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ABO-RJ / Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal [Módulo – Ergonomia e Doenças ocupacionais] Prof. José Geraldo - Página 1 Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal Módulo de Ergonomia Prof. José Geraldo ABO-RJ / Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal [Módulo – Ergonomia e Doenças ocupacionais] Prof. José Geraldo - Página 2 ERGONOMIA E DOENÇAS OCUPACIONAIS EM ODONTOLOGIA Professor: José Geraldo CONCEITO: é a ciência que estuda a adaptação do homem ao trabalho e vice-versa, buscando condições ideais, ambientação e integração do homem, permitindo-lhe produzir mais e melhor dentro da menor unidade de tempo. Em suma, todo ambiente de trabalho deve ser equacionado e estudado para que tenha produtividade e que seja o menos desgastante possível. Na medida em que o trabalho torna-se mais dependente da técnica, o número de acidentes e doenças profissionais aumenta de maneira impressionante. O Ambiente deve ser bem iluminado preferencialmente com luz natural. DENTRE OS RISCOS A QUE O CD, TSB E ASB, ESTÃO SUJEITOS DIARIAMENTE, PODE-SE CITAR SEUS PRINCIPAIS AGENTES DE CARGA, QUE SÃO: A) Agentes físicos; B) Agentes mecânicos; C) Agentes químicos e, D) Agentes biológicos. CARGAS DE TRABALHO EM ODONTOLOGIA E FORMAS DE PREVENÇÃO A) AGENTES FÍSICOS: 1) RUÍDOS: (Caneta de alta rotação, compressor, aparelho foto, amalgamador, apitos de autoclave,etc.) Acelera a deterioração do aparelho auditivo. Prevenção: redução dos ruídos e protetor auricular. 2) ILUMINAÇÃO Luz fria e branca Luz natural Paredes foscas (claras) Luz do refletor não deve apresentar sombras. ABO-RJ / Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal [Módulo – Ergonomia e Doenças ocupacionais] Prof. José Geraldo - Página 3 3) RADIAÇÃO Existem dois tipos de radiações: a) IONIZANTE (alfa, beta, gama e, raios- X). b) NÃO-IONIZANTE (são aquelas que produzem calor ( INFRAVERMELHA E ULTRA VIOLETA). Prevenção: avental de chumbo CD, paredes baritadas, afastar do paciente quando disparar raios-X, biombo de chumbo. 2) AGENTES MECÂNICOS. Esforço físico; Esforço visual; Deslocamentos e movimentos exigidos pela tarefa; Posições de trabalho adotadas. Prevenção: RISCOS ERGONÔMICOS: Postura incorreta; Ausência de auxiliar; Falta de capacitação do pessoal auxiliar; Atenção e responsabilidades constantes; Ausência de planejamento; Atos repetitivos. CARGAS BIOLÓGICAS: 1) parasitas; 2) fungos; 3) vírus; 4) bactérias. Prevenção: cargas biológicas Touca Máscara, cuidado com instrumentais contaminados, luvas, óculos ( EPI). ( EBOLA-1976 (contato), AIDS, DENGUE, HEPATITE, INFLUENZA) VÍRUS ABO-RJ / Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal [Módulo – Ergonomia e Doenças ocupacionais] Prof. José Geraldo - Página 4 (tuberculose, hanseníase, meningite – bacteriana, ) BACTÉRIA (órgãos respiratórios) PRINCIPAIS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS POR VIA AÉREA: Doença meningocócica Gripe ou influenza Mononucleose (faringo-amigdalite exudativa) Rubéola e sarampo (vírus) Tuberculose (mycobacterium tuberculosis) PRINCIPAIS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS POR SANGUE E OUTROS FLUÍDOS ORGÂNICOS: AIDS Hepatites : A , B e C. TRANSMISSÃO: a) Percutânea (instrumentos perfurantes e cortantes) b) Mucosa (olhos, nariz e boca) c) Cutânea (pele com dermatite ou feridas abertas) PRINCIPAIS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS PELO CONTATO DIRETO E INDIRETO COM O PACIENTE: Ebola; Herpes simples; Escabiose ou sarna; Pediculose ou piolho; Micoses; Conjuntivite. . FORMAS DE CONTAMINAÇÃO: AGENTES DE CARGA BIOLÓGICA Através de inalação; Através de ferimentos na pele; Pelo contato com saliva e sangue; Por contaminação de instrumentais. ABO-RJ / Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal [Módulo – Ergonomia e Doenças ocupacionais] Prof. José Geraldo - Página 5 CARGAS PSÍQUICAS: ESTRESSE Ritmo e intensidade do trabalho; Atenção e responsabilidade que a tarefa exige; Quota de produtividade pré-fixada. CARGAS QUÍMICAS: