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A Musculação como estudo

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15Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 13, n. 4, 2014 - ISSN: 1981-4313
A MUSCULAÇÃO COMO CONTEÚDO NAS AULAS DE 
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Paulo Pereira de Macêdo1, Francisco José Rosa de Souza2, Tadeu de Almeida Alves Junior2,3,4, 
Rubens Vinícius Letieri3,5, Luiz Vieira da Silva Neto6, Nicolino Trompieri Filho2, 
José Airton de Freitas Pontes Junior2,3,4.
RESUMO
A prática regular de Atividade Física (AF) é um fator que pode contribuir na prevenção primária 
de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT). A musculação, dentre outros benefícios, pode favorecer 
a diminuição da gordura corporal, o risco de doença do coração e também é utilizada para fins estéticos. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física indicam que a musculação pode fazer parte 
dos conteúdos a serem ensinados nessa disciplina na escola. Por isso, objetiva-se neste estudo analisar a 
possibilidade da musculação como conteúdo nas aulas de Educação Física nas escolas da cidade de Sobral/
CE. O estudo de abordagem quantitativa foi do tipo exploratório e transversal. Participaram da pesquisa 
57 alunos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário 
com perguntas de respostas fechadas e abertas desenvolvidas pelos responsáveis desta pesquisa. Para 
a validação do instrumento foram realizadas duas ações: validade de conteúdo pela análise de 3 (três) 
especialistas da área e realização de teste-piloto. Foi perguntando aos alunos pesquisados se os mesmos já 
tiveram aula sobre o conteúdo musculação, a maioria dos alunos informou que não (71,9%), porém 82,5% 
disseram ter motivação para o conteúdo e 73,7% um bom interesse. Conclui-se que existe a possibilidade 
de inclusão da musculação como conteúdo nas aulas de Educação Física, pois os alunos têm interesse e 
são motivados, sendo que estes aspectos são importantes na decisão da inclusão de um novo conteúdo nas 
aulas de Educação Física. 
Palavras-chave: Musculação. Educação Física. Escola.
STRENGTH TRAINING AS CONTENT IN SCHOOL PHYSICAL 
EDUCATION CLASSES
ABSTRACT
The regular practice of physical activity (PA) is a factor that can contribute to the primary prevention 
of Chronic Non-Communicable Diseases (NCDs). Strength training, among other benefits, may reduce body 
fat, risk of heart disease and is also used for esthetic purposes. The National Curriculum Standards for Physical 
Education indicate that strength training can be part of the contents to be taught in this discipline at the school. 
Therefore, the objective of this study was to analyse the possibility of strength training as a subject in physical 
education classes in schools in the city of Sobral/CE. The study of quantitative approach was exploratory and 
cross-sectional. 57 students participated in the survey of the Secondary School and High School. For data 
collection a questionnaire of closed and open responses developed by those responsible for this research was 
used. To validate the instrument, two actions were performed: Content validity by the analysis of three (3) 
experts in the field and conducting pilot test. Was surveyed by asking students if they have had class about 
strength training, the majority of students reported negatively (71.9%), but 82.5% said they had motivation 
to content and 73.7% a good interest. We conclude that there is the possibility of include strength training 
as content in physical education classes because the students are interested and are motivated, and these 
aspects are important in the decision of inclusion of new content in Physical Education .
Keywords: Strength training. Physical education. School.
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14
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Recebido em: 28/07/2014 Parecer emitido em: 20/08/2014 Artigo original
16 Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 13, n. 4, 2014 - ISSN: 1981-4313
INTRODUÇÃO
A prática regular de Atividade Física (AF) é um fator que pode contribuir na prevenção primária 
de Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) (FLORINDO, 2011). Sendo esse um fator relevante de 
incentivo a sua prática, pois estas doenças podem se prolongar na idade adulta quando presente na infância 
e na adolescência, aumentando o risco de mortalidade, especialmente por doenças coronarianas (ENES; 
SLATER, 2010; ROSE JR., 2009;CATTUZZO; BARROS, 2009).
