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Psicologia e Comportamento Organizacional Aula 6 Professores Fernando Eduardo Mesadri e Neusa Vitola Pasetto CONVERSA INICIAL Olá! Seja bem-vindo à última aula da disciplina de Psicologia e Comportamento Organizacional! O tema de hoje será em torno das tendências e desafios em RH. Leia o conteúdo teórico e veja os vídeos indicados com bastante atenção, pois esses conhecimentos serão muito importantes para o seu futuro profissional! Bons estudos! Para saber mais sobre os temas que serão abordados na aula de hoje, acompanhe o vídeo de introdução que a professora Neusa Pasetto preparou para você! Acesse o material on-line. CONTEXTUALIZANDO Vimos até agora alguns assuntos que pertencem aos diversos campos dos estudos relacionados à Psicologia e Comportamento Organizacional. Todos eles são importantes, porém trataremos a partir deste momento assuntos essenciais para que entendamos o ambiente organizacional como um todo, como ele se forma e por que ele é mantido. Verificaremos se existe diferença entre cultura e clima organizacional e, para tanto, precisaremos entender os conceitos e as características de cada um destes temas. Em seguida, falaremos sobre a diversidade e o quanto isso impacta no clima organizacional, observaremos que a tratativa da diversidade deve fazer parte da política institucional. Sendo o estabelecimento da política organizacional uma tarefa do estratégico, concluiremos que a forma com que se lida com a diversidade dependerá da cultura estabelecida. Fora isso, ainda entenderemos o conceito de capital humano, e como as empresas podem valorizar o seu maior capital. É claro que para isso passaremos pelos programas de qualidade de vida, pois atualmente as pessoas preocupam-se e dão atenção a todos os aspectos de sua vida, não apenas ao seu trabalho. No vídeo que está disponível no material on-line, a professora Neusa Pasetto fala um pouco mais sobre os objetivos da aula de hoje. Não perca! PROBLEMATIZAÇÃO Leiam com bastante atenção a lenda do peixinho vermelho: Lenda do Peixinho Vermelho No centro de formoso jardim, havia um grande lago, adornado de ladrilhos azul-turquesa. Alimentado por diminuto canal de pedra, escoava suas águas, do outro lado, através de grade muito estreita. Nesse reduto acolhedor, vivia toda uma comunidade de peixes a se refestelarem, nédios e satisfeitos, em complicadas locas, frescas e sombrias. Elegeram um dos concidadãos de barbatanas para os encargos de Rei e ali viviam plenamente despreocupados, entre a gula e a preguiça. Junto deles, porém, havia um peixinho vermelho menosprezado por todos. Não conseguia pescar a mais leve larva, nem refugiar-se nos nichos barrentos. Os outros, vorazes e gordalhudos, arrebatavam para si todas as formas larvárias e ocupavam displicentes, todos os lugares consagrados ao descanso. O peixinho vermelho que nadasse e sofresse. Por isso mesmo era visto, em correria constante, perseguido pela canícula ou atormentado de fome. Não encontrando pouso no vastíssimo domicílio, o pobrezinho não dispunha de tempo para muito lazer e começou a estudar com bastante interesse. Fez o inventário de todos os ladrilhos que enfeitavam as bordas do poço, arrolou todos os buracos nele existentes e sabia, com precisão, onde se reuniria maior massa de lama por ocasião de aguaceiros. Depois de muito tempo, à custa de longas perquirições, encontrou a grade do escoadouro. À frente da imprevista oportunidade de aventura benéfica, refletiu consigo: – Não será melhor pesquisar a vida e conhecer outros rumos? Optou pela mudança. Apesar de magérrimo pela abstenção completa de qualquer conforto, perdeu várias escamas, com grande sofrimento, a fim de atravessar a passagem estreitíssima. Pronunciando votos renovadores, avançou otimista pelo rego d'água, encantado com as novas paisagens, ricas de flores e sol que o defrontavam, e seguiu embriagado de esperança... Em breve, alcançou grande rio e fez inúmeros conhecimentos. Encontrou peixes de muitas famílias diferentes que com ele simpatizaram, instruindo-o quanto aos percalços da marcha e descortinando-lhe mais fácil roteiro. Embevecido, contemplou nas margens homens e animais, embarcações e pontes, palácios e veículos, cabanas e arvoredo. Habituado com pouco, vivia com extrema simplicidade, jamais perdendo a leveza e agilidade naturais. Conseguiu, desse modo, atingir o oceano, ébrio de novidade e sedento de estudo. De início, porém, fascinado pela paixão de observar, aproximou-se de uma baleia para quem toda água do lago em que vivera não seria mais que diminuta ração; impressionado com o espetáculo, abeirou-se dela mais que devia e foi tragado com os elementos que lhe constituíam a primeira refeição diária. Em apuros, o peixinho aflito orou ao Deus dos peixes, rogando proteção no bojo do monstro e, não obstante as trevas em que pedia salvamento, sua prece foi ouvida, porque o valente cetáceo começou a soluçar e vomitou, restituindo-o às correntes marinhas. O pequeno viajante, agradecido e feliz, procurou companhias simpáticas e aprendeu a evitar os perigos e tentações. Plenamente transformado sem suas concepções do mundo, passou a reparar as infinitas riquezas da vida. Encontrou plantas luminosas, animais estranhos, estrelas móveis e flores diferentes no seio das águas. Sobretudo, descobriu a existência de muitos peixinhos, estudiosos e delgados tanto quanto ele, junto dos quais se sentia maravilhosamente feliz. Vivia, agora, sorridente e calmo, no palácio de coral que elegera, com centenas de amigos, para residência ditosa, quando, ao se referir ao seu começo laborioso, veio a saber que somente no mar as criaturas aquáticas dispunham de mais sólida garantia de vez que, quando o estio se fizesse mais arrasador, as águas de outra altitude continuariam a correr para o oceano. O peixinho pensou, pensou... e sentindo imensa compaixão daqueles com quem convivera na infância, deliberou consagrar-se à obra do progresso e salvação deles. Não seria justo regressar e anunciar-lhes a verdade? Não seria nobre ampará-los, prestando-lhes valiosas informações? Não hesitou. Fortalecido pela generosidade de irmãos benfeitores que com ele viviam no palácio de coral, compreendeu comprida viagem de volta. Tornou ao rio, do rio dirigiu-se aos regatos e dos regatos se encaminhou para os canaizinhos que o conduziram ao primitivo lar. Esbelto e satisfeito como sempre, pela vida de estudo e serviço a que se devotava, varou a grade e procurou, ansiosamente, os velhos companheiros. Estimulado pela proeza de