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PENAL O tipo de injusto doloso de ação

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O tipo de injusto doloso de ação
Dolo representa a energia psíquica produtora da ação incriminada
O tipo objetivo constitui a base do processo analítico de (re)construção do conceito de crime
Tipo objetivo:
Causação do resultado, explicada pela lógica da determinação causal e a imputação do resultado, fundada no critério da realização do risco.
No tipo objetivo, a reconstrução analítica tem por objeto o seguinte: primeiro, determinar a relação de causalidade entre ação e resultado; segundo, definir resultado como realização do risco criado pelo autor, portanto, imputável ao autor como obra dele.
Não existe resultado exterior determinado pela causalidade.
A distinção entre causação do resultado (processos naturais de determinação causal) e imputação do resultado (processo valorativo de atribuição típica) está incorporada ao sistema conceitual da dogmática penal contemporânea.
No direito penal, a teoria de equivalência das condições é o principal método para determinar relações causais.
Teoria da equivalência das condições: todas as condições determinantes de um resultado são necessárias, por isso, são equivalentes no processo causal. Causa é a condição que não pode ser excluída hipoteticamente sem excluir o resultado.
O resultado aparece como produto concreto de condições reais e não de condições hipoteticamente possíveis ou prováveis.
A alteração de qualquer condição implicaria mudança do resultado concreto, que jamais seria igual.
Se o resultado não desaparece com a exclusão alternativa, mas desaparece com a exclusão cumulativa das condições, então ambas as condições são causas do resultado.
Na lei penal brasileira, a fórmula da exclusão hipotética da condição para determinar a relação de causalidade está inscrita no art. 13,CP.
A relação de causalidade é somente interrompida por curso causal posterior absolutamente independente, que produz diretamente o resultado, anulando ou destruindo os efeitos do curso causal.
É importante notar que a lei brasileira considera a independência relativa do novo curso causal como excludente da imputação do resultado, e não como excludente da relação de causalidade, admitindo a moderna distinção entre causação e imputação do resultado.
Teoria da adequação: considera a causa a conduta adequada para produzir o resultado típico, excluindo condutas que produzem o resultado por acidente. A condição adequada eleva a possibilidade de produção do resultado.
Se causa é condição adequada para produzir o resultado típico, então a teoria da adequação pretenderia resolver, simultaneamente, questões de causalidade e questões de imputação, afinal, identificar a causa adequada para o resultado típico é, também, identificar o fundamento da atribuição do resultado ao autor, como obra dele.
Imputação (objetiva) do resultado: constitui juízo de valoração realizado em dois níveis, segundo critérios distintos: primeiro, a atribuição objetiva do resultado, conforme o critério da realização do risco; segundo, a atribuição subjetiva do resultado, conforme o critério da realização do plano, especialmente relevante em relação aos desvios causais.
Consiste na atribuição do resultado de lesão do bem jurídico ao autor, como obra dele. 
Pressupõe: criação de risco para o bem jurídico pela ação do autor, realização do risco criado pelo autor no resultado da lesão do bem jurídico. 
A imputação do resultado como realização de risco criado pelo autor tem sua contrapartida teórica: se a ação do autor não cria risco do resultado, ou se o risco criado pelo autor não se realiza no resultado, então o resultado não pode ser imputado ao autor.
Acontecimentos casuais estão fora do controle humano.
Situações de redução de risco também podem ser resolvidas no âmbito da antijuricidade, justificadas pelo estado de necessidade ou pelo consentimento presumido do ofendido.
Contribuição da vitima para o resultado: se o resultado é realização exclusiva de risco criado pela vitima, então é atribuível somente a vitima; se o resultado é produto de desenvolvimento do risco criado pelo autor, então é atribuído ao autor, exceto em caso de conduta inteiramente irresponsável da vitima.
Tipo subjetivo:
Elementos subjetivos especiais, que aparecem ao lado do dolo, sob a forma de intenções ou de tendências especiais ou de atitudes pessoais necessárias para precisar a imagem do crime ou para qualificar ou privilegiar certas formas básicas de comportamento criminoso.
Dolo: elemento intelectual (saber) + elemento emocional/volitivo (querer)
Elemento intelectual do dolo pode ser deduzido da regra sobre o erro de tipo: se o erro sobre os elementos objetivos do tipo legal exclui o dolo, então o conhecimento das circunstancias objetivas do tipo legal integra o dolo. 
