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2557_201707070550_Eticaeservicosocial_Completa.pdf
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PROF: RAQUEL TINOCO Treinamento Funcional | Portal Educação 
ÉTICA NO 
SERVIÇO SOCIAL
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são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.
ÉTICA NO 
SERVIÇO SOCIAL
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SUMÁRIO 
 
MÓDULO I 
1 INTRODUÇÃO 
2 FUNDAMENTOS E CONTRADIÇÕES DA ÉTICA NO SERVIÇO SOCIAL 
2.1 FUNDAMENTOS ONTOLÓGICOS 
2.2 A NATUREZA ÉTICA PROFISSIONAL 
2.3 SERVIÇO SOCIAL, MORAL E ÉTICA 
2.4 SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA 
2.5 ÉTICA E POLÍTICA 
2.6 FUNDAMENTOS E CONTRADIÇÕES 
 
MÓDULO II 
3 NORMAS ÉTICAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS PARA ASSISTENTES 
SOCIAIS 
3.1 CÓDIGO BRASILEIRO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL 
3.2 NORMAS GERAIS DE CONDUTA ÉTICA PARA ASSISTENTES SOCIAIS 
3.2.1 Normas do Serviço Social: relação com os usuários 
3.2.2 Normas do Serviço Social: instituições, serviços e organizações 
3.2.3 Normas do Serviço Social: relacionamentos entre profissionais 
3.2.4 Normas Relativas à Profissão 
3.3 DECLARAÇÃO INTERNACIONAL DOS PRINCÍPIOS ÉTICOS NO 
SERVIÇO SOCIAL 
3.3.1 Princípios 
3.3.2 Áreas Problemas e Zonas de Conflito 
3.3.3 Metodologia para a resolução de situações e problemas 
 
MÓDULO III 
4 ÉTICA, SERVIÇO SOCIAL E ÁREAS DE ATUAÇÃO 
4.1 FUNDAMENTAÇÕES SOBRE VULNERABILIDADE E RISCO SOCIAL 
 
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4.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE A INFÂNCIA E A ADOLESCÊNCIA 
4.3 PENSANDO A SITUAÇÃO DO IDOSO 
4.4 REFLETINDO SOBRE A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 
4.5 SERVIÇO SOCIAL E INTERDISCIPLINARIDADE 
4.6 ESTUDO SOCIAL, LAUDOS, RELATÓRIOS TÉCNICOS: IMPLICAÇÕES 
ÉTICAS 
 
MÓDULO IV 
5 ÉTICA NO SERVIÇO SOCIAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 
5.1 O QUE É RESPONSABILIDADE SOCIAL? 
5.2 SERVIÇO SOCIAL E RESPONSABILIDADE SOCIAL 
5.3 PROBLEMÁTICAS DA RESPONSABILIDADE SOCIAL 
6 COMISSÃO PERMANENTE DE ÉTICA PROFISSIONAL: ASPECTOS DA 
DENÚNCIA 
6.1 DENÚNCIA ÉTICA 
6.2 DESAGRAVO PÚBLICO 
6.3 PROCEDIMENTOS PARA DENUNCIAR 
6.4 CÓDIGO PROCESSUAL DE ÉTICA 
6.5 MODELOS DE FORMULÁRIO DE DENÚNCIA 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO I 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Compatibilizar a instância dos direitos individuais de proteção do 
exercício profissional do assistente social com os deveres suscitados na relação 
com o usuário, instituição e profissionais com quem trabalham não é tarefa fácil. 
Isso requer, antes de tudo, uma conduta ética que está respaldada em diversas 
dimensões: teórica, técnica, política e prática. 
As atualizações e os estudos constantes sobre as questões éticas são 
indispensáveis para orientar a prática do assistente social em sua atuação, seja 
ela na área da saúde, da justiça, da educação, da política e de tantas outras em 
que sua presença se faz necessária. 
É muito comum pensarmos ou vermos alguém comentar que o estudo 
da ética é uma tarefa fácil. E sabe? Em termos teóricos podemos até supor que 
tal afirmação possa ser verdadeira. 
Para termos uma noção melhor, vamos responder a nós mesmos a 
seguinte questão: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antes de entrarmos na faculdade e termos que 
estudar a disciplina sobre ética, quantas vezes 
discutimos o tema na nossa família? E com os nossos 
amigos? E no nosso trabalho? 
E após sairmos da faculdade? Quantas vezes 
paramos para discutir a nossa ética profissional? 
 
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Não é muito comum inserirmos esse tema em nossas discussões do dia 
a dia. Na maioria das vezes, ela passa despercebida. Mantém-se discreta ou até 
invisível, mas está sempre ao nosso redor. 
 
Ética: valores que definem o que eu quero, posso e devo. Porque nem tudo que 
eu quero eu posso; nem tudo o que posso eu devo e; nem tudo que eu devo eu 
quero”. 
Queiroz (2012, p. 1). 
 
 
2.1 FUNDAMENTOS ONTOLÓGICOS 
 
 
Falar de fundamentos ontológicos significa nos remeter às origens, à 
natureza das coisas e de conceitos. Neste caso, vamos buscar entender melhor 
as origens da ética a partir de seus conceitos, de suas classificações e como não 
poderia deixar de ser, de sua evolução histórica. 
As discussões sobre ética têm início com grandes filósofos como 
Sócrates, Platão e Aristóteles. Isso porque, segundo Geisler e Feinberg (1996), 
o papel primário da filosofia está relacionado à moral, à virtude e à própria ética. 
Segundo Kant (1992), a filosofia se ocupa, enquanto disciplina, de quatro 
questões, sendo uma delas a ética: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
METAFÍSICA 
RELIGIÃO 
 
ÉTICA 
 
ANTROPOLOGIA 
 
O que podemos conhecer? 
O que devemos esperar? 
O que devemos fazer? 
O que é o ser humano? 
 
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É comum, então, ao estudar a filosofia, encontrar diversos pensadores e 
pesquisadores que colocam a ética como sendo parte essencial de sua 
construção teórica. 
De forma geral, a ética pode ser definida como uma ciência com objetos 
e métodos próprios. Seu objeto é a moral e por isso, muitas vezes, é entendida 
como a ciência do comportamento moral dos seres humanos em sociedade 
(NEGRA, 2011). 
Conforme Negra (2011), a ética seria uma ciência dos costumes que 
busca retirar dos fatos morais os princípios gerais que lhe são aplicados. Ele 
acrescenta: 
 
O que designaria a ética não seria apenas uma moral, conjunto de 
regras próprias de uma cultura, mas uma verdadeira “metamoral”, uma 
doutrina que vai além da moral. A ética aprimora e desenvolve seu 
sentido moral e influencia a conduta (NEGRA, 2011, p. 1). 
 
As noções sobre ética datam de logos períodos e têm como principais 
precursores Sócrates, Platão e Aristóteles, apresentados aqui conforme resumo 
apresentado por Egg (2012). 
Sócrates, ao estudar a ética, faz uma apresentação a partir de uma 
associação de outros conceitos. Citado por Egg (2012), Vázquez (1997, p. 231) 
coloca que: 
 
Bondade, conhecimento e felicidade se entrelaçam estreitamente. O 
homem age corretamente quando conhece o bem e, conhecendo-o, 
não pode deixar de praticá-lo; por outro lado, aspirando ao bem, sente-
se dono de si mesmo e, por conseguinte, é feliz. 
 
Nesse sentido, observamos que a conduta ética está ligada, segundo 
Sócrates, em conhecer o bem e fazer o bem. A ética, no entanto, não significa 
apenas oferecer o melhor para o outro, mas buscar a própria felicidade. 
O que temos hoje é bem diferente do que propôs o filósofo. Muitos 
profissionais, independente de sua área de atuação, andam na contramão.
Sendo assim, os comportamentos antiéticos servem para proveito pessoal ou de 
um número reduzido de pessoas. A ética que deveria servir para um bem-estar 
coletivo deixa de existir. 
 
