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16 PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NA PRÁTICA DE EDUCAÇÃO EM SALA DE AULA FARIA, Jaqueline Muller ¹ RU 925222 ????????????? RESUMO Este artigo tem como objetivo discutir o tema “analisar a inclusão de portadores de necessidades especiais baseado na sua melhor integração”. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica baseada em documentos já editados sobre o assunto, fundamentando-se nos seguintes autores: Baptista (2006), Buccio (2008), Edler (2004), Ferreira (2004), Freire (1992), Mineto (2008), Pan (2008), Roth (2008), Stainback (1994), Werneck (1993) e a legislação vigente sobre o tema. A prática inclusiva desenvolvida pelas escolas é o possível caminho para uma inclusão com sucesso, através do ensino de qualidade, respeitando as diferenças. A escola inclusiva vai além dessa aprendizagem e se propõe a formar pessoas e a desenvolver integralmente cada aluno, valorizando as suas experiências de vida, o que eles trazem de casa para a escola. Sabe-se que o aluno portador de necessidades especiais necessita de um espaço físico, de um currículo e uma prática pedagógica adaptada que o estimule a atingir seu potencial e que o desafie constantemente. A escola e o envolvimento da família no processo de inclusão, possuem participação decisiva e indispensável para que o aluno com necessidades especiais possa construir o seu "eu" pessoal e participar da sociedade. Por fim observa-se que os resultados mais expressivos alcançados neste estudo abordando a educação inclusiva são de que a prática desenvolvida pelo professor poderá transformar a organização das formas de trabalho, a partir de idéias criativas demonstradas no dia a dia escolar. Palavras-chave: Escola. Prática. Inclusão. 1 INTRODUÇÂO Este artigo possui o objetivo de analisar a inclusão de portadores de necessidades especiais baseado na sua melhor integração. Apresenta como problema de pesquisa a questão sobre “Como todos portadores de necessidades especiais poderão ter uma inclusão que possa acomodá- los dentro de uma pedagogia centrada, capaz de satisfazer tais necessidades?” A metodologia empregada foi a pesquisa bibliográfica. A escolha do tema “Portadores de necessidades especiais na prática da 16 educação em sala de aula” justifica-se devido ao fato de que a inclusão vem sendo atualmente muito discutida no setor público e nas organizações em geral, conforme pode ser constatado pelo grande número de publicações de artigos científicos acerca do assunto. Essa é comum nas organizações que se preocupam em contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Dessa forma, a pesquisa visa colaborar para que os professores das mais diversas áreas possam refletir a melhor maneira de se fazer a inclusão de maneira efetiva. O objetivo da inclusão é não excluir ninguém do sistema escolar, que deverá adequar-se às peculiaridades de todos os alunos. Promover esta mudança significa mudar o paradigma quanto ao preconceito e tornar-se mais aberto às necessidades, abrir caminhos e exercitar a humildade e a generosidade como ser humano, aprender com os erros e acreditar que tudo pode melhorar se unir coragem e amor. O direito às diferenças na escola, tem em vista que o aluno portador de necessidades especiais necessita de um espaço físico, de um currículo e uma prática pedagógica adaptadas que o estimule a atingir seu potencial e que o desafie constantemente e ainda aborda questões sobre o cotidiano da sala de aula e da escola e o envolvimento da família no processo de inclusão. Da mesma maneira, a noção de que a escola precisa estar aberta à possibilidade de atender a todos os membros da sociedade é nova na história da humanidade. Logo a inclusão de crianças com características diversas, que antes não estavam na escola regular, vem impondo aos professores novas questões até agora pouco discutidas. Entre elas, a necessidade de repensar as concepções de escola homogenizadora, suas práticas de ensino, suas formas de avaliação. A idéia de escola homogenizadora tem enfrentado um forte questionamento a partir das discussões sobre os processos de inclusão e da ideia de uma escola para todos. Consequentemente precisa-se estar habilitado a trabalhar com outros objetivos para atingir a todos, e não só aqueles que são mais rápidos e que poderiam aprender mesmo sem o professor. Espera-se que este trabalho ofereça subsídios aos professores atentos à necessidade de transformar a escola seletiva em uma escola que acolha a todos. Juntas escola, família e sociedade podem eliminar o atendimento segregado, transformando o desempenho profissional em competências e habilidades 16 para a vida e isto não é uma oferta do que se pode oferecer, mas sim uma conquista. 