amor que efetuava, supôs que o seu regresso causasse surpresa e entusiasmo gerais. Decerto a coletividade inteira lhe celebraria o feito, mas depressa verificou que ninguém se mexia. Todos os peixes continuavam pesados e ociosos, repimpados nos mesmos ninhos lodacentos, protegidos por flores de lótus, de onde saíam apenas para disputar larvas, moscas ou minhocas desprezíveis. Gritou que voltara para casa, mas não houve quem lhe prestasse atenção, porquanto ninguém ali havia dado pela ausência dele. Ridicularizado, procurou, então, o Rei de guelras enormes e comunicou-lhe a reveladora aventura. O soberano, algo entorpecido pela mania de grandeza, reuniu o povo e permitiu que o mensageiro se explicasse. O benfeitor desprezado, valendo-se do ensejo, esclareceu, com ênfase, que havia outro mundo líquido, glorioso e sem fim. Aquele poço era umainsignificância que podia desaparecer de momento para outro. Além do escoadouro próximo desdobravam-se outra vida e outra experiência. Lá fora, corriam regatos ornados de flores, rios caudalosos repletos de seres diferentes e, por fim, o mar, onde a vida aparece cada vez mais rica e mais surpreendente. Descreveu o serviço de tainhas e salmões, de trutas e esqualos. Deu notícias do peixe-lua, do peixe-coelho e do galo-do-mar. Contou que vira o céu repleto de astros sublimes e que descobrira árvores gigantescas, barcos imensos, cidades praieiras, monstros temíveis, jardins submersos, estrelas do oceano e ofereceu-se para conduzi-los ao palácio do coral, onde viveriam todos, prósperos e tranquilos. Finalmente os informou de que semelhante felicidade, porém, tinha igualmente seu preço. Deveriam todos emagrecer, convenientemente, abstendo-se de devorar tanta larva e tanto verme nas locas escuras e aprendendo a trabalhar e estudar tanto quanto era necessário à aventurosa jornada. Assim que terminou, gargalhadas estridentes coroaram- lhe a preleção. Ninguém acreditou nele. Alguns oradores tomaram a palavra e afirmaram solenes que o peixinho vermelho delirava, que outra vida além do poço era francamente impossível, que aquela história de riachos, rios e oceanos era mera fantasia de cérebro demente, e alguns chegaram a declarar que falavam em nome do Deus dos peixes, que trazia os olhos voltados para eles unicamente. O soberano da comunidade, para melhor ironizar o peixinho, dirigiu-se em companhia dele até a grade de escoamento e, tentando de longe, a travessia, exclamou borbulhante: – Não vês que não cabe aqui nem uma só das minhas barbatanas? Grande tolo! Vai-te daqui! Não nos perturbe o bem- estar... Nosso lago é o centro do universo... Ninguém possui vida igual à nossa! ... Expulso a golpes de sarcasmo, o peixinho realizou a viagem de retorno e instalou-se, em definitivo, no palácio de coral, aguardando o tempo. Depois de alguns anos, apareceu pavorosa e devastadora seca. As águas desceram de nível. E o poço onde viviam os peixes pachorrentos e vaidosos esvaziou-se, compelindo a comunidade inteira a aparecer, atolada na lama... Retirado do site: http://www.rhportal.com.br/recursos-humanos/Cultura-E- Mudanca-Organizacional.htm Apresentada a história, faremos associações entre alguns elementos do texto e aqueles elementos que encontramos na cultura de uma organização, notadamente a dificuldade em gerir a mudança e o papel fundamental do agente de mudança (embora, nesta história, ele não tenha conseguido "salvar" a sua comunidade "organizacional"). Sendo assim, faça uma correlação entre o grande lago e seus habitantes com uma organização e seu corpo de funcionários. Que tipo de organização seria essa? E quais os tipos mais comuns de empregados que encontraríamos neste ambiente? A professora Neusa Pasetto faz alguns comentários sobre a história apresentada. Veja se as explicações correspondem ao que você pensou sobre a problematização! Acesse o material on- line e assista ao vídeo. GESTÃO DA CULTURA ORGANIZACIONAL Agora entenderemos um pouco mais a importância de tornarmos visível aquilo que não está com tanta visibilidade assim dentro das empresas. A partir deste ponto o nosso foco será o contexto e o nível estratégico das organizações. As organizações são subdivididas em três níveis: operacional, tático e estratégico. Cada nível deste possui características específicas e o que diferencia um nível do outro é a autoridade e a responsabilidade, o que acaba culminando na tomada de decisão. Quando falamos de cultura organizacional, estamos falando de uma das funções estratégicas que é a de determinar quais são os valores (um dos componentes da cultura) que deverão estar submersos nesta organização. Além desta determinação, também é de sua responsabilidade a manutenção destes valores no grau em que a organização perceba ser adequado a ela. Numa forma coloquial e bastante prática, podemos afirmar que a cultura é o jeito de ser e de fazer as coisas dentro da organização. O termo cultura origina do latim e é considerado um substantivo feminino. A seguir você encontrará uma série de definições apresentadas pelo novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa: Definição 1: O conjunto de características humanas que não são inatas, e que se criam e se preservam ou aprimoram através da comunicação e cooperação entre indivíduos em sociedade. [Nas ciências humanas, opõe-se por vezes à ideia de natureza, ou de constituição biológica, e está associada a uma capacidade de simbolização considerada própria da vida coletiva e que é a base das interações sociais.] Definição 2: A parte ou o aspecto da vida coletiva, relacionados à produção e transmissão de conhecimentos, à criação intelectual e artística etc. O processo ou estado de desenvolvimento social de um grupo, um povo, uma nação, que resulta do aprimoramento de seus valores, instituições, criações etc.; civilização, progresso. Atividade e desenvolvimento intelectuais de um indivíduo; saber, ilustração, instrução. Refinamento de hábitos, modos ou gostos. Apuro, esmero, elegância. Definição 3: Antrop. O conjunto complexo dos códigos e padrões que regulam a ação humana individual e coletiva, tal como se desenvolvem em uma sociedade ou grupo específico, e que se manifestam em praticamente todos os aspectos da vida: modos de sobrevivência, normas de comportamento, crenças, instituições, valores espirituais, criações materiais etc. [Como conceito das ciências humanas, esp. da antropologia, cultura pode ser tomada abstratamente, como manifestação de um atributo geral da humanidade (cf. acepç. 5), ou, mais concretamente, como patrimônio próprio e distintivo de um grupo ou sociedade específica (cf. acepç. 