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ARTIGO_ ALIENAÇÃO PARENTAL SEGUNDO A LEI 12

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8/6/2014 ARTIGO: ALIENAÇÃO PARENTAL SEGUNDO A LEI 12.318/2010 | Notícias JusBrasil
http://dp-pa.jusbrasil.com.br/noticias/2957478/artigo-alienacao-parental-segundo-a-lei-12318-2010 1/6
ARTIGO: ALIENAÇÃO PARENTAL SEGUNDO A LEI
12.318/2010
Publicado por Defensoria Pública do Pará (extraído pelo JusBrasil) - 2 anos atrás
INTRODUÇAO
O termo Síndrome de Alienação Parental foi delineado em 1985 pelo psiquiatra Richard Gardner, sendo
descrita por ele como um distúrbio no qual uma criança (menor) é manipulada ou condicionada,
normalmente por um dos genitores, para vir a romper os laços efetivos com o outro genitor. Geralmente,
isso acontece, quando o casamento acaba e os filhos são usados por um dos genitores para atingir o
outro.
As causas que levam o alienador a cometer tal ato podem ser dentre outras: inveja, ciúme, vingança ou
possessividade. Em várias ocasiões o menor é usado até mesmo como forma de chantagem contra o ex-
cônjuge ou ex-companheiro, com objetivos de retomar a relação e até objetivos financeiros, pois mantendo
o genitor alimentante afastado, este não poderá fiscalizar e opinar como o dinheiro da pensão alimentícia
é gasto.
Como a maioria dos casos (percentual superior a 90%) são as mães que têm a guarda dos filhos é mais
comum que essas manipulem as crianças e adolescentes contra o pai, sugerindo ao menor que o pai é
pessoa perigosa ou irresponsável, controlando ou dificultando os horários de visitas, passeios e viagens e
criticando as atitudes do genitor e dos familiares ligados ao pai. Em alguns casos extremos chegam a
fazer enganosas acusações de abuso sexual impetradas pelo pai ou mesmo falsas agressões físicas ou
psíquicas contra os menores. Alegam sempre que sua atitude visa proteger a criança do pai que, na sua
versão, não merece confiança.
CONCEITO LEGAL DA LEI 12.318/2010
O Art. 2o da Lei 12.318/2010 define de forma ampla a alienação parental da seguinte forma: Considera-se
ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida
ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua
autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à
manutenção de vínculos com este.
JusBrasil - Notícias
08 de junho de 2014
8/6/2014 ARTIGO: ALIENAÇÃO PARENTAL SEGUNDO A LEI 12.318/2010 | Notícias JusBrasil
http://dp-pa.jusbrasil.com.br/noticias/2957478/artigo-alienacao-parental-segundo-a-lei-12318-2010 2/6
PESSOAS ENVOLVIDAS
ALIENADOR
Que pode ser um dos genitores; avós; qualquer responsável pelo
menor (quem tem autoridade, guarda ou vigilância sobre a criança ou
adolescente);
MENOR ENVOLVIDO Criança ou adolescente que tem sua integridade psicológica atacada
com o intuito de repudiar genitor;
GENITOR ALIENADO Pai ou mãe contra quem o ataque é direcionado.
AMPLITUDE DA ALIENAÇAO PARENTAL
Tipo de conduta promovida
ou induzida:
Quem pratica a conduta
sujeito ativo (alienador):
A quem é dirigida sujeito
passivo (alienado):
Dificultar a convivência; Um dos genitores (pai/mãe); Genitor (pai ou mãe).
Repudiar genitor; Avós (paternos/maternos);
Causar prejuízo ao vínculo
com o genitor alienado.
Qualquer responsável pelo
menor*;
* o responsável pode ser qualquer pessoa que tenha, mesmo temporariamente, autoridade, guarda ou
vigilância sobre a criança ou adolescente.
Conclusão: Na forma mais simples, alienação parental é a conduta promovida pelo alienador objetivando
dificultar a convivência do menor com o genitor alienado. O exemplo mais comum é aquele em que o pai
ou a mãe usa o filho para atingir negativamente o outro genitor.
DIREITOS PROTEGIDOS
A finalidade básica da lei 12.318/2010 é proteger os direitos fundamentais da criança e adolescente. Por
disposição do Art. 3o da referida lei: A prática de ato de alienação parental fere direito fundamental da
criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica a realização de afeto nas relações
com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente e
descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda.
8/6/2014 ARTIGO: ALIENAÇÃO PARENTAL SEGUNDO A LEI 12.318/2010 | Notícias JusBrasil
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Conclui-se que a alienação parental deve ser combatida porque:
a) fere o direito fundamental de uma convivência familiar saudável;b) prejudica o afeto nas relações
familiares;c) constitui abuso moral contra a criança ou o adolescente; d) quem provoca descumpre os
deveres inerentes ao responsável pelo menor.
