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CLASSIFICAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO Quanto ao número de declarantes ou de manifestações de vontade: Unilateral – São os que se aperfeiçoam uma única manifestação de vontade. Ex: testamento, codicilo (disposições adicionais a um testamento), na renúncia de direitos, títulos de crédito e promessa de recompensa. Podem ser: Receptícios (quando a declaração precisa ser conhecida do destinatário para produzir efeitos); Não receptícios (quando o conhecimento por parte de outras pessoas é irrelevante). Bilateral – São os que se perfazem com duas manifestações de vontade coincidentes sobre o objeto, chamadas de consentimento mútuo ou acordo de vontade. Ex: Compra e venda de bens. Podem ser: Bilaterais simples (quando SOMENTE uma das partes aufere vantagens, enquanto a outra arca com os ônus, como ocorre na doação e no comodato); Sinalagmáticos (quando os ônus e vantagens são recíprocos às partes, como por exemplo na compra e venda, na locação, etc.). Plurilaterais – São os contratos que envolvem mais de duas partes. Ex: Contrato de sociedade com mais de dois sócios e os consórcios de bens móveis e imóveis. Quanto às vantagens patrimoniais que podem produzir: Gratuitos – São aquele em que só uma das partes aufere vantagens ou benefícios. Ex: Doação pura e comodato. Onerosos – São aqueles em que ambos os contratantes auferem vantagens, às quais corresponde um sacrifício ou contraprestação. Ex: Compra e venda, empreitada, etc. Podem ser: Comutativos (são prestações certas e determinadas e as partes podem antever as vantagens e os sacrifícios); Aleatórios (há incerteza, para as duas partes, sobre as vantagens e sacrifícios que dele deles pode advir, o risco é da essência do negócio.). Quanto ao momento da produção dos efeitos: Inter vivos – Produzem efeitos desde logo, ou seja, estando as partes vivas. Ex: Promessa de compra e venda, locação, permuta e casamento. Causa Mortis – Produzem efeitos após a morte do agente. Ex: Testamento, codicilo, doação estipulada em pacto antenupcial para depois da morte do testador. OBS: O seguro de vida é negócio inter vivos, em que o evento morte funciona como termo! Quanto ao modo de existência: Principais – São aqueles que tem existência própria e não dependem da existência de qualquer outro. Ex: Compra e venda, locação e permuta. Acessórios – Têm sua existência subordinada à do contrato principal. Ex: Cláusula penal, fiança, penhor e hipoteca. Derivados ou subcontratos – Têm por objeto direitos estabelecidos em outro contrato, denominado básico ou principal. Ex: Sublocação e subempreitada. Quanto às formalidades a observar: Solenes – São aqueles que devem obedecer à forma prescrita em lei para se aperfeiçoarem. Ex: Escritura pública para compra e venda de imóvel acima de certo valor (art. 108 do CC), testamento como manifestação de última vontade (arts. 1.864 e seguintes do CC) e renúncia de herança (art. 1.806 do CC). Não solenes – Possuem forma livre, basta o consentimento para sua formalização. Ex: Em regra, os contratos têm forma livre, salvo expressas exceções, vide art. 107 do CC. Algumas classificações menos importantes: Simples e Complexos – O primeiro se constitui por um único ato, o seguindo é uma fusão vários atos sem eficácia; Dispositivos e Obrigacionais – O primeiro é utilizado pelo titular para alienar, modificar ou extinguir direitos, o segundo é aquele que gera obrigações por meio da vontade para uma ou ambas as partes. Fiduciário e Simulado – O primeiro é aquele que alguém transmite a propriedade de um bem com a intenção que o adquirente o administre, obtendo o compromisso de restituir o bem vendido. O segundo nada mais é do que a aparência contrária à realidade. Dica: Um negócio jurídico pode enquadrar-se em mais de uma categoria sem que haja incompatibilidade. A compra e venda, por exemplo, é negócio jurídico bilateral e também oneroso. Poderá ser, ainda, solene, conforme o objeto e principal em relação ao acessório.
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