Buscar

RESUMO DIREITO CIVIL III MATÉRIA COMPLETA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO DIREITO CIVIL III
Introdução:
Conceito: Segundo a corrente clássica, o contrato é um negócio jurídico bilateral que visa a criação, modificação ou extinção de direitos e deveres de cunho patrimonial. 
Principais classificações:
Quando aos direitos e deveres das partes ou quanto à presença de sinalagma:
- Unilateral: Apenas um dos contratantes assume deveres em face do outro.
Ex:.Doação, mútuo e comodato.
- Bilateral: Os contratantes são, reciprocamente, credores e devedores entre si. Também é denominado de contrato sinalagmático. 
Ex:. Compra e venda, aluguel, seguro etc.
Quanto ao sacrifício patrimonial das partes:
- Oneroso: Ambas as partes realizam um sacrifício para obter certa vantagem desejada.
Ex:. Compra e Venda.
- Gratuito: Apenas uma das partes realizada sacrifício, a apenas recebe a vantagem.
Quanto aos riscos que envolvem a prestação: 
- Comutativo/pré-estimado: Aquele que possui as prestações certas e determinadas.
Ex:. Compra e venda (sei o que vou pagar e o que irei receber).
- Aleatório: A prestação de uma das partes é desconhecida com exatidão no momento da celebração do contrato, havendo risco quanto a existência da coisa ou sobre a sua quantidade (arts. 458 e 459, CC).
Princípios do Direito Contratual:
Constitucionais: 
Dignidade da pessoa humana: art. 1º, III, CF/88;
Isonomia: Art. 5º, caput, CF/88;
Solidariedade social: Art. 3º, I, CF/88.
Princípio da Autonomia Privada: é o poder que os particulares possuem de regular, pelo exercício de sua vontade, as relação que participam. Decorre diretamente da liberdade humana, direito fundamental garantido pela CF. É formado por duas liberdades inerentes ao ser humano:
Liberdade de contratar: É a liberdade para celebração de contratos. O indivíduo pode escolher a pessoa com quem irá contratar.
Liberdade contratual: É a autonomia de editar o conteúdo do negócio jurídico.
Princípio da função social dos contratos: É um princípio contratual de ordem pública (não pode ser afastado pelas partes) pelo qual o contrato deve ser, necessariamente, visualizado e interpretado conforme o contexto social. Possui duas acepções:
Eficácia interna: Olho para dentro do contrato, observando a repercussão desse princípio no comportamento das partes. O contrato deve ser bom para as partes mas não deve causar um efeito nocivo para a sociedade. A análise consiste em ver se existe violação aos princípios e valores constitucionais. Sumula 302 STJ – viola a dignidade da pessoa humana, clausula abusiva.
Eficácia externa: Verifica-se se o contrato está extrapolando diretamente direitos metaindividuais, terceiro vítima/ofendido, terceiro ofensor. 
Princípio da força obrigatória dos contratos – Pacta sunt servanda: Prevê que o estipulado pelas partes possui força de lei, devendo ser cumprido o avençado no contrato. 
Função social: A função social dos contratos mitiga este princípio
Princípio da boa-fé objetiva: É a exigência de conduta leal dos contratantes. É intrínseca a qualquer negócio jurídico, independente de previsão no instrumento contratual. Possui alguns direitos anexos: INFORMAR, AGIR CONFORME A CONFIANÇA DEPOSITADA, COLABORAR, COOPERAR ETC. 
Formação dos Contratos:
Podemos separar, para fins didáticos, em quatro etapas: 
1º: Fase de Puntuação (negociação);
2º: Fase de proposta, oblação ou policitação;
3º Fase de pré-contrato;
4º: Contrato definitivo.
Fase de negociação preliminar/puntuação: É a fase em que ocorrem os debates prévios, entendimentos e tratativas sobre o contrato preliminar, É ANTERIOR A PROPOSTA.
Fase de proposta, policitação ou oblação: Constitui a manifestação da vontade de contratar por uma das partes, que solicita a concordância da outra. Trata-se de uma declaração de vontade unilateral RECEPTÍCIA, POIS SOMENTE PRODUZ EFEITOS AO SER RECEBID APELA OUTRA PARTE. 
Princípio da irrevogabilidade da proposta: Em regra, a proposta de contrato obriga o proponente, gerando a obrigação de pagar perdas e danos, art. 427, C.C.
Deixa de ser obrigatória a proposta: Art. 428, C.C.
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita;
II- se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
Obs:. Considera-se o contrato realizado entre ausentes aquele no qual as partes possuem dificuldade de comunicação. A proposta não tem como ser aceita de imediato. Um exemplo é a proposta mandada por e-mail ou carta, há certa dificuldade de comunicação. 
Obs:. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante, pois, apesar de não estarem presentes fisicamente, não há qualquer dificuldade nas declarações de vontade.
Obs:. DESISTÊNCIA DO ACEITANTE: ART. 433 Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Oferta ao Público – Art. 429, C.C: Equivale a proposta (o que confirma que é um ato unilateral que produz efeitos com o recebimento da proposta), salvo se do contrário resultar das circunstâncias ou dos usos (função social e art. 113, C.C). Pode ser revogada pelo mesmo meio pelo qual foi feita.
Contraproposta: A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
Regras dos contratos entre Ausentes: Art. 434, CC: ornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto:
I - no caso do artigo antecedente;
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.
Local de celebração: No lugar em que foi proposto (ou contraproposto). 
Fase de contrato preliminar: Também denominado de pré-contrato ou de pactum de contrahendo, é uma fase facultativa. 
Requisitos: Exceto quanto à forma, todos os demais requisitos do contrato.
Espécies: Nosso Direito admite basicamente 02 tipos:
- Compromisso de contrato unilateral ou contrato de opção: Apenas uma das partes assume a obrigação de fazer o contrato definitivo, à outra parte é facultado a celebração do negócio. PODE CONTER CLÁUSULA DE ARREPENDIMENTO.
