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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL Considerações sobre a umidade e a densidade da madeira Luiz Carlos Couto – Ph.D. Outubro/2018 1. Introdução O material ou a substância madeira, é a massa compacta que constitui o essencial do tronco da árvore. É fácil de se convencer que sem esta invenção do Criador, o homem através de séculos de sua evolução teria seguido outros caminhos dificilmente imagináveis. Sem desejar instituir uma polemica, tal qual se considera que a utilização da madeira como combustível foi a primeira feita pelo homem primitivo, o tambor foi sem dúvida o primeiro instrumento musical concebido pelo "Homo sapiens". Desde a sua aurora o homem vem transformando este material, elabora estruturas para a sua habitação e fortificação, confecciona os seus utensílios domésticos, suas armas e delimita as suas fronteiras. Através de sua criatividade e necessidades de conquistas distantes, deu os primeiros impulsos na indústria naval. Neste contexto, até mesmo as Sagradas Escrituras relatam (Gênesis, 6-14 e 15), que Noé ao se preparar para o Dilúvio teve do Criador, todas as orientações para proceder a escolha das espécies, desdobramento, dimensionamento das peças e ainda, lhe foi ensinado as técnicas de preservação da madeira, nos preparativos para a construção de sua Arca - "Façais uma arca de madeira resinosa, tu a farás composta de compartimentos e ela será endurecida com o betume por fora e por dentro. Veja aqui como a construirás: o comprimento da arca será de trezentos braças, sua largura de cento e cinquenta e sua altura de trinta" (GUITARD, 1987) No início de nossa Era, os chineses inventaram o papel à base de bambu que mais tarde foi substituído pela madeira. Marco Pólo informou ao Ocidente esta nova tecnologia 13 séculos mais tarde e em 1490, nasce na Inglaterra a primeira fábrica de papel, conhecimento este, que rapidamente se alastrou pelo mundo e o uso da madeira se intensificou igualmente para outras utilizações. Santos Dumont, os irmãos Wrigth, Clément Áder e Louis Blériot realizaram mais tarde o sonho de Ícaro, ou seja, pela conquista e o domínio do mais pesado do que o ar. Em efeito, as três primeiras décadas no século passado da aviação civil e militar, foram o resultado de um grande domínio tecnológico do material madeira. Um dos mais expressivos exemplos da utilização da madeira para esses propósitos nos foi legado pelo excêntrico milionário americano Howard Hughes, ao construir e fazer voar o seu gigantesco hidroavião, denominado de Spruce Goose, basicamente, construído com madeira maciça e por compensados de birch (Betula sp), com uma envergadura de asas da ordem de 97 metros, uma área de 1050 metros quadrados e um peso de 182 toneladas, este avião podia transportar 700 passageiros, ou seja, o equivalente ao dobro de um Boeing 747-400 (413 passageiros) (CHOW, 1983), até a pouco mais de 5 anos, considerado o maior avião comercial do mundo, o qual perdeu a sua hegemonia para o Arbus- A380. Com a evolução da humanidade e consequentemente a dos processos industriais e tecnológicos, a madeira vem sendo cada vez mais utilizada e a sua aplicação vem-se consolidando em diferentes segmentos industriais. Como material estrutural ela representa um material altamente competitivo com outros congêneres tais como o ferro, o alumínio, o aço e o plástico, pela sua elevada resistência específica. Todavia, algumas limitações poderiam estar associadas à madeira como, por exemplo, a sua natureza orgânica que a torna vulnerável aos agentes xilófagos e ao fogo, assim como também a sua limitação no caso da manufatura de grandes vigas e pilares em elementos estruturais que buscam priorizar a madeira. Nestes dois casos em particular, a técnica de preservação da madeira com processos e produtos específicos veio contribuir para aumentar de maneira considerável a vida útil da madeira para fins estruturais, além de aumentar a segurança para sua utilização na construção civil. Quando à limitação decorrente no dimensionamento de peças, pode-se dizer que a mesma já está sendo superada gradualmente na medida em que os Produtos de Maior Valor Agregado – PMVA vêm sendo disponibilizados no mercado, alguns deles (vigas e pilares), que podem atingir dimensões da ordem de 15 metros, com perfil de resistência mecânica altamente favorável. Com relação à sua proteção contra o fogo, existe uma série de produtos denominados retardantes da combustão que podem ser aplicados conjuntamente com os produtos fungicidas e inseticidas, os quais asseguram um nível de proteção razoável contra possíveis sinistros. Seguramente, os setores de polpa e papel, de painéis de madeira e serraria serraria, se caracterizam pelo grande consumo de madeira para atender às necessidades de um mercado cada vez mais exigente e, em franca expansão. No caso do setor celulósico- papeleiro, estima-se que 93% das necessidades mundiais em fibras vegetais