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RESUMÃO ART. 132, CP. PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. • Trata-se de um crime eminentemente subsidiário, pois o próprio preceito secundário diz que, havendo crime mais grave será desclassificado o crime. • CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: 1. Crime comum (quanto ao suj. ativo e passivo); 2. De perigo concreto (exige que seja demonstrado que o comportamento do agente criou, efetivamente, a situação de perigo para a vida ou saúde de outrem); 3. Doloso; 4. Comissivo ou comissivo por omissão; 5. De forma livre; 6. Subsidiário; 7. Instantâneo; 8. Transeunte (em alguns casos dá para fazer perícia, pois deixa vestígios, ai vira não tran..); 9. Monossubjetivo; 10. Plurissubsistente. • OBJETO MATERIAL: Pessoa sobre a qual recai a conduta. • BENS JURÍDICOS TUTELADOS: Vida e Integridade corporal/saúde. • O núcleo do tipo, expor, pressupõe um comportamento comissivo, contudo, o tipo também admite a omissão imprópria. • CONSUMAÇÃO: Consuma-se com a pratica do comportamento que efetivamente coloque em risco a saúde ou a vida de outrem. • TENTATIVA: Nos casos em que dê para visualizar o iter criminis, concluindo que o agente ingressou nos atos de execução, mas, por motivos alheios a sua vontade não conseguiu consumar a exposição, ADMITE-SE A TENTATIVA. • ELEMENTO SUBJETIVO: Como o tipo não faz previsão da modalidade culposa, O ELEMENTO SUBJETIVO DEVE SER O DOLO, PUNINDO-SE APENAS O DOLO DIRETO/EVENTUAL. • AÇÃO PENAL: Pública incondicionada. • OBSERVAÇÕES: 1. Quando o agente coloca em risco um número DETERMINADO de pessoas? Concurso formal de crimes, aplicando-se o disposto no art. 70, CP. 2. Resultado morte ou lesão corporal? Trata-se de crime subsidiário, responderá por homicídio culposo. Em relação à lesão corporal, é culposa. Contudo, COMO A PENA DA LESÃO CORPORAL CULPOSA É MENOR DO QUE A PENA DO CRIME EM QUESTÃO SE APLICA A PENA DO ART. 132, CP. ART. 133, CP. ABANDONO DE INCAPAZ Art. 133 - Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono: Pena - detenção, de seis meses a três anos. § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Aumento de pena § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos • CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: 1. Crime Próprio (quanto aos suj. passivos e ativos); 2. De perigo concreto; 3. Doloso; 4. De forma livre; 5. Comissivo e omissivo impróprio; 6. Monossubjetivo; 7. Plurissubsistente; 8. Transeunte (em regra); 9. Instantâneo. • OBJETO MATERIAL: É a pessoa que sofre com o abandono. • BENS JURÍDICOS TUTELADOS: A vida e a saúde da pessoa que se encontra na situação do caput. • CONSUMAÇÃO: No momento em que o abandono produza a efetiva situação de perigo concreto para a vítima. • TENTATIVA: Admite-se sob o seguinte raciocínio: “A pessoa esgota o ato de abandonar, mas ainda não ocorreu a exposição ao perigo”. • ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo, não podendo o agente ser punido a título de culpa (se dessa culpa ocorrer efetivamente o dano [homicídio ou lesão, por exemplo], o agente responderá a título de culpa nesse crime. • AÇÃO PENAL: Em todas as modalidades é pública incondicionada. ART. 134, CP. EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO Art. 134 - Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria: Pena - detenção, de seis meses a dois anos. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - detenção, de um a três anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - detenção, de dois a seis anos. • É uma modalidade especial de abandono de incapaz. • CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: 1. Próprio (quanto ao suj. passivo e ativo); 2. Doloso; 3. De forma livre; 4. Comissivo ou omissivo impróprio; 5. Instantâneo; 6. Monossubjetivo; 7. Plurissubsistente; 8. Transeunte (regra, nas hipóteses qualificadas não é). • OBJETO MATERIAL: Recém-nascido sobre o qual recai o abandono. • BEM JURÍDICO TUTELADO: Vida e Saúde do Recém-nascido. • CONSUMAÇÃO: No momento em que o abandono resulte em perigo concreto para a vida ou saúde do recém-nascido. • TENTATIVA: Admitido, sob mesma fundamentação do crime anterior. • ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo + finalidade de ocultar desonra própria. Não pode ser punido a título de culpa por ausência de previsão expressa. • AÇÃO PENAL: Pública incondicionada. ART. 135, CP. OMISSÃO DE SOCORRO Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. • CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: 1. Comum quanto ao sujeito ativo; 2. E próprio ao sujeito passivo em alguns casos; 3. De perigo concreto; 4. Doloso; 5. De forma Livre; 6. Omissivo próprio; 7. Instantâneo; 8. Monossubjetivo; 9. Unissubisistente ou Plurissubsistente; 10. Transeunte; • OBJETO MATERIAL: Criança extraviada ou abandonada ou pessoa invalida ou ferida, ao desamparo, que se encontra na situação de grave e iminente perigo. • BEM JURÍDICO TUTELADO: Vida e Saúde. • CONSUMAÇÃO: Apesar de muito discutido na doutrina, considerando que estamos falando de um crime de perigo concreto (pois não faz sentido punir se a conduta não colocar bem jurídico em perigo – ofensa ao princípio da lesividade), entende-se como consumado quando a inação do agente trouxer efetivo perigo para a vida ou para a saúde da vítima. • TENTATIVA: A doutrina majoritária entende que não há tentativa em crime omissivo, pois no momento em que o agente se omite já consuma o crime. • ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo direto/eventual. Não se admite culpa, haja vista a falta de expressa previsão legal (art. 18, CP). (cuidado com o CTB, pois existe muita controvérsia com o art. 304). • AÇÃO PENAL: Pública Incondicionada. • OBSERVAÇÕES: • CONCURSO DE PESSOAS NOS DELITOS OMISSIVOS: Questão muito controvertida na doutrina. ENTENDO COM GRECO E REGIS PRADO: É POSSÍVEL QUE UMA PESSOA QUE NÃO GOZE DO STATUS DE GARANTIDOR NEM POSSA PRESTAR SOCORRO, INSTIGUE OU INDUZA OUTRA QUE NÃO POSSUA IMPEDIMENTO DE PRESTÁ-LO A NÃO O FAZER, HAVENDO, ASSIM, PARTICIPAÇÃO NO CRIME. • OMISSÃO DE SOCORRO “ESPECIALIZADA” EM OUTROS DIPLOMAS: a) ESTATUTO DO IDOSO – LEI Nº 10.741/03: Art. 97. Deixar de prestar assistência ao idoso, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, em situação de iminente perigo, ou recusar, retardar ou dificultar sua assistência à saúde, sem justa causa, ou não pedir, nesses casos, o socorro de autoridade pública: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. Parágrafo único. A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte. B) CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO – LEI N° 9.503/97: Art. 304. Deixar o condutor do veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade pública: Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte instantânea ou com ferimentos leves. Ps:. O condutor não pode ter dado causa, pois responderá na forma dos arts. 302 e 303 do CTB, conforme o caso. ART. 135-A, CP. CONDICIONAMENTO DE ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR EMERGENCIAL Art. 135-A: Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte. Temos, ainda, o conceito legal de emergência: RESOLUÇÃO CFM nº 1451/95 Artigo 1º, §1º: Define-se por URGÊNCIA a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata. §2º: Define-se por EMERGÊNCIA a constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: Crime Próprio quanto ao sujeito ativo e passivo; De perigo Concreto; Doloso; Formal; De forma vinculada (o tipo diz como deve ser praticado o delito); Comissivo/omissivo impróprio; Instantâneo; Monossubjetivo; Unissubsistente; Transeunte (regra). OBJETO MATERIAL: A pessoa