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o homem que falava javanes- resumo

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No conto podemos notar vários momentos em que a descrição se faz presente, seja quando o narrador descreve algumas pessoas ou quando descreve alguns locais.O conto se passa em confeitaria,o que já nos faz pensar em um ambiente clássico, limpo e bem frenquentado, onde as pesonagens estão bebendo cerveja em copos . As descrições neste conto nos pareceram interessante pelo fato de remeter na maioria das vezes a alguma classe social da época e até mesmo nos oferece algumas pistas do ano em que ocorreu o acontecido. 
O conto escrito em 1911 faz uma crítica a realidade carioca daquela época e que retrata de forma clara o futuro da sociedade brasileira que hoje se tornou ambiciosa e egocêntrica. Dessa forma os três personagens mais visíveis do conto, Castelo, o amigo dele Castro e o Barão de Jacuecanga, referem-se respectivamente a três categorias de personalidade que são visíveis na sociedade, os que fazem de tudo para conseguir o que quer; os que ficam apenas contemplando as artimanhas dos outros e os que são enganados, os três internamente ligados.
Referente aos que fazem de tudo para conseguir o que quer, Castelo retrata dignamente esta característica, os indivíduos dessa “categoria social” possuem características marcantes, eles sabem mentir, enganar, roubar, passar por cima, tirar proveito de todas as situações e não se sente culpados ou arrependidos de nada, ao contrário, sentem-se vitoriosos sempre que conseguem o que querem. Quando ao amigo de Castelo, Castro, este se refere aos que ficam apenas admirando a audácia dos outros, este não possuem coragem de fazer nada, pois podem se sentir constrangido ou culpados pelo que viera a fazer. No conto é perceptível a adoração de Castro pelas artimanhas de Castelo, como vemos no trecho a seguir: 
“— Tens levado uma vida bem engraçada, Castelo!
— Só assim se pode viver... Isto de uma ocupação única: sair de casa a certas horas, voltar a outras, aborrece, não achas? Não sei como me tenho agüentado lá, no consulado!
— Cansa-se; mas não é isso que me admiro. O que me admira é que 
tenhas corrido tantas aventuras aqui, neste Brasil imbecil e burocrático.”
Assim, vemos o orgulho de Castro por saber que Castelo viera passar por muitas aventuras, tanto que uma das ultimas falas de Castro é a seguinte: “— É fantástico — observou Castro, agarrando o copo de cerveja.”, dessa forma comprovamos a admiração que Castro tivera por toda história contata por Castelo, neste caso, sua admiração não provem a adoração pelas atrocidades que Castelo tivera cometido, como por exemplo, ter mentido para o barão, ter insultado o real javanês, ter escondido sua graduação dentre outros, mas sim, o fato de ele ter conseguido passar por tudo isso e por todos sem ser descoberto, aos olhos de Castro, Castelo é similar a um “super herói que conseguiu cumprir sua missão”.
	 Quanto ao Barão, temos duas descrições, uma que se refere à classe social e outra sobre a classe que é enganada. Quando a primeira descrição, o autor faz questão de fazer com que o narrador descreva minuciosamente a casa do Barão, como no trecho a seguir: 
“Era uma casa enorme que parecia estar deserta; estava maltratada, mas não sei por que me veio pensar que nesse mau tratamento havia mais desleixo e cansaço de viver que mesmo pobreza. [...] Na sala, havia uma galeria de retratos: arrogantes senhores de barba em colar se perfilavam enquadrados em imensas molduras douradas, e doces perfis de senhoras, em bandós, com grandes leques, pareciam querer subir aos ares, enfunadas pelos redondos vestidos à balão; mas, daquelas velhas coisas, sobre as quais a poeira punha mais antigüidade e respeito, a que gostei mais de ver foi um belo jarrão de porcelana da China ou da Índia, como se diz. Aquela pureza da louça, a sua fragilidade, a ingenuidade do desenho e aquele fosco brilho de luar, diziam-me a mim que aquele objeto tinha sido feito por mãos de criança, a sonhar, para encanto dos olhos fatigados dos velhos desiludidos...”
Neste trecho nos é perceptível que a casa do Barão, mesmo nas condições degradantes que se encontra fora, um dia, uma casa linda e deslumbrante, o interior da casa e os objetos decorativos nos mostra riqueza e poder, levando a considerar que temos aqui, uma classe social nobre, com muito dinheiro, poder e status. 
	As características dos indivíduos dessa categoria social podem ser descritas a partir da descrição feita pelo narrador, também, neste mesmo trecho do conto, quando Castelo recebe uma carta nomeada por Doutor Manuel Feliciano Soares Albernaz, Barão de Jacuecanga, vemos aqui que o Barão já pelo seu próprio nome, é um homem de respeito, poder e status social. 
A forma como Castelo vê o Barão quando ele vai até sua casa nos transcende uma entidade cheia de poder, como segue o trecho a seguir: 
“Esperei um instante o dono da casa.Tardou um pouco. Um tanto trôpego, com o lenço de alcobaça na mão, tomando veneravelmente o simonte de antanho, foi cheio de respeito que o vi chegar. Tive vontade de ir-me embora. Mesmo se não fosse ele o discípulo, era sempre um crime mistificar aquele ancião, cuja velhice trazia à tona do meu pensamento alguma coisa de augusto, de sagrado. Hesitei, mas fiquei.” 
A partir desse trecho podemos também, ressalta que a personalidade e a atual condição do Barão de Jacuecanga assemelham-se com as condições que sua casa se encontra, ambos estão velhos e passam um ar de respeito e majestade. 
	A outra percepção que temos sobre o Barão é da classe que é enganada, ou seja, os que sempre estão sendo passados para trás, podemos afirmar esta hipótese a partir do trecho: 
“[...] mas compus umas histórias bem tolas e impingi-as ao velhote como sendo do crônicon. Como ele ouvia aquelas bobagens!... Ficava extático, como se estivesse a ouvir palavras de um anjo. E eu crescia a seus olhos! Fez-me morar em sua casa, enchia-me de presentes, aumentava-me o ordenado. Passava, enfim, uma vida regalada.” 
 Assim, podemos ver claramente que o Barão fora enganado constantemente por Castelo, assim seu dinheiro e seu poder não foram o suficiente para conseguir ver que estava sendo caloteado.Desta forma, podemos similar a nossa sociedade atual, nela possuímos pessoas que são enganadas cotidianamente, e ao nosso ponto de vista, elas são a maior porcentagem do povo brasileiro.

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