são oriundas dos recursos lenhosos (MANUEL DE FORESTERIE, 1995). No Brasil, este segmento industrial está solidamente ancorado nos gêneros Eucalyptus e Pinus, cujos estoques são oriundos do Programa de Incentivos Fiscais em 1965, e hoje, podem ser considerados como a mola mestra dos principais empreendimentos florestais no Brasil, dependentes de um grande estoque e disponibilidade de matéria-prima florestal. À guisa de ilustração, uma indústria de celulose e papel que tenha uma produção nominal diária de 1000 toneladas de celulose/dia, usando para a conversão da madeira em polpa celulósica o processo químico Kraft ou sulfato, tem um consumo diário de aproximadamente 2000 toneladas de madeira. Do ponto de vista global, a madeira representa um recurso natural renovável, de fácil cultivo e implantação principalmente no caso das espécies exóticas de rápido crescimento, decorrentes das técnicas já consolidadas de manejo e silviculturais. Por sua fácil trabalhabilidade, por compor juntas de alta resistência e apresentar propriedades mecânicas competitivas com outros materiais de engenharia entre outros, dificilmente encontrará para si materiais alternativos para a maioria de suas utilizações que já se consolidaram ao longo de décadas. Três características fundamentais contribuem para distinguir a madeira de outros materiais estruturais de uso corrente. A primeira diz respeito à sua alta heterogeneidade ou a sua alta variabilidade, mesmo a interior de um único indivíduo. A propósito, mesmo se certos traços comuns caracterizam as espécies, pode-se dizer que não existem duas peças de madeiras perfeitamente idênticas ao seio de uma mesma espécie e nem mesmo dentro de um mesmo indivíduo. Segundo, a madeira é uma substância higroscópica o que significa que ela é capaz de se ajustar em termos de teores de umidade às condições higrométricas ambientais, com reflexos na sua densidade, dimensões e propriedades mecânicas. Finalmente, a madeira é considerada um material anisotrópico o que vale dizer que suas propriedades físicas e tecnológicas diferem segundo a direção considerada em relação aos planos transversal, longitudinal radial e longitudinal tangencial. Por essa razão é que se diz que a madeira é um material ortotrópico, uma vez que as suas propriedades são únicas e independentes em relação aos respectivos planos anatômicos, comportamento típico e inerente à sua origem vegetal. No caso, por exemplo, de outros materiais estruturais tais como o ferro, o aço, e o alumínio entre outros,diz-se que são materiais com comportamento isotrópico tendo em vista a ausência desses planos de orientação. Assim, considerando essas três características fundamentais da madeira se define para a mesma um conjunto de propriedades as quais podem ser categorizadas em Propriedades Físicas e Propriedades Mecânicas cujo conhecimento permitiu e permite caracterizar qualquer espécie lenhosa seja ela nativa ou exótica, do ponto de vista tecnológico, permitindo assim, a sua indicação para uso de forma mais racional. Neste texto será abordado apenas as Propriedades Físicas da Madeira e em particular, a Umidade, Retratibilidade e Densidade. 1.1. A Umidade na Madeira Inicialmente seria preciso considerar um aspecto relacionado com a crença popular, segundo a qual a estação do ano onde madeira fosse cortada exerceria uma influência sobre certas de suas propriedades. Ao menos, para as regiões de clima frio alguns fatos poderiam corroborar com essa crendice. Desta forma, a madeira proveniente de árvores cortadas durante o inverno é frequentemente considerada como apresentando em termos tecnológicos algumas vantagens em relação à madeira proveniente de árvores abatidas durante as outras estações. Notadamente, para as primeiras haveria um teor de umidade mais baixo, uma durabilidade superior, uma maior resistência à incidência de trincas durante a secagem, uma coloração melhor e mais uniforme e até mesmo, uma resistência mecânica superior. Entretanto, a reputação de superioridade para as madeiras cortadas durante o inverno não foi ainda comprovada do ponto de vista científico. Todavia admite-se que as condições climáticas podem afetar a qualidade da madeira no que concerne à secagem da mesma. Em efeito, durante o inverno a secagem da madeira roliça e da madeira desdobrada se processa mais lentamente, e se produz menos trincas e fissuras do que durante o período com temperaturas mais elevadas. No mais, a incidência de manchas e de podridão na madeira são menos frequentes para as temperaturas invernais. A explicação mais plausível para explicar este pretensa superioridade para a madeira cortada durante o inverno, poderia se amparar no fato de que no final do outono (regiões de clima frio e temperado), a seiva é conduzida por um mecanismo fisiológico em direção às raízes da árvore para somente se difundir em toda extensão do vegetal mais tarde na primavera. É por esta razão que a madeira cortada no inverno pode