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Seminário I Licenciatura em ciências da engenharia aeroespacial Paulo Vasconcelos Figueiredo Motores Térmicos 1. Introdução aos motores térmicos ➢ Motor – “Designa-se por motor o equipamento que se destina a transformar qualquer tipo de energia em energia mecânica. Quando a energia fornecida ao motor é energia térmica, o motor designa-se como motor térmico” Fig.1 - Motor V8 – Ferrari 4.5L ➢ A energia provém de vários tipos, na esmagadora maioria provém da combustão de um combustível sólido, líquido (o mais habitual e/ou gasoso). 2. Classificação dos Motores térmicos 1. Aqueles para os quais o trabalho é produzido pelo gás resultante da combustão (motores de explosão, diesel e as turbinas a gás). 1. Os motores são conhecidos como motores de combustão interna (designação ambígua) 2. Aqueles para os quais a combustão ocorre no mesmo órgão onde se produz o trabalho (motores de explosão, motores a Diesel – Ocorre de forma intermitente) “principal” 2. Aqueles em que não é esse o caso (motores com êmbolos alternativos, as turbinas a vapor e os motores stirling). 1. Aqueles para os quais a combustão e a produção de trabalho ocorrem em órgãos diferentes 2. (turbinas a gás – Ocorre de forma continua) Fig.2 - Turbina a vapor Alternativos Rotativos Alternativos Explosão (gasolina) Diesel 4 tempos 2 tempos Motor Wankel Turbina de gas c.a. Máquina de vapor Turbina de vapor Turbina de gas de ciclo fechado Motores térmicos Combustão interna Combustão externa ➢ 3. Classificação de motores segundo “Heywood” (várias formas de classificar) i. Aplicação ii. Estrutura básica iii. Tipo de ciclo iv. Tipo de localização de válvulas e/ou janelas v. Combustível vi. Tipo de preparação de mistura vii. Tipo de ignição viii. Desenho da camara de combustão ix. Controlo da carga x. Tipo de arrefecimento ➢ Para esta unidade curricular optou-se por tipo de ignição (2 grandes grupos) i. Motores de explosão ii. Motores diesel Os motores a Diesel são muitas vezes designados por motores de ignição por compressão (a combustão inicia-se devido às condições ambientes criadas com a compressão do gás. ▪ Existem outro tipo de motores de ignição (conhecidos por dual-fuel) ➢ São considerados outros critérios de classificação inseridos nesta unidade curricular nomeadamente: a. Tipo de ciclo ( com a combustão a volume constante, pressão constante ou ciclo misto) b. Separação e sequencialidade das fases do ciclo ou simultaneidade de algumas fases (motores a quatro ou dois tempos) c. Pressão de alimentação (motores atmosféricos ou sobrealimentados) Gama do campo de aplicação de motores • Motores de modelismo – populares no aeromodelismo, pesam menos de 100g e desenvolvem menos de 0.1 kW • Motores marítimos – Pesos superiores a 1900 toneladas e potências superiores a 45000 kW com altura de 14metros • Nos motores a explosão verifica-se que os campos de aplicação limitam-se àqueles nos quais a leveza, compatibilidade e baixo custo de aquisição são primordiais. Se estas exigências forem muito fortes e se as questões de economia e de emissão de poluentes não forem relevantes, estes motores poderão ser a 2 tempos caso contrário serão a 4 tempos. • As versões sobrealimentadas têm um mercado muito limitado e destinam-se a aplicações muito específicas. • A excepção são os grandes motores a gás. Fig.3 – Motor turbofan 4. Elementos constituintes de um motor Fig.4 – Componentes - Esquema 4.1) Êmbolo O êmbolo de um motor alternativo é uma parte do cilindro que se move para baixo e para cima dentro do cilindro de aço. O êmbolo age como uma parede móvel dentro da câmara de combustão. Conforme o pistão se move para baixo no cilindro, ele aspira a mistura de ar/combustível. À medida em que ele se move para cima, comprime a carga, ocorre a ignição e os gases em expansão forçam o êmbolo para baixo. essa força é transmitida para o eixo de manivelas através da biela. No golpe de retorno, o êmbolo força os gases de escape para fora do cilindro. Fig.5 – Êmbolo • O êmbolo é a parede móvel da camara de combustão que permite a conversão da energia térmica em energia mecânica (tem a forma de um cilindro oco), podem ser em alumínio (leveza), ligas de aço ou ferro fundido (quando as velocidades lineares do êmbolo são baixas e a facilidade de manutenção é importante). • Por vezes (motores de grande dimensão) o êmbolo é constituído na parte superior e na parte inferior de materiais diferentes. • O topo define, juntamente com a cabeça do motor a forma da camara de combustão. 