No Brasil, as Doenças Crônicas Não-Transmissíveis(DCNT) representam um problema de saúde 
pública, sendo estas responsáveis por 70% das causas de morte. De acordo com as projeções da OMS 
(Organização Mundial da Saúde), até 2020, as DCNT serão responsáveis por quase ¾ de todas as causas de 
morte no mundo. Sendo a obesidade, hipertensão, depressão, diabetes exemplos de DCNT (SWINBURN, 
2011, apud DEL DUCA; SILVA; NAHAS 2011). 
A musculação é um tipo de Exercício Físico (EF) desenvolvido predominantemente por meio de 
exercícios analíticos, utilizando resistências progressivas fornecidas por materiais tais como: halteres, barras, 
anilhas, o próprio corpo e/ou segmentos, etc (LAMBERT, 1987). Segundo Pereira (1998), comparando dados de 
1984 com 1998, poderia existir um melhor aproveitamento da ginástica e consequentemente da musculação, 
enquanto conteúdo nas aulas de Educação Física e mostrou que a cultura escolar mostra-se conservadora 
em relação à seleção de conteúdos, destacando o trabalho com os desportos coletivos tradicionais e o 
atletismo, enquanto que fora da escola aumentam a procura por atividades de lutas e ginástica, caminhada 
e musculação. 
A ginástica assim com as lutas já faz parte dos conteúdos a serem ensinados nas aulas de Educação 
Física durante o Ensino Fundamental segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), sendo que a 
musculação é um dos temas pertencentes bloco de conteúdos Esportes, jogos, lutas e ginásticas, assim 
como conhecer o funcionamento biomecânico, anatômico, dentre outros, estão no bloco de conteúdos 
Conhecimentos sobre o Corpo (BRASIL, 1998). Ou seja, a proposta de incluir a musculação nas aulas 
de Educação Física não recente ou infundada. Porém, deve-se ressaltar que, segundo os PCN do Ensino 
Fundamental (BRASIL, 1998), o conteúdo musculação não deve se relacionar apenas ao aumento da força ou 
a discussão sobre estática, mas também como a aquisição da saúde ou preparação física para outras práticas. 
Já para os PCN do Ensino Médio, deve-se considerar a fase vivenciada pelos alunos, as novas propostas de 
educação e efetividade de aprendizagem que de conhecimentos sobre atividade física e saúde que se deseja 
para a disciplina na fase final da formação básica dos jovens (BRASIL, 2000).
A musculação também pode ser utilizada como uma política pública para reduzir ou ao menos 
amenizar alguns dos problemas de saúde da sociedade potencializando a promoção de um estilo de vida 
saudável. Atualmente, há um projeto piloto que vem crescendo nas escolas da rede estadual de ensino do 
Ceará, tanto nas escolas da capital e quanto do interior que se denomina “Academia na Escola”, e tem como 
intuito aproximar os alunos de um espaço diferenciado com equipamentos de musculação e ergometria. 
(DIÁRIO DO NORDESTE, 2011). Dessa forma, abre-se mais um campo de discussão e atuação do profissional 
de Educação Física dentro da escola. 
Devido esta modalidadeestar crescendo e se tornando uma das principais atividades físicas dos 
brasileiros de diferentes faixas etárias e com um propósito de evidenciar essa tendência nos conteúdos 
das aulas de Educação Física escolar, delimitamos o conteúdo musculação nessa pesquisa por reconhecer 
que há poucas de discussões sobre o tema no espaço escolar e que, como possível conteúdo nas aulas de 
Educação Física, nos faz refletir sobre sua inserção nesse espaço, bem como os alunos e os profissionais da 
área podem assumir esse conteúdo.