apresentar um teor de umidade no estado verde inferior aquele observado em cortes em outras épocas do ano. Uma comprovação deste fato seria a exploração que se faz na primavera do érable à sucre (Acer saccharum Marsh) principalmente na região do Québec (Canadá) para a fabricação do "sirop d'érable ou "maple sirop" (xarope) onde a seiva é recolhida das árvores individuais através de orifícios no tronco. Este xarope seria um pouco semelhante em gosto ao tradicional melado da cana de açúcar. Notamos que esta atividade é realizada sob uma base econômica para muitos proprietários de florestas onde a incidência da referida espécie possa justificar a exploração (CECH et PFAFF, 1980). Mas, entretanto, vale ressaltar que a presumível diminuição do teor de umidade no tronco da árvore não foi ainda posta em evidência experimentalmente, mas até se demonstrou ao contrário que existiria níveis de umidade na madeira comparáveis tanto no inverno quanto em outras estações. O conteúdo de umidade da madeira é extremamente variável e isto pode ser constatado, por exemplo, no caso da madeira verde, tomando-se como base seções retirada a diferentes alturas do tronco. Esta constatação torna-se ainda mais evidente fazendo-se uma comparação entre madeira de cerne e madeira de alburno e também, quando se compara teor de umidade do cerne e alburno para espécies de folhosas e espécies de coníferas. Para essas últimas, a diferença entre os teores de umidade entre a madeira de cerne e de alburno de uma árvore recém abatida, é maior do que para as folhosas. Sabe-se que a função primordial do alburno é de transportar a água das raízes até as folhas e em consequência logo após o abate de uma árvore, as células do alburno apresentam um teor de umidade significativamente maior. Em geral somente uma fração desta umidade seria retida à interior das células após a transformação do alburno em cerne. O teor de umidade da madeira é afetado entre outros, pela idade da árvore, posição no tronco, diâmetro, local de crescimento, incidência de pragas e espécie (densidade) e, pode ultrapassar facilmente a barreira de 100%. Este teor de umidade da madeira verde constitui entre outros, um fator muito importante do ponto de vista utilização da madeira para determinados fins industriais. É o caso, por exemplo, da fabricação do carvão vegetal onde quanto maior for o teor de umidade da madeira enfornada menor é a expectativa de rendimento do processo, além de afetar naturalmente a qualidade do produto final. Por essa razão que é de praxe deixar a madeira secar por um período de compreendido entre 90 a 120 dias no campo, antes de conduzi- la para a carbonização. Outro aspecto importante também a ser considerado com relação ao teor de umidade da madeira se refere à maior ou menor facilidade em promover o descascamento da madeira. No caso de eucaliptos, o período crítico é de aproximadamente 8 dias após os quais, a casca fica tão aderente no tronco que a eficiência do descascamento é altamente prejudicada. A madeira sendo convertida em cavacos para a produção de celulose produziria um polpa com alvura e qualidade inferiores decorrente da maior incidência de cascas nos cavacos. Os Quadros 1, 2 e 3 ilustram o teor de umidade da madeira verde, para algumas das espécies Norte Americanas de maior importância comercial. As diferenças relativas entre os teores de umidade apresentados nas respectivas tabelas, demonstram que para inferências onde não se requer uma precisão acurada os mesmos podem ser utilizados com certa segurança. Todavia, no caso em que uma precisão mais rigorosa concernente a teores de umidade de madeira, como, por exemplo o cálculo da biomassa absolutamente seca, torna-se necessário proceder a coleta de amostras a partir de uma amostragem representativa. Quanto à casca, ela em geral contém uma maior quantidade de água do que a madeira (fibras) para uma mesma quantidade de matéria, conforme ilustra a Tabela 4. Quadro 1 Teor de umidade médio no estado verde de algumas espécies de folhosas do leste do Canadá Espécie Teor de Umidade (%) Alburno Cerne Alburno + Cerne Bouleau à papier jaune (Betula papyrifera Marsh.) 74 72 73 Bouleau jaune (Betula alleghaniensis Britt.) 70 68 69 Cerisier tardif (Prunus serotina Ehrh.) 58 - 65 Chêne blanc (Quercus alba L.) 64 78 - Chêne rouge (Quercus rubra L. ) 80 69 - Erable argenté (Acer saccharinum L.) 58 97 - Erable à sucre (Acer saccharum Marsh.) 