- Compromisso bilateral de contrato: Ambos assinam e assumem o dever jurídico de celebrar o contrato definitivo. NÃO HÁ CLAUSULA DE ARREPENDIMENTO.
Obs:. Neste instituto surge uma obrigação de fazer.
Fase de contrato definitivo: É a fase em que ocorre o choque de vontades. O contrato estará aperfeiçoado, gerando todas as suas consequências, inclusive a responsabilidade civil contratual. 
Estipulação em Favor de Terceiro:
Conceito: É uma exceção ao princípio da relatividade dos contratos (o contrato, em regra, só faz efeito inter partes), sendo prevista nos arts. 436 a 438, C.C. Em suma, as partes convencionam que será concedida certa vantagem em favor de um terceiro, alheio ao contrato.
Não é exigida capacidade do 3º beneficiário, tampouco seu consentimento para figurar como beneficiário. Contudo, precisa aceitar o benefício, o “aceite” é condição de eficácia do N.J.
Toda a onerosidade do contrato é do estipulante. 
Legitimidade para exigir a prestação: Tanto o 3º beneficiário quanto o estipulante podem exigir do promitente o cumprimento da obrigação. 
 R.J
ESTIPULANTE			PROMITENTE
 Pai				seguradora
	
 BENEFICIÁRIO 	Contrato De Seguro
 	Filho
Promessa de Fato De Terceiro: 
Trata-se de uma obrigação de resultado, não sendo o mesmo alcançado enseja as regras do inadimplemento contratual.
Art. 439, C.C: Quem prometer que terceiro execute algo é devedor da obrigação, respondendo por perdas e danos.
Art. 440, C.C: Se a pessoa sobre a qual recaia a promessa ratificá-la não haverá responsabilização pelo do promitente, pois o devedor da obrigação passa a pessoa“prometida”.
Garantias Contratuais Legais: Vício Redibitório e Evicção:
Vício redibitório: São defeitos ocultos na coisa alienada, objeto de contrato COMUTATIVO ou DOAÇÃO ONEROSA, não comum as de mesmo gênero, que a tornem imprópria para p uso ou lhe diminuam consideravelmente o valor, de forma que o N.J não seria realizado se esses defeitos fossem percebidos.
Erro: O vício redibitório possui relação com a própria coisa alienada, não há qualquer relação com a vontade. Já o erro é um estado em que a possoa não possui total noção da realidade, mas a coisa está em perfeito estado. 
Ex. de erro: Uma pessoa compra um cálice de prata pintado de dourado acreditando que este era de ouro. 
Ex. de vício: Uma pessoa compra um carro, mas o fio do motor vem defeito.
Direitos do adquirente: Poderá ingressar com duas ações, denominada de editalícias:
- Ação Estimatória/quanti minoris: Pleitear o abatimento do preço, com fulcro no art. 442, C.C.
- Ação Redibitória: Pedir a resolução do contrato e, em caso de má-fé do vendedor, perdas e danos, mais as despesas do contrato, com fulcro nos arts. 441 c/c 443, CC. 
 Mesmo se a coisa perecer sob o poder do comprador, mas em virtude de vício redibitório, a responsabilidade do vendedor será mantida. Art. 444, CC.
Prazo decadencial das ações editalícias: Art. 445, CC.
	 
	Fácil Constatação
	Difícil Constatação
	B. Móvel
	30 dias
	180 dias
	B. Imóvel
	01 ano
	01 ano 
OBS:. EM CASO DE VÍCIO DE FÁCIL CONSTATAÇÃO, SE O COMPRADOR JÁ ESTIVER NA POSSE DO BEM, O PRAZO SERÁ REDUZIDO À METADE, O PRAZO CONTA DA TRADIÇÃO. 
Obs:. No caso de vício de difícil constatação, o prazo passa a contar com o aparecimento do vício.
Evicção: É a perda da coisa diante de uma decisão judicial/ato administrativo que a atribui a outro/terceiro. Assim, consiste na perda parcial ou total da coisa em decorrência de motivo/fato jurídico anterior ao contrato de aquisição.
Partes:
- Alienante: Aquele que vende a coisa viciada;
- Evito: Quem comprou e perdeu;
- Evictor: Aquele que teve o direito reconhecido por uma sentença ou ato administrativo.
Exclusão da responsabilidade do alienante: Deve ser feita por escrito, não admitindo presunção. Além disso, mesmo com a cláusula, se o evicto não foi informado ou assumiu o risco, terá direito a receber o valor pago. Arts. 448 c/c 449, C.C.
Direitos do Evicto: Havendo plena responsabilidade do alienante, com fulcro no art. 450, CC.
- Restituição integral do preço/
- Indenização dos frutos que tiver obrigado a devolver;
- Indenização pelas despesas do contrato e pelos prejuízos decorrentes da evicção (perdas e danos);
- Custas e honorários.
Perda parcial, mas considerável: Poderá o evicto optar entra a resolução e a restituição de parte do preço. Se a perda não for considerável, caberá somente a restituição. Art. 455, CC.
Não poderá o adquirente demandar pela evicção se já sabia que a coisa era alheia e litigiosa. Art. 457, CC. – relação com a boa-fé objetiva.
Extinção dos Contratos: Arts. 472 a 480, CC.
Extinção normal: ocorre pelo cumprimento, i.e., com o adimplemento das obrigações decorrentes do contrato.
Extinção por fatos anteriores à celebração:
		CONTRATO NULO 	 	ART. 104 E 166
INVALIDADE		
 ANULÁVEL	 VÍCIO DE CONSENTIMENTO.
CLÁUSULA DE ARREPENDIMENTO		
CLÁUSULA RESOLUTIVA EXPRESSA
2.1. Invalidade contratual: O contrato pode ser eivado de nulidade absoluta ou relativa:
Nulidade absoluta: Os arts. 166 e 167 (simulação), CC. 