6).] Definição 4: Filos. Categoria dialética de análise do processo pelo qual o homem, por meio de sua atividade concreta (espiritual e material), ao mesmo tempo que modifica a natureza, cria a si mesmo como sujeito social da história. (p. 587) O conceito de cultura organizacional está intrinsecamente ligado ao conceito de cultura exposto acima. Porém, é necessário que entendamos este conceito de cultura organizacional de uma forma mais científica e, portanto, traremos estes conceitos através dos teóricos que estudam o assunto. Para Becker (1982): “Cultura organizacional refere-se a um sistema de significados partilhados mantido por seus membros que distingue a organização de outras organizações”. Srour (1998, p. 174) trata sobre cultura organizacional expressando que: A cultura é aprendida, transmitida e partilhada. Não decorre de uma herança biológica ou genética, porém resulta de uma aprendizagem. A cultura organizacional exprime então a identidade da organização. É construída ao longo do tempo e serve de chave para distinguir diferentes coletividades. Para Daft (1999, p. 244), a cultura de uma organização “geralmente começa com um fundador ou um líder pioneiro que articula e implanta ideias e valores particulares, como uma filosofia ou uma estratégia comercial”. Para Edgar Schein (1985), cultura organizacional “é o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com problemas de adaptação externa e integração interna e que funcionaram bem o suficiente para serem considerados válidos e ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir em relação a esses problemas.” Como podemosobservar, através desta definição Schein dá um caráter dinâmico, mutável e aprendido para a cultura. Ainda segundo ele, existem três níveis através dos quais essa cultura pode ser apreendida: 1. Nível dos artefatos visíveis: Estrutura física (layout); Comportamento e vestuário das pessoas; Tabus: possuem a função de orientar comportamentos e atitudes principalmente aquelas proibitivas ou não aceitas. 2. Valores compartilhados: existindo no cerne da cultura um conjunto de normas e valores fundamentais compartilhados que moldam os comportamentos e as atitudes, podemos afirmar que estes valores compartilhados passam a ser o pilar de sustentação da cultura e, se ela tem características de ser densa e coesa, estes valores funcionarão como uma aproximação da empresa e do empregado. Em suma: valores compartilhados são aqueles que tanto os empregados quanto as empresas têm em comum. 3. Pressupostos básicos: normalmente mantidos a nível inconsciente, são valores que determinam comportamentos como as pessoas devem perceber, sentir e pensar frente aos problemas e a maneira adequada de solucioná-los. Schein alerta para não esquecermos que esses níveis não são estáticos e sim dinâmicos, e que não podem ser avaliados de forma estanque, eles interagem. A cultura é o resultado da totalidade dessa interação. Schein e Daft também afirmam a importância do papel do fundador, ou dos fundadores da empresa, quando o assunto é a modelagem dos padrões culturais. Os fundadores têm uma visão do que a organização deve ser, trazem suas ideologias e restrições de costumes e compartilham disto (crenças) com aqueles que vieram compartilhar de seus sonhos iniciais. Tipos de cultura organizacional Ao abordarmos a modelagem do padrão cultural, faz-se necessário falarmos que dentro das organizações existem vários tipos de subcultura – isso é normal, o que não é normal é encontrarmos várias culturas dominantes. Portanto, é importante, aqui, conceituarmos o que se entende por cultura dominante e subculturas. A cultura dominante é aquela em que os valores fundamentais ou centrais são compartilhados pela grande maioria dos membros da organização, partindo de seu corpo diretivo e expandindo para todas as áreas. Já nas subculturas, os valores podem ser diferenciados da cultura dominante e partilhados apenas por aqueles membros de uma determinada área. Inclusive, a subcultura é vista pelos especialistas como “miniculturas dentro da organização que têm por objetivos refletir problemas, situações ou experiências comuns dos seus membros”. O fato de existirem várias subculturas não invalida a existência da cultura predominante da empresa. Fazendo uma analogia com uma árvore, podemos dizer que a cultura da empresa seria um tronco central, de onde partem seus ramos (cultura específica de cada área) que são alimentados pelo tronco central. Funções da cultura organizacional Os autores concordam que a cultura desempenha várias funções dentro das organizações. Vamos enumerá-las segundo aquelas citadas por Robbins (1999): 1. Criar fronteiras: distingue uma organização da outra; 2. Transmitir um sentimento de identidade para os membros da organização; 3. Facilitar o desenvolvimento do comprometimento, além daquele interesse individual; 4. Intensificar a estabilidade do sistema social; 5. Guiar e moldar as atitudes e comportamentos dos empregados. Depois disso tudo posto, nos resta perguntar: como os empregados aprendem a cultura organizacional? Para obtermos essa resposta vamos trazer novamente Robbins. Esse autor nos diz que existem fenômenos dentro da organização que nos faz assimilarmos e interiorizarmos a maneira correta de existir naquele ambiente. Esses fenômenos são: Rituais: são sequências repetitivas de atividades que expressam e reforçam os valores-chaves da organização, quais objetivos são mais importantes e quais são mais sacrificáveis. Símbolos materiais: a disposição dos escritórios centrais, os tipos de automóveis que os executivos de topo ganham e a presença ou ausência de aviões da empresa são alguns exemplos de símbolos materiais. Outros incluem o tamanho dos escritórios, a elegância do mobiliário, benefícios, vestuários. Esses símbolos transmitem aos empregados quem é importante, o grau de igualdade desejado pela administração do topo, e os tipos de comportamentos (por exemplo, que assumem riscos, conservador, autoritário, participativo, individualista, social) apropriados. Histórias: narração de acontecimentos sobre quebra de regras, sucessos que começaram na extrema pobreza e chegaram à extrema riquezas, redução na força de trabalho, recolocação de empregados, reações e erros do passado e lutas organizacionais. Linguagem: muitas organizações ou unidades dentro das organizações usam a linguagem como uma maneira de identificar os membros de uma cultura ou subcultura. Aprendendo essa linguagem, os membros atestam a sua