65 72 68 Hêtre (de grandes folhas) (Fagus grandifolia Ehrh.) 55 72 - Orme d´Amérique (Ulmus americana L.) 95 92 - Peuplier (Populus sp.) 95 113 - Tilleul d´Amérique (Tilia americana L.) 81 133 - Fonte: Cech et Pfaff, 1980 Quadro 2 Teor de umidade médio da madeira no estado verde de algumas espécies de coníferas do leste do Canadá Espécie Teor de Umidade (%) Alburno Cerne Alburno + Cerne Cyprès jaune 32 166 52 Douglas taxifolié 39 115 45 Epinete blanche 38 144 55 Epinete de Sitka 41 142 43 Epinette noire (Picea mariana (P. Mill.) B.S.P. 52 113 77 Epinette rouge (Picea rubens Sarg.) 41132 89 Pin blanc (Pinus strobus L.) 50 175 90 Pin gris (Pinus banksiana Lamb.) - - 51 Pin rouge (Pinus resinosa Ait.) 32 134 - Pruche du Canada (Tsuga canadensis (L.) Carr. 107 129 111 Sapin baumier (Abies balsamea (L.) P. Mill. 88 143 118 Thuya géant (Thuya sp.) 58 249 62 Thuya occidental (Thuya occidental L.) 32 240 93 Fonte: Cech et Pfaff, 1980 Tabela 3 Teores de umidade média da madeira de algumas espécies Norte- Americanas, na condição verde Espécie Nome científico Teor de umidade na base seca (U%) CONÍFERAS Cerne Alburno Média Cedar, eastern white Thuya ocidentalis L. 33 - - Cedar, eastern red Juniperus virginiana L. 32 240 93 Fir , balsam Abies balsamea 88 173 118 Hemlok, eastern Tsuga canadensis 107 129 111 Pine, eastern White Pinus strobus L. 50 175 90 Pine, Jack Pinus bankisiana Lamb. 33 124 51 Pine, red Pinus resinosa ait.(sin. Soland) 32 134 114 Spruce, black Picea sitchensis 52 113 77 Spruce, red Picea rubens, Sarg. 41 132 89 Spruce, white Picea engelmannii 38 144 55 Tamarack Larix laricina (Du Roi) K. Koch 49 - 59 FOLHOSAS Ash, black Fraxinus nigra Marsh. 95 87 Ash, withe Fraxinus americana L. 46 47 Aspen, largetooth Populus grandidendata Michx. 95 - Aspen, Trembling Populus tremuloides Michx. 95 123 Basswood Tilia americana L. 81 115 Beech Fagus sylvatica 55 67 Birch, white Betula papyrifera Marsh. 74 73 Birch, yellow Betula alleghaniensis Britton 70 69 Butternut Juglans cinérea L. - 96 Cherry, black Prunus serotina Ehrh. 58 65 Elm, rock Ulmus thomasii Sarg. 44 56 Elm, withe Ulmus americana 95 96 Hickory, bitternut Carya cordiformis (Wang.) K. Koch 80 55 Hickori, shagbark Carya ovata (Mill) K. Koch - -56 Maple, red (leve) Acer sacharinum - -70 Maple, silver (soft) Acer sacharum L. 58 58 Maple, sugar (pesada) Acer sacharum Marsh. 65 68 Oak, red Quercus rubra 80 74 Oak, white Quercus Alba 64 53 Poplar, balsam Populus balsamifera L. - -107 Walnut, black Juglans nigra L. 90 69 Fonte: adaptado de Gevorkiantz and Olson, 1951; Cech & Pifaff 1980; Hildebrand,1970; Manuel de Foresterie, 1996; Canadian Forestry Branch, 1951. Canadian Woods; U.S. D.A. Forestry Service, 1974. Wood Handbook; Mc Elhanney, 1935 e Flann, 1962 Tabela 4 Teor de umidade típico da casca verde para algumas espécies norte- americanas Espécie Nome científico Densidade anidra (Do) (g/cm3) Umidade (U%) CONÍFERAS Fir , balsam Abies balsamea 0,43 168 Hemlok, eastern Tsuga canadensis 0,46 102 Pine, eastern White Pinus strobus L. 0,38 115 Pine, Jack Pinus bankisiana Lamb. 0,45 102 Pine, red Pinus resinosa ait.(sin. Soland) 0,41 130 Spruce, black Picea sitchensis 0,43 113 FOLHOSAS Ash, withe Fraxinus americana L. 0,65 90 Aspen, Trembling Populus tremuloides Michx. 0,45 130 Beech Fagus sylvatica 0,64 113 Birch, white Betula papyrifera Marsh. 0,66 107 Hickori, shagbark Carya ovata (Mill) K. Koch 0,78 71 Maple, red (leve) Acer rubrum L. 0,58 103 Maple, silver (soft) Acer sacharum L. 0,51 95 Maple, sugar (pesada) Acer sacharum Marsh. 0,70 100 Fonte: ISENBERG, 1980; ISENBERG, 1981 A quantidade de água a interior da madeira é habitualmente calculada por meio de uma variável denominada de "Teor de Umidade" (U), expressa em porcentagem e quantificada através de expressões matemáticas apropriadas. Didaticamente, o Teor de Umidade (U) da madeira (ex. amostra) pode ser definido como sendo a quantidade de água (vapor ou no estado líquido), contida em seu interior num momento preciso (BEAUDOIM, 1995), conforme ilustra a Equação 1: 𝑈 = 𝑀𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 (𝑔) 𝑚𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑎 𝑎.𝑠.(𝑔) )x100 A Equação 1 pode ainda ser representada por meio da seguinte expressão: 100)((%) x Mo MoMu U 100)((%) x Mo MoMu U (Eq. 2) Onde: U= Teor de umidade na base seca (%) Mu = Massa (g) na condição úmida ou verde Mo = Massa (g) na condição absolutamente seca (103± º2) Em laboratório, a forma padronizada de se avaliar o teor de umidade de uma amostra qualquer de madeira, é de pesá-la na condição úmida, em seguida secá-la a interior de uma estufa graduada em 103 2º C até a constância de peso (massa) e finalmente pesá-la nesta condição absolutamente seca. Neste nível de temperatura admite-se que a quantidade de água ainda presente na madeira não ultrapassa 5% (GOULET, 1988). A diferença de massas antes e após a secagem permite assim de se avaliar o teor de umidade segundo a Equação 2. Este método, correntemente utilizado, é relativamente preciso para as espécies que não contém ou contém baixos teores de extrativos (taninos, resinas, óleos, etc.). Para as espécies que apresentam quantidades significativas de substâncias extrativas, considerando que esses últimos são susceptíveis de se volatizarem durante a secagem dos corpos-de-prova, principalmente em faixas de temperaturas próximas de 100ºC (GOULET, 1988). Este método avalia além do teor de umidade da madeira, o teor em extrativos voláteis, provocando assim um viés