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Degradação dos Triglicerídeos e Ácidos Graxos 1

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Bioquímica II – Segundo Bloco 
 
DEGRADAÇÃO DOS TRIGLICERÍDEOS E ÁCIDOS 
GRAXOS 
 A degradação dos triglicerídeos que estão armazenados é realmente necessária em condição 
de abstinência alimentar, ou seja, em períodos em que não estamos nos alimentando e 
precisamos de energia que seja acrescida a energia gerada a partir da glicólise. 
 Na condição de jejum, então, começamos a degradar os ácidos graxos e triglicerídeos do 
tecido adiposo para poder fornecer energia para os tecidos, além daquela fornecida pela 
glicólise. 
 Os tecidos que geralmente iniciam o a degradação dos ácidos graxos são, principalmente, o 
fígado e o músculo, porque eles vão utilizar energia desses ácidos graxos convertido em glicose 
para poder disponibilizá-la para eles e para os demais tecidos do corpo. 
A mobilização dos triacilgliceróis ocorre no tecido adiposo e acontece a 
partir da quebra da ligação dos ácidos graxos do glicerol. Lembrando que 
a molécula de triacilglicerol é formada por 3 cadeias de ácidos graxos 
ligadas a uma molécula de glicerol. Nesse processo de degradação, essas 
3 cadeias de ácidos graxos se desligam da molécula de glicerol. Esse 
processo de degradação dos triacilgliceróis para formação de ácidos 
graxos e glicerol é chamado de Lipólise. 
 
MOBILIZAÇÃO DOS 
TRIACILGLICERÓIS 
 A partir da lipólise, os ácidos graxos 
são liberados e saem na corrente sanguínea. 
 Na corrente sanguínea, eles são 
captados por outros tecidos que vão utilizar 
ele como fonte de energia, através de uma 
via de oxidação chama de β-oxidação de 
ácidos graxos. 
 Essa β-oxidação de ácidos graxos 
acontece nas mitocôndrias e o objetivo 
dessa via é gerar ATP através da oxidação 
desses ácidos graxos. 
 A quantidade de ATP proveniente 
dessa β-oxidação, geralmente é muito 
superior à energia gerada a partir da 
oxidação de glicose (depois vamos entender 
melhor o porquê). 
 
 
Ivan
Realce
 Bioquímica II – Segundo Bloco 
 
 O miócito no esquema cliva os ácidos graxos que foram liberados pelo tecido adiposo. 
 
Mas como funciona esse mecanismo de liberação desses ácidos graxos? 
Continue acompanhando o esquema... 
 Começa com uma ação hormonal pela epinefrina ou glucagon, porque são os hormônios que 
estão em alta em estado de jejum. 
 Esse hormônio se liga ao seu receptor, que está acoplado a proteína G. Com isso, há a ativação da 
adenilatociclase. Essa adenilatociclase tem como substrato o ATP e ao clivar essa molécula, há a 
formação do AMPc. 
 O AMPc quando em grandes quantidades, ativa a atividade quinase da PKA, que agora fica ativa 
para desempenhar suas funções. 
 Essa PKA (proteína quinase A), fosforila uma lipase chamada de lipase hormônio sensível. Essa 
lipase quando fosforilada é ativa e é ela que vai iniciar o processo de retirada do primeiro ácido 
graxo da cadeia do triacilglicerol. 
 Depois disso, outras lipases específicas vão agir nas moléculas de monoacilglicerol e diacilglicerol. 
Elas terminam, então, de retirar os demais ácidos graxos da cadeia. 
 A ação da lipase hormônio sensível é regulada hormonalmente (depende de todo um mecanismo 
de ativação dos receptores a partir da ação de hormônios). 
 As demais lipases não são controladas hormonalmente. Porém, para que a lipólise possa ocorrer, 
ela depende de uma ação hormonal (lipase hormônio sensível tem que ficar ativa). 
 A ativação por fosforilação da lipase hormônio sensível constitui, então, um mecanismo de 
controle da degradação dos triglicerídeos. 
 Os ácidos graxos liberados serão captados por vários tecidos, principalmente o fígado, tecido 
adiposo, o coração, pulmão, músculo esquelético que vão utilizar uma maior demanda de ácidos 
graxos que estão livres no sangue para gerar energia pela β-oxidação. 
 