4.2) Cilindro, Bloco, cabeça do motor A cabeça do cilindro é formada pela camisa do cilindro, a qual está fixa ao bloco (em motores pequenos a camisa pode não existir, sendo o próprio bloco a definir a parede do cilindro). O bloco é geralmente em ferro fundido ou em liga de alumínio (quando é necessário menos peso). O bloco tem funções estruturais importantes, estando sujeito a esforços muito elevados. A dissipação de calor faz-se através do bloco. Nos motores arrefecidos a ar, o bloco é alhetado. Nos motores arrefecidos a líquido (solução aquosa – Caso mais geral) o bloco tem canais e câmaras desse líquido. A camara de combustão tem a forma cilíndrica de base circular, sendo uma das bases móveis. Fig.6 – Êmbolo + sistema Fig.7 – Bloco Fig.8 – Câmara de combustão Cilindros A parte do motor na qual a potência é desenvolvida, é chamada de cilindro. O cilindro provê a câmara de combustão onde ocorrem a queima e a expansão de gases, e aloja o pistão/êmbolo e a biela. Existem quatro fatores principais que precisam ser considerados no projeto e construção do conjunto de um cilindro. São eles: 1) O cilindro tem que ser suficientemente forte para resistir às pressões internas, desenvolvidas durante a operação do motor. 2) Tem que ser construído de um metal leve para diminuir o peso do motor. 3) Tem que possuir boas propriedades de condução de calor, para um arrefecimento eficiente. 4) Tem que ser comparativamente fácil e barato quanto à fabricação, inspeção e manutenção. A cabeça é produzida unitariamente para cada cilindro nos motores refrigerados a ar, ou é fundida "em bloco" (todas as cabeças em um bloco) para motores refrigerados a líquido. A cabeça de cilindro de um motor refrigerado a ar é geralmente feita de liga de alumínio, porque essa liga constitui um bom condutor de calor, e seu baixo peso reduz o peso total do motor. O seu nome provém da forma que possui, aproximadamente cilíndrica. Nos motores de combustão interna é no cilindro que se desenvolve a deflagração do combustível, que é a origem da força mecânica que possibilita o deslocamento do veículo. Devido a ter que suportar ao longo da sua vida útil as deflagrações constantes de combustível e as altas temperaturas a que estas se desencadeiam, o cilindro é realizado num metal preparado para suportar estas condições extremas de funcionamento. O número de cilindros pode ir desde um único, como em algumas motorizadas e motosserras, até doze ou mesmo dezasseis cilindros em automóveis. Os cilindros atingem temperaturas na ordem dos 300°C pelo que se torna indispensável um adequado sistema de arrefecimento. Em motores arrefecidos a ar cada cilindro encontra-se normalmente separado dos restantes e possui umas alhetas de refrigeração, enquanto nos cilindros existentes num bloco motor, o líquido de arrefecimento é o refrigerante mais utilizado circulando em passagens à volta destes de forma a absorver parte do calor produzido. Em alguns motores o cilindro é constituído por uma "camisa" que nada mais é que um tubo cilíndrico colocado no bloco do motor. 4.3) Carter • O Cárter é a parte inferior do motor,e nada mais é que um recipiente metálico onde fica acumulado o óleo lubrificante. • A sua função é manter um certo nível de óleo de modo a garantir a lubrificação do motor. • Com o carro desligado, o óleo que circulou pelo motor escorre por gravidade até o Cárter onde fica acumulado para a próxima vez em quem o motor for ligado. Esse reservatório ajuda também a resfriar o óleo. O volume do Cárter varia de acordo com cada motor e veículo, acumulando normalmente algo como quatro litros de óleo em seu interior. Para verificarmos se o nível está correto utilizamos uma vareta que fica parcialmente imersa no lubrificante Fig.11 – Carter Fig.12 – Carter 4.4) Chumaceira principal ➢ Em um motor de combustão interna , os rolamentos principais são os rolamentos no qual a cambota gira, normalmente liso ou mancais. ➢ Todos os motores têm um mínimo de dois rolamentos principais, um em cada extremidade do cambota, podendo ter até mais que o número de pinos de manivela . O número de rolamentos principal é um compromisso entre o custo extra tamanho e estabilidade de um número maior de rolamentos e à maior compactidade e peso leve de um número menor. Ambos têm vantagens em termos de desempenho, como e mais estável da cambota menor irá produzir melhor equilíbrio do motor . Fig.13 – Chumaceira Principal 4.5) Rolamentos de cilindros ➢ Os Rolamentos de cilindros são utilizados em aplicações como correias transportadoras, que devem suportar grandes cargas radiais. ➢ Nestes rolamentos, o elemento deslizante é um cilindro, de forma que o contacto entre a pista interna e a externa não é um ponto, mas uma linha. Isso distribui a carga sobre uma área maior, permitindo que o rolamento suporte muito mais carga do que um rolamento de esferas. Entretanto, este tipo de rolamento não é projectado para aguentar uma grande carga axial. ➢ Uma variação deste tipo de rolamento, chamada de rolamento de agulha, usa cilindros de diâmetro muito pequeno. Isso permite que o rolamento se ajuste a lugares muito apertados Fig.14 – Rolamentos/mancal de rolos 4.6) Rolamentos de esferas ➢ Num rolamento de esferas, a carga é transmitida da pista externa para a esfera e da esfera para a pista interna. ➢ Sendo uma esfera, o único contacto com as pistas interna e externa é um ponto muito pequeno, o que propicia uma rotação muito suave. ➢ Porém, isto também significa que não existe muita área de contacto que suporte a carga, de modo que se o rolamento sofrer sobrecarga, as esferas podem se deformar ou ser esmagadas, destruindo o rolamento. Fig.15 – Rolamentos de esferas 4.7) Bronzes ➢ A Bronzina é um tipo de mancal, também designada por capa, bucha