Nulidade relativa (anulável): O art. 171, CC traz um rol de hipóteses em que o contrato pode ser anulado. Além disso, a lei pode dizer expressamente que o negócio/contrato será anulado. 
2.2. Cláusula resolutiva: É fato anterior por ter sido convencionada previamente. Em suma, as partes convencionam que um evento futuro e incerto (condição) colocará fim ao contrato. Divide-se em:
- Expressa: Independe de interpelação judicial;
- Tácita: Depende de interpelação judicial.
Art. 475, CC: A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
2.3. Cláusula de arrependimento: Hipótese em que um dos contratantes possui o DIREITO POTESTATIVO DE EXTINGUIR DO NEGÓCIO JURÍDICO, BASTANTO QUE REALIZE UMA DECLARAÇÃO DE VONTADE UNILATERAL. A boa-fé objetiva exige que a parte informe a outra da desistência.
- Arras: Art. 420, CC: As arras terão função indenizatória. Quem as deu perde em benefício da outra parte se desistir do contrato e quem as recebeu devolve em dobro.
Extinção por fatos posteriores à celebração: Toda as vezes em que há a extinção por fatos posteriores, tendo uma das partes sofrido prejuízo, fala-se em rescisão contratual. UTILIZA-SE A AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL. Possui duas espécies:
Resolução: Ocorre pelo descumprimento contratual, podendo se manifestar de 04 formas:
- Por inexecução voluntária (inadimplemento): A parte inadimplente possui dolo/culpa pelo descumprimento. Possui relação com as obrigações de dar, fazer e não fazer. Pode pedir perdas e danos. 
- Por inexecução involuntária: O descumprimento ocorre por motivo alheio a vontade da parte devedora (caso fortuito/força maior). Não há perdas e danos.
- Clausula Resolutiva Tácita: Decorre da lei, gerando a resolução em decorrência de um evento futuro e incerto. Ex:. Exceção do contrato não cumprido , art. 476, CC. (eu não posso exigir que vc cumpra e vc não pode exigir que eu cumpra, ninguém vai cumprir e o contrato será extinto). 
- Resolução por Onerosidade Excessiva: Art. 478, CC: O contrato deve ser de execução continuada e o sinalagma obrigacional deve ter sido quebrado em razão de um acontecimento extraordinário e imprevisível. 
Obs:. A resolução poderá ser evitada se o Réu oferecer modificar equitativamente o contrato. 
Resilição: Dissolução por vontade bilateral ou unilateral, nos casos permitidos por lei, de forma expressa ou implícita. 
- Bilateral ou Distrato: Deve ocorrer da mesma forma exigida pelo contrato. As partes celebram um novo negócio jurídico que extingue o anterior. 
- Unilateral: Nos contratos que admitem essa modalidade, uma das partes através de uma manifestação de vontade unilateral extingue o contrato. A boa fé exige que devo informar/notificar a parte. 
Extinção pela morte: Nos contratos com obrigações intuito personae, a morte do contratante extingue o contrato de pleno direito, ocorrendo à cessação contratual. 
Contrato de Compra e Venda: Arts. 481 a 537, CC.
Conceito: É aquele pelo qual alguém (o vendedor) se obriga a transmitir/transferir ao comprador o domínio de coisa móvel ou imóvel mediante uma remuneração, denominada preço. 
- Logo, é um contrato translativo, mas que, por si não gera o efeito da transmissão. 
Transferência bem móvel: Transfere com a tradição;
Transferência bem imóvel: ‘’ com o registro do contrato no cartório de RGI. 
Elementos: 
Partes: 
- Capazes: sob pena de invalidade ou nulidade;
- Observância das regras gerais sob legitimidade. Ex:. outorga uxoria.
- Consentimento: Deve ser livre e espontâneo. 
Coisa (res): Lícita, possível, determinada e determinável e passível de valoração econômica.
- Compra e venda de coisa futura: No momento da celebração do contrato a coisa ainda não existe, é permitido com base no art. 483, CC, neste caso a existência da coisa é condição de eficácia do contrato (salvo se era a intenção celebrar contrato aleatório, pois a parte assume o risco de existência da coisa).
- Venda a non domino: hipótese de ineficácia do contrato. 
- Alienabilidade (consuntibilidade jurídica): A coisa deve ser passível de alienação, do contrário o contrato será nulo. 
Preço/Remuneração do Contrato: É regido pelo princípio do nominalismo, sendo vedado, nos termos do art. 315, CC, a convenção em moeda estrangeira ou em ouro, condição de nulidade. 
- Preço deixado ao arbítrio de uma das partes: ÉCAUSA DE NULIDADE ABSOLUTA – ART. 489, CC.
Natureza jurídica: Obrigacional: Há uma obrigação de fazer (que transferir a propriedade) e uma obrigação de dar (a coisa vendida). 
Sinalagma, despesas do contrato e riscos do contrato: A lei estabelece uma regra, mas as partes podem modificar. 
	
	Vendedor
	Comprador
	Direito
	Receber o preço
	Receber a propriedade
	Dever
	Transferir a propriedade
	Pagar o preço
	Escritura
	
	X
	Tradição
	X
	
	Risco quanto 
	Vendedor
	Comprador
	A coisa
	X
	 
	O preço
	 
	X
Obs: Se não foi estipulado outro lugar, a tradição irá ocorrer onde a coisa se encontrava no momento da celebração.
Restrições à compra e venda:
Compra feita de ascendente: Com fundamento no art. 496, CC, será anulável se feita sem concordância expressa dos demais descendentes e do cônjuge (salvo se casado no regime da separação convencional de bens). Aplica-se o prazo decadencial de 2 anos (art. 179, CC) para pleitear a anulação. 
Venda entre cônjuges: É possível, desde que o objeto esteja fora da comunhão, do contrário a venda será nula por impossibilidade do objeto (não posso comprar o que já é meu). Vide art. 499, CC.
