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TCC Final (2)

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16
 
PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NA PRÁTICA DE EDUCAÇÃO 
EM SALA DE AULA
 
FARIA, Jaqueline Muller ¹
RU 925222
????????????? 
 
 
RESUMO
 
Este artigo tem como objetivo discutir o tema “analisar a inclusão de portadores de 
necessidades especiais baseado na sua melhor integração”. A metodologia utilizada 
foi pesquisa bibliográfica baseada em documentos já editados sobre o assunto, 
fundamentando-se nos seguintes autores: Baptista (2006), Buccio (2008), Edler 
(2004), Ferreira (2004), Freire (1992), Mineto (2008), Pan (2008), Roth (2008), 
Stainback (1994), Werneck (1993) e a legislação vigente sobre o tema. A prática 
inclusiva desenvolvida pelas escolas é o possível caminho para uma inclusão com 
sucesso, através do ensino de qualidade, respeitando as diferenças. A escola inclusiva 
vai além dessa aprendizagem e se propõe a formar pessoas e a desenvolver 
integralmente cada aluno, valorizando as suas experiências de vida, o que eles trazem 
de casa para a escola. Sabe-se que o aluno portador de necessidades especiais 
necessita de um espaço físico, de um currículo e uma prática pedagógica adaptada 
que o estimule a atingir seu potencial e que o desafie constantemente. A escola e o 
envolvimento da família no processo de inclusão, possuem participação decisiva e 
indispensável para que o aluno com necessidades especiais possa construir o seu 
"eu" pessoal e participar da sociedade. Por fim observa-se que os resultados mais 
expressivos alcançados neste estudo abordando a educação inclusiva são de que a 
prática desenvolvida pelo professor poderá transformar a organização das formas de 
trabalho, a partir de idéias criativas demonstradas no dia a dia escolar.
 
Palavras-chave: Escola. Prática. Inclusão.
 
1 INTRODUÇÂO
 
 Este artigo possui o objetivo de analisar a inclusão de portadores de 
necessidades especiais baseado na sua melhor integração.
 Apresenta como problema de pesquisa a questão sobre “Como todos 
portadores de necessidades especiais poderão ter uma inclusão que possa acomodá-
los dentro de uma pedagogia centrada, capaz de satisfazer tais necessidades?” A 
metodologia empregada foi a pesquisa bibliográfica.
 A escolha do tema “Portadores de necessidades especiais na prática da 
16
 
educação em sala de aula” justifica-se devido ao fato de que a inclusão vem sendo 
atualmente muito discutida no setor público e nas organizações em geral, conforme 
pode ser constatado pelo grande número de publicações de artigos científicos acerca 
do assunto. Essa é comum nas organizações que se preocupam em contribuir para o 
desenvolvimento da sociedade.
 Dessa forma, a pesquisa visa colaborar para que os professores das mais 
diversas áreas possam refletir a melhor maneira de se fazer a inclusão de maneira 
efetiva.
O objetivo da inclusão é não excluir ninguém do sistema escolar, que deverá 
adequar-se às peculiaridades de todos os alunos. Promover esta mudança significa 
mudar o paradigma quanto ao preconceito e tornar-se mais aberto às necessidades, 
abrir caminhos e exercitar a humildade e a generosidade como ser humano, aprender 
com os erros e acreditar que tudo pode melhorar se unir coragem e amor. 
 O direito às diferenças na escola, tem em vista que o aluno portador de 
necessidades especiais necessita de um espaço físico, de um currículo e uma prática 
pedagógica adaptadas que o estimule a atingir seu potencial e que o desafie 
constantemente e ainda aborda questões sobre o cotidiano da sala de aula e da 
escola e o envolvimento da família no processo de inclusão.
 Da mesma maneira, a noção de que a escola precisa estar aberta à 
possibilidade de atender a todos os membros da sociedade é nova na história da 
humanidade. Logo a inclusão de crianças com características diversas, que antes não 
estavam na escola regular, vem impondo aos professores novas questões até agora 
pouco discutidas. Entre elas, a necessidade de repensar as concepções de escola 
homogenizadora, suas práticas de ensino, suas formas de avaliação. A idéia de 
escola homogenizadora tem enfrentado um forte questionamento a partir das 
discussões sobre os processