ˂ risco expressivo a um ecossistema Mecanismos de transformação e degradação molecular Principais enzimas envolvidas no metabolismo de poluentes Fase I Fase II Álcool e aldeído desidrogenases Glutationa transferase Citocromo P450- monooxigenases Metiltransferase Flavina- monooxigenases* Sulfotransferase Monoamino oxidase Tioltransferase Xantina oxidase Glicuronosiltransferase Esterases Acetiltransacetilase *(não atuam como oxidantes de C e não são induzidas por poluentes) Mecanismos de transformação e degradação molecular Monoxigenases= principal sistema (Ex: hidroxilação, desaminação, formação de epóxido, desalquilação Metilação= dimunição da solubilidade dos poluentes em água Conjugação com glutationa= indução (hidrocarbonetos policíclicos) pode modular a toxicidade de poluentes 5 DDT- transformação no ambiente Respostas bioquímicas e fisiológicas de organismos expostos Qual a estratégia dos organismos (resistência) frente às adversidades do ambiente? Percepção, sinalização e resposta* (proteção) Respostas bioquímicas e fisiológicas de organismos expostos Os estudos bioquímicos permitem: -Analisar a relação entre a exposição, efeitos primários e consequências; - obter informações sobre mudanças provocadas quando acionados os mecanismos de proteção celular; - obter informações sobre possível mecanismo de ação. Respostas bioquímicas e fisiológicas de organismos expostos EXPOSIÇÃO A POLUENTES Absorção e biocumulação Células- alvo Processo patológico Doença Processo adaptativo Efeitos na reprodução e no crescimento Efeitos na população Efeitos no ECOSSISTEMA Ecossistema pode ser influenciado, por exemplo por: -Poluição aquática; -Poluição atmosférica; -Mudanças no relevo; -Mudanças quali e quantitativas de espécies (adição de poluentes ou extrativismo) Efeitos nas populações, comunidades e ecossistemas decorentes da exposição a poluentes -Mudança no balanço entre as espécies coexistentes (alteração na biodiversidade); * Efeitos visíveis- possibilidade de reversão? -Efeitos agudos - Efeitos crônicos * Fatores intrínsecos (característica da espécie), extrínsecos (fatores ambientais, alteração da disponibilidade do poluente e tolerância dos organismos) 6 Acidente em Baía de Minamata – Japão Aumento da concentração de metil mercúrio- Chisso Company Limited Slide produzido por Danielle Palma de Oliveira Cerca de 2.500 vitimas Doença Congênita de Minamata Slide produzido por Danielle Palma de Oliveira Avaliação do Risco Ecotoxicológico Qual o risco decorrente da presença de SQs no ambiente? Como estabelecer limites de segurança nos mais diversos compartimentos ambientais? Geralmente baseia-se em um modelo experimental Brasil- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) Estudos Potencial de Periculosidade Ambiental (PPA): - Características físico-químicas do poluente; - Comportamento ambiental; - Análise química (orgânicos e inorgânicos); - Toxicidade em organismos-modelo; - Estudo de geno, embrio, fetotoxicidade, carcinogenicidade entre outros. Exemplos de Bioensaios - Estudos de CL50 ou DL50; - Efeito agudo (mobilidade, sobrevivência) em Daphnia magna; - Toxicidade crônica (sobrevivência, crescimento e reprodução) em Ceriodaphnia ssp; - No solo: Lumbricus terrestris; - No ar: plantas * Possibilidade de detecção de concentrações muito baixas e de avaliação (global, integrada) dos efeitos das SQs Deposição de chumbo no fígado Alterações morfológicas no fígado CHUMBO EM PEIXES Slide produzido por Danielle Palma de Oliveira 7 FLUORETO Monitoramento da Qualidade do Ar para proteção da vegetação Efeito do fluoreto em plantas de Dracena efeito na planta 20 ppm foto cedida por Rodrigo Fialho Slide produzido por Danielle Palma de Oliveira Monitoramento da Qualidade do Solo (água subterrânea) Plantas de girassol em solo com diferentes concentrações de chumbo 9000 ppm controle 100 ppm foto cedida por Rodrigo Fialho Slide produzido por Danielle