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10_CRIMES_INCOLUMIDADE_SAUDE_PUBLICA

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TÍTULO VIII 
 
DOS CRIMES CONTRA A INCOLUMIDADE PÚBLICA 
 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES DE PERIGO COMUM 
 
1. Incêndio 
 
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de 
outrem: 
 
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. 
 
1.1. Sujeitos do delito 
 
 O incêndio é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, inclusive pelo 
proprietário da coisa incendiada. Não faz a lei pátria distinção quanto ao incêndio ser de 
coisa própria ou alheia. 
Sujeito passivo do crime de incêndio é a coletividade, o Estado, bem como, individualmente, 
os titulares dos bens jurídicos lesados ou ameaçados. Todos os que, com é infração, 
padecem danos pessoais ou patrimoniais ou se virem expostos a perigo de dane são vítimas 
do incêndio. 
 
1.2. Tipo subjetivo (dolo) 
 
 O elemento subjetivo do delito previsto no artigo 250 é o dolo: vontade de causar c 
incêndio e consciência de que este acarretará perigo comum. Se a conduta do agente não 
foi animada desse elemento subjetivo, se quer na modalidade eventual, imperiosa é a sua 
desclassificação para incêndio culposo. Não é necessário, porém, que o agente queira 
causar dano; basta que saiba que há probabilidade de sua superveniência. 
Atuando o agente com a finalidade específica de matar haverá homicídio. 
 
1.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, o resultado naturalístico, consistente 
na efetiva ocorrência de dano para alguém) 
- Havendo o dano, ocorre o exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (o verbo implica em ação) e, excepcionalmente impróprio ou comissivo por 
omissão (quando o agente tem o dever jurídico resultado, nos termos do art. 13, § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum concreto (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, mas precisa ser provado) 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- unissubsistente (aquele que pode ser praticado num único ato) ou 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento), conforme o caso concreto; admite tentativa na forma plurissubsistente . 
 
 
 
 
2. Explosão 
 
Art. 251 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante 
explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de 
efeitos análogos: 
 
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. 
2.1. Sujeitos do delito 
 
 Qualquer pessoa pode cometer o crime em tela. Sujeito passivo, além do Estado, é o 
titular de qualquer bem jurídico lesado ou posto em risco pela conduta do agente. 
 Tipo subjetivo (dolo) 
 
 O dolo é a vontade de praticar a ação incriminada (expor a perigo pela explosão, 
arremesso ou colocação do engenho), estando o agente ciente do risco à incolumidade 
pública. Comprovado o perigo, é irrelevante que o agente tenha pretendido destruir 
determinado bem jurídico, não objetivando o perigo concreto; basta que esteja ele ciente do 
risco. 
A lei não menciona qualquer finalidade da conduta, sendo ela, portanto, irrelevante. 
 
2.2. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de naturalístico, 
consistente na efetiva existência de dano para alguém) 
- havendo dano, trata-se de exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente) 
- comissivo (verbo que implique em ação) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar resultado, nos 
termos do art. 13, § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, mas 
precisa ser provado) 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito) 
- unisubssistente (praticado num único ato) ou 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos permitindo-se o seu 
fracionamento), conforme o caso concreto; admite-se tentativa na forma plurissubsistente. 
 
3. Uso de gás tóxico ou asfixiante 
 
Art. 252 - Expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, usando de 
gás tóxico ou asfixiante: 
 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
17.1. Sujeitos do delito 
 
 Agente do crime em estudo é qualquer pessoa. Sujeito passivo é a coletividade, o 
Estado, bem como, individualmente, aqueles que sofrerem risco à sua vida, saúde ou 
patrimônio. 
 
 17.2. Tipo subjetivo (dolo) 
 
 
 
 O dolo é a vontade de usar o gás tóxico ou asfixiante. A finalidade da conduta é 
irrelevante, salvo se o intuito é de matar alguém, por exemplo, quando ocorre homicídio 
qualificado consumado ou tentado (art. 121, § 2º, inciso III). 
 
 17.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa) 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado tico, 
consistente na efetiva existência de dano para alguém). 
- havendo dano, cuida-se de exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente) 
- comissivo (o verbo implica em ação) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou comissivo 
por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos o art. 13, § 2.°, 
CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum concreto (aquele que coloca um determinado de pessoas em perigo, mas 
precisa ser provado); 
- unissubjetivo (aquele ser cometido por um único sujeito); 
- unissubsistente (praticado num único ato); 
- unibssistente (praticado num só ato) ; 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento), conforme o caso concreto; admite tentativa, na forma plurissubsistente. 
 
4. Fabrico, fornecimento, aquisição posse ou transporte de explosivos ou gás tóxico, 
ou asfixiante 
 
Art. 253 - Fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, 
substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua 
fabricação: 
 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
4.1. Sujeitos do delito 
 
 Sujeito ativo do crime é quem pratica uma das condutas típicas, ou seja, quem fabrica, 
fornece, adquire, possui ou transporta o explosivo, gás ou material destinado à fabricação 
daqueles. Responde inclusive o simples operário que produz as substâncias a mando de 
outrem. 
Sujeito passivo é a coletividade. 
 