Venda de bens sob administração: É vedado pelo art. 497, nos casos de tutores, curadores, testamenteiros, servidores públicos, juízes e auxiliares da justiça, leiloeiros e seus prepostos, estendendo-se à sessão de crédito.
Venda de bem comum: Art. 504, CC. Enquanto pender o estado de indivisão da coisa, haverá direito de preferência dos condôminos. 
- Ação: A mais utilizada é a ação anulatória;
- Prazo: Decadencial de 180 dias, com termo inicial no momento em que o condômino preterido toma conhecimento da venda. Entra com a ação e consigna o preço integral. 
- Pluralidade de condôminos: A lei estabelece uma ordem de preferência: 1º Quem fez mais benfeitorias; 2º Quem tem o maior quinhão da coisa; 3º Quem depositar o preço primeiro.
Regras especiais da compra e venda:
Venda por amostra, por protótipo ou por modelos: Art. 484, CC: Há presunção de que o bem a ser entregue possui as mesmas qualidades da amostra, protótipo ou modelo. 
- Em caso de discrepância, prevalece as qualidades do prometido, aplicando-se as regras atinentes aos vícios redibitórios.
- A venda por amostra possui cláusula tácita que suspende sua eficácia, somente será aperfeiçoada com a tradição da coisa com a qualidade esperada.
Venda a contento ou sujeita a prova: Arts. 509 a 512, CC. A venda somente será aperfeiçoada/concluída quando o comprador emitir uma declaração de vontade afirmando que a coisa é de seu gosto ( se declara satisfeito), ficando até esse momento em condição suspensiva. 
- Com a tradição o comprador não se torna proprietário da coisa, mas, assim, possuidor de boa-fé.
- Havendo inércia do comprador em emitir a declaração, pode o proprietário/vendedor interpelá-lo judicialmente ou extrajudicialmente para que se manifeste em prazo PRORROGÁVEL. Pode ingressar com ação reintegração na posse c/c arbitramento de aluguel. 
- Segundo o art. 511, CC, o comprador se torna mero comodatário da coisa. 
Venda por medida, por extensão ou ad mensuram: Art. 500, CC: A medida se torna condição essencial ao contrato, não apenas uma descrição da coisa.
- Venda ad corpus: O imóvel é vendido como corpo certo e determinado, independente das medidas especificadas no instrumento, que são enunciativas. 
- Vício: irá ocorrer sempre que houver uma diferença maior de 1/30 (5%) na medida entregue. 
- O comprador possui os seguintes direitos: 
1º Pedir a complementação da área – AÇÃO EX EMPTO;
2º O abatimento do preço – AÇÃO QUANTI MINORIS/ESTIMATÓRIA; 
3º A resolução do contrato C/C devolução das quantias pagas (medida subsidiária frente ao princípio da conservação contratual (função social)) – AÇÃO REDIBITÓRIA. Se houver má-fé do vendedor caberá perdas e danos.
Obs:. As ações tem prazo decadencial de 1 ano contando do registro em cartório; fica suspenso até a emissão na posse. Art. 501, CC.
Venda de coisas conjuntas: Art. 503, CC: Em resumo é a compra de várias coisas em um mesmo contrato, desde que a natureza das coisas assim permita. 
- Não pode usar todas ações editalícias caso somente uma/algumas das coisas venham com vício redibitório. Pode-se ingressar com a ação ESTIMATÓRIA PARA PLEITEAR O ABATIMENTO NO PREÇO. 
Cláusulas especiais da compra e venda:
7.1. Cláusula de retrovenda: Arts. 505 a 508, CC. 
Conceito: Trata-se de uma pacto acessório pelo qual O VENDEDOR RESERVA O DIREITO DE REAVER O IMÓVEL ALIENADO, DENTRO DE CERTO PRAZO, RESTITUINDO O PREÇO E REEMBOLSANDO AS DESPESAS DO CONTRATO E AS BENFEITORIAS NECESSÁRIAS. 
- Em suma, trata-se de um direito potestativo do vendedor desfazer o contrato dentro do prazo máximo de 3 anos. Somente é admitido em imóveis. 
- É UMA CLÁUSULA RESOLUTIVA EXPRESSA, logo, não necessita de interpelação judicial. 
Recusa do comprador em devolver a coisa: O vendedor pode ingressar com ação de resgate, depositando o preço judicialmente, art. 506. 
- O vendedor deve depositar o preço integral. Se isso não ocorrer o Juiz poderá abrir prazo para que ele complemente o depósito. Mas até que deposite o valor integral, não será deferido o resgate.
Transmissibilidade: O direito de resgate é CESSIVEL E TRANSMISSÍVEL A HERDEIROS E LEGATÁRIOS (TESTAMENTO), PODENDO SER EXERCIDO CONTRA O TERCEIRO ADQUIRENTE.
- Para que seja oponível erga omnes deve ser registrado junto à matricula do imóvel. 
Retrovenda de coisa em condomínio: Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral.
Outorga do cônjuge: Nessa modalidade é necessário a outorga do cônjuge do comprador e do vendedor, salvo se casados no regime da separação convencional. 
7.2. Cláusula de preempção, preferência ou prelação convencional: Arts. 513 a 520, CC: 
Conceito: Pacto acessório pelo qual o comprador de um bem móvel ou imóvel terá a obrigação de oferecê-lo a quem lhe vendeu, para que este use seu direito de preferência em igualdade de condições no caso de alienação futura da coisa. Aplica-se à compra e venda e à Dação em pagamento. 
Prazos: 
	Art. 516 C/C 513, CC.
	Prazo mínimo/sem convenção
	Prazo máximo/ convencionado
	Bem móvel
	3 dias
	180 dias
	Bem imóvel
	60 dias
	2 anos
Direitos do vendedor preterido:
- Em caso de prelação LEGAL: Ação adjudicatória, depositando o preço em juízo. 