considerável nos resultados. O método de determinação do teor de umidade da madeira a interior de um solvente não miscível com a água (ex. xileno) foi instituído com o objetivo precisamente visando eliminar este viés, provocado pela volatização dessas substâncias. Teoricamente, esta técnica é mais precisa do que o método padrão (estufa), mas dado às dificuldades para se medir a quantidade exata de água condensada no processo de destilação e a complexidade global do ensaio, ele é pouco utilizado e dificilmente recomendado. Existe, no entanto outros métodos ainda mais complexos de se determinar o teor de umidade da madeira, mas, como o principal inconveniente é o tempo de resposta relativamente longo para se dispor dos resultados. No meio industrial, é frequente a necessidade de se conhecer o teor de umidade da madeira no próprio local (pátios industriais, secadores de madeira, etc.), quando se tem necessidade de se controlar determinadas operações de transformação e/ou processamento da madeira. É por essa razão que os métodos que fazem uso das propriedades elétricas e/ou dielétricas da madeira assumem uma importância maior (CECH e PIFAFF, 1980). Em efeito, certas características elétricas da madeira tais que a constante dielétrica, a resistência elétrica e a corrente de alta freqüência, são diretamente relacionadas, á interior de certos limites, ao teor de umidade da madeira. Isto significa que se uma dessas características é conhecida para um determinado corpo-de-prova, é possível de se estimar imediatamente o seu teor de umidade. Todavia, esses aparelhos baseados na resistência elétrica da madeira são válidos apenas no âmbito de 7 a 25% de umidade na madeira, considerando que abaixo de 7% de umidade a resistência à passagem da corrente elétrica entre os dois pontos dos eletrodos fixados na madeira, que o aparelho não é capaz de detectar. Da mesma forma, acima de 25% de umidade esta resistência é tão pequena que o aparelho perde a sua funcionalidade. Desta forma, esta condição limita de forma significativamente a utilização desses aparelhos. Finalmente, uma última consideração diz respeito ao Ponto de Saturação das Fibras – PSF, que define o momento onde as membranas celulares das células lenhosas se encontram todas saturadas com umidade, porém, as cavidades celulares (lumens de células) estão vazias e, esta condição ocorre próxima a um teor de umidade da ordem de 30% paraa maioria das espécies. Este nível é considerado crítico no que concerne a influência do teor de umidade da madeira sobre as suas propriedades físicas e mecânicas (BEAUDOIN, 1995). 1.1.1. Formas de se expressar o teor de umidade da madeira A madeira que uma substância fortemente higroscópica encerra uma quantidade considerável de água em seu interior quer seja na forma líquida ou gasosa. Esta quantidade de água expressa em termos percentuais pode ser expressa de duas formas: 1.1.1.1. Teor de umidade na base seca (U) O teor de umidade da madeira expresso na base seca é utilizado de maneira generalizada para os materiais e de um modo particular para a madeira e o papel. Seu valor pode ultrapassar facilmente 100%, para atingir, por exemplo, 600% no caso da Balsa (Ochroma lagopus e Ochroma pyramidales). O teor de umidade na base seca é calculado por meio da Equação 2 apresentada precedentemente. 1.1.1.2. Teor de umidade na base úmida Quanto ao teor de umidade na base úmida (X%) é empregado usualmente no setor de pastas celulósicas e, em conseqüência, também para as madeiras utilizadas no setor celulósico-papeleiro como, por exemplo, pinus, acácia negra, gmelina e eucaliptos aqui no Brasil. O teor de umidade da base úmida que não ultrapassa 100%, designa então, por diferença, a proporção entre a massa de matéria absolutamente seca (ex. madeira) utilizável. É um conceito de concentração, que se encontra freqüentemente no domínio da química e que só tem um sentido quando as taxas de diluição são elevadas. O teor de umidade na base úmida é calculado por meio da seguinte expressão: 100)( x Mu MoMu X (Goulet, 1988) (Eq.3) Onde: X= Teor de umidade na base úmida (%) Mu = Massa (g) na condição úmida ou verde Mo = Massa (g) na condição absolutamente seca As definições precedentes são interligadas entre si pelas seguintes equações (Goulet, 1988): X X U 1 (Eq. 4) U U X 1 (Eq.5) As Equações 4 e 5 derivam das seguintes relações: 100)( x Mo MoMu U 100)( x Mu MoMu X X U Mu MoMu Mo MoMu = MoMu Mu x Mo MoMu X U = Mo Mu X U Mo Mu (Eq.6) )( Mo Mu XU )1( UMoMu e )1( XMuMo A Figura 1 e a Tabela 4 ilustram respectivamente as relações entre os teores de umidade na base seca e na base úmida: Figura 1 Relação entre teor de umidade nas bases seca e úmida (%) Teor de umidade na base úmida (X%) T eo r d e u m id ad e n a b as e se ca ( U % ) U = X/1-X Tabela 5 Relação entre teor de umidade na base seca e na base úmida (%) Umidade na base seca (U %) Umidade na base úmida (X %) 0 0 6 6 10 9 12 11 15 13 19 16 20 17 30 23 40 29 50 33 60 