4.2. Tipo subjetivo (dolo) 
 
 Constitui-se o dolo na vontade de praticar uma ou mais das condutas típicas, 
respondendo o agente por apenas um crime ainda que adquira e transporte o gás, o 
explosivo etc. É indispensável que esteja consciente o agente da ausência de licença da 
autoridade e da possibilidade de criação de perigo comum. Trata-se de tipo anormal em que 
o elemento normativo está expresso na expressão "sem licença da autoridade". 
 A expressão "sem licença" equivale à expressão técnica "sem autorização". É o "ato 
administrativo unilateral e discricionário - diz José Cretella Júnior - mediante o qual a 
Administração faculta ao particular o exercício de atividade, removendo, para tanto, o 
 
 
obstáculo legal impeditivo". Assim, por exemplo, a estocagem de fogos de artifício em local 
inadequado e sem licençade autoridade competente, configura o crime, que é de perigo 
abstrato, de que não se pode escusar o agente sob a alegação do desconhecimento da 
ilicitude do fato. 
 Estando autorizado o fabricante, adquirente, possuidor ou transportador, a conduta 
não configura o ilícito, ainda quando ocorra perigo para a incolumidade pública, poden do 
existir, eventualmente, o crime previsto no artigo 132. 
 A finalidade da conduta é indiferente para a lei penal, ocorrendo o delito ainda que o 
agente não cogite de atentado à incolumidade pública. 
 
4.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, a naturalístico, consistente na efetiva 
existência de um risco iminente de dano para alguém) ; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente) ; 
- comissivos (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, e, excepcionalmente, 
omissivo impróprio ou comissivo por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de 
evitar resultado, nos termos do art. 13, § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo dando-se em determinado) nas 
formas "fabricar", "fornecer" e "adquirir; 
- mas permanente (cuja consumação se prolonga no tempo) nas modalidades "possuir" e 
“transportar”; 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo sendo presumido pelo legislador); 
- unissubjetivo (delito que pode ser cometido por um único sujeito); 
- unissubsistente (praticado num único ato) ou 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento); conforme o caso concreto não admite tentativa, pois já é uma exceção, 
onde se pune os atos preparatórios crime de explosão e do uso de gás tóxico ou asfixiante. 
 
5. Inundação 
 
Art. 254 - Causar inundação, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio 
de outrem: 
 
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa, no caso de dolo, ou detenção, de seis meses a 
dois anos, no caso de culpa. 
 
5.1. Sujeitos do delito 
 
 Agente do crime é qualquer pessoa que provoque a inundação. Sujeito passivo é a 
coletividade e, eventualmente, os indivíduos colocados em risco quanto à vida, saúde ou 
patrimônio. 
 
5.2. Tipo subjetivo (dolo) 
 
 O dolo é a vontade de provocar inundação, tendo o agente consciência do perigo 
comum. A finalidade do agente é indiferente para a aplicação do artigo 254. 
 
5.3. Classificação doutrinária 
 
 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado naturalístico, 
consistente na efetiva existência de dano para alguém); 
- havendo dano, ocorrerá o exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente) 
- comissivo (o verbo implica em ação) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou comissivo 
por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do art. 
13, § 2.0, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum concreto (aquele que coloca em risco indeterminado de pessoas em 
perigo, mas precisa ser provado); 
- unissubjetivo (aquele pode ser cometido por um único sujeito); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento); admite tentativa, na forma plurissubsitente e desde que não seja na 
modalidade culposa. 
 
6. Perigo de inundação 
 
Art. 255 - Remover, destruir ou inutilizar, em prédio próprio ou alheio, expondo a perigo a 
vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, obstáculo natural ou obra destinada a 
impedir inundação: 
 
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. 
 
6.1. Sujeitos do delito 
 
 Qualquer pessoa pode praticar o crime, mesmo o proprietário do imóvel em que se 
encontra o obstáculo ou a obra. Expressamente, no caso, a lei se refere a prédio próprio 
 Sujeito passivo é a coletividade e, individualmente, os que tiverem seus bens jurídicos 
ameaçados pela conduta típica. 
 
6.2. Tipo subjetivo (dolo) 
 
 O dolo é a vontade de praticar uma das condutas, estando o agente consciente de que 
pode provocar perigo comum. Havendo o intuito de provocar a inundação estará configurada 
a tentativa do crime previsto no artigo 254. 
 Não nos parece procedente a opinião de que, havendo inundação, responde o agente 
por esta, em concurso formal com o tipo culposo do artigo 254. Há, na hipótese, apenas um 
resultado, que é o perigo comum, haja ou não a inundação e não há que se falar em 
concurso formal com apenas esse resultado. 
 
6.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado naturalístico, 
consistente na efetiva existência de dano para alguém); 
- havendo dano ocorre o exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio de qualquer meio eleito pelo agente); 
 
 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo, ou comissivo por 
omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado nos termos do art. 13, § 
2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum concreto (aquele que coloca em risco indeterminado de pessoas em 
perigo, mas precisa ser provado); 
- unissubujetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
 - unissubsistente (praticado por um só ato) ou 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo o seu 
fracionamento), conforme o caso concreto; não admite tentativa, pois é fase preparatória do 
crime de inundação, excepcionalmente tipificada. 
 
21. Desabamento ou desmoronamento 
 
Art. 256 - Causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade 
física ou o patrimônio de outrem: 
 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. 
 
21.1. Sujeitos do delito 
 
 Qualquer pessoa, inclusive o dono do imóvel, pode praticar o crime em apreço. Sujeito 
passivo é a coletividade e, eventualmente, a pessoa ameaçada ou lesada em sua vida, 
integridade corporal ou patrimônio. 
 
