Buscar

PENAL Tipo de Injusto Imprudente

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Tipo de Injusto Imprudente
Crimes cometidos por imprudência – exceções à regra da criminalidade dolosa, aparecendo na lei penal como hipótese acessória de menor significação.
Estilo culposo
A grande mudança na teoria da imprudência é representada pela deslocação de sua posição sistemática, de forma de culpabilidade no modelo casual, para tipo de injusto conforme a concepção moderna de crime.
Inobservância do cuidado exigido, define o conceito de imprudência, característica do tipo.
Os tipos de imprudência são tipos abertos que devem ser construídos concretamente mediante um processo de valoração judicial, por isso, não possuem o mesmo rigor de definição legal dos tipos dolosos.
Tipo objetivo do injusto de imprudência = tipo objetivo do injusto doloso
A definição de imprudência é fundada em critérios objetivos e pressupõe uma correspondência com a capacidade individual do ser humano.
Critério de generalização: generaliza a medida objetiva do tipo de injusto: diferenças de capacidade individual não são consideradas no tipo de injusto, mas avaliadas na culpabilidade, conforme inteligência, escolaridade, habilidades, experiências de vida e posição social do autor; no nível superior da capacidade individual, exige menos de quem pode mais do que a medida geral do tipo; no tipo inferior da capacidade individual, exige mais de que pode menos do que a medida geral do tipo.
Critério da individualização: individualiza a medida objetiva do tipo de injusto: considera no tipo de injusto as diferenças de capacidade individual; se a capacidade individual é superior à medida do tipo de injusto, então exige mais de quem pode mais, considerando típicas ações atípicas pelo critério de generalização; se a capacidade individual é inferior à medida do tipo de injusto, então exige menos de quem pode menos, considera atípicas ações típicas pelo critério de generalização.
ROXIN, combina o rigor dos critérios de generalização e da individualização, se a capacidade individual é inferior à exigência geral do tipo de injusto, prevalece a medida segundo critério de generalização, sob o argumento de que a incapacidade de agir diferente é um problema de culpabilidade; se a capacidade individual é superior à exigência geral do tipo de injusto, o autor deve empregar essa maior capacidade, segundo o principio da individualização, sob argumento de que outra interpretação significaria vitimizaçao desnecessária de vidas humanas.
A lei penal brasileira define o chamado crime culposo como resultado causado por imprudência, negligencia ou imperícia.
Dois conceitos para definir imprudência: o conceito de dever de cuidado e o conceito de risco permitido (relacionado à teoria da elevação do risco)
O conceito de dever de cuidado define imprudência do ponto de vista do autor individual e indica a atitude exigida para situar a conduta nos limites do risco permitido pelo ordenamento jurídico.
 conceito de risco permitido define imprudência do ponto de vista do ordenamento jurídico e indica os limites objetivos que condicionam o dever de cuidado do autor individual. 
O risco permitido, definido pelo ordenamento jurídico, constitui a moldura típica primaria de adequação do dever de cuidado, de modo que a lesão do dever de cuidado sempre aparece sob a forma de criação ou de realização de risco não permitido. 
Esses conceitos não se excluem, mas se integram em uma unidade superior, e sua utilização combinada parece contribuir para melhor compreensão do conceito de imprudência.
O tipo de injusto de imprudência é formado por dois elementos correlacionados: a) a lesão do dever de cuidado objetivo, como criação de risco não permitido, que define o desvalor de ação; b) o resultado de lesão do bem jurídico, como produto da violação do dever de cuidado objetivo ou realização de risco não permitido, que define o desvalor de resultado.
O dever de cuidado é delimitado principalmente por normas jurídicas, que definem o risco permitido em ações perigosas para bens jurídicos na circulação de veículos, na industria, no meio ambiente, no esporte, etc.
A infração de uma norma jurídica isolada constitui, em regra, criação de risco não permitido e, assim, caracteriza lesão do dever de cuidado, mas, excepcionalmente, pode ser insuficiente para indicar lesão do risco permitido ou do dever de cuidado.
Modelo de homem prudente: construído como modelo para determinar lesões do dever de cuidado ou do risco permitido, é um referencial valioso para definir a natureza de comportamentos humanos. Um homem prudente é capaz de reconhecer e avaliar situações de perigo para bens jurídicos protegidos, mediante observação das condições de realização da ação e reflexão sobre os processos subjacentes de criação e de realização do perigo. 
O dever de informação sobre riscos e de abstenção de ações perigosas: a realização de ações perigosas, especialmente em certas áreas ou setores especializados das atividades humanas, impõe o deve de informação sobre riscos para bens jurídicos, com omissão da ação perigosa no caso de impossibilidade de informação, de informação indicadora de risco excessivo ou de incapacidade pessoal de controle de risco. Culpa de emprendimento, regido pelo principio do “quem não sabe, deve se informar; quem não pode, deve se omitir”
Correlação risco/utilidade na avaliação de ações perigosas: as sociedades contemporâneas caracterizam-se pela constante realização de ações perigosas, cujo funcionamento, produção ou emprego deve observar o necessário cuidado, controle ou vigilância para excluir ou minimizar os risco correlacionados. Contudo, são autorizadas algumas ações fora dos limites normais do risco permitido, por causa de sua significação social (caso das ambulâncias no transito, furar sinal etc.). A permissibilidade de ações perigosas depende do significado da correlação risco/utilidade: se o risco tem utilidade social, então o maior risco pode ser permitido, se o risco tem utilidade meramente individual, então o menor risco é permitido. 