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Platão trouxe contribuições particulares apesar de ser o principal 
discípulo de Sócrates. Na percepção deste filósofo, o mundo era dividido em 
dois. O primeiro era composto por ideias inalteráveis. As ideias eram, portanto, 
imutáveis, invisíveis e eternas, o que a diferenciava das coisas concretas. O 
segundo mundo era formado por cópias imperfeitas das ideias. Consistia, então, 
em réplicas de coisas sensíveis e mutáveis (EGG, 2012). 
De uma forma mais simples, o autor coloca que o mundo das ideias pode 
ser compreendido como o local das coisas verdadeiras. Já o segundo mundo, o 
mundo real, é o espaço das aparências e das sombras. 
Em um exemplo simples, podemos nos fazer algumas pesquisas e 
avaliar nossa reação. Veremos que a forma que nos expressamos para o meio 
externo, nem sempre é equivalente ao que sentimos verdadeiramente. 
Vamos ver alguns exemplos: 
 
 Chega o final do mês e temos, ainda, muitas contas para pagar. Quando 
vemos o saldo no banco, confirmamos que tem muito mais conta que 
dinheiro. Ficamos bravos, 
ansiosos, desesperados, 
angustiados. Podemos 
pensar em alternativas para 
solucionar o problema, mas 
nem por isso saímos 
ofendendo as pessoas que 
encontramos, nem por isso 
vamos reclamar com o chefe, afirmando que ele está nos pagando pouco. 
 
 Chegamos ao nosso trabalho e temos que atender, por exemplo, uma 
mulher que sofreu violência doméstica por parte do marido. Por mais que 
nos seja fácil racionalizar que esta mulher deve deixá-lo, jamais a 
colocaremos na parede e diremos: “O que é que você está fazendo com 
este homem ainda? Pegue suas coisas e saia de casa porque isso não é 
uma vida digna”. Nós teremos uma postura acolhedora e não acusatória. 
 
 
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Escutamos diversas pessoas, em diferentes contextos, pronunciarem: 
“Eu queria matar (...)” ou “Eu morreria de amor”. O sentimento interno por mais 
sincero que este seja não pode ser externalizado de qualquer maneira. Há limites 
internos, sociais, culturais e legais para modelar muitos dos nossos 
comportamentos. 
Um médico não pode se recusar a atender um paciente por ter 
preconceito racial, um profissional não pode deixar de ser contratado por 
preconceitos dos contrates sobre sua opção sexual. Apesar de o preconceito 
existir, questões éticas estão acima de uma aceitação pessoal, por exemplo. 
 
FIGURA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FONTE: acervo pessoal 
 
 
Na figura acima, temos a razão na intersecção entre os dois mundos. 
Para Platão, a razão serve de intermediário entre o mundo das ideias e o mundo 
real. Para o filósofo, a verdadeira realidade só pode ser atingida e compreendida 
de forma verdadeira quando fazemos uso da razão. O bem, neste caso, é “um 
molde sobre o qual deveria se processar toda a ação humana” (EGG, 2012, p. 
7). 
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RAZÃO 
 
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Por fim, temos Aristóteles que foi aluno da Academia de Platão e ali 
definiu sua escolha pela Filosofia. Egg (2012) pontua que esse filósofo dedicou-
se às reflexões sobre as formas que o homem teria para viver uma boa vida. 
De acordo com o mesmo autor, Aristóteles afirmou que a felicidade era 
objetivo fim de todo o ser humano que só era possível a partir do exercício pleno 
da razão. Para alcançar a felicidade então, a razão só poderia ser obtida por 
meio da virtude, da sabedoria ou do prazer. 
Esses então foram os precursores das reflexões éticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A pergunta central da ética corresponde à: 
O que podemos conhecer? 
O que devemos esperar? 
O que devemos fazer? 
O que é o ser humano? 
O que devemos refletir? 
 
2.2 A NATUREZA ÉTICA PROFISSIONAL 
 
”Julgamentos não são precipitados, quando existe ética. Eles são automáticos 
no inconsciente humano. Precipitado é o veredito que atropela o julgamento e 
se manifesta precocemente, absolvendo ou condenando segundo preconceitos 
e simpatias pessoais mal administrados”. 
Sena (2012, p. 2). 
 
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 Quando falamos de natureza ética profissional, estamos falando de uma 
ética específica, de uma ética direcionada ao exercício da profissão de cada 
pessoa. 
De acordo com Glock e Goldim (2003), essa reflexão tem início assim 
que escolhemos nossa profissão, já que o conjunto de deveres profissionais 
passa a ser obrigatório. 
Não é por acaso que a disciplina sobre ética é mantida nos cursos de 
graduação antes dos estágios práticos, pois ele direciona a postura profissional 
que é sacramentada no juramento após a conclusão do curso. 
O juramento profissional corresponde à formalização da adesão e do 
comprometimento do profissional recém-formado com a categoria profissional 
correspondente ao curso realizado (GLOCK; GOLDIM, 2003). Os autores 
acrescentam que esta adesão pode ser classificada como voluntária ao conjunto 
de regras estabelecidas como sendo mais adequadas ao seu exercício. 
Não se pode, então, por livre-arbítrio, criar novas regras para 
desenvolver um trabalho quando, na verdade, os códigos de ética utilizados são 
discutidos de forma ampla e aprofundados. 
A Universidade Castelo Branco (2012) dispõe sobre as seguintes 
considerações da ética profissional: 
a) As particularidades da ética profissional se inscrevem na relação 
entre o conjunto complexo de necessidades que legitimam a profissão na 
divisão sociotécnica do trabalho, conferindo-lhes determinadas demandas, e 
suas respostas específicas, entendidas em sua dimensão teleológica e em 
face das implicações ético-políticas do produto concreto de sua ação. 
b) A ética profissional pode ser defina como sendo o modo de ser 
constituído na relação complexa entre as necessidades socioeconômicas e 
ideoculturais e as possibilidades de escolha inseridas nas ações ético-
morais, o que aponta para sua diversidade, mutabilidade e 
contraditoriedade. 
Tais considerações serão esmiuçadas em todo o conteúdo deste curso, 
principalmente, quando estudarmos os códigos nacional e internacional do 
serviço social. 
 
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Avançaremos ainda neste módulo em conceitos base que são 
fundamentais para uma compreensão teórica da ética profissional. 
 
 
A ética para Sócrates: 
Não significa apenas oferecer o melhor para o outro, mas buscar a própria 
felicidade. 
Significava oferecer apenas o melhor para o outro. 
Significava buscar apenas a própria felicidade. 
Não consistia em buscar a felicidade. 
Buscava identificar o mal feito pelas pessoas.
2.3 SERVIÇO SOCIAL, MORAL E ÉTICA 
 
Geralmente, não conseguimos falar de ética sem pensar em sua 
distinção do conceito de moral. 
Você sabe qual a diferença entre ética e moral? 
 
 
FIGURA 5 
 
FONTE: Disponível em: <http://http://superrafaapensar.blogspot.com.br/2010/05/o-que-e-etica-
o-que-e-moral.html>. Acesso em: 20 de nov. 2012. 
 
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A charge é uma das muitas encontradas quando pesquisamos sobre 
ética e moral na internet, mas nem sempre conseguimos definir se este é um 
comportamento ético/antiético ou moral/amoral. 
De acordo com Martinho (2009), a ética é um conjunto de valores e 
princípios universais que regem as relações humanas. É, segundo o autor, 
tradicionalmente definida como o estudo sobre os costumes ou ações humanas 
e podem ser divididas em dois campos: 
 
TABELA 1 
 
CAMPOS DA ÉTICA 
 
EXEMPLOS 
Problemas gerais e fundamentais 
 
Liberdade 
Consciência 
Valor 
Leis 
Problemas específicos e concretos 
Ética Profissional 
Ética na Política 
Ética Sexual 
Ética Matrimonial 
Bioética 
FONTE: Adaptado de Martinho (2009). 
 
 
A moral, por sua vez, pode ser conceituada como um conjunto de 
normas e regras que regulam as relações dos indivíduos de uma comunidade 
(CARVALHO, 2010). O autor clarifica que a moral está ligada ao conjunto de 
normas que regulamenta o agir específico ou concreto das pessoas. 
Carvalho (2010, p. 2) coloca ainda a seguinte afirmação: “Não se pode 
negar que a moral é uma espécie de freio da conduta das pessoas, que às vezes 
nem sabem o que é, mas se sentem bem quando notam a sua presença em seus 
atos”. 
Porém, mesmo com conceitos bem definidos, não é tão fácil distinguir 
ética de moral. Para facilitar vamos ver algumas comparações esboçadas nos 
 
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quadros abaixo. Tais comparações permitem que tenhamos condições de 
diferenciar esses dois conceitos. 
 
TABELA 2 
 
ÉTICA 
 
MORAL 
Princípios Universais => Pressão Interna 
Regras para ações coletivas => Pressão 
Externa 
Reflexão e Valores Hábitos e Costumes 
Morada Humana Normas Sociais 
A ética pressupõe uma análise e reflexão 
antes do agir. 
A moral é o agir. 
FONTE: Adaptado de Martinho (2009). 
 
