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TRABALHO DE LEGISLAÇÃO APLICADA À ENGENHARIA CIVIL

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ENGENHARIA CIVIL
LEGISLAÇÃO APLICADA
HLAP6
Lei 898/75
Uso de solo para a proteção dos mananciais, cursos e reservatórios de água e demais recursos hídricos de interesse da Região Metropolitana da Grande São Paulo
Camila Bellon Botacin	1463209
Caio Sabino Plenas		1265164
Daniel Gasparin		0964034
SÃO PAULO
OUTUBRO/2014
Introdução
A cidade de São Paulo vive a pior crise de falta de água de sua história. O noticiário, que era recheado por matérias sobre enchentes, poluição nos rios e problemas urbanos relacionados de alguma forma à àgua, como saneamento, deu lugar ao problema maior: a água que utilizamos no dia a dia está acabando. Parece brincadeira. Segundo um estudo realizado pela engenheira ambiental Carla Grigoletto Duarte, a Região Metropolitana de São Paulo tem mais de 50% de seu território localizado em área de mananciais.
Temos lido diversas análises sobre a falta de água, colocando a culpa em políticos e gestões municipais e estaduais, mas acima de tudo é preciso entender que a culpa não é de uma pessoa, mas de centenas de pessoas: é de como o manejo das regiões de mananciais foi realizada até então. Historicamente, podemos pontuar diversas ocupações irregulares do solo, escoamento de águas, poluição e assoreamento dos rios. Tudo isso tem uma participação absurdamente grande na falta de água que atinge o paulistano atualmente.
Pegando como gancho este problema, que é possível diver que é um problema de todos nós, resolvemos tentar entender as questões sobre mananciais e manejo de águas inerentes ao curso de engenharia civil. Acreditamos que seja uma importante questão a ser observada, sobretudo em tempos de seca, onde São Paulo está próxima de ser comparada ao Nordeste brasileiro.
Sabemos que já existem engenheiros com outras especialidades aptos a fazer o trabalho de análise e liberação das áreas de mananciais para ocupação do solo, como engenheiros ambientais e agrônomos, que se aproximam mais das questões hídricas durante a formação. No entanto, consideramos de extrema importância para o engenheiro civil entender partes que tocam seu trabalho e que são extremamente importantes para a sociedade. Para trabalhar melhor essas questões, conversamos também com o Engenheiro civil e ambiental, e também doutor em saúde pública, Tadeu Fabrício Malheiros. Ele desenvolve projetos sobre habitação e gestão ambiental em áreas de mananciais na Universidade de São Paulo, e por conhecer bem os dois lados da moeda (construção x água), foi de grande valia para pontuarmos questões importantes para a engenharia civil.
Formulamos, então, cinco questões para entender as áreas de mananciais, relacionando-as à engenharia civil, sob a luz da legislação vigente: A lei 898/75, que inicia a proteção dos mananciais da Região Metropolitana de São Paulo. O que esta lei faz?
- identifica a área e os recursos hídricos protegidos - (Artigos 2º e 3º)
- define o instrumento desta proteção (o controle "dos projetos de arruamentos, Loteamentos, edificações e obras, bem assim a prática de atividades agropecuárias, comerciais, industriais e recreativas", nas bacias de drenagem dos mananciais protegidos) - (Parágrafo único do artigo 3º)
- define os agentes licenciadores de empreendimentos públicos e privados (Parágrafo único do artigo 3º e artigo 7º)
- enumera a restrições a serem estabelecidas em lei (Artigo 11). 
Existe uma lei de proteção às áreas de mananciais. Se uma pessoa adquiriu um lote em uma destas áreas, significa que não poderá construir nada no terreno?
Depende do local. Até obras públicas são concebidas em áreas de manancial. Por exemplo, São Paulo tem um novo Plano Diretor.  Por conta de uma brecha no texto, já está se cogitando a possibilidade de construir um novo aeroporto, em área de manancial. Em outro exemplo, conversamos com um representante da Construtora Galwan (Ana Carolina Boaventura Lourenço, Gerente de Marketing), que nos contou que a Galwan possui loteamentos embargados pela prefeitura, aguardando a construção de condomínios residenciais há dez anos, por estarem em área de preservação ambiental e protegidos pela lei que rege as áreas de mananciais. Segundo Carolina, todas as unidades foram vendidas no lançamento, no entanto, nada foi construído até agora. Os advogados da construtora lutam diariamente para que a construção dos condomínios de luxo sejam liberados, o que já ocasionou a perda de milhares de reais para a construtora e uma dor de cabeça enorme para a equipe de Marketing, que precisa “acalmar os ânimos” dos compradores, que esperam há dez anos por sua residência. 
