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Do pagamento
	A extinção, dá-se, em regra, pelo seu cumprimento, denominado pagamento.
	Pagamento significa cumprimento ou adimplemento da obrigação, à realização voluntária da prestação debitória, tanto quando procede do devedor como quando provém de terceiro, interessado ou não na extinção do vinculo obrigacional, pois qualquer interessado na extinção da divida pode pagá-la e igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor.
	São aplicáveis ao cumprimento da obrigação dois princípios: o da boa-fé ou diligencia normal e o da pontualidade.
	Só a prestação devida, cumprida integralmente, desonera o obrigado, salvo no caso de onerosidade excessiva reconhecida em sentença. O credor não pode ser forçado a receber por partes, se assim não foi convencionado, ainda que a prestação seja divisível.
	Não é possível qualificar uniformemente o pagamento. Sua natureza depende da qualidade da prestação e de quem o efetua. Feito por terceiro é um negócio jurídico, e igualmente, se, alem de extinguir a obrigação, importa transferência de propriedade da coisa dada pelo solves ao accipiens, admitida em alguma legislações. Em outras modalidade, é ato jurídico stricto sensu. Trata-se, em suma, de um ato de natureza variável.
	Para que o pagamento produza seu principal efeito, que é o de extinguir a obrigação, devem estar presentes seus requisitos essenciais de validade: a) a existência de um vinculo obrigacional; b) intenção de solvê-lo (animus solvendi); c) o cumprimento da prestação; d) a pessoa que efeuta o pagamento (solvens); e) a pessoa que o recebe (accipiens).
	Artigo 304 – qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
	Só se considera interessado quem tem interesse jurídico na extinção da divida, ou seja, quem pode ter seu patrimônio afetado caso não ocorra o pagamento.
	A recusa do credos em receber o pagamento oferecido pelo devedor ou por qualquer outro interessado lhes dá o direito de promover consignação.
	Quando a obrigação é contraída intuitu personare, ou seja, em razão das condições ou qualidades pessoais do devedor, somente a este incumbe solução.
	Quando o cumprimento não tem por conteúdo um negocio jurídico ou envolve um ato de disposição, pode ser efetuado mesmo por um incapaz, tendo a obrigação sido validamente constituída.
	Os terceiros interessados podem até mesmo consignar o pagamento, em caso de recusa do credo em receber, desde que, porém, o façam em nome e à conta do devedor.
	O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
	A entrega do bem, móvel ou imóvel, em pagamento de divida que importar transmissão da propriedade de bem móvel ou imóvel, só terá efeitos se realizadas pelo titular do direito real.
	Se a coisa entregue ao credor for fungível, e este a tiver recebido de boa-fé e a consumido, o pagamento terá eficácia, extinguindo-se a relação jurídica, ainda que o devedor não fosse dono. Exceção artigo 307. Condições: a) trata-se de pagamento efetuado mediante coisa fungível; b) boa-fé por parte do accipiens; c) consumo da coisa fungível pelo menos accipiens.
	Credor não é somente aquele em cujo favor se constitui originariamente o credito, também o é o herdeiro, na proporção de sua quota hereditária, o legatário, o cessionário e o sub-rogado nos direitos creditórios.
	Há três espécies de representantes do credor: legal, judicial e convencional.
	Legal é o que decorre da lei. Ex: pais, tutores, curadores.
Judicial é o nomeado pelo juiz. Ex: inventariante, sindico da falência.
	Convencional é o que recebe mandato outorgado pelo credor, com poderes especiais para receber e dar quitação.
	A presunção é, no entanto, relativa ou juris tantum, pois admite prova em contrario.
	O pagamento a quem não ostenta essas qualidades (verdadeiro credor ou ao seu sucessor inter vivos ou causa mortis, ou a quem de direito o represente) na data em que foi efetuado não tem efeito liberatório, não exonerando o devedor.