 
TABELA 3 
 
ÉTICA 
 
MORAL 
É princípio É conduta específica 
É permanente É temporal 
É universal É cultural 
É regra É conduta da regra 
É teoria É prática 
FONTE: Adaptado de Rodrigues (s/d). 
 
 
TABELA 4 
 
ÉTICA 
 
MORAL 
 Trata-se da reflexão filosófica sobre a 
moral; 
 Procura justificar a moral; 
 O seu objeto é o que guia a ação; 
 Seu objetivo é guiar e orientar 
racionalmente a vida humana. 
Tem um caráter: 
- Prático 
- Imediato 
- Restrito 
- Histórico 
- Relativo 
FONTE: Adaptado de Silva (s/d). 
 
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A partir do que foi colocado nas tabelas podemos perceber que a ética 
é algo maior e universal, enquanto a moral é menor e específica. 
Carvalho (2011) coloca que a ética faz parte do Serviço Social, já que 
ela sempre esteve associada aos princípios e valores que organizam a 
sociedade e que definem o que se deve fazer ou ao que é preciso ser feito. 
A ética, conforme apresenta a autora, não tem como função determinar 
a criação de normas, mas sim questionar o que acontece. É, então, uma análise 
da atitude do ser humano diante dos fatos que ocorrem no cotidiano: “a ética 
descreve, propõe, reflete a prática de condições determinadas, o melhor 
caminho a seguir” (CARVALHO, 2011, p. 240). 
Além disso, a ética pressupõe uma reflexão sobre a moral, ou seja, o 
que justifica as normas, regras, princípios e direitos de uma determinada 
realidade social (CARVALHO, 2011). 
 
 
2.4 SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA 
 
Sabiamente, Strieder (2010) afirma, em um de seus textos sobre ética, 
que a mesma não pode mudar a constituição ontológica do homem, mas 
podemos pensar o homem e a sociedade em sua evolução no tempo. 
Isso significa que a ética, como era pensada nos tempos de Sócrates, 
Aristóteles e Platão, mudou para acompanhar as novas demandas emergidas na 
sociedade. O autor afirma que “na medida em que este processo avança a ética 
assume forma e se solidifica. A ética é como que o cimento que une projetos, 
ideais, costumes, valores, símbolos de uma sociedade” (STRIEDER, 2010, p.1). 
No contexto contemporâneo, coloca Strieder (2010), os problemas éticos 
e o campo da ética foram ampliados em decorrência de questões trazidas pelas 
diversas ciências. Esse fato fez com que a ética se tornasse geral e mais 
necessária nos dias de hoje. 
Um exemplo dessa mudança é a criação de códigos de ética por várias 
áreas do saber, dentre elas o próprio Serviço Social, a criação de Comitês de 
Ética em Pesquisa, principalmente nos casos em que envolvem seres humanos. 
 
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Esses avanços nos fazem pensar que o próprio Serviço Social, enquanto 
precursor da ética social sofreu alterações e está muito mais definida, como 
veremos nos demais módulos. 
 
 
 
 
2.5 ÉTICA E POLÍTICA 
 
Você deve estar se questionando: por que temos que falar de política 
nesse momento? Não vamos nos alongar, mas a política tem sido um 
desencadeador importante nos dias de hoje para que a população de forma 
geral, e mesmo sem ter um respaldo teórico, reflita sobre a ética na nossa 
sociedade. 
A corrupção, em especial, tem sido alvo constante em diversos veículos 
de informação quando falamos em política. É fácil avaliarmos políticos, eleitos 
por nós, que desviam dinheiro público, que não cumprem sua tarefa. O que não 
pensamos é que ser político não é uma profissão, mas uma função que pode 
durar muito ou pouco tempo. 
Você já pensou que dentre os diversos políticos que criticamos existem 
psicólogos, advogados, assistentes sociais, advogados, médicos e outros? Será 
que se estivéssemos em uma função política conseguiríamos manter nossa ética 
profissional? 
A partir da análise da obra de Hannah Arent, Pinto (2006) ressalta que é 
na ação da política que podemos distinguir cada homem, já que suas ações 
definem quem ele é e como estabelece sua relação com a sociedade. 
Shuwartzman (1981, p. 6) afirma que o funcionamento da sociedade, 
portanto o papel político aí se inclui, depende de comportamentos éticos 
desenvolvidos a partir de instituições estáveis e permanentes e com 
relacionamentos confiáveis de longo prazo. Tais instituições são divididas em 
três: 
Você já imaginou como seria o mundo de hoje sem os códigos de ética? 
 
 
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 Profissões: inicialmente na área do Direito (leis), mas que se expandem 
com o tempo para outras áreas, como o Serviço Social (códigos éticos). 
 Escolas e universidades: associadas às profissões, mas com uma função 
maior que é a de transmitir valores, competências, conhecimentos e, por 
fim, proporcionar caminhos legítimos e aceitos de mobilidade social. 
 Mercados permanentes: baseados em relações
comerciais e 
empresariais estáveis, que substituem as formas predatórias de 
exploração econômica e usurpação militar que eram à base de 
sustentação de tantas economias do passado. 
 
Estas instituições, mesmo com especificidades, têm em comum o fato 
de que são instituições de longo prazo, estruturadas ao redor de valores e 
códigos de ética comuns, que servem de base tanto para o relacionamento entre 
seus participantes como para o relacionamento entre elas e a sociedade mais 
ampla (SHUWARTZMAN, 1981). 
 
Corresponde à natureza ética profissional: 
O estudo filosófico das profissões. 
A ética específica, direcionada ao exercício da profissão de cada pessoa. 
A compreensão após a conclusão do curso de graduação. 
Apenas o juramento na colação de grau. 
Apenas a disciplina da graduação. 
 
 
2.6 FUNDAMENTOS E CONTRADIÇÕES 
 
Sarmento (2011, p. 211) ao refletir e problematizar os fundamentos 
éticos e políticos do serviço social considera três eixos como sendo 
fundamentais: 
 
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a) a sociedade contemporânea está marcada pelo individualismo e 
apatia em que os valores parecem esgarçados e as causas que nos 
mobilizam, dispersas, gerando incertezas, diversidades e diferenças; 
b) a ética e a política estão diretamente relacionadas à história e à 
sociabilidade humana, mas expressas por meio de diferentes 
concepções, condicionando as diferentes visões de mundo, nosso 
modo de pensar e agir, nosso modo de ser; 
c) a coexistência de projetos distintos em permanente confronto faz 
reconhecer as diversidades, limites e contradições, que também se 
manifestam no Serviço Social. 
 
Considerando esses eixos de análise, Sarmento (2011) destaca pontos 
importantes para finalizarmos o estudo deste primeiro módulo. 
 
 Devemos reconhecer que existe e constitui marco histórico de referência 
à sua organização profissional. 
 
 Reconhecendo o projeto ético-político profissional do Serviço Social 
estamos também reconhecendo que um movimento de ações, que 
apontam uma direção social e que, por isso, precisa ser plural e 
democrática para reproduzir-se. 
 
 O projeto ético-político profissional do Serviço Social não garante a sua 
realização, mas delimita um trajeto a ser percorrido. 
 
 A compreensão do projeto ético-político profissional do Serviço Social 
pressupõe a percepção do processo e da história da própria profissão, 
bem como suas respostas às necessidades e às demandas da sociedade 
e seus vínculos teórico-práticos, éticos e políticos com os projetos sociais. 
 
 Devemos considerar que vivemos em uma sociedade capitalista que 
complexificam a ética e a política, sem que as mesmas sejam reduzidas 
ou ignoradas. 
 
 
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 A complexidade mencionada anteriormente significa considerar as 
incertezas, as diversidades e as diferenças existentes na sociedade 
contemporânea que afetam e são afetadas por nossas concepções de 
ética e política. 
 
 A fragmentação que marca a sociedade contemporânea implica em 
reconhecer que essas condições também incidem sobre o sujeito 
profissional. Para isso, o autor lança a seguinte pergunta: “qual sua 
penetração nas diferentes concepções existentes, suas nuances e 
perspectivas no cotidiano?” (SARMENTO, 2011, p. 219). 
 
 A diversidade e as diferenças encontradas na sociedade contemporânea 
apresentam o reconhecimento positivo pelo fim das desigualdades e pela 
luta por justiça, igualdade e liberdade. 
 
 O risco de uma idealização política é não contemplar a complexidade 
contemporânea, recaindo em formas tão tradicionais quanto qualquer 
autoritarismo, inclusive na própria profissão. 
 
 A diversidade de concepções das vertentes éticas e políticas, 
sinteticamente apresentadas em seus fundamentos, não podem ser 
simplificadas, como se fossem todas semelhantes, sem qualidades, e, 
muito menos, ignoradas. 
 
 
 
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Conhecer e reconhecer os fundamentos ontológicos da ética 
mostra o caminho que trilhamos para chegarmos às 
discussões a construção de um sólido projeto ético-
político do Serviço Social. É olhar para trás e 
constatar que um longo caminho foi percorrido, mas 
também é olhar para frente e saber que muito ainda 
temos muitos outros a serem trilhados. 
 
 
 
São aspectos da ética: 
Hábitos e costumes. 
Normas sociais. 
Ações coletivas. 
Conduta específica. 
Princípios universais. 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO II 
 
3 NORMAS ÉTICAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS PARA ASSISTENTES 
SOCIAIS 
 
Vimos no Módulo I os aspectos gerais da ética e sua interface com o 
Serviço Social. Agora é hora de nos debruçarmos melhor sobre as normas 
nacionais e internacionais desta profissão. 
 
3.1 CÓDIGO BRASILEIRO DE ÉTICA DO ASSISTENTE SOCIAL 
 
 
O Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais foi criado a partir 
da RESOLUÇÃO do Conselho Federal de Serviço Social N.º 273/93, de 13 
março de 1993, com o objetivo de resguardar as “questões do compromisso 
ético-político e da avaliação da qualidade dos seus serviços” (p. 2). Seu corpo 
apresenta os seguintes tópicos: 
 
Introdução 
Princípios Fundamentais 
Título I - Disposições Gerais 
Título II - Dos Direitos e Das Responsabilidades Gerais do Assistente Social 
Título III - Das Relações Profissionais 
Capítulo I - Das Relações com os Usuários 
Capítulo II - Das Relações com as Instituições Empregadoras e Outras 
Capítulo III - Das Relações com Assistentes Sociais e Outros Profissionais 
Capítulo IV - Das Relações com Entidades da Categoria e Demais Organizações da 
Sociedade Civil 
Capítulo V - Do Sigilo Profissional 
Capítulo VI - Da Observância, Penalidades, Aplicação e Cumprimento 
Título IV - Da Observância, Penalidades, Aplicação e Cumprimento 
 
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Seus princípios fundamentais contemplam: 
 
 Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas 
políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos 
indivíduos sociais; 
 Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do 
autoritarismo; 
 Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de 
toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos 
das classes trabalhadoras; 
 Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da 
participação política e da riqueza socialmente produzida; 
 Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure 
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e 
políticas sociais, bem como sua gestão democrática; 
 Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando 
o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente 
discriminados e à discussão das diferenças; 
 Garantia do pluralismo, por meio do respeito às correntes profissionais 
democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com 
o constante
aprimoramento intelectual; 
 Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção 
de uma nova ordem societária, sem dominação e exploração de classe, 
etnia e gênero; 
 Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que 
partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos 
trabalhadores; 
 Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com 
o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; 
 Exercício do Serviço Social sem ser discriminado, nem discriminar, por 
questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, 
nacionalidade, opção sexual, idade e condição física. 
 
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As disposições gerais tratam da competência do Conselho Federal de 
Serviço Social que se resume em zelar pela observância dos princípios e 
diretrizes do Código de Ética, realizar alterações no código e firmar 
jurisprudência na observância do código e nos casos de omissão. Ainda neste 
tópico (Título I) consta como competência dos conselhos regionais zelar pela 
observância dos princípios e diretrizes do código de ética e funcionar como órgão 
julgador de primeira instância. 
O Título II ao tratar dos direitos e das responsabilidades gerais do 
assistente social apresentam seus direitos, deveres e vedações em sua prática. 
Este e os demais tópicos serão apresentados a partir das especificações do 
próprio código de ética seguidos de comentários realizados em caixas para 
distinguir as normas dos comentários, quando necessário. 
Como direitos do profissional do serviço social há em seu artigo 2º 
(CFESS, 1993): 
 
a) garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na 
Lei de Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste 
Código. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A profissão do assistente social é regulamentada pela Lei nº 8.662, de 7 de junho, 
de 1993 (Ver anexo I). Dentre outros aspectos define quem pode exercer a 
profissão de assistente social, suas competências e atribuições privativas e 
competências dos conselhos federal e regionais de serviço social (BRASIL, 1993). 
Você Sabia? 
A primeira lei que regulamentou a profissão do assistente social foi aprovada em 1957 
(BRASIL, 1957). A Lei nº 3.252, de 27 de agosto, foi revogada pela Lei nº 8.662/1993 
em vigor. 
 
 
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b) livre exercício das atividades inerentes à Profissão. 
 
 
c) participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na 
formulação e implementação de programas sociais. 
 
 
d) inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, 
garantindo o sigilo profissional. 
e) desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional. 
f) aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos 
princípios deste Código. 
 
g) pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se tratar 
de assuntos de interesse da população. 
 
h) ampla autonomia no exercício da Profissão, não sendo obrigado a prestar 
serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções. 
As atividades do assistente social são expostas no artigo 4º e 5º da Lei nº 
8.662, de 7 de junho, de 1993 (Ver anexo I). 
 
Políticas sociais são ações governamentais desenvolvidas em conjunto por meio 
de programas que proporcionam a garantia de direitos e condições dignas de vida 
ao cidadão de forma equânime e justa, garantindo à população o exercício de sua 
cidadania. Educação, Saúde, Trabalho, Assistência Social, Previdência Social, 
Justiça, Agricultura, Saneamento, Habitação Popular e Meio Ambiente são 
políticas sociais (CRESS-MS, 2012). 
Aprimoramento profissional não corresponde apenas aos cursos de pós-graduação 
(especialização, mestrado ou doutorado), são cursos de extensão e de capacitação de 
curta ou longa duração. 
Participação em congressos, seminários, colóquios, bancas examinadoras, entrevistas, 
palestras e outros. 
 
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i) liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os direitos 
de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus trabalhos. 
 
Os deveres do assistente social estão descritos no artigo 3º do Código de Ética 
e corresponde à: 
a) desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e 
responsabilidade, observando a legislação em vigor. 
b) utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da 
Profissão. 
 
 
 
c) abster-se, no exercício da Profissão, de práticas que caracterizem a censura, 
o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos, denunciando 
sua ocorrência aos órgãos competentes. 
d) participar de programas de socorro à população em situação de calamidade 
pública, no atendimento e defesa de seus interesses e necessidades. 
 
O registro no Conselho Regional é estabelecido pela lei de Regulamentação 
Profissional como condição para a habilitação ao exercício da profissão de Serviço 
Social. Trabalhar sem registro constitui ilegalidade, podendo ser caracterizada 
como contravenção penal sujeita a processo penal por crime de responsabilidade. 
O registro profissional é emitido pelo Conselho de cada região com representação 
em cada estado do Brasil (CRESS-RJ, 2012). 
 
Os programas de apoio e proteção à população atingida por situações de 
emergências e calamidades públicas têm como objetivo assegurar acolhimento 
imediato em condições dignas e de segurança; manter alojamentos provisórios, 
quando necessário; identificar perdas e danos ocorridos e cadastrar a população 
atingida; articular a rede de políticas públicas e redes sociais de apoio para prover 
as necessidades detectadas; promover a inserção na rede socioassistencial e o 
acesso a benefícios eventuais (MDS, 2012). 
 
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O Artigo 4º do Código de Ética do Assistente Social coloca que é vedado 
ao assistente social: a) transgredir qualquer preceito do código, bem como da 
Lei de Regulamentação da Profissão; b) praticar e ser conivente com condutas 
antiéticas, crimes ou contravenções penais na prestação de serviços 
profissionais; c) acatar determinação institucional que fira os princípios e 
diretrizes do código; d) compactuar com o exercício ilegal da profissão, mesmo 
que em situações de estágio acadêmico; e) permitir ou exercer a supervisão de 
aluno de serviço social em instituições públicas ou privadas que não tenham em 
seu quadro assistente social; f) assumir responsabilidade por atividade para as 
quais não esteja capacitado pessoal e tecnicamente; g) substituir profissional 
que tenha sido exonerado por defender os princípios da ética profissional, 
enquanto perdurar o motivo da exoneração, demissão ou transferência; h) 
pleitear para si ou para outros emprego, cargo ou função que estejam sendo 
exercidos por colega; i) adulterar resultados e fazer declarações falaciosas sobre 
situações ou estudos de que tome conhecimento; j) assinar ou publicar em seu 
nome ou de outrem trabalhos de terceiros, mesmo que executados sob sua 
orientação. 
O Título III trata das relações profissionais com os usuários, com
as 
instituições empregadoras, com profissionais da mesma área e de outras 
categorias profissionais, com entidades das categorias e outras, do sigilo 
profissional e das penalidades, observâncias e aplicação e cumprimento de suas 
funções. 
Esse tópico é de extrema relevância, pois o trabalho do assistente social, 
em sua maioria, é realizado em conjunto com outros profissionais. 
A relação com os usuários é definida por oito deveres (Art. 8º): 
a) contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária nas 
decisões institucionais. 
 