Nestes exemplos podemos observar que há um impasse muito grande entre o que Lei permite e o que as construtoras querem. Áreas de mananciais, atualmente, são raros espaços sem construção dentro da Metrópole, carente de terrenos para novas edificações, e existem diversas restrições para a ocupação do solo com unidades comerciais ou residenciais.
Em resposta à questão principal, é possível construir nessas áreas. No entanto, para conseguir a liberação pela Prefeitura, é muito mais difícil e árduo do que em terrenos fora de áreas de proteção, e geralmente leva anos de tempo de espera e gastos com advogados e projetos que devem ser modificados dezenas de vezes antes de uma aprovação. Não necessita apenas na prefeitura, mas também dos órgãos ambientais competentes. Só é possível edificar se o projeto passar pelo Artigo 12: “As restrições (...) serão fixadas em conformidade com as normas desta lei e com base em critérios de proteção ao meio ambiente, fornecidos pela Secretaria de Obras e Meio Ambiente, através da Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Básico e da Defesa do Meio Ambiente - CETESB, e de uso do solo, fornecidos pela Secretaria dos Negócios Metropolitanos”.
Sabemos que existem diversas ocupações ilegais em territórios protegidos pela existência de mananciais. O que o engenheiro civil pode fazer para ajudar a amenizar os problemas relacionados à ocupação desordenada sem ferir a legislação?
Na região de São Paulo está localizada a  Represa Billings, responsável por cerca de 30% do abastecimento de água da cidade. Localizada no Extremo Sul de São Paulo, a represa sofre com ocupações irregulares do solo e com a ação de “grileiros”, pessoas que vendem loteamentos irregulares. Quem explicou esta ocupação desordenada foi o ambientalista Eduardo Merlander Filho. “Eles vendem lotes por R$ 10 mil, em uma área onde não pode. São mais de 800 famílias que invadem, constroem e só saem com força policial”, contou. E o engenheiro civil, o que tem a ver com isso? Bom, nada. Ninguém contrata um engenheiro para construir nessas áreas de ocupação. Só que poderia ter um rumo diferente se houvesse uma intervenção. Por exemplo, esta área da Billings pertence à Secretaria do Verde, e há um projeto para que se transforme em um parque. Aí entra a engenharia e o urbanismo: o solo pode sim ser ocupado, mas nem sempre com construções. 
Nesta região da represa Billings, é ilegal construir, como aborda o Parágrafo único – “Nas áreas de proteção, os projetos e a execução de arruamentos, loteamentos, edificações e obras, bem assim a prática de atividades agropecuárias, comerciais, industriais e recreativas dependerão de aprovação prévia da Secretaria dos Negócios Metropolitanos e manifestação favorável da Secretaria de Obras e Meio Ambiente, mediante parecer da Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Básico e de Defesa do Meio Ambiente - competências estabelecidas na legislação em vigor para outros fins”. 
Então o que pode se fazer? Levar as famílias para um local onde é possível construir e criar parques de preservação, como exemplifica o Artigo 8º - “Nas áreas ou faixas de maior retenção, denominadas de primeira categoria, somente serão permitidas atividades recreativas e a execução de obras ou serviços indispensáveis ao uso e aproveitamento do recurso hídrico, desde que não coloquem em risco a qualidade da água.”
Ou seja, podem ser construídos passeios, parques, praças – desde que mantenha-sea vegetação, não cause assoreamento ou poluição no manancial e não se ocupe o solo com comércio ou residências.
O que acontece se uma pessoa comprar um terreno e resolver construir um prédio por conta própria, em uma área protegida?
A prefeitura pode derrubar o prédio. No caso de edificações em áreas de mananciais ou de preservação permanente, a Câmara Municipal de São Paulo autoriza a demolição da obra. A apreensão de materiais de construção e de equipamentos em obras irregulares também é autorizada por lei na capital paulista, por dois projetos do Executivo (38/2003 e 406/2008).
Segundo a Lei 898/75:
“Artigo 13 - Os infratores das disposições desta lei e respectivos regulamentos ficam sujeitos à aplicação das seguintes sanções, sem prejuízo de outros estabelecimentos em leis especiais:
I - advertência, com prazo a ser estabelecido em regulamento, para a regularização da situação nos casos de primeira infração, quando não haja perigo iminente à saúde pública;  
II -  multa de Cr$ 100,00 (cem cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) por dia, tendo - se em vista o patrimônio do agente infrator, localizado na área de proteção se não efetuada a regularização dentro do prazo fixado pela Administração:  
a)  pela execução de arruamento, loteamento, edificação ou obra, sem aprovação prévia da Secretaria dos Negócios Metropolitanos;  
b)  pela prática de atividades agropecuárias, comerciais, industriais e recreativas, sem aprovação prévia da Secretaria dos Negócios Metropolitanos;  
c)  pela execução de arruamento, loteamento, edificação ou obra e pela prática de atividades agropecuárias, comerciais, industriais e recreativas em desacordo com os termos da aprovação ou com infração das disposições desta lei a respectivos regulamentos;  
III - interdição, nos casos de iminente perigo à saúde pública e nos de infração continuada;  
IV - embargo e demolição da obra ou construção executada sem autorização ou aprovação, ou sem desacordo com os projetos aprovados, quando a sua permanência ou manutenção contrariar as disposições desta lei ou ameaçar a qualidade do meio ambiente, respondendo o infrator pelos despesas a que der causa.”
