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0,0 ,0, DNIT 2017 MANUAL DE CUSTOS DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES VOLUME 10 MANUAIS TÉCNICOS CONTEÚDO 06 FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES DIRETORIA GERAL DIRETORIA EXECUTIVA COORDENAÇÃO-GERAL DE CUSTOS DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES MINISTRO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL Exmo. Sr. Maurício Quintella Malta Lessa DIRETOR GERAL DO DNIT Sr. Valter Casimiro Silveira DIRETOR EXECUTIVO DO DNIT Eng.º Halpher Luiggi Mônico Rosa COORDENADOR-GERAL DE CUSTOS DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES Eng.º Luiz Heleno Albuquerque Filho MANUAL DE CUSTOS DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES VOLUME 10 MANUAIS TÉCNICOS CONTEÚDO 06 FUNDAÇÕES E CONTENÇÕES Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções ii MANUAL DE CUSTOS DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES A. VERSÃO ATUAL EQUIPE TÉCNICA: Revisão e Atualização: Fundação Getulio Vargas (Contrato nº 327/2012) Revisão e Atualização: Fundação Getulio Vargas (Contrato nº 462/2015) MANUAL DE CUSTOS DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES A. VERSÃO ATUAL FISCALIZAÇÃO E SUPERVISÃO DO DNIT: MSc. Eng.º Luiz Heleno Albuquerque Filho Eng.º Paulo Moreira Neto Eng.º Caio Saravi Cardoso B. PRIMEIRAS VERSÕES EQUIPE TÉCNICA (SINCTRAN e Sicro 3): Elaboração: CENTRAN Eng.º Osvaldo Rezende Mendes (Coordenador) SUPERVISÃO DO DNIT: Eng.º Silvio Mourão (Brasília) Eng.º Luciano Gerk (Rio de Janeiro) Brasil, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Diretoria Executiva. Coordenação-Geral de Custos de Infraestrutura de Transportes. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes. 1ª Edição - Brasília, 2017. 12v. em 74. Volume 10: Manuais Técnicos Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 1. Rodovias - Construções - Estimativa e Custo - Manuais. -2. Ferrovias - Construções - Estimativa e Custo - Manuais. - 3. Aquavias - Construções - Estimativa e Custo - Manuais. - I. Título. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções iii MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES DIRETORIA GERAL DIRETORIA EXECUTIVA COORDENAÇÃO-GERAL DE CUSTOS DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES MANUAL DE CUSTOS DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES VOLUME 10 MANUAIS TÉCNICOS CONTEÚDO 06 FUNDAÇÕES E CONTENÇOES 1ª Edição - Versão 3.0 BRASÍLIA 2017 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções iv MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, PORTOS E AVIAÇÃO CIVIL DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES DIRETORIA GERAL DIRETORIA EXECUTIVA COORDENAÇÃO-GERAL DE CUSTOS DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES Setor de Autarquias Norte, Bloco A, Edifício Núcleo dos Transportes, Edifício Sede do DNIT, Mezanino, Sala M.4.10 Brasília - DF CEP: 70.040-902 Tel.: (061) 3315-8351 Fax: (061) 3315-4721 E-mail: cgcit@dnit.gov.br TÍTULO: MANUAL DE CUSTOS DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES Primeira edição: MANUAL DE CUSTOS DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES, 2017 VOLUME 10: Manuais Técnicos Conteúdo 06 - Fundações e Contenções Revisão: Fundação Getulio Vargas - FGV Contratos 327/2012-00 e 462/2015 (DNIT) Aprovado pela Diretoria Colegiada em 25/04/2017 Processo Administrativo nº 50600.096538/2013-43 Impresso no Brasil / Printed in Brazil Direitos autorais exclusivos do DNIT, sendo permitida reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte (DNIT), mantido o texto original e não acrescentado nenhum tipo de propaganda comercial. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções v APRESENTAÇÃO O Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes constitui a síntese de todo o desenvolvimento técnico das áreas de custos do extinto DNER e do DNIT na formação de preços referenciais de obras públicas. Em consonância à história destes importantes órgãos, o Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes abrange o conhecimento e a experiência acumulados desde a edição das primeiras tabelas referenciais de preços, passando pelo pioneirismo na conceituação e aplicação das composições de custos, até as mais recentes diferenciações de serviços e modais de transportes, particularmente no que se refere às composições de custos de serviços ferroviários e hidroviários. Outras inovações relevantes no presente Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes referem-se à metodologia para definição de custos de referência de canteiros de obras e de administração local e à diferenciação das taxas referenciais de bonificação e despesas indiretas em função da natureza e do porte das obras. Também merece registro a proposição de novas metodologias para o cálculo dos custos horários dos equipamentos e da mão de obra e para definição dos custos de referência para aquisição e transporte de produtos asfálticos. O Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes encontra-se organizado nos seguintes volumes, conteúdos e tomos: Volume 01 - Metodologia e Conceitos Volume 02 - Pesquisa de Preços Volume 03 - Equipamentos Volume 04 - Mão de Obra Tomo 01 - Parâmetros do CAGED Tomo 02 - Encargos Sociais Tomo 03 - Encargos Complementares Tomo 04 - Consolidação dos Custos de Mão de Obra Volume 05 - Materiais Volume 06 - Fator de Influência de Chuvas Tomo 01 - Índices Pluviométricos - Região Norte Tomo 02 - Índices Pluviométricos - Região Nordeste Tomo 03 - Índices Pluviométricos - Região Centro-Oeste Tomo 04 - Índices Pluviométricos - Região Sudeste Tomo 05 - Índices Pluviométricos - Região Sul Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções vi Volume 07 - Canteiros de Obras Tomo 01 - Módulos Básicos e Projetos Tipo (A3) Volume 08 - Administração Local Volume 09 - Mobilização e Desmobilização Volume 10 - Manuais Técnicos Conteúdo 01 - Terraplenagem Conteúdo 02 - Pavimentação / Usinagem Conteúdo 03 - Sinalização Rodoviária Conteúdo 04 - Concretos, Agregados, Armações, Fôrmas e Escoramentos Conteúdo 05 - Drenagem e Obras de Arte Correntes Conteúdo 06 - Fundações e Contenções Conteúdo 07 - Obras de Arte Especiais Conteúdo 08 - Manutenção e Conservação Rodoviária Conteúdo 09 - Ferrovias Conteúdo 10 - Hidrovias Conteúdo 11 - Transportes Conteúdo 12 - Obras Complementares e Proteção Ambiental Volume 11 - Composições de Custos Volume 12 - Produções de Equipes Mecânicas Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções vii RESUMO O Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes apresenta as metodologias, as premissas e as memórias adotadas para o cálculo dos custos de referência dos serviços necessários à execução de obras de infraestrutura de transportes e suas estruturas auxiliares. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções ix ABSTRACT TheTransport Infrastructure Costs Manual presents the methodologies, assumptions and calculation sheets adopted for defining the required service referential costs to implement transport infrastructure ventures and its auxiliary facilities. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções xi LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Perfis de estacas prancha metálicas ....................................................... 30 Figura 02 - Estaca de trilho usado ............................................................................. 31 Figura 03 - Execução de muro de arrimo de pedra argamassada ............................ 38 Figura 04 - Vista do muro de face em tela metálica dobrada .................................... 39 Figura 05 - Detalhe da montagem da tela metálica com os tensores ........................ 39 Figura 06 - Esquema da montagem da tela com o material de enchimento e o aterro reforçado ................................................................................................ 39 Figura 07 - Contenção com solo cimento ensacado ................................................. 40 Figura 08 - Proteção de taludes rochosos com telas metálicas ................................ 41 Figura 09 - Contenção de talude com estacas metálicas e pranchões de madeira .. 41 Figura 10 - Muro em blocos segmentais ................................................................... 42 Figura 11 - Vista em corte do muro de face de blocos segmentais ........................... 43 Figura 12 - Detalhe da geocélula de PEAD ............................................................... 44 Figura 13 - Gabião saco ............................................................................................ 49 Figura 14 - Gabião caixa ........................................................................................... 50 Figura 15 - Gabião tipo colchão ................................................................................ 51 Figura 16 - Detalhes do muro de solo reforçado com fita metálica ........................... 