21.2. Tipo subjetivo (dolo) 
 
 O dolo do crime em estudo é a vontade de provocar o desabamento ou desmoro-
namento, ciente o sujeito ativo que haverá perigo para um número indeterminado de 
pessoas ou bens patrimoniais. Indiferente, para a caracterização do delito, é a finalidade da 
conduta e que o agente queira a situação de risco. 
 
21.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, não se exige a ocorrência de resultado 
naturalístico, consistente na efetiva existência de dano para alguém); 
 - Havendo dano, trata-se de exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (o verbo implica em ação) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou comissivo 
por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do art. 
13, § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum concreto (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, mas precisa ser provado); 
- unissubjetivo (aquele pode ser cometido por um único sujeito); 
- unissubsistente (praticado num único ato) 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu fra-
cionamento), conforme o caso concreto;admite tentativa, na forma plurissubsistente. 
 
 
 
22. Subtração, ocultação ou inutilização de material de salvamento 
 
Art. 257 - Subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou 
outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de 
combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal 
natureza: 
 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 
22.1. Sujeitos do delito 
 
 Qualquer pessoa pode praticar as condutas previstas no dispositivo, inclusive o 
proprietário do aparelho ou material de salvamento. Sujeito passivo é, ainda, a coletividade, 
Os proprietários dos aparelhos e materiais de salvamento, quando não sujeitos ativos 
podem ser vítimas de outros crimes: furto, dano etc., em concurso formal. 
 
22.2. Tipo subjetivo (dolo) 
 
 Dolo é a vontade de praticar uma das condutas mencionadas no dispositivo por 
ocasião dos fatos que podem acarretar danos à coletividade. É indiferente a finalidade da 
conduta mas, conforme seja, é possível que ocorra outro crime: homicídio, lesões etc. 
 Não instituiu o legislador a modalidade culposa do crime em tela, como ocorre no 
Código Penal italiano. 
 
22.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, não se exige a ocorrência de resultado 
naturalístico, consistente na efetiva existência de dano para alguém); 
 - Havendo dano, trata-se de exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (o verbo implica em ação) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou comissivo 
por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do art. 
13, § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); nas formas “subtrair”, “inutilizar”, “impedir” e “dificultar”, mas; 
- permanente (cuja consumação se prolonga no tempo) na modalidade “ocultar”; 
- de perigo comum concreto (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, mas precisa ser provado); 
- unissubjetivo (aquele pode ser cometido por um único sujeito); 
- unissubsistente (praticado num único ato); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu fra-
cionamento), conforme o caso concreto; admite tentativa, na forma plurissubsistente. 
 
23. Difusão de doença ou praga 
 
Art. 259 - Difundir doença ou praga que possa causar dano a floresta, plantação ou animais 
de utilidade econômica: 
 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 
23.1. Sujeitos do delito 
 
 
 
 Sujeito ativo é qualquer pessoa que pratica a conduta típica, não se excluindo 
(proprietário das plantações, dos animais etc.). 
 Sujeito passivo é o Estado e também o dono dos bens atingidos pela doença ou praga, 
ou que forem por elas efetivamente colocado em risco. 
 
23.2. Tipo subjetivo (dolo) 
 
 O dolo do delito em estudo é a vontade de difundir doença ou praga, ciente o agente 
da nocividade, ou seja, de que possa causar dano. É indiferente a finalidade da conduta. 
 
23.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, não se exige a ocorrência de resultado 
naturalístico, consistente na efetiva existência de dano para alguém); 
 - Havendo dano, trata-se de exaurimento; 
- de forma vinculada (só pode ser cometido pelos meios eleitos pelo tipo penal; 
- é figura qualificada pelo resultado; 
- comissivo (o verbo implica em ação) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou comissivo 
por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do art. 
13, § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum concreto (aquele que coloca um ro indeterminado de pessoas em perigo, 
mas precisa ser provado); 
- unissubjetivo (aquele pode ser cometido por um único sujeito); 
- unissubsistente (praticado num único ato) ; 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu fra-
cionamento), conforme o caso concreto; admite tentativa, na forma plurissubsistente. 
 
CAPÍTULO II 
DOS CRIMES CONTRA A SEGURANÇA DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E 
TRANSPORTE E OUTROS SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
24. Perigo de desastre ferroviário 
 
Art. 260 - Impedir ou perturbar serviço de estrada de ferro: 
 
I - destruindo, danificando ou desarranjando, total ou parcialmente, linha férrea, material 
rodante ou de tração, obra-de-arte ou instalação; 
II - colocando obstáculo na linha; 
III - transmitindo falso aviso acerca do movimento dos veículos ou interrompendo ou 
embaraçando o funcionamento de telégrafo, telefone ou radiotelegrafia; 
IV - praticando outro ato de que possa resultar desastre: 
 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos, e multa. 
 
 
24.1. Sujeitos do delito 
 
 
 
 Qualquer pessoa pode praticar o crime em estudo. Sujeito passivo é a coletividade, ou 
seja, o próprio Estado. Quando ocorre o desastre, também são sujeitos passivos os titulares 
dos bens jurídicos ofendidos. 
 
