Buscar

Arquitetura no Renascimento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
ARQUITETURA NO RENASCIMENTO
BOA VISTA-RR
MAIO/2014
 ÁGATHA DA SILVA SOUZA
ANA RAFAELA ALVES DE OLIVEIRA LIMA
HALISSON DA SILVA RODRIGUES
ITALO MALINOWSKI DE ARAGÃO
MARCELO SILVA DO NASCIMENTO
VALESKA MONIQUE CHAVES LEITE
YAGO BORICI NARDI
ARQUITETURA NO RENASCIMENTO
Trabalho científico apresentado à disciplina de CIV-33 Arquitetura e Urbanismo, para obtenção de nota do semestre vigente, sob a orientação da professora Karine Jussara.
BOA VISTA-RR
MAIO/2014
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Imagem Interna da Cúpula de Santa Maria del Fiore	11
Figura 2 - Imagem Externa da Cúpula de Santa Maria del Fiore	12
Figura 3 - Torre de Belém, construída em homenagem ao santo patrono de Lisboa.	14
Figura 4 - Mosteiro de Santa Maria de Belém (Jerónimos)	15
Figura 5 - Monastério de El Escorial – obra renascentista espanhola	15
Figura 6 - Brunelleschi: Hospital dos Expostos (Florença:1479)	16
Figura 7 - Claustro do Convento de Sto Antônio (Recife: séc. XVII)	16
Figura 8 - Palladio: S. Giorgio Maggiore (Veneza 1563)	17
Figura 9 - Catedral Basílica (Salvador 1604)	17
Figura 10 - Cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore (1418-1446)	18
Figura 11 - Hospital Degli Innocenti (1424-1445)	19
Figura 12 - Capela Pazzi (1429- 1460)	19
Figura 13 - Palácio Pitti (1458 - 1530)	19
1 INTRODUÇÃO
O termo Renascimento é frequentemente aplicado à civilização europeia que se desenvolveu entre os séculos XIV e XV, época das grandes navegações, um momento das grandes descobertas científicas e de um grande aprimoramento cultural.
Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica.
A invenção da bússola permitiu que os europeus fossem com seus navios para o mar, como consequência chegaram até a América. Com a criação de uma máquina que imprimia livros, surge a imprensa (xilogravura e calco gravura) que permite reprodução das obras além de divulgá-las e torna-las acessíveis para uma parte da população.
	O ideal do humanismo foi o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o renascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média. 
	Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas postas de tal forma que o observador possa envolver a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque. De acordo com Bruno Zevi, em seu livro Saber ver a arquitetura “Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (1989).
2 PERIODIZAÇÃO
	Renascimento ou Renascença são os termos usados para identificar o período da História da Europa aproximadamente entre fins do século XIV e início do século XVII. Os estudiosos, entretanto, não chegaram a uma concordância sobre essa cronologia, havendo variações consideráveis nas datas conforme o autor. Seja como for, esse período foi marcado por transformações em muitas áreas da vida humana, que assinalam o final da Idade Média e boa parte da Idade Moderna. Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais comumente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências.
Chamou-se "Renascimento" em detrimento da redescoberta e revalorização das referências culturais da antiguidade clássica, que nortearam as modificações deste período em direção a um ideal humanista e naturalista. O termo foi registrado pela primeira vez por Giorgio Vasari já no século XVI, mas a noção de Renascimento como hoje o entendemos surgiu a partir da publicação do livro de Jacob Burckhardt A cultura do Renascimento na Itália (1867), onde ele definia o período como uma época de "descoberta do mundo e do homem".