55 Figura 17 - Exemplo de escama de concreto armado ............................................... 56 Figura 18 - Exemplo de forma metálica para fabricação de escama ......................... 56 Figura 19 - Aterro compactado em solo reforçado com fita ....................................... 57 Figura 20 - Detalhe da fita metálica no aterro compactado ....................................... 57 Figura 21 - Detalhe da armadura e do aterro compactado ........................................ 58 Figura 22 - Escoramento da primeira linha de escamas ........................................... 58 Figura 23 - Escoramento e travamento da primeira linha de escamas ..................... 59 Figura 24 - Execução da viga de arremate................................................................ 59 Figura 25 - Detalhe dos elementos constituintes do chumbador ............................... 63 Figura 26 - Detalhe de grampo de aço para solo grampeado ................................... 64 Figura 27 - Perfuração do talude para a execução do solo grampeado .................... 64 Figura 28 - Tirante de barra de aço 527 MPa............................................................ 65 Figura 29 - Cartuchos de resina de poliéster............................................................. 66 Figura 30 - Aplicação manual do cartucho ................................................................ 66 Figura 31 - Tirante de barra de aço 527 MPa utilizado na fixação de tela metálica .. 66 Figura 32 - Tirante autoinjetável no sistema tubular .................................................. 68 Figura 33 - Detalhe da execução do tirante autoinjetável ......................................... 68 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções xii Figura 34 - Monobarra, luva de emenda, porca de ancoragem, anel de grau e placa de ancoragem do tirante protendido Inco .............................................. 69 Figura 35 - Detalhe da ancoragem e das luvas de emenda do tirante tipo Dywidag ST 85/100 .............................................................................................. 71 Figura 36 - Detalhe do tirante com luva de emenda ................................................. 71 Figura 37 - Detalhe de execução do tirante .............................................................. 71 Figura 38 - Macaco de protensão ............................................................................. 72 Figura 39 - Bomba hidráulica elétrica ....................................................................... 72 Figura 40 - Distanciador ............................................................................................ 72 Figura 41 - Detalhe da ancoragem e das luvas de emenda do tirante tipo Gewi ST 50/55 ..................................................................................................... 73 Figura 42 - Tirante com cordoalhas .......................................................................... 74 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções xiii LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Relação das composições de custos dos serviços de tubulão ................. 8 Tabela 02 - Produções referenciais dos serviços de escavação a céu aberto .......... 10 Tabela 03 - Tempos de compressão e descompressão na escavação a ar comprimido ............................................................................................ 10 Tabela 04 - Produções referenciais dos serviços de escavação a ar comprimido .... 11 Tabela 05 - Consumos unitários de concreto para execução de estaca broca ......... 18 Tabela 06 - Consumo de concreto para estaca escavada circular ............................ 19 Tabela 07 - Consumos unitários de concreto para execução de estaca Strauss ...... 19 Tabela 08 - Consumos unitários de concreto para execução de estaca Franki ........ 20 Tabela 09 - Consumo de concreto para estaca hélice contínua ................................ 20 Tabela 10 - Consumo de concreto para estaca ômega ............................................. 21 Tabela 11 - Relação de seção e área das paredes diafragma .................................. 24 Tabela 12 - Consumo de concreto para parede diafragma ....................................... 24 Tabela 13 - Relação das composições de custos de coluna de brita ........................ 25 Tabela 14 - Dimensão das estacas de seção quadrada e capacidade de carga admissível .............................................................................................. 26 Tabela 15 - Dados técnicos das estacas centrifugadas ............................................ 27 Tabela 16 - Dimensão das estacas pré-moldadas protendidas e capacidade de carga admissível .............................................................................................. 27 Tabela 17 - Dados técnicos da estaca protendida (seções de 15 x 15 cm2 a 26 x 26 cm2)........................................................................................................ 28 Tabela 18 - Dados técnicos da estaca protendida (seções de 30 x 30 cm2 a 45 x 45 cm2)........................................................................................................ 28 Tabela 19 - Carga nominal admissível das estacas constituídas por trilhos usados . 31 Tabela 20 - Consumos de soldas necessárias para formação de estacas de trilhos usados ................................................................................................... 33 Tabela21 - Profundidade da ficha em relação à altura da estaca ............................ 42 Tabela 22 - Dimensões das geocélulas adotadas nas composições de custos ........ 45 Tabela 23 - Relação das composições de custos de muro de escamas ................... 60 Tabela 24 - Propriedades mecânicas dos tirantes de barra de aço 527 MPa ........... 65 Tabela 25 - Características e capacidade de carga dos tirantes de barras de aço 527 MPa ....................................................................................................... 65 Tabela 26 - Características e capacidade de carga das barras de aço 750 MPa ..... 67 Tabela 27 - Características e capacidade de carga das barras de aço do tirante autoinjetável ........................................................................................... 67 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções xiv Tabela 28 - Características e capacidade de carga das barras de aço do tirante protendido Inco ...................................................................................... 69 Tabela 29 - Características e propriedades do tirante de aço tipo Dywidag ST 85/100 .............................................................................................................. 70 Tabela 30 - Componentes do sistema do tirante de aço tipo Dywidag ST 85/100 .... 70 Tabela 31 - Características e propriedades do tirante de aço tipo Gewi ST 50/55 ... 73 Tabela 32 - Componentes do sistema do tirante de aço tipo Gewi ST 50/55 ........... 73 Tabela 33 - Capacidade de carga dos tirantes com cordoalhas ............................... 74 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções xv SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3 2. TUBULÕES .................................................................................................. 7 2.1. Premissas Básicas ..................................................................................... 7 2.2. Descrição dos Serviços ............................................................................. 8 2.3. Equipamentos ............................................................................................. 9 2.4. Produção dos Serviços ............................................................................ 10 2.5. Critérios de Medição ................................................................................ 12 3. ESTACAS .................................................................................................. 15 3.1. Classificação das Estacas ....................................................................... 15 3.1.1. Quanto ao Método de Execução ................................................................. 15 3.1.2. Quanto ao Material...................................................................................... 15 3.1.3. Quanto ao Processo de Fabricação ............................................................ 15 3.1.4. Quanto à Finalidade .................................................................................... 16 3.2. Descrição dos Serviços ........................................................................... 17 3.2.1. Estacas Moldadas “in loco” ......................................................................... 17 3.2.2. Estacas Pré-Moldadas ................................................................................ 25 3.2.3. Estacas Metálicas ....................................................................................... 29 3.2.4. Emenda de Estaca por Soldagem............................................................... 