Palma de Oliveira Teste de Ames (AMES et al.,1973) Baseia-se na medida da mutação reversa em linhagens de S. typhimurium, incapazes de sintetizar histidina. Estas, só crescerão em meios de cultura enriquecidos com este aa, a menos que ocorra uma mutação que restaure a síntese da histidina. Biomarcadores de ambientes poluídos Biomarcador Organismo Poluente Indução de AChE Peixes, moluscos, crustáceos Praguicidas organofosforados Indução de metalotioneínas Peixes Metais (Cu, Cd entre outros) Indução de citocromo P450 Peixes Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA) Inibição de ALA-D Peixes Chumbo Formação de adutos de DNA Peixes, moluscos Praguicidas (aminotriazinas), HPA Gerenciamento de resíduos tóxicos ABNT NBR 10004, classificação como tóxico em função de: 1. Ensaios de lixiviação; 2. Natureza e concentração da SQ; 3. Potencial de migração para o meio ambiente; 4. Persistência e potencial de degradação; 5. Potencial de bioacumulação da SQ ou de seu produto; 6. Efeitos tóxicos 7. Parâmetros de DL50 ou CL50, em cobaias Legislação Ambiental � ÁGUAS - CONAMA 20 / PORTARIA 518 � AR - CONAMA 03 � RESÍDUOS SÓLIDOS - NBR 10004 * Legislações de outros países 8 Destino de resíduos � Aterros (chorume= líquido proveniente do próprio líquido, pode conter ácidos, metais, sais de cádmio, bactérias) � Incineração (redução de volume, todavia formação de gases e cinzas) � Reciclagem (Brasil= somente 2% do lixo são coletados seletivamente � Remediação (disposição inadequada) � Destruição (tratamento químico) � Biorremediação (tratamentobiológico) Material possível de ser reciclado Material que não pode ser reciclado Papel Papel branco, papelão, jornais, revistas Carbono, celofane, plastificados, metalizados Metal Latas Arames, chapas, embalagens de aerossol Plástico Garrafas, frascos, potes, tampas, brinquedos, sacolas, sacos Isopor, espuma, acrílico, fraldas Vidro Garrafas, copos, pratos, potes, cacos Cristal, espelho, tubos de TV * O MATERIAL ORGÂNICO PODE SER RECICLADO (COMPOSTAGEM) PARA USO NA AGRICULTURA Universidade de São Paulo Instituto de Química de São Carlos SQM 0438 - Poluentes Químicos e Ecotoxicologia 5 – Processos gerais de degradação ambiental de poluentes químicos Profa. Dra. Janete Harumi Yariwake � processos redox naturais �degradação biológica �degradação fotoquímica (luz solar) � degradação térmica: � origem antropogênica (queimadas, fogueiras) � origem natural (incêndios) Processos gerais de degradação ambiental de poluentes químicos Processos gerais de degradação ambiental de poluentes químicos Processos redox (naturais) - Subst. inorgânicas Ex.: SO2 H2SO4 (+4) (+6) • AT atmosféricos: grande participação de O2 e O3 • AT em águas: pode haver influência do pH, força iônica (solubilidade) • AT em solos, sedimentos: argilas & matéria orgânica podem atuar como catalisadores Processos gerais de degradação ambiental de poluentes químicos Degradação biológica ambiental • sistemas enzimáticos • maioria dos casos: envolve microorganismos �processos anaeróbicos: � ácidos orgânicos (produtos intermediários) � CH4 + CO2 + H2O (final) Ex.: aterros sanitários e lixões (resíduos domésticos) digestores de lodo, tanques sépticos (efluentes industriais) 18/08/2014 Aulas são retomadas na USP Leste após 6 meses de interdição. http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/aulas-sao-retomadas-na-usp-leste-apos-6-meses-de-interdicao As aulas da Universidade de São Paulo (USP) no campus leste foram retomadas hoje (18), após o local ter sido interditado pela Justiça no começo de janeiro. A unidade foi fechada por causa da constatação de gás metano no subsolo, altamente inflamável, proveniente de dejetos retirados da dragagem no Rio Tietê e da presença de terra e outros entulhos contaminados...... desalogenação enzimática (ambiental ou biotransformação) ClCl Cl Cl Cl Cl Cl Cl Cl DDT DDE � processos aeróbicos: � idealmente levam