O conhecimento atual das circunstancias deve abranger os elementos presentes e futuros.
Elementos descritivos do tipo legal (ex: homem, coisa, etc.) existentes como realidades concentras perceptíveis pelos sentidos, devem ser representados na forma de sua existência natural.
Elementos normativos do tipo legal (ex: coisa alheia, documento, etc.) existentes como conceitos jurídicos empregados pelo legislador, devem ser representados conforme seu significado comum, segundo uma valoração paralela ao nível do leigo, e não no sentindo da definição jurídica respectiva, porque, senão, somente juristas seriam capazes do dolo.
Elemento volitivo: a vontade deve ser incondicionada como decisão de ação já definida; a vontade deve ser capaz de influenciar o acontecimento real, permitindo definir o resultado típico como obra do autor, e não como mera esperança ou desejo deste.
Especiais de dolo:
Dolo direito de primeiro grau tem por objeto O QUE o autor quer realizar; o dolo direto de segundo grau abrange as conseqüências típicas representadas como CERTAS ou NECESSÁRIAS pelo autor; o dolo eventual compreende as conseqüências típicas representadas como POSSIVEIS por um autor que consente em sua produção.
O fundamento metodológico dessa sistematização do dolo parece ser o modelo final de ação, cuja estrutura destaca a base real daquelas categorias dogmáticas: a proposição do fim, como vontade consciente que dirige a ação; a escolha dos meios para realizar o fim, como fatores causais necessários determinados pelo fim; e os efeitos secundários representados como necessários ou possíveis em face dos meios empregados ou do fim proposto.
Dolo direto (tanto de 1º como de 2º grau) – querer o resultado
Dolo eventual – assumir o risco de produzir o resultado.
O dolo eventual se caracteriza, no nível intelectual, por levar a serio a possível produção do resultado típico e, no nível da atitude emocional, por conforma-se com a eventual produção desse resultado.
A imprudência consciente caracteriza-se, no nível intelectual, pela representação da possível produção do resultado típico e, no nível emocional, por confiar na ausência ou evitaçao desse resultado, pela habilidade, atenção ou cuidado na realização concreta da ação.
TEORIAS QUE TRABALHAM NA VONTADE:
Teoria do consentimentos, define dolo eventual pela atitude de aprovação do resultado típico previsto como possível, que deve agradar o autor. 
Teoria da indiferença ao bem jurídica, identifica o dolo eventual na atitude de indiferença do autor, quando a possíveis resultados colaterais típicos, excluídos os resultados indesejados, marcados pela expectativa de ausência. 
Teoria da não comprovada vontade de evitaçao do resultado (ou objetivação da vontade de evitacao do resultado) coloca o dolo eventual e a imprudência consciente na dependência da ativação de contra fatores para evitar o resultado representando como possível: imprudência consciente se o autor ativa contra fatores; dolo eventual se não ativa contra fatores para evitaçao do resultado.
TEORIAS QUE TRABALHAM NA REPRESENTAÇÃO:
Teoria da possibilidade, reduz a distinção entre dolo e imprudência ao conhecimento da possibilidade de ocorrência do resultando.
Teoria da probabilidade define dolo eventual, variavelmente, ou pela representaçãode um perigo concreto para o bem jurídico ou pela consciência de um quantum de fatores causais produtor de ‘serio risco do resultado, ou como (re)conhecimento de um perigo qualificado para o bem jurídico. 
Teoria do risco define dolo pelo conhecimento da conduta típica, excluindo do objeto do dolo o resultado típico, porque a ação de conhecer não pode ter objeto realidades ainda inexistentes no momento da ação, trabalha com o critério de tomar a serio e o de confiar na evitaçao do resultado típico para distinguir a decisão pela possível lesão do bem jurídico da mera imprudência consciente, aproximando-se, por isso, da teoria dominante. 
Teoria do perigo desprotegido igualmente retira o elemento volitivo do conteúdo do dolo e fundamente a distinção entre dolo eventual e imprudência consciente com base na natureza do perigo, definido como desprotegido, protegido e desprotegido distante,
DESPROTEGIDO- dependência de mero fatores de sorte-azar, configura jogar roleta russa
PROTEGIDO- evitacao do possível resultado mediante cuidado ou atenção do autor, da vitima em potencial ou de terceiro, configura imprudência consciente, com homicídio imprudente em hipótese de resultado de morte ex: professor permite alunos a nadar em rio perigoso, apesar da placa de perigo e aluno morre afogado
DESPROTEGIDO DISTANTE- assemelha-se ao perigo protegido, excluindo o dolo.