FORMAS DE ALIENAÇAO
Segundo o § único do art. 2º da Lei 12.318/2010 considera-se alienação parental os atos declarados pelo
juiz ou constatados por perícia além das seguintes formas exemplificativas praticadas diretamente ou com
auxílio de terceiros:
a) fazer campanha para desqualificar o genitor. Exemplo: falar para o menor que o outro genitor é pessoa
que não merece confiança, que não é responsável, que é mentiroso, etc.;
b) dificultar o exercício da autoridade parental. Exemplo: sujeito ativo (pai ou mãe) induz o menor a não
obedecer ao outro genitor;
c) dificultar contato de criança ou adolescente com genitor. Exemplo: genitor que tem a guarda não
permite que o outro veja o menor, não permitindo o acesso a sua residência ou escondendo o filho; Não
permitir contato telefônico do pai com o filho, proibindo até mesmo que o filho ligue para ele;
d) dificultar o exercício da convivência familiar regulamentada. Exemplo: mãe que tem a guarda do filho e
não obedece ou dificulta o horário de visitas regulamentado judicialmente programando, por exemplo,
atividades maravilhosas para o dia em que a criança estará com o alienado;
e) omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, com
a intenção de dificultar a convivência com o menor. Exemplo: pai que tem a guarda do filho e não
comunica à mãe informações importantes sobre a saúde da criança, sua situação escolar ou muda de
endereço sem comunicar a mãe;
f) apresentar falsa denúncia contra genitor ou familiares deste objetivando atrapalhar a convivência deles
com o menor. Exemplo: genitor que acusa falsamente o outro de crime tais como abuso sexual ou maus
tratos com o intuito de afastá-lo do filho;
g) mudar o domicílio para dificultar a convivência do menor com o outro genitor ou familiares deste.
Exemplo: mãe que se muda para outra cidade ou estado objetivando tornar difícil o contato do menor com
o pai.
Na alienação parental são comuns as seguintes frases: Seu pai é um vagabundo e irresponsável, Eu me
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separei de seu pai porque ele me batia, Seu pai vive me perseguindo, Seu pai não dá dinheiro suficiente
para manter vocês, Seu pai abandonou a família por causa de outra mulher, Sua mãe gasta com ela o
dinheiro que eu mando para vocês, Sua mãe não cuida bem de vocês, Sua mãe não trabalha porque é
preguiçosa, Sua mãe não gosta de vocês.
TIPOS DE PENALIDADES APLICADAS AO ALIENADOR
Conforme disposição do Art. 6º da Lei 12.318/2010:
01. Advertência, como medida para prevenir ampliação dos atos de alienação. Essa penalidade deve ser
usada, por exemplo, nos casos mais brandos;
02. Alterar o regime de convivência em favor do genitor alienado, como por exemplo, ampliar os dias e
horários de visita em favor do alienado;
03. Multa, como forma de penalizar, por exemplo, o alienador financeiramente mais forte ou que usa o
poder econômico para influenciarnegativamente a criança ou adolescente;
04. Determinar acompanhamento psicológico ou biopsicossocial do menor com a finalidade de corrigir os
ataques à integridade psicológica sofrida;
05. Alterar o regime de guarda como, por exemplo, de guarda unilateral para guarda compartilhada ou o
contrário em favor do alienado;
06. Fixar cautelarmente o domicílio do menor quando o alienador tenta mudança de domicílio para afastar
a criança ou adolescente do genitor alienado;
07. Suspensão da autoridade parental. Medida extrema para retirar do genitor ou responsável alienador a
capacidade de exercer influência sobre o menor.
IMPORTANTE: Conforme a gravidade do caso o juiz poderá aplicar, cumulativamente ou não, as
penalidades acima sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal. Também poderá utilizar
amplamente, instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar os efeitos da alienação.
PROCESSO
O Art. 4o da lei 12.318/2010 dispõe: Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de
ofício, em qualquer momento processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá
tramitação prioritária, e o juiz determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas
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provisórias necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente,
inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva reaproximação entre ambos, se
for o caso.
Conclusão:
a) o processo terá tramitação prioritária;
b) poderá ser iniciado a requerimento ou de ofício;
c) poderá ocorrer em ação autônoma ou de forma incidental em qualquer momento processual;
d) o juiz poderá determinar, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias
para preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente.
IMPORTANTE: A mudança de domicílio da criança e do adolescente, em regra, não altera a competência
relacionada às ações fundadas em direito de convivência familiar. A alteração só ocorrerá se decorrente de
consenso entre os genitores ou de decisão judicial.
PERÍCIA PSICOLÓGICA OU BIOPSICOSSOCIAL
Afirma o Art. 5o da lei 12.318/2010 Havendo indício da prática de ato de alienação parental, em ação
autônoma ou incidental, o juiz, se necessário, determinará perícia psicológica ou biopsicossocial. O
exame pericial terá base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial e deverá conter:
a) entrevista pessoal com as partes;
b) exame de documentos dos autos;
c) histórico do relacionamento do casal e da separação;
d) cronologia de incidentes;
e) avaliação da personalidade dos envolvidos;
f) exame da forma como a criança ou adolescente se manifesta acerca de eventual acusação contra
genitor.
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IMPORTANTE: O laudo pericial será amplo e realizado por profissional ou equipe multidisciplinar
habilitados. Será apresentado no prazo de 90 (noventa) dias, acompanhado da indicação de eventuais
medidas necessárias à preservação da integridade psicológica da criança ou adolescente podendo ser
prorrogado por autorização judicial baseada em justificativa circunstanciada.
CONCLUSAO
A Lei 12.318/2010 vem preencher uma lacuna referente à proteção psicológica do menor, pois ao dispor
sobre a alienação parental vem coibir esse tipo de comportamento tão prejudicial à formação da criança e
adolescente e ampliar a proteção integral ofertada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. Não
devemos esquecer que a Constituição Federal dispõe como dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Autor: Joaquim Azevedo Lima Filho - Defensor Público Titular de São Domingos do Araguaia,
cumulando com o município de Marabá. Pós-Graduado em Direito Constitucional e Direito Privado, pela
Universidade do Ceará. Autor de algumas obras: Direito Civil para Concurso Público; Condomínio:
Administração&Legislação.
Fonte: Centro de Estudos.
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