O Renascimento cultural manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e Siena, de onde se difundiu para o resto da península Itálica e depois para praticamente todos os países da Europa Ocidental, impulsionado pelo desenvolvimento da imprensa por Johannes Gutenberg. A Itália permaneceu sempre como o local onde o movimento apresentou maior expressão, porém manifestações renascentistas de grande importância também ocorreram na Inglaterra, Alemanha, Países Baixos, Portugal e Espanha. Alguns críticos, porém, consideram, por várias razões, que o termo "Renascimento" deve ficar circunscrito à cultura italiana desse período, e que a difusão europeia dos ideais clássicos italianos pertence com mais propriedade à esfera do Maneirismo. Além disso, estudos realizados nas últimas décadas têm revisado uma quantidade de opiniões historicamente consagradas a respeito deste período, considerando-as insubstanciais ou estereotipadas, e vendo o Renascimento como uma fase muito mais complexa, contraditória e imprevisível do que se supôs ao longo de gerações.
	A permanência de muitos vestígios da Roma antiga em solo italiano jamais deixou de influir na plástica edificatória local, seja na utilização de elementos estruturais ou materiais usados pelos romanos, seja mantendo viva a memória das formas clássicas. Mesmo assim, no Trecento o gótico continua a linha dominante e o classicismo só viria a emergir com força no século seguinte, em meio a um novo interesse pelas grandes realizações do passado. Esse interesse foi estimulado pela redescoberta de bibliografia clássica dada como perdida, como o De Architectura de Vitrúvio, encontrado na biblioteca do mosteiro de Monte Cassino em 1414 ou 1415. Nele o autor exaltava o círculo como forma perfeita, e elaborava sobre proporções ideais da edificação e da figura humana, e sobre simetria e relações da arquitetura com o homem. Suas ideias seriam então desenvolvidas por outros arquitetos, como o primeiro grande expoente do classicismo arquitetônico, Filippo Brunelleschi, que tirou sua inspiração também das ruínas que estudara em Roma. Foi o primeiro a usar modernamente as ordens arquitetônicas de maneira coerente, instaurando um novo sistema de proporções baseado na escala humana. Também se deve a ele o uso precursor da perspectiva para representação ilusionística do espaço tridimensional em um plano bidimensional, uma técnica que seria aprofundada enormemente nos séculos vindouros e definiria todo o estilo da arte futura, inaugurando uma fertilíssima associação entre a arte e a ciência. Leon Battista Alberti é outro arquiteto de grande importância, considerado um perfeito exemplo do "homem universal" renascentista, versátil em várias especialidades. Foi o autor do tratado De reaedificatoria, que se tornaria canônico. Outros arquitetos, artistas e filósofos acrescentaram à discussão, como Luca Pacioli em seu De Divina Proportione, Leonardo com seus desenhos de igrejas centradas e Francesco di Giorgio com o Trattato di architettura, ingegneria e arte militare.
Dentre as características mais notáveis da arquitetura renascentista está a retomada do modelo centralizado de templo, desenhado sobre uma cruz grega e coroado por uma cúpula, espelhando a popularização de conceitos da cosmologia neoplatônica e com a inspiração concomitante de edifícios-relíquias como o Panteão de Roma. O primeiro desse gênero a ser edificado na Renascença foi talvez San Sebastiano, em Mântua, obra deAlberti de 1460, mas deixado inconcluso. Este modelo tinha como base uma escala mais humana, abandonando o intenso verticalismo das igrejas góticas e tendo na cúpula o coroamento de uma composição que primava pela inteligibilidade. Especialmente no que toca à estrutura e técnicas construtivas da cúpula, grandes conquistas foram feitas no Renascimento. Das mais importantes são a cúpula octogonal da Catedral de Florença, de Brunelleschi, que não usou andaimes apoiados no solo ou concreto na construção, e a da Basílica de São Pedro, em Roma, de Michelangelo, já do século XVI.
No lado profano aristocratas como os Medici, os Strozzi, os Pazzi, asseguram seu status ordenando a construção de palácios de grande imponência e originalidade, como o Palácio Pitti (Brunelleschi), o Palazzo Medici Riccardi (Michelozzo), o Palazzo Rucellai (Alberti) e o Palazzo Strozzi (Maiano), todos transformando o mesmo modelo dos palácios medievais italianos, de corpo mais ou menos cúbico, pavimentos de alto pé-direito, estruturado em torno de um pátio interno, de fachada rústica e coroado por grande cornija, o que lhes confere um aspecto de solidez e invencibilidade. Formas mais puramente clássicas são exemplificadas na Vila Medici, de Giuliano da Sangallo. Variações interessantes deste modelo são encontradas em Veneza, dadas as características alagadas do terreno.
Depois da figura principal de Donato Bramante na Alta Renascença, trazendo o centro do interesse arquitetônico de Florença para Roma, e sendo o autor de um dos edifícios sacros mais modelares de sua geração, o Tempietto, encontramos o próprio Michelangelo, tido como o inventor da ordem colossal e por algum tempo arquiteto das obras da Basílica de São Pedro. Michelangelo, na visão dos seus próprios contemporâneos, foi o primeiro a desafiar as regras até então consagradas da arquitetura classicista, desenvolvendo um estilo pessoal, pois fora segundo Vasari o primeiro a abrir-se para a verdadeira liberdade criativa. Ele representa, então, o fim do "classicismo coletivo", bastante homogêneo em suas soluções, e o início de uma fase de individualização e multiplicação das linguagens arquitetônicas. Ele abriu caminho, pelo imenso prestígio que desfrutava entre os seus, para que a nova geração de criadores realizasse um sem-número de experimentações a partir do cânone clássico de arquitetura, tornando esta arte independente dos antigos - ainda que largamente devedora deles. Alguns dos mais notáveis nomes desta época foram Della Porta, Sansovino, Palladio, Fontana, Peruzzi e Vignola. Entre as modificações que esse grupo introduziu estavam a flexibilização da estrutura do frontispício e a anulação das hierarquias das ordens antigas, com grande liberdade para o emprego de soluções não ortodoxas e o desenvolvimento do gosto por um jogo puramente plástico com as formas, dando muito mais dinamismo aos espaços internos e às fachadas. De todos os derradeiros renascentistas Palladio foi o mais influente, e ainda hoje é o arquiteto mais estudado em todo o mundo. Foi criador de uma fértil escola, chamada Palladianismo, que perdurou, com altos e baixos, até o século XX.
3 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ARQUITETURA NO RENASCIMENTO
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização europeia que se desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do humanismo foi sem dúvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição consciente (o renascimento) do passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do Iníciom (Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade Média.
 Características gerais: 
• Racionalidade; 
• Dignidade do Ser Humano; 
• Rigor Científico; 
• Ideal Humanista; 
• Reutilização das artes greco-romana. 
3.1 ARQUITETURA
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque. 
“Já não é o edifício que possui o Iníciom, mas este que, aprendendo a lei simples do espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura). 
Principais características:
• Ordens Arquitetônicas; 
• Arcos de Volta-Perfeita; 
• Simplicidade na construção; 
• A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas; 
• Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas (funções militares).
3.2 PINTURA
Principais características: 
• Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os princípios da matemática e da geometria. 
• Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos. 
• Realismo: O artista do Renascimento não vê mais o Iníciom como simples observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada. 
• Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo. 
• Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se manifestações independentes. 
• Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo. 
3.3 ESCULTURA
Em meados do século XV, com a volta dos papas de Avinhão para Roma, esta adquire o seu prestígio. Protetores das artes, os papas deixam o palácio de Latrão e passam a residir no Vaticano. Ali, grandes escultores se revelam, o maior dos quais é Michelângelo, que domina toda a escultura italiana do século XVI. Algumas obras: Moisés, Davi (4,10m) e Pietá. Outro grande escultor desse período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria e esse fato acabou influenciando sua escultura. Obra destacada: Davi (1,26m) em bronze. 
Principais Características: 
• Buscavam representar o Iníciom tal como ele é na realidade; 
• Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade; 
• Profundidade e perspectiva; 
• Estudo do corpo e do caráter humano;
O Renascimento Italiano se espalha pela Europa, trazendo novos artistas que nacionalizaram as ideias italianas. São eles: 
• Dürer;
• Hans Holbein;
• Bosch;
• Bruegel.