2 A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA EDUCATIVA NA INCLUSÃO 2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Atualmente, no país, muitos indivíduos com alguma espécie de deficiência estão sendo segregados nas sociedades em que convivem ou são eliminados do mercado de trabalho. O processo de exclusão social de indivíduos com deficiência ou necessidade especial é tão arcaico quanto à sociabilização do homem. Para os educandos especiais a inclusão é de suma importância, pois o mesmo se sente fazendo parte do todo, e consequentemente sua alta estima é estimulada, gerando bem estar, fazendo com isso que ele se sinta apto a aprender. O papel do professor é fundamental, pois sua atitude com os alunos pode induzir de modo fundamental na elaboração da autoimagem, colaborando para aperfeiçoar sua autoestima. Salienta-se que a concepção básica da sociedade inclusiva é o de que todos os indivíduos portadores de deficiência devem ter suas necessidades especiais supridas. É no atendimento das diferenças que se constitui a democracia. Com a meta da universalização do ensino, a escola se depara com novos conceitos com isso é preciso repensar a prática educativa, pois se percebe que entre as coisas que se faz na escola, certas são bem realizadas, outras coisas razoavelmente e algumas com certeza podem ser aprimoradas construindo e melhorando as habilidades, junto com as experiências que já possuem, com o objetivo de alcançar todas as crianças e suas necessidades de aprendizagem com práticas pedagógicas ensinado de forma inclusiva. É notável que o planejamento escolar da prática pedagógica não condiz com a experiência do aluno e da realidade social estabelecendo conhecimentos e valores que precisam ser repensados. A prática educativa deve ser entendida como reflexiva, pois a mesma pode ser interpretada como consequência de adequação, as oportunidades verdadeiras do meio em que se ocorrem fundamentadas na colaboração mútua entre os alunos e na 16 elaboração do saber pessoal dentro de suas habilidades. A partir das dificuldades, como inadequação dos currículos, conteúdos, avaliação e planejamentos, necessidades de adequações arquitetônicas, e discriminação aos alunos com necessidades especiais, começam as discussões sobre a escola, sua organização, sua estrutura, seu currículo e consequentemente sobre a prática educativa, onde se reconhece que a escola encontra-se vazia e que a formação profissional encontra-se enfraquecida devido as concepções tradicionais. Essa formação profissional fundamenta-se na consideração analítica e na pesquisa ação, isto mediante aos problemas práticos com que se defrontam a fim de decidir e planejar a ação como um trabalho educativo para o sucesso da educação de todos, com autonomia e iniciativa. A gestão da escola deve contribuir com a proposta de educação inclusiva. Favorecer a aprendizagem a todos os alunos é um constante desafio para o professor, frente as dificuldades queencontra e do seu despreparo para lidar com as diferentes particularidades. Assim, “[...] vivemos um momento na educação em que coexiste a incapacidade da escola para ensinar todos os seus alunos e a presença de fato de alunos com deficiência, que são estranhos para ela” (FERREIRA, 2004, p. 37). Somente a partir de uma profunda revisão e reflexão da prática pedagogia docente e da elaboração de um Projeto Político Pedagógico que vise as necessidades locais adequado com a responsabilidade de colaborar para a elaboração do processo de compreensão, construção da cidadania concebida como prática total e democrática de seus direitos e deveres é que será possível vencer os preconceitos que geram a inclusão. Essas ideias chamam atenção para a diversidade na elaboração do processo educacional inclusivo, pois, como salienta Baptista: [...] a ocorrência de ações exitosas nos processos educacionais inclusivos depende, em grande medida, da mudança de atitude e da concepção em relação ao atendimento educacional dos alunos com necessidades educacionais especiais (BAPTISTA, 2006, p. 171). A formação continuada de professores inclusivos, através dos cursos de extensão ou aperfeiçoamento e especialização, é uma maneira de aprimorar conhecimentos e de atualizar as práticas. Entende-se que a escola precisa adequar-se as mudanças adaptando métodos 16 de ensino necessários, baseados na cooperação mútua entre alunos e na construção de conhecimentos individuais dentro de suas potencialidades. Como afirma Paulo Freire: Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura que não tem medo do risco por isso recusa o imobilismo. A escola em que se pensa, em que se atua, em que se fala, em que se ama, se adivinha, à escola que apaixonadamente diz sim à vida (FREIRE, 1992, p. 67) O termo Educação Inclusiva como o processo através do qual a escola deve adequar-se, modifica-se para poder incluir em suas turmas crianças e jovens com necessidades educativas especiais que se encontram na procura de seu total desenvolvimento e prática da cidadania. É indispensável entender o cenário em que vivemos e sua diversidade antes de qualquer percepção de oposição ou resistência em relação a postura da legislação educacional brasileira, onde as diferenças não são imperfeições e não necessita ser separada para obter tratamento