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Francisco Humberto Alencar Bezerra Manual de Processo Penal - II 2 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Bibliografia: CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. São Paulo: Saraiva OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de processo penal. Rio de Janeiro: Lumen Juris. NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo e execução penal. São Paulo: RT CINTRA, A. C. Araújo; GRINOVER, Ada P.; DINAMARCO, Cândido Rangel. Recurso no processo penal. São Paulo: Revista dos Tribunais. MIRABETE, Julio Fabrini. Código de processo penal interpretado. São Paulo: Atlas. NORONHA, Edgar Magalhães. Curso de direito processual penal. São Paulo: Saraiva. OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. Rio de Janeiro: Lúmen Juris. TÁVORA, Nestor. Curso de Direito Processual Penal. Salvador: JusPodivm Renato Brasileiro Eugênio Pacelli Ementa: Dos Processos em espécie. Do processo comum. Dos processos Especiais. Juizados Especiais Criminais e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher. Dos processos de competência dos Tribunais Superiores. Das nulidades e dos recursos em geral. Da execução das medidas de segurança. Das relações jurisdicionais com autoridade estrangeira Plano de Aula: Dos processos em espécie Do processo comum Dos processos Especiais Dos processos de competência dos Tribunais Superiores Das nulidades e dos recursos em geral Da execução das medidas de segurança Das relações jurisdicionais com autoridade estrangeira 3 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Revisão Revisão do Processo Penal 4 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Revisão de Processo Penal. CPC Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente. Audiência Instrução Debates (pode ser memoriais escritos) Julgamento Queixa Crime IP Relatório Min. Público Ação Penal Pública Denúncia Se for o Ofendido é Ação Penal Privado Juiz Recebimento Citação Resposta a Acusação 10 Dias Art. 397 - CPC Pode Absorver Sumariamente ou receber a acusação Recebimento A B Decisão Recursos Prisão Prisão Preventiva: Liberdade Provisória Prisão em Flagrante: Ilegal - Relaxamento A 5 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Art. 363. O processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado. I - (revogado pela Lei nº 11.719, de 20.06.08); II - (revogado pela Lei nº 11.719, de 20.06.08.. § 1º Não sendo encontrado o acusado, será procedida a citação por edital. § 2º (VETADO) § 3º (VETADO) § 4º Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observará o disposto nos arts. 394 e seguintes deste Código.241 PRONÚNICA DESCLASSIFICAÇÃO RESE ( IMPRONÚNICA ABS. Sumária Apelação B 6 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Unidade - I Dos Procedimentos Especiais (sumaríssimo) – Lei 9.099 7 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Dos Procedimentos Especiais (Sumaríssimo) - Lei 9.999/95. 1. Introdução a Lei 9.999: 2. Competência: 3. Fundamentação Jurídica: 4. Jurisdição Consensual: Criação pela Lei 9.099/95; Julga: Os crimes de menor potencial ofensivo - IMPO; Objetivo: Acordo entre as partes Princípio da Obrigatoriedade regrada. 5. Jurisdição Conflitiva: Criado pelo CPP (código de Processo Penal); Julga: Os crimes de maior potencial ofensivo; Objetivo: Aplicação das penas previstas; Princípio da Indisponibilidade da Obrigatoriedade. 6. IMPO – Infração de Menor Potencial Ofensivo: Justiça Comum: Antes era assim: Crime cuja pena máxima não ultrapassasse 01 ano; Para contravenções penais; Fundamentação Jurídica: Lei 9.099/95 Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. (Redação dada pela Lei nº 11.313, de 2006) Juizados Federais: A lei 10.259/01 foi que criou os juizados especiais federais; Crimes cuja pena máxima não ultrapasse 02 anos; Para contravenções penais, porém a justiça federal não julga este tipo de crime. Fundamentação Jurídica: Lei 10.259/01 – art. 2º 8 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Lei 11.313/06 Dispõe: Altera o art. 61 da lei 9.099/95 e o 2º da Lei 10.259/01 Para contravenção penal; Pena máxima não ultrapasse 02 anos. Observações: A violência domestica contra a mulher é art. 41 da lei Maria da penha. Não cabe JECRIM 9 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Qualificadora x Causa de aumento de pena: Qualificadora: Novo tipo penal; Nova pena; Causas de aumento de pena: Para os crimes de pena entres 03 meses a 02 anos; Quantum de aumento da pena de 1/3 a 1/6; Causas de diminuição de pena: Para os crimes de pena entres 06 meses a 02 anos; Quantum de aumento da pena de 1/3 a 1/6; Concurso de crimes: Concurso Material: Soma as penas; Art. 69 do Código penal: Concurso material Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Concurso Formal: Pega a mais grave das penas de um dos crimes e soma + 1/6 até a metade. Art. 70 do Código Penal Concurso formal Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 10 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Para fixação de competência do JECRIM: Se a pena máxima for mais de 2 anos não é JECRIM Aplicação dos Institutos despenal: No tribunal do Júri, desmembra os crimes. Situação Hipotética: Art. 121 (Homicídio, 06 a 10 anos) + Art. 129 (Lesão Corporal, 03 meses a 01 ano) Material: 10 anos + 01 ano = 21 anos; Não é competência do JECRIM, é de competência é da justiça comum; Tribunal do júri: o É desmembrado as penas, julga-se os crimes independentes; o Para o art. 121: 06 a 10 anos; o É para o art. 129: 03meses a 01 anos (aplica o JECRIM) Formal: 7. Excesso de Acusação: “ementatio libelli “ Fundamentação Jurídica: CPC Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave. § 1º Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei. § 2º Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autos. 