Gases; Vapores (autoclave, mercúrio); Fumaças; Poeiras (gesso, alginato, civ, outros pós); Prevenção; Cuidados na manipulação; Proteção com EPI. RISCO MECÂNICO OU DE ACIDENTE: Espaço físico subdimensionado; Arranjo físico inadequado; Instrumental com defeito ou inadequado ao procedimento; Perigo de incêndio ou de explosão; Rede elétrica e hidráulica improvisada; DOENÇAS OCUPACIONAIS RELACIONADAS À ODONTOLOGIA O QUE É DOENÇA OCUPACIONAL? Ocorre quando um trabalhador é exposto a risco acima do limite permitido por lei, sem proteção compatível com o risco envolvido. (ex: 65 decibéis, causa surdez). O QUE É SEGURANÇA NO TRABALHO? É um conjunto de medidas que são adotadas, visando minimizar os acidentes de trabalho. Porque os trabalhadores COMETEM ATOS INSEGUROS (erros) EM SEU TRABALHO? 1) Não planejam corretamente o serviço que será realizado (falhas na análise de riscos) 2) Não estão conscientes de que, o que fazem, é errado. 3) Não consideram as instruções importantes; 4) Não entenderam as instruções que foram dadas; ABO-RJ / Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal [Módulo – Ergonomia e Doenças ocupacionais] Prof. José Geraldo - Página 6 5) Não foram dadas claramente as informações específicas; 6) Acham incômodo seguir as instruções; 7) Desrespeitam as normas técnicas de segurança ( biossegurança). AS PRINCIPAIS VIAS DE ABSORÇÃO DE AGENTES NOCIVOS À SAÚDE SÃO Pele; Mucosas; Pulmões. IMUNIZAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE a) Vacina contra HEPATITE – B; b) Vacina SRC ( contra: sarampo, rubéola e caxumba); c) Vacina BCG-ID (contra tuberculose) em dose única para não reagentes ao teste tuberculínico); d) Vacina DT (dupla adulto) contra difteria e tétano) em três doses no esquema básico, reforço a cada dez anos ( cinco anos para caso de gravidez ou acidente com lesões graves); e) Vacinas contra influenza ( a cada ano) e contra pneumococos ( a cada cinco anos); f) Vacina contra febre amarela (reforço a cada dez anos). TEMPO, AÇÃO E MOVIMENTO: 1. Tempo= é a quantidade de segundos, minutos ou horas que levaremos para fazer o trabalho. 2. Ação= São os atos que o C D, executa durante o atendimento ao cliente. 3. Movimento= é o esforço físico que fazemos em todo o corpo ou parte dele para realizarmos o trabalho. OBS: Os movimentos do C.D. devem estar restritos aos movimentos de: DEDOS, PUNHOS E ANTEBRAÇOS (cotovelos) No quadro abaixo podemos observar os movimentos que o cirurgião dentista executa durante a sua jornada de trabalho. Sua classificação demonstra quais os tipos de esforço realizados e quais os que podem ser eliminados. ABO-RJ / Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal [Módulo – Ergonomia e Doenças ocupacionais] Prof. José Geraldo - Página 7 TEMPOS: Tempo Profissional= tempo que o C.D. despende ao exercício da profissão, tanto em atendimentos clínicos como em atividades para odontológicas (Congressos, laboratório de prótese, dental). Tempo Operatório= tempo utilizado no atendimentoao cliente junto à cadeira odontológica. Tempos de espera= por exemplo, efeito de um procedimento anestésico. Através dos princípios de racionalização, dividiu-se esse tempo em: três ações diversas: a) Ações diretas (atos operatórios executados diretamente na cavidade bucal pelo C.D. São indelegáveis. b) ações indiretas (aquelas que ocorrem paralelamente às ações diretas, porém, delegadas ao pessoal auxiliar devidamente treinado). Colocar algodão, trocar brocas, preparar amálgama. As ações indiretas são delegáveis ou transferíveis. Ações indiretas subdividem-se em três ações diversas: a) ações preparatórias; b) ações concomitantes; c) ações subsequentes: O ASB deve utilizar somente a mão esquerda durante a transferência, enquanto sua mão direita fica livre para usar a seringa de ar para limpar o espelho,fazer afastamento dos tecidos moles ou usar o sugador. A transferência de instrumentais pelo ASB ao C D e vice-versa, faz com que o C D mantenha os olhos sempre focalizados no campo operatório. ABO-RJ / Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal [Módulo – Ergonomia e Doenças ocupacionais] Prof. José Geraldo - Página 8 A parte da entrega dos instrumentais é composta pelos dedos: polegar, indicador e médio. A parte da tomada dos instrumentais é constituída pelos dedos: anular e mínimo. Equipamentos como elementos de trabalho: Elemento do paciente: cadeira odontológica. Elementos do C.D.