especializado, mas requer da escola concepções educativas de peculiaridades pedagógicas e com melhor condição de ensino. A Educação Inclusiva se caracteriza como uma política de justiça social que atinge alunos com necessidades educativas especiais tornando-se o conceito mais amplo que é o da Declaração de Salamanca: O princípio fundamental desta linha de ação é de que as escolas devem acolher todas as crianças, independente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Devem acolher crianças com deficiência e crianças bem dotadas, crianças que vivem nas ruas e que trabalham, crianças de população distantes ou nômades, crianças de minoria lingüísticas étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou marginalizadas (BRASIL, 1994, p. 17.18) A Declaração de Salamanca ainda menciona que todas as crianças devem aprender juntamente, imparcialmente de qualquer deficiência ou diversidade que possam apresentar. Ainda alterou o papel da educação especial no sentido de torná-la transversal ao sistema, vigente em todas as camadas, período e modalidades da educação, independentemente das circunstâncias físicas, cognitivas, sociais, sentimentais ou linguísticas dos alunos. A Declaração de Salamanca sobre Princípios, Política e Prática em Educação Especial (1994) enfatiza que: 16 Toda criança tem direito à Educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem. Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas. Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades. Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos. Além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional (BRASIL, 1994, p. 20). As novas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, de 2001, orientam e normalizam a inclusão na educação básica, pois confirmam o direito de todos à educação, também das crianças e dos jovens que não se estão no sistema de ensino em razão de suas necessidades educacionais especiais, que os diferencia da maioria dos alunos. “Estas políticas estabelecem que sejam asseguradas ‘a igualdade de oportunidades’ e a ‘valorização da diversidade’, do mesmo modo em que tendem a neutralizar as diferenças, afirmando que ser ‘diferente é normal’” (PAN, 2008, p. 93). A história da educação especial lembra a história da deficiência como maneira de se entender o motivo de porque os indivíduos com necessidades especiais foram isolados do relacionamento social. A trajetória das pessoas com deficiência é marcada pela restrição, visto que elas não foram julgadas participantes da sociedade, sendo desassistidas. As pessoas com necessidades especiais foram excluídas da sociedade seja por meio da perpetuação de condições sociais desfavoráveis, ou pelo desprestígio da conjunção humana consequentes da ausência de certo membro ou sentido ou pela própria concepção que se faz desses indivíduos num cenário sociocultural. As políticas públicas têm discutido a inclusão dessas pessoas não só na escola, mas também em toda a sociedade. Fala-se muito, hoje, da exclusão social embora, historicamente para muitos, a condição de exílio, de separação, de ficar à parte, segregados e experimentando sentimentos de rejeição, tenha sido uma característica de suas vidas. [...] Acredito que a questão da exclusão social tem ocupado, atualmente, importante espaço nas reflexões de todos nós, particularmente porque os autores que escrevem sobre a dinâmica das sociedades têm denunciado as desigualdades sociais e as práticas excludentes, defendendo 16 as ideias democráticas calcadas nos direitos humanos, em especial no da igualdade de oportunidades, para todos (EDLER, 2004, p. 46 e 47). Até o século XVIII, os conceitos a respeito da deficiência eram principalmente relacionados ao misticidade e ao oculticidade. No Brasil, segundo Buccio (2008) durante as primeiras décadas do século XX, o atendimento as pessoas com deficiências eram feitos em instituições: [...] sob influência médico-pedagógica, e totalmente subordinados ao aspecto médico tanto na avaliação quanto nos encaminhamentos pedagógicos. A institucionalização acaba sendo como conseqüência a segregação das pessoas com necessidades especiais (BUCCIO, 2008, p. 37). Após a Segunda Guerra Mundial, em decorrência do grande número de mutilados, a sociedade tem a necessidade de integração, sendo que no final do século XX, resultaram em políticas públicas visando a inclusão. Durante anos, o que havia de escolaridade de alunos com necessidades educativas especiais era muito singular, os alunos, por exemplo, cegos e surdos eram enviados para uma escola especializada e nenhuma vergonha social era originada se por ventura determinada família buscasse uma escola de ensino regular para inscrever seu filhocego ou surdo. Quanto a deficiência mental os alunos até poderiam ser matriculados em uma escola publica, mas professores não estimulavam suas capacidades e potencialidades, pois acreditavam que os mesmos não eram capazes de aprender como os demais. Outra circunstância corriqueira era de serem matriculados em APAES ou lugares semelhantes, sendo que a escolaridade era tratada de maneira secundária. Somente após a promulgação da Lei 9394/96 é que as instituições como a APAE se importaram em alterar suas normas e práticas institucionais com o objetivo de se adaptarem à nova legislação. O direito de todos à educação está estabelecido pela Constituição de 1988 e na Lei nº 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), sendo um dever do Estado e da família promovê-la. As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, no seu artigo 2º orienta os sistemas para a prática da inclusão: Os sistemas de ensino devem matricular a todos os alunos, cabendo às escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando às condições necessárias para uma 16 educação de qualidade para todos (BRASIL, 1996, Art. 2º). A educação inclusiva é muito importante, pois propicia a todos uma educação de qualidade, visando o total desenvolvimento do indivíduo e sua habilitação para a prática responsável da cidadania como trata a Constituição Federal no art. 205, ao afirmar que somos todos iguais diante da lei, imparcialmente de etnia, cor, sexo, idade, deficiência ou inexistência dela. Em seu artigo 208, Inciso III, determina que "o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino". A finalidade da educação é o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho. Isso significa que o objetivo da escola, tal como definido em lei, é, justamente, promover o pleno desenvolvimento do educando, preparando-o para a cidadania e qualificando-o para o trabalho (BUCCIO, 2008, p. 77). O trabalho desenvolvido pela educação inclusiva diariamente na escola atribui a diferença como elemento de progresso do processo educacional. A resolução CNE/CEB nº 02/2001 (MEC/SEESP, 2004) determina: Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos cabendo as escolas se organizarem para o atendimento aos educadores com necessidades educacionais especiais, assegurando às condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. Assim, a escola deve atender às necessidades de aprendizagem de todas as crianças, jovens e adultos, que estão excluídos do direito à educação e que estão fora da escola ou enfrentam problemas para a participação ativa no processo de aprendizagem. Segundo Pan (2008): As escolas inclusivas devem reconhecer as diversas dificuldades de seus alunos e responder a elas, acomodando tantos estilos como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, uso de parcerias com a comunidade. Dentro das escolas inclusivas, as crianças com necessidades educacionais especiais devem receber qualquer apoio extra de que possam precisar, para que se lhes assegure uma educação efetiva (PAN, 2008, p. 92). O que se pode concluir desse aspecto é que a nova LDB trouxe aos 16 educadores a evidência da fragilidade da formação quanto a docência de grupos tão diversificados, trata-se de uma diversidade onde a proposta inclusiva e integradora estimule a ação pedagógica centrada na aprendizagem com mudanças de atitude dos profissionais e da comunidade escolar. Quando uma criança nasce com uma deficiência começa para ela e sua família uma trajetória de grandes dificuldades, pois o aluno com necessidades educativas especiais tem que enfrentar no seu cotidiano, o mundo físico e as outras pessoas. Claudia Werneck (1993), no seu livro “muito prazer eu existo” refere-se ao comportamento dos pais, suas surpresas e decepções quanto ao nascimento do filho com necessidades educativas especiais e dúvidas com relação à sua vida, pois se percebe que não é somente a deficiência que torna árdua essa essência, mas os atos dos indivíduos e da sociedade frente a sua situação. “A maior limitação para que se tornem adultos integrados, produtivos, felizes e independentes não é imposta pela genética, mas sim pela sociedade” (WERNECK, 1993, p. 15). Já não existem dúvidas que a Educação Inclusiva favorece a um melhor desenvolvimento físico e intelectual dos alunos, favorecendo também os outros que aprendem juntos, adquirindo práticas de consideração e entendimento das diversidades, e também de obter uma metodologia de ensino exclusivo e possuírem maiores recursos tendo a escola como espaço inclusivo ultrapassando os obstáculos para a aprendizagem. A inclusão fará a equipe escolar proporcionar modificações no modo de entender a própria escola e toda a prática pedagógica. Isso implicará na melhoria do ensino para todos, especiais ou não. Quando as escolas incluem todos os alunos, a igualdade é respeitada e promovida como um valor na sociedade, com os resultados visíveis da paz social e da cooperação. [...] Quando as escolas são excludentes, o preconceito fica inserido na consciência de muitos alunos quando eles se tornam adultos, o que resulta em maior conflito social e em uma competição desumana (STAINBACK, 1999, p. 27). Aos poucos está evoluindo a aceitação da diversidade humana, os portadores de necessidades educativas especiais começam a acreditar mais em si mesmos, nas suas potencialidades e no direito as diferenças. Porém, o além considerar as diversidades, é essencial buscar as afinidades e as semelhanças entre valores, perspectivas, aspirações, predileções e princípios tão simples entre os indivíduos. 