24.2. Tipo subjetivo (dolo) 
 
 O dolo é a vontade de praticar as ações mencionadas nos incisos do artigo 260 para 
impedir ou perturbar o serviço ferroviário, tendo o agente consciência do perigo de desastre. 
Pouco importa que o agente tenha ou não o escopo de fazer surgir o perigo ou de ocasionar 
o desastre, não se exigindo essa finalidade na conduta (dolo específico). De qualquer forma 
não se reconheceu o ilícito que na prática do chamado "surf ferroviário", em que o 
praticante viaja sobre a composição por não se reconhecer a vontade de criar situação 
concreta de desastre ferroviário 
 
24.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, não se exige a ocorrência de resultado 
naturalístico, consistente na efetiva existência de dano para alguém); 
 - Havendo dano, trata-se de exaurimento; 
- de forma vinculada (só pode ser cometido pelos meios eleitos pelo tipo penal; 
- é forma qualificada pelo resultado; 
- comissivo (o verbo implica em ação) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou comissivo 
por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do art. 
13, § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum concreto (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, mas precisa ser provado); 
- unissubjetivo (aquele pode ser cometido por um único sujeito); 
- unissubsistente (praticado num único ato) ; 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu fra-
cionamento), conforme o caso concreto; admite tentativa, na forma plurissubsistente. 
 
25. Atentado contra a segurança de transporte marítimo, fluvial ou aéreo 
 
Art. 261 - Expor a perigo embarcação ou aeronave, própria ou alheia, ou praticar qualquer 
ato tendente a impedir ou dificultar navegação marítima, fluvial ou aérea: 
 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos. 
 
25.1. Sujeitos do delito 
 
 Qualquer pessoa pode praticar o delito em tela por uma das ações incriminadas. O 
dispositivo deixa claro que o proprietário do veículo também poderá ser sujeito ativo do 
crime. Sujeito passivo é a coletividade, ou seja, o próprio Estado. No caso de sinistro as 
vítimas são também todos os titulares dos bens jurídicos ofendidos. 
 
25.2. Tipo subjetivo (dolo)O dolo é a vontade de praticar uma das condutas: na primeira é a vontade de atentar 
contra a embarcação ou aeronave, de qualquer forma, ciente o agente de que a expõe a 
 
 
perigo; na segunda, é a de impedir ou dificultar a navegação. A lei, porém, não se refere ao 
intuito do autor, dispensando-se, portanto, a aferição da finalidade do agente. Havendo o 
animus necandi, ocorrerá o delito de homicídio. 
 
25.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime : 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoal); 
- formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico, consistente em 
ocorrer dano efetivo dano a alguém); 
- Se houver dano, é o exaurimento; 
- podendo ocorrer forma qualificada pelo resultado; 
- de forma livre (pode ser cometido qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos 
termos do art. 13, § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum concreto (aquele que coloca um indeterminado de pessoas em perigo, 
mas precisa ser provado); 
- unissubjetivo (aquele pode ser cometido por um único sujeito); 
- unissubsistente (praticado num único ato) ; 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu fra-
cionamento), conforme o caso concreto; admite tentativa, na forma plurissubsistente. 
 
26. Atentado contra a segurança de outro meio de transporte 
 
Art. 262 - Expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o 
funcionamento: 
 
Pena - detenção, de um a dois anos. 
26.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
26.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Não 
se exige elemento subjetivo específico e somente se forma culposa quando houver desastre 
(§ 2.°). 
 
26.3. Classificação 
 
 Trata-se de crime: 
- formal (crime que não exige para sua consumação, resultado naturalístico consistente em 
ocorrer dano efetivo dano a alguém); 
- Havendo dano, ocorre o exaurimento; 
- de mão livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do 
art. 13 § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
 
 
- de perigo comum concreto (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas aos 
riscos em perigo, que precisa ser provado); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento); admite tentativa. 
 
- Crime qualificado pelo resultado: o dolo de perigo, exigível na conduta descrita no caput, 
somente se compatibiliza com a conduta culposa na conduta seqüencial. Por isso não 
havendo desastre (acidente de vasta proporção, com grande prejuízo), exige-se, quanto a 
este, imprudência, negligência ou imperícia, com previsibilidade do resultado. 
Crime qualificado pelo resultado: trata-se de forma anômala, punindo-se a conduta prevista 
no caput a título de culpa somente se houver resultado qualificador. 
 
27. Arremesso de projétil 
 
Art. 264 - Arremessar projétil contra veículo, em movimento, destinado ao transporte público 
por terra, por água ou pelo ar: 
 
Pena - detenção, de um a seis meses. 
 
27.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa e o sujeito passivo é a sociedade. 
 
27.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Não 
há elemento subjetivo específico, nem se pune a forma culposa. 
 
27.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- crime comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico consistente em 
gerar efetivo dano para alguém); 
- Havendo dano, é o exaurimento; 
-livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão se o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do 
art. 13 § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, que é presumido pela lei); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- unissubsistente (praticado num único ato) ou 
- plurissubsistente (é aquele cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento), conforme caso concreto; admite tentativa na forma plurissubsistente. 
- Crime qualificado pelo resultado: havendo lesão corporal ou morte, em virtude do 
lançamento de projétil contra o veículo público em movimento, aplica-se pena grave por 
conta do resultado qualificador. Tendo em vista que o dolo de perigo, exigível na conduta 
antecedente ("arremessar"), é incompatível com o dolo de dano, somente é culpa na 
conduta subseqüente. 
 
 
 
28. Atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública 
 
Art. 265 - Atentar contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou 
calor, ou qualquer outro de utilidade pública: 
 
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. 
 