32 3.3. Critérios de Medição ................................................................................ 33 4. CONTENÇÕES .......................................................................................... 37 4.1. Descrição dos Serviços ........................................................................... 38 4.1.1. Enrocamento com Pedra de Mão................................................................ 38 4.1.2. Muro de Arrimo de Pedra Argamassada ..................................................... 38 4.1.3. Muro de Face em Tela Metálica Dobrada em L e Estabilizada com Tensores em Solo Reforçado ..................................................................................... 38 4.1.4. Contenção em Solo-Cimento ...................................................................... 40 4.1.5. Proteção de Taludes Rochosos com Telas Metálicas................................. 40 4.1.6. Contenção com Estacas de Perfis Metálicos I 254 mm x 37,7 kg/m ........... 41 4.1.7. Muros em Blocos Segmentais .................................................................... 42 4.1.8. Geocélula de PEAD .................................................................................... 44 4.2. Critérios de Medição ................................................................................ 45 5. GABIÃO ..................................................................................................... 49 5.1. Descrição dos Serviços ........................................................................... 49 5.1.1. Gabião Saco ............................................................................................... 49 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções xvi 5.1.2. Gabião Caixa .............................................................................................. 50 5.1.3. Gabião Colchão .......................................................................................... 50 5.2. Critérios de Medição ................................................................................ 51 6. SOLO REFORÇADO COM FITA............................................................... 55 6.1. Descrição dos Serviços ........................................................................... 56 6.1.1. Fabricação de Escamas de Concreto Armado ........................................... 56 6.1.2. Aterro Compactado em Solo Reforçado com Fita Metálica ........................ 57 6.1.3. Muro de Escama de Concreto Armado para Solo Reforçado ..................... 58 6.2. Critérios de Medição ................................................................................ 60 7. TIRANTES ................................................................................................. 63 7.1. Descrição dos Serviços ........................................................................... 63 7.1.1. Chumbadores Ancorados na Rocha ........................................................... 63 7.1.2. Grampo de Aço para Solo Grampeado ...................................................... 64 7.1.3. Tirante de Barra de Aço 527 MPa Fixado na Rocha com Resina de Poliéster ................................................................................................................... 65 7.1.4. Tirante de Barra de Aço 750 MPa Fixado na Rocha com Resina de Poliéster ................................................................................................................... 67 7.1.5. Tirante Permanente Protendido Autoinjetável ............................................ 67 7.1.6. Tirante Permanente Protendido Inco .......................................................... 69 7.1.7. Tirante Permanente Protendido de Aço D = 32 mm Tipo Dywidag ST 85/100 com Capacidade de 350 kN ....................................................................... 70 7.1.8. Tirante Permanente Protendido deAço D = 32 mm Tipo Gewi ST 50/55 com Capacidade de 210 KN .............................................................................. 73 7.1.9. Tirantes Permanentes Protendidos com Utilização de Cordoalhas ............ 74 7.1.10. Ancoragens ................................................................................................ 75 7.1.11. Perfuração para Tirantes ............................................................................ 75 7.2. Critérios de Medição ................................................................................ 76 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 1 1. INTRODUÇÃO Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 3 1. INTRODUÇÃO As fundações são os elementos responsáveis por transferir ao terreno as cargas que são aplicadas às estruturas. Em virtude do terreno se constituir em um elemento da fundação, o conhecimento de suas propriedades e de seu comportamento quando submetido a cargas condiciona diretamente o dimensionamento e o consequente desempenho das fundações (ABGE, 2001). A execução de uma fundação deve obrigatoriamente satisfazer a três requisitos: Apresentar segurança estrutural, como qualquer outro elemento da estrutura; Oferecer segurança satisfatória contra a ruptura ou o escoamento de solo; Evitar recalques que a construção não possa suportar sem inconvenientes. As fundações podem ser classificadas em dois grandes grupos, a saber: fundações superficiais ou fundações profundas. As fundações superficiais, também denominadas rasas ou diretas, caracterizam-se pela transmissão predominante das cargas por meio das pressões distribuídas em sua base e que a relação entre a profundidade de assentamento, em relação ao terreno adjacente, é inferior a duas vezes a menor dimensão da fundação. Em virtude de sua pouca participação como solução nas obras de infraestrutura de transportes e mostrando-se mais usual em edificações, o SICRO não apresenta composições de custos de serviços de fundações superficiais. As fundações profundas caracterizam-se por estarem geralmente assentadas em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em planta. Nas fundações profundas, a transmissão de cargas ao terreno ocorre pela base (resistência de base ou de ponta), por sua superfície lateral (resistência lateral ou de fuste) ou por uma combinação das duas. De maneira geral, as fundações profundas podem ser classificadas em dois grupos, a saber: tubulões e estacas. As contenções são estruturas projetadas para resistir a empuxos de terra e/ou água, cargas estruturais e quaisquer outros esforços induzidos por estruturas ou equipamentos adjacentes. As estruturas de arrimo são utilizadas quando se deseja manter uma diferença de nível na superfície do terreno e o espaço disponível não é suficiente para vencer o desnível através de taludes. Nesse volume do Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes também são apresentadas as premissas adotadas para a elaboração de composições de custos de muros gabião, solos reforçados com fitas e tirantes. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 5 2. TUBULÕES Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 7 2. TUBULÕES Os tubulões são fundações profundas moldadas no local, caracterizados por possuir fuste cilíndrico e base alargada. Sua execução envolve a escavação do fuste até atingir a profundidade prevista no projeto, seguida do consequente alargamento da base, que é executada manualmente. Dessa forma, uma característica da execução de tubulões é envolver a atuação de um perfurador, pelo menos na sua etapa final. Quanto ao processo de execução, os tubulões podem ser escavados a céu aberto ou ter a necessidade de auxílio de ar comprimido, caso a cota de assentamento da base esteja situada abaixo do nível d’água local. O revestimento do fuste pode ser realizado em anéis pré-moldados de concreto armado ou em camisas em chapas metálicas. Em solos coesivos e em tubulões curtos a céu aberto, pode ser dispensado o revestimento, caso haja estabilidade das paredes do furo. As camisas metálicas podem ser perdidas ou recuperadas. No caso de camisas perdidas, as mesmas podem participar no dimensionamento estrutural do tubulão, descontando-se a espessura de 1,5 mm da chapa. Diante dos condicionantes executivos apresentados, os tubulões podem ser classificados em: a céu aberto e a ar comprimido, com ou sem a necessidade de utilização de camisas de concreto armado ou metálicas. 2.1. Premissas Básicas As composições de custos dos serviços de tubulão do SICRO foram elaboradas considerando as seguintes premissas: O insumo concreto constante das composições de custos de tubulão foi tratado de maneira genérica. Durante a fase de elaboração do orçamento, com conhecimento das necessidades técnicas e das condições logísticas locais, deve ser adotada a composição de custo de concreto do SICRO que melhor atenda às especificações do projeto e às diretrizes da norma NBR 6.122; No caso de concretos usinados, caso o serviço auxiliar não contemple o seu transporte da usina ao local de execução, este deve ser incluído diretamente na composição de custo do serviço; Para tubulões a céu aberto, o custo do sarilho e da roldana não foram considerados nas composições de custos, por não se mostrarem significativos na formação do custo unitário do serviço; Para a pré-moldagem dos anéis de concreto armado, devem ser utilizadas as composições de custos de fôrmas tábua de pinho com 5 utilizações. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 8 2.2. Descrição dos Serviços O SICRO disponibiliza composições de custos para a execução de tubulões envolvendo diferentes combinações de serviços e em função da profundidade de assentamento, da presença de lençol freático e consequente necessidade de auxílio de ar comprimido (tubulão pneumático) e da natureza de aquisição dos insumos (produzidos ou comerciais), conforme detalhamento apresentado na Tabela 01. Tabela 01 - Relação das composições de custos dos serviços de tubulão Descrição dos Serviços Classificação do Material Profundidade de Assentamento Escavação manual de fuste de tubulão a céu aberto 1ª Categoria Até 10 m 10 a 20 m 20 a 30 m 2ª Categoria Até 10 m 10 a 20 m 20 a 30 m 3ª Categoria Até 10 m 10 a 20 m 20 a 30 m Escavação manual de fuste de tubulão a ar comprimido 1ª Categoria Até 10 m 10 a 20 m 20 a 30 m 2ª Categoria Até 10 m 10 a 20 m 20 a 30 m 3ª Categoria Até 10 m 10 a 20 m 20 a 30 m Escavação mecânica de fuste de tubulão com Hammer Grab 1ª Categoria - Escavação mecânica de fuste de tubulão com trado com bits Escavação mecânica de fuste de tubulão com caçamba com bits Escavação mecânica de fuste de tubulão com trado com bits reforçados 2ª Categoria - Escavação mecânica de fuste de tubulão com caçamba com bits reforçados Escavação mecânica de fuste de tubulão com trado com bits para rocha 3ª Categoria - Escavação mecânica de fuste de tubulão com caçamba com bits para rocha Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 9 Tabela 01 - Relação das composições de custos dos serviços de tubulão(2/2) Descrição dos Serviços Classificação do Material Profundidade de Assentamento Base alargada de tubulão a céu aberto 1ª Categoria Até 10 m 10 a 20 m 20 a 30 m Base alargada de tubulão a ar comprimido Até 10 m 10 a 20 m 20 a 30 m Base alargada de tubulão a céu aberto 2ª Categoria Até 10 m 10 a 20 m 20 a 30 m Base alargada de tubulão a ar comprimido Até 10 m 10 a 20 m 20 a 30 m Base alargada de tubulão a céu aberto 3ª Categoria Até 10 m 10 a 20 m 20 a 30 m Base alargada de tubulão a ar comprimido Até 10 m 10 a 20 m 20 a 30 m Colocação e retirada de campânula de ar comprimido com apoio de guindaste Armação de fuste de tubulão com apoio de guindaste 2.3. Equipamentos As composições de custos dos serviços de tubulão do SICRO foram elaboradas considerando a potencial utilização dos seguintes equipamentos: Guindaste sobre esteiras com Hammer Grab - 220 kW; Guindaste sobre esteiras com trado com bits para material de 1ª categoria - 220 kW; Guindaste sobre esteiras com trado com bits reforçados para material de 2ª categoria - 220 kW; Guindaste sobre esteiras com trado com bits para rocha - 220 kW; Guindaste sobre esteiras com caçamba com bits para material de 1ª categoria - 220 kW; Guindaste sobre esteiras com caçamba com bits para material de 2ª categoria - 220 kW; Guindaste sobre esteiras com caçamba com bits para rocha - 220 kW; Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 10 Guindaste sobre esteiras - 220 kW; Compressor de ar a diesel - 748 PCM - 154 kW; Martelete perfurador/rompedor a ar comprimido de 10 kg; Campânula de ar comprimido com capacidade de 3 m³; Martelete perfurador/rompedor de 25 kg. 2.4. Produção dos Serviços A Tabela 02 apresenta os tempos de ciclo e as produções referenciais dos serviços de escavação a céu aberto adotadas nas composições de custos do SICRO. Tabela 02 - Produções referenciais dos serviços de escavação a céu aberto Profundidade Classificação do Material 1ª Categoria 2ª Categoria 3ª Categoria Tempo de Ciclo (h) Produção (m3/h) Tempo de Ciclo (h) Produção (m3/h) Tempo de Ciclo (h) Produção (m3/h) Até 10 m 6,0 0,1667 9,0 0,1111 14,0 0,0714 10 a 20 m 7,0 0,1428 10,0 0,1000 15,0 0,0667 20 a 30 m 8,0 0,1250 11,0 0,09091 16,0 0,0625 A Tabela 03 apresenta os tempos de compressão e descompressão, bem como os de observação médica, relacionados aos serviços de escavação a ar comprimido, em consonância às diretrizes estabelecidas na Norma Regulamentadora nº 15 do Ministério do Trabalho e Emprego. Já a Tabela 04 apresenta as respectivas produções referenciais adotadas nos serviços de escavação a ar comprimido. Tabela 03 - Tempos de compressão e descompressão na escavação a ar comprimido Pressão de Trabalho (kg/cm²) Tempo de Compressão (min) Período de Trabalho (h) Estágio de Descompressão (kg/cm²) Tempo de Descompressão (min) 1,8 1,6 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,00 a 1,00 3 7 h 40 min 3 14 17 1,00 a 1,20 4 6 h 00 min 20 20 1,20 a 1,40 5 6 h 00 min 5 35 40 1,40 a 1,60 6 6 h 00 min 5 20 40 65 1,60 a 1,80 6 6 h 00 min 10 30 45 85 1,80 a 2,00 7 6 h 00 min 5 20 35 45 105 2,00 a 2,20 7 5 h 43 min 5 10 25 40 50 130 2,20 a 2,40 8 5 h 17 min 10 20 30 40 55 155 2,40 a 2,60 8 4 h 52 min 15 25 30 45 60 180 2,60 a 2,80 10 4 h 25 min 5 20 25 30 45 70 205 2,80 a 3,0 10 3 h 45 min 10 20 30 40 50 80 245 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 11 Tabela 04 - Produções referenciais dos serviços de escavação a ar comprimido Escavação de Tubulão em Material de 1ª Categoria Profundidade Produção Básica Trabalho sob Ar Comprimido (Tempos Adicionais) Produção Referencial dos Serviços a Ar Comprimido (h) (m3/h) Compressão (min) Descompressão (min) Trabalho Máximo (h) Observação Médica (h) Hora Adicional (h) Tempo Total (h) Volume (m3/dia) Produção (m3/h) Até 10 m 6 0,1667 3 17 8 2 0,58 10,92 1,333 0,122 10 a 20 m 7 0,1428 5 105 6 2 0,46 10,29 0,857 0,083 20 a 30 m 8 0,1250 10 200 4 2 0,38 9,88 0,500 0,051 Escavação de Tubulão em Material de 2ª Categoria Profundidade Produção Básica Trabalho sob Ar Comprimido (Tempos Adicionais) Produção Referencial dos Serviços a Ar Comprimido (h) (m3/h) Compressão (min) Descompressão (min) Trabalho Máximo (h) Observação Médica (h) Hora Adicional (h) Tempo Total (h) Volume (m3/dia) Produção (m3/h) Até 10 m 9 0,1111 3 17 8 2 0,58 10,92 0,889 0,081 10 a 20 m 10 0,1000 5 105 6 2 0,46 10,29 0,600 0,058 20 a 30 m 11 0,09091 7 200 4 2 0,38 9,88 0,364 0,037 Escavação de Tubulão em Material de 3ª Categoria Profundidade Produção Básica Trabalho sob Ar Comprimido (Tempos Adicionais) Produção Referencial do Serviço a Ar Comprimido (h) (m3/h) Compressão (min) Descompressão (min) Trabalho Máximo (h) Observação Médica (h) Hora Adicional (h) Tempo Total (h) Volume (m3/dia) Produção (m3/h) Até 10 m 14 0,0714 3 17 8 2 0,58 10,92 0,571 0,052 10 a 20 m 15 0,0667 5 105 6 2 0,46 10,29 0,400 0,039 20 a 30 m 16 0,0625 10 200 4 2 0,38 9,88 0,250 0,025 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 12 2.5. Critérios de Medição A medição dos serviços de escavação de fuste e de base alargada dos tubulões deve ser realizada em função dos volumes efetivamente escavados, em metros cúbicos, de acordo com as informações constantes das composições de custos e das especificações de projeto. A medição do serviço de colocação e retirada de campânula de ar comprimido com apoio de guindaste deve ser realizada de forma unitária, de acordo com as informações constantes da composição de custo e das especificações de projeto. A medição do serviço de armação de fuste de tubulão com apoio de guindaste deve ser realizada em função da massa de aço efetivamente armada e colocada, de acordo com as informações da composição de custo e das especificações de projeto. Todos os serviços aqui apresentados contemplam o fornecimento dos equipamentos, dos materiais e da mão de obra necessária, incluindo todos os encargos correspondentes para a sua completa execução. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 13 3. ESTACAS Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 15 3. ESTACAS As estacas são elementos estruturais classificados como fundações profundas, cuja função é transmitir para o terreno as cargas sobrejacentes aplicadas em seu corpo. Os esforços são dissipados no solo por meio da base do elemento, chamada de resistência de base ou ponta, e por sua superfície lateral, denominada de resistência de atrito lateral ou do fuste (superfície lateral do corpo da estaca). As estacas são geralmente utilizadas quando os solos superficiais não apresentam capacidade de suporte adequada para receber esforços oriundos das estruturas, incorrendo na necessidade de se buscar em camadas inferiores resistências que atendam às especificações de projeto. 3.1. Classificação das Estacas As estacas podem ser classificadas em função de diversos critérios, sendo os mais comuns: por seu método de execução, pelomaterial de confecção, pelo processo de fabricação e por sua finalidade. 