Apesar das instituições terem normas próprias e terem planos de atendimento a 
participação da população é fundamental para atendermos às demandas. Muitas 
vezes, a nossa percepção sobre uma situação pode ser distorcida e o 
posicionamento da população nos ajuda a estabelecer metas mais concretas. 
 
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b) garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e 
consequências das situações apresentadas, respeitando democraticamente as 
decisões dos usuários, mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças 
individuais dos profissionais, resguardados os princípios do código de ética. 
 
c) democratizar as informações e o acesso aos programas disponíveis no espaço 
institucional, como um dos mecanismos indispensáveis à participação dos 
usuários. 
 
d) devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos usuários, no 
sentido de que estes possam usá-los para o fortalecimento dos seus interesses. 
 
e) informar à população usuária sobre a utilização de materiais de registro 
audiovisual e pesquisas a elas referentes e a forma de sistematização dos dados 
obtidos. 
 
 
Nosso posicionamento nunca deve ser arbitrário, mesmo tendo valores e crenças 
distintas. Manter uma escuta neutra, por mais difícil que seja, nos ajuda a 
compreender melhor as situações e como podemos auxiliar na busca de respostas 
para os problemas apresentados. 
Temos que ter a percepção de que os programas só funcionam com a participação 
da população e para isso temos que nos engajar para disseminar as informações 
sobre os programas e suas formas de acesso, mesmo quando não temos cargos de 
diretores ou coordenadores de departamentos responsáveis pela criação dos 
mesmos. Uma das formas mais comuns utilizadas pelos assistentes sociais que 
fazem o encaminhamento da população a programas específicos do serviço social 
e de outras áreas. 
A pesquisa científica tem por objetivo contribuir com a evolução dos saberes humanos 
em todos os setores, sendo sistematicamente planejada e executada por meio de 
rigorosos critérios de processamento das informações (CAMPOS; SANTOS; CAMPOS, 
2009). Ela deve servir como meio e não como fim. Isso significa que a pesquisa deve 
ajudar a conhecer uma realidade e identificar pontos que precisam de uma intervenção e 
não apenas apresentar dados. 
 
 
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f) fornecer à população usuária, quando solicitado, informações concernentes ao 
trabalho desenvolvido pelo Serviço Social e as suas conclusões, resguardado o 
sigilo profissional. 
g) contribuir para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a 
relação com os usuários, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados. 
 
h) esclarecer aos usuários, ao iniciar o trabalho, sobre os objetivos e a amplitude 
de sua atuação profissional. 
 
 
No trabalho com a população é vedado ao assistente social, conforme 
consta no art. 6º do Código de Ética: 
 
 
 
 
 
 
Todos os procedimentos, seja para pesquisas acadêmicas ou institucionais, devem ser 
de conhecimento da população. É por isso que é necessário que o projeto de pesquisa, 
antes do seu início, seja submetido a um Comitê de Ética em Pesquisa. Além disso, toda 
pesquisa e os meios de coleta de dados devem ser autorizados pelos participantes que 
devem ter acesso aos resultados finais. 
 
Para agilizar processos burocráticos é necessário que os profissionais tenham 
conhecimento de sua existência, seus objetivos e formas de acesso. 
Como mencionamos anteriormente, muitos trabalhos desenvolvidos pelos assistentes 
sociais são realizados em parcerias com profissionais de outras áreas. É importante que 
o usuário saiba qual a função dos profissionais para que ele busque auxílio quando achar 
necessário. Além disso, é preciso esclarecer os objetivos do trabalho, como será todo o 
processo e seus objetivos finais. 
 
 
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Assim como na relação com usuário, nas relações com as instituições 
empregadores e afins, também é possível verificar que os assistentes sociais 
possuem direitos e deveres, conforme consta nos artigos 7º e 8º do Código de 
Ética Profissional: 
 
1º 
Exercer sua autoridade de maneira a limitar ou cercear o direito do 
usuário de participar e decidir livremente sobre seus interesses. 
2º 
Aproveitar-se de situações decorrentes da relação assistente social - 
usuário para obter vantagens pessoais ou para terceiros. 
3º 
Bloquear o acesso dos usuários aos serviços oferecidos pelas 
instituições, por meio de atitudes que venham coagir e/ou desrespeitar 
aqueles que buscam o atendimento de seus direitos. 
 
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DIREITOS DEVERES 
 
a) dispor de condições de trabalho condignas, 
seja em entidade pública ou privada, de forma 
a garantir a qualidade do exercício 
profissional; 
b) ter livre acesso à população usuária; 
c) ter acesso a informações institucionais que 
se relacionem aos programas e políticas 
sociais e sejam necessárias ao pleno 
exercício das atribuições profissionais; 
d) integrar comissões interdisciplinares de 
ética nos locais de trabalho do profissional, 
tanto no que se refere à avaliação da conduta 
profissional, como em relação às decisões 
quanto às políticas institucionais. 
 
a) programar, administrar, executar e 
repassar os serviços sociais assegurados 
institucionalmente; 
b) denunciar falhas nos regulamentos, 
normas e programas da instituição em que 
trabalha, quando os mesmos estiverem 
ferindo os princípios e diretrizes deste Código, 
mobilizando, inclusive, o Conselho Regional, 
caso se faça necessário; 
c) contribuir para a alteração da correlação de 
forças institucionais, apoiando as legítimas 
demandas de interesse da população usuária; 
d) empenhar-se na viabilização dos direitos 
sociais dos usuários, por meio dos programas 
e políticas sociais; 
e) empregar com transparência as verbas sob 
a sua responsabilidade, de acordo com os 
interesses e necessidades coletivas dos 
usuários. 
 
Em sua relação com as instituições empregadoras é vedado ao 
assistente social: a) emprestar seu nome e registro profissional a firmas, 
organizações ou empresas para simulação do exercício efetivo do Serviço 
Social; b) usar ou permitir o tráfico de influência para obtenção de emprego, 
desrespeitando concurso ou processos seletivos; c) utilizar recursos 
institucionais (pessoal e/ou financeiro) para fins partidários, eleitorais e 
clientelistas.
Acredito que falar da relação com outros assistentes sociais e outros 
profissionais é algo que a maioria já insere na sua rotina de trabalho, mas o 
Código de Ética delimita outros fatores que não apenas o respeito e a 
solidariedade no exercício da profissão. 
 
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Sendo assim, é dever do assistente social denunciar atos que contrariem 
os postulados éticos; repassar ao seu substituto as informações necessárias à 
continuidade do trabalho; mobilizar sua autoridade funcional, ao ocupar uma 
chefia, para a liberação de carga horária de subordinado, para fim de estudos e 
pesquisas que visem ao aprimoramento profissional, bem como de 
representação ou delegação de entidade de organização da categoria e outras, 
dando igual oportunidade a todos; incentivar, sempre que possível, a prática 
profissional interdisciplinar; respeitar as normas e princípios éticos das outras 
profissões; e ao realizar crítica pública a colega e outros profissionais, fazê-lo 
sempre de maneira objetiva, construtiva e comprovável, assumindo sua inteira 
responsabilidade. 
Por outro lado, não cabe ao assistente social intervir na prestação de 
serviços que estejam sendo efetuados por outro profissional, prevalecer-se de 
cargo de chefia para discriminar ou abusar de sua autoridade, ser conivente com 
falhas éticas e com erros técnicos praticados por assistente social e qualquer 
outro profissional e prejudicar deliberadamente o trabalho e a reputação de outro 
profissional. 
FIGURA 6 
 
