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AULA 7: Dimensionamento de canais de navegação Patrícia Dalsoglio Garcia ESCOLA DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Disciplina: Portos, Rios e Canais I INTRODUÇÃO Barcaça Tietê 1.100 t Comboio Tietê 4 barcaças = 4.400 t Caminhão Semi-Reboque 27 t Vagão Hopper 55 t Comboio Hopper 50 vagões = 2.750 t INTRODUÇÃO 1 Barcaça Tietê 1.100 t 20 Vagões Hopper 41 Caminhões 1 Comboio 4.400 t 80 Vagões Hopper 163 Caminhões INTRODUÇÃO CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS EMBARCAÇÕES • embarcações fluviais comboios de empurra, compostos por rebocador empurrando chatas, com as maiores dimensões compatíveis com a via, e automotores • buscado também a padronização das dimensões, visando a otimização das obras hidroviárias, a navegação ininterrupta com balizamento adequado e a unificação da carga geral com containers. • As dimensões das embarcações fluviais estão ligadas às características da hidrovia (dimensões, correnteza e obras), características da embarcação (tipo de carga, capacidade de carga, local de operação, manobrabilidade e velocidade) e forma hidrodinâmica. Comprimento (L): corresponde à distância entre as verticais que passam pelos extremos de popa e proa Boca (B): corresponde à distância entre as verticais tangentes aos extremos de bombordo e boreste da seção mestra (maior transversal) Calado (T): corresponde à distância entre a quilha e a linha d’água da seção mestra Pontal (P): corresponde à altura entre a quilha e o convés principal Deslocamento total: corresponde ao peso do volume de água deslocado pela embarcação Porte bruto ou capacidade de carga: corresponde à diferença entre o deslocamento total e o peso do casco, motor e equipamentos. Costuma ser citado em tpb (tonelagem de porte bruto) CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS EMBARCAÇÕES CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS EMBARCAÇÕES A A A A Superestrutura Pontal Borda livre Calado Boca Comprimento entre perpendiculares Comprimento total CORTE A-A Linha d'água PROA POPA BOMBORDO ESTIBORDO/BORESTE TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Automotores Empregados em hidrovias pioneiras (carga movimentada não atinja valores que compensem a adoção de grandes comboios de empurra) Hidrovias consolidadas para cargas de rápida movimentação (granéis líquidos - maiores velocidades médias de percurso) automotoras assemelham-se à marítimas pela total independência de tráfego, por disporem de propulsão própria TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Automotores TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Automotores Embarcação automotora operando no Rio Taquari (RS) na Hidrovia Taquari- Jacuí-Lagoa dos Patos. (BRASIL, MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES) Embarcação automotora operando no Rio Jacuí (RS) na Hidrovia Taquari- Jacuí-Lagoa dos Patos. (BRASIL, MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES) TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Automotores Embarcação automotora operando no Rio Jacuí (RS) na Hidrovia Taquari-Jacuí-Lagoa dos Patos. (BRASIL, MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES) TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Comboios de Empurra Sistemas compostos por empurradores e chatas Empurradores • embarcações dotadas de meios próprios de propulsão e manobra e destinados a deslocar chatas de empurra num comboio de empurra • dispõem de uma ampla plataforma , aonde encontram-se as estruturas suportes de sustentação compostas por perfis verticais, articulados com as embarcações que deverão ser movimentadas pela pressão do barco automotor TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Empurrador fluvial para o sistema Tocantins-Araguaia TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Comboios de Empurra Chatas • formas predominantemente retilíneas • facilidade de construção a baixo custo • favorecendo o acoplamento em conjunto para o transporte de cargas • dispensam propulsão, leme e tripulação • Três tipos básicos são empregados na navegação de empurra: comboios integrados, aos semi-integrados e aos integrados TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Comboios de Empurra Chatas • As chatas