4 HISTÓRIA DA ARQUITETURA RENASCENTISTA
A Arquitetura renascentista foi produzida durante o período do Renascimento europeu, ou seja, durante os séculos XIV, XV e XVI. Caracteriza-se por ser um momento de ruptura na História da Arquitetura em diversas esferas; nos meios de produção da arquitetura; na linguagem arquitetônica adotada e na sua teorização. Neste período do Renascimento os arquitetos começaram a ter novas atitudes em relação a sua arte, se tornando profissionais mais independentes e portadores de um estilo pessoal. 
Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei que o organiza de qualquer ponto em que se coloque.
A construção da cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore, em Florença, foi o marco inicial da arquitetura do Renascimento, feita por Filippo Brunelleschi. Esse episódio que vinha para mudar o perfil estilístico predominante no cenário arquitetônico florentino veio também para demonstrar a ruptura que o Renascimento viria a representar na própria forma de produzir a arquitetura, em que abriu caminhos para a redescoberta do Classicismocomo também para a promoção da tratadística. Leonardo Benevolo afirmou que Brunelleschi estabeleceu um novo método de trabalho ao separar o projetista do construtor.
	Vemos que Filippo Brunelleschi, no conjunto de sua obra, mesmo que desejasse seguir a canonização clássica, produzia ainda uma arquitetura não completamente comprometida com as regras clássicas, pelo fato de não ter o conhecimento profundo das normas clássicas, por esse motivo Brunelleschi manifestou-se de forma mais importante no campo do fazer arquitetônico do que no do estilo.
Entretanto, é ele quem inicia uma tradição de arquitetos que não mais está ligada às corporações de ofícios e cujos profissionais irão cada vez mais afirmar-se como intelectuais afastados da construção propriamente dita. Alguns críticos que analisam esse fenômeno sob a óptica marxista identificam, aí, o momento em que a futura burguesia tomou das classes populares o domínio dos meios de produção (que deixa de ser o poder de "construir" e passa a ser o poder de "desenhar"), possibilitando um processo de exploração do Proletariado pelo Capital que se tornou evidente após a Revolução Industrial.
Figura 1 - Imagem Interna da Cúpula de Santa Maria del Fiore
Figura 2 - Imagem Externa da Cúpula de Santa Maria del Fiore
Santa Maria del Fiore foi uma catedral executada em estilo tardo-românico cuja construção consumiu diversas gerações (foi iniciada por Arnolfo di Cambio em 1296 e interrompida com sua morte em 1302, retomada por Francesco Talenti em 1337 estendendo-se até as primeiras décadas do século XV. Quando da morte de Brunelleschi, em 1446, ainda não estava concluída). Não foi "projetada": seu desenho e sua execução ocorreram de forma paralela. Ainda que existisse um plano geral para sua forma e sua distribuição interna, os detalhes construtivos, segundo a prática construtiva medieval, foram sendo resolvidos à medida que eram feitos, no próprio local. Previa-se, portanto, a existência de uma cúpula sobre um determinado ponto da igreja, mas o projeto da cúpula não estava definido de antemão. Quando chegou o momento de erigi-la, os artesãos florentinos depararam-se com um vão de mais de quarenta metros, impossível de ser vencido através das técnicas construtivas tradicionais.