 
A OXIDAÇÃO DAS CADEIAS 
DE ÁCIDOS GRAXOS 
A oxidação de ácidos graxos envolve, 
primeiramente, a ativação deles na 
membrana mitocondrial externa. Ou seja, 
eles precisam sofrer essa ativação para que 
possam ser oxidados. 
Além disso, eles precisam ser transportados 
através membrana mitocondrial interna. 
Elesprecisam ser transportados porque quando são captados pelos tecidos da corrente sanguínea 
eles são internalizados no citosol. Mas eles precisam atravessa a membrana mitocondrial interna e 
chegar à matriz mitocondrial porque é onde ocorre a oxidação. Portanto, eles não são oxidados no 
citosol (lembrando que a somente a síntese ocorre no citosol). 
 
 
Ivan
Realce
Ivan
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Ivan
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Ivan
Realce
 Bioquímica II – Segundo Bloco 
 
Então as etapas da oxidação da cadeia longa de ácidos graxos são: 
1. São ativados na membrana mitocondrial externa; 
2. São transportados do citosol para as mitocondriais (mais especificamente, a matriz). 
3. São oxidados, de fato, na matriz mitocondrial. 
 
Exceções: Os ácidos graxos de cadeias pequenas e médias são ativados e oxidados na matriz 
mitocondrial. Por serem moléculas menores, não precisam de transportadores específicos, logo 
eles passam direto. Ácidos graxos de cadeias muito longas são parcialmente oxidados nos 
peroxissomos que possuem uma maquinaria que consegue fazer oxidação de ácidos graxos até um 
determinado tamanho da cadeia. Depois, eles liberam esses ácidos graxos, que vão terminar a sua 
oxidação nas mitocôndrias. 
 
A ativação dos ácidos graxos pela ação da acil-coasintetase 
associada à membrana externa mitocondrial (1° etapa) 
 Na ativação dos ácidos graxos, há um grande número de enzimas sintetases específicas para 
determinados tamanhos de cadeia e associadas na membrana externa da mitocôndria. Uma delas 
é a acil-CoA sintetase que catalisa, na verdade, a incorporação do ácido graxo a coenzima A. Essa 
incorporação vai acontecer, então, na membrana externa das mitocôndrias e vai resultar na 
ativação dos ácidos graxos. 
 Para que essa enzima possa catalisar a entrada da CoA à cadeia de ácido graxo, ela precisa da 
energia gerada da hidrólise do ATP para que a reação aconteça. Então há a hidrólise de uma 
molécula de ATP em AMP (adenosina monofosfato) e pirofosfato (PPi). Nessa reação, há a 
formação de uma ligação entre o ácido graxo e a coenzima A, formando o Acil-Coa. 
 
 
 
 
 
OBSERVAÇÃO: o PPi depois é hidrolisado a dois fosfatos inorgânicos pela ação das pirofosfatases. 
Desta forma o ácido graxo está ativado para que ele possa então entrar nas mitocôndrias e ser 
oxidado. 
 
 
Transporte de ácidos graxos para dentro das mitocôndrias via 
transportador de acil-carnitina 
(2° etapa) 
Constitui um mecanismo de internalização, ou seja, mecanismo que consegue transportar os 
ácidos graxos para dentro das mitocôndrias para que ele possa ser depois oxidado. Esse 
mecanismo é estritamente regulado (vamos entender depois como...). 
 O acil-CoA precisa passar para a matriz mitocondrial para que ele seja oxidado. Porém, a 
membrana interna por ser muito seletiva é muito impermeável a acil-CoA. 
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 Bioquímica II – Segundo Bloco 
 