para comboios não integrados têm proa e popa carenadas, e na fila apresentam em cada junta de linha uma descontinuidade que reduz significativamente o rendimento propulsivo do conjunto, fazendo com que as dimensões das chatas tenham importância por definirem o maior ou menor número de descontinuidades do casco conjunto. TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Chata de uso múltiplo mostrando a possibilidade de distribuição de carga Comboios de Empurra Chatas Chata de casco duplo projetada para transporte de granéis sólidos TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Comboios de Empurra Chatas • As chatas para comboios integrados têm proa e popa retangulares verticais de forma paralelepipédica (chatas tipo caixa ou alvarenga), minimizando a descontinuidade nas juntas das filas, com chatas especiais semi-integradas idênticas na proa e popa TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Comboios de Empurra Chatas Configuração do comboio tipo para o Rio Paraguai TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Comboios de Empurra Chatas Comboio Araguaia com 2 ou 4 chatas. Calado máximo é 4,50 m; Calado garantido em 100% do tempo é de 3,00 TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Comboios de Empurra Comboio fluvial Paraná Comboio fluvial Paraguai TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Comboios de Empurra Comboio fluvial Araguaia Comboio fluvial em Itacoatiara (AM) na Hidrovia do Rio Amazonas Comboio rio Madeira TIPOS DE EMBARCAÇÕES FLUVIAIS Comboios de Empurra Comboio fluvial na hidrovia Tietê-Paraná DIMENSIONAMENTO garantir a navegação livre e segura das embarcações tipo adotadas A definição está condicionada a estudos econômicos e ambientais, uma vez que o custo de transporte é barateado quanto maior o porte da embarcação, o que, em contrapartida, acarreta aumento no custo das obras de infra- estrutura da hidrovia. A partir da definição da embarcação tipo é feito o dimensionamento do canal de navegação DIMENSIONAMENTO PROFUNDIDADE MÍNIMA Calado (T) + 0,3(fundo areia ou argila) a 0,5 m (fundo rocha) (na estiagem, trechos restritos com 90% de probabilidade de profundidades superiores a esta) Profundidades menores do que 2xT provocam redução do rendimento propulsivo com redução de velocidade e aumento do consumo de combustível LARGURA MÍNIMA 4,4.B (ou 5.B) p/ mão dupla sem redução de velocidade 2,2.B p/ via singela DIMENSIONAMENTO Sem cruzamento (mão simples) Com cruzamento (mão dupla) folga T 0,6.Bc 0,6.BcBc Aemb,molhada 2,2.Bc Bc folga Bc1,2.Bc T 0,6.Bc 0,6.BcBc Aemb,molhada Aemb,molhada 4,4.Bc DIMENSIONAMENTO EFEITO PISTÃO Área da seção molhada >5 a 6x BxT (seção mestra) – p/evitar perda de rendimento propulsivo A1,bem molhada = F.bc.c = 0,9. bc.c onde F é o coeficiente de forma molhadaembA ,1molhada seção .6A molhadaembA ,1molhada seção .10A Canal de mão simples Canal de mão dupla DIMENSIONAMENTO RAIO DE CURVATURA Sem restrição de velocidade nas curvas, o raio mínimo de curvatura deverá ser de 10xL Caso admitam-se curvas mais fechadas dever-se-á adotar sobre largura (s) de: s = L 2.R 2 Raio Velocidade máxima admissível 10.Lc V 8.Lc 0,875.V 7.Lc 0,75.V 6.Lc 0,626.V 5.Lc 0,5.V V: velocidade admissível em trechoreto (função da embarcação, região, cargas) DIMENSIONAMENTO VÃOS LIVRES EM PONTES trecho retilíneo as faces internas dos pilares devem ter distância mínima: • 4,4B (ou5B)+5 m ou 2x(2,2B+5m) (com cruzamento) • 2,2B+5 m (sem cruzamento) nas curvas cada caso deve ser avaliado ALTURAS LIVRES Desejável 15 m p/passagem de grandes comboios de empurra (Tietê 7 m) Pontes elevadiças cabine dos empurradores retrátil DIMENSIONAMENTO VELOCIDADE MÁXIMA DAS ÁGUAS Máximo maximorum de 5 m/s contra ou a favor paralela ao rumo de navegação (potência dos propulsores/manobrabilidade) (trechos restritos) Limites recomendados: • (0°) Vmáx = 2 m/s (para que o transporte não se torne anti- econômico) • (30 a 45°) Vmáx = 1,2 m/s • (90°) Vmáx = 0,7 m/s BACIA DE EVOLUÇÃO OU ESPERA Nas margens de 15 a 30 km Manobras Inversão de curso Cruzamentos DIMENSIONAMENTO ÁREAS ABRIGADAS COM CABEÇOS DE AMARRAÇÃO Falta de sinalização noturna Condições hidrológico-meteorológicas desfavoráveis Arrumação das embarcações
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