	Considera válido o pagamento feito a terceiro se for ratificado pelo credor, ou seja, se este confirmar o recebimento por via do referido terceiro ou fornecer recibo, ou ainda, se o pagamento reverter em seu proveito.
	O ônus de provar que o pagamento reverteu integralmente em beneficio do credor, mesmo tendo sido efetuado a terceiro não qualificado, é do solvens.
	Artigo 309 – o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era o credor.
	Credor putativo é aquele que se apresenta aos olhos de todos como o verdadeiro credor. Herdeiro aparente.
	Alem da boa-fé, exige-se a escusabilidade do erro que provocou o pagamento, para a exoneração do devedor.
	Se, por outro lado, o erro que provocou o pagamento incorreto é grosseiro, não se justifica proteção a quem agiu com desídia, negligencia ou imprudência.
	Artigo 310 – não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quita, se o devedor não provar que em beneficio dele efetivamente reverteu.
	Se o solvens tinha ciência da incapacidade, o cumprimento é invalido, tendo o devedor que pagar segunda vez ou provar que o pagamento efetuado reverteu, em parte ou em todo, em proveito do incapaz.
	Se o solvens desconhecia, sem culpa, a incapacidade do credor, o cumprimento será válido, ainda que o accipiens tenha dissipado ou malbaratado a prestação, ou seja, será valido independentemente de comprovação de que trouxe proveito ao incapaz.
	O ato terá validade se provar erro escusável do devedor, por supor estar tratando com pessoa capaz, ou dolo de credor, por ocultar maliciosamente sua idade.
	Artigo 312 – se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o credito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvados o regresso contra o credor.
	Quando a penhora recai sobre um credito, o devedor é notificado a não pagar ao credor, mas a depositar em juízo o valor devido.
	O objeto do pagamento deverá ser o conteúdo da prestação obrigatória. O devedor não estará obrigado a dar qualquer coisa distinta da que constitui o conteúdo da prestação, e não poderá liberar-se cumprindo uma obrigação de conteúdo diverso.
	Divida em dinheiro é a que se representa pela moeda considerada em seu valor nominal, ou seja, pelo importe econômico nela consignado. 
	Divida de valor é quando o dinheiro não constitui objeto da prestação, mas apenas representa seu valor.
	A cláusula de escala móvel prescreve que o valor da prestação deve variar segundo os índices de custo de vida. Estabelece um revisão, preconvencionada pelas partes, dos pagamentos que deverão ser feitos de acordo com as variações do preço de determinadas mercadorias ou serviços ou do índice geral de custo de vida ou dos salários.
	Quitação é a declaração unilateral escrita, emitida pelo credor, de que prestação foi efetuada e o devedor fica liberado. Vulgarmente conhecido como recibo.
	Se o credor se recusar, pois , a fornecer recibo, o devedor pode legitimamente reter o objeto da prestação e consigná-lo. Prevê, com efeito, o artigo 335, I que a consignação tem lugar se o credor não puder, ou sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na forma devida.
	Requisitos para quitação: o valor e a espécie da divida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante. Dada por escrito, publico ou particular.
	Quando a dívida se acha incorporada numa nota promissória ou letra de cambio, por exemplo, o meio probatório normal consiste na devolução do titulo. Três presunções que facilitam essa prova, dispensando a quitação: a) quando a divida representada por titulo de credito, que se encontra na posse do devedor; b) quando o pagamento é feito em quotas sucessivas, existindoquitação da ultima; c) e quando há quitação do capital, sem reservar dos juros, que se presumem pagos.
	Artigo 324 – a entrega do titulo ao devedor firma a presunção de pagamento. Ficara sem efeito a quitação assim operada se o credor prova, em 60 dias, a falta de pagamento. 
	Se o titulo foi perdido, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o titulo desaparecido.
	Artigo 330 – o pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renuncia do credor relativamente ao previsto no contrato.

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