aceitação da cultura e, ao fazê-lo, ajudam a preservá-la. Com o tempo as organizações acabam desenvolvendo termos singulares para descreverem equipamentos, escritórios, pessoas-chave, fornecedores, clientes ou produtos que se relacionam com a sua empresa. Para maiores informações sobre a gestão da cultura organizacional, vejam os livros citados nas referências bibliográficas, pois ali teremos vários autores renomados nesta área. Acessem a biblioteca virtual e tenham bons estudos! Leitura obrigatória Para ampliar o seu conhecimento sobre cultura organizacional, leia o Capítulo 16, páginas 377 a 386, do livro intitulado Comportamento Organizacional, de Stephen P. Robbins, disponível na Biblioteca Virtual. Neste mesmo capítulo, das páginas 389 a 391, você poderá ler sobre a espiritualidade e o impacto dela na cultura organizacional. Acesse a Biblioteca Virtual. Acesse o material on-line e acompanhe as explicações da professora Neusa Pasetto acerca do tema que acabamos de estudar no vídeo que está disponível para você! GESTÃO DO CLIMA ORGANIZACIONAL Pasetto e Mesadri (2012) fazem as seguintes perguntas: a gestão para que seja efetiva necessita estar atenta e observar o que causa o fracasso de determinados programas dentro das organizações, os problemas estão no desinteresse do nível gerencial? Na ansiedade por resultados a qualquer preço? No planejamento inadequado? No sistema de remuneração inconsistente? No treinamento precário? No relacionamento das equipes de trabalho? Na comunicação interna? Na escolha inadequada de multiplicadores? Descuido Alerta-nos TOLOVI (1994) “são esses pequenos problemas, situações e comportamentos que podem pôr a perder uma boa intenção”. Assim, para não perder boas intenções, as organizações tiveram que trocar o empirismo e a improvisação por técnicas, métodos e instrumentos validados que lhe dessem a segurança de perceber as mudanças tanto no ambiente interno quanto externo. É importantíssimo saber como o grupo de funcionários reage a essas mudanças. Podem perceber que aqui já estamos falando do clima interno e da necessidade de um ferramental para medi-lo, mas antes de falarmos sobre isto vamos para as definições. Definições de clima organizacional A seguir, saiba mais sobre o que significa clima organizacional: SOUZA (1999) diz que o clima “é uma resultante das variáveis culturais, assim entendida como a soma dos valores, costumes, tradições e propósitos que fazem com que uma empresa seja singular. Quando essas variáveissão alteradas, ocasionam alterações no clima, que curiosamente é mais perceptível do que suas fontes causais”. BENNIS (1972) afirma que o “Clima organizacional é um conjunto de valores e atitudes que afetam a maneira pela qual as pessoas se relacionam umas com as outras…” XAVIER (1973) diz que o clima “é a personalidade de uma organização, a qual é composta de diversas personalidades que vivem dentro dela”. Completa ainda este autor que, em algumas organizações, são detectadas pessoas que gostam de onde trabalham pelas mesmas razões que outras não permanecem, e conclui que “por clima organizacional entende-se as características que influenciam o comportamento das pessoas, distinguindo uma organização de outras, ou integrando ao mesmo tempo organizações entre si”. LITWING e STRINGER (1968) definem que “Clima organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros da organização e influencia o seu comportamento”. Já FOREHAND e GILMER (1964) definem que o clima organizacional “é o conjunto de características que descrevem uma organização, distinguindo-a das demais, mantendo-se relativamente permanente e influenciando o comportamento de seus participantes” BENNIS (1972) tem uma definição um tanto mais completa e afirma que: “clima significa um conjunto de valores ou atitudes que afetam a maneira pela qual as pessoas se relacionam umas com as outras, tais como: sinceridade, padrões de autoridade, relações sociais, entre outros”. Para este último autor o clima organizacional é constituído pela atmosfera psicológica presente no interior das organizações, sendo uma tarefa difícil a sua conceituação. Porém, em todas elas pudemos perceber que o clima representa as percepções que os empregados têm dos valores compartilhados que se tornam tangíveis através das ações que são tomadas nas empresas. Essas ações geram satisfações e insatisfações no grupo que, quando vistas em conjunto, passam a representar o clima daquela instituição. O clima também influencia o comportamento das pessoas, de maneira que pode ser percebido ou experimentado pelos seus membros, estando relacionados aos aspectos motivacionais oriundos do ambiente da organização. De um lado, pode satisfazer as necessidades pessoais, elevando consequentemente a moral, tanto quanto poder ser desfavorável e causar frustrações às pessoas pela não satisfação das necessidades. Colocada a importância desta mensuração, vamos aos objetivos do levantamento do clima organizacional: Conhecer interpretações e sentimentos dos empregados; Compreender os efeitos de medidas tomadas pela empresa sobre os públicos atingidos por elas; Identificar estratégias apropriadas para uso da empresa em relação a seus empregados; Compreender os processos coletivos, identificando estratégias a serem empregadas para evitar a repetição do fenômeno indesejado; Identificar aspectos culturais que facilitam ou dificultam as implementações de novas medidas ou políticas. Variáveis do Clima Organizacional O clima organizacional pode ser avaliado através de muitos fatores ou variáveis, dependendo do interesse da empresa. Nós estudaremos o clima através das 14 variáveis mais conhecidas e que estarão descritas abaixo: Imagem da empresa; Comunicação; Remuneração e carreira; Liderança; Relacionamento; Benefícios; Treinamento e desenvolvimento; Qualidade; Produtividade; Segurança; Meio ambiente; Satisfação geral. Pesquisa de Clima Organizacional As empresas percebem a importância de saber a opinião dos seus clientes externos e atrela essa opinião ao atingimento dos seus objetivos (lucratividade, mercado, qualidade, expansão, entre outros). As empresas têm investido em programas de melhoria no atendimento tanto telefônico quanto pessoal. Como também têm disponibilizado ferramentas para que estes clientes externos coloquem suas opiniões e reclamações sobre atendimento, produtos e serviços. Importante dizer aqui que essas opiniões são pontuais e registradas para que o fluxo do processo seja melhorado e as necessidades destes clientes sejam satisfeitas. Da mesma