A solução encontrada foi promover uma espécie de concurso de ideias para a conclusão da cúpula, cujos ganhadores foram Brunelleschi e Lorenzo Ghiberti, em um projeto conjunto, isso ocorreu em 1418, quando a República de Florença já demonstrava claras intenções de manifestar seu poder econômico na arquitetura de sua cidade, funcionando a catedral, portanto, quase como um "cartão-de-visitas". Brunelleschi, na época, já era um artesão relativamente reconhecido e aceitou o desafio. Decidiu, porém, viajar até Roma ao invés de tentar solucionar o problema ali mesmo. Roma era naquele período o local, em todo o mundo, cujas ruínas da Antiguidade Clássica mais estavam visíveis, e quase que integradas à paisagem "natural". A principal fonte de inspiração para Brunelleschi revelou-se no Panteão daquela cidade: uma estrutura com um vão similar ao de Santa Maria del Fiore vencido com uma cúpula em arco pleno. Brunelleschi não só observou a solução construtiva existente no panteão como começou a estudar as relações estilísticas, proporcionais e formais entre os vários elementos que compunham aquele espaço. É efetivamente nesta atitude que o espírito do Renascimento começa a se manifestar: o indivíduo observa uma determinada realidade e através de um desejo, uma intenção, interfere naquela realidade buscando as soluções para os problemas de sua própria realidade. Brunelleschi ainda não tem consciência plena da teoria clássica por trás das obras da Antiguidade, mas reconhece nelas um modelo estilístico que por ele será usado para construir sua própria arquitetura.
Com o pensamento marxista Brunelleschi decidiu voltar a Florença para assim dar continuidade em sua escultura com forma de leão. Voltando a Florença, munido de uma experiência clássica inédita até então, Brunelleschi propôs uma solução para a cúpula, munido de toda a inventividade que caracterizava o Renascimento, baseando-se em suas pesquisas em Roma. Brunelleschi não se limita a "copiar" as soluções romanas, mas propôs uma totalmente nova: sua cúpula seria a primeira cúpula em estrutura octogonal da História da arquitetura. Tal foi o impacto da nova cúpula na cidade de Florença que a imagem da catedral passou a ser elemento fundamental na própria constituição da cultura da cidade, vindo à própria catedral a ser conhecida popularmente como Duomo.
Brunelleschi é um exemplo de artista renascentista, pois foi pintor, escultor e arquiteto. Além de dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser grande conhecedor da poesia de Dante. Foi como construtor, porém, que realizou seus mais importantes trabalhos, entre eles a cúpula da Catedral de Florença e a Capela Pazzi.
5 DIFUSÃO DA ARQUITETURA RENASCENTISTA
5.1 NA EUROPA
Caracterizado como um movimento praticamente restrito ao universo cultural italiano entre os séculos XIV e XVI, aproximadamente, período durante o qual, no restante da Europa, sobreviviam estilos arquitetônicos, em geral, ligados ao gótico ou ao tardo-românico.
No auge da arquitetura renascentista na Itália, a estética clássica começava a ser difundida em diversos países europeus devido a motivos diversos (como guerras, anexações de territórios, pelo fato de os artistas italianos viajarem pela Europa ou serem contratados por cortes diversas). 
Independente das razões, é certo que esta difusão fatalmente se daria já pela assimilação de certos ideais anticlássicos trazidos pelo maneirismo, estilo em voga naquele momento (início do século XVI). É um momento em que a tratadística clássica está plenamente desenvolvida, de forma que os arquitetos, de uma forma geral, possuem um bom domínio das regras compositivas clássicas e de sua canonização, o que lhes permite certa liberdade criativa. Esta leve liberdade de que gozam os artistas do período será naturalmente absorvida pela produção renascentista dos países fora do espectro cultural italiano. 
Contudo, existem estudiosos que não consideram o maneirismo como um movimento ligado ao Renascimento, mas sim um novo estilo e radicalmente contrário a este. Desta forma, a produção dita maneirista dos demais países europeus pode vir, eventualmente, a não ser considerada como uma arquitetura genuinamente renascentista. Em certo sentido é possível dizer, segundo tal ponto de vista, que tais países "pularam" diretamente de uma produção tipicamente medieval para uma arquitetura pós-renascentista (como na França).
Como as formas de difusão diferem de país para país, ainda que a arquitetura produzida por aqueles países neste momento seja efetivamente renascentista, existe um Renascimento diferente para cada região da Europa (pelo menos do ponto de vista arquitetônico). Será possível falar em um Renascimento francês, um Renascimento espanhol e um Renascimento flamenco, por exemplo.