 
 Porém, o acil-CoA pode ser introduzido na mitocôndria quando ligado à carnitina. 
 Existem duas enzimas importantes nesse mecanismo de internalização: a carnitina-
aciltransferase I e a II. Essas duas enzimas vão mediar o transporte do acetil para dentro das 
mitocôndrias, utilizando a molécula de carnitina. 
 A carnitina-aciltransferase I desloca a coenzima A que estava ligada ao acil e transfere esse acil 
para a carnitina, liberando a CoA no citosol. (1) 
 Logo, esse deslocamento vai permitir que a Carnitina (que agora está associada ao acil) possa 
atravessar um transportador específico para acil-carnitina e assim chegar a matriz (2) 
 Esse transportadorde acil-carnitina não deixa passar o acil ligado a CoA, por isso que é 
importante o deslocamento feito pela carnitina-aciltransferase I. 
 Quando a acil-carnitina chega a matriz, ela vai sofrer a ação de uma outra transferase, a 
carnitina-aciltransferase II que tem efeito oposto ao da carnitina-aciltransferase I. 
 Logo, essa carnitina-aciltransferase II vai deslocar a carnitina que antes estava associada ao acil e 
liga esse acil em uma CoA da matriz (3). 
 
OBSERVAÇÃO: Os rins e o fígado fornecem a carnitina para outros tecidos! 
 A carnitina é produzida pelos rins e pelo fígado. Ela é formada a partir de um intermediário 
chamado gama-butirobetaína. 
 Esse intermediário é formado pela proteólise de proteínas que tem resíduos de TML (trimetil 
lisinas). 
 Os músculos esqueléticos não produzem carnitina. Tanto ele quanto outros tecidos vão captar a 
carnitina liberada no sangue pelos rins e pelo fígado e vai utilizá-la no transporte para a beta-
oxidação dos ácidos graxos. 
 Os músculos esqueléticos não possuem a carnitina, entretanto ajudam na formação dela, pois 
eles produzem o seu intermediário, gama-butirobetaína, liberando-o na corrente sanguínea. Esse 
intermediário é depois captado tanto pelo fígado quanto pelos rins para que estes possam formar 
a carnitina. 
 O coração, principalmente, utiliza demais a carnitina, devido às suas grandes demandas de 
energia. 
 
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 Bioquímica II – Segundo Bloco 
 
Estágio da β-oxidação dos ácidos graxos - ciclo de lynen (3° 
etapa) 
A acil-CoA presente na matriz mitocondrial é oxidada por uma via denominada β-oxidação ou ciclo 
de Lynen. Essa via é formada por uma série cíclica de quatro reações, pelas quais, ao final do ciclo, 
é formado o acetil-CoA, a partir do Acil-CoA. 
 Esse acetil-CoA quando formado entra no ciclo de Krebs resulta na formação do NADH e FADH2. 
Lembrando que no ciclo de Krebs temos a redução dessas coenzimas que levam os elétrons 
aceptados para a cadeia de transporte de elétrons que, através da fosforilação oxidativa, vai 
resultar na geração de energia na forma de ATP. 
 
REAÇÕES DO CICLO DE LYNEN 
OBSERVAÇÃO:Não são as mesmas reações da ácido graxo sintase, mas de certa forma, são 
invertidas. 
1° Reação: Acil-CoA desidrogenase tem como substrato o Acil-CoA e ela atua na sua oxidação. 
Então, ao oxidar o seu substrato (Acil-CoA), ela reduz a sua coenzima que é o FAD. Observe que 
essa oxidação resulta em uma ligação dupla entre o carbono alfa e beta, formando como produto 
o Trans- Δ2-enoil- CoA. 
2° Reação: Trans- Δ2-enoil- CoA sofre uma hidratação pela enzima enoil-CoA hidratase que 
introduz uma molécula de água a cadeia, formando uma hidroxila (em rosa) na nova cadeia. 
3° Reação: A hidroxila do seu substrato (o L-hidroxiacil-CoA) é oxidada por uma desidrogenase que 
utiliza como coenzima o NAD, reduzindo-o. Essa reação forma o β-cetoacil-CoA. 
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 Bioquímica II – Segundo Bloco 
 
4° Reação: Aúltima reação é catalisada pela tiolase. Essa tiolase rompe a ligação entre os carbonos 
alfa e beta da cadeia e introduz uma CoA no carbono beta, formando um Acil-CoA e um Acetil-
CoA. 
 