- Em caso de prelação CONVENCIONAL: Cabe somente ação indenizatória de perdas e danos (por não ter adimplido o pacto), inclusive contra o 3º adquirente.
7.3. Cláusula de Venda sobre documentos: Arts. 529 a 532, CC:
Tem como objeto bem MÓVEL. 
A tradição é “substituída” pela entrega de documento correspondente à propriedade do bem. Ocorre uma tradição indireta ou “traditio longa manus”. 
Se a documentação estiver em ordem, não poderá o comprador recusar o pagamento por defeito de qualidade, salvo má-fé do vendedor.
Local de pagamento: Em regra no local onde o documento foi entregue. Aplicação do lócus regit actum.
Seguro: Quem paga é o comprador, salvo má-fé do vendedor. 
7.4. Cláusula de venda com reserva de domínio: Arts. 521 a 528, CC. 
Conceito: Cláusula inserida na compra e venda de COISA MÓVEL INFUNGÍVEL, através do qual o vendedor da coisa mantém o domínio (propriedade) até que o preço seja pago na integralidade. 
- Com efeito, o comprador recebe somente a posse direta do bem. Entretanto, responde pelos riscos a partir da tradição. Trata-se de uma exceção ao princípio do res perit domino, consagrando o res perit emptoris (a coisa perece para o comprador).
Forma: o art. 503, CC, prescreve forma escrita e registrada no domicílio do comprador para que tenha eficácia contra terceiros. 
Direitos do comprador: 
- Ação decobrança ou execução por quantia certa;
- Ação de reintegração na pose ou busca e apreensão (os processualistas ainda discutem com o CPC/15). 
Obs: O vendedor somente poderá exercer esta cláusula após constituir o comprador em mora, i.e, protestar o título ou interpelar judicialmente, Art. 525, CC. 
Valor já pago: o vendedor desconta o valor da depreciação da coisa e suas despesas, o restante é devido ao comprador. Art. 527, CC.
Contrato de Troca/Permuta: 
Conceito: É o contrato pelo qual as partes de obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro. Na prática ocorrerá duas compras e vendas, e as coisas se compensam como forma de pagamento. 
Classificação Doutrinária: Bilateral/sinalagmático; Oneroso; comutativo; translativo da propriedade; consensual; formal e não formal (dependa da coisa); titico.
Efeito: gera para cada um dos contratantes a OBRIGAÇÃO DE TRANSERIR A PROPRIEDADE/DOMÍNIMO DA COISA OBJETO DA SUA PRESTAÇÃO. 
Coisa viciada: Em regra, como se trata de um contrato comutativo, aplica-se as regras dos vícios redibitórios. 
Despesas: As partes dividem, salvo estipulação em contrário. 
Troca entre ascendente e descendente: É anulável se as coisas tiverem valor diferente, sendo a do ascendente de menor valor. Salvo se tiver a concordância expressa do cônjuge e dos demais descendentes. 
Obs: Aqui não importa o regime, pois o código não faz essa ressalva e as regras restritivas de direitos/limitadoras da autonomia privada devem ser interpretadas restritivamente. 
- Aplica-se o prazo decadencial de 2 anos, nos termos do art. 170, CC, para que seja pleiteada a anulação.
Doação:
Conceito: Contrato pelo qual uma pessoa, por ato de liberalidade transfere a outrem parte do seu patrimônio. 
Natureza Jurídica/Características: é um contrato unilateral, gratuito, consensual e comutativo. 
Aceitação do Donatário: Temos 03 casos:
Doação feita em favor de incapaz: A doação gratuita (sem encargo) dispensa aceitação do guardião, pois a vantagem é presumida. Se com encargo, deve o representante aceitar. 
Aceitação tácita: Deriva do comportamento do donatário (se eu me comporto como se tivesse aceitado a doação, não poderei dizer que não aceitei) e do silêncio. Somente é permitida em doação pura e simples. 
Aceitação expressa: Se a doação tiver qualquer ônus ou encargo, a aceitação deve ser expressa. 
Responsabilidade por vício redibitório e pela evicção:
Doação pura e simples: Em regra, não obriga o doador, salvo se por em contemplação de casamento futuro (doação proter nuptias). 
Doação com encargo e remuneratória: Ambas são modalidades onerosas. O doador estará obrigado até o limite do serviço prestado / ônus imposto. 
Encargo: o donatário é obrigado a cumprir o encargo sob pena de ter a doação revogada. Podem exigir o cumprimento do encargo:
	QUEM É O BENEFICIÁRIO DO ENCARGO
	LEGITIMADO
	Doador ou 3º
	Ambos
	Doador
	Somente o doador
	Interesse comum
	Doador e MP (após a morte do doador).
Apesar disso, apenas o Doador é legitimado para revogar a doação no caso de não cumprimento do encargo, sendo um direito personalíssimo. 
Elementos acidentais da doação:
Doação Pura e simples: Não possui qualquer elemento acidental;
Doação com encargo ou modal: É gravada de um ônus, para que o donatário receba ou mantenha a vantagem patrimonial deve desempenhar ou deixar de fazer alguma coisa. Nesta, a parte que excede o ônus é considerada pura e simples (gratuita);
Doação a termo: Ocorrência de um evento futuro e certo. Esse evento não pode ser a morte, pois a doação deve ser inter vivos, a transferência de patrimônio mortes causa se dá por testamento ou pela sucessão. 
Doação condicional: Aquela que em que sua eficácia está subordinada a ocorrência de um evento futuro e incerto. 
Espécies de doação:
Doação remuneratória: Feita em caráter de retribuição por um serviço prestado pelo donatário, mas a prestação não pode ser exigida. Não é ato de liberalidade em sua totalidade, mas somente na parte que excede a prestação. 
Doação Sob forma de subvenção periódica: Trata-se de uma doação de trato sucessivo. Extingue com a morte do doador, salvo se o contraio não dispuser o contrato. Em hipótese alguma poderá passar aos herdeiros do donatário, sob pena de nulidade absoluta.