a CO2 + H2O (nem sempre isso acontece !) � produtos intermediários: “metabólitos” Processos gerais de degradação ambiental de poluentes químicos Degradação biológica ambiental RESULTADO FINAL ? ☺ os produtos de degradação podem ser menos tóxicos / inofensivos � produtos de degradação mais perigosos do que o AT originalmente lançado no ambiente � geração de produtos (‘metabólitos’) mais tóxicos (toxicidade aguda e/ou crônica) Ex.: DDT x DDE Processos gerais de degradação ambiental de poluentes químicos Poluentes Orgânicos Pesticidas organoclorados (OC) Cl Cl Cl Cl Cl DDT (inseticida) ClCl Cl Cl DDE (não-inseticida) afeta sistemas enzimáticos transportadores de Ca2+ (ovos – aves) metabolismo (enzimático) ou químico (meio OH- ) Degradação fotoquímica • poluentes atmosféricos • poluentes terrestres (solo) • poluentes em águas Processos gerais de degradação ambiental de poluentes químicos Luz solar radiação UV-Vis (200 – 700 nm) Degradação fotoquímica Ex.1: Foto-oxidação de PAHs material particulado atmosférico (fuligem – cana) Processos gerais de degradação ambiental de poluentes químicos Ex.1: Foto-oxidação de PAHs material particulado atmosférico (fuligem – cana) Processos gerais de degradação de poluentes químicos: Degradação fotoquímica O2 singlete Processos gerais de degradação de poluentes químicos: Degradação fotoquímica biradical (altamente reativo) Degradação ambiental de materiais plásticos • maioria dos plásticos: degradação lenta Degradação fotoquímica Ex.2: Foto-oxidação de polímeros (processo importante p/a degradação ambiental de embalagens plásticas) Processos gerais de degradação de poluentes químicos: Degradação fotoquímica Foto-oxidação de polímeros Ex.: PET (polyethylene terephthalate) • fotodegradação ambiental: 290 – 400 nm UV • perda de elasticidade, desbotamento, fragilidade Processos gerais de degradação de poluentes químicos: Degradação fotoquímica http://forum.mundofotografico.com.br Rio Tietê em Salto (SP) Embalagens plásticas • principal fonte de polímeros sintéticos e seus monômeros � problemas ambientais e de saúde pública � lixiviação do material não-polimerizado: fenóis, ftalatos (possíveis DEs) � degradação fotoquímica � queima (degradação térmica): dioxinas Processos gerais de degradação de poluentes químicos Foto-oxidação de polímeros Iniciação PH P. + H . Propagação P. + O2 POO. POO. + PH POOH + P. Ramificação POOH PO. + .OH PO. + PH POH + P. Terminação 2 P. 2 POO. produtos inativos P. +POO. adaptado de B. Ranby, J.F. Rabek (1975) Photodegradation, photo- oxidation and photostabilization of polymers (livro – biblioteca IQSC) (no processo fotoquímico) Processos gerais de degradação de poluentes químicos: Degradação fotoquímica Foto-oxidação de polímeros Iniciação PH P. + H . Propagação P. + O2 POO. POO. + PH POOH + P. Ramificação POOH PO. + .OH PO. + PH POH + P. Terminação 2 P. 2 POO. produtos inativos P. +POO. O2 singlete (no processo fotoquímico) Processos gerais de degradação de poluentes químicos: Degradação fotoquímica Queima (fogueiras, queimadas) • processo sem controle (temperatura, O2) Produtos de pirólise = ?????? Incineração processo industrial; deve ser feito em condições controladas (temperatura, O2) � maior custo operacional � geração de AT (ex.: dioxinas, furanos) ☺ permite destruição adequada/total de alguns AT, com monitoramento dos resíduos Processos gerais de degradação de poluentes químicos: Degradação térmica RESULTADO FINAL ? ☺ os produtos de degradação podem ser menos tóxicos / inofensivos � produtos de degradação (= “metabólitos”) mais perigosos do que o AT originalmente lançado no ambiente � geração de produtos mais tóxicos (toxicidade aguda e/ou crônica) � produtos de maior impacto ambiental (persistentes, bioacumulados, biomagnificados, etc.) Processos gerais de degradação ambiental de poluentes químicos clorados (dioxinas)
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