ou casquilho, é utilizado para reduzir o atrito e servir de apoio e guia para peças giratórias, deslizantes ou oscilantes de um conjunto mecânico (por exemplo um motor), sejam estas eixos ou rodas sobre eixos, como cambotas, bielas e comandos de válvulas, permitindo-lhes o movimento com um mínimo de atrito. ➢ Geralmente são formadas por duas carcaças de aço, de forma semicirculares iguais para facilitar a montagem, porém, também fabricadas de forma anelar (bucha), revestido interiormente de metal macio (antifricção), com propriedades para reduzir o atrito. ➢ O revestimento interior da carcaça de aço em questão é o bronze, de onde se origina o nome (“bronzina”), que pode ser composto por varias ligas metálicas, como por exemplo: cobre-chumbo, cobre-estanho e ainda, em alguns casos, é usado o metal branco e estanho-alumínio. 4.8) Pino de manivela ➢ Num motor de monocilindro, o pino da manivela é montado no volante; Em uma locomotiva a vapor os pinos da manivela geralmente são montados directamente sobre as rodas motrizes. ➢ Num multi-cilindro do motor, um pino de manivela pode servir um ou vários cilindros, por exemplo: ➢ Num motor V cada manivela serve geralmente de dois cilindros, um em cada banco de cilindros. ➢ Num motor radial de cada pino de manivela serve uma linha inteira de cilindros. Segmentos e bielas • A parede lateral do êmbolo (saia) assegura o guiamento do êmbolo no seu movimento alternativo no interior do cilindro. Para realizar esse guiamento mas mantendo a estanquicidade da câmara de combustão (que não é perfeita) e ainda promover a lubrificação do cilindro a saia contem dois a quatro segmentos ou aros. Estes são anéis metálicos, abertos que se encontram nas caixas de segmentos. Cada segmento tem a sua função, sendo as duas principais a estanquicidade da câmara de combustão (segmentos superiores) e o espalhar e recolher do óleo na camisa (segmentos inferiores). Fig.16 – Segmentos ➢ Uma biela é toda peça de uma máquina que serve para transmitir ou transformar o movimento rectilíneo alternativo em circular contínuo. Um exemplo de biela no interior de um motor de automóvel é a peça que liga o êmbolo à cambota ➢ A cabeça (a parte mais larga) é apertada à cambota por meio de parafusos e a extremidade oposta é trancada pela cavilha do êmbolo, no interior da sua saia. Enquanto esta extremidade se desloca para cima e para baixo (solidária com o movimento do pistão), a cabeça descreve um movimento circular. ➢ Não tem, portanto, qualquer mecanismo de atenuação do esticão do pistão aquando da explosão ou combustão, pelo que o movimento brusco seria transmitido directamente da cambota para o eixo com esta, por sua vez, sofrendo as consequências da explosão - vibrações. Esta função é assegurada pelos moentes de apoio da cambota e pelo volante do motor. Fig.17 – Bielas ➢ No interior do êmbolo articula-se a biela, ligada a êmbolo pelo cavilhão. Este normalmente é de aço, e é oco. O cavilhão pode estar solidário com o êmbolo, com o pé da biela, ou ser flutuante (livre no pé da biela e no êmbolo). A Biela é constituída por pé (que abraça o cavilhão), a haste e a cabeça (que abraça o moente da manivela). ➢ O pé da biela é inteiriço, mas a cabeça está dividida por um plano diametral para permitira a sua montagem no moente da manivela (com excepção de alguns casos em que a chumaceira é de rolamentos). ➢ A biela é geralmente é feita em aço forjado, em aço-cromio-níquel ou aço-molibdémio- vanádio (para maiores solicitações). Fig. 18 Êmbolo de motor pequeno Diesel a) Conjunto cavilhão-embolo-segmentos Êmbolo de motor Diesel locomotiva b) perfis típicos de segmentos (10 de compressão e restantes de óleo Tipos de bielas 1. Bielas planas 2. Biela de forquilha 3. Biela mãe e articulada 1. Bielas planas As bielas são usadas nos motores opostos e em linha. a extremidade ligada ao moente é encaixada com um mancal com capa ou em fenda. Os mancais com capa são presos através de parafusos. Para manter o balanceamento e a folga apropriados, as bielas devem sempre ser reinstaladas no mesmo cilindro e na mesma posição rotativa 2. Biela de Forquilha A biela tipo forquilha e pá, é um conjunto usado inicialmente nos motores tipo em "V". A biela bifurcada é dividida no terminal do pivô para prover espaço para a fixação da lâmina entre os pino. Um mancal simples bi-partido é usado na extremidade do braço de manivela. Fig.19 – Biela Fig.22 – Motor radial Fig.23 4.11) Cambota (árvore de manivelas), volante motor • A cambota (eixo de manivelas) é constituída pela associação de diversas manivelas (cada moente e respectivos dois braços forma uma manivela), separada pelos apoios (um entre cada um ou dois moentes), e pelos contrapesos de equilibragem (que geralmente estão integrados nos braços dos moentes). • É um dos elementos mais caros num motor. Está sujeita a enormes esforços cíclicos, nomeadamente torção e de flexão. O material normalmente utilizado é de aço forjado,ou aço- cromo-níquel ou aço-cromo-molibdénio-vanádio. É constituída apenas por uma peça. Em motores Diesel de grandes dimensões pode ser formada por diversas peças separadas, uma para cada cilindro ou