11 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra 8. Estatuto do Idoso No estatuto do idoso em seu artigo 94, cria novo conceito de IMPO? STF: O STF entende que não; Ação direta de inconstitucionalidade (ADI) 30 96, não cria um novo IMPO, pois o que o art. 94 do estatuto do idoso quis dizer é que se aplica apena os procedimentos sumaríssimos, a pena continua a mesma, com o intuito de agilizar o processo por se tratar de um idoso. Para crimes com pena inferior a 04 anos; Fundamentação legal: Estatuto do Idoso, lei 10.741/03; Estatuto do Idoso Art. 94. Aos crimes previstos nesta lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse quatro anos, aplica-se o procedimento previsto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as disposições (expressão suprimida)4 do Código de Processo Penal. 12 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Foro privilegiado: Deve prevalecer a competência constitucional de julgamento; Parlamentar federal, estadual, etc., que cometerem crimes de menor potencial ofensivo serão julgados pelo STF, mais aplicando a lei 9.099/95, com todas suas regras e procedimentos. Observação para o foro privilegiado Quando o parlamentar cometer um crime antes a diplomação e corre em instancia inferior, após sua diplomação sobe para o STF e o mesmo continua o processo Se o crime for cometido após a diplomação o STF informa a casa legislativa que tem 45 dias para propor a suspensão do processo, esta analise da casa legislativa é de cunho político e não processual. As prescrição ficam suspensão junto com o processo. Se o parlamentar perder o cargo o processo é reaberto e continua normalmente. Se o parlamentar for reeleito é reaberto pois a suspensão do processo fica suspenso durante seu mandato, como o crime foi cometido antes da reeleição o STF não precisa informar a casa legislativa e o processo toma seu curso natural. Crimes eleitorais: Quem que julga os crimes eleitorais de menor potencial ofensivo, exemplo os crimes do Art. 334 do código eleitoral, serão julgados na justiça eleitoral, aplicando a lei 9.099/05 com todos seus procedimentos; Salvo para os casos de previsão do sistema punitivo especial (cassação do diploma, etc.). 13 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Violência contra a mulher: Para os casos de menor potencial ofensivos, cuja pena máxima não ultrapassa 02 anos; ADC No. 19 do STF, que declarou constitucional que se aplique a lei 9.099 para os casos de menor potencial ofensivo; E no NAMORO? Depende do caso; O STF já enquadrou alguns casos de namoro na lei Maria da penha; E na Relação homoafetiva? Pela ADC No. 19 do STF, pode sim; Já tem uma resolução do TJ/RS que deu concedeu a lei Maria da penha para uma união homoafetiva. Consequência do STF: Não se aplica a lei 9.099 para os casos de violência contra a mulher,, tanto para os casos de contravenção como nos crimes de menor potencial ofensivo; A ação penal é publica e condicionada para as lesões leve e culposa. Falta ver: - Crimes Militares - Natureza da competência do jecrim - competência territorial - TCO - transação penal 14 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Transação Penal 1. Fundamentação Jurídica: Código de Processo Penal Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. § 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade. § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. § 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz. § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de antecedentes criminais, salvopara os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. 2. Observações Importantes sobre transação penal: Transação penal para ações penais privada e pública: De acordo Art. 76 do CPC é cabível a transação penal para ação penal publica ou ação privada; Quando a ação é publica é direito do réu que seja oferecido a transação penal pelo MP; 15 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Já no caso de ações privada, cabe ao ofendido oferecer ou não a transação penal, neste caso não é um direito do réu. Nos casos de Crimes Ambientais: Só é feito a transação penal para crimes ambientais se o agente cobrir os danos civis, para em seguida fazer a transação penal. Ou seja, condicionado a previa reparação dos danos ambientais. 3. Pressupostos: Ser menor potencial ofensivo; Nãos ser caso de arquivamento; Não pode Reincidência: Crime doloso; Transitado em julgado; Privativo de liberdade; Não importa reincidência: Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. [..] § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. Não ter sido beneficiado dentro de 05 anos; Circunstâncias judiciais favoráveis: Divergência doutrinária; Fundamentos subjetivos por parte do MP; O MP não pode deixar de oferecer a transação penal, é um direito do réu, porém o MP se não oferecer a transação penal tem que ser motivado; Súmula 686 do STF; 16 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra 4. Procedimentos: Quem oferece a transação penal? No caso de ação penal no âmbito privado é o ofendido quem pode oferecer a transação penal, neste caso não é um direito do réu e sim do ofendido. No caso de ação penal no âmbito publico tanto condicionada como incondicionado é o Ministério Publico quem pode oferecer a transação penal, neste caso é um direito do réu. Nos casos de recusa do oferecimento da Transação Penal: No caso de uma ação privada, se o ofendido não quiser não tem saída. Cabe então a oferecer a denúncia. No caso de uma ação publica, condicionada ou incondicionada, é o Ministério Publico que deve oferecer, caso o MP não ofereça a transação pena, cabe ao juiz aplica as regras do art. 28 do CPP. Lembrando que o MP tem que fundamentar a recusa do não oferecimento da transação penal Para o oferecimento da transação penal tem que esta presentes: Ofendido; Acusado: Se não tiver presente, gera nulidade absoluta. Não deve nem acontecer a transação penal, pois é o acusado que aceita ou não a transação penal. Se houver divergência de vontade entre o acusado e o advogado, prevalece a vontade do acusado, art. 89, 7º da lei 9.099. Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal). [..] § 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos. Advogado: Se não tiver presente, gera nulidade. Incompetência do advogado: Se a defesa falha \ prejudicada é uma nulidade relativa. Ou seja, apenas anula se houver prova de prejuízo para o réu. Ministério Público; 17 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Uma vez aceita a proposta: O Juiz homologa a sentença que pode ser (natureza da decisão): Sentença condenatória imprópria; Decisão meramente homologatória (majoritária); 5. Descumprimento Injustificado: Se a transação penal for uma multa é então escrita na divida ativa; Se a transação for a restrição de direitos, os autos voltam ao MP para que seja oferecida a denuncia. Entendimento do STF No. 602072 Observação: A prescrição não é interrompida, ou seja, se não descumprir pode o estado não poder mais fazer nada pois pode cair na prescrição. 6. Momento para oferecer a transação penal: Proposta da transação em regra é na audiência de conciliação; Exceção: desclassificação do crime e remete os autos para juizado especial, para que o MP ofereça a denúncia. Sumula 337 do STJ. 18 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Unidade - II Dos Procedimentos comuns 19 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Procedimento Comum Ordinário. 1. Conceito: 2. Características: 3. Quais os procedimentos comuns: 4. Entendimento gráfico do art. 494. Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). § 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). I ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). III sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2o Aplicase a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicamse a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 5o Aplicamse subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 5. Pressupostos processuais: 1º - A existência do Processo: Demanda: causa de pedir Juiz; Partes. 2º - A validade do processo (+): Pena máxima de 2 anos sumarísimo sumario Ordinário Pena máxima de 4 anos 20 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Pressupostos positivos: Devem existir para que o processo seja valido, ou seja, eles tem que esta presentes no processo para que seja válido, são eles: Competência; Capacidade processual: de ser parte no processual Capacidade postulatória: é o do MP e do advogado Citação Válida: Pressupostos negativos (-): Não podem existir para que o processo seja válido, ou seja, se eles estiverem presentes no processo não é válido, são eles: Suspeição: Juiz Impedimento: Juiz Litispendência: Coisa julgada: 6. Fluxograma processual: Inicia-se com o IP; Após instaurado o IP, é remetido para o MP para análise e oferecer ou não a denuncia. Se o MP oferecer a denúncia é encaminhado para o Juiz (Unidade jurisdicional); O Juiz pode receber ou não a denuncia: Primeiramente o juiz faz a analise do art. 395 do CPP, onde recebe ou não a denuncia: Se receber não receber a denuncia: arquiva o inquérito; Se receber a denuncia, segue o seguinte fluxo: Teoricamente cabe recurso (rejeição da denuncia – art. 591 do CPP): No procedimento ordinária, aplica-se o RESE No procedimento sumaríssimo, aplica-se a apelação O recebimento da denuncia tem que ser fundamentada, pois respeita o direito do contraditório, da dignidade humana, pois o réu tem o direito de saber o pq esta sendo citado. Após o recebimento da denuncia com base no art. 396 do CPP, o juiz notifica o réu (citação) com base no artigo 351 do CPP e no prazo Maximo de 10 dias (art. 396-A do CPP); 21 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Resposta à acusação, segue dois cominhos: Neste momento teoricamente seria neste ponto a ABS. sumária por justa causa. O juiz não recebe a denuncia: o Abs. Sumária; O juiz recebe a denuncia: o Vai marcar a audiência de instrução, debates (que podem ser substituídos por memoriais escrito no prazo de 05 dias) e julgamento. o Após a audiência o juiz sentencia cabendo a parte os recursos. 7. Qual o momento de recebimento da denuncia? O recebimento é quando o juiz recebe do MP e faz a analise do artigo 396 do CPP e recebe a denuncia; 8. Analise do artigo 395 do Código de Processo Penal: Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). I for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). III faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Quando deixa de ser inepta: quando não existir requistos: Quem praticou: Partes. Como foi o crime: Cuidado com os crimes culposos (negligencia, imprudência e imperícia) Negligencia: é uma conduta positiva é uma ação é uma afoiteza; Imprudência: é uma omissão; Imperícia: esta ligado ao oficio da pessoa; Com o que: Os instrumentos do crime; Quando: É no momento da atividade (teoria da atividade); 22 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Pressupostos processuais Positivos; Negativos; Justa causa: Lei 11.719/08; Tem que ter os indícios suficientes de materialidade e autoria; Vai ser analisada a justa causa é no momento da denuncia ou da sentença; Ate 98 à justa causa não eram analisadas no momento do recebimento da denuncia: Entendimento do STF: HC 81.393/RJ Inf. 317/03 9. Citação: Pode ser REAL: É citação pessoalmente; Por carta precatória: quando esta em outro município Por carta Rogatória: Quando esta em outro país; Art. 368 do CPP Pode ser Ficta: Por hora certa: Previsão legal no artigo 362 do CPP; É quando o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça tem que voltar 3 vezes ao local e deixar um comunicado de hora certa; Se no dia marcado o réu não tiver presente o réu é considerado citado, significa que ele no prazo de 10 dia a resposta a acusação, se ele não aparecer o juiz nomeia um defensor publico para fazer uma defesa a revelia; No caso do réu não aparecer e não apresentar defensor o juiz usa o art. 396-A, 2º, onde