OBSERVAÇÃO: Imagine agora o Acil-CoA como um palmitoil (cadeia de 16 carbonos). Para que ele 
possa ser degradado, esse ciclo precisa acontecer mais 7 vezes, pois a cada ciclo são liberados 2 
carbonos na forma de acetil-CoA. 
 
O resultado desse ciclo acontecendo no total 8 vezes, é portanto: 
 A formação de 8 moléculas de Acetil-CoA. 
 Degradação completa do palmitoil. 
 
Essa é, então, a via de βoxidação dos ácidos graxos. 
 
β-OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA LONGA 
Quando nós temos um ácido graxo muito grande, os peroxissomos vão funcionar de forma muito 
similar ao que acontece na βoxidação mitocondrial. Então, nessa organela acontece a pré-oxidação 
desses ácidos graxos de cadeia longa. 
OBSERVAÇÃO: Como as reações são muito semelhantes, volte ao esquema das reações do ciclo de 
Lynen para entender melhor. 
 A primeira reação, por exemplo, é semelhante a que acontece nas mitocôndrias, mas a reoxidação 
do FAD não vai acontecer na cadeia de transporte de elétrons (porque no peroxissomos não tem 
essas cadeias de transporte de elétrons). Quem oxida o FAD nos peroxissomos é uma oxidase, que 
capta o oxigênio molecular e forma peróxido de hidrogênio, que é uma molécula tóxica. 
 Mas como nos peroxissomos nós temos a catalase, essa enzima vai atuar na detoxificação desse 
peróxido de hidrogênio, formando água e oxigênio (que pode inclusive ser reutilizado na reação da 
oxidase). 
 No caso do NAD, que foi reduzido em uma das reações da βoxidação mitocondrial, ele será 
exportado para fora dos peroxissomos para ser reoxidado. Isso porque o peroxissomo não 
consegue reoxidar esse NAD. 
 As enzimas que participam da β-oxidação nos peroxissomos são Isoenzimas, ou seja, são 
semelhantes às enzimas que atuam na βoxidação mitocondrial. 
 Os peroxissomos atuam então na pré-oxidação de ácidos graxos, quanto estes possuem uma 
cadeia muito longa. Estes só conseguem ser oxidados até resultar em uma cadeia de 8 átomos de 
carbono. Depois disso, eles não serão mais oxidados, e então, serão liberados dos peroxissomos, 
entrarão nas mitocôndrias para que, por fim, possam ser oxidados completamente. 
 
β-OXIDAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA ÍMPAR 
 Quando ocorre uma βoxidação mitocondrial de ácidos graxos de cadeia ímpar, sobra um 
propionil-CoA no final. Imaginem que no final da βoxidação que vimos no ciclo de Lynen temos um 
ácido graxo de 5 átomos de “C”, sendo que 2 desses carbonos irão formar o acetil-CoA, e os outros 
3 átomos de carbonos são na verdade a cadeia do propionil-CoA que sobrou por ser ímpar. 
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 Bioquímica II – Segundo Bloco 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O propionil-CoA, na β-oxidação de ácido graxo ímpar de cadeia é levado a D-Metilmalonil-CoA pela 
propionil-CoA carboxilase, que introduz um carbono na molécula à custa da hidrólise e um ATP. 
 Depois nós teremos uma enzima, a racemase que vai alterar a conformação espacial da molécula, 
transforma o isômero D em isômero L. 
 Logo depois, temos a ação de uma mutase que vai mudar a posição da carboxila (COO-) para a 
ponta da cadeia, tornando essa cadeia linear, formando então o succinil-CoA. 
 Com isso, você tem o propionil-CoA (produto da β-oxidação de ácidos graxos de cadeia ímpar) 
transformado em succinil-CoA. 
 
Importante:Se está havendo a β oxidação, é porque estamos em estado de jejum. O Succinil-CoA 
que entra no Ciclo de Krebs para formar Oxaloacetato. Esse Oxaloacetato sai das mitocôndrias para 
formar fosfoenolpiruvato que, por fim, entra na via da gliconeogênse e, assim, gerar energia. 
 