Considerando que a perspectiva sobre o tema musculação no contexto da Educação Física escolar 
pode ser ampliado fundamentado em evidencias de pesquisas sobre o assunto e estimulando a qualificação 
docente sobre o tema na escola, este trabalho surge da expectativa de investigar o interesse e conhecimento 
dos adolescentes sobre a musculação. Acreditamos que esse estudo pode contribuir com a formação e 
atuação dos docentes da área sobre como a musculação na escola pode ser uma ferramenta importante de 
conhecimento sobre atividade física, saúde e qualidade de vida.
Inserida no contexto aqui apresentado, a musculação pode se tornar um conteúdo que potencializará 
à aquisição da saúde dos adolescentes são proporcionar essa prática nas aulas de Educação Física, pois os 
alunos têm a oportunidade de praticarem exercícios orientados. Por isso, objetiva-se neste estudo analisar 
a motivação e interesse dos alunos sobre a musculação como conteúdo nas aulas de Educação Física no 
Ensino Fundamental II e Médio da cidade de Sobral/CE.
17Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 13, n. 4, 2014 - ISSN: 1981-4313
METODOLOGIA
O estudo de abordagem quantitativa foi do tipo exploratório e transversal, pois visou analisar as 
opiniões e práticas da musculação por adolescentes do final do Ensino Fundamental e Ensino Médio do 
município de Sobral/CE, através de pesquisa por levantamento (THOMAS; NELSON; SILVERMAN, 2005). 
Participaram da pesquisa 57 alunos, sendo eles do último ano do Ensino Fundamental II e Ensino Médio de 
5 escolas públicas e 2 particulares. A escolha desse público se deu por ser uma população que atualmente 
tem frequentado as academias e clubes de musculação, bem como se apresentam no nível de ensino que 
poderia estudar os conteúdos relacionados à prática da musculação, como a fisiologia do exercício e esportes 
não convencionais (BRASIL, 2000; NAHAS, 2010). 
Para a coleta dos dados foi utilizado um questionário com perguntas de respostas fechadas (múltiplas 
escolhas e itens em escala) e abertas (dissertativas) desenvolvidas a partir do referencial teórico do estudo. 
Para a validação do instrumento foram realizadas duas ações: validade de conteúdo pela análise 
de 3 (três) especialistas da área que consideraram que o questionário atende aos interesses da pesquisa, e 
realização de teste-piloto para avaliação da compreensão dos itens bem como do tempo de aplicação e da 
sequência das perguntas. Após tais ações, percebemos que o questionário estava adequado para aplicação.
Para as respostas das perguntas abertas realizamos a categorização por meio da técnica de análise 
temática (MINAYO, 1999) em que analisamos os resultados tendo como referencial o acumulo teórico sobre o 
assunto. Com as categorias formadas, realizamos análises estatísticas dos dados juntamente com as respostas 
fechadas, usando frequências simples (fi) e relativa (%), por meio do programa SPSS 22.0.
Todos os procedimentos da pesquisa foram submetidos ao parecer do comitê de ética da Plataforma 
Brasil em que foi emitido o parecer consubstanciado de número 88355. Todos os participantes responderam 
voluntariamente ao questionário, sendo que não pagaram e nem receberam qualquer pagamento. Todos os 
respondentes ao questionário ou responsáveis pelos respondentes menores de 18 anos, tiveram que ler e 
assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, seguindo as normas do Comitê de Ética da Universidade 
Estadual Vale do Acaraú. Ao assinar, uma cópia ficou com o respondente e outra com o pesquisador.
No Termo estavam todas as normas referentes à participação na pesquisa, constando inclusive que a 
qualquer momento o participante poderia se recusar e retirar o consentimento. Todas as informações obtidas 
foram utilizadas apenas pelos responsáveis da pesquisa, garantindo a não identificação das pessoas no estudo. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Participaram deste estudo, compondo a amostra, 57 alunos de escolas públicas e particulares do 
município de Sobral/CE, sendo a maioria de escolas públicas (82,5%) em que 54,4% eram do sexo feminino 
e 66,7% cursavam o Ensino Médio. A idade mínima desses participantes era de 12 anos, a idade máxima 
de 19 anos, sendo a idade média de 15,1 anos.