par de cilindro. • A cambota ou veio de manivelas é a componente do motor para onde é transferida a força da explosão ou combustão do carburante por meio da cabeça da biela (formando um mecanismo biela-manivela (mecanismo), que, por sua vez, se liga com o êmbolo), transformando a expansão de gás em energia mecânica. • Na extremidade anterior da cambota encontra-se uma roldana responsável por fazer girar vários dispositivos como por exemplo, bomba da direcção hidráulica, bomba do ar condicionado, bomba de água. • Na outra extremidade encontra-se o volante do motor, que liga à caixa de velocidades — cuja força-motriz será transmitida ou não, consoante a pressão da embraiagem. Fig.22 – Cambota Tipos de cambotas Balanced cambota - Uma árvore de manivelas com reforços estendida para dar forma a contrabalançar ou agir como um amortecedor de vibrações. Cranckshaft Built-up - cambota que não é forjada ou fundida como uma peça, mas é feita de várias partes. Cambota externamente equilibrada - cambota que exige peso de equilíbrio externo, geralmente no amortecedor da vibração do volante, para o equilíbrio 4.12) Árvore de Cames ➢ A árvore de cames, também chamada árvore de comando de válvulas, veio de excêntricos, veio de ressaltos ou eixo comando de válvulas, é um mecanismo destinado a regular a abertura das válvulas num motor de combustão interna. ➢ Consiste num veio cilíndrico no qual estão fixados um conjunto de peças ovaladas, chamadas cames, excêntricos ou ressaltos, uma por válvula a controlar. Este veio tem um conjunto de apoios que asseguram a sua estabilidade durante o movimento rotativo a que é sujeito. Fig.23 – Árvore de Cames Fig.24 – Árvore de cames 4.13) Válvulas ➢ A válvula de um motor de combustão interna é um dispositivo que visa permitir ou bloquear a entrada ou a saída de gases dos cilindros do motor. ➢ O topo da haste está em contacto mecânico com um impulsor que, accionado pelo excêntrico da árvore de cames, provoca a sua abertura e a consequente entrada ou saída dos gases do motor. ➢ Uma mola assegura que a válvula regressa à sua posição de fecho mal deixe de haver pressão mecânica para a sua abertura. Em alguns motores este regresso da válvula à sua posição de repouso sobre o assento, também chamado "sede", da válvula é conseguido por comandos pneumáticos e não mecânicos Válvulas e sistema de accionamento • As aberturas que dão entrada e saída aos gases, são fechadas pelas válvulas ou pelo próprio êmbolo. • São constituídas por cabeça (plana, na maioria dos casos) e pela haste (perpendicular à cabeça). A cabeça assegura o fecho da passagem do gás, a haste assegura o guiamento da válvula. A temperatura de trabalho das válvulas de escape podem ser superiores a 750ºC • As válvulas de admissão feitas de ligas de aço com níquel ou cromo-níquel. • As válvulas de escape são de ligas de aço com elevadas percentagens de crómio, níquel e tungsténio. São geralmente ocas e cheias de sódio. • As válvulas são actuadas por excêntricos, que comandam todo o movimento da válvula. • A abertura faz-se contra a força de uma ou duas molas, a qual força depois o fecho. A abertura faz-se contra a força de uma ou duas molas, a qual força depois o fecho. Em alguns casos a abertura e o fecho ou apenas o fecho, são comandados por sistemas hidráulicos, pneumáticos ou por sistemas mecânicos. • Os diversos excêntricos encontram-se reunidos em um ou mais veio de excêntricos (árvore de cames). Este é comandado pela cambota. Nos motores a 4 tempos a velocidade de rotação do veio de excêntricos é metade da de a cambota, a nos a dois tempos é igual. Os excêntricos podem actuar nas válvulas directamente ou por meio de balanceiros, ou hastes e balanceiros Válvulas de admissão e de escape ➢ As válvulas têm a missão de permitir a entrada a saída dos gases no cilindro nos momentos adequados de cada fase, fechando hermeticamente os condutores de acesso e evacuação da câmara de combustão durante o tempo restante do ciclo. Devido ao seu funcionamento, estão submetidas a grandes exigências térmicas e mecânicas. ➢ O calor intenso, a corrosão e a oxidação são as causas lógicas do desgaste das válvulas e os efeitos são totalmente nocivos na performance do motor. Guias das válvulas ➢ As guias das válvulas são encarregues de conduzir o movimento alternativo da válvula e assegurar a centralização da cabeça da mesma, com respeito à sede no momento do fecho, a fim de conseguir uma correcta estanqueidade na câmara de combustão. ➢ Este componente do motor pode ser fabricado por fundição de ferro ligado ou de ligas de cobre (latão). Ambos os materiais possuem propriedades específicas que permitem reduzir o coeficiente de fricção, com capacidade Auto lubrificante e resistência ao desgaste, adequada para cada aplicação. ➢ Actualmente as guias de fundição aplicam-se em motores diesel de média e grande potência, embora as ligas de cobre limitam o uso quase exclusivamente a motores gasolina e diesel de automóveis. Fig.25 – Guia das válvulas Sede das válvulas ➢ A sede da válvula em conjunto com a válvula constituinte é o par mecânico pelo qual se consegue a estanqueidade da câmara de