forma, algumas empresas têm buscado ouvir seus clientes internos, por meio da pesquisa de clima organizacional, e elas também tem atrelado o atingimento dos seus objetivos a satisfação de seus empregados. Lembramos que as relações entre as empresas e seus clientes externos são totalmente distintas da sua relação com os seus clientes internos. A opinião do cliente externo é pontual, já do interno é contínua e que não vai acabar no momento do registro da opinião, mas sim vai persistir até que a empresa faça algo, isto é, tenha uma ação para minimizar as fontes de insatisfações ou para fortalecer ou manter variáveis de satisfação. Como podemos perceber, a opinião do cliente interno na pesquisa de clima organizacional é crucial para o aprimoramento da qualidade na empresa. Conclui-se então que, para ouvir a voz do cliente interno, as empresas devem ter ferramentas distintas, validadas e tão valorizadas quanto aquelas utilizadas para ouvir os clientes externos. Para que vocês entendam um pouco mais sobre o clima organizacional e as definições de cada variável aprofundem os seus conhecimentos, realizando a leitura indicada. Leitura obrigatória Leiam o capitulo 5 do livro base da disciplina Comportamento organizacional: integrando conceitos da administração e da psicologia, de Pasetto e Mesadri, disponível na Biblioteca Virtual. Para complementar, leiam também o artigo A influência do clima organizacional nas empresas e nas pessoas: http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-influencia- do-clima-organizacional-nas-empresas-e-nas-pessoas/98588/ Saiba mais sobre o assunto que estudamos neste tema, assistindo ao vídeo que a professora Neusa Pasetto preparou para você! Acesse o material on-line. INTERCULTURALIDADE E A DIVERSIDADE Estamos a muitos anos vivendo na era em que a globalização é uma realidade. Estamos convivendo com os mais diversos costumes. Consumimos cada vez mais produtos que são fabricados do outro lado do mundo. Nossa culinária recebe a influência de outras partes do mundo. As organizações pensam sua produção localmente, mas atuam globalmente. Será o essa assertiva quer dizer? Quer dizer que estamos interconectados. E para entendermos essa interconexão, vamos analisar a figura a seguir: Fonte: http://portuguesbrasileiro.istockphoto.com/plans-and- pricing O mundo está sendo construído por diversas mãos e o que acontece em um país tem interferência direta no que acontecerá no outro, seja socialmente, politicamente ou economicamente. Você se lembra qual é o conceito de globalização? “Globalização é um conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial, visível desde o final do século XX. Trata-se de um fenômeno que criou pontos em comum na vertente econômica, social, cultural e política e que consequentemente tornou o mundo interligado, uma Aldeia Global. O processo de globalização é a forma como os mercados de diferentes países interagem e aproximam pessoas e mercadorias. A quebra de fronteiras gerou uma expansão capitalista na qual foi possível realizar transações financeiras e expandir os negócios - até então restritos ao mercado interno - para mercados distantes e emergentes” (Fonte: www.significados.com.br/globalizacao/). Como vivemos em um mundo globalizado, em que o intercâmbio cultural encontra-seem plena efervescência, é comum vermos no Brasil profissionais oriundos das mais diversas nacionalidades. Eles ocupam as mais variadas posições, sejam elas de nível operacional, tático ou até mesmo estratégico, como vimos no tema anterior ao tratarmos sobre a cultura organizacional. Sendo assim, não se pode negar a influência promovida por este movimento no interior das empresas: valores diferenciados, hábitos, costumes, crenças, educação moral (de berço), educação para o trabalho, formação acadêmica totalmente diversa e por vezes intrigante. Tudo isso é uma realidade com a qual as áreas de gestão de pessoas têm se deparado. Diversidade e interculturalidade Para iniciarmos esta abordagem tão complexa, necessitamos primeiramente definir o que significa a palavra diversidade. Para tanto, vamos nos valer da definição apresentada pela autora Rosa Lydia, que nos diz: “O termo diversidade adquire significado de complexidade singular justamente pela gama de elementos que comporta. Esses elementos são nucleares à expressão e produção humanas do ponto de vista cultural. Tanto pode incorporar a produção de bens materiais como dizer respeito à condição em que certos sujeitos vivem e de que modo atuam na sociedade e que se vinculam às condições física, étnica, sexual, de gênero, de religiosidade, etc.” (Corrêa, 2012 p. 99). Como podemos perceber a diversidade nos remete ao convívio social e, dessa forma, podemos pensar na formação de uma cultura que impera em um determinado País ou em uma determinada sociedade. No caso da nossa sociedade brasileira, podemos observar que não existe uma homogeneidade cultural, ou seja, uma única cultura predominante, pelo contrário, historicamente somos um País colonizado que recebeu e foi explorado por pessoas oriundas de outras culturas. Ainda na atualidade, podemos notar a influência que essas culturas exercem sobre nós, nos diversos contextos em que os sujeitos transitam, seja nas relações familiares, na escola, no trabalho, na comunidade, nos contextos religiosos, na universidade, nas esferas do poder público, no lazer, nas manifestações culturais etc. Após o entendimento deste conceito amplo, vamos nos focar nos aspectos pertinentes ao trabalho e as suas relações com a diversidade. Parece que as organizações brasileiras estão de certa forma se adaptando ao convívio com essa realidade, procurando criar condições adequadas às situações que surgem em seu cotidiano organizacional. Para tanto, as áreas de gestão de pessoas são sem dúvida alguma, as responsáveis pelo encaminhamento de todo esse processo, o qual requer estudo e tratativa apropriada para que não incorra em diferenças significativas que promovam desigualdades. É sabido que o ingresso da mulher no mercado de trabalho promoveu mudanças profundas, quer na vida familiar, quer na vida da organização. Para a mulher que trabalha fora de casa, além do trabalho na empresa, ela terá que cumprir com os afazeres domésticos, diferentemente do homem que não possui, na grande maioria, a mesma condição. Isso proporciona um impacto na sua disposição física, em sua energia laboral e no desenvolvimento de sua carreira profissional. Além do que, no dia-a-dia das empresas, as mulheres também sofrem com questões familiares que interferem