Buscar

Sistemas de pastejo

Prévia do material em texto

SISTEMAS DE PASTEJO
Objetivos do manejo de pastagens
 Maximizar o lucro do produtor (buscando a
eficiência na produção);
 Evitar riscos e estresses desnecessários aos
animais (fornecer conforto ao animal);
 Manter o equilíbrio do ecossistema (alta
produtividade no longo prazo).
Fatores do manejo de pastagens
 Produção e qualidade dos pastos;
 Métodos de pastejo;
 Consumo animal;
 Suplementação;
 Pressão de pastejo;
 Ganho/animal x ganho/área;
 Equilíbrio entre demanda e suprimento de 
alimentos
Métodos de pastejo
 Lotação contínua
 Lotação rotativa
Pastejo em faixas 
Creep grazing
Pastejo diferido
SISTEMAS DE PASTEJO  Formas de utilizar a 
pastagem com animais
Pastejo contínuo  pastejo realizado simultaneamente em 
toda a área da pastagem
 com lotação fixa
 com lotação variável
Vantagens:
 Economia de investimentos em cercas
 Economia de mão-de-obra
Desvantagens:
Seletividade: consumo das plantas mais apetecíveis; em
conseqüência a qualidade é baixa nas plantas não consumidas
 Pisoteio
 O animal pode consumir uma mesma planta várias vezes
Manter a pastagem numa condição de ótima taxa de 
crescimento em pastejo contínuo implica:
 Manter IAF menor que o ideal para máximo
crescimento mas que minimize as perdas por
senescência e propicie o máximo consumo
 Manter disponibilidade de forragem além do que o
animal pode consumir por dia  consumo de no
máximo 50% do comprimento das folhas.
Consumo superior implica em diminuir o IAF, reduzindo
a fotossíntese total e a produção líquida de forragem.
TIPOS DE PASTEJO CONTÍNUO:
 Com lotação fixa Mesmo número de animais o ano inteiro
 Com lotação variável  Aumenta-se o número de animais por hectare
quando existe uma maior oferta de forragem verde, e diminui-se quando
diminui a oferta de forragem verde.
Com lotação fixa
Com lotação variável
Pastejo rotativo  É caracterizado pela mudança
periódica e frequente dos animais de um piquete para
outro. A área de pastagem é dividida em um número
variável de potreiros (divisões ou parcelas).
 Os animais passam de um potreiro a outro de acordo com a
disponibilidade de forragem  A mudança de potreiro é
determinada pela quantidade de forragem existente.
 A permanência dos animais em cada potreiro é de um a
vários dias, de acordo com o número de potreiros e a época do
ano.
 A capacidade fotossintética da pastagem pós desfolha
depende da quantidade de área foliar residual e da capacidade
fotossintética das folhas remanescentes.
Pastejo rotativo  o IAF residual tem uma baixa capacidade
fotossintética  rebrote inicialmente lento até que suficiente
número de novas folhas tenha se expandido e passem a
contribuir substancialmente na fotossíntese da cultura.
A intensidade de desfolha determina o tempo necessário para 
recompor a máxima taxa de intercepção e por conseqüência a 
máxima taxa de crescimento.
Mas também determina a taxa de senescência.