3.1.1. Quanto ao Método de Execução a) Estacas cravadas: Por percussão; Por vibração; Por prensagem. b) Estacas perfuradas: Estacas brocas; Estacas tipo Strauss; Estacas escavadas. c) Outros processos: Estacas especiais onde o método de execução é misto, ou seja, não são totalmente cravadas ou escavadas. Dentre estas estacas especiais, podem ser citadas as micro estacas e as estacas raiz. 3.1.2. Quanto ao Material Estacas de madeira; Estacas de concreto; Estacas de aço. 3.1.3. Quanto ao Processo de Fabricação Estacas pré-moldadas de concreto; Estacas moldadas “in loco”. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 16 3.1.4. Quanto à Finalidade Estacas de fundação; Estacas de contenção; Estacas de defensas. O Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes apresenta as composições de custos de estacas classificadas exclusivamente de acordo com seu processo de fabricação, conforme detalhamento apresentado abaixo. Estacas moldadas “in loco” Estaca broca; Estaca escavada; Estacas tipo Strauss; Estaca Franki com fuste apiloado; Estaca hélice contínua; Estaca ômega; Estaca raiz; Estaca com camisa metálica. Estacas pré-moldadas Estaca pré-moldada seção quadrada; Estaca pré-moldada centrifugada; Estaca de concreto pré-moldada protendida. Estacas metálicas Estaca prancha metálica; Estaca de trilho usado. Importante destacar que todas as composições de custos das estacas moldadas “in loco” do SICRO consideram apenas a execução dos serviços de escavação e as atividades auxiliares vinculadas exclusivamente a este processo. No que se refere ao concreto e à armação, necessários para confecção das estacas, tais serviços encontram-se detalhados em composições de custos específicas, em virtude de que, tanto a resistência característica do concreto quanto a taxa de armação das estacas são definidas em função de cálculos estruturais dimensionados em projeto por profissional habilitado para tal função. Dessa forma, caberá ao responsável pela elaboração do projeto determinar qual o concreto que melhor se enquadre às características de sua obra, bem como definir a respectiva taxa de armação dos elementos. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 17 Para os processos de execução de estacas moldadas “in loco”, em seus respectivos capítulos constantes deste Manual de Custos, são apresentados os consumos relativos ao volume de concreto utilizado por metro do elemento estrutural, considerando as perdas admissíveis para cada método. As capacidades de cargas indicadas nas estacas constantes do SICRO têm caráter nominal. Estes parâmetros devem ser determinados em fase de projeto, por meio de dimensionamento realizado por profissional com habilitação técnica, levando em consideração as especificidades de cada obra. 3.2. Descrição dos Serviços 3.2.1. Estacas Moldadas “in loco” As estacas de concreto moldadas “in loco”, como a própria denominação sugere, são elementos estruturais de fundação confeccionadas em obra, cujas perfurações no terreno são realizadas por meio de escavação ou cravação de tubos, de maneira que a integridade do solo seja garantida durante todo o procedimento de execução do serviço, até o lançamento do concreto. Os serviços de execução das estacas moldadas no local podem ocorrer em terreno firme ou em presença de lâmina d’água. Para a segunda configuração de trabalho, o SICRO apresenta as seguintes composições de custos como apoios a execução das estacas, que poderão ser utilizadas na fase de orçamentação como itens da planilha orçamentária, de acordo com as quantidades estabelecidas em projeto: Apoio náutico para a escavação com perfuratriz tipo Wirth, em solo e em rocha, em metros de estaca escavada; Apoio náutico para a execução da cravação de camisa metálica, em metros de camisa fixada; Gabarito de cravação de estacas submersas em aço ASTM A36, em quilos de gabarito utilizado; Apoio náutico para a colocação da armação em camisa metálica, em quilos de armação lançada; Apoio náutico para a execução da concretagem de camisas metálicas, em metros cúbicos de concreto lançado. 3.2.1.1. Estaca Broca A estaca broca é executada por meio de um trado, operado manualmente, sem a necessidade de revestimento metálico. Esse tipo de fundação tem características rudimentares e sua utilização mostra-se bastante restrita, face a sua baixa capacidade de carga, além de não suportar a esforços de tração ou flexão. As profundidades de escavação da estaca broca se limitam a 5 metros, sempre na ausência de água. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 18 O processo construtivo da estaca broca consiste em: Perfuração do solo, realizada por compressão e rotação do trado; Retirada do solo armazenado no trado; Lançamento do concreto a partir da superfície; Apiloamento manual do concreto. De acordo com a necessidade, pode ser prevista a armação de arranque para cabeça da estaca. Sem possuir função estrutural, as barras de aço podem ser posicionadas imediatamente após a concretagem conforme os parâmetros definidos em projeto. O SICRO disponibiliza composições de custos para estacas brocas manuais, conforme consumos unitários de concreto apresentados na Tabela 05. Tabela 05 - Consumos unitários de concreto para execução de estaca broca Descrição dos Serviços Consumo Unitário de Concreto (m³/m) Estaca broca manual D = 25 cm 0,05400 Estaca broca manual D = 30 cm 0,07775 Na determinação do volume de concreto a ser aplicado por metro de estaca broca considerou-se um acréscimo de 10% sobre o volume do cilindro associado ao diâmetro do elemento estrutural. 3.2.1.2. Estaca Escavada Circular Esse tipo de estaca é caracterizado pela sua forma de execução, ou seja, o processo é realizado através de escavação mecânica, por meio de trado espiral acoplado em equipamento rotativo, de ferramentas caçamba ou de Clamshell. A utilização de trado mecânico mostra-se viável apenas para solos que proporcionem estabilidade lateral da escavação, sem a necessidade de aplicação de revestimentos ou de fluido estabilizantes, limitando sua profundidade ao nível do lençol freático. Caso seja utilizado fluido estabilizante, torna-se necessária a cravação de camisa metálica ou execução de mureta com objetivo de guiar a ferramenta de escavação. Como fluido estabilizante, pode ser utilizado polímero sintético ou lama bentonítica, solução esta adotada como premissa nas composições de custos do SICRO. A lama bentonítica é obtida a partir da hidratação da bentonita, em proporções entre 2% e 6% em relação ao volume de água utilizado. Para a confecção da lama bentonítica, torna-se necessária uma instalação industrial, a qual deve conter equipamento misturador da lama, silos para armazenamento de insumo novo e utilizado, tanques de decantação, desarenador e depósito de bentonita. O processo de concretagem é submerso, com a utilização de tubo tremonha. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 19 O SICRO disponibiliza uma composição de custo de referência para estaca escavada circular com lama bentonítica, conforme consumo unitário de concreto apresentadona Tabela 06. Tabela 06 - Consumo de concreto para estaca escavada circular Descrição do Serviço Volume de Escavação (m³) Consumo Unitário de Concreto (m³/m3) Estaca escavada circular 1,00000 1,10000 Na determinação do volume de concreto a ser aplicado nas estacas escavadas considerou-se um acréscimo de 10% sobre o volume de escavação. 3.2.1.3. Estaca Tipo Strauss O processo de escavação da estaca Strauss ocorre mediante emprego de uma sonda, projetada ao solo sob ação de seu peso próprio. Simultaneamente à execução da escavação, é introduzido no terreno um revestimento metálico, o qual age como guia da sonda, além de auxiliar no procedimento de concretagem do elemento estrutural. Ao passo que o concreto é lançado, concomitantemente ao seu apiloamento, ocorre a retirada gradativa do revestimento metálico. O SICRO disponibiliza composições de custos para os serviços de estacas Strauss, conforme consumos unitários de concreto apresentados na Tabela 07. Tabela 07 - Consumos unitários de concreto para execução de estaca Strauss Descrição dos Serviços Consumo Unitário de Concreto (m³/m) Estaca Strauss D = 25 cm 0,05400 Estaca Strauss D = 32 cm 0,08847 Estaca Strauss D = 38 cm 0,12475 Estaca Strauss D = 45 cm 0,17495 Na determinação do volume de concreto a ser aplicado por metro de estaca Strauss considerou-se um acréscimo de 10% sobre o volume do cilindro associado ao diâmetro do elemento estrutural. 3.2.1.4. Estaca Franki com Fuste Apiloado O procedimento de confecção das estacas Franki consiste na cravação de um tubo metálico cuja ponta possui uma bucha estanque formada por areia e pedra. O revestimento é cravado dinamicamente a partir da aplicação de um pilão em função da ação da gravidade, posicionado no interior do tubo. De acordo com o método escolhido para execução das estacas Franki, o revestimento metálico pode ser recuperado ou não. Como referência, as composições de custos do SICRO adotam a recuperação do revestimento como referência. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 20 Conforme o concreto é lançado, a cada camada sucessiva ocorre o apiloamento e simultaneamente a retirada do revestimento metálico. O SICRO disponibiliza composições de custos para os serviços de estacas Franki com fuste apiloado, conforme consumos unitários de concreto apresentados na Tabela 08. Tabela 08 - Consumos unitários de concreto para execução de estaca Franki Descrição dos Serviços Consumo Unitário de Concreto (m³/m) Estaca Franki D = 35 cm 0,10583 Estaca Franki D = 40 cm 0,13823 Estaca Franki D = 45 cm 0,17495 Estaca Franki D = 52 cm 0,23361 Estaca Franki D = 60 cm 0,31102 Estaca Franki D = 70 cm 0,42333 Na determinação do volume de concreto a ser aplicado por metro de estaca Franki com fuste apiloado considerou-se um acréscimo de 10% sobre o volume do cilindro associado ao diâmetro do elemento estrutural. 3.2.1.5. Estaca Hélice Contínua A execução da estaca hélice contínua ocorre por meio da perfuração do terreno por meio de um trado helicoidal contínuo, o que proporciona alta produção ao serviço. A medida que a ferramenta rotativa penetra o terreno, o solo oriundo da escavação é conduzido até a superfície, sem a necessidade da retirada do trado como ocorre em outros processos construtivos. O trado possui uma haste tubular central, cuja função é lançar o concreto. Conforme a hélice é removida do terreno, o concreto é injetado por bombeamento. O SICRO disponibiliza uma composição de custo para estaca hélice contínua, conforme consumo unitário de concreto apresentado na Tabela 09. Tabela 09 - Consumo de concreto para estaca hélice contínua Descrição do Serviço Volume de Escavação (m³) Consumo unitário de concreto (m³/m3) Estaca hélice contínua 1,00000 1,10000 Na determinação do volume de concreto a ser aplicado nas estacas hélice contínuas considerou-se um acréscimo de 10% sobre o volume de escavação. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 21 3.2.1.6. Estaca Ômega Semelhante ao método de confecção descrito no item anterior, as estacas ômega são executadas mediante a introdução no terreno de haste tubular, dotada de hélice cônica na extremidade, por meio de equipamento rotativo. Concebidas a partir dos conceitos aplicados à estaca hélice contínua, durante o processo de escavação, conforme a haste penetra o terreno, ocorre o deslocamento lateral do solo sem transporte de material até a superfície. Tal procedimento resulta em uma melhora significativa do atrito lateral entre o solo e o elemento estrutural, além de proporcionar elevada produção ao serviço. O SICRO disponibiliza uma composição de custo de referência para estaca ômega, conforme consumo unitário de concreto apresentado na Tabela 10. Tabela 10 - Consumo de concreto para estaca ômega Descrição Volume de escavação (m³) Consumo unitário de concreto (m³/m3) Estaca ômega 1,00000 1,10000 Na determinação do volume de concreto a ser aplicado nas estacas ômega considerou-se um acréscimo de 10% sobre o volume de escavação. 3.2.1.7. Estaca Raiz O procedimento de execução da estaca raiz consiste na escavação no terreno por meio de perfuratriz rotativa (em solos) ou rotopercussiva (em rocha), com utilização integral de revestimento metálico, de forma a garantir a estabilidade do serviço. Durante a escavação em solo, utiliza-se circulação direta de água, a qual é injetada pelo interior do revestimento. Finalizada a escavação, procede-se a limpeza interna do tubo para colocação da armadura e posterior injeção de argamassa. Face à particularidade do método construtivo, as composições de custos dos serviços de execução de estaca raiz contém os equipamentos, os materiais e a mão de obra associados à produção da argamassa. A mão de obra necessária à execução do serviço de estaca raiz foi definida em 4 serventes para apoio aos serviços principais, acrescendo-se o tempo parcial de um servente alocado para os transportes dos materiais com carrinho de mão. O SICRO disponibiliza composições de custos para os serviços de estacas raiz escavadas em solo e rocha, com diâmetros de 16 cm, 20 cm, 25 cm, 31 cm e 40 cm. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 22 Na determinação do volume de concreto a ser aplicado por metro de estaca raiz considerou-se um acréscimo de 10% sobre o volume do cilindro associado ao diâmetro do elemento estrutural. 3.2.1.8. Estaca com Camisa Metálica Face às características de sua seção tubular, as estacas com camisa metálica apresentam o mesmo momento de inércia em qualquer direção, o que proporciona maior rigidez e capacidade de suportar esforços de flexão, torção e flambagem. O elemento estrutural é executado em duas etapas: a primeira consiste na cravação da camisa metálica e a segunda na escavação. As camisas metálicas podem ser adquiridas comercialmente ou confeccionadas na obra. A cravação das camisas é realizada por meio de martelos hidráulicos vibratórios ou de queda-livre. As composições de custos do SICRO adotam, como premissa, a confecção das camisas metálicas na própria obra e, para o procedimento de cravação, o martelo hidráulico vibratório. O processo de execução da estaca inicia-se com a cravação da camisa. Posteriormente procede-se a escavação por meio de uma perfuratriz Wirth. As perfuratrizes tipo Wirth utilizam o sistema Reverse Circulation Drilling (RCD), conhecido como air-lift.Nesse sistema, o ar comprimido é injetado dentro do tubo de perfuração em um ponto acima da ferramenta de corte. Quando o processo é realizado imersso em água, a aplicação do ar comprimido resulta na redução da densidade da mistura entre a água e o material proveniente da escavação, permitindo que estes sejam conduzidos para a superfície através do tubo. A perfuratriz utiliza ferramentas de corte constituídas de vários capitéis, ou roller cutters, conforme descrição apresentada abaixo: Tooth cutter: utilizado em solos e rochas alteradas com resistência a compressão até 80 MPa; TCI button cutter: utilizado em solos e rochas alteradas com resistência a compressão acima de 80 MPa. De acordo com diâmetro, as ferramentas de corte podem ser definidas em: Cantilever cutter: utilizada em perfurações com diâmetro de 500 mm a 1.000 mm, com capacidade de carga de 60 kN por unidade; Series 8: utilizada em perfurações com diâmetro de 750 a 1.400 mm, com capacidade de carga de 80 kN por unidade; Series 13: utilizada em perfurações com diâmetro acima de 1.358 mm, com capacidade de carga de 140 kN por unidade. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 23 O SICRO disponibiliza composições de custos para os seguintes serviços associados à execução das estacas com camisa metálica: Confecção de camisas metálicas pelo processo de calandramento com chapas de espessura de 6,3 mm, 8,0 mm, 9,5 mm e 12,5 mm e diâmetros variando entre 400 mm e 1.800 mm; Cravação de camisa metálica por meio de martele hidráulico vibratório; Escavação em solo e rocha por meio de perfuratriz Wirth. Para execução dos serviços em embarcações, o SICRO também disponibiliza composições de custos para apoio náutico e transporte fluvial dos elementos. O SICRO disponibiliza ainda composições de custos específicas para contemplar as camisas metálicas submersas, nos trechos em lâmina d´'agua, onde não há necessidade de utilização do equipamento martelo hidráulico vibratório. 3.2.1.9. Parede Diafragma De acordo com a NBR 6.122/2010, a parede diafragma, em função de seu processo construtivo, se enquadra no rol de estacas escavadas com fluido estabilizante, pois este elemento estrutural é formado por estacas retangulares justapostas e contínuas. A parede diafragma consiste em painéis de concreto moldados no local, formando no subsolo uma estrutura vertical, cuja espessura varia entre 30 e 120 cm e sua profundidade pode atingir até 50 metros. A estrutura vertical tem a capacidade de absorver empuxos, momentos fletores, cargas axiais, atuando também como elemento de fundação. Sua execução pode também ser realizada abaixo do nível do lençol freático. A parede diafragma tem como principal vantagem o fato de se moldar a geometria do terreno, resultando em um processo de construção que não causa vibrações ou grandes descompressões ao terreno, o que permite sua execução em locais próximos a estruturas vizinhas existentes, sem ocasionar danos eventuais às mesmas. Esse processo pode ser utilizado para construção de contenções de subsolo, obras de canalização do leito de rios, execução de túneis, entre outras diversas aplicações. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 24 A escavação é realizada por meio de uma perfuratriz hidráulica sobre esteiras com Clamshell, segundo as dimensões apresentadas na Tabela 11. Tabela 11 - Relação de seção e área das paredes diafragma Seção (cm²) Área (cm²) 40 x 150 6.000 50 x 150 7.500 60 x 150 9.000 30 x 250 7.500 40 x 250 10.000 50 x 250 12.500 60 x 250 15.000 70 x 250 17.500 80 x 250 20.000 90 x 250 22.500 100 x 250 25.000 110 x 250 27.500 120 x 250 30.000 O início do processo ocorre com a construção de uma mureta guia de concreto armado longitudinal ao eixo da parede e enterrada no solo, com profundidade de 1 metro, cuja função é guiar o Clamshell na escavação. Conforme especificação em projeto, a escavação é iniciada por uma lamela primária. Ao atingir a profundidade entre 1,0 a 1,5 metros, procede-se o bombeamento de lama bentonítica para dentro da cava. A utilização de fluido é indispensável para a estabilidade da escavação, além de manter em suspensão os detritos provenientes da desagregação do terreno durante a escavação. A proporção mais comum da mistura água/bentonita para ser utilizada na escavação é de 1.000 litros de água para 50 Kg de bentonita. Essa mistura deve ficar em descanso durante 24 horas, o que proporciona a máxima hidratação das partículas para sua posterior utilização. Finalizada a escavação, a armadura é posicionada na cava, procedendo na sequência a concretagem submersa do elemento estrutural por meio de um tubo tremonha. O SICRO disponibiliza uma composição de custo para estaca ômega, conforme consumo unitário de concreto apresentado na Tabela 12. Tabela 12 - Consumo de concreto para parede diafragma Descrição do Serviço Volume de Escavação (m³) Consumo Unitário de Concreto (m³/m3) Parede diafragma 1,00000 1,10000 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 25 Na determinação do volume de concreto a ser aplicado nas paredes diafragma considerou-se um acréscimo de 10% sobre o volume de escavação. O SICRO disponibiliza ainda composições de custos para confecção do muro guia e para armação da parede diafragma com apoio de guindaste. 3.2.1.10. Coluna de Brita O serviço consiste no reforço ou adensamento de solos com a utilização de brita por processo de perfuração com vibração. Esta técnica é recomendada principalmente para solos saturados coesivos com baixa capacidade de suporte. A granulometria da brita é determinada previamente em ensaios de laboratório adequados. O processo inicia-se com o posicionamento do equipamento de escavação, normalmente do tipo bottom feed. Na sequência, a perfuratriz é abastecida com brita continuamente por meio de uma caçamba elevatória que alimenta o depósito superior. A penetração no solo é realizada por meio de uma haste de perfuração com auxílio de injeção de ar comprimido e vibração. Nesta fase, o solo é comprimido lateralmente. Posteriormente, o furo é preenchido pelo interior da haste de perfuração, sendo injetado ar comprimido para permitir o fluxo contínuo de brita. Ao atingir a profundidade adequada, o vibrador é retirado, com a brita preenchendo o espaço livre. O vibrador é inserido novamente para que a brita seja empurrada lateralmente contra o entorno do solo e promova o seu consequente adensamento. O processo é repetido sucessivamente até que a coluna de brita alcance a superfície. O SICRO disponibiliza composições de custos para o serviço de coluna de brita em função de seu diâmetro, conforme apresentado na Tabela 13. Tabela 13 - Relação das composições de custos de coluna de brita Descrição Unidade Coluna de brita D = 50 cm - perfuratriz tipo bottom feed m Coluna de brita D = 60 cm - perfuratriz tipo bottom feed m Coluna de brita D = 70 cm - perfuratriz tipo bottom feed m Coluna de brita D = 80 cm - perfuratriz tipo bottom feed m 3.2.2. Estacas Pré-Moldadas As estacas pré-moldadas podem ser produzidas diretamente na obra ou adquiridas comercialmente em empresas especializadas. Para os elementos confeccionados em concreto, podem ser aplicados os seguintes métodos executivos: concreto vibrado, centrifugado ou protendido. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 26As estacas de concreto vibrado podem ser executadas no próprio canteiro da obra, moldadas em formas horizontais ou verticais, de acordo com a seção requerida. A produção pelo processo de centrifugação é industrial, com a fabricação sendo realizada em módulos centrifugados ocos com concreto de alta resistência. Os elementos confeccionados com protensão possuem capacidade de suportar cargas elevadas com seções transversais menores. Com exceção dos elementos de pequeno comprimento, as estacas pré-moldadas de concreto confeccionadas em canteiro devem ser reforçadas com ferragem suficiente para prevenir os danos causados pelo seu manuseio, desde a moldagem até o seu local de cravação. Para a cravação das estacas pré-moldadas, o equipamento mais usual consiste no bate estacas por gravidade. Com objetivo de contemplar as perdas por sobras na cravação e no arrasamento da cabeça, considerou-se um acréscimo de 10% no comprimento das estacas. Caso haja a necessidade de comprimentos maiores do que os padrões, os elementos podem ser emendados. As estacas pré-moldadas são normalmente fornecidas ou confeccionadas com anel de emenda em suas extremidades. As atividades relacionadas às emendas não constam das composições de custos das estacas pré-moldadas. Caso necessário, o SICRO disponibiliza uma composição de custo para o serviço de emenda de estaca por soldagem. 3.2.2.1. Estaca Pré-Moldada de Seção Quadrada O SICRO adota como referência apenas a aquisição comercial de estacas pré- moldadas com seção transversal quadrada. A Tabela 14 apresenta as dimensões das seções transversais das referidas estacas pré-moldadas e suas respectivas capacidades admissíveis de carga. Tabela 14 - Dimensão das estacas de seção quadrada e capacidade de carga admissível Lado (cm) Carga Admissível (kN) 20 40 25 60 35 100 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 27 3.2.2.2. Estaca Pré-Moldada Centrifugada Neste método de pré-moldagem de estacas, o adensamento do concreto é realizado pelo processo de centrifugação. A seção transversal da estaca é circular vazada. De forma similar ao item anterior, o SICRO adota como referência apenas a aquisição comercial para estaca pré-moldada centrifugada. A Tabela 15 apresenta as características padronizadas das estacas centrifugadas. Tabela 15 - Dados técnicos das estacas centrifugadas Diâmetro Externo (cm) Espessura da Parede (cm) Carga Nominal na Estrutural Admissível Peso Nominal (kg/m) Área da Seção de Concreto (cm²) Área da Seção de Ponta (cm²) Perímetro (cm) Distância Mínima entre Estacas (cm) Compressão (kN) Tração (kN) 26 6 500 150 94 377 531 82 70 33 7 800 180 143 572 855 104 85 38 7 1.000 210 170 682 1.134 119 95 42 8 1.250 240 214 855 1.385 132 105 50 9 1.700 270 290 1.159 1.963 157 130 60 10 2.350 370 393 1.571 2.827 188 150 70 11 3.150 480 510 2.039 3.848 220 175 80 12 4.000 640 641 2.564 5.027 251 200 3.2.2.3. Estaca Pré-Moldada Protendida As estacas pré-moldadas protendidas são confeccionadas com adensamento do concreto por vibração, possuindo seção transversal quadrada. A Tabela 16 apresenta as dimensões das seções transversais das referidas estacas pré-moldadas protendidas e suas respectivas capacidades admissíveis de carga. Tabela 16 - Dimensão das estacas pré-moldadas protendidas e capacidade de carga admissível Lado (cm) Carga Admissível (kN) Lado (cm) Carga Admissível (kN) 15 260 30 1.180 17 350 33 1.470 20 500 35 1.610 21 560 38 1.980 23 680 40 2.140 25 800 42 2.400 26 880 45 2.710 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 28 A Tabela 17 apresenta os parâmetros de cálculo utilizados para o dimensionamento das estacas protendidas com seções de 15 x 15 cm2 a 26 x 26 cm2. Tabela 17 - Dados técnicos da estaca protendida (seções de 15 x 15 cm2 a 26 x 26 cm2) Seção (cm x cm) 15 x 15 17 x 17 20 x 20 21 x 21 23 x 23 25 x 25 26 x 26 Comprimento Médio (m) 8 8 8 8 8 8 8 Espessura dos Anéis de Emenda (cm) 0,48 0,48 0,48 0,63 0,63 0,63 0,63 Bate-estaca (m/dia) 80 77 75 73 70 68 66 Concreto 40 MPa 0,02250 0,02890 0,04000 0,04410 0,05290 0,06250 0,06760 Aço CA-50 (Extremidades) 4Ø10 4Ø10 4Ø10 4Ø10 4Ø10 4Ø12,5 4Ø12,5 Aço CA-50 (kg/m) 0,624 0,624 0,624 0,624 0,624 0,988 0,988 Aço CA-60 (Estribos) 6Ø5 6Ø5 6Ø6,3 6Ø6,3 6Ø6,3 8Ø5 8Ø5 Aço CA-60 (kg/m) 0,39 0,45 0,54 0,57 0,62 0,68 0,71 Aço CP-175-RB (kg/m) 0,924 0,924 1,332 1,332 1,332 1,232 1,232 Chapa de Aço (Anéis) 0,39564 0,44839 0,52752 0,72699 0,79623 0,86546 0,90008 Arame Recozido 0,01905 0,01905 0,01905 0,01905 0,01905 0,02540 0,02540 Solda 0,05495 0,05495 0,05495 0,05495 0,05495 0,05495 0,05495 A Tabela 18 apresenta os parâmetros de cálculo utilizados para o dimensionamento das estacas protendidas com seções de 30 x 30 cm2 a 45 x 45 cm2. Tabela 18 - Dados técnicos da estaca protendida (seções de 30 x 30 cm2 a 45 x 45 cm2) Seção (cm x cm) 30 x 30 33 x 33 35 x 35 38 x 38 40 x 40 42 x 42 45 x 45 Comprimento Médio (m) 8 8 8 8 8 8 8 Espessura dos Anéis de Emenda (cm) 0.63 0.8 0.8 0.8 0.8 0.95 0.95 Bate-estaca (m/dia) 63 58 56 54 51 49 47 Concreto 40 MPa 0,09000 0,10890 0,12250 0,14440 0,16000 0,17640 0,20250 Aço CA-50 (Extremidades) 4Ø12.5 4Ø12.5 8Ø10 8Ø10 8Ø12.5 8Ø12.5 12Ø12.5 Aço CA-50 (kg/m) 0,988 0,988 1,248 1,248 1,976 1,976 2,964 Aço CA-60 (Estribos) 10Ø5 10Ø5 8Ø6 8Ø6 8Ø6 8Ø6 10Ø6 Aço CA-60 (kg/m) 0,83 0,92 0,97 1,06 1,12 1,18 1,26 Aço CP-175-RB (kg/m) 1,54 1,54 1,776 1,776 1,776 1,776 2,22 Chapa de Aço (Anéis) 1,03856 1,45068 1,53860 1,67048 1,75840 2,19251 2,34911 Arame Recozido 0,03175 0,03175 0,02540 0,02540 0,02540 0,02540 0,03175 Solda 0,05495 0,05495 0,10990 0,10990 0,10990 0,10990 0,16485 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 29 Em função de recomendação normativa, sugere-se considerar, na fase de orçamento, concretos com resistência característica a compressão igual ou maiores que 40 MPa para confecção das estacas pré-moldadas protendidas. Os transportes das estacas no âmbito do canteiro de obras são realizados por meio carregadeira de pneus. Para a fabricação das estacas protendidas, considerou-se a execução de um berço para pré-moldagem, com capacidade para 16 m³ e reutilização de 100 vezes. 