Em Portugal, as formas clássicas difundiram-se apenas durante um breve período, sendo logo substituídas pela arquitetura manuelina, uma espécie de releitura dos estilos medievais e considerada por alguns como o efetivo representante do Renascimento neste país, ainda que prossiga uma estética distante do classicismo (insere-se, de fato, no Estilo gótico tardio).
Figura 3 - Torre de Belém, construída em homenagem ao santo patrono de Lisboa.
Figura 4 - Mosteiro de Santa Maria de Belém (Jerónimos)
Na Espanha, a arte do Renascimento foi muito mais religiosa do que nos demais países da Europa, fruto do espírito da Contrarreforma, e alcançou seu maior brilhantismo com a arquitetura austera de El Escorial, obra de Juan de Herrera y Gutiérrez de la Vega e com a obra de El Greco, que se caracteriza por figuras alongadas, de marcante espiritualidade, uma técnica livre e uma gama de cores e brilhos de origem veneziana.
Figura 5 - Monastério de El Escorial – obra renascentista espanholaNo norte da Europa, onde ficara famoso o esplendor da escola gótica flamenga, minuciosa e de ricos cromatismos graças ao emprego do óleo, destacaram-se o gravador e pintor alemão Albrecht Dürer, que conjugou o estilo clássico renascentista com o gótico germânico com grande habilidade, e o flamengo Pieter Brueghel o Velho, interessado na reprodução de cenas da vida cotidiana não isentas de ironia.
5.2 NO BRASIL
Esteticamente, os primeiros tempos foram marcados pela introdução de uma arquitetura tardo-renascentista, de grande regularidade, solidez e austeridade externa, mas que podia ser ricamente decorada nos interiores. No século XVI os jesuítas eram os líderes religiosos indisputados, uma arquitetura genuinamente clássica se estabeleceu já numa data bem remota. A arquitetura jesuítica no Brasil e em todo o mundo lusitano, inclusive na mãe-pátria, foi de estilo maneirista durante o período principal de sua atividade construtora, que começa em fins do século XVI e engloba o século XVII e início do XVIII.
Figura 6 - Brunelleschi: Hospital dos Expostos (Florença:1479)
Figura 7 - Claustro do Convento de Sto Antônio (Recife: séc. XVII)
Figura 8 - Palladio: S. Giorgio Maggiore (Veneza 1563)
Figura 9 - Catedral Basílica (Salvador 1604)
6 PRINCIPAIS OBRAS RENASCENTISTAS
6.1 FILIPPO BRUNELLESCHI 
Escultor e arquiteto renascentista florentino nascido e morto em Firenze, Itália, que iniciou a representação plana de objetos em três dimensões e tornou-se um dos mais importantes arquitetos da estética renascentista em Florença, juntamente com Masaccio, na pintura. Filho de um, Brunellesco Di Lippo, inicialmente trabalhou com o pai, mas abandonou a perspectiva das leis para se dedicar a arte da escultura. Ao perder um concurso com o painel O sacrifício de Abraão (1401), para a realização dos relevos em bronze da porta do batistério de Florença, dedicou-se a partir de então a arquitetura, onde se destacou como propagador dos princípios da perspectiva linear, que, embora conhecidos por gregos e romanos, ficaram esquecidos durante toda a Idade Média. Sua primeira e mais importante obra foi a construção da abóbada, a Duomo Chapel, da catedral de Santa Maria del Fiore, em Florença (1404-1420), que também lhe trouxe a definitiva consagração. Também conhecida como a cúpula do Duomo de Florença, seu criador concebeu uma perspectiva, um artifício geométrico que criava a ilusão de tridimensionalidade numa superfície plana e defendeu a técnica e seus princípios matemáticos em tratados. A sua técnica aderiram artistas como Paolo Uccello, autor daBatalha de São Romano, Sandro Botticelli, autor do Nascimento de Vênus), Leonardo da Vinci, autor da Mona Lisa, Michelangelo, autor de Davi, Moisés e Pietá, do teto e parede da Capela Sistina, no Vaticano e da cúpula da Basílica de São Pedro. Tornou-se um dos principais nomes do período Quattrocento (1400 a 1499) do Renascimento, um movimento artístico, científico e literário que floresceu na Europa no período correspondente entre à Baixa Idade Média e o início da Idade Moderna, do século XIII ao XVI, com o berço na Itália e tendo em Florença e Roma como seus dois centros mais importantes. Sua principal característica foi o surgimento da ilusão de profundidade nas obras e, cronologicamente, pode ser dividido em quatro períodos: Duocento (1200-1299), Trecento (1300-1399), Quattrocento (1400-1499) e Cinquecento (1500-1599). Outros trabalhos importantes seus, todos em Firenze, foram a sacristia de San Lorenzo (1418-1429), o pórtico do hospital Degli Innocenti (1424-1445), a Capela Pazzi na igreja de Santa Croce (1429-1441), a igreja doSanto Espírito (1434-1442) e a igreja de S. Maria degli Angeli (1434-1437). 
