Plano de Maneio Comunitário dos Recursos Florestais da comunidade de Ndombe Programa Conjunto das Agências das Nações Unidas em Valorização Ambiental e Adaptação à Mudanças Climáticas no Distrito de Chicualacuala (Deliverable #6) RELATÓRIO TECNICO COMPLETO Autores: Jose Tánago Roland Brower Maputo, Março de 2010 FAO. Plano de maneio florestal comunitário dos recursos florestais de Ndombe (Chicualacuala, Moçambique) Consultores Tánago, J. e Brower R. 2 AGRADECIMENTOS A equipa quer dirigir os seus agradecimentos especiais a toda a população de Ndombe que tem participado activamente em todas as reuniões fruto das quais surge este plano de maneio. Também quer agradecer todas as contribuições técnicas e a facilitação do processo do Campos Ferro da FAO, Arsénio Chelengue e Mário Becas dos SPFFB, Sr. Cossa Chefe de Posto de Mapai e ao Chefe de Localidade de Mapai Rio. Merecido agradecimento a equipa de trabalho da FAO em Chokwe (Andrew Matick, Iselia Simbine e Emerenciana Sambo) por termos suportado administrativamente e logísticamente em todo o processo e em especial ao Sr. Miguel por termos suportado de maneira tão diversa (traduções, logística etc.) e acompanhado em tantas ocasiões no terreno. Por ultimo queremos também agradecer a família de Orlando Matuassa, em especial ao Senhor Orlando e Donha Leonora, pela sua acolhida durante as nossas numerosas estancias em Mapai. FAO. Plano de maneio florestal comunitário dos recursos florestais de Ndombe (Chicualacuala, Moçambique) Consultores Tánago, J. e Brower R. 3 ÍNDICE GERAL 1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................... 5 2. ÂMBITO GEOGRAFICO DO PLANO DE MANEIO ................................................................... 6 2.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA ............................................................................................................... 6 2.2 LIMITES DA ÁREA COMUNITÁRIA DE NDOMBE ............................................................................. 6 3. ÂMBITO TECNICO E LEGAL DO PLANO DE MANEIO FLORESTAL................................. 9 3.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA EXPLORAÇÃO FLORESTAL NA ZONA .................................................... 9 3.2 MANEIO FLORESTAL RACIONAL E SUSTENTABILIDADE................................................................. 9 3.3 SISTEMAS DE MANEIO FLORESTAL PARA FLORESTAS TROPICAIS................................................. 11 3.4 SISTEMAS SILVICULTURAIS PARA FLORESTAS TROPICAIS........................................................... 13 3.5 CONDICIONAMENTOS LEGAIS DO MANEIO FLORESTAL EM MOÇAMBIQUE: DIÂMETROS MÍNIMOS DE CORTA E REGULAMENTO FLORESTAL................................................................................................... 15 3.6 INTEGRAÇÃO DO MANEIO COMUNITÁRIO NA LEI MOÇAMBICANA .............................................. 16 4. ÂMBITO BIOFÍSICO E NATURAL.............................................................................................. 18 4.1 ÂMBITO FÍSICO ........................................................................................................................... 18 4.2 RECURSOS FLORESTAIS .............................................................................................................. 20 5. METODOLOGIA APLICADA ....................................................................................................... 22 5.1 MÉTODO DE CÁLCULO DO CORTE ANUAL ADMISSÍVEL ............................................................. 22 5.2 ABORDAGEM SOCIAL: DESENVOLVIMENTO PARTICIPATIVO DO PLANO DE MANEIO FLORESTAL COMUNITÁRIO .......................................................................................................................................... 24 6. OBJECTIVOS DO PLANO DE MANEIO E O PLANO SILVICULTURAL............................ 27 6.1 OBJECTIVO PRINCIPAL DO MANEIO FLORESTAL .......................................................................... 27 6.2 OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DO MANEIO FLORESTAL ..................................................................... 27 6.3 OBJECTIVO SILVÍCOLA ............................................................................................................... 28 7. SISTEMA DE MANEIO FLORESTAL SUSTENTÁVEL ........................................................... 29 7.1 ABRANGÊNCIA DO PLANO DO MANEIO. ...................................................................................... 29 7.2 ORGANIZAÇÃO SOCIAL: GESTÃO COMUNITÁRIO DO MANEIO FLORESTAL ................................... 30 7.3 ZONEAMENTO ............................................................................................................................ 34 7.4 CORTE ANUAL ADMISSÍVEL SEGUNDO O TIPO DE PRODUÇÃO..................................................... 36 7.5 SISTEMA DE MANEIO PROPOSTO ................................................................................................. 48 7.6 TRATAMENTOS SILVÍCOLAS PROPOSTOS ..................................................................................... 54 7.7 REGULAMENTO DO USO DA FLORESTA ....................................................................................... 56 8. IMPLEMENTAÇÃO E MONITORIA DO PLANO DE MANEIO............................................. 60 8.1 ACOMPANHAMENTO NA FASE DE IMPLEMENTAÇÃO ................................................................... 60 8.2 PLANIFICAÇÃO OPERATIVA A CURTO PRAZO DO PLANO DE MANEIO........................................... 61 9. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................ 62 FAO. Plano de maneio florestal comunitário dos recursos florestais de Ndombe (Chicualacuala, Moçambique) Consultores Tánago, J. e Brower R. 4 LISTA DE TABELAS Tabela 1. Corta admissível para produção de carvão de Mopane na Zona das Encostas ............................. 37 Tabela 2: Corta admissível para produção de carvão de Mopane na Zona Baixa ........................................ 37 Tabela 3. Corte Anual Admissível para produção de carvão de Mopane em Ndombe. ............................... 38 Tabela 4. Corta admissível para produção de carvão de Ntsotso na floresta de Ntsotso .............................. 39 Tabela 5. Corte Anual Admissível para produção de Carvão de Ntsotso em Ndombe. ............................... 40 Tabela 6: Volume total, comercial e área basal de Mopane por classe diamétricas e tipo de floresta.......... 40 Tabela 7. Corta admissível de Mopane por classe diamétrica e tipo de floresta num ciclo de câmbio. ....... 41 Tabela 8. Corte Anual Admissível para produção de Madeira de Mopane em Ndombe.............................. 42 Tabela 9. Volume total e comercial de Ntsotso por classe diamétricas e tipo de floresta ............................ 42 Tabela 10. Corta admissível de madeira de Ntsotso por classe diamétrica e tipo de floresta num CC......... 42 Tabela 11. Corte Anual Admissível para produção de Madeira de Ntsotso em Ndombe............................. 43 Tabela 12. Numero de arvores exploráveis, volume total e comercial de Cimbire por classe diamétricas. . 43 Tabela 13. Corta sustentável de Cimbire num tempo de passagem, segundo o diâmetro mínimo .............. 44 Tabela 14. Corte Anual Admissível de madeira de Cimbire na Floresta de Cimbire ................................... 45 Tabela 15. Corta Anual Admissível de estacas de Cimbire (diâmetro 10-20 cm). ....................................... 45 Tabela 16. Intensidade e volume de corte para produção de carvão de Ntsotso.......................................... 50 Tabela 17. Área de corta anual total e Ciclo de Corta para produção de carvão de Ntsotso. ....................... 50 Tabela 18. Intensidade de corta por CD, para produção de carvão de Mopane nas ENCOSTAS................