β-OXIDAÇÃO DE 
ÁCIDOS GRAXOS 
COM CADEIAS 
INSATURADAS 
Nós também temos ácidos graxos 
de cadeia insaturada. O ciclo de 
Lynen está acontecendo 
normalmente (retirada das 
unidades de dois carbonos, 
formando acetil-CoA), até que ele 
se depara com uma Acil-CoA 
insaturada, que apresenta ligação 
dupla entre átomos de carbonos. 
Quando isso acontece, ainda pelo 
ciclo de Lynen, essa acil-coa 
insaturada será transformada em 
Enoil-CoA de duas formas: Se a 
dupla ligação for de número 
ímpar, forma-se uma Cis-Δ3-enoil-
CoA. Se for de número par, forma-
se uma Cis-Δ4-enoil-CoA. 
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 Bioquímica II – Segundo Bloco 
 
Dupla Ligação de número ímpar 
 Quando a dupla ligação for de número ímpar, existe uma isomerase, a enoil-CoAisomerase, que 
atua na Cis-Δ3-enoil-CoA, alterando a posição da dupla ligação e formando o Trans-Δ2-enoil-CoA. 
 Esse Trans-Δ2-enoil-CoA é substrato para a enzima seguinte na βoxidação, isto é, segue o baile do 
ciclo de Lynen. 
 
Dupla Ligação de número par 
 Já quando a dupla ligação for de número par, vão acontecer algumas etapas a mais para poder 
formar o mesmo intermediário e seguir na β oxidação. 
 Então, primeiro uma desidrogenase irá formar uma dupla ligação entre dois carbonos da cadeia 
(que agora possui duas duplas ligações) 
 Depois, irá sofrer a ação de uma redutase que vai reduzir o seu substrato, desfazendo as duas 
duplas ligações existentes e adicionando uma dupla ligação aonde esta não existia (entre o 
carbono 3 e o 4) 
 Agora, ela vai sofrer a ação de uma isomerase, que altera a posição dessa dupla ligação, formando 
o Trans-Δ2-enoil-CoA, que agora pode prosseguir na via de oxidação. 
 
OBSERVAÇÃO: a professora não quer que decoremos isso. O que precisamos saber é que na β-
oxidação de Ácidos Graxos com cadeias insaturadas (independente se ela é de número ímpar ou 
par) vai haver a formação de um intermediário que possibilita a continuidade do ciclo de Lynen, 
que é o Trans-Δ2-enoil-CoA. 
 
α-OXIDAÇÃO PEROXISSOMAL 
 É a oxidação de ácidos graxos ramificados, isto é, é a transformação desses ácidos graxos 
ramificados em ácidos graxos hidroxilados (um intermediário), para que estes possam aí sim, 
serem usados na β-oxidação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Bioquímica II – Segundo Bloco 
 
 Então, primeiro os ácidos graxos ramificados sofrem uma hidroxilação no carbono α. 
 Essa hidroxila sofre uma oxidação. 
 E depois há uma descarboxilação, formando um intermediário na posição α e β. 
 A formação desse intermediário possibilita, então, a entrada na β-oxidação. 
 
OBSERVAÇÃO: Considerações finais sobre a Lipólise: Não se sabe ainda em que momento começa 
a lipólise, isto é, se é em estado de jejum breve ou jejum tardio, mas se acredita que seja entre 
essas condições (nem tão breve e nem tão tardio). Porém é importante sabermos que temos 
primeiro a ativação da glicogenólise e da gliconeogênse, e um pouco mais adiante (ou no mesmo 
momento ou logo em seguida= não sabemos), há então a ativação da lipólise. 
Lembrando também... A lipólise vai ser ativada a partir da ação hormonal do glucagon. 
 