combustão. A sede deve possuir resistência no desgaste e a oxidação/corrosão a altas temperaturas, apesar de possuir uma boa condutividade térmica (entre os 75% e os 90% do calor absorvido por uma válvula de escape que se evacua através da sede). ➢ Geralmente são fabricadas da fundição de ferro ou aço, ambos ligados com crómio, níquel e molibdénio para aumentar a resistência ao desgaste e à corrosão em quente. Podem ter um tratamento térmico de endurecimento a fim de melhorar as propriedades de resistência no desgaste. ➢ Existem também sedes produzidas em ligas à base de níquel e cobalto para aplicações onde a temperatura e o desgaste são extremos, como no caso de motores que funcionam a gás. Fig.26 – Sede das válvulas Mola das válvulas ➢ Cada válvula é fechada por meio de duas ou três molas helicoidais. Se apenas uma mola fosse utilizada, haveria vibração ou oscilação em determinadas velocidades. Para eliminar essa dificuldade, duas ou mais molas (uma dentro da outra) são instaladas em cada válvula. Cada mola irá vibrar em diferentes velocidades do motor, resultando num rápido amortecimento das vibrações e oscilações durante o funcionamento. ➢ Duas ou mais molas também reduzem o perigo de enfraquecimento e possível falha por fractura, devido ao aquecimento e fadiga do material. ➢ As molas são mantidas no lugar por meio de travas bipartidas, instaladas no rebaixo do batente superior da mola da válvula ou arruela, e engraza num entalhe usinado na haste da válvula. As funções das molas são fechar as válvulas e prendê-las seguramente em suas sedes Haste da válvula ➢ As hastes impulsoras de forma tubular transmitem a força de levantamento do tucho para o balancim. ➢ Uma esfera de aço endurecido é pressionada sobre ou para dentro de cada extremidade do tubo. Uma esfera encaixa-se no balancim. Em alguns exemplos, as esferas estão nos “tuchos” e balancins c os soquetes estão na haste impulsora. A forma tubular é empregada devido à sua leveza c resistência. Ela permite que o óleo sob pressão de lubrificação do motor passe através da haste oca e extremidades esféricas, com furo para lubrificar os terminais esféricos, rolamento do balancim e guia da haste de válvula. A haste impulsora está revestida por um envelope que se estende do cárter à cabeça do cilindro. Fig.27 – Válvulas Fig.29 Fig.28 4.14) Condutas de admissão ou de escape • Ogás é encaminhado para o cilindro na conduta (ou colector) de admissão e é encaminhado para o exterior da conduta (ou colector) de escape. As condutas são sujeitas a esforços elevador, mas as de escape funcionam a temperatura bastante elevadas. As condutas de admissão são em geral de ferro fundido ou alumínio, e as de escape em ferro fundido Fig.30 – Conduta de admissão/escape 4.15) Equipamentos periféricos 1. Sistema de alimentação 2. Sistema de combustível 3. Sistema de ignição 4. Sistema de lubrificação 5. Sistema de refrigeração. 1. Sistemas de alimentação Alimentação a ar Filtro de ar e condutas de admissão, nos motores sobrealimentados a jusante do filtro de ar encontra-se o compressor(s) e a jusante encontra-se o arrefecedor do ar de admissão, designado por after-cooler (ou intercooler). 2. Alimentação de combustível Nos sistemas a Diesel estas estão separadas, nos sistemas de explosão estão parcialmente associadas. Depósito de combustível, filtros e tubagens. (em casos mais simples devido à gravidade, no caso mais geral bombas de combustível). Nos motores a Diesel, as bombas de combustível controlam a quantidade de combustível a injectar, o momento de o fazer e a taxa de injecção 3. Sistemas de ignição Injector – trabalha em condições muito adversas • Os injectores podem ser individuais para cada cilindro ou um injector pode alimentar diversos cilindros. Na injecção directa o combustível é injectado na conduta de combustível estão associadas. Assim encontram-se motores alimentados por carburadores e por injectores. • Os carburadores são órgãos que se destinam a introduzir uma quantidade bem precisa (que varia conforma as situações de funcionamento do motor) de combustível na corrente de admissão, a promover a vaporização do combustível e a sua mistura com o ar e ainda a controlar a quantidade de mistura ar/combustível que é admitida para o motor. • Nos motores de explosão, se a injecção for directa, o sistema é idêntico ao motor Diesel, noutros casos após a bomba de combustível, a alimentação de ar e de combustível estão associadas. Assim encontram- se motores alimentados por carburadores e por injectores. • Os carburadores são órgãos que se destinam a introduzir uma quantidade bem precisa (que varia conforma as situações de funcionamento do motor) de combustível na corrente de admissão, a promover a vaporização do combustível e a sua mistura com o ar e ainda a controlar a quantidade de mistura ar/combustível que é admitida para o motor. Fig.31 – Injectores Vela de ignição Nos motores de explosão é necessário um sistema que inflame a mistura de ar/combustível no instante apropriado. O sistema mais utilizado é o sistema de ignição por faísca eléctrica. No momento preciso é criada uma diferença de potencial muito elevada (5000 a 15000 V) entre dois eléctrodos no interior do cilindro. Estes eléctrodos constituem a vela de ignição. Fig.32 – Vela de ignição Fig.33 – Vela Fig.34 – Vela de ignição 4. Sistemas de lubrificação ➢ É de grande importância qualquer que seja o tipo de motor térmico. ➢ É composto por: Reservatório de óleo (normalmente o Carter) Bomba de óleo Filtro ➢ Permutador de calor (para arrefecimento do óleo) ➢ Sistema de condutas internas do motor ➢ Todos os motores térmicos, mesmo os chamados adiabáticos, necessitam de escoar energia térmica libertada na combustão. (Excepto os casos especiais, motores marítimos, fluviais e lacustres). Fig.35 – Sistema de lubrificação 5. Sistemas de refrigeração. ➢ O sistema de transmissão de calor entre o ar e as paredes do motor é muito reduzido, assim como a área dessas paredes também o é. Desta forma é necessário aumentar a área de transferência de calor para o ar recorrendo a alhetas. Por outro lado é necessário que o ar circule com velocidade elevada junto as alhetas. De forma geral é necessário a circulação do ar forçada por um ventilador. As principais excepções são os motores muito pequenos ou muito grandes (motor de mota/motorizada) motor de avião (em contado directo com o escoamento exterior) ➢ O arrefecimento a água induz mais complexibilidade que o arrefecimento por ar. Contudo a água possibilita maiores coeficientes de transferência de calor e principalmente um controlo muito mais eficaz do arrefecimento do motor, A transferencia de calor da água para o ar é então feita num órgão à parte (radiador) o qual pode ser dimensionado convenientemente sem as restrições associadas às dimensões do motor. ➢ O sistema é constituído por: • Radiador, tubagens exteriores ao motor e pelas passagens e camaras de água internas do motor. Na maioria dos casos existem ainda bombas de água (noutros casos sifão térmico), ventilador do radiador, comando termostático do ventilador, etc. Fig.35 – Sistema de refrigeração 6.) Sobrealimentação Ideias básicas • A potência desenvolvida por um motor é em termos gerais, proporcional à energia libertada na combustão. Por sua vez é proporcional à massa de combustível que é possível queimar em condições convenientes. • Para uma determinada velocidade de rotação, a potência é proporcional à quantidade de ar admitida no cilindro • O ar pode ser admitido dentro do cilindro por aspiração (motores atmosféricos) a admissão do ar realiza-se sempre com perdas. • Existe outro modo de fazer a admissão, impulsionando o ar para dentro do cilindro por compressão prévia. A massa de ar admitida no cilindro é então mais elevada que no caso dos motores atmosféricos, a massa total de ar disponível para a combustão é mais elevada e o motor pode utilizar mais combustível, debitando uma potencia superior, estes motores são chamados de sobrealimentados. Objectivo da sobrealimentação: obter uma elevada relação potencia/peso e/ou potencia/volume. Aumento de rendimento. A potencia diminui com a altitude devido à diminuição da massa específica do ar, a sobrealimentação destina-se a compensar essa perda Problemas/desvantagens: ➢ Maior complexibilidade do motor (manutenção e exploração) ➢ Maior peso ➢ Maiores esforços internos ➢ Elevadas cargas térmicas ➢ Nos motores de explosão existe ainda a desvantagem relativa à ocorrência de detonação. • Após a compressão o ar é arrefecido. A massa específica do ar aumenta ainda mais e a carga térmica do motor é aliviada (benéfico para controlo de detonação. Os permutadores de calor para o arrefecimento do ar de admissão após a compressão denominam-se geralmente de after coolers. A designação de inter- cooler é também muito utilizada mas em rigor devia de ser utilizada para os permutadores que são utilizados no arrefecimento intermédio na compressão por andares Motores Térmicos Fig.36 - Compressor Roots Fig. 38/39 - Compressor de alhetas Fig.37 - Compressor de parafuso Os dois modos de compressão do ar são: 1. Compressor mecânico a. Acionamento pelo próprio motor (regra) b. Utilizando os gases de escape (exceção) 2. Compressão por ondas de pressão a) Os compressores acionados pelo próprio motor são normalmente compressores volumétricos. O trabalho de sobrealimentação é retirado ao motor, e o seu valor aumenta rapidamente com a razão de sobrealimentação (a utilização destes compressores está limitada a baixas pressões de sobrealimentação). Fig. 40 – Compressor comprex e pequeno compressor radial Aproveitamento: 2. Compressão por ondas de pressão Compressor comprex b. Turbo compressor Os turbo compressores são a solução quase universal. Os gases de escape alimental uma ou mais turbinas de tipo axial (nos grande motores) e do tipo radial (nos pequenos motores), que por sua vez alimentam um ou mais compressores do tipo radial. Fig.41 – Motor de explosão sobrealimentadoFig.42 - Turbocompressor Motores Térmicos Motores de combustão interna • 1.1. Motores Alternativos • 1.2. Motores Rotativos • 1.3. Motores Axiais 1.1. Motores Alternativos Motor Alternativo de Explosão: ➢Ciclo OTTO o Motores alimentados por gasolina, álcool ou gás; o A ignição é provocada pela faísca da vela de