= Mocho, equipo e tudo que é utilizado para o tratamento clínico. Elementos do ASB = Unidade auxiliar (cuspideira),mocho, armários, mesa auxiliar, materiais e instrumentais para auxiliar o C.D. ABO-RJ / Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal [Módulo – Ergonomia e Doenças ocupacionais] Prof. José Geraldo - Página 9 POSIÇÃO DE TRABALHO DO C.D. Primeira posição= C D. em pé, paciente sentado (DESCONFORTO para ambos). Segunda posição= C D. sentado (mocho sem rodízios). Paciente ainda sentado - desconforto.. Terceira posição= cadeiras que permitem colocar o paciente DEITADO e C.D. com MOCHO com rodízios (roda), mais as técnicas de SUCÇÃO. Hoje, redução de fadiga, aumento do equilíbrio e melhor estabilidade (QUATRO mãos = ASB, ou SEIS mãos = ASB+TSB). Posição de 11 e 12 horas do C D , indicada para visão indireta. Posição de 9 horas para o C D - indicada para visão direta ABO-RJ / Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal [Módulo – Ergonomia e Doenças ocupacionais] Prof. José Geraldo - Página 10 A auxiliar ocupa a posição de 1 a 3 horas ERGONOMIA A melhor posição para o paciente é a supina, pois nessa posição a língua do paciente cai para trás cerrando a faringe, podendo a boca ser completamente cheia de água sem que o paciente sinta vontade de engolir. Se algum material escapar da mão do profissional as chances de ser engolido pelo paciente são mínimas, pois a sua deglutição é tecnicamente impossível. Nesta posição a visão do cirurgião dentista é completa, tanto da maxila como da mandíbula. Sabe-se Zona estática ABO-RJ / Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal [Módulo – Ergonomia e Doenças ocupacionais] Prof. José Geraldo - Página 11 também que o estresse de um paciente na posição supina é praticamente inexistente, pois nessa posição o desgaste de energia é praticamente nulo. (BARROS, 1991) Algumas normas são necessárias para manter uma postura ergonômica durante todo o procedimento clínico, segundo Porto (1994): Sentar-se no mocho com as coxas paralelas ao chão, formando um ângulo de 90° com as pernas, ficando os pés bem apoiados no chão; Manter as costas retas e apoiadas no encosto do mocho, na região renal, e a cabeça ligeiramente inclinada para baixo; Posicionar o cliente deitado na cadeira, de tal maneira que a boca do mesmo fique no mesmo nível dos seus joelhos; Ajustar a altura da cadeira de tal maneira que uma das pernas do dentista possa ser colocada sob o encosto, sem sofrer pressão; Posicionar o cabeçote para baixo, quando o trabalho for realizado na maxila, e para cima e para frente, quando for na mandíbula; Manter uma distância de 30cm da boca do cliente; Trabalhar com os cotovelos junto ao corpo ou apoiados em local que esteja ao nível dos mesmos; ABO-RJ / Curso para formação de Auxiliar em Saúde Bucal [Módulo – Ergonomia e Doenças ocupacionais] Prof. José Geraldo - Página 12 1. A área limitada pelo circulo A corresponde à chamada zona de transferência ou espaço ideal de pega, onde tudo que se transfere à boca do paciente deve estar aí situado, como os instrumentos e as pontas do equipo e da unidade auxiliar. Aí devem estar situados os dois mochos para o operador e auxiliar.Com 0,5 metro de raio. 2. O circulo B, de 1m de raio, limita a área útil de trabalho, espaço máximo de pega, que pode ser alcançado com o movimento IV, esticando o braço. Aí devem estar as mesas auxiliares, o corpo do equipo e da unidade auxiliar e as gavetas quando abertas. 3. O circulo C limita a área total do consultório, que não deve ter mais que 3 metros de largura, ( 1,5 de raio) um consultório com dimensão maior seria antiergonômico. Nessa área ficam as pias e armários fixos.
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