de quem é exigida as garantias do caput. BEM JURÍDICO TUTELADO: Vida e saúde. SUJEITO ATIVO: Quem determina que o atendimento emergencial somente será realizado se houver a entregas das garantias do caput. CONSUMAÇÃO: No instante em que as exigências são feitas. Como se trata de crime formal, não é necessário que haja a produção de resultado naturalístico. TENTATIVA: Não admitido. ELEMENTO SUBJETIVO: O dolo, como não existe previsão expressa de modalidade culposa, não é admitido. AÇÃO PENAL: Publica incondicionada. Delito “especializado”: 1. Estatuto do idoso: Art. 103. Negar o acolhimento ou a permanência do idoso, como abrigado, por recusa deste em outorgar procuração à entidade de atendimento: Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. ART. 136, CP. Maus-tratos Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. § 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. § 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: Crime próprio De perigo concreto; Doloso; De forma vinculada; Comissivo, omissivo impróprio e omissivo; Instantâneo (pode ser permanente); Monossubjetivo; Plurissubsistente; Não transeunte; De conteúdo variado. OBJETO MATERIAL: A pessoa contra qual é dirigida a conduta do agente. BEM JURÍDICO TUTELADO: Vida e saúde. CONSUMAÇÃO: Trata-se de um delito de perigo concreto, assim, consuma-se no momento em que ocorre a efetiva criação de perigo para a saúde ou vida do sujeito passivo. TENTATIVA: havendo possibilidade de se fracionar o iter criminis, é admitido. OBS:. EM REGRA O SUJEIOT ATIVO POSSUI UMA “BOA INTENÇÃO” AO COMETER OS ATOS, AGINDO COM ANIMUS CORRIGENDI (CORRIGIR). ELEMENTO SUBJETIVO: Dolo direto/eventual. MODALIDADE COMISSIVA E OMISSIVA: Pode ser realizado das duas formas. AÇÃO PENAL: pública incondicionada. OBSERVAÇÕES ESTATUTO DO IDOSO: Cuidado com as diferenças na redação, pois se for com as intenções do CP, não é aplicado o Estatuto. Art. 99. Expor a perigo a integridade e a saúde, física ou psíquica, do idoso, submetendo-o a condições desumanas ou degradantes ou privando-o de alimentos e cuidados indispensáveis, quando obrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o a trabalho excessivo ou inadequado: Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1 (um) ano e multa. § 1o Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos. § 2o Se resulta a morte: Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. TORTURA: Lei n° 9.455/97: Redação muito parecida, contudo, a motivação é diferente, devendo-se buscar o dolo do agente (“educar ou causar intenso sofrimento a vitima”). Art. 1º Constitui crime de tortura: [...] II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Pena - reclusão, de dois a oito anos. ART. 137, CP. Rixa Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: Pena - detenção, de quinze dias a dois meses, ou multa. Parágrafo único - Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato da participação na rixa, a pena de detenção, de seis meses a dois anos. Rixa é uma briga entre mais de duas pessoas, acompanhada de vias de fato ou violências recíprocas, pouco importando que se forme ex improviso ou ex propósito. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA: Comum; De perigo concreto; Doloso; De forma livre; Comissivo/omissivo impróprio; Instantâneo; Plurissubjetivo; Plurissubsistente; Não transeunte; OBJETO MATERIAL: Os próprios contendores. BEM JURÍDICO TUTELADO: Integridade corporal, Vida e Saúde. CONSUMAÇÃO: Quando os agentes iniciam os atos de agressão. TENTATIVA: se for possível o fracionamento do iter criminis é possível a configuração. ELEMENTO SUBJETIVO: Admite-se apenas o DOLO DIRETO. MODALIDADE QUALIFICADA: A qualificadora atinge a todos os participantes da rixa, inclusive. AÇÃO PENAL: Pública incondicionada.
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