Tabela 1. Características da amostra quanto à série, idade e tipo de ensino.
fi %
SEXO
Masculino 26 45,6
Feminino 31 54,4
ENSINO
Fundamental II 19 33,3
Médio 38 66,7
INSTITUIÇÃO
Público 47 82,5
Privado 10 17,5
Foi perguntado aos alunos se os mesmos já tiveram aula sobre o conteúdo musculação, sendo 
respondido que não por 41 (71,9%). Ou seja, a maioria dos alunos informou que o conteúdo musculação 
não fez parte da sua vivência escolar. 
18 Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 13, n. 4, 2014 - ISSN: 1981-4313
Tabela 2. Apresentação da presença ou não do conteúdo musculação nas aulas de educação Física.
Disseram ter
fi %
16 28,1
Disseram não ter 41 71,9
De acordo com os PCN (BRASIL, 1998), a musculação é indicada com um conteúdo a ser estudado 
nas aulas de Educação Física. Um dos motivos que pode explicar a ausência do conteúdo nas aulas pode 
ser a falta de conhecimento ou experiência do professor com o tema. Letieri et al., 2013, aponta ainda que 
é necessário a orientação adequada para a prática de musculação até para os acadêmicos da área. Velozo; 
Daolio (2009), Fernandes; Rocha; Souza (2005) informam que a falta de conhecimento adequado, assim 
como a falta de experiência do professor com conteúdo específicos, faz com que os mesmos não incluam 
no seu planejamento conteúdos diferentes. Por isso, a tradicional utilização dos esportes coletivos nas aulas 
práticas de Educação Física escolar se dá pela frequente formação e experiência nesses conteúdos. 
Deve-se ressaltar que ao se desenvolver conteúdos relacionados à saúde na escola, devem-se 
realizar aulas teóricas e práticas. Sendo que essa ação deve ser sistematizada e operacionalizada para suprir 
os alunos de conhecimento e interesse necessários, incentivando-os a tornar a atividade física um hábito 
para toda a sua vida (GUEDES; GUEDES, 1995; FERREIRA, 2001; RIBEIRO; CAVALI; CAVALI, 2013; RIBEIRO 
et al., 2001; ROSE JR, 2009).
Tabela 3. Conteúdos ministrados quando presente o tema musculação nas aulas de Educação Física.
Anatomia
fi %
5 35,5
Esteroides e/ou anabolizantes 2 14,2
Nutrição 1 7,1
Orientações gerais sobre a práti ca da ati vidade fí sica 4 28,5
Orientações gerais sobre a práti ca de exercícios de academia 7 50
Não sabem 2 3,5
* podiam marcar mais que uma opção.
Os alunos que afirmaram já ter assistido a aulas sobre musculação nas aulas de Educação Física 
escolar indicam que o conteúdo assistido pela maioria foi orientação sobre a prática da musculação (50%), 
seguido por anatomia (35,5%). 
A EFE quando inserida em um contexto somente esportivista pode excluir diferentes formas de 
tematização dos conteúdos. Mas quando o professor insere novas possibilidades como, por exemplo, os temas 
relacionados à saúde diversos conteúdos podem ser desenvolvidos (GUEDES; GUEDES, 1995). Kravchychyn; 
Oliveira (2012) apresentam em seu estudo sobre os conteúdos no Ensino Fundamenta II que 14% dos alunos 
informaram estudar sobre temas além dos esportes que incluem: anatomia, cuidado com a saúde e sobre 
prática de atividade física. Sendo que o resultado foi mais positivo nesta pesquisa,ficando acima de 38% 
quanto ao assunto anatomia e 28,5% quanto ao assunto prática de atividade física. 