Doação em contemplação de casamento futuro (propter nuptias): Feita em contemplação de casamento futuro com pessoa certa e determinada. Trata-se de uma doação com condição suspensiva (a realização do casamento). 
- Doadores: Os nubentes entre si, terceiro a um deles ou a ambos ou aos filhos que, no futuro, terão um do outro. 
Doação com cláusula de reversão / Cláusula de retorno: É aquela que havendo a morte do donatário, os bens doados voltam ao patrimônio do doador se ele não morrer primeiro. 
- É uma clásula resolutiva expressa e intuitu personae. 
Doação inoficiosa: Aquela que ultrapassa 50% do patrimônio do doador no momento da doação, atingindo a legitima. É nula a parte que ultrapassa os 50%. 
Doação Universal: é nula. A exceção é realizar a doação com reserva de usufruto, de forma que o doador não fique na miséria. 
Revogação da doação: 
Natureza jurídica: RESILIÇÃO UNILATERAL, sendo um direito potestativo do doador. Não é possível fazer renúncia ao direito de revogar. 
Revogação por ingratidão – art. 557, CC: Tartuce diz que o rol é meramente exemplificativo. Com efeito, qualquer ato atentatório à dignidade da pessoa humana (ART. 3º, iii, CF/88) do doador por parte do donatário é causa para se revogar. 
Obs:. A KASTRUP DIZ QUE É TAXATIVO, SOMENTE PODENDO REVOGAR POR:
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física;
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou;
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
O art. 558, CC, determina que se o ofendido for seu cônjuge, ascendente, descendente ou irmão, o doador poderá revogar.
Impossibilidade da revogação por ingratidão: Art. 564. Não se revogam por ingratidão:
I - as doações puramente remuneratórias;
II - as oneradas com encargo já cumprido;
III - as que se fizerem em cumprimento de obrigação natural;
IV - as feitas para determinado casamento.
A revogação não pode prejudicar direito de 3º de boa-fé, nem obriga o donatário a restituir os frutos percebidos antes da notificação. Contudo, o donatário fica sujeito a pagar os frutos posteriores a notificação, bem como, caso não restitua a coisa doada em espécie, indenizar pelo meio termo. 
Prazo para revogação por ingratidão: Decadencial de 01 ano, com termo inicial na descoberta de ser o donatário autor de um dos fatos previstos pelo art. 564, cc. 
Revogação por Inexecução do encargo/modo: É possível quando o donatário cair em mora. Não havendo prazo para cumprir, o doador deve notificá-lo assinalando prazo razoável. 
Locação de Coisas: Arts. 565 a 578, C.C:
Conceito: Contrato pelo qual uma das partes, mediante remuneração (aluguel), s eobriga a ceder a outra, por tempo determinado ou não, o uso e gozo de coisa infungível. 
Natureza Jurídica/características: Bilateral, comutativo, oneroso, consensual, informal e não solene, de execução continuada/trato sucessivo. 
Elementos essenciais:
Tempo: A temporariedade é característica do direito obrigacional.
Coisa: Objeto
Remuneração: Retribuição = aluguel. 
Objeto: Podem ser objeto bens móveis ou imóveis, desde que não sejam regulados por Lei especial (imóvel urbano Lei 8.245/91 e rural Lei 4.504/64 – também denominado de arrendamento). 
Deterioração da coisa:
Sem culpa do locatário, não estando em mora: Aplica o res perit domino. Podendo o locatário pedir a rescisão ou abatimento no aluguel.
 
Com culpa ou estando em mora: Responde pelo dano. 
Proteção da posse: O locador deve resguardar a posse do locatário contraturbações e esbulhos de 3º. Tanto o locador (posse indireta) quando o locatário (posse direta) são legitimados em ação possessória. 
O locador responde pelos vícios anteriores a locação. 
Locação por tempo determinado:
Antes do termo final, não pode o locador pedir o a coisa sem indenizar o locatário as perdas e danos resultantes da rescisão. O locatário possui direito de retenção pela indenização. 
Da mesma forma, o locatário não pode entregar a coisa sem pagar a multa contratual. Quanto a multa, se for manifestamente excessiva, poderá o juiz (é uma faculdade) minorá-la. 
Cessação da locação: 
Locação por prazo determinado: Cessa de pleno direito com o fim da locação. 
Se o locatário continuar na posse do bem, sem oposição do locador, presume-se renovado o contrato por prazo indeterminado. 
Vencido o prazo, o locador poderá notificar o locatário para restituição, trata-se de uma denuncia vazia/resilição unilateral. Se, após notificado, o locatário não restituir a coisa, pagará aluguel, enquanto perdurar sua posse, arbitrado na notificação. Respondendo, ainda, por todos os danos sofridos pala coisa. 
Obs:. Se o aluguel for excessivo, o juiz tem a faculdade de minorar, mas deve levar em contra o caráter penalizador desse aluguel.
Locação de Imóveis – Lei 8.245/91:
Principais ações: 
Ação de despejo: Arts. 59 a 66, LL: 
Preceitua o art. 5º, da LL que: Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para reaver o imóvel é a de despejo.
O despejo poderá ocorrer mediante denúncia motivada (ex: art. 9º e 47, LL).
Ação de despejo por falta de pagamento: Art. 62, LL:
É possível haver cumulação com ação de cobrança de alugueis, encargos e acessórios da locação. 
O locatário/fiador poderão evitar a rescisão (despejo) efetuando o pagamento do débito atualizado em 15 dias (purga da mora). 
Obs:. A purga da mora somente pode acontecer uma vez a cada 24 meses, nos termos do § único.
Ação de consignação de aluguéis e acessórios da locação, art. 67, LL:
Os motivos que ensejam são retirados do art. 335, CC, respeitando-se as regras especiais da LL. 