Principio da confiança: expectativa, por quem conduz nos limites do risco permitido, de comportamentos alheios adequados ao dever de cuidado, exceto indicações concretas em contrario. Admite-se a ação em conformidade com o principio da confiança mesmo na hipótese de pequenas lesões do risco permitido ou do dever de cuidado. Esse principio não pode prevalecer contra crianças, idosos ou doentes, contra adolescentes com comportamentos estranhos, contra pedestres evidentemente desorientados ou outras situações de injustificável expectativa de comportamentos adequados. Exerce função relevante no trabalho cooperado ou de equipe, com distribuição de tarefas integradas para realização de obra coletiva.
Disposição reconhecível para fato doloso, mediante contribuição causal imprudente, em que, o conceito unitário de autor de fato imprudente determina a punição por homicídio imprudente e não por participação imprudente em fato doloso, porque a ação não é coberta pelo principio da confiança.
Ligação entre ação e resultado nos tipos de imprudência: o dever de cuidado é definido para evitar determinados resultados típicos; o resultado deve ser produto especifico da lesão do dever de cuidado; o resultado deve ser previsível no momento da ação; o resultado determina se, porque e como o autor deve ser punido.
Imputação do resultado ao autor: tem como pressuposto a relação de causalidade entre ação lesiva do dever de cuidado ou do risco permitido, como resultado de lesão do bem jurídico e tem como fundamento a realização do risco criado pela ação lesiva do dever de cuidado ou do risco permitido e como condição tem a previsibilidade do resultado.
Assim como nos crimes dolosos, a imputação do resultado ao autor exige mais do que a simples causalidade: o resultado dever ser o produto especifico da lesão do cuidado objetivo exigido ou a realização concreta de risco não permitido, para ser definido como “obra do autor” e, assim, poder ser imputado ao autor.
	O resultado somente é definível como realização do risco quando aparececomo produto especifico da lesão do dever de cuidado ou como realização concreta de risco não permitido.
	A simples causalidade do resultado, demonstrada pela exclusão hipotética da ação, é insuficiente para imputar o resultado ao autor: é necessário que o resultado seja o produto especifico da ação lesiva do dever de cuidado ou do risco permitido.
	Exclusão da imputação do resultado: a definição do resultado como realização do risco criado pela ação lesiva do dever de cuidado ou do risco permitido é excluída nas hipóteses de fatalidade do resultado, de resultados incomuns, de resultados fora da área de proteção do tipo e de resultados iguais em hipotéticas condutas conforme ao dever de cuidado ou risco permitido.
	Existe hipóteses de resultados fora da área de proteção do tipo legal: auto-exposição a perigo (atribuído à vitima e não ao colaborador da ação, se aquela conhece o risco existente da ação, mas é imputável se a vitima não percebe o significado de sua decisão, neste caso, o colaborar cria risco não coberto pela vontade daquela), exposição consentida a perigo criado por outrem(não é imputável ao autor; o dano deve ser conseqüência do risco consentido e a vitima deve ter a mesma compreensão do e responsabilidade pelo perigo), perigos situados em área de responsabilidade alheia (têm por objeto, em geral, funcionários públicos ou profissionais, no âmbito de suas funções ou atividades, e incidem sobre cursos causais preexistente, podendo excluir a atribuição do resultado ao autor de anterior lesão do risco permitido ou do cuidado objetivo), danos psíquico-emocionais sobre terceiros (como distúrbios físicos ou mentais determinados por sofrimento ou sentimento de infelicidade resultante de morte ou lesões corporais graves de pessoa afetivamente próxima, por lesão do dever de cuidado ou do risco permitido, não podem ser atribuídos ao autor: a proteção típica do homicídio ou das lesões corporais não inclui responsabilidades penais cumulativas por distúrbios físicos ou psíquicos relacionados a abalo emocional de terceiro, ressalvando possível ressarcimento civil) e as outras conseqüências danosas posteriores (não são imputadas ao autor, se relacionadas à redução da resistência orgânica ou da capacidade física, determinadas por ação lesiva do dever de cuidado ou do risco permitido; ex: A morre depois de acidente de transito, depois de longo período de tratamento)
	A hipótese de resultado igual em conduta alternativa conforme ao direito exclui a imputação, mas os critérios são controvertidos.
	Fundamentar a imputação do resultado na criação ou na realização de risco criado pelo autor não afasta a categoria da previsibilidade: afinal, a criação ou a realização do perigo é imputável porque o resultado é previsível e, por isso, controlável pelo autor. 
	 O conceito de risco (do resultado de lesão) pressupõe ou implica a previsibilidade objetiva do resultado, sem a qual não pode ser definido. 
	Uma estrutura de tipo objetivo e tipo subjetivo nos crimes de imprudência, homogênea à estrutura dos crimes dolosos, é admissível na imprudência consciente, mas é objeto de controvérsia na imprudência inconsciente.
	Nos crimes qualificados pelo resultado, a relação entre ação e resultado também se desdobra em causação do resultado e imputação do resultado. 
	O resultado deve ser o efeito causal e o produto do risco criado pela ação dolosa do autor, ou a conseqüência previsível da ação do autor.
	Os crimes qualificados pelo resultado, cujo tipo mais característico é a lesão corporal com resultado de morte, constituem resquício medieval do versari in re illicita do direito canônico, como responsabilidade penal sem culpa por conseqüência resultante de uma ação proibida.
	Crimes qualificados pelo resultado: condicionam a imputação do resultado à sua definição como produto especifico do risco criado pela dolosa fundamental.
	Nos crimes qualificados pelo resultado, a imputação do resultado mais grave pressupõe, alem da imprudência implícita na ação dolosa antecedente, a definição do resultado mais grave como produto especifico do risco criado pela ação doloso do autor ou a previsibilidade do resultado mais grave como conseqüência provável da ação, sob pena de absoluta inconstitucionalidade.

Outros materiais