CETOGÊNSE 
A Cetogênese é a via de síntese dos corpos cetônicos. Essa via ocorre no fígado. Como ele realiza 
uma na β-oxidação muito intensa, se tem um aumento dos níveis de acetil-CoA (formados no final 
de cada ciclo de Lynen). Então, esse acetil-CoA começa a ser deslocado para a síntese desses 
corpos cetônicos. 
 Os corpos cetônicos são combustíveis alternativos à glicose, em uma condição de jejum 
propriamente dito a jejum prolongado. 
 Existe também um controle dos níveis desses corpos cetônicos, pois níveis elevados desses corpos 
cetônicos no sangue podem alterar o pH sanguíneo e gerar uma cetoacidose metabólica(comum 
em pacientes com diabetes). 
 Os corpos cetônicos são: Acetona, Acetoacetato e β-hidroxibutirato (é o mais presente, tem 
maior concentração circulante). Eles podem ser transformados uns nos outros (Ex: Um 
acetoacetato pode originar uma acetona). 
 A acetona é um produto de descarboxilação espontânea (ou não) e ao, ser formada, é eliminada 
pelos pulmões (o que explica o bafo característico de pessoas com diabetes). Ou seja, A ACETONA 
NÃO É UTILIZADA PARA FORMAR ENERGIA. 
Como já vimos, os ácidos graxos ao sofrerem a β-oxidação formam o acetil-CoA.Depois que o 
Acetil-CoA é formado, parte dele entra no ciclo dos Ácidos Tricarboxílicos, formar o Oxaloacetato 
que vai através da gliconeogênese gerar a glicose, para manter os níveis de glicemia no sangue. 
Além disso, quando se tem a liberação de muitos ácidos graxos na β-oxidação e se tem um 
aumento de Acetil-CoA, parte desse acetil-CoA é deslocada para formar a os corpos cetônicos. 
Esses corpos cetônicos são combustíveis alternativos a glicose, em jejum prolongado. Esses corpos 
cetônicos após serem formados vão ser exportados para os músculos esqueléticos, coração e rins, 
principalmente, que vão utilizá-lo como fonte de energia. 
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 Bioquímica II – Segundo Bloco 
 
Como acontece a cetogênese? 
 Primeiro ocorre a fusão de duas moléculas de 
Acetil-CoA pela ação tiolase, formando o acetoacetil-
CoA. 
 O Acetoacetil-CoA recebe mais uma molécula 
de Acetil-CoA pela ação de uma sintase. 
 Depois disso, a molécula HMG-CoA, sofre a 
ação de uma liase que retira um dos grupos de acetil-
CoA da molécula, formando o Acetoacetato (um 
corpo cetônico). 
 O Acetoacetato, ao ser formado, terá dois 
destinos: 
 Uma parte dele poderá ser 
descarboxilado (pela ação de uma enzima 
descarboxilase ou por reação espontânea), formando 
Acetona, outro corpo cetônico 
 Outra parte dele sofre a ação de uma 
desidrogenase, a β-hidroxibutirato desidrogenase, 
que é uma enzima NAD dependente, isto é, precisa da 
Coenzima NAD para acontecer. Essa enzima oxida o 
NAD e reduz o acetoacetato, formando o β-
hidroxibutirato, que é o último corpo cetônico. 
 A acetona não é usada para gerar energia, pois 
é perdida pelos pulmões, ao contrário do 
Acetoacetato e do β-hidroxibutirato. 
 
 
 Esses dois corpos cetônicos são captados pelos tecidos periféricos (músculos 
esqueléticos, coração, rins, por exemplo). Nesses tecidos, o Acetoacetato e o β-
hidroxibutirato serão convertidos novamente em Acetil-CoA para poder entrar no Ciclo 
de Krebs e gerar energia. (OBSERVAÇÃO: para que esses tecidos possam fazer a 
cetogênese, é essencial que eles possuam mitocôndrias). 
 Nesses tecidos, há então a transformação do β-hidroxibutirato em Acetoacetato por uma 
mesma enzima, a β-hidroxibutirato desidrogenase que agora catalisa a reação inversa. 
 Existe uma transferase que utiliza succinil-CoA, que libera o succinato ao entrar na cadeia 
do acetoacetato, formando o acetoacetil-CoA. 
 O acetoacetil-CoA, a partir da ação da tiolase, é catalisado, formando duas moléculas de 
acetil-CoA. 
 Essas duas moléculas de acetil-CoA, entra, então, no ciclo de Krebs, que gera os 
equivalentes de redução que vão para a cadeia de transporte de elétrons, sendo 
importante também para a fosforilação oxidativa, para que, no final da fosforilação 
oxidativa, tenha a formação de energia útil para esses tecidos periféricos. 
 