indica um defensor (defensor dativo) para fazer a resposta à acusção. Por edital: Prazos: Artigo 361 do CPP: o prazo é de 15 dias No artigo 364 do CPP: o No prazo é fixado pelo juiz entre 15 a 90 dias, no caso do artigo 361 do CPP ; o ou prazo de 30 dias para os casos do artigo 363 do CPP; o artigo 363 e 361 do CPP foram revogados; o prazo atual é de 15 dias do art. 361 do CPP 23 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra No caso do réu não comparecer e não nomeia defensor (artigo 366 do CPP) o juiz pode: Deve: o Suspender o processo; o Suspende a prescrição do processo: esta prescrição é “ad eternunm” ? não . o STJ entende que a prescrição do processo não é eterna – Sumula 415; o Pelo artigo 109 do CPP: Para os crimes que a pena máxima for superior a 12 anos a prescrição se da em 20 anos, inciso I; o Entendimento do STJ quando a prescrição do processo: O STJ entende em aplicar a regra do artigo 109 do CPP e admite que a suspensão da prescrição é de 20 anos; Para a prescrição do processo é a mesma regra do artigo 109, e se a conta for também de 20 anos; Em resumo: o processo é suspenso da prescrição e prescrição do processo em 40 anos. 20 anos para suspensão da prescrição + prescrição do processo. De acordo com os dados referenciais acima; Pode: o Decretar a prisão preventiva e produção antecipadas de provas, pelo entendimento do STJ na sumula 455, proibi a produção de provas no caso no não comparecimento do réu e nem nomeação do defensor. o No caso da prisão preventiva: É uma prisão “ex lege “, por isso que a lei não traz a obrigatoriedade do juiz decretar a prisão preventiva, pois seria inconstitucional. Artigo 312/313 do CPP; Observações: O preso é citado de forma real e com base no artigo 360 do CPP; O militar é citado de forma real e com base no artigo 358 do CPP; 24 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra 10. Resposta à acusação: De acordo com o artigo 396-A do CPP: A resposta a acusação substituí a defesa prévia; A função da resposta à acusação: É fazer valer o artigo 397 do CPP E fazer arrolar as testemunhas no máximo de 8; O prazo é de 10 dias a contar de quando? O prazo começa a corre pela efetiva aceitação do acusado; A resposta à acusação é obrigatória no processo comum ordinário? Sim, de acordo com o artigo 396-A, 2º; Sua falta gera nulidade absoluta do processo. Para os procedimentos do júri não é obrigatório, pois não gera nulidade. Na citação do réu por edital: O juiz aplica o artigo 366 do CPP Suspende o processo e prescrição do processo; Na citação do réu por hora certa: O juiz aplica o artigo 396-A, 2º do CPP; Nomeia o defensor dativo para a resposta à acusação; OMP é obrigatório na resposta à acusação? Não é necessário 11. Cabimento a resposta à acusação: Artigo 397, I do CPP: Excludente de licitude Legitima defesa, etc.. Artigo 23 do CP; O momento processual oportuno de alegar o excludente de licitude; Excludente de culpabilidade: Artigo 22 do CP; Inimputabilidade, etc... Coação moral irresistível; A coação física irresistível não cabe como excludente de culpabilidade; Ordem do superior hierárquico, não exclui a culpabilidade; 25 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Salvo inimputabilidade não pode arguir a resposta a acusação, pois o juiz precisa ouvir o inimputável, ou seja, se o inimputável tiver cometido o crime é aplicado as sanções; Atipicidade da conduta: Principio da insignificância \ bagatela Extinção da punibilidade; Artigo 107 do CP 26 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Conceito, fases: Testemunhas, Perito, Acareação, Reconhecimentos, Interrogatório e Sentença. Audiência de Instrução e Julgamento 27 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Audiência de instrução e julgamento. 1. Conceito: 2. Regra do Ottário – Ordem dos acontecimentos: (O) – 1º lugar: Ofendido; (T) – 2º lugar: Testemunha de Acusação; (T) – 3º lugar: Testemunha de defesa; (A) – 4º lugar: Perito e depois o assistente (das partes); (A) – 5º lugar: Acareação; (R) – 6º lugar: Reconhecimento de pessoas ou coisas; (I ) – 7º lugar: Interrogatório do réu, ele é o ultimo a ser ouvido; (O) – 8º lugar: Sentença do Juiz. 3. Inconstitucionalidade do artigo 265 do CPP: Analisando o artigo, entende que gera nulidade da audiência, pelo fato do defensor que foi substituído não tem tempo hábil de entender o processo: Art. 265. O defensor não poderá abandonar o processo senão por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). § 1o A audiência poderá ser adiada se, por motivo justificado, o defensor não puder comparecer. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o efeito do ato. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 28 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Testemunhas da audiência de Instrução e Julgamento: 1. Conceito: 2. Testemunhas de acusação: Características das testemunha de acusação: Com o fim do sistema presidencialista, a testemunha fala diretamente com o advogado das partes. Anteriormente o juiz era o interlocutor das perguntas entre as testemunhas e os advogados ou Ministério Público; A testemunha de acusação pode servir para defesa? Resposta: As testemunhas são do processo, nada impede que as testemunhas sejam utilizadas para absorver. Quantidade de testemunha de acusação: No máximo 08 testemunhas por réu; 3. Testemunhas de defesa: Características das testemunhas de defesa: Podem servir para acusar; Pode inverte a ordem em ouvir primeiro às testemunhas de defesa antes das testemunhas de acusação? Resposta: A jurisprudência entende que sim desde que tenha nos autos a anuência da defesa. Caso contrário é caso de nulidade absoluta. Quantidade de testemunhas de defesa: No máximo 08; Podendo ser estendido a até 10 em caso de conter entre as testemunhas, Conjugue, Companheiro, Ascendentes, descendentes, irmão, menor de 14 anos e deficiente mental relativo. 