 
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Resumidamente, a participação dos assistentes sociais em entidades da 
categoria e demais organizações da sociedade civil é permitida como forma de 
produzir conhecimento, defender ou fiscalizar o exercício profissional, bem como 
apoiar movimentos sociais e organizações populares (Art. 12). 
Nesses locais é dever deste profissional denunciar ao conselho regional 
as condições de trabalho, casos de violação da Lei e dos Direitos Humanos e 
respeitar a autonomia dos movimentos populares e das organizações de classes 
trabalhadoras da qual faz parte (Art. 13). 
Há apenas uma vedação quanto à participação do assistente social 
nessas entidades: utilizar a posição que ocupa na direção da entidade para obter 
vantagens pessoais. 
O capítulo V do Título III trata do sigilo profissional que consiste em 
proteger o usuário de tudo o que o assistente social tome conhecimento, sem 
esquecer que mesmo em trabalhos multidisciplinares apenas os conteúdos 
necessários devem ser repassados. 
A quebra de sigilo só pode ocorrer quando a situação relatada pelos 
usuários trouxer prejuízos a ele mesmo, a terceiros e à coletividade (Art. 17 e 
18). 
Quando envolver a Justiça, o assistente social deverá (Art. 19): 
 
a) apresentar à justiça, quando convocado na qualidade de perito ou 
testemunha, as conclusões do seu 
laudo ou depoimento, sem extrapolar 
o âmbito da competência profissional 
e violar os princípios éticos. 
b) comparecer perante a autoridade 
competente, quando intimado a 
prestar depoimento, para declarar 
que está obrigado a guardar sigilo 
 
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profissional nos termos do seu Código Ético e da Legislação em vigor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
No Título IV, que dispõe sobre observâncias, aplicação e cumprimento 
do código de ética, constituem-se como infrações disciplinares (as infrações 
disciplinares correspondem às seguintes especificidades): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exercer a Profissão quando impedido 
de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer 
meio, o seu exercício aos não inscritos 
ou impedidos. 
Não cumprir, no prazo estabelecido, 
determinação emanada do órgão ou 
autoridade dos Conselhos, em 
matéria destes, depois de 
regularmente notificado. 
Deixar de pagar, regularmente, as 
anuidades e contribuições devidas ao 
Conselho Regional de Serviço Social. 
Fazer ou apresentar declaração, 
documento falso ou adulterado, 
perante o Conselho Regional ou 
Federal. Participar de instituição que, tendo por 
objeto o Serviço Social, não esteja 
inscrita no Conselho Regional. 
VOCÊ SABIA? 
 
Mesmo quando convocado a depor como testemunha sobre alguma situação sigilosa e 
mesmo quando autorizado o Código de Ética Profissional do Assistente Social veda essa 
possibilidade. 
Também é vedado ao assistente social aceitar nomeação como perito e/ou atuar em 
perícia quando a situação não se caracterizar como área de sua competência ou de sua 
atribuição profissional, ou quando infringir os dispositivos legais relacionados a 
impedimentos ou suspeição. 
Código de Ética Profissional do Assistente Social (Art. 20, 1993). 
 
 
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Caso cometa alguma infração o assistente social pode sofrer 
penalidades que vão desde a multa até a cassação do seu exercício profissional, 
sendo este último aplicado em casos mais graves. 
 
FIGURA 7 
 
 
FONTE: Elaboração da autora com base no Art. 24 do 
 
Código de Ética Profissional do Assistente Social (1993). 
Com base no referido código de ética, a suspensão corresponde à 
interdição do assistente social na prática profissional, podendo o mesmo deixar 
de exercer sua função pelo prazo de trinta dias a dois anos. 
São consideradas violações graves, que podem culminar em penas mais 
severas: 
 
Art. 3º c) abster-se, no exercício da Profissão, de práticas que caracterizem a 
censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos, 
denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes 
Art. 4º a) transgredir qualquer preceito deste Código, bem como da Lei de 
Regulamentação da Profissão; b) praticar e ser conivente com condutas 
 
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antiéticas, crimes ou contravenções penais na prestação de serviços 
profissionais, com base nos princípios deste Código, mesmo que estes sejam 
praticados por outros profissionais; c) acatar determinação institucional que 
fira os princípios e diretrizes deste Código; g) substituir profissional que tenha 
sido exonerado por defender os princípios da ética profissional, enquanto 
perdurar o motivo da exoneração, demissão ou transferência; i) adulterar 
resultados e fazer declarações falaciosas sobre situações ou estudos de que 
tome conhecimento; j) assinar ou publicar em seu nome ou de outrem 
trabalhos de terceiros, mesmo que executados sob sua orientação. 
Art. 5º b) garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e 
consequências das situações apresentadas, respeitando democraticamente 
as decisões dos usuários, mesmo que sejam contrárias aos valores e às 
crenças individuais dos profissionais, resguardados os princípios deste 
Código; f) fornecer à população usuária, quando solicitado, informações 
concernentes ao trabalho desenvolvido pelo Serviço Social e as suas 
conclusões, resguardado o sigilo profissional. 
Art. 6º a) exercer sua autoridade de maneira a limitar ou cercear o direito do 
usuário de participar e decidir livremente sobre seus interesses; b) aproveitar-
se de situações
decorrentes da relação assistente social - usuário, para obter 
vantagens pessoais ou para terceiros; c) bloquear o acesso dos usuários aos 
serviços oferecidos pelas instituições, por meio de atitudes que venham coagir 
e/ou desrespeitar aqueles que buscam o atendimento de seus direitos. 
Art. 8º b) denunciar falhas nos regulamentos, normas e programas da 
instituição em que trabalha, quando os mesmos estiverem ferindo os princípios 
e diretrizes deste Código, mobilizando, inclusive, o Conselho Regional, caso 
se faça necessário; e) empregar com transparência as verbas sob a sua 
responsabilidade, de acordo com os interesses e necessidades coletivas dos 
usuários. 
Art. 9º a) emprestar seu nome e registro profissional a firmas, organizações 
ou empresas para simulação do exercício efetivo do Serviço Social; b) usar ou 
permitir o tráfico de influência para obtenção de emprego, desrespeitando 
concurso ou processos seletivos; c) utilizar recursos institucionais (pessoal 
e/ou financeiro) para fins partidários, eleitorais e clientelistas. 
Art.11 b) prevalecer-se de cargo de chefia para atos discriminatórios e de 
abuso de autoridade; c) ser conivente com falhas éticas de acordo com os 
princípios deste Código e com erros técnicos praticados por assistente social 
e qualquer outro profissional; d) prejudicar deliberadamente o trabalho e a 
reputação de outro profissional. 
Art. 13 b) denunciar, no exercício da Profissão, às entidades de organização 
da categoria, às autoridades e aos órgãos competentes, casos de violação da 
Lei e dos Direitos Humanos, quanto a: corrupção, maus-tratos, torturas, 
ausência de condições mínimas de sobrevivência, discriminação, preconceito, 
 
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abuso de autoridade individual e institucional, qualquer forma de agressão ou 
falta de respeito à integridade física, social e mental do cidadão. 
Art. 14 É vedado ao assistente social valer-se de posição ocupada na direção 
de entidade da categoria para obter vantagens pessoais, diretamente ou por 
meio de terceiros. 
Art. 16 O sigilo protegerá o usuário em tudo aquilo de que o assistente social 
tome conhecimento, como decorrência do exercício da atividade profissional. 
Art. 17 É vedado ao assistente social revelar sigilo profissional. 
Art. 18 Parágrafo único - A revelação será feita dentro do estritamente 
necessário, quer em relação ao assunto revelado, quer ao grau e número de 
pessoas que dele devam tomar conhecimento. 
Art. 19 b) comparecer perante a autoridade competente, quando intimado a 
prestar depoimento, para declarar que está obrigado a guardar sigilo 
profissional nos termos deste Código e da Legislação em vigor. 
Art. 20 a) depor como testemunha sobre situação sigilosa do usuário de que 
tenha conhecimento no exercício profissional, mesmo quando autorizado; b) 
aceitar nomeação como perito e/ou atuar em perícia quando a situação não se 
caracterizar como área de sua competência ou de sua atribuição profissional, 
ou quando infringir os dispositivos legais relacionados a impedimentos ou 
suspeição. 
 
É importante lembrar que mesmo não se referindo às penalidades mais 
graves, todos os dispositivos, quando não cumpridos, são passíveis de 
penalidades mais brandas. 
. 
É INCORRETO afirmar que: 
 
O Código de Ética Profissional resguarda o compromisso ético-político e da 
avaliação da qualidade dos seus serviços. 
O Código de Ética Profissional dispõe sobre os direitos fundamentais do 
profissional do serviço social. 
O desagravo público é permitido por ofensa que atinja a honra profissional. 
Desempenhar atividades profissionais é um direito. 
 