28.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
28.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Inexiste 
elemento subjetivo específico, não se punindo a forma culposa. 
 
28.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
 - crime comum (aquele que pode ser cometido por pessoa); 
- formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico consistente em 
efetivo dano para alguém); 
- Ocorrendo dano, trata-se do exaurimento; 
- de mão livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão se o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do 
art. 13 § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado. 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, que é presumido pela lei); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido único sujeito); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento). Não admite tentativa por ser crime de atentado, vale dizer, a lei pune como 
crime consumado o mero início da execução. Seria, em nosso entender ilógico sustentar a 
hipótese de "tentativa de tentar". Há posição em sentido contrário, admitindo a tentativa, 
mas reconhecendo ser de difícil configuração. 
 
28. Interrupção ou perturbação de serviço telegráfico ou telefônico 
 
Art. 266 - Interromper ou perturbar serviço telegráfico, radiotelegráfico ou telefônico, impedir 
ou dificultar-lhe o restabelecimento: 
 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
 
28.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
28.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 
 
 É o dolo de perigo,ou seja, a vontade de gerar risco não tolerado a terceiros. Não há 
elemento subjetivo específico, nem se pune a conduta culposa. 
28.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
 - crime comum (aquele que pode ser cometido por pessoa); 
- formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico consistente em 
efetivo dano para alguém); 
- Ocorrendo dano, trata-se do exaurimento; 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão se o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do 
art. 13 § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado; 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, que é presumido pela lei); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido único sujeito); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento). 
 
CAPÍTULO III 
DOS CRIMES CONTRA A SAÚDE PÚBLICA 
 
29. Epidemia 
 
Art. 267 - Causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos: 
 
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 
25.7.1990) 
 
29.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O passivo é a sociedade. 
 
29.2. Elemento subjetivo do tipo 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gera: risco não tolerado a terceiros. Não se 
exige elemento subjetivo específico. A forma culposa é prevista no § 2.0. 
 
29.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- material (delito que exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado naturalístico, 
consistente em haver epidemia, algo que, por si só, é atentatório à saúde pública); 
- de forma vinculada (delito que somente pode ser cometido através da propagação de 
meios patogênicos); 
- comissivo (o verbo implica em ação) e, excepcionalmente, omisso impróprio ou comissivo 
por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de impedir o resultado, nos termos do 
art. 13, § 2.0, CP) ; 
Há quem sustente ser delito passível de cometimento na forma omissiva (Noronha, Direito 
penal, v. 4, p. 5; Delmanto, Código P mentado, p. 486), com o que Guilherme Nucci, 
discorda justificando que “causar” é dar origem a alguma coisa; parecendo se tratar 
 
 
sempre forma ativa de conduta. A única hipótese viável de omissão é a descrita - e já 
mencionada - no art. 13, § 2.°, quando o agente tem o dever jurídico de impedir o 
resultado. 
- É delito instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo dá-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum concreto (aquele que coloca um indeterminado número de pessoas em 
perigo, que necessita ser provado). Há voz em sentido do oposto, acolhendo a possibilidade 
de ser crime de perigo abstrato (Delmanto, Código comentado, p. 486). Mas para Guilherme 
Nucci: uma vez que o tipo exige que o sujeito “provoque” o surgimento de urna epidemia. 
Ora, havendo a disseminação de uma doença rapidamente, numa localidade, é certo que o 
perigo surgido é concreto. Justifica, ainda, que inexiste possibilidade de muitas pessoas 
ficarem doentes ao mesmo tempo e isso não ser considerado um perigo efetivo para a 
saúde pública. Existe, ainda, posição intermediária (Paulo José da Costa Júnior, Direito 
penal- Curso completo, p. 585), sustentando ser crime, concomitantemente, de dano (para 
as pessoas lesadas pela doença) e de perigo (para os que não foram atingidos). Guilherme 
Nucci mantém posição, classificando-o como de perigo concreto, pois o objeto jurídico 
protegido não é a incolumidade individual, e sim coletiva, além - ser crime contra a saúde 
pública, e não individual. Logo, a ocorrência da doença em alguns faz parte do perigo 
concreto determinado pelo tipo penal. Fosse a conduta do agente voltada somente a alguns 
indivíduos e estaríamos diante de um crime de lesão corporal, cuja pena é muito menor. 
Quem espalha doença, no entanto, pode terminar condenado a uma pena elevada de 10 
anos de reclusão. Portanto, trata-se de um delito de perigo concreto, punido com especial 
rigor, justamente porque efetivamente atinge pessoas. 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- unissubsistente (praticado num único ato) ou 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento). Conforme o caso concreto; admite tentativa na forma plurissubsistente. 
 
30.1 Art. 268 - Infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução 
ou propagação de doença contagiosa: 
 
 Pena - detenção, de um mês a um ano, e multa. 
 
30.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
30.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 O dolo de perigo, ou seja, a vontade de causar o risco não tolerado a terceiros. Não 
se exige elemento subjetivo específico, nem pune a forma culposa. 
 
30.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico, consistente em 
gerar efetivo dano a alguém). Havendo dano, ocorre o exaurimento; 
- de mão livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão se o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do 
art. 13 § 2.°, CP); 
 
 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado momento); 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, que é presumido pela lei); 
-unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
-plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permite-se o seu 
fracionamento); admite tentativa. 
 
31. Omissão de notificação de doença 
 
Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é 
compulsória: 
 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. 
 