Almeida; Tucher; Rocha (2011) em seu estudo sobre a percepção dos alunos sobre os motivos que 
levam as suas participações nas aulas de Educação Física identificaram que 28% dos alunos informaram que 
era a prática de atividade física e saúde, resultado esse semelhante ao deste estudo. Ou seja, a prática de 
atividade física e saúde pode estar presente nas aulas de Educação Física, não somente no tema musculação, 
mas em outros temas que se relacionam com a saúde. 
19Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 13, n. 4, 2014 - ISSN: 1981-4313
Mesmo ainda sendo minoria, esses dados representam uma mudança nos temas ensinados nas 
aulas de Educação Física, deixando de ser exclusivo aos esportes, permitindo a inclusão dos conteúdos 
relacionados à atividade física, saúde e qualidade de vida. E partindo do pressuposto apresentado neste 
estudo, a inclusão do tema saúde nas aulas de Educação Física permite o acesso ao conhecimento que pode 
resultar em aquisição ao comportamento saudável. Pontes Jr; Almeida; Trompieri Filho (2014) identificaram 
que a dimensão biológico-funcional da atividade física é apontada pelos professores e pesquisadores em 
Educação Física como um dos componentes para avaliação cognitiva da disciplina.
Tabela 4. Interesse e motivação do conteúdo musculação nas aulas de EFE.
INTERESSE
fi %
Pouco 7 12,3
Razoável 8 14
Bom 42 73,7
MOTIVAÇÃO
Sim 47 82,5
Não 10 17,5
Buscou-se identificar no aluno se os mesmos tem interesse e se motivam para assistir aulas sobre 
a musculação, sendo que 82,5% alunos informaram que possuem motivação e que 73,7% dos alunos 
apresentam um bom interesse quanto ao tema musculação nas aulas de Educação Física escolar. Velozo; 
Daolio (2009, p.49) afirmam que “a preferência dos alunos por determinadas atividades contribui diretamente 
para a definição dos conteúdos das aulas”. Ou seja, sendo a musculação um conteúdo de grande interesse 
e havendo a necessidade de relacionar o conteúdo a ser apresentado com o desejo do aluno, por que ainda 
não é comum a musculação nas aulas de Educação Física?
A musculação possibilita a aquisição da saúde quando praticada de forma adequada e contínua. 
Sendo o ensino de temas relacionados à saúde um fator motivacional que leva a participação nas aulas de 
12% dos alunos (ALMEIDA; TUCHER; ROCHA, 2011). Diversos autores (NUNOMURA; PIRES; CARRARA, 
2009; ALMEIDA; TUCHER; ROCHA, 2011; FEITOSA et al., 2011) apresentam o contexto em que os alunos 
não se motivam a conteúdos que não sejam os esportes, e que existe uma evasão ou desmotivação nas aulas 
quando se busca novas proposta de aulas. Desde o final da Segunda Guerra Mundial, a prática esportiva 
influenciou as aulas de Educação Física escolar na perspectiva de potencializar a desenvolvimento de 
físico, cognitivo e social dos discentes via esportes e que este ainda é o principal conteúdos das aulas desse 
componente curricular. Mas a utilização desses conteúdos descontextualizados do cotidiano discente, 
principalmente no Ensino Médio, pode desmotivar o interesse dos alunos por conteúdos atuais, porém, 
como já foi discutido, esse interesse é requisito para a inclusão de novos temas na Educação Física tal como 
apresentado pelos alunos participantes do estudo.
Castinheiras Neto; Farinatti (2009) informam que o exercício resistido pode favorecer a diminuição 
da gordura corporal, porém somente quando associada a uma dieta controlada, favorecendo assim um 
balanço energético favorável à manutenção ou perda do peso. A sua prática de forma regular também 
diminui o risco de doença do coração por consequência da redução de gordura corporal, diminuindo a 
pressão sanguínea, melhora do colesterol. 