37 70 41 80 44 90 47 100 50 110 52 120 55 130 57 140 58 150 60 160 62 170 63 180 64 190 66 200 67 X X U 1 ; U U X 1 1.1.1.3 Formas de água na madeira A árvore enquanto viva tem a capacidade de absorver água através do sistema radicular e a mesma, atinge os diferentes pontos a interior do tronco, galhos, folhas, flores e frutos através de um processo fisiológico no qual o xilema ativo e a evapotranspiração potencial que se realiza na superfície foliar, participam ativamente. Como é de conhecimento, na árvore viva e imediatamente após o abate, toda essa umidade contida a interior dos lumens (cavidades celulares), espaços submicroscópicos da parede celular e, os espaços microscópicos inter e intracelulares uma vez quantificadas através de métodos apropriados (Teor de Umidade da Madeira) e, expressa em termos percentuais é nesse momento relativamente elevado podendo ultrapassar a barreira de 100%. A propósito, quanto menor a densidade da madeira maior será a porcentagem de vazios a interior do lenho e por essa razão, maior será a quantidade de umidade retida a interior de uma determinada amostra de madeira. Por exemplo, o ipê (Tabebuia sp) e muitas outras espécies lenhosas de alta densidade (madeiras pesadas) por apresentarem uma menor porcentagem de vazios mesmo na árvore recém abatida, apresentarão um teor de umidade bem inferior ao das espécies Coníferas que sem exceção apresentam valores de densidade (massa específica) relativamente menores do que espécies de madeiras pesadas tais como o ipê, citado anteriormente. Certamente, a densidade das Coníferas dificilmente atingirá 50% do valor da densidade dessas espécies. A presença, o comportamento e os métodos de remoção dessa umidade da madeira afetarão consideravelmente os processos de transformação mecânica da madeira incidindo diretamente na qualidade do produto final e, entre outros, dependendo de sua magnitude residual podendo predispor a madeira desdobrada e se não for secada convenientemente à ação de insetos e fungos xilófagos, além de comprometer significativamente as suas propriedades mecânicas. De acordo com a quantidade de água presente na madeira, podemos classificá-la da seguinte forma: Água livre ou de capilaridade Corresponde ao teor de umidade imediatamente após o abate da árvore e, na madeira se encontra preenchendo os espaços vazios disponíveis. Para algumas espécies, este valor pode atingir 400, 500 e até mesmo 600% como no caso do pau-de-balsa, guapuruvú, caixeta, tamboril entre outras. Esta água, se perde em geral nas primeiras semanas após o abate, através dos topos das toras deixadas ao ar livre. A sua presença implica no aparecimento dos fungos manchadores (ex. azulão) os quais dependendo da intensidade comprometem significativamente as propriedades estéticas da madeira. Caso, os estoques de madeira tem que permanecerem longo tempo em pátios, é necessário que se tome alguma medida para protegê-la tanto desses fungos quanto das trincas que inevitavelmente aparecerão a medida que a água se evapora pelas extremidades das toras. Diz-se que a madeira apresenta água livre ou de capilaridade quanto o seu teor de umidade for superior ao Ponto de Saturação das Fibras é em geral constante para todas as espécies lenhosas, situando-se com algumas exceções entre 27-32%. Água de impregnação adsorvida Esta forma de água na madeira implicaria em uma interação entre as moléculas de água e as paredes celulares ricas em substâncias capazes de desenvolver interações eletrostáticas (celulose, polioses), através da formação de pontes de hidrogênio. Neste caso, a remoção desta forma de umidade é mais lenta e a sua saída, implica em alterações na madeira (peso, dimensão, defeitos diversos- retratibilidade). O processo de secagem da madeira por exemplo, tem como um dos objetivos, promover de forma controlada a redução do teor de umidade da madeira até um limite compatível com a sua utilização o que estaria situado entre 11 e 13% em geral. Diz-se que a madeira se encontra nesta forma de conteúdo higroscópico quando ela deixa de ter água livre. O seu valor, se situa entre 27- 32%. Água de constituição química Água que se encontra quimicamente ligada à madeira, de remoção mais difícil e com valores aproximados de 0 a 6%. Do ponto de vista prático somente para a determinadasutilizações industriais é que se utiliza madeiras com teores de umidade nesta faixa, como, por exemplo, na fabricação de determinados tipos de painéis onde, o processo de colagem o exige. O próprio carvão vegetal apresenta um teor de umidade acima de 0% o que demonstra a dificuldade em se remover toda a água presente na madeira. 