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É dever do assistente social denunciar atos que contrariem os postulados 
éticos. 
3.2 NORMAS GERAIS DE CONDUTA ÉTICA PARA ASSISTENTES SOCIAIS 
 
 
3.2.1 Normas do Serviço Social: relação com os usuários 
Na animação, vamos apenas sintetizar o que foi apresentado acima para 
assimilar o conteúdo, principalmente, no que corresponde ao que deve ser 
realizado pelos assistentes sociais. 
 
 
3.2.2 Normas do Serviço Social: instituições, serviços e organizações 
 
 
 Programar, administrar, executar e repassar os serviços sociais 
assegurados institucionalmente; 
 Denunciar falhas nos regulamentos, normas e programas da instituição 
em que trabalha, quando os mesmos ferirem o código de ética; 
 Contribuir para a alteração da correlação de forças institucionais, 
apoiando as legítimas demandas de interesse da população usuária; 
 Empenhar-se na viabilização dos direitos sociais dos usuários, por meio 
dos programas e políticas sociais; 
 Empregar com transparência as verbas sob a sua responsabilidade, de 
acordo com os interesses e necessidades coletivas dos usuários. 
 
 
 
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3.2.3 Normas do Serviço Social: relacionamentos entre profissionais 
 
 
FIGURA 8 
 
 
FONTE: Elaboração da autora com base no Art. 24 do Código de Ética (1993). Relacionamento 
Com Profissionais 
 
 
 
3.2.4 Normas Relativas à Profissão 
 
 
No Brasil, como podemos observar, as normas regulatórias da profissão 
do assistente social são condensadas pela Lei 8.662/1993, que regulamenta a 
profissão, e pela Resolução nº 273/1993, que institui o Código de Ética 
Profissional do Assistente Social. 
Estas normas legais não podem deixar de ser objeto de estudo 
aprofundado por qualquer assistente social e deve-se registrar, também, que 
nenhuma outra lei é maior no nosso país. 
 
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Contudo, existe um documento importante e pouco discutido pelos 
profissionais que se trata da Declaração Internacional dos Princípios Éticos no 
Serviço Social que veremos brevemente a seguir. 
Também devemos levar em consideração documentos aprovados pelo 
próprio Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), muitos contaram com a 
participação de membros do CFESS em sua elaboração, que contribuem para 
pensarmos a prática profissional dos assistentes sociais. 
São orientações técnicas e outras publicações que ajudam a pensar 
sobre o papel do assistente social e de outros profissionais que trabalham em 
serviços da Assistência Social, enquanto política social, e que podem contribuir 
para a prática profissional com populações específicas. Apresento abaixo alguns 
exemplos: 
 
 Caderno de Orientações sobre o Índice de Gestão Descentralizada do 
Sistema Único de Assistência Social – IGDSUAS. 
 Caderno SUAS Volume II – Financiamento da Assistência Social no 
Brasil. 
 Cartilha BPC – Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social. 
 Centro de Referência de Assistência Social (Cras) – Orientações Técnicas 
Estatuto do Idoso. 
 Inclusão das Pessoas em Situação de Rua no Cadastro Único para 
Programas Sociais do Governo Federal. 
 Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS Anotada. 
 Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Suas – NOB-
RH/SUAS. 
 O CRAS que temos, o CRAS que queremos – Volume 1. 
 Orientações para Conselhos da Área de Assistência Social – Tribunal de 
Contas da União (TCU). 
 Orientações Técnicas Gestão do Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil no SUAS. 
 Orientações Técnicas sobre o Serviço de Convivência e Fortalecimento 
de Vínculos para Crianças e Adolescentes de 6 a 15 anos. 
 
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 Orientações Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social - 
CRAS. 
 Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência 
Social - CREAS. 
 Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado para 
População em Situação de Rua. 
 Orientações Técnicas: Serviços de Acolhimento para Crianças e 
Adolescentes. 
 Perguntas e Respostas: Centro de Referência Especializado de 
Assistência Social - CREAS. 
 Perguntas e Respostas: Centro de Referência Especializado para 
População em Situação de Rua (Centro POP). 
 Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária – PNCFC. 
 Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças 
e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária. 
 Política Nacional de Assistência Social. 
 Política Nacional do Idoso. 
 Políticas Sociais para o Desenvolvimento - Superar a Pobreza e Promover 
Inclusão. 
 Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Transferências 
de Renda no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. 
 Sistema único de Assistência Social (SUAS): Manual Informativo para 
jornalistas, gestores e técnicos. 
 Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais. 
 
Todas as publicações acima estão disponíveis no site do Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) 
(http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/secretaria-nacional-de-assistencia-
social-snas/livros). 
O próprio CFESS disponibiliza em seu site publicações que também 
servem para o mesmo fim, com a vantagem de que ele amplia as áreas de 
atuação do serviço social que não seja apenas a Política de Assistência Social 
 
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(http://www.cfess.org.br/publicacoes_livros.php). Abaixo constam alguns 
exemplos das publicações: 
 
 Atribuições Privativas do/a Assistente Social em Questão. 
 2º Seminário Nacional de Serviço Social no Campo Sociojurídico. 
 Instrumentos para a fiscalização do exercício profissional do/a Assistente 
Social. 
 Subsídios para o debate sobre Serviço Social na Educação. 
 Serviço Social na Educação. 
 Legislação e Resoluções sobre o Trabalho do/a Assistente Social. 
 Seminário Nacional: O Trabalho do/a Assistente Social no SUAS. 
 Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de 
Assistência Social. 
 Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Saúde. 
 
Bom, agora que ampliamos as nossas possibilidades de leitura e estudo 
vamos seguir no nosso conteúdo e tratarmos da Declaração Internacional dos 
Princípios Éticos no Serviço Social para finalizar este Módulo. 
 
 
3.3 DECLARAÇÃO INTERNACIONAL DOS PRINCÍPIOS ÉTICOS NO 
SERVIÇO SOCIAL 
 
Antes de conhecermos as especificidades desta Declaração, vamos 
conhecer sobre o que ela trata? 
A partir de uma reunião internacional realizada em 1994, no Sri Lanka, 
a Federação Internacional dos Assistentes Sociais, a partir das discussões sobre 
as áreas de atuação do assistente social, elaborou a Declaração Internacional 
dos Princípios Éticos do Serviço Social e as Normas Éticas Internacionais para 
Assistentes Sociais (FRANÇA, 2008) com o objetivo de formular um conjunto de 
princípios básicos de Serviço Social, identificar problemas éticos na prática do 
 
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Serviço Social e elaborar um guia metodológico para lidar com questões éticas 
e problemas éticos (FIAS, s/d). 
Apesar dos dois documentos (Declaração e Normas Éticas) estarem 
apresentados no mesmo documento, aqui será apresentada apenas a 
Declaração. Contudo, a íntegra dos dois documentos encontram-se no Anexo II. 
 
 
3.3.1 Princípios 
 
Os princípios internacionais que regem a prática dos assistentes 
sociais não são poucos. Contudo, não é possível apresentar um resumo, já que 
ele engloba de forma precisa as ponderações da FIAS. 
 
 Cada ser humano tem um valor único em si mesmo o que justifica o respeito 
moral por esta Pessoa. 
 Cada indivíduo tem direito à sua autodeterminação, até ao limite em que 
isso não desrespeite os iguais direitos dos outros e tem a obrigação de 
contribuir para o bem-estar da sociedade. 
 Cada sociedade, seja qual for a sua estrutura, deverá proporcionar o 
máximo de condições favoráveis de vida aos seus membros; 
 Os assistentes sociais têm um compromisso com os princípios de Justiça 
Social. 
 Os assistentes sociais devem colocar os seus objetivos, conhecimentos e 
experiência ao serviço dos indivíduos, dos grupos, das comunidades e da 
sociedade, apoiando-os no seu desenvolvimento e na resolução dos seus 
conflitos individuais ou coletivos e nas consequências que dai advém. 
 Espera-se que os assistentes sociais providenciem o melhor apoio possível 
a toda e qualquer pessoa que procure a sua ajuda e conselho, sem 
discriminação com base na deficiência, cor, raça, classe social, religião, 
língua, convicções políticas ou opções sexuais. 
 Os assistentes sociais respeitam os Direitos Humanos básicos, de 
indivíduos e grupos, consignados na Declaração Universal dos Direitos 
 