Ação revisional de aluguel: Arts. 68 a 70, LL: 
Conforme preceitua o art. 19, LL: Não havendo acordo, o locador/locatário, após três anos de vigência do contrato ou do acordo anteriormente realizado, poderão pedir revisão judicial do aluguel, a fim de ajusta-lo ao preço de mercado. Assim, para que se possa exercer o direito à ação de revisão de aluguel, é mister que a locação tenha 3 anos de duração. 
A sentença que fixa o novo aluguel tem efeito ex tunc, retroagindo à data da citação.
O juiz poderá, ainda, homologar acordo de desocupação, que será executado via mandado de despejo, conforme art. 70, LL. 
Fiança:
Conceito: Também denominado caução fidejussório é o contrato pelo qual uma pessoa garantir satisfazer ao credor uma obrigação assumida pelo devedor, caso este não a cumpra. 
Natureza jurídica: Contrato unilateral, gratuito, consensual, comutativo, formal e acessório. 
Regras Gerais: Em regra o fiador é devedor subsidiário, possuindo benefício de ordem em seu favor (o qual pode abrir mão).
Há solidariedade entre os fiadores, se o contrário não foi pactuado. 
Comodato:
Conceito: Trata-se de um empréstimo de uso. É o empréstimo gratuito de coisa infungível. Através desse contrato o comodante se obriga a ceder de forma gratuita o uso e o gozo de um bem infungível de sua propriedade. Ao término do contrato, o comodatário deve restituir a coisa. 
Natureza jurídica: Contrato real (pois é aperfeiçoado com a tradição), gratuito, personalíssimo, informal e temporário. 
Limitação para celebração: Tutores, curadores e administradores de bens alheios não podem dar em comodato sem autorização especial os seus confiados à sua guarda. 
Prazo e extinção/retomada:
	Tempo
	Prazo
	Retomada da res
	Indeterminado
	Presume-se que durará o tempo necessário para o uso concedido.
	O comodante, salvo necessidade imprevista e urgente reconhecida por juiz, não pode suspender o uso e gozo da coisa, retomando-a.
	determinado
	Ao termo final é devida a entrega, sob pena de ação de reintegração na posse c/c arbitramento de aluguel.
	Se antes do prazo, aplica-se o disposto acima
Responsabilidade: havendo pluralidade de comodatários, respondem solidariamente. 
Despesas com o uso e gozo da coisa: NÃO PODEM SER COBRADAS DO COMODANTE. 
Mútuo: 
Conceito: É um empréstimo de consumo. Tem por objeto um bem fungível. A coisa emprestada irá desaparecer, devendo o mutuário devolver outra coisa de igual quantidade e espécie. 
Natureza jurídica: Contrato unilateral, real, gratuito (em regra, pois pode ser oneroso), comutativo, temporário e informal. 
Mútuo feito a menor: Importa em doação. Se feito sem prévia autorização do representante, não poderá ser reavido nem do mutuário nem do fiador. O CC, entretanto, faz 05 ressalvas:
Art. 589. Cessa a disposição do artigo antecedente:
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o ratificar posteriormente;
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para os seus alimentos habituais;
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor não lhes poderá ultrapassar as forças;
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor;
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente.
Garantia: Se antes do vencimento do contrato ocorrer notória mudança na situação econômica do mutuário (risco dele não restituir a coisa) poderá o mutuante exigir garantia da restituição, podendo ser real ou fidejussória (fiança). A recusa importa vencimento antecipado da dívida. 
Mútuo feneratício: Mútuo oneroso de dinheiro. Presume-se juros. ATENÇÃO: SEGUNDO A LEI DA USURA, OS JUROS SÃO DE 1%. NÃO SE APLICA AO MÚTUO BANCÁRIO. 
Prazo para restituição: Em regra, as partes acordam a data do vencimento. Não sendo acordado, o CC trouxe prazos gerais:
Art. 592. Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:
I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como para semeadura;
II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.
Depósito:
Conceito: É aquele pelo qual o depositário recebe um objeto móvel e corpóreo, para guardar até que o depositante o reclame. 
OBS:. A grande diferença do comodato, é que neste o depositante recebe a coisa apenas para guardar, não podendo utilizar/gozar.
Natureza jurídica: Unilateral, gratuito (também pode ser bilateral e oneroso), comutativo, personalíssimo e real. 
Classificação:
Voluntário: O depositário é obrigado a ter na guarda como na conservação os cuidados e diligências que teria se a coisa lhe pertencesse, bem como restituir a coisa com todos os seus furtos e acrescidos.
Princípio da inviolabilidade: Se a coisa for entregue selada, lacrada etc, da mesma forma deve ser devolvida, visando preservar o sigilo. Havendo descumprimento por parte do depositário, o depositante poderá ingressar com ação de rescisão (por inexecução voluntária) c/c perdas e danos c/c dano moral (que estão dentro das perdas e danos mas blz). 
Salvo disposição contrária, a devolução da coisa será no lugar onde estiver depositada, e o depositante arca com os custos. 
Depósito no interesse de 3º: Se cientificado o depositário, não pode se desonerar restituindo a coisa ao depositante, salvo expressa concordância do 3º beneficiário. Obs:. O instituto lembra a estipulação em favor de 3º. 
Depósito necessário: É aquele que independa da vontade das partes, pois resulta de fatos imprevistos, obrigando o depositante a realizar o depósito. Possui 03 espécies. 
Legal: realizado no desempenho de uma obrigação decorrente da lei. 
Miserável: Em razão de calamidade.
Do hospedeiro: Bagagem dos viajantes ou hospedesna hospedaria em que estiverem. 
EMPREITADA*: 
Conceito: É uma forma especial de prestação de serviços. Nesta, uma das partes de obrigam a fazer ou mandar fazer determinada obra, mediante remuneração, em favor de outrem. NÃO SE CONFUNDE COM A ELABORAÇÃO DE PROJETO E SUA FISCALIZAÇÃO, QUE EM REGRA É ASSUMIDO POR ENGENHEIRO/ARQUITETO. 