1.1.1.4. Ponto de Saturação das Fibras, Ponto de Saturação das Lamelas, Ponto de Saturação das Membranas (PSF, PSL,PSM) É definido como sendo o instante em que a madeira deixa de ter água livre e se encontra com as suas membranas ou lamelas ou paredes celulares saturadas. O seu conhecimento, assume uma importância considerável no caso da utilização da madeira para fins estruturais e outros, onde se requer qualidade da matéria- prima. A sua determinação se faz através de métodos experimentais e este valor, em geral é praticamente igual para todas as espécies. O Ponto de Saturação das Fibras para alguns autores, é considerado como aquele teor de umidade para a madeira, compreendido entre 22 e 30% e para outros, podendo variar entre 28 e 32%, de acordo com a espécie considerada. Mas em termos práticos, se considera como sendo 30%. Abaixo deste valor, a madeira apresentaria o fenômeno da retratibilidade, muito comum, por exemplo, durante o processo de secagem industrial. Nesse caso, pode acontecer, por exemplo, que a superfície de uma determinada peça pode se encontrar abaixo do PSF, enquanto que o seu teor de umidade médio seria ainda relativamente elevado. Com isto, uma leve retratibilidade pode ser observada mesmo se o teor médio de umidade da peça ultrapassa o PSF (CECH e PFAFF, 1980). 1.1.1.5. Teor de umidade de equilíbrio (TUE) É definido como sendo o instante que a madeira se encontra em equilíbrio com o meio onde se encontra e por essa razão, dependente das condições climáticas. Em regiões quentes e com baixos valores de teor de umidade relativa (valores médios), esta condição se atinge primeiro por motivos óbvios. Da mesma forma em regiões mais úmidas, a madeira tende entrar em equilíbrio a teores de umidade mais elevados, por exemplo, madeiras da região Norte do país se comparadas às madeiras da região Centro-Oeste. Em nível nacional este valor pode ser considerado como estando na faixa de 12 a 15%. Para a maioria das utilizações da madeira, esta seria a faixa ideal para a sua utilização. 1.1.1.6. Umidade de saturação e umidade máxima de saturação da madeira A madeira por ser uma substância higroscópica significa que ela dependendo das condições nas quais ela se encontra ela poderá absorver (adsorção) ou perder umidade (desorção). Nas condições normais de armazenamento, seja em galpões, pátios ao ar livre e similares, a madeira até poderá absorver teores de umidade relativamente elevados, mas dificilmente ela irá ostentar valores acima de 40%, considerando situações extremas de pluviosidade. Todavia, existem condições extremas de armazenamento da madeira realizado exclusivamente dentro de lagos e/ou rios principalmente no Brasil e isso, mais típico na Região Norte, onde as bacias hidrográficas são abundantes e abrangendo praticamente todos os Estados. Com isto, o setor industrial madeireiro por questões operacionais e econômicas, fazem o armazenamento da madeira em água e esse procedimento contribui até para conferir à madeira uma maior proteção contra fungos, todavia, essa não é efetiva contra outros agentes xilófagos com o, por exemplo, os crustáceos e moluscos, principalemente com o teor de salinidade da água é superior à 0,8%. Nessas condições de armazenamento, as madeiras poderão atingir um teor de umidade consideravelmente elevado o qual fará com que a madeira afunde completamente. Esse fenômeno será mais rápido no caso das madeiras com maior densidade básica.Isto pelo fato de que quanto maior a densidade básica, menor a porcentagem de espaços vazios onde a água poderá se acumular. E a recíproca é verdadeira. Este teor de umidade de saturação pode ser calculado pela seguinte expressão: Umidade de saturação(Usat) =( 1−𝐷𝑏 𝐷𝑏 )x100 Onde: Db = Densidade básica da madeira (g/cm3) (Eq. 7) O Quadro 6 mostra os valores do teor de umidade de saturação para algumas espécies lenhosas. Espécie Nome científico Densidade básica(Db) (g/cm3) Umidade de saturação (%) CONÍFERAS Fir , balsam Abies balsamea 0,43 132.6 Hemlok, eastern Tsuga canadensis 0,46 117.4 Pine, eastern White Pinus strobus L. 0,38 163.2 Pine, Jack Pinus bankisiana Lamb. 0,45 122.2 Pine, red Pinus resinosa ait.(sin. Soland) 0,41 143.9 Spruce, black Picea sitchensis 0,43 138.1 FOLHOSAS Ash, withe Fraxinus americana L. 0,65 53.8 Aspen, Trembling Populus tremuloides Michx. 0,45 122.2 Beech Fagus sylvatica 0,64 56.3 Birch, white Betula papyrifera Marsh. 0,66 78.6 Hickori, shagbark Carya ovata (Mill) K. Koch 0,78 28.2 Maple, red (leve) Acer rubrum L. 0,58 72.4 Maple, silver (soft) Acer sacharum L. 0,51 96.1 Maple, sugar (pesada) Acer sacharum Marsh. 