31.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 Sujeito ativo somente pode ser o médico. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
31.2. Elemento subjetivo do tipo 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Não 
se demanda elemento subjetivo específico, nem se pune forma culposa. 
 
31.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
 
- crime próprio (aquele que demanda sujeito ativo especial ou qualificado); 
- mera conduta (crime que não possui para sua consumação qualquer resultado 
naturalístico); 
- de forma vinculada (crime que só pode ser cometido pelo meio eleito pelo tipo penal, ou 
seja, através do não envio de notificação à autoridade pública); 
- omissivo (o verbo implica em omissão); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum abstrato (aquele coloca um número indeterminado de pessoas em perigo 
que é presumido pela lei); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
 unissubsistente (praticado em um único ato); não admite tentativa por se tratar de delito 
unissubsistente, sem possibilidade de fracionamento do iter criminis. 
 
32. Envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal 
 
Art. 270 - Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia 
ou medicinal destinada a consumo: 
 
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.7.1990) 
 
32.1. Sujeitos ativo e passivoO sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
 
 
32.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Não 
existe elemento subjetivo específico. A forma culposa está prevista no § 2.°. 
 
32.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado naturalístico, 
consistente na efetiva existência de um dano para alguém). Se houver o dano ocorre o 
exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão se o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do 
art. 13 § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, se dando em determinado 
momento); 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, sendo presumido pelo tipo penal); 
- unissubjetivo (delito que pode ser cometido por um único sujeito); 
- unissubsistente (praticado num único ato); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento), conforme o caso concreto; admite tentativa, na forma plurissubsistente. 
 
33. Corrupção ou poluição de água potável 
 
Art. 271 - Corromper ou poluir água potável, de uso comum ou particular, tornando-a 
imprópria para consumo ou nociva à saúde: 
 
Pena - reclusão, de dois a cinco anos. 
 
33.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
33.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. 
Não se exige elemento subjetivo específico. Pune-se a forma culposa nos termos do 
parágrafo único. 
 
33.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- crime comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico consistente em 
gerar efetivo dano a alguém). Havendo dano, ocorre o exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão se o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do 
art. 13 § 2.°, CP); 
 
 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em determinado); 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, que é presumido pela lei); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é posta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento); admite tentativa. 
- Crime permanente: na modalidade ter em depósito o delito é permanente, cuja 
consumação se prolonga no tempo. 
 
34. Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos 
alimentícios (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
 
Art. 272 - Corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício 
destinado a consumo, tornando-o nociva à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo: 
(Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 
2.7.1998) 
 
34.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
34.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Não 
se exige elemento subjetivo específico. A forma culposa está prevista no § 2.°. 
 
34.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado naturalístico, 
consistente na efetiva existência de um dano para alguém). Havendo dano, ocorre o 
exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão se o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado, nos termos do 
art. 13 § 2.°, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
-de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, que é presumido); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento); admite tentativa. 
 
35. 35. Falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins 
terapêuticos ou medicinais (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
 
Art. 273 - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
 
 
 
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 15 (quinze) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, 
de 2.7.1998 
 
35.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
35.2. Elemento subjetivo do tipo 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Não 
se demanda elemento subjetivo específico, punindo-se a forma culposa no § 2.°. 
 
35.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido qualquer pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de naturalístico, 
consistente na efetiva existência de dano para alguém). Ocorrendo é se de exaurimento. 
- É a figura qualificada pelo resultado de forma livre (pode ser praticado por qualquer meio 
eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) ocasionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão (quando o agente: jurídico de evitar o resultado, nos termos do art. 
13, § 2. do CP); 
-instantâneo (cuja ação se prolonga no tempo, dando-se em momento determinado); 
- de perigo abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, 
que é presumido pela lei). 
- Em sentido contrário, sustentando dever existir perigo concreto: Delmanto código Penal 
comentado, p. 495). Mas reafirma Gulherme Nucci: não há qualquer inconstitucionalidade 
em admitir o perigo abstrato, que é fruto da experiência auferida pelo legislador, passada à 
elaboração do tipo penal, prerrogativa sua e não do Poder judiciário. Fosse assim e dever -
se- ia exigir, igualmente, perigo concreto de todas as infrações de perigo, pois, se a 
presunção não pode ser válida para um determinado tipo incriminador não deve sê-lo para 
os demais. 
- unissubjetivo (aquele que pode se por um único sujeito); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos permitindo-se o seu 
fracionamento); admite tentativa. 
 
36. Emprego de processo proibido ou de substância não permitida 
 
Art. 274 - Empregar, no fabrico de produto destinado a consumo, revestimento, gaseificação 
artificial, matéria corante, substância aromática, anti-séptica, conservadora ou qualquer 
outra não expressamente permitida pela legislação sanitária: 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, 
de 2.7.1998) 
 
36.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
36.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um dano não toleradoa terceiros. 
Não se demanda elemento subjetivo específico, nem se pune a modalidade culposa. 
 
36.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- crime comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa 
- formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico, consistente em 
provocar efetivo dano a alguém). Se houver dano, cuida-se de exaurimento; 
- de livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) ocasionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão (quando o agente: jurídico de evitar o resultado, nos termos do art. 
13, § 2. do CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado) 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, que é presumido pela lei); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento); admite tentativa. 
 