A noção de perigo desprotegido pretende fundamentar uma construção objetiva da teoria subjetiva de levar a serio o perigo: trata-se de reconhecer um perigo digno de ser levado a sério, e não de levar a serio um perigo reconhecido. 
DOLO ALTERNATIVO: punição somente pelo tipo realizado porque o autor pretende apenas um resultado típico, com vários problemas: se nenhum resultado é produzido, não se sabe por qual crime punir; punição pelo tipo mais grave em todas as hipóteses; punição, em concurso formal, por cada tipo alternativo tentado, ou tentado e consumado
Dimensão temporal do dolo: o dolo deve existir DURANTE a realização da ação típica, o que não significa durante toda a realização da ação planejada, mas durante a realização da ação que desencadeia o processo casual típico. Não existe dolo anterior, nem posterior à realização da ação típica.
ERRO DE TIPO
Se o dolo exige conhecimento da circunstancia de fato do tipo legal, então o erro sobre circunstancia de fato do tipo legal exclui o dolo.
Em qualquer caso, o erro de tipo significa defeito de conhecimento do tipo legal, exclui o dolo, porque uma representação ausente ou incompleta não pode informar o dolo de tipo.
O erro inevitável exclui o dolo E a imprudência, enquanto o erro evitável exclui apena o dolo. CP,20.
O erro de tipo representa defeito na formação intelectual do dolo, que tem por objeto da ação, o resultado, a relação de causalidade, ect.
Não pode ser objeto de erro: os elementos subjetivos do tipo (o próprio dolo e as intenções, tendências e atitudes especiais de ação), outros elementos que não pertencem ao tipo objetivo (condições subjetivas de punibilidade, fundamentos pessoais de exclusão de pena e pressupostos processuais.)
Erro de tipo – defeito de conhecimento das circunstancias de fato do tipo objetivo.
Erro de tipo (excludente do dolo) ≠ erro de subsunção (penalmente irrelevante)
DESVIOS CAUSAIS
Desvios causais regulares: o curso causal do acontecimento típico, como uma circunstancia de fato, constitui elemento objetivo do tipo, cuja atribuição ao dolo depende da previsibilidade de seu desenvolvimento. Desvios causais imprevisíveis constituem cursos causais irregulares ou anormais, não atribuíveis ao dolo do autor.
Aberratio ictus: casos especiais de desvio causal do objeto desejado para objeto diferente, equacionados conforme a natureza típica do objeto: A dispara contra B, mas acerta C. No caso de resultados típicos equivalentes a) para a teoria da concretização, o dolo deve se concretizar em objeto determinado b) para a teoria da equivalência, o dolo pode admitir resultado típico genérico.
Troca de dolo: curso da realidade do tipo, constitui geralmente situação de mudança de objeto de dolo.
Dolo geral: acontecimentos típicos realizados em dois atos: no primeiro, o autor supõe consumar o fato, mas o fato se consuma no segundo ato, realizado para encobrir o fato. Se dolo direto, o resultado corresponde ao plano do autor, o desvio causal é irrelevante; se o dolo eventual, o resultado não parece corresponder ao plano do autor, o desvio torna-se relevante.
ERRO SOBRE O OBJETO: erro sobre objeto típico equivalente é irrelevante; o erro sobre o objeto típico não equivalente é relevante.
Elementos subjetivos especiais:
Os tipos penais de intenção caracterizam-se por propósitos que ultrapassam o tipo objetivo, fixando-se em resultados que não precisam se realizar concretamente, mas que devem existir no psiquismo do autor. Distinguir tipo de resultado cortado (em que resultado pretendido não exige uma ação complementar do autor) e tipos imperfeitos de dois atos ( o resultado pretendido exige uma ação complementar). 
Os tipos penais de tendências caracterizam-se por uma tendência afetiva do autor que impregna a ação típica.
Os tipos penais de atitude, existência de estados anímicos que informam a dimensão subjetiva do tipo e intensificam ou agravam o conteúdo do injusto, mas não representam um desvalor social independente, ex: crueldade/má-fé.
Os tipos penais de expressão, existência de um processo intelectual interno do autor, ex: falso testemunho.

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