em sua vida profissional, como por exemplo, a doença de um filho que a obriga a levá-lo ao médico, uma ocorrência na escola ou uma reunião em pleno expediente em que ela terá que se ausentar. Nem todas as organizações tem o entendimento dessa condição da mulher e nestas se instala o preconceito. Sendo esse o precursor das diferenças salariais, do assédio moral, do estresse, da dificuldade de ascensão profissional e a falta de valorização da mulher enquanto profissional. Este é sem dúvida, um dos grandes desafios da Gestão Estratégica de Pessoas para os próximos tempos, uma vez que a equidade no tratamento das pessoas deverá ser a máxima para a valorização da dignidade humana. Salientamos que nesta aula abordamos apenas um aspecto da diversidade e da interculturalidade nas organizações, vale lembrar da questão do racismo nas relações de trabalho, discriminação e preconceito pela orientação sexual, a desigualdade salarial em relação aos gêneros, bem como a desigualdade de poder que vige entre homens e mulheres no ambiente organizacional. Leitura obrigatória Para ampliar o conhecimento sobre a Interculturalidade e a diversidade nas organizações, leia a parte 1 (p. 5 a 13) da cartilha intitulada Ferramentas de gestão para a igualdade de gênero e raça. Na parte 2 (p. 15 a 18), você encontrará informações sobre como desenvolver meios e estratégias para construção de uma gestão equitativa. http://www.chesf.gov.br/empresa/StyleLibraryCanal/ ComissaoEtica/Cartilha.pdf A professora Neusa Pasetto faz algumas considerações sobre o que acabamos de estudar. Portanto, assista ao vídeo que está disponível no material on-line com bastante atenção. VALORIZAÇÃO DO CAPITAL HUMANO É certo que temos várias formas de valorizar as pessoas, uma é dizendo a elas sobre o quanto elas são importantes para nós, outra é o quanto a companhia dela nos agrada, e também o quanto ela faz bem para o ambiente e para as pessoas que estão à sua volta. Ou dizer a ela o quanto ela é importante naquele papel que desempenha, seja de mãe, pai, avô, avó, tia, filho, filha, enfim, todos os papéis familiares, e por que não falar dos sociais também? O quanto bom amigo, companheiro, ele é, o quanto ele é importante para o nosso time, seja de futebol, voleibol, basquete, no joguinho de cartas, na torcida pelo nosso time, na balada, enfim em tudo que envolve o nosso lazer. Somos seres sociais e gregários. Ao estudarmos as teorias motivacionais, vimos que todos nós necessitamos de aceitação. Somos seres que, em nossa bagagem, carregamos a interdependência. Poderemos aprofundar esse assunto estudando um pouco mais sobre a teoria social, mas, por ora, vamos focar naquelas necessidades globais que todos os seres humanos trazem para dentro de uma organização. Para isso vamos refletir sobre a figura proposta por Chiavenato (1999) para explicar o capital humano. Veja a seguir: Para entendermos o conceito de capital humano proposto por esse autor, se faz necessário compreender que o capital humano é dependente de duas figuras: uma é a pessoa, que vem para o ambiente organizacional com todo o seu conteúdo, trazendo as suas habilidades, competências, atitudes, conhecimentos e imaginação; e a outra é a organização, a qual é chamada por Chiavenato (1999) como contexto, que tem todo o continente em que as pessoas habitarão, e lá estão a estrutura organizacional, a cultura corporativa, os incentivos, o poder dado às pessoas e as equipes de trabalho. Então perguntamos: Como as organizações podem valorizar o seu capital humano? A resposta seria simples, como: dando a eles o que eles necessitam. Mas, nada é tão simples assim. Vocês perceberam que as pessoas trazem para dentro da empresa toda a sua história e seu repertório particular, portanto a empresa deverá lançar mão de algumas ferramentas que permitam a ela atingir de forma ampla todos aqueles que dela fazem parte. Durante nossas aulas vimos como reter os talentos, como propiciar uma comunicação mais adequada, dar a possibilidade dos grupos e das pessoas se desenvolverem por meio do feedback adequado etc. Entretanto, faz-se necessário que a organização também crie uma cultura de valorização do ser humano. Esse propósito parteda acreditação do nível estratégico das organizações, o qual estará imbuído de trazer isso como uma prática da gestão de pessoas. Para ampliar nossa visão sobre esse assunto traremos os autores Davis e Newstrom (2010) que nos falam da contabilidade dos recursos humanos. Para eles a contabilidade de recursos humanos significa atribuir valores financeiros às características das pessoas para serem utilizados dentro de um sistema de contabilidade regular. Esses autores alertam que poucas empresas já fizeram essa experiência e, portanto, isso não é amplamente utilizado. Segundo eles, os objetivos básicos da contabilidade de recursos humanos, são traduzidos da seguinte forma: Melhor planejamento de recursos humanos: o que significa pensar as pessoas da organização sob uma perspectiva de presente e futuro. Visão de longo termo do valor dos recursos humanos: o quanto as pessoas valem para a organização ao longo do tempo. Preocupação administrativa com recursos humanos: refere-se ao empenho por parte de todos os componentes da organização em bem gerir as pessoas em toda a sua trajetória organizacional. Melhores decisões sobre as pessoas: pensar estrategicamente as pessoas na organização de modo a valorizar e aproveitar todo o seu potencial criativo e produtivo. Avaliação do uso de recursos humanos: propõem- se a avaliar o quadro funcional da organização, de modo que se possa bem utilizá-lo, isso demanda preparo por parte dos gestores em proporcionar os investimentos necessários em desenvolvimento e capacitação para aquisição de novas habilidades. Contabilidade de recursos humanos: visa encorajar os gestores a terem uma visão de longo prazo no que se refere ao valor atribuído as pessoas, em lugar de uma visão de curto prazo em que se obtêm lucros imediatos e se ignora os recursos humanos. A figura a seguir apresenta os objetivos da contabilidade de recursos humanos, propiciando a visualização de uma síntese de todos os itens detalhados na página anterior. Compartilhando deste mesmo pensamento, temos Davenport, apud Mayo (2003 p.228), o qual constrói uma abordagem a partir do aumento do nível de controle que as pessoas passam a ter de suas vidas, tendo como norma permanecer com um empregador enquanto as condições de investimento para aproveitá-lo, mantê-lo e fazê-lo crescer forem satisfeitas. Fonte: Davis & Newstrom (2010, p. 185). Segundo este mesmo autor, o capital humano é dividido em três elementos, a saber: Capacidade: é subdividida em conhecimento - “o contexto intelectual no qual a pessoa atua”; habilidade – “os meios para desempenhar as tarefas”; e talento, sendo que, para este último, ele quer dizer uma aptidão específica, tal como ser um ótimo cirurgião ou um professor; Comportamento: é a maneira na qual uma tarefa é desempenhada e inclui atitudes e traços pessoais; Esforço: significa a aplicação da capacidade; tem relação com a motivação e com o comportamento, mas apresenta traços de produtividade. Essa é a constituição do capital humano segundo a visão de Davenport, onde os indivíduos oferecem o seu conteúdo individual. Lembram-se do que nos falou Chiavenato? Fazendo uma associação entre esses dois autores, Chiavenato propõe que o conteúdo é formado por elementos como a imaginação, conhecimento, habilidades, comportamento e atitudes. O indivíduo oferece, por meio desse conteúdo, a sua contribuição para a organização, a qual irá integrar-se a um contexto maior que se traduz pela estrutura organizacional, a cultura corporativa, incentivos, as equipes e o “empoderamento”. A valorização do capital humano se efetivará quando houver uma aproximação entre esses dois mundos, ou seja, o dos indivíduos e o das organizações de forma a compartilharem os seus objetivos. Vamos aprofundar nosso conhecimento sobre esse assunto realizando as leituras e assistindo aos vídeos recomendados pelos professores a seguir. Leitura obrigatória Leia o capítulo 7 do livro Gestão do Capital Humano, de Fábio Câmara de Araújo de Carvalho, intitulado: Gestão do conhecimento. Acesse a Biblioteca Virtual. Para saber mais sobre a Gestão da Diversidade, assista ao vídeo que está disponível a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=CBj4M_qp2Ls Vamos explorar um pouco mais este tema? Então acompanhe agora o vídeo com as explicações da professora Neusa Pasetto, disponível no material on-line. PROGRAMAS DE QUALIDADE DE VIDA Para concluirmos nossa disciplina não poderíamos deixar de abordar os programas de qualidade de vida no trabalho. E aqui fazemos os primeiros questionamentos: Qual é o maior objetivo da implantação de um programa de qualidade de vida no trabalho? Vamos à resposta: Criar uma organização mais humanizada. E como conseguimos isso? Propiciando maior clareza dos objetivos da tarefa e consequentemente a responsabilidade do ocupante; Autonomia para a tomada de decisão de acordo com a responsabilidade do ocupante e da complexidade da tarefa; Avaliação e acompanhamento do desempenho; Recebimento de feedback; Propiciar o desenvolvimento pessoal e profissional dos colaboradores. Perceberam por que não poderíamos deixar de falar sobre esse assunto? E é claro que sim, pois vejamos como ele fecha perfeitamente todos os temas trabalhados até aqui. Ao aplicarmos esses programas, teremos nada mais nada menos, do que o maior envolvimento dos colaboradores e como consequência o maior comprometimento. Tudo que uma organização deseja ter. Não podemos confundir esse programa com as políticas de benefícios da empresa, embora ambos tenham como objetivo a melhoria da motivação do colaborador. Os benefícios são uma forma de remuneração e a qualidade de vida como um desenvolvimento pessoal e uma forma de promover a saúde e o bem-estar em todos os aspectos da vida deste colaborador. Visão dos especialistas Vejam o que nos falam alguns especialistas sobre a qualidade de vida no trabalho: De acordo com a vice-presidente da ABQV (Associação Brasileira de Qualidade de Vida), Sâmia Simurro, as empresas estão buscando adotar uma nova atitude, oferecendo oportunidades para o estilo de vida saudável com ações que vão desde a sensibilização através de palestras e fóruns de discussão, até oferecer espaços como academias, salas de repouso e descompressão, onde as boas práticas de estilo de vida saudável sejam possíveis e estimuladas. Fonte: http://www.ticketegestao.com.br/portal/ticketgestao/gestao-e- carreira/recursos-humanos/empresas-investem-em-programas-de- qualidade-de-vida.htm Maria Claudia Valle, da Caixa Seguros – Brasilia (DF) diz: O programa de qualidade de vida “Viva Bem” está estruturado em quatro frentes: Saudável, Mulher, Trabalho e Cultural. Entre as atividades, estão: grupos de Vigilantes do Peso e antitabagismo, ginástica laboral, massoterapia, saraus dos funcionários (nos quais eles exercitam a sua veia artística) e comemorações com ações sociais, entre outras. “Notamos uma diminuição grande no absenteísmo e na procura por consultas médicas, e a sinistralidade do plano de saúde também caiu consideravelmente”, conta Maria Claudia. Todos os colaboradores fazem exames anuais de saúde e controle de stress. Todas as esferas da empresa são incentivadas a tomar parte nas iniciativas, abertas a todos e desenvolvidas de forma a criar laços entre os colaboradores. O coordenador do programa de qualidade de vida da CCR, Dr. Sérgio Ferreira, afirma que os resultados verificados junto aos colaboradores são variados. “Os funcionários,no geral, mostram-se mais saudáveis e satisfeitos com a empresa e seu trabalho”, comenta. Outro retorno expressivo é decorrente da redução da sinistralidade do plano de saúde. “Há cinco anos, exatamente, não temos reajustes na apólice. O grupo de acompanhamento de doenças crônicas é diretamente responsável, já que esse é o grupo que mais precisa de assistência nesse sentido”, explica o médico. “Nesse caso, para cada Real investido, calculamos que recebemos R$ 2,50 de volta”, complementa. O número de internações diminuiu cerca de 40%, de acordo com os cálculos da CCR. As iniciativas são variadas. O Programa ‘Coração Saudável’, por exemplo, atrai fumantes, obesos e diabéticos para a promoção de um estilo de vida menos agressivo. Há um programa voltado para o acompanhamento de pacientes com doenças crônicas, que inclusive permite a participação dos familiares. A CCR promove ainda campeonatos esportivos e ações voltadas ao lazer e relaxamento, além de conscientizar os fornecedores dos restaurantes da empresa sobre a necessidade de oferecer opções mais saudáveis no almoço e jantar dos funcionários. Heloísa Nóbrega, uma das responsáveis pelo programa de qualidade de vida da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), conta que o mesmo está inserido no sistema de gestão gerencial da empresa, que é base para avaliação do desempenho do empregado e traz indicadores estratégicos. “A gestão da qualidade de vida está atrelada ao resultado