37. Invólucro ou recipiente com falsa indicação 
 
Art. 275 - Inculcar, em invólucro ou recipiente de produtos alimentícios, terapêuticos ou 
medicinais, a existência de substância que não se encontra em seu conteúdo ou que nele 
existe em quantidade menor que a mencionada: (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 
2.7.1998). 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, de 
2.7.1998) 
 
37.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O passivo é a sociedade. 
 
 
37.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Não 
se exige elemento subjetivo específico, nem se pune a forma culposa. 
 
37.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico consistente em 
gerar, efetivamente, dano para alguém). Se houver dano, é o exaurimento; 
- forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) ocasionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão (quando o agente: jurídico de evitar o resultado, nos termos do art. 
13, § 2. do CP); 
-instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
 
 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas 
perigo, que é presumido pela lei); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo seu 
fracionamento); admite tentativa. 
 
38. Produto ou substância nas condições dos dois artigos anteriores 
 
Art. 276 - Vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, 
entregar a consumo produto nas condições dos arts. 274 e 275. 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.(Redação dada pela Lei nº 9.677, de 
2.7.1998) 
 
38.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
38.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Não 
se exige elemento subjetivo específico, salvo no caso “ter em depósito para vender", 
que demanda a finalidade de guardar objeto para aliená-Io a certo preço. Inexiste a 
forma culposa. 
 
38.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico, consistente 
em gerar efetivo dano a alguém). Se houver dano, é o exaurimento; 
- na livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
 - comissivo (os verbos implicam em ações) ocasionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão (quando o agente: jurídico de evitar o resultado, nos termos do 
art. 13, § 2. do CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado) nas formas "vender" e "entregar", mas permanente (delito cuja 
consumação se arrasta no tempo) nas modalidades "expor à venda" e "ter em depósito"; 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas 
em perigo, que é presumido pela lei); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento); admite-se tentativa. 
 
39. Substância destinada à falsificação 
 
Art. 277 - Vender, expor à venda, ter em depósito ou ceder substância destinada à 
falsificação de produtos alimentícios, terapêuticos ou medicinais: (Redação dada pela 
Lei nº 9.677, de 2.7.1998) 
 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.677, 
de 2.7.1998). 
 
 
 
39.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
39.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. 
Exige o tipo penal elemento subjetivo específico, ou seja, a finalidade de atuar, 
vendendo, colocando à venda, tendo em depósito ou cedendo substância destinada à 
falsificação. Não se pune a forma culposa. 
 
39.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (crime que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico consistente 
em gerar efetivo dano para alguém). Havendo dano, é o exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
 - comissivo (os verbos implicam em ações) ocasionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão (quando o agente: jurídico de evitar o resultado, nos termos do 
art. 13, § 2. do CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado), nas formas "vender" e "ceder", mas 
- permanente nas modalidades “expor a venda e “ter em depósito” (delito cuja 
consumação se prolonga no tempo) ; 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas 
em perigo, que é presumido pela lei); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- plurissubsistente (aquele cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento). Cremos admitir tentativa, pois trata-se de fase de preparação dos delitos 
previstos nos arts. 272 e 273. Note-se que deve ser usado o mesmo raciocínio já exposto 
por ocasião do delito do :. que é fase preparatória do previsto no art. 251. Não teria 
sentido punir a preparação de um determinado delito - que normalmente não é punível 
(ver art. 14, lI, CP) - como crime autônomo prevendo-se para este também a figura da 
tentativa. Seria a ilogicidade de punir a tentativa de preparação de um delito que 
somente é objeto de punição porque, excepcional o legislador construiu um tipo penal 
para tanto. Assim, ter em depósito substância; e à falsificação de um produto medicinal, 
não fosse o tipo do art. 277, seria conduta impunível, não podendo ser considerada ato 
executório do crime do art. 273, porque mera preparação. É incabível, pois, ao intérprete 
aumentar a exceção criada pelo legislador. 
 
40. Outras substâncias nocivas à saúde pública 
 
Art. 278 - Fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer 
forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada à 
alimentação ou a fim medicinal: 
 
Pena - detenção, de um a três anos, e multa. 
 
40.1.Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito passivo a sociedade. 
 
 
 
40.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Não 
se exige elemento subjetivo específico, salvo na conduta de “ter em depósito", que pede 
a finalidade de venda. A forma culposa está prevista no parágrafo único. 
40.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- crime comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado 
naturalístico, consistente na efetiva existência de dano para alguém). Havendo dano 
cuida-se de exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado nos 
termos do art. 13, § 2.0, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado) nas formas "fabricar", "vender" e "entregar’, mas: 
- permanente (crime cuja consumação se arrasta no tempo) nas modalidades "expor a 
venda" e "ter em depósito"; 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas 
em perigo, que é presumido; 
- unissubjetivo (aquele que pode se metido por um único sujeito); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento); admite tentativa. 
 
41. Medicamento em desacordo com receita médica 
 
Art. 280 - Fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica: 
 
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa. 
 
41.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Entende Magalhães Noronha ser crime 
próprio, ou seja, somente podendo ser o farmacêutico, ou prático (farmacêutico não 
formado), devidamente autorizado. Assim não nos parece, pois o tipo penal fala 
simplesmente em "fornecer", o que pode ser feito gratuita ou onerosamente, além do que a 
substância medicinal pode chegar às mãos de alguém ilicitamente, que a entrega a 
terceiros, contrariamente ao que dispõe a receita médica, Inclui nesse tipo, o balconista da 
farmácia, por exemplo. O sujeito passivo é a sociedade. 
 