Não é incomum uma obra ser demolida por estar irregular dentro de área de manancial. Pesquisando por processos correntes no Tribunal de Justiça, encontramos diversas publicações sobre ações demolitórias, como nestes exemplos:
AÇÃO DEMOLITÓRIA. EDIFICAÇÃO IRREGULAR EM ÁREA DE MANANCIAL.
Demanda em que se pretende a demolição de obra edificada em imóvel embargado e sem alvarás para a realização da obra, que conta, inclusive, com 'fossa negra, localizado em área de manancial. 
"Loteamento irregular. Área de Mananciais.Edificação irregular. Abstenção da prática de atos pelo Município. Inviabilidade.
1. Tratando-se de edificação irregularmente feita em lote de loteamento clandestino,quando já vigente comando de ação civil pública impondo a proibição de tais atos, é inviável obstar-se que o Município use seus sancionamentos administrativos, inclusive a ordem de demolição, sob a alegação de falta de clareza dos fatos, que foram alegados pelo violador das normas administrativas.
2. A ordem para a abstenção da prática de atos administrativos, previstos em lei, exige prova segura, concreta e eficiente de sua manifesta ilegalidade ou abuso de poder.Agravo provido."
Para se chegar à demolição do imóvel, o processo é o seguinte:
As subprefeituras flagram um parcelamento ilegal do solo
É lavrada a multa e se define o embargo do local
Pode ser apreendido o material de construção
O proprietário infrator tem 30 dias para recorrer e apresentar defesa.
Os principais locais onde ocorrem demolições por irregularidades em áreas de mananciais em São Paulo são na Serra da Cantareira, na Represa Billings e em Parelheiros. Todos estes locais constam no Artigo 2º :
“São declaradas áreas de proteção e, como tais reservadas, as referentes aos seguintes mananciais, cursos e reservatórios de água e demais recursos hídricos de interesse da Região Metropolitana da Grande São Paulo: 
 I - reservatório Billings; 
III - reservatórios da Cantareira, no Rio Cabuçu de Baixo, até as barragens no Município de São Paulo; 
 VII - Rios Capivari e Monos, até a barragem prevista da SABESP, a jusante da confluência do Rio Capivari com o Ribeirão dos Campos, no Município de São Paulo.
Já falamos sobre o que o engenheiro civil pode fazer quanto à ocupação desordenada. Que outras obras podem ser feitas em áreas de mananciais?
Compete ao engenheiro civil a construção de reservatórios, redes de tratamento de esgoto, poços artesianos e estações de vazão hidráulicas. Todas estas obras possuem completa ligação com os mananciais. 
Atualmente, com a falta de água, principalmente na reserva da Cantareira, é extremamente viável se pensar em formas de construir reservatórios para captar água dos mananciais. Ao mesmo tempo, são eles que recebem toda a água da chuva, que muitas vezes causa enchentes dentro da cidade.
O próprio Governo brasileiro entende a importância de realizar obras pelo bem dos mananciais. Foi criado o PAC do Saneamento, com destinação de verba para as cidades aumentarem a cobertura de coleta e tratamento de esgoto, protegerem os mananciais, despoluirem os cursos d’agua e tratarem os resíduos sólidos.
Parte dessas atribuições são da prefeitura e do Estado, mas os imóveis comerciais e residenciais também têm sua parcela de responsabilidade, por isso é importante o engenheiro civil entender quais são as aplicações legais deste tipo de obras. Todas as edificações precisam ter redes de esgoto, que depois de receberem tratamento irão parar nos mananciais. Para isso, deve-se ficar atento ao DECRETO-LEI Nº 195, DE 24 DE FEVEREIRO DE 1967.
Ainda dentro do esgotamento e direcionamento de águas, o engenheiro civil precisa se atentar também pelo Código Civil Brasileiro: Art. 1.288 – O dono ou o possuidor do prédio inferior é obrigado a receber as águas que correm naturalmente do superior, não podendo realizar obras que embaracem o seu fluxo; porém a condição natural e anterior do prédio inferior não pode ser agravada por obras feitas pelo dono ou possuidor do prédio superior”.