ignição; o O combustível é introduzido na corrente de ar que flui da admissão; o Os motores de Ciclo de OTTO tem operação realizada em 4 ou 2 tempos. Ciclo OTTO 4 tempos: Admissão o O embolo desloca-se do PMS para o PMI; o Válvula de admissão abre; o A mistura de ar e combustível é aspirada para o interior do cilindro do motor. Compressão o O embolo desloca-se do PMI para o PMS; o Válvula de admissão fecha; o Quando o embolo se aproxima do PMS o sistema de ignição dispara a faísca na vela de ignição. Explosão/Expansão o O embolo desloca-se do PMS para o PMI; o Combustão da mistura de ar e combustível; o Transformação de energia química em energia mecânica e térmica; o Quando o embolo se aproxima do PMI a válvula de escape abre. Descarga o O embolo desloca-se do PMI para o PMS; o Válvula de escape encontra-se aberta; o Os gases formados no processo de combustão são varridos para o meio ambiente. Ciclo OTTO 4 tempos: Ciclo OTTO 2 tempos: Compressão o O embolo desloca-se do PMI para o PMS; o A mistura de ar, combustível e óleo lubrificante é comprimida no cilindro; o Admissão de mistura para o cárter através da janela de admissão. Explosão/Expansão o É accionada a faísca da vela provocando a combustão da mistura; o O embolo desloca-se do PMS para o PMI; o Quando o embolo se encontra próximo do PMI existe a admissão para o cilindro a mistura vinda do cárter através do canal de admissão e a saída dos gases de combustão; Ciclo OTTO 2 tempos: 1.1. Motores Alternativos Motor Alternativo de Compressão/Motor Diesel: ➢Ciclo Diesel o Motores alimentados por óleo diesel ou óleos vegetais; o A ignição é provocada por auto-ignição do combustível injectado; o O combustível é injectado através da bomba injectora para seio da massa de ar comprimida no cilindro. Ciclo Diesel 4 tempos: Admissão o O embolo desloca-se do PMS para o PMI; o Válvula de admissão abre; o O ar é aspirada para o interior do cilindro do motor. Compressão o O embolo desloca-se do PMI para o PMS; o Válvula de admissão fecha; o O ar existente no cilindro é comprimido até uma temperatura superior à temperatura de auto-ignição do combustível usado; o Quando o embolo se aproxima do PMS o sistema de injecção injecta combustível para o cilindro. Explosão/Expansão o O embolo desloca-se do PMS para o PMI; o Combustão da mistura de ar e combustível; o Transformação de energia química em energia mecânica e térmica; o Quando o embolo se aproxima do PMI a válvula de escape abre. Descarga o O embolo desloca-se do PMI para o PMS; o Válvula de escape encontra-se aberta; o Os gases formados no processo de combustão são varridos para o meio ambiente. Ciclo Diesel 4 tempos: 1.1. Motores Rotativos Motor Rotativo de Explosão: ➢Ciclo Motor Rotativo o Motores alimentados por gasolina, álcool ou gás; o A ignição é provocada pela faísca da vela de ignição; o O combustível é introduzido na corrente de ar que flui da admissão; o Os motores de Ciclo Rotativo tem operação realizada em 4 tempos; o Cada face do rotor repete os 4 tempos em cada volta. o Cada tempo tem duração de ¼ de volta. Ciclo Motor Rotativo 4 tempos: Admissão o A face do rotor encontra-se na zona de admissão; o A mistura de ar e combustível é aspirada para o interior do motor através da janela de admissão. Compressão o A face do rotor encontra-se na zona de compressão; o A mistura de combustível e ar é comprimida. Explosão/Expansão o A face do rotor encontra-se na zona de combustão; o Accionamento de uma faísca na vela de ignição. Descarga o A face do rotor encontra-se na zona de descarga; o Os gases formados no processo de combustão são varridos para o meio ambiente através da janela de escape. Ciclo Motor Rotativo 4 tempos: Ciclo Motor Rotativo 4 tempos: 1.3. Motores Axiais ➢ Motores TurboProp ➢ Motores TurboFan ➢ Motores TurboJet ➢ Motores RamJet ➢Motor Axial TurboProp o Motor subsónico para aeronaves que operam a velocidades na ordem dos 400 a 600 km/h, a propulsão é realizada 90% pela hélice e 10% pelo jacto de escape; o Temos 4 fases: admissão, compressão, combustão e escape. o Todas as fases do motor são feitas de forma continua; Motor Axial TurboProp Exemplo de aplicação de Motor Axial TurboProp Bombardier Dash 8-Q402 equipado com dois motores Tuboprop Pratt & Whitney 150 ➢Motor Axial TurboFan o Motor subsónico para aeronaves que operam a velocidades na ordem dos 700 a 1000 km/h, a propulsão é realizada cerca de 60% pela hélice de admissão e 40% pelo jacto de combustão; o Temos 4 fases: admissão, compressão, combustão e escape. o Todas as fases do motor são feitas de forma continua; Motor Axial TurboFan Exemplo de aplicação de Motor Axial TurboFan Airbus 380-841 equipado com quatro motores TuboFan Rolls-Royce Trent 900 ➢Motor Axial TurboJet o Motor supersónico para aeronaves que operam a velocidades na ordem de Mach 1.0 a Mach 3.0, a propulsão é realizada pelo jacto de combustão; o Temos 4 fases: admissão, compressão, combustão e escape. o Todas as fases do motor são feitas de forma continua; Motor Axial TurboJet Exemplo de aplicação de Motor Axial TurboJet Lockheed SR-71 Blackbird equipado com dois motores Tubojet Pratt & Whitney J58 ➢Motor