Desfolha severa maior tempo para máxima senescência
Desfolha leve senescência alta devido a presença de folhas de 
mais idade não removidas
TIPOS DE PASTEJO ROTATIVO:
 com lotação fixa
 com período de descanso variável
 com período de pastejo fixo
 com período de pastejo variável
 com um grupo de animais
 com mais de um grupo (desponte e rapadores)
CONCEITOS BÁSICOS DO PASTEJO ROTATIVO:
Ciclo de pastejo (CP)  Tempo entre o começo de período de
pastejo e o seguinte, ou seja, o tempo de ocupação mais o tempo de
repouso.
(CP = TO+TR)
Tempo de ocupação (TO)  período de tempo em que uma área é
pastejada pelos animais.
Número de potreiros (N)  Uma vez conhecidos, ou estabelecidos o
TR e o TO se determina N, segundo a relação: TR = TO (N-1).
Tempo de repouso (TR)  tempo que transcorre desde a saída dos
animais de uma área o retorno dos animais a mesma. Pode ser fixo
ou variável.
 CP= TO+TR
Vantagens da lotação contínua
 Menor investimento em infra-estrutura;
 Maior capacidade de “auto-correção” do ecossistema
 Aceita mais erros;
 Menor requerimento de mão-de-obra para o manejo.
Vantagens da lotação rotativa
Melhor acompanhamento da condição da
pastagem e do animal (mais fácil de enxergar
possíveis erros);
Distribuição mais uniforme dos excrementos;
Permite pastejo com mais de um grupo de
animais;
 Permite uma colheita do excesso de forragem
com melhor qualidade para conservação.
Uso da lotação rotativa intensiva
Condições climáticas
 Precipitação (ou irrigação);
 Luminosidade (radiação solar);
 Temperatura.
Adubação (principalmente N)
Dose TPF
Massa de forragem
(kg MS/ha)
(kg N/ha x ano) (kg MS/ha x dia) 25 dias 50 dias
100 40 2000 4000
400 110 4000 6000
TPF = taxa de produção de forragem. Fonte: simulação do autor
 Adubar logo após a saída dos animais;
 Irrigar após a adubação, quando feita em solo úmido;
 Ver a necessidade de escalonar a adubação.
Requisitos para o uso da lotação rotativa
intensiva
Uso da lotação rotativa intensiva
Espécie forrageira
 Elevada taxa de produção de forragem (kg MS/ha x 
dia);
 Resposta à adubação e/ou à irrigação;
 Elevada qualidade;
 Tolerância a pastejos freqüentes;
 Elevado vigor de rebrotação;
 Facilidade de estabelecimento e propagação;
COMPONENTES DE SISTEMAS DE PASTEJO
LOTAÇÃO ou CARGA ANIMAL= número de animais por área. (Sem
relação com a disponibilidade de forragem).
PRESSÃO DE PASTEJO= carga animal por unidade forragem
disponível (Mott, 1960)
“kg de matéria seca por 100 kg de peso vivo por dia”, em geral
expresso em termos de porcentagem do peso vivo animal
(%PV/dia).
Numa lotação fixa a PP pode variar:
 Em função da variação no peso dos animais;
 Em função de mudanças na taxa de crescimento da pastagem.
16%
8%
12%
CAPACIDADE DE SUPORTE = expressa a lotação permitida na PP
ótima (Mott, 1960); animais-dia/ha
FREQÜÊNCIA DE DESFOLHAÇÃO = mesmo num sistema de pastejo
contínuo, a freqüência com que uma planta individual é
pastejada depende da PP. Mas, num pastejo rotativo esta
freqüência pode ser “regulada” pela intermitência do pastejo
(período de descanso).
Efeito do sistema de pastejo no rendimento animal em
pastagem nativa adubada. EEA/UFRGS, 1985-1989.
Sistema
de pastejo
Lotação Ganho/animal Ganho/ha
PP 6% PP 8% PP 6% PP 8% PP 6% PP 8%
Nov/ha Kg/animal Kg/ha
Contínuo 3,15 3,12 55 84 173 263
Rot 721 3,38 3,15 67 64 226 202
Rot 735 3,31 2,90 59 81 195 236
Efeito do nível de oferta de forragem sobre o desempenho de
novilhos em campo nativo na Depressão Central do RS.
(adaptado de Maraschin et al., 1997)
Pastejo alternado  forma mais simples do pastejo rotativo.
Consiste em utilizar, alternadamente, dois potreiros, por tempos
variáveis, dependendo da época do ano e da disponibilidade de
forragem em cada um.
TO e TR podem ser estabelecidos por parâmetros práticos
determinados pelo criador. A sazonalidade da oferta de forragem
poderá ser usada estrategicamente para estabelecer um TR
adequado.
Pastejo rotacionado em faixas (“ Strip grazing”)
O pastejo é feito em faixas mediante deslocamento de uma cerca
elétrica de uma a duas vezes ao dia.
Desta forma a maior parte da forragem disponível é consumida,
dando pouca opção ao animal para selecionar, reduzindo o
desperdício e uniformizando a distribuição dos excrementos.
Os animais ficam confinados na faixa de pastejo mediante a
utilização de um fio eletrificado na frente e outro na parte posterior,
evitando que retornem à faixa já pastejada. Sistema intensivo que
se justifica em situações especiais envolvendopoucos animais e
áreas pequenas (tambos, por exemplo).
Creep-Grazing (pastejo preferencial)  Consiste em permitir
que os animais jovens (terneiros, cordeiros, etc.) pastoreiem áreas que
não estão ao alcance de sua mães.
Evita a competição e oferece às crias uma forragem de melhor
qualidade.
Pastejo limitado (limit grazing)  Sistema em que os animais
permanecem algumas horas por dia em uma pastagem de alta qualidade,
após retornam a outra área onde permanecem o restante do tempo.
Frequentemente utilizado em bancos de proteína compostos de espécies
tropicais (Ex.: estilosantes, calopogônio, soja perene, leucena e Kudzu.
Pastejo mecânico (“mechanical grazing”)  Sistema de
exploração da pastagem mediante corte da forragem que é utilizada
para alimentação dos animais em outro local.
 Também inclui as formas mecanizadas de corte para produção de
silagem e feno.
Suplementação do pasto
Manter o rebanho na época de escassez de 
forragem
Imprimir ganhos moderados a elevados na época 
escassez
Atender às exigências de animais de mais alta 
produção
Elevar a capacidade de suporte da pastagem
Equilibrar a demanda e oferta de alimento (auxiliar 
no manejo do pasto)
Fornecer medicamentos
Fornecer vitaminas e aditivos
Pastejo Horário
 Melhor aproveitamento das pastagens
 Menores perdas de forragens
 Ganhos de peso de acordo com a 
qualidade da forragem
 O tamanho dos piquetes depende do 
número de animais definidos em função 
da oferta de forragem, do período de 
ocupação e da área total disponível para o 
sistema.

Continue navegando