Toda área de manancial é irregular para erguer construções?
Pode parecer uma pergunta “repetida”, já que tocamos neste assunto lá na primeira pergunta. Mas é importante entender que nem toda área de manancial tem água na superfície e nem toda área pode ser privada de crescimento. Se observarmos o mapa, são as áreas de proteção aos mananciais definidas pela Lei:
Agora imagine se não houvessem construções em todo este territórrio em destaque. Impossível para uma região como a Metropolitana de São Paulo, não é? É por isso que existe o zoenamento, as especificações quanto ao tratamento de esgoto e escoamento de águas pluviais, drenagem, etc. O manancial está ali, só que nós não vemos, então a construção civil pode fazer sim a sua parte para preservá-los, mesmo que sobre o solo esteja a loucura da vida na cidade grande, com sua poluição e lixo.
O efeito da controle do uso do solo na área de proteção dos mananciais é aparentemente contraditório. Houve expansão urbana da Grande São Paulo na área protegida, mas a área ocupada pela urbanização, é muito pequena em relação a extensão total da área protegida. Logicamente, existe um cuidado muito maior nas nascentes, nos cursos d’agua e rios, pois é onde existe o risco mais fácil de contaminação, de jogada de lixo, retirada da vegetação existente, entre outros problemas. Por isso proíbe-se de construir em muitos locais que margeiam a água. 
Nas áreas de maior restrição, ou áreas de primeira categoria - Lei 1172/76, Artigo 2º - (faixas que margeiam os corpos de água protegidos, matas e todas as formas de vegetação, e declives superiores a 60%) a política pública de proteção dos mananciais impede o uso urbano obriga seus proprietários a preservar a vegetação nelas existente, sem qualquer utilidade para eles. O que isso causou? a desocupação das áreas, expondo-as àsinvasões.
Nas áreas de menor restrição - as áreas de segunda categoria classe "A" - Lei 1172, Artigo 5º - (áreas já urbanizadas por ocasião da promulgação da legislação dos mananciais) a política pública de proteção dos mananciais estabelece restrições urbanísticas compatíveis com os padrões da periferia. Seu efeito foi a ocupação dessas áreas em padrões compatíveis com a legislação de proteção dos mananciais, um ponto onde a lei e a ocupação do solo conseguem “entrar em acordo”.
Nas demais áreas, áreas de segunda categoria classes "B" e "C" (maior parte da área protegida) a política pública da proteção dos mananciais estabelece restrições urbanísticas muito exigentes relativamente aos padrões da área urbanizada. Seu efeito foi o descontrole da expansão urbana nestas áreas nas imediações das áreas já urbanizadas.
Em resumo, todas essas áreas são de proteção, mas com diferenças entre elas. Posso construir um prédio? Uma ponte? Um viaduto? Posso. Mas antes terei que apresentar um projeto que respeite cada componente da lei e, primeiramente, a observância ao Artigo 10 – “Em cada área de proteção, a Secretaria dos Negócios Metropolitanos aplicará as medidas necessárias à adaptação das urbanizações, edificações e atividades existentes às disposições desta lei.”
Referências bibliográficas
BRUNA, G. B. et al. Análise crítica da legislação de proteção dos mananciais na Região Metropolitana de São Paulo. In: Seminário Internacional NUTAU 2004, São Paulo. Resumos... São Paulo: FAU, 2004. v.1.
SMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Área de Mananciais da Região Metropolitana de São Paulo. Il, color, 2012. Disponível em < http://sigam.ambiente.sp.gov.br/Sigam2/Repositorio/196/Figuras/mapa_mananciais_02.jpg>. Acesso em: 01 out. 2014.
DUARTE, C.G. Ações estratégicas de gestão ambiental em áreas de mananciais e suas interfaces com a habitação no município de Santo André (SP). 2008. Monografia (Graduação em Engenharia Ambiental) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, SP.
IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Programa Nacional de Capacitação de Gestores Ambientais. Brasília: Ibama, 2006. (Cadernos de Formação. v. 1: Política Nacional do Meio Ambiente).
FREITAS, C. G. L. et al (Org.) Habitação e meio ambiente: abordagem integrada em empreendimentos de interesse social. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológica do Estado de São Paulo , 2001.
ISA - Instituto Socioambiental. Billings 2000: ameaças e perspectivas para o maior reservatório de água da Região Metropolitana de São Paulo. São Paulo: ISA, 2002.
LOPES, R. C. A. Ação civil pública e ajustamento de conduta em áreas de proteção aos mananciais na região metropolitana de São Paulo. 2009. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo.
MOROZ, I. C.; CANIL, K.; ROSS, J. Problemas ambientais na área de proteção aos mananciais da Região Metropolitana de São Paulo.. Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, n. 7, 1994. p. 35-48.

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