Espécies de empreitada:
Sob administração: O empreiteiro somente administra a obra, as pessoas e os materiais são de responsabilidade do dono da obra. 
De mão de obra / de lavor: O empreiteiro fornece a mão de obra, enquanto o dono da obra fornece o material.
Mista: o empreiteiro fornece a mão de obra e o material, assumindo obrigação de resultado. 
OBS:. A obrigação de fornecer material não pode ser presumida, deve decorrer do contrato ou da Lei. 
Natureza Jurídica: Bilateral, oneroso, comutativo, consensual e informal. 
Riscos e responsabilidade: 
	Mista
	Lavor
	Lavor/adm
	É obrigação de resultado. Os riscos irão correr por sua conta até a entrega da obra, salvo se o dono da obra estiver em mora para receber. Trata-se de responsabilidade objetiva, independente de culpa.
	Obrigação de meio/diligência: Todos os riscos em que o empreiteiro não tiver culpa irão correr por conto do dono da obra. Trata-se de responsabilidade subjetiva.
	Deve pagar os matérias que recebeu se, por culpa, os inutilizou.
Pericimento da coisa e responsabilidade:
Na empreitada de lavor, perecendo a coisa antes da entrega, sem mora do dono e sem culpa do empreiteiro: O empreiteiro perde o direito à remuneração. 
Se o empreiteiro provar que o perecimento ocorreu de defeito dos materiais fornecidos pelo dono da obra e que, em tempo, reclamou de sua qualidade ou quantidade: Terá direito a receber sua remuneração. 
Conclusão da obra: Se de acordo com o ajustado/costume do lugar, o dono é obrigado a recebê-la. 
Obs:. Se a obra estiver em desajuste com as instruções recebidas e dos planos dados, o empreiteiro estará inadimplente havendo responsabilidade contratual. Com efeito, poderá o dono da obra enjeitá-la e rescindir o contrato por inexecução voluntária. ENTRETANTO, EM ATENÇÃO AO PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO CONTRATUAL/FUNÇÃO SOCIAL, PODERÁ PLEITEAR O ABATIMENTO DO PREÇO E FICAR COM A COISA. 
PREÇO – ATENÇÃO PQ VAI CAIR NA PROVA: 
Empreitada ad mensuram (a execução é pactuada em parte): O empreiteiro terá direito que se verifique a obra por medida, podendo exigir o pagamento na proporção da obra executada. 
Diminuição do preço do material em 1/10 do preço global (pactua o preço da obra toda, não é por partes), poderá o dono da obra pedir revisão do preço. 
O empreiteiro não pode pedir revisão do preço motivado na alteração do preço, pois as variações de mercado devem ser previstas no momento em que o mesmo dá seu preço. 
Mandato:
Conceito: Contrato pelo qual uma pessoa transfere poderes a outra para que, em seu nome, pratique atos ou administre interesses, trata-se de NJ de representação. 
Obs:. Não se confunde com a procuração, uma vez que esta é mero instrumento do mandato.
Natureza Jurídica: contrato unilateral, gratuito (em regra), consensual comutativo, informal e não solene e personalíssimo.
Obs: A forma do mandato depende da natureza do ato a ser praticado. Ex: A compra de um imóvel com valor superior a 30 salários mínimos, deve ser festa por escrito e por escritura pública, logo, o mandato (no caso a procuração) também deverá ser feita por instrumento público, o mesmo vale para o substabelecimento (vide item 6). 
Aceitação: Pode ser expressa ou tácita (quando o comportamento do mandatário der presunção de que este aceitou o mandato (no caso é o começo da execução dos atos). Contudo, o mandato jamais poderá ser presumido aceito no silêncio, pois quem cala não consente (art. 111, CC). 
Objeto do mandato: Uma obrigação de fazer ou de dar, pois a natureza do mandato não admite/combina com uma prestação negativa.
Regras Gerais:
Os atos praticados por quem não tem mandato ou o tem sem poderes suficientes são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este o ratificar. 
A ratificação deve ser expressa ou resultar de ato inequívoco (tácita), tendo efeito ex tunc.
Mandato geral: Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.
§ 1o Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos.
§ 2o O poder de transigir não importa o de firmar compromisso.
Substabelecimento: é uma cessão parcial do contrato, no qual o mandatário transmite os direitos que lhe foram conferidos pelo mandante a terceiro. 
O mandatário é denominado substabeleceste e o terceiro que recebeu os poderes, substabelecido. 
Substabelecimento sem reserva de poderes: É transferido todos os poderes ao substabelecido de forma definitiva, renunciando ao mandato que lhe foi outorgado;
Substabelecimento com reserva de poderes: O substabelecente outorga os poderes sem perdê-los. Ambos podem exercer os poderes conferidos pelo mandante. 
JOGO E APOSTA: SÃO CONTRATOS DE NATUREZA PARECIDA, MAS DISTINTOS. 
Conceito de Jogo: Contrato pelo qual duas ou mais pessoas prometem, entre si pagar certa soma àquela que conseguir um resultado favorável de um acontecimento incerto.
Conceito de Aposta: É a convenção em que duas ou mais pessoas de opiniões discordantes sobre qualquer assunto prometem, entre si, pagar certa quantia ou entregar determinado bem àquela cuja opinião prevalecer em virtude de um evento incerto. 
Natureza jurídica – Comum a ambos: Bilaterais, onerosos, consensuais, aleatórios (presença de Alea = sorte) e informais.
As dívidas de jogo e aposta são obrigações naturais ou incompletas, havendo débito sem responsabilidade. Logo, não podem ser exigidas judicialmente. Contudo, se pagas, não poderá ser recobrada (repetição do indébito), salvo se:
Se o jogo/aposta for ganha por dolo;
Se aquele que perdeu o jogo/aposta for menor ou interdito. 
Jogos/aposta permitidos: São uma exceção a regra, podendo a dívida ser exigida, além de caber ação de repetição de indébito.

Outros materiais