geral da empresa”, explica a gestora. “Apesar dessa gestão interligada, um dos pontos em que ainda precisamos evoluir é na integração com nosso plano de saúde”, conta. Outro ponto de destaque não poderia ser diferente: as lideranças acompanham os resultados dos programas de qualidade de vida diretamente no sistema e são altamente comprometidas com seus resultados. “Eles têm uma visão diferenciada, são entusiastas dos programas” Estes três depoimentos, que foram retirados da entrevista dada à Associação Brasileira de Qualidade de Vida, ilustram o quanto as empresas estão preocupadas em propiciar nos ambientes laborais ações que vão repercutir em todas as esferas de vida dos trabalhadores. Então, teremos que pensar na concepção de um programa de qualidade de vida e para isso vamos utilizar a definição de Ferreira e Mendes (2005): A qualidade de vida no trabalho – QVT é um preceito de gestão organizacional que se expressa por um conjunto de normas, diretrizes e práticas no âmbito das condições, da organização e das relações socioprofissionais de trabalho, que visa a promoção do bem-estar coletivo. Antes de implantarmos um programa de qualidade de vida, necessitamos falar sobre trabalhos preliminares na estrutura organizacional. Esses dados foram trabalhados pela Dra. Ana Magnólia Mendes1 do instituto 1 http://www.senado.gov.br/senado/portaldoservidor/jornal/jornal69/PalestrasQualiVida/AnaMa gnoliaMendes.pdf de Psicologia da Universidade de Brasília (UNB), do Departamento de Psicologia social e do trabalho. 1. Desenvolver uma cultura organizacional do bem-estar coletivo ancorado na prevenção de riscos para a saúde, segurança e conforto do trabalho; 2. Desenvolver uma política de comunicação interna que alavanque as ações da QVT; 3. Alinhar a gestão organizacional para que ela esteja voltada para a integração entre produtividade e bem-estar; 4. A gestão do trabalho deve se orientar pelo exercício responsável da autonomia, cooperação e flexibilidade; 5. O planejamento das tarefas, os critérios de produtividade e a avaliação de desempenho devem estar em sintonia com a política da qualidade de vida no trabalho; 6. O suporte organizacional deve ser adequado às exigências do trabalho, as características do ambiente e as necessidades do trabalhador. Inclui-se aqui também, os trabalhadores com necessidades especiais; 7. Na educação corporativa, as políticas de desenvolvimento das competências tanto individuais quanto coletivas, devem ser compatíveis à concepção de qualidade do programa de QVT. Componentes de um programa de qualidade de vida no trabalho Como vimos, uma organização ao implantar um programa de QVT atingirá o colaborador em outras esferas da sua vida e não apenas na esfera do trabalho. É por isso que esse programa geralmente tem três componentes: Ajudar os funcionários a identificar quais são os riscos potenciais que podem prejudicar a sua saúde. Educar os funcionários a respeito de riscos de saúde, como pressão sanguínea elevada, fumo, bebida alcoólica em excesso, sedentarismo, obesidade, dieta pobre e estresse. Encorajar seus funcionários a mudar seus estilos de vida através de exercícios, boa alimentação e monitoramento da saúde. Diante do exposto, pode-se compreender a dimensão e o esforço que as organizações tem de empreender para tornar realidade um programa de qualidade de vida. E, para entendermos como implantar um programa de qualidade de vida, vamos realizar a leitura indicada. Leitura obrigatória Leia o artigo Etapas de Implantação de Programas de Qualidade de Vida e a Mudança de Comportamentos, disponível a seguir: http://www.fef.unicamp.br/fef/sites/uploads/deafa/qvaf/funcamp_cap7.pdf Para aprofundar ainda mais os seus conhecimentos sobre a qualidade de vida no trabalho, assista aos vídeos disponibilizados a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=qoxW13XryFM https://www.youtube.com/watch?v=uSsC9jwwNV4 Para finalizar o conteúdo teórico desta aula, acesse o material on-line e assista ao vídeo no qual a professora Neusa Pasetto traz mais informações sobre os programas de qualidade de vida. NA PRÁTICA Uma vez que já vimos a necessidade de trabalharmos a cultura, o clima organizacional, a valorização do capital humano e a importância de a organização estar preparada para uma gestão estratégica da equidade em que ela minimize as desigualdades, sugerimos a você que assista ao filme “A Fábrica de Sonhos”, disponível em vídeo locadoras e faça uma análise sobre os pontos acima apresentados e a realidade que se mostra nas organizações na atualidade. Em seguida, compare a sua análise do filme com o artigo disponível a seguir: http://www.administradores.com.br/producao-academica/kinky-boots-a- fabrica-de-sonhos-uma-aula-de-admnistracao/3446/ No vídeo disponível no material on-line, a professora Neusa retoma a história do peixinho vermelho e faz uma associação aos conhecimentos adquiridos durante os estudos da aula de hoje. SÍNTESE Vimos em nossa aula da disciplina de Psicologia e Comportamento Organizacional a diferença entre cultura e clima organizacional e entendemos os conceitos e as características de cada um destes temas. Verificamos a importância do tema sobre a diversidade e o quanto isso impacta no clima organizacional. Observamos que a tratativa da diversidade deve fazer parte da política institucional, sendo o estabelecimento da política organizacional uma tarefa do estratégico e a forma com que se lida com a diversidade dependerá da cultura estabelecida. Entendemos o conceito de capital humano e como as empresas podem valorizar o seu maior capital. Para finalizar, passamos a compreender os programas de qualidade de vida, pois atualmente os gestores, para obterem sucesso, necessitam valorizar temas desta natureza. Para as considerações finais da professora Neusa, assista ao vídeo disponível no material on-line. Aproveite para recapitular os temas abordados na aula de hoje. REFERÊNCIAS CARVALHO deAraújo CÂMARA, F. C. A. Gestão do conhecimento. São Paulo: Pearson, 2012. CHIAVENATO, I. Recursos Humanos. Edição compacta. São Paulo: Atlas, 1998. ________. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. CORRÊA, R. L. T. Cultura e diversidade. Curitiba: Intersaberes, 2012. DAVIS, K.; NEWSTROM, J.. Comportamento Humano no Trabalho: uma abordagem psicológica. Volume 1. São Paulo: Cengage Learning, 2010. MAYO, A. O valor humano da empresa; tradutora Julia Maria pereira Torres; revisão técnica Reinaldo O. da Silva – São Paulo: Prentice Hall, 2003.
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