Axial RamJet o Motor supersónico para aeronaves que operam a velocidades superiores a Mach 3.0, a propulsão é realizada apenas pelo jacto de combustão; o Temos apenas 3 fases: admissão, combustão e escape. o Todas as fases do motor são feitas de forma continua; Motor Axial RamJet Exemplo de aplicação de Motor Axial RamJet Lançamento da missão Herschel-Planck no Ariane 5-ECA às 13:12 UT, 14 Maio de 2009 Aplicação dos diferentes tipos de propulsão na Aeronáutica: ➢ Motores Alternativos: ➢ Baixo curso, baixas altitudes, baixas velocidades; ➢ Motores Axiais TurboProp: ➢ Médio curso, médias altitudes, velocidades médias; ➢ Motores Axiais TurboFan: ➢ Grande curso, grandes altitudes, grandes velocidades subsónicas; ➢ Motores Axiais TurboJet: ➢ Máquinas de guerra, vigilância e segurança, grandes altitudes, velocidades supersónicas; ➢ Motores Axiais RamJet: ➢ Veículos espaciais, necessidade de sair da atmosfera terrestre, grandes velocidades supersónicas; ➢ Misseis, baixo custo de construção, grande consumo de combustível, baixo tempo de missão. Capítulo 1 – Introdução 1.1 - Princípio da propulsão foguete 1.2 – Tipos de motores foguete 5 1.3 – Aplicações 1.4 – Conceitos fundamentais 1.4.1 – Tração 1.4.2 – Velocidade de escape 1.4.3 – Energia e eficiência 1.5 – O motor foguete ideal 1.6 – Relações termodinâmicas 1.7 – Escoamento isentrópico através de bocais 1.8 – Configurações de bocais 1.9 – Bocais reais Propulsão – acto de alterar o movimento de um corpo. Os mecanismos de propulsão providenciam uma força que move corpos que 7 estão inicialmente em repouso, alteram a sua velocidade ou vencem as forças de resistência quando um corpo se move num meio. Propulsão a jacto – meio de locomoção em que a força de reacção é transmitida a um corpo pelo momento de matéria ejectada. 8 Propulsão foguete – classe de propulsão a jacto em que a tracção é fornecida pela ejecção de matéria armazenada, chamada propelante.Propulsão de ducto – classe de propulsão a jacto que utiliza o meio circundante como fluido de trabalho, ao qual é adicionado algum combustível (inclui turbojactos e ramjets). A fonte de energia principal é a energia química, apesar de podermos ter energia solar e nuclear. Fontes de energia e combustíveis para vários conceitos de propulsão Comparação de várias características de um motor químico comum e de dois sistemas de propulsão de ducto Propulsão por foguete químico A energia de uma reacção química de um combustível e de um oxidante a pressão elevada permite a subida da temperatura a valores elevados (2500°C a 4100°C). Os gases são posteriormente expandidos num bocal e acelerados a velocidades elevadas (1800 a 4300 m/s) Classificação dos foguetes de acordo com a fase do combustível 13 Motores foguete a propelante líquido – utilizam combustível líquido que é alimentado à câmara de propulsão a partir de tanques a pressão elevada. Diagrama esquemático de um motor foguete a combustível líquido (bi- propelante) com alimentação por gás pressurizado. No caso da mistura de dois componentes (bipropelante), teremos um oxidante líquido (ex: oxigénio) e um combustível líquido (ex: querosene). Para um só componente (mono-propelante), teremos um só líquido que já contém o combustível e o comburente Exemplo de um motor foguete a combustível líquido (bipropelante) com alimentação por turbo-bomba e gerador de gases separado para accionamento da turbina. Motores foguete a combustível gasoso Utilizam gases a pressão elevada, tais como ar, azoto ou hélio como fluido de trabalho ou propelante. O aquecimento do gás com recurso a eletricidade ou combustão em alguns mono-propelantes aumenta o desempenho (chama-se motor foguete por gás quente). Sistemas de propulsão com propelantes híbridos utilizam propelantes líquidos e sólidos. Um foguete de ducto combina os princípios dos motores foguete e dos ramjets. Têm tracção específica superior ao foguete químico quando em operação dentro da atmosfera terrestre. A propulsão por motor foguete também pode ter fonte nuclear, dividindo-se nesse caso em três tipos principais: Reactor de fissão (utiliza calor da fissão de urânio, o qual é transferido para o fluido de trabalho – usualmente hidrogénio) Decaimento de isótopos radioactivos (a radiação libertada pelo material é transformada em calor, o qual é transferido para o fluido de trabalho – usualmente hidrogénio) Reactor de fusão (sem protótipo até à data) No caso da propulsão eléctrica, a fonte de electricidade (nuclear, colectores solares ou baterias) estão fisicamente separados do mecanismo que produz a tracção. Existem três tipos principais: • Propulsão foguete electrotérmica • Propulsão foguete electrostática ou motor a iões • Propulsão foguete electromagnética ou motor a magnetoplasma As aplicações da propulsão foguete são variadas e incluem lançadores espaciais, satélites (propulsão primária e alguma secundária), mísseis militares, motores auxiliares para descolagem de aviões de porta-aviões, ejecção de cápsulas de escape, sinais de alarme, torpedos e mísseis submarinos, lançamento de linhas salva-vidas para navios, etc...
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