4. Juramento das testemunhas: No caso das testemunhas juramentadas, mentir ou ficar calado é considerado falso testemunho; Exceção: Tem valor relativo o seu testemunho os seguintes gêneros de pessoas: Cônjuge, Companheiro, Ascendentes, descendentes, irmão (CADI); Menor de 14 anos e deficiente mental relativo. 29 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Peritos e assistentes de perito na audiência de instrução e Julgamento: 1. Conceitos: Perito: Assistente de acusação: 2. Características: A critica que se faz é em relação aos assistentes de peritos; pois em alguns caso existe desproporção entre o perito oficial e assistente de perito. É um meio de prova; 3. Fundamentação Legal: 30 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Acareação na audiência de instrução e Julgamento: 1. Conceitos: 2. Características: Não é um meio de prova; É um ato instrutório e informativo; É uma contra prova; Não é um reinterrogatório; 3. Fundamentação Legal: 31 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Reconhecimento de pessoas ou coisas na audiência de instrução e Julgamento: 1. Conceitos: 2. Características: Não é meio de prova; É um ato instrutório e informativo; Descrição prévia do réu; Indicação do reconhecido; Sala de manjamento (ocultação); 3. Fundamentação Legal: Art. 226 do CPP: CAPÍTULO VII DO RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte forma: I a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever a pessoa que deva ser reconhecida; Il a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver de fazer o reconhecimento a apontála; III se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela; IV do ato de reconhecimento lavrarseá auto pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa chamada para proceder ao reconhecimento e por duas testemunhas presenciais. Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não terá aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento. Art. 227. No reconhecimento de objeto, procederseá com as cautelas estabelecidas no artigo anterior, no que for aplicável. Art. 228. Se várias forem as pessoas chamadas a efetuar o reconhecimento de pessoa ou de objeto, cada uma fará a prova em separado, evitandose qualquer comunicação entre elas. 32 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Interrogatório do réu, ele é o ultimo a ser ouvido: 1. Conceitos:2. Características: É o ultimo ato do processo, antes era o primeiro ato do processo; As partes podem fazer perguntas; A oitiva do réu é um ato obrigatório? Não se faz necessário à presença do réu, Mais se faz necessário à citação ou intimação do réu, podendo ser caso de nulidade absoluta. Pode ouvir o acusado por precatório, respeitando as regras do artigo 400 do CPP. Desde que ele tenha acesso a todas as provas que lhe esta sendo imputadas. Presença obrigatória da defesa e do ministério público: Se não tiver a presença da defesa ou MP, gera nulidade absoluta. Quando se argui essa nulidade: Quando faltar o advogado: o advogado atravessa um HC pedindo a nulidade do ato por ele não estar presente; Quando faltar o MP: Cabe aguardar a decisão e apelar. 3. Fundamentação Legal: 33 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Debates: 1. Conceitos: 2. Características: Os debates são memoriais; 3. Prazos: Acusação: O prazo é de 20 minutos, prorrogado por mais 10 minutos; Assistente de acusação: Tem direito a um prazo de 10 minutos: Neste caso a defesa tem um prazo de mais 10 minutos para contestar o assistente de acusação. Defesa: Tem um prazo de 20 minutos, prorrogado por mais 10 minutos; Igualmente os prazos da acusação. Juiz: Prazo de 05 dias; E prazo de 10 dias para decisão para o juiz. 4. Fundamentação Legal: 34 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Sentença do juiz: 1. Conceitos: São decisões que põe termo ao processo, com ou sem julgamento de mérito; decidindo sobre absolvição ou condenação do acusado. Pode ser condenatória, absolutória, terminativa. É por meio de uma sentença que o juiz criminal julga definitivamente o mérito da pretensão penal, resolvendo-o em todas as suas etapas possíveis: Imputação da existência de um fato (materialidade); Imputação da autoria desse fato; Juízo de adequação ou valorização jurídico-penal da conduta. Na fase da sentença o importante é o conteúdo da decisão, ou seja, a matéria relativa ao caso penal levado a juízo, para o fim de absorver ou de condenar o acusado, por isso se fala em decisão definitiva. 2. Espécies de decisões: Decisões Interlocutórias: São decisões a cerca de questões processuais, ou seja, resolve questões de índole processual; Decisões com força definitivas (terminativas): 3. Classificação da sentença: Sentença no sentido amplo (interlocutória - nível processual): Sentença Simples: Conceito: São aquelas que apenas solucionam questões relativas à marcha processual ou aspectos formais, como o recebimento da denúncia ou produção de provas antecipadas; Fundamentação Legal: Código e Processo Civil; Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 35 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra § 1o - O acusado preso será requisitado para comparecer ao interrogatório, devendo o poder público providenciar sua apresentação. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2o - O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) Sentença Mista: Não terminativa: Encerram fase processual sem encerrar o processo como um todo, como a decisão de pronúncia no rito do Júri; Não termina o processo, e sim encerra uma fase; Exemplo: A pronúncia; Terminativa: Não julga o mérito; Encerram o processo sem o julgamento do mérito, como na hipótese de rejeição da denúncia (com base no art. 395 do CPP): Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). I - for manifestamente inepta; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Parágrafo único. (Revogado). (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Sentido Estrito (terminativa): Condenatória: Aceitam o pedido de condenação formulado pelo MP total ou parcialmente; Terminativas de mérito: Encerram o processo julgando o mérito, porém sem absolver ou condenar o réu; Exemplo: Nos casos do reconhecimento da extinção da punibilidade; Prescrição; Características: Encerram o processo; Julgam o mérito; 36 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Não condenam e nem absorve; Absolutórias: Próprias: Absolve o réu sem aplicar qualquer sansão não acolhendo a pretensão punitiva do Estado; Impróprias: Absolve o réu, não reconhecendo a pretensão punitiva, mas reconhecem a prática criminosa impondo medida de segurança; Cabe medida de segurança; Esquema de classificação da sentença: Decisões Sentido Amplo Sentido Restrito Interlocutória Simples Mista Não Terminativa Terminativa Condenatória Absolutória Terminativa de Mérito Própria Imprópria 37 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra 4. Requisitos da sentença: Fundamentação Legal: Art. 381 do Código de processo penal: Código de processo penal Art. 381. A sentença conterá: I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las; II - a exposição sucinta da acusação e da defesa; III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; V - o dispositivo; VI - a data e a assinatura do juiz. 1º requisito - Relatório: Conceito: Trata-se de um resumo histórico dos acontecimentos que estão registrados nos autos do processo. Segundo Pontes de Miranda, é a “história relevante do processo” onde o magistrado traz expressamente alusão aos acontecimentos importantes, podendodeixar de lado os fatos e dados periféricos que pouco influenciaram na causa. Características: É o histórico do processo: No procedimento sumário e sumaríssimo (lei 9.099) o relatório é dispensado, conforme o art. 81, § 3º que dispõe ser dispensável o relatório na sentença para as causas de sua competência. Fundamentação: Fundamentação: Art. 381, inciso I e III do Código de Processo Penal; 2º requisito – Motivação ou Fundamentação: Conceito: Segundo Fernando Capez, é o requisito que obriga o juiz a “indicar os motivos de fato e de direito que o levaram a tomar a decisão”; Esse requisito representa, ainda, o respeito à garantia constitucional do contraditório e ampla defesa, que obriga o magistrado a levar em consideração todas as provas e argumentos levados aos autos pelas partes; Por fim, cabe aqui ressaltar a possibilidade da utilização da fundamentação “per relazione” onde o magistrado adota com suas as razões de decidir ou de argumentar de outra decisão judicial ou manifestação do MP, enquanto custos legis; 38 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Embora deva, claramente ser evitada, é uma prática bastante corriqueira e que não traz á sentença qualquer vicio de legalidade. Ex: “O Tribunal de Justiça do Ceará, nega provimento ao recurso do réu, mantendo a r. sentença condenatória, pelos seus próprios e judiciosos fundamentos, os quais são adotados neste acórdão como razão de decidir, sem necessidade de qualquer acréscimo”. Características: Na falta da motivação é nulidade absoluta; “Per relatione”: texto do MP (custo legis) Fundamentação: Artigo 381, III do Código de Processo Penal; Art. 93, IX da CF que traz a necessidade de serem as decisões judiciais fundamentadas sob pena de nulidade. 3º requisito - Conclusão: Conceito: É a decisão propriamente dita, quando o magistrado estará, de fato e de direito, dizendo sua conclusão do fato, obviamente seguindo a linha de raciocínio exposta na fundamentação, caso contrário, estaremos diante de uma flagrante ambigüidade ou contradição que, nos termos do art. 382 do CPP, deixará margem para embargos de declaração. A sentença que não indicar qual os artigos de lei aplicados para condenação e deixar de apreciar qualquer dos fatos articulados pela acusação ou defesa (por mais esdrúxulos que sejam) será nula, de acordo com posicionamento dos Tribunais Superiores. Fundamentação: Artigo 381, IV e V; Dispositivo: Deve guardar total relação com os motivos dados; Se no dispositivo tiver contradição, cabe embargo de declaração; 39 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra 5. Emendatio: Características: O juiz percebe que o que aconteceu não é que o MP esta pedido, condena por outro motivo e não aquele que o MP pediu; O fato esta descrito na peça; Este recurso esta presente no juizado de 1º e 2º grau; Ver o informativo 770 do STF: No caso em questão o juiz aplicou o emanatio; No caso de reformatio in pejus, tem que ver os demais efeitos da condenação e não somente a pena; Fundamentação Jurídica: Artigo 383 do CPP: Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). § 1o Se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta de suspensão condicional do processo, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2o Tratando-se de infração da competência de outro juízo, a este serão encaminhados os autos. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 40 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra 6. Mutatio: Características: O fato não esta narrado ou não tem fato narrado; Este recurso esta presente no juizado de 1º grau, sumula 453 do STF; Fundamentação Jurídica: Artigo 384 do CPP: Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em conseqüência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindose a termo o aditamento, quando feito oralmente. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). § 1o - Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplicase o art. 28 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 2o - Ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 (cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a requerimento de qualquer das partes, designará dia e hora para continuação da audiência, com inquirição de testemunhas, novo interrogatório do acusado, realização de debates e julgamento. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 3o Aplicamse as disposições dos §§ 1o e 2o do art. 383 ao caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 4o Havendo aditamento, cada parte poderá arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 (cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito aos termos do aditamento. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). § 5o Não recebido o aditamento, o processo prosseguirá. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). Observação do “Ementatio” e “Mutatio”: Se depois e aplicada as regras dos artigos 383 3 384 do CPP, se houver uma nova definição do crime, fugir da competência do juiz, remete-se os autos ao juiz competente; Desclassificação: Se da ao termino da 1ª fase do júri, o juiz remete os autos ao juiz competente (vara criminal); Se acontecer no termino da 2ª fase do júri, o juiz aplica a pena, e não remete os autos para a vara criminal. O MP narra um fato de crime doloso, ai o juiz entende que não é um fato doloso e sim o fato culposo, esse caso é Ementatio ou mutatio? É caso de mutatio, o fato narrado errado (não tem fato narrado); O MP narra um fato culposo de negligencia (negligencia, imprudência ou imperícia), o juiz entende que houve culpa mais a modalidade de imprudência (pois o fato já esta narrado), esse caso é Ementatio ou mutatio? 41 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra É caso de Ementatio, já tem fato narrado; O MP narra do fato dolo eventual (embriaguez ao volante), o juiz entende que e culpa consciente, esse caso é Ementatio ou mutatio? É ementatio, pois o fato esta narrado, porem vai sair de dolo para culpa; Importante: no caso da mutatio de houver discordância entre o juiz e o MP, o juiz aplica o artigo 28 do código penal: onde o processo é enviado ao procurador, onde analisar se juiz ou MP tem razão. 7. Fundamentação Jurídica: A partir do artigo 381do Código de Processo Penal: Art. 381. A sentença conterá: I - os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las; II – a exposição sucinta da acusação e da defesa; III – a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; IV – a indicação dos artigos de lei aplicados; V – o dispositivo;VI – a data e a assinatura do juiz. Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambigüidade, contradição ou omissão. 42 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Premissas Procedimento do Júri 43 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Procedimento do Júri. 1. Premissas dos procedimento do tribunal do júri: Competência do tribunal do júri: Crimes dolosos contra a vida: Conexos; Consumados ou tentados; Latrocínio não é tribunal do júri. Fundamentação: Art. 5º, XXXVIII da CF Plenitude da defesa: Vai alem da defesa ampla; Exemplo: de usar como prova uma carta psicografada por um médio; Princípios: Sigilo das votações: Relativizando uma regra constitucional: Todas as regras do tribunal do júri são publicas; As decisões dos jurados são em uma sala secreta; Regra importante: Foi modificada em 2012; A contagem dos votos não é mais totalmente contabilizada; Art. 483, parágrafo 1º e 2º CPP Fundamentação: Art. 93, IX da CF Soberania dos vereditos: A decisão é soberana, não cabendo apelação ao TJ para apreciar o mérito; O TJ pode analisar a legalidade da decisão do tribunal do júri, o principio de soberania dos vereditos é relativo, pois pode anular o julgamento e determina outro julgamento. Revisão criminal: Só acontece pro réu – ajudar o réu; Quando aparecer provas substancialmente novas (não são provas que não estava nos autos), capaz de mudar a verdade dos fatos; O TJ pode absorver o réu; 44 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Se as novas provas apresentadas, conclui que o crime deve ser qualificado e não simples, nada se faz. Observação: Quando os jurados desclassifica o crime, ou seja, em um julgamento de um crime de tentativa de homicídio, os jurados entende que foi uma lesão corporal, ai o juiz pode condenar pelo entendimento dos jurados de forma fundamentado ou remeter para a vara criminal; Fundamentação: Prazos dos procedimentos do tribunal do júri: 2. Fluxograma da 1ª da fase dos procedimentos do júri: 1º - Passo: Denúncia; 2º - Passo: Juiz recebe a denuncia 3º - Passo: Citação do réu 4º - Passo: Resposta a acusação 5º - Passo: Replica do MP Art. 409 do CPP Tem um prazo de 05 dias 6º - Passo: Instrução de debates e julgamentos; OBS: Os memoriais de defesa sejam dispensados E por fim a Decisão; 7º - Passo: Pronúncia: Cabe rese Art. 581 do cpp Desclassificação: Cabe Rese 45 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Abs sumária: Cabe apelação Impronúncia: Cabe apelação 3. Decisões na 1ª da fase dos procedimentos do júri (7º - Passo): Desclassificação: É quando não há crime doloso contra a vida; Vai existir o crime: contra o patrimônio, etc. O recurso cabível é o RESE; Remete os autos ao juiz competente; OBS: Desclassificação em plenário – 2ª fase: próprio juiz aplica a pena, ou seja, os autos não são remetidos a outro juízo. Fundamentação: Art. 419 do CPP: Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância com a acusação, da existência de crime diverso dos referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz que o seja. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Parágrafo único. Remetidos os autos do processo a outro juiz, à disposição deste ficará o acusado preso. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) Impronúncia: Tem que ser fundamentada; Não faz coisa julgada material, ou seja, se tiver novas provas que comprovem a materialidade de autoria; Pro societate; Prazo é de até a extinção da punibilidade. Recurso cabível é a apelação; Fundamentação: Art. 414 do Código de Processo Penal: Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 46 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Pronúncia: Características: É um juízo de admissibilidade; Encerra a 1ª fase do júri e inaugura a 2ª fase tribunal do júri; Deve ser motivada; Se o juiz ficar na dívida, deve o juiz pronunciar; A pior situação do réu é a pronuncia; In dúbio: Se o juiz tiver na duvida in dúbio pro societate; Conteúdo da pronuncia: Deve conter: Tipo penal e suas qualificadoras (novo tipo penal trazendo nova pena); Causas de aumento de pena (é um aumento em fração na pena); Decisão sobre prisão ou liberdade; Não deve conter: Agravantes; Atenuantes; Causas especificas de diminuição de pena; Eloquência acusatória: Juiz deve se ater aos aspectos técnicos, para apontar tão somente os indícios de autoria e materialidade da conduta do agente; Não cabe atacar o mérito nem fazer juízo de valor, pois assim é o que a doutrina chama de eloquência acusatória; A eloquência acusatória causa nulidade da decisão de pronúncia; Analise de cognição sumária: Difere da cognição plena; Cognição sumária: O juiz deve se ater aos aspectos técnicos de autoria e materialidade; Se o juiz ficar na dívida, deve o juiz pronunciar; Cognição Plena: É feita pelos jurados e ataca o mérito; Motivação da pronuncia: Se o juiz ficar na dívida, deve o juiz pronunciar, assim cabe aos jurados fazer juízo de valor no pelo do júri; Deve ser fundamentada; Preclusão da decisão de pronuncia: A matéria rejeitada na pronuncia, via de regra, não pode mais ser discutida em plenário; Exemplo: o MP pede homicídio qualificado, ai o juiz entende que é homicídio simples. Observações: 47 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra Pode acontecer a preclusão pro judicato: Quando o juiz deixa de avaliar a matéria de acusação; A preclusão não se aplica para a defesa, ou seja, os argumentos que não foram aceitos na denuncia podem serem aceitos no plenário do júri. Mesmo após a preclusão da pronuncia, os autos devem ser encaminhado ao MP para ser feito nova denúncia, Art. 421 do CPP: o Em que momento pode se aplicar este artigo? o Não tem posicionamento dos tribunais; o Pela doutrina entende que antes do julgamento em plenário. Intimação da decisão da pronuncia: Até 2008: O réu só poderia ser intimado pessoalmente; Se o réu não fosseencontrado, ocorria a crise de instância (doutrina), ou seja, suspensão do processo e suspensão da prescrição. Atualmente: A intimação continua sendo pessoal; Porem se o réu não for encontrado, citação por edital; Se o réu não apareceu, haverá o seu julgamento em plenário sem a presença do réu, ou seja, pode existir um julgamento sem a presença do réu? Pode sim, desde que ele tenha sido intimado por edital e não compareceu: o Artigo 420, parágrafo único: HC 226.285/MT – é uma regra processual é aplicada a parti de sua publicação, então é aplicado mesmo aos processos em andamento, ou seja, os processos que estavam acontecendo ate junho de 2008, entraram na nova regra. INFO 537 - STJ Fundamentação: Art. 413, 420 e 421 do Código de Processo Penal: Seção II Da Pronúncia, da Impronúncia e da Absolvição Sumária (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) § 1o - A fundamentação da pronúncia limitar-se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) § 2º - Se o crime for afiançável, o juiz arbitrará o valor da fiança para a concessão ou manutenção da liberdade provisória. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) § 3o - O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou 48 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra imposição de quaisquer das medidas previstas no Título IX do Livro I deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente do Ministério Público, na forma do disposto no § 1o do art. 370 deste Código. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) § 1o - Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) § 2o - Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão. Absolvição sumária: Provado a inexistência do fato, autor do fato; Absolvição Sumária x Inimputabilidade: Não confundir o art. 420 com art. 397 do CPP Não absolvi sumariamente o inimputável; Julga, podendo: Absolvição por não autoria do crime, ou não teve crime; Condenação: porem recebe a absolvição imprópria e aplica medida de segurança; No tribunal do júri: Fato 1: Tese “inimputabilidade + legitima defesa”, não absolvi sumariamente pela a inimputabilidade, poderia por legitima defesa, se o juiz entender que não tem legitima defesa o juiz pronuncia e leva inimputável ao júri; Fundamentação: Art. 415, IV do cpp Fato 2 – Tese só de inimputabilidade, ai aplica ... Fundamentação: Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando: (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) I – provada a inexistência do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 49 Direito Processual Penal II Prof. Renato Espíndola Maia Francisco Humberto Alencar Bezerra III – o fato não constituir infração penal; (Redação dada pela Lei nº 11.689, de2008) IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime. (Redação ada pela Lei nº 11.689, de 2008) Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do DecretoLei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, salvo quando esta for a única tese defensiva. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008). 4. Fundamentação legal: Art. 406 do Código de Processo Penal: CAPÍTULO II (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI Seção I - Da Acusação e da Instrução Preliminar Art. 406. O juiz, ao receber a denúncia ou a queixa, ordenará a citação do acusado para responder a acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) § 1o O prazo previsto no caput deste artigo será contado a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juízo, do acusado ou de defensor constituído, no caso de citação inválida ou por edital. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) § 2o A acusação deverá arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), na denúncia ou na queixa. § 3o Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008). 5. X 6. X 7. X 8. X 9.
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