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DISTINÇÃO ENTRE DIREITO E MORAL

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DISTINÇÃO ENTRE DIREITO E MORAL 
 
1. A TEORIA DO MÍNIMO ÉTICO 
A teoria do mínimo ético consiste em dizer que o Direito está contido dentro de um 
conjunto maior, que neste caso seria a Moral, sendo assim todas as normas jurídicas 
seriam também normas morais. Segundo (REALE, 2007) “A teoria do “mínimo ético” 
pode ser reproduzida através de dois círculos concêntricos, sendo o círculo maior o da 
Moral, e o menor o do Direito”. 
1.1 A POSIÇAÕ DA TEORIA 
Esta teoria defende que a moral em regra é expressa de maneira natural, mas como a 
pessoas nem sempre se portam em conformidade dos ditames éticos é necessário que o 
Direito passe a positivar certas normas morais. A partir da positivação tais normas 
passam a ser também jurídicas, estas sim com força coativa dada pelo poder estatal. 
 
1.2 A FALHA DA TEORIA 
Tal teoria não pode servir de fundamento para a distinção entre o Direito e a Moral, pois 
se o Direito assim o fosse não existiria normas jurídicas que não fossem éticas, e na 
realidade nem todas as normas jurídicas são também morais. Um exemplo disto se dá 
num contrato comercial de uma sociedade, em que ambos os contratantes estabelecem 
que os lucros sejam divididos em partes iguais. Só que após terem celebrado tal 
contrato, apenas um deles se entrega verdadeiramente ao trabalho, enquanto o outro 
presta uma rala colaboração. Neste caso o Direito regula tal contrato, mas há moral em 
relação ao trabalho para a obtenção dos lucros? Segundo (REALE, 2007) “Há, portanto, 
um campo da Moral que não se confunde com o campo jurídico. O Direito, 
infelizmente, tutela muita coisa que não é moral”. 
2 AS REGRAS SOCIAIS E A DISTINÇÃO ENTRE DIREITO E MORAL 
No que diz respeito às regras sociais, existem tais que são cumpridas espontaneamente e 
outras que, para serem obedecidas, necessitam de coação, ou seja, os homens para 
obedecê-las devem ser coagidos, obrigados, etc. Assim estamos diante do que pode vir a 
ser mais uma distinção entre a Moral e o Direito. 
2.1 A MORAL 
Esta contém as regras que são cumpridas espontaneamente sem a necessidade de 
coação. O indivíduo que age moralmente e possui consciência desse ato, já se enquadra 
as regras dos ditames da moral. 
2.2 O DIREITO 
Já este possui regras que, sem fugir dos ditames da moral (porque, tais regras podem 
também estar inseridas no âmbito da Moral), para serem cumpridas às vezes necessitam 
de ser impostas por órgãos competentes (juízes, tribunais, etc.), conforme nos ensina 
(DINIZ 2007) “é o complexo de normas jurídicas que regem o comportamento humano, 
de modo obrigatório, prescrevendo uma sanção no caso de sua violação”. Exemplo disso 
é o pai que se nega a prestar alimentos aos filhos e o juiz o obriga a fazê-lo. É moral que 
após o divórcio o pai preste alimentos aos filhos, mas este pode se negar a prestá-los, 
fazendo com que sua esposa acione o judiciário para que se cumpra uma regra jurídica 
que também é moral. 
3 A SANÇÃO 
Muitas são as correntes que defendem que a sanção em si (através da força ou coação) é 
distinção entre o Direito e a Moral. 
Para JHERING um dos maiores jurisconsulto do passado 
milênio, o Direito se reduz a "norma + coação", no que era 
seguido, com entusiasmo, por TOBIAS BARRETO, ao defini-lo 
como "a organização da força". Ficou famoso o seu temerário 
confronto do direito à "bucha do canhão", o que se deve atribuir 
aos ímpares polêmicos que arrebatavam aquele grande espírito. 
(REALE, 2007) 
Mas há autores, como Maria Helena Diniz, que defendem que a sanção não propicia 
distinção entre Direito e Moral. 
Isto porque não é a sanção que distingue a norma jurídica da 
norma moral e dos convencionalismos sociais. Tanto estas como 
as jurídicas são sancionadoras, pois a infração de seus preceitos 
acarreta conseqüências. (DINIZ, 2007) 
Contudo outros autores defendem que a sanção é diferenciada quando se especifica o 
tipo de sanção, ou seja, se a sanção provém do Estado ou apenas de um grupo social. 
4 CONCLUSÃO 
Diante do exposto nota-se que nem todas as regras jurídicas são também morais como 
afirma a teoria do mínimo ético, mas muitas vezes o Direito funda-se nestas para 
produzir suas regras. Além disso, percebemos que normas morais são cumpridas de 
maneira espontânea, pois esta se encontra no íntimo do ser humano. Mas também vimos 
que tais regras podem não serem observadas espontaneamente e se estas forem 
positivadas passando a ser jurídicas, poderá o órgão competente (juiz, tribunais,etc.), 
fazer com que elas sejam cumpridas. 
No tocante a sanção, tal distinção se dá quando esta é especificada, ou seja, Direito é 
conjunto de regras passíveis de sanção impostas pelo Estado ( se alguém for de encontro 
a alguma dessasertos regras, além de poder sofrer repressão de certos grupos, sejam eles 
religiosos ou a própria sociedade, também poderá sofrer uma sanção do Estado, esta sim 
de relevância para o Direito.), já a Moral são regras (limitações), que advém do interior 
do próprio ser humano, estas não estão sujeitas às sanções do Estado e sim a alguma 
repressão dos grupos anteriormente citados. Ex: alguém que participa do AA 
(alcoólatras anônimos) que voltar a beber, contanto que não viole alguma norma do 
ordenamento jurídico, o qual pertence, não sofrerá sanção do Estado, podendo no 
máximo ser reprimido por outros participantes do grupo. 
REFERÊNCIAS 
BARROS, Washington Monteiro. Curso de Direito Civil. ed., São Paulo: Saraiva, 2006. 
Diniz, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 24ª. ed., São Paulo: Saraiva, 
2007, v. 1. 
Gusmão, P. D. (2007). Introdução ao Estudo de Direito. Rio de Janeiro: Forense. 
Reale, M (2007). Lições Preliminares de Direito. São Paulo: Saraiva.

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