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REGULAÇÃO DA SÍNTESE DE ÁCIDOS GRAXOS 
 
 Acetil-CoA carboxilase 
A primeira enzima da síntese de ácidos graxos é a acetil-CoA carboxilase. Essa enzima é aquela que 
catalisa a síntese do malonil-CoA a partir do Acetil-CoA. Essa enzima sofre um controle negativo 
pela proteína quinase A (PKA) e pela AMP quinase (AMPK), sofre modificação covalente por 
fosforilação. Isso vai acontecer, então, em uma condição de Jejum. A PKA vai estar ativa quando os 
níveis de glucagon estiverem altos. 
 Quando tiver os níveis de insulina altos, em uma condição de estado alimentado, os níveis dessas 
quinases vão estar baixos. Isso porque a insulina inibe a ação dessas quinases (PKA 
principalmente), diminui o AMPc e também ativa a transcrição das enzimas de síntese. Então, 
quando os níveis de insulina estiverem altos, vai ocorrer a síntese, realizando então um controle 
positivo. 
O palmitoil-CoA, o Glucagon e a Epinefrina atuam nessa enzima também. O Palmitoil-CoA é um 
inibidor alostérico dessa enzima, enquanto o glucagon e a epinefrina inibem essa enzima por 
fosforilação. 
 Os níveis altosde citrato e insulina ativam a ação da enzima. A insulina desfosforila a PKA e a 
AMPK, inativando-as. Já o citrato é um modulador positivo da c 
Citratoliase 
Outra ação da inibição de síntese é 
pelo palmitoil-CoA, que assim como 
o Glucagon e a epinefrina vão inibir 
a ação da enzima citratoliase, que 
converte o citrato em acetil-CoA. 
 
CarnitinaAcil-Transferase I 
O malonil-CoA é modulador 
alostérico negativo da 
carnitinaacil-transferase I. Então 
quando tiver muito malonil-CoA, 
o ácido graxo que estiver no 
citosol não será transportado 
para dentro das mitocôndrias, 
logo, ele não irá sofrer β-
oxidação. 
 
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 Bioquímica II – Segundo Bloco 
 
 
OBSERVAÇÃO:Só haverá muito malonil-CoA em condição de estado alimentado. Logo, se você 
tem glicose sendo utilizada para gerar energia, não é necessário a β-oxidação de ácidos graxos. 
Então, nessa mesma condição, os ácidos graxos que estiverem sendo produzidos no citosol não 
serão transportados para a β-oxidação nas mitocôndrias, pois esses ácidos graxosserão 
incorporados ao glicerol para serem armazenados na forma de triacilglicerol. 
 
PiruvatoOxaloacetato 
Além disso, quando há muito Acetil-CoA, ele ativa o Piruvato para formar Oxaloacetato. Na β-
oxidação, os níveis de Acetil-CoA aumentam muito e ele que vai ativar o piruvato, formar 
oxaloacetato para que este entre na gliconeogênese, no estado de jejum. No estado 
alimentado, não haverá tanto Acetil-CoA. Há pouco oxaloacetato sendo formado, mas ainda sim 
esse oxaloacetato forma o citrato que sai da célula para a síntese de ácidos graxos. 
 
Lipase Hormônio Sensível 
Na condição de jejum, a Lipase hormônio sensível 
é ativa quando fosforilada, pela PKA ou pela 
AMPK. Essas quinases são fosforiladas pelo 
glucagon ou pela epinefrina, fazendo com que 
elas (PKA e AMPK) fiquem na forma ativa. Se elas 
estão ativas, conseguem ativar a lipase hormônio 
sensível, que vai poder, então, realizar sua 
função: retirar o primeiro ácido graxo da cadeia 
do triacilglicerol, permitindo que outras lipases 
específicas possam terminar de degradar o 
triacilglicerol. 
 
Ivan
Realce

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