16 A partir da conscientização escolar busca-se a possibilidade de se conseguir progresso significativo, com uma reconstrução do sistema de ensino, com o objetivo de fazer com que a escola seja receptiva as diversidades e eficiente para tratar com todos os alunos, sem discriminações, com técnicas dinâmicas, adaptações ao projeto pedagógico, e uma nova postura e elaboração de uma ideologia educativa para todos. De acordo com as políticas da educação inclusiva, a “educação para todos”, preferencialmente na rede regular de ensino, requer mudanças na prática de ensino. A idéia da prática inclusiva representa uma boa prática para todos os alunos, requerendo diferenciação do trabalho de sala de aula dentro do programa curricular comum e respondendo às necessidades de todos os alunos. A nova LDBEN 9394/96 define educação especial como “modalidade de educação escolar que deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com necessidades educacionais especiais” (BRASIL, Art. 58), prevê ainda: [...] currículos, métodos e técnicas, recursos educativos e organização específicos para o atendimento adequado de necessidades educacionais especiais (Art. 59, I) e professores de ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns (BRASIL, Art. 59, III). Partindo dos pressupostos legais da educação inclusiva cabe às escola se organizar para atender os educandos com necessidades educacionais especiais, garantindo-lhes as circunstâncias indispensáveis para uma educação de qualidade para todos. Desta maneira o Projeto Político-pedagógico da escola deve comprometer-se com a educação de qualidade para todos os alunos, determinando em seucurrículo alternativas por práticas diferenciadas e inclusivas. De acordo com Pan (2008) isso necessita: Uma reflexão sobre a organização curricular que abrange até mesmo o tipo de agrupamento, o número de alunos de uma sala de aula que tem alunos com necessidades educacionais especiais, em particular com deficiência intelectual, e o número máximo de alunos com problemas semelhantes por turma. Quanto aos objetivos educacionais, orienta-se que sejam traçados de forma que se tornem viáveis e significativos, visando permitir a esses alunos desfrutar um ambiente inclusivo de convivência com seus pares. No que se refere às metodologias e à organização didática das aulas, podem contemplar trabalhos em grupo que despertem valores de cooperação e respeito e que possibilitem diversificadas de cooperação e respeito e que possibilitem 16 diversificadas formas de expressão, e não apenas a expressão oral e escrita (PAN, 2008, p. 34). Em relação aos conteúdos devem ser oferecidas diversas oportunidades para que a criança com diferenças em seus níveis de abstração de pensamento possa aprender. As mudanças necessárias devem ser planejadas com a participação de toda a equipe da escola, sem prejuízo para o aluno, partindo da avaliação do mesmo e da apreciação do cenário familiar e escolar. Desta forma a escolha de procedimentos pedagógicos adequados deve considerar as técnicas específicas de aprendizagem de uma criança, em um ambiente de grupo. Assim, as diferenças individuais podem proporcionar a participação e o progresso de todas as crianças em relação ao currículo. O currículo é a chave do cotidiano escolar, mudar a escola é mudar a visão sobre o que nela se aprende, é a criação de um currículo que reflita o meio social. É necessário que as adaptações curriculares atendam às especificidades de aprendizagem dos alunos, partindo da natureza de suas necessidades, examinando tanto os seus problemas quanto as suas capacidades relacionando-as com o contexto escolar. Para Roth (2008) o acolhimento às diferenças em particular irá requerer do professor: [...] maior esforço e ajustamento das rotinas, nesse contexto, faz-se necessária a flexibilização curricular para modificação dos sistemas de avaliação, planos educacionais e atividades diárias, observando as pistas durante o processo de aprendizagem (ROTH, 2008, p. 18). Estas adaptações realizam-se de acordo com as necessidades do aluno, pois sempre é possível transformar a organização das formas de trabalho a partir de idéias criativas e demonstrativas na prática escolar diária. As adaptações curriculares acontecem em três graus, conforme as indicações do MEC/SEESP/SEB: Adaptações no nível do projeto pedagógico que devem focalizar, principalmente, a reorganização do currículo escolar a atendimentos de apoio e proporcionar em sala de aula e individualmente. * Adaptações relativas ao currículo da classe, que dizem respeito à elaboração de exercícios desenvolvidos na sala de aula. * Adaptações individuais que visam o desempenho do professor na * 16 avaliação e no atendimento a cada aluno (MEC/SEESP/SEB, 1998, p. 15).
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