0,70 42.9 Fonte: GOULET, 1980 Os valores apresentados no Quadro 6 mostram que quanto maior a densidade básica da madeira, menor será a sua umidade de saturação. Isso significa que tão logo a madeira dessas espécies atingir o teor de umidade calculado, elas não mais flutuarão. Sendo assim, caso se deseja que as madeiras com maior densidade básica flutuem, elas deverão estar ancoradas em uma espécie de menor densidade. Com relação à umidade máxima de saturação, equivale dizer que mesmo se uma determinada espécie afunde completamente na massa de água, ela continuará absorver umidade ainda que de forma mais lenta até que todos os seus lúmens de células estejam completamente preenchidos por água. Na prática isso poderá ocorrer, mas é ainda incerto de se determinar este ponto com exatidão. Todavia, este teor de umidade de máxima saturação poderá ser facilmente determinado em um laboratório utilizando um dessecador de vidro no qual esteja acoplado uma bomba de vácuo de bancada. Isto se faz de acordo com o seguinte procedimento: Tão logo os corpos-de-prova de uma determinada espécie (ex. 5,0 cm x 3,0 cm x 2,0 cm) se afundarem completamente, em um recipiente qualquer contendo água, retire um lote (10% do número de amostras total). Em seguida, os enumere com um marcador indelével em água e os transfira imediatamente para o interior de um dessecador com um certo volume de água. Ligue a bomba de vácuo e a deixe funcionando por cerca de 5 minutos e a desligue deixando a válvula do dessecador fechada. Deixe de repouso por 15 minutos, abra o dessecador e pese cada uma das amostras e registre esses valores. Em seguida, repita essa operação pelo menos umas cinco vezes durante o dia. De posse desse valores, observe se está havendo mudança no peso das amostras o que significa que ainda a umidade máxima não foi atingida. Repita tudo novamente e à medida que cada amostra tenha atingido uma massa constante, retire-a do dessecador e registre a sua massa. Faça isso isto com todas as amostras e no final coloque-as no interior de uma estufa com circulação forçada de ar regulada na temperatura de 103± 2ºC e deixe-as por um período suficiente para que todas elas atinjam a massa constante (± 24 horas). Retire-as da estufa, coloque-as em um outro dessecador contendo sílica-gel (dessecante), deixe-as esfriar e em seguida calcule o teor de umidade na base seca (U) de cada corpo-de-prova. O resultado obtido será aquele correspondente ao teor de umidade na máxima saturação. Vocês poderão comparar esses cálculos como valor teórico que poderá ser obtido com o auxílio da seguinte equação: U máx. sat. = ( 1,54−𝐷𝑏 1,54.𝐷𝑏 ) . 100 Onde: U máx. sat. = Umidade máxima de saturação (%) 1,54 = Densidade da substância madeira (celulose, lignina e hemiceluloses) (g/cm3). Notar que alguns autores consideram também valores da ordem de 1,50 ou 1,53 g/cm3. Qualquer um deles poderá ser utilizado para esse cálculo e, Db = Densidade básica da madeira utilizada nessa determinação. Assim, utilizando as mesmas espécies que foram apresentadas no Quadro 6, teremos para cada uma delas, os seguintes valores para as suas respectivas umidades máximas de saturação, conforme o Quadro 7: Quadro 7 Teor de umidade de máxima saturação para as espécies lenhosas. Espécie Nome científico Densidade Básica (Db) (g/cm3) Umidade máxima de saturação (%) CONÍFERAS Fir , balsam Abies balsamea 0,43 167.6 Hemlok, eastern Tsuga canadensis 0,46 152.5 Pine, eastern White Pinus strobus L. 0,38 198.2 Pine, Jack Pinus bankisiana Lamb. 0,45 157.3 Pine, red Pinus resinosa ait.(sin. Soland) 0,41 179.0 Spruce, black Picea sitchensis 0,43 173.2 FOLHOSAS Ash, withe Fraxinus americana L. 0,65 88.9 Aspen, Trembling Populus tremuloides Michx. 0,45 157.3 Beech Fagus sylvatica 0,64 91.3 Birch, white Betula papyrifera Marsh. 0,66 113.6 Hickori, shagbark Carya ovata (Mill) K. Koch 0,78 63.3 Maple, red (leve) Acer rubrum L. 0,58 107.5 Maple, silver (soft) Acer sacharum L. 0,51 131.1 Maple, sugar (pesada) Acer sacharum Marsh. 0,70 77.9 Fonte: GOULET, 1980 Finalmente, o Quadro 8 mostra a diferença em termos de teores de umidade entre a umidade máxima de saturação e a umidade de saturação. Este conhecimento é muito importante e utilizado no setor industrial de preservação da madeira contra agentes xilófagos, principalmente no controle de qualidade da madeira tratada concernente aos níveis de retenção em produtos obtidos na prática e aqueles que efetivamente deveriam ser atingidos para assegurar a plena proteção da madeira tratada, Quadro 8 diferença percentual entre os teor de umidade de saturação e o teor de umidade máxima de Espécie Nome científico Umidade máxima de saturação (%) Umidade de saturação (%) Diferença percentual CONÍFERAS Fir , balsam Abies balsamea 35.0 35.0 35.0 Hemlok, eastern Tsuga canadensis 35.1 35.1 35.1 Pine, eastern White Pinus strobus L. 35.0 35.0 35.0 Pine, Jack Pinus bankisiana Lamb. 35.1 35.1 35.1 Pine, red Pinus resinosa ait.(sin. Soland) 35.1 35.1 35.1 Spruce, black Picea sitchensis 35.1 35.1 35.1 FOLHOSAS Ash, withe Fraxinus americana L. 35.1 35.1 35.1 Aspen, Trembling Populus tremuloides Michx. 35.1 35.1 35.1 Beech Fagus sylvatica 35.0 35.0 35.0 Birch, white Betula papyrifera Marsh. 35.0 35.0 35.0 Hickori, shagbark Carya ovata (Mill) K. Koch 35.1 35.1 35.1 Maple, red (leve) Acer rubrum L. 35.1 35.1 35.1 Maple, silver (soft) Acer sacharum L. 35.0 35.0 35.0 Maple, sugar (pesada) Acer sacharum Marsh. 35.0 35.0 35.0 Fonte: GOULET, 1980 Finalmente, com base nos resultados encontrados no Quadro 8, analise-os e tire cada um de vocês as suas própria conclusões e/ou explicações.
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