41.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um dano não tolerado a terceiros. 
Não se exige elemento subjetivo específico. A forma culposa é prevista no parágrafo único. 
 
41.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
 
 
 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa). Há voz em contrário (ver 
nota ao sujeito ativo); 
- formal (delito que não exige para sua consumação, a ocorrência de resultado 
naturalístico, consistente na efetiva existência de dano para alguém). Se houver dano, é o 
exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado nos 
termos do art. 13, § 2.0, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, que é presumido); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento); admite tentativa. 
 
42.1. Exercício ilegal da medicina, arte dentária ou farmacêutica 
 
Art. 282 - Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou 
farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites: 
 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
42.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, quando se refere ao exercício da profissão de 
médico, dentista ou farmacêutico. Entretanto, necessita ser médico, dentista ou 
farmacêutico quando, na segunda parte, faz referência à ultrapassagem dos limites 
inerentes à profissão. O sujeito passivo é a sociedade. Secundariamente, a pessoa 
diretamente atingida pela conduta do agente. 
 
42.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Não 
se pune a forma culposa. Exige-se, no entanto, o elemento subjetivo específico, porque se 
trata de crime habitual, que é a vontade de desempenhar a atividade usualmente, como 
estilo de vida. 
 
42.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido qualquer pessoa), na primeira parte do tipo, e 
próprio (delito que exige sujeito ativo especial) ; 
- segunda parte: formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de 
resultado naturalístico, consistente na efetiva existência de dano para alguém). Havendo o 
dano cuida-se de exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer meio escolhido pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado nos 
termos do art. 13, § 2.0, CP); 
 
 
- habitual (crime cuja consumação somente se da a partir de reiteração de ações, 
impossível de se determinar no tempo com precisão, de modo que somente a colheita da 
prova poderá estabelecer a tipicidade ou não da conduta). 
- perigo comum abstrato (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, que é presumido); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- plurissubsistente (delito cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento); não admite tentativa, por se tratar de delito habitual. 
 
43. Charlatanismo 
 
Art. 283 - Inculcar ou anunciar cura por meio secreto ou infalível: 
 
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. 
 
43.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, inclusive o Médico, dentista ou farmacêutico. 
O sujeito passivo é a sociedade. 
 
43.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, ou seja, a vontade de gerar um risco não tolerado a terceiros. Ao 
contrário de outros autores, não vemos necessidade de se exigir do agente que saiba que 
o seu método não é infalível ou ineficaz. Ainda que seja um crédulo no que faz, o fato é 
que não deve assim proceder, por colocar em risco a saúde pública, podendo levar 
pessoas a não se tratarem em outros locais para se aventurarem em seara conhecida e 
perigosa. A vontade, pois, deve voltar-se a divulgar cura por método infalível, creia nisso 
ou não. Não há exigência do elemento subjetivo específico, nem se pune a forma culposa. 
 
43.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa); 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, resultado naturalístico, consistente 
na efetiva existência de dano para alguém), se houver dano, fala-se em exaurimento; 
- de forma livre (pode ser cometido por qualquer eleito pelo agente); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado nos 
termos do art. 13, § 2.0, CP); 
- instantâneo (cuja consumação não se prolonga no tempo, dando-se em momento 
determinado); 
- de perigo comum abstrato (que coloca um número indeterminado de pessoas em perigo, 
que é presumido); 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- plurissubsistente (aquele cuja ação é composta por váriosatos, permitindo-se o seu 
fracionamento), admite tentativa. 
 
44. Curandeirismo 
 
Art. 284 - Exercer o curandeirismo: 
 
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; 
 
 
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; 
III - fazendo diagnósticos: 
 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
 
44.1. Sujeitos ativo e passivo 
 
 O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. Sujeito passivo é, primordialmente, a 
sociedade. Em segundo plano, a pessoa que é objeto da “cura” do agente. 
 
44.2. Elemento subjetivo do tipo (dolo) 
 
 É o dolo de perigo, vale dizer, a vontade de gerar um risco inadmissível a terceiros. 
Exige-se o elemento subjetivo específico, que é vontade de desempenhar a conduta 
habitualmente. Não existe a forma culposa. 
 
44.3. Classificação doutrinária 
 
 Trata-se de crime: 
- comum (aquele que pode ser cometido por qualquer pessoa) 
- formal (delito que não exige, para sua consumação, a ocorrência de resultado 
naturalístico, consistente na efetiva existência de dano para alguém). Havendo dano, é o 
exaurimento; 
- de forma vinculada (delito que só pode ser cometido pelo meio eleito pelo tipo penal); 
- comissivo (os verbos implicam em ações) e, excepcionalmente, omissivo impróprio ou 
comissivo por omissão (quando o agente tem o dever jurídico de evitar o resultado nos 
termos do art. 13, § 2.0, CP); 
- habitual (crime que pune um estilo de vida, isto é, a reiteração de várias ações 
consideradas, no seu conjunto, indesejáveis para a sociedade). Não se fala 
espontaneidade ou permanência; 
- crime de perigo comum, (aquele que coloca um número indeterminado de pessoas em 
perigo, que é presumido) 
- unissubjetivo (aquele que pode ser cometido por um único sujeito); 
- plurissubsistente (aquele cuja ação é composta por vários atos, permitindo-se o seu 
fracionamento); admite-se tentativa, por se tratar de crime habitual.

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