Nahas (2010) ressalta que os resultados só serão considerados satisfatórios quando praticado em 
certa intensidade e frequência semanal: 60 minutos diariamente ou na maioria dos dias, em uma intensidade 
moderada e intensa, sendo a musculação um exemplo dos possíveis exercícios físicos a serem praticados. Os 
melhores resultados de treinamento ocorrem quando, em uma mesma sessão, os grandes grupos musculares 
são exercitados antes dos pequenos, os exercícios com cargas maiores são realizados antes dos exercícios com 
cargas menores, e quando os exercícios para um grupo muscular são seguidos por exercícios para o grupo 
muscular antagonista, como por exemplo: peito e costas; bíceps e tríceps; quadríceps e crurais (LAMBERT, 
1987; PEÇANHA et al., 2013; SOUZA et al., 2008). 
20 Coleção Pesquisa em Educação Física - Vol. 13, n. 4, 2014 - ISSN: 1981-4313
Além desses aspectos físicos, quando praticada na adolescência, a musculação pode está relacionada 
a este fator motivacional: a estética. Camargo (2013) informa que essa é uma fase de inúmeras transformações 
físicas e psicológicas e que é comum a necessidade de participarem de um grupo social que, em vários 
momentos, buscam na estética a possibilidade de inclusão social.
Sendo na Educação Física escolar que, em muitos casos, os adolescentes têm a possibilidade de 
praticarem exercícios físicos, Azevedo Junior; Araújo; Pereira (2006) e Alves; Lima (2008) afirmam que essa 
disciplina poderia ser mais efetiva na oferta de atividades físicas que os interessassem, fazendo com que 
estes conteúdos populares, fora do ambiente escolar dos jovens pudessem ser trabalhados como temas nas 
aulas de Educação Física.
CONCLUSÃO
Ao analisar os resultados obtidos neste estudo, conclui-se que existe a possibilidade de inclusão da 
musculação na escola, principalmente nas aulas de Educação Física, pois os alunos apresentaram interesse 
e motivação no conteúdo, além de existir fundamento quanto aos aspectos constitucionais e relevância no 
cotidiano dos alunos.
A maioria dos alunos informou que não tiveram aulas de musculação na Educação Física escolar, 
porém a grande maioria tem interesse e motivação nesses conteúdos. Se o interesse e a motivação são 
fatores que influenciam na escolha dos conteúdos conforme apresenta a literatura, cabe o questionamento 
da ausência, não somente da musculação, mas de outros diversos conteúdos de relevância social e interesse 
discente. 
O objetivo deste estudo limitou-se a diagnosticar a possibilidade da inclusão da musculação na 
escola, e conclui-se ser viável. Devendo-se agora incentivar a inclusão e implementação, sendo este um 
trabalho a ser realizado pelos professores de Educação Física que atuam no ambiente escolar. Além de se 
fazer necessário mais estudos que incluam outras variáveis que possam complementar as informações aqui 
apresentadas, enriquecendo a literatura e assim auxiliando o professor no processo de orientação e formação 
de novos conhecimentos. Apontamos a necessidade de realizar estudos sobre o nível de interesse dos discentes 
do sexo feminino e masculino visto que são públicos com (talvez) interesses específicos. Também indicamos 
que podem ser realizadas pesquisas na perspectiva de elaborar instrumentos para avaliação cognitiva sobre 
conhecimento dos discentes sobre musculação e temas relacionados. 
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1 - Instituto Superior de Teologia Aplicada (Faculdades INTA).
2 - Universidade Federal do Ceará - UFC.
3 - Faculdade Católica Rainha do Sertão - FCRS. 
4 - Faculdade do Vale do Jaguaribe - FVJ. 
5 - Universidade de Coimbra. 
6 - Universidade Estadual de Campinas - Unicamp.
Agradecimento
À Pró-Diretoria de Pesquisa e Pós-graduação Stricto Sensu das Faculdades INTA (Sobral/CE) pelo apoio prestado ao 
Projeto de Pesquisa Prática de ensino da Educação Física escolar no município de Sobral/CE, no qual foi concedido 
financiamento.
Rua Waldery Uchoa, 01
Benfica
Fortaleza/CE
60020-110

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