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Humanos das Nações Unidas e em outras convenções internacionais 
derivadas daquela Declaração. 
 Os assistentes sociais salvaguardam os princípios de privacidade, 
confidencialidade e uso responsável da informação no seu trabalho 
profissional. Deverão ainda respeitar a confidencialidade mesmo quando a 
legislação do seu país é contrária a esta exigência. 
 Espera-se dos assistentes sociais um trabalho de estreita colaboração com 
os seus usuários, na defesa do seu próprio interesse e no interesse dos 
outros com ele envolvidos. Os usuários são encorajados a participar e 
devem ser informados dos riscos e benefícios prováveis no decurso do 
processo. 
 Os assistentes sociais, geralmente, esperam que os usuários assumam em 
colaboração com eles a responsabilidade de decidir a orientação a dar aos 
seus problemas que afetam as suas vidas. A pressão que venha a ser 
necessária exercer para resolver os problemas de uma parte à custa dos 
interesses das outras partes envolvidas, só deveria acontecer depois de 
uma aprofundada avaliação das reclamações das partes em conflito. Os 
assistentes sociais devem evitar o recurso à coação jurídica. 
 O Serviço Social é incompatível com o apoio direto ou indireto a grupos de 
indivíduos, forças políticas ou sistemas de poder que dominem os Seres 
Humanos, pelo uso da força, tais como: a tortura ou meios violentos. 
 Os assistentes sociais tomam decisões e eticamente justificadas apoiando-
se na “Declaração Internacional dos Princípios Éticos” e nas “Normas 
Éticas Internacionais para os Assistentes Sociais”, adaptadas pela sua 
Associação Profissional Nacional. 
 
É correto afirmar que: 
A participação da população é responsabilidade dele mesmo. 
O assistente social deve
denunciar falhas nos regulamentos e normas da 
instituição em que trabalha. 
 
 
 
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Não cabe ao assistente social incentivar subordinados ao estudo e à pesquisa. 
Existem apenas princípios ético-políticos nacionais. 
Os assistentes sociais não devem considerar a Declaração Internacional dos 
Princípios Éticos. 
 
 
3.3.2 Áreas Problemas e Zonas de Conflito 
 
 
Como apresenta a própria Declaração Internacional, esse tópico 
pondera questões reconhecidas universalmente, mesmo com tantas diferenças 
sociais, culturais e políticas, e que requer uma atenção especial do Serviço 
Social. As áreas problemas e zonas de conflito são divididas em três eixos. 
O primeiro trata do confronto da lealdade do assistente social com 
interesses contraditórios como, por exemplo, seus interesses com os dos 
usuários dos serviços ou do interesse de grupos de usuários com os demais 
membros da população ou, ainda, os interesses da instituição em que o 
assistente social trabalha e ele mesmo. 
O segundo eixo consiste no papel paralelo do assistente social quando 
este exerce a função de apoio e de controle. A Declaração Internacional coloca 
que: 
 
[...] quando se espera que os assistentes sociais desempenhem um 
papel no controle dos cidadãos, eles são obrigados a clarificar as 
implicações éticas desta função e em que medida este papel é 
aceitável relativamente aos “Princípios Básicos Éticos do Serviço 
Social” (p. 3). 
 
O último eixo trata do dever do assistente social em proteger os 
interesses dos usuários que entram em conflito com exigências relacionadas à 
eficiência e rentabilidade do trabalho, tirando o foco da demanda trazida pelo 
mesmo. 
Tais eixos devem ser considerados em nossas discussões, porém, 
devem ser tratados com uma relevância coerente da nossa sociedade. 
 
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3.3.3 Metodologia para a resolução de situações e problemas 
 
 
Dentre as metodologias apontadas pela Declaração Internacional para 
resolver problemas e outras situações, é proposto acionar as diferentes 
Associações Nacionais de Assistentes Sociais que têm como função cuidar de 
assuntos referentes a problemas éticos. 
No Brasil, temos a Federação Nacional dos Assistentes Sociais (FNAS) 
que tem como função viabilizar a reorganização política sindical dos assistentes 
sociais (FNAS, 2012). A Federação Nacional mantém articulação direta com a 
Mesa Nacional de Negociação do Sistema Único de Saúde (SUS), com o 
Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e o Conselho Nacional de 
Saúde (CNS). 
Além disso, temos o Conselho Federal de Serviço Social e os conselhos 
regionais de Serviço Social e devemos, somados a isso, considerar a rede mais 
próxima como apoio: coordenadores técnicos, chefes de departamento e 
supervisores cujos profissionais são da assistência social para discutir 
problemas e buscar a melhor resolução. 
E assim chegamos ao final de mais um módulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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MÓDULO III 
 
 
4 ÉTICA, SERVIÇO SOCIAL E ÁREAS DE ATUAÇÃO 
 
A ética profissional envolve a área do serviço social como um todo. Não 
existe uma atividade que não esteja regulada pelo código de ética. Sendo, assim 
é importante pensar a ética em situações distintas. Isso porque em alguns 
momentos não conseguimos vislumbrar a amplitude dessa profissão, outras 
porque desconhecemos certos temas tratados em alguns serviços e que podem 
nos mobilizar (em um sentido negativo) ou paralisar quando nos deparamos com 
elas. 
O que foi exposto acima pode parecer bobagem. Mas será? Será que 
estamos preparados para tudo? Será que estamos blindados emocionalmente 
diante da realidade que podemos encontrar? 
Os questionamentos não cessam por aí. Como ficam os usuários dos 
serviços quando não conseguimos lidar com certas situações? Será que isso 
facilita condutas antiéticas? Será que conseguimos identificar que nossos 
comportamentos não estão seguindo as normas éticas profissionais? 
Talvez seja muito difícil responder a essas questões porque em vários 
casos só conseguimos fazer uma avaliação segura quando já estamos na 
prática. Mas nem sempre ser assistente social requer um contato direto com um 
indivíduo ou uma família ou um grupo de 
adultos/crianças/adolescentes/mulheres. 
Antes de discutirmos algumas áreas específicas, vamos conhecer quais 
as áreas de atuação do assistente social. 
De acordo com a Comissão de Orientação e Fiscalização Profissional do 
CFESS – COFI/CFESS (2013), é área de atuação de o assistente social 
desenvolver ou propor políticas públicas que possibilitem o acesso dos 
diferentes segmentos da população aos serviços e benefícios sociais fazendo 
 
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valer seu direito à Seguridade Social como consta no Art. 194 da Constituição 
Federal do Brasil (BRASIL, 1988), que a define como sendo “um conjunto 
integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, 
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à 
assistência social”. 
Além disso, o COFI/CFESS (2013) delimita algumas problemáticas de 
que se ocupam os assistentes sociais: 
 
 FIGURA 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a) Crianças: em situação de rua, trabalho infantil, com dificuldades familiares ou 
escolares, fora da escola, em risco social, com deficiências, sem família, 
usuárias de drogas, internadas, doentes e outras situações. 
b) Adultos: desempregados, usuários de drogas, em conflito familiar ou conjugal, 
aprisionados, em conflito nas relações de trabalho, hospitalizados, doentes, 
organizados em grupos de interesses políticos em defesa de direitos, portadores 
de deficiências e outras situações. 
c) Idosos: asilados, isolados, organizados em centros de convivência, 
hospitalizados, doentes e outras situações. 
 
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d) Minorias étnicas e demais expressões da questão social. 
 
Em um formato mais agregado, a Universidade Federal de Santa Maria 
– UFSM (2013) apresenta as áreas de atuação do assistente social a partir de 
quatro blocos: 
 Entidades Públicas: hospitais, albergues, abrigos, presídios, 
prefeituras, judiciário, escolas e outras. 
 Entidades Privadas: empresas industriais, comerciais e de serviços. 
 Entidades Socioassistenciais: Organizações Não Governamentais 
(ONGs), associações de moradores. 
 Outras áreas: instituições de ensino, pesquisa, assessoria e 
consultoria em Serviço Social. 
 
O Blog de Serviço Social (2013) apresenta as áreas de atuação de forma 
mais minuciosa e acrescenta algumas às já mencionadas anteriormente que 
passam despercebidas quando tentamos definir este item. Vejamos a tabela 
abaixo: 
 
TABELA 5 
MEIO AMBIENTE 
Sua intervenção está relacionada a novas situações geradas 
pelo confronto que passa a existir entre a população e pelos 
efeitos causados pelos empreendimentos. Um exemplo é a 
construção de usinas hidrelétricas onde o papel do assistente 
social é aumentar as ações

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