Figura 10 - Cúpula da Catedral de Santa Maria del Fiore (1418-1446)
Figura 11 - Hospital Degli Innocenti (1424-1445)
Figura 12 - Capela Pazzi (1429- 1460)
Figura 13 - Palácio Pitti (1458 - 1530)
7 CONCLUSÃO
A arquitetura renascentista representou, depois da modalidade românica, um momento de rompimento na história da arte arquitetônica, nos seus mais diversos aspectos, ou seja, nos recursos utilizados por esta esfera no campo da criação; nos seus meios de expressão e no seu corpo teórico.
	Os arquitetos, neste período, investem-se de uma autonomia cada vez maior, adotando um estilo individual. Eles são fortemente influenciados pelo Classicismo, particularmente pela criação arquitetônica desta época, respeitada como o padrão mais primoroso de todas as produções artísticas e até mesmo da existência humana. Assim, tudo que pertencia ao mundo antigos dos gregos e romanos era aproveitado na concepção arquitetônica renascentista – a busca da beleza mais perfeita, a disposição ordenada dos elementos de um prédio, a tradução da esfera das ideias nas linhas dos edifícios, os arcos de volta-perfeita, a influência da composição formal da Natureza, vista como modelo de perfeição, a singeleza das obras, a forte presença dos aspectos humanistas, a utilização sistemática da perspectiva, entre outros elementos.
	As principais edificações deste período são igrejas, residências construídas no perímetro externo da cidade, fortalezas que assumiam um papel bélico, entre outras. O arquiteto mais conhecido desta época é Brunelleschi, que ao mesmo tempo atuava nos campos da pintura, da escultura e da arquitetura. Além disso, também conhecia bem a Matemática e a Geometria, e era um especialista na compreensão da produção poética de Dante Alighieri. Entre suas obras principais estão a cúpula da Catedral de Florença e a Capela Pazzi.
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Arquitetura do Renascimento. Disponível em: <http://renascimento-pj.blogspot.com.br/2011/04/arquitetura-do-renascimento.html>. Acesso em: 08 de maio de 2014.
Arquitetura do Renascimento. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_do_Renascimento. Acesso em 12 de Maio, 2014.
Arquitetura Renascentista. Disponível em: http://www.infoescola.com/artes/arquitetura-renascentista/. Acesso em 11 de Maio, 2014.
CARBONE, Erick; Cavalcanti, Filipe. História e Teoria da Arquitetura. 2008
Felippo Brunelleschi. Disponível em: http://www.dec.ufcg.edu.br/biografias/FilippoB.htm . Acesso em 12 de Maio, 2014.
Principais Características. Disponível em: http://historiasartesefilosofias.blogspot.com.br/2012/06/principais-caracteristicas-da.html. Acesso em 11 de Maio, 2014.
ZEVI, Bruno. Saber Ver a Arquitetura: São Paulo, Ed. Poseidon, 1989.

Outros materiais