3.2.3. Estacas Metálicas 3.2.3.1. Estaca Prancha Metálica As estacas prancha metálicas funcionam como paredes de contenção e são utilizadas para diversas finalidades, a saber: Trincheiras (valas) para execução de obras de serviços públicos (gás, esgoto, águas etc); Barragens, diques, caixões, ensecadeiras; Alas de bueiros e pontes; Proteções de acesso a túneis e escavações; Proteção marginal de lagos, rios e canais; Escoramentos contra deslizamentos de terra (muros de contenção); Construção de cais em portos. O aço laminado utilizado como referência para a confecção das estacas pranchas metálicas do SICRO apresenta as seguintes vantagens: Os conectores são laminados junto com as estacas, o que possibilita um maior controle dimensional e uma ausência de concentração de tensões devido a trabalhos mecânicos; As estacas laminadas a quente possuem acabamento similar a perfis laminados, passando por um rigoroso controle dimensional; É possível fazer inúmeras combinações de aços; São empregadas em grande escala e com características estruturais incorporadas ao projeto, geralmentesuportando inclusive cargas verticais; Por apresentarem conectores extremamente resistentes as estacas laminadas a quente possuem um índice de reaproveitamento muito superior. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 30 A Figura 01 apresenta os diferentes perfis produzidos de estaca prancha metálica. Figura 01 - Perfis de estacas prancha metálicas Fonte: Arcelor As composições de custos de estaca prancha metálica do SICRO não consideram o escoramento, os quais, quando houver necessidade, devem ser considerados em composição de custo específica, de acordo com as necessidades de projeto. O SICRO disponibiliza as seguintes composições de custos para os serviços de estaca prancha metálica: Estaca prancha metálica cravada com guindaste equipado com martelo hidráulico; Estaca prancha metálica com 10 utilizações - inclui cravação e retirada das estacas com martelo hidráulico; Estaca prancha metálica cravada com apoio de flutuante; Estaca prancha metálica com 10 utilizações - inclui cravação e retirada das estacas com apoio de flutuante. Quando as quantidades de utilizações não forem indicadas nas composições de custos significa que a estaca tem utilização permanente, ou seja, uma única vez. Em obras temporárias deve ser sempre prevista a utilização de 10 vezes. Os equipamentos associados à execução dos serviços de estaca prancha são: Guindaste sobre esteiras com martelo hidráulico; Flutuante; Rebocador. O apoio de flutuante com rebocador deve ser considerado apenas quando não for possível a cravação das estacas prancha com a utilização de guindaste em terra. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 31 3.2.3.2. Estaca de Trilho Usado Os trilhos são adquiridos comercialmente, podendo ser utilizados de forma isolada ou combinada. Para obras de arte especiais, a Especificação de Serviço DNIT nº 121/2009 recomenda que estacas metálicas constituídas por trilhos devem ter seu emprego evitado. No caso de sua utilização, recomenda-se a composição de três trilhos soldados. A carga admissível deve ser considerada com uma redução de 25% em relação às estacas de seção equivalente, compostas de perfis metálicos. O SICRO disponibiliza composições de custos com até três trilhos, contemplando a solda das emendas. A união dos trilhos é sempre realizada por meio de solda nas extremidades dos patins. A Figura 02 apresenta as seções transversais das estacas constituídas por trilhos usados. Figura 02 - Estaca de trilho usado A Tabela 19 apresenta as capacidades de cargas admissíveis das estacas constituídas por trilhos usados. Tabela 19 - Carga nominal admissível das estacas constituídas por trilhos usados Trilho Peso (kg/m) Carga Admissível Estrutural (kN) Trilho Simples Duplo Trilho Triplo Trilho TR 25 24,6 250 500 750 TR 37 37,1 370 750 1.100 TR 45 44,6 450 900 1.300 TR 57 56,7 570 1.150 1.700 TR 68 67,6 680 1.300 2.000 Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 32 3.2.4. Emenda de Estaca por Soldagem Quando ocorre a necessidade de comprimentos maiores que o de fornecimento normal, as estacas podem ser emendadas, as quais devem ter desempenho igual ou superior aos segmentos emendados. As emendas podem ser executadas nas estacas metálicas ou de aço e nas estacas pré-moldadas de concreto. A norma NBR 6.122 recomenda que as estacas metálicas ou de aço devem ter sua emenda executada por meio de solda com eletrodo compatível ao material da estaca e que as estacas pré-moldadas de concreto podem ser emendadas pela união de dois anéis previamente fundidos nas extremidades ou pela utilização de luvas de aço. O SICRO apresenta uma composição de custo para o serviço de emenda de estacas por soldagem, com produção definida em função da máquina de solda, conforme expressão matemática apresentada abaixo. P = C × Fe Tc onde: C representa a capacidade = 3,04 m/h; Fe representa o fator de eficiência = 0,83; Tc representa o tempo total de ciclo = 1 hora. Substituindo os valores: P = 3,04 × 0,83 1 = 2,52 m/h A composição de custo do serviço de emenda de estaca por soldagem foi estruturada em função de uma equipe formada por um servente e um soldador, responsável pela operação da máquina de solda. Para as soldas de emenda de topo, considerou-se a utilização de eletrodo E70XX para uma espessura média de 5 mm, com solda de chanfro executadas no perímetro da seção transversal da estaca, com consumo, em quilograma por metro de solda no perímetro, definido em função da expressão matemática apresentada abaixo. E = 3,1416 × 0,005 x 0,005 x 7.850 2 = 0,30827 kg/m Para a união de dois ou três trilhos, considerou-se a ligação soldada longitudinal em quilograma por metro de comprimento da estaca. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 33 A Tabela 20 apresenta o perímetro por emenda de topo e o comprimento de solda necessários para a formação de diferentes estacas de trilho usado. Tabela 20 - Consumos de soldas necessárias para formação de estacas de trilhos usados Estaca de Trilho Perímetro por Emenda de Topo (m) Comprimento de Solda Longitudinal (m) TR 25 0,310 - TR 37 0,587 - TR 45 0,648 - TR 57 0,722 - TR 68 0,995 - 2 x TR 25 0,424 0,50 2 x TR 37 0,930 0,60 2 x TR 45 1,036 0,80 2 x TR 57 1,164 1,00 2 x TR 68 1,686 1,20 3 x TR 25 0,930 0,75 3 x TR 37 1,761 0,90 3 x TR 45 1,944 1,20 3 x TR 57 2,166 1,50 3 x TR 68 2,985 1,80 3.3. Critérios de Medição A medição dos serviços relacionados à execução de estacas deve ser realizada em função das quantidades e unidades definidas nas composições de custos e nas especificações técnicas de projeto. No caso específico das estacas, em função de suas diferentes características e de seus processos executivos, a medição dos serviços pode ser realizada em função do seu comprimento ou de seu volume, conforme detalhamento apresentado abaixo. Para as estacas tipo Strauss, tipo Franki com fuste apiloado, pré-moldada de seção quadrada, pré-moldada centrifugada, pré-moldada protendida, de trilho usado, raiz, broca e com camisa metálica, a medição dos serviços deve ser realizada em função de seu comprimento linear, em metros. Já para as do tipo escavada circular, hélice contínua, ômega, parede diafragma e coluna de brita, a medição dos serviços relacionados à execução destas estacas deve ser realizada em função de seu volume, em metros cúbicos. Manual de Custos de Infraestrutura de Transportes Volume 10 - Conteúdo 06 - Fundações e Contenções 34 A medição do serviço de estaca prancha deve ser realizada em função da massa de aço de estaca efetivamente utilizada, considerando-se a distância entre a extremidade inferior de apoio da estaca e o topo da cortina, de acordo com as informações da composição de custo e das especificações de projeto. A medição do serviço de arrasamento das estacas deve ser realizada em função da unidade, devendo ser destacado que as parcelas das estacas perdidas no arrasamento encontram-se incluídas no serviço de cravação das estacas. A medição do serviço de emenda deve ser realizada em função das unidades do comprimento total de soldas executadas no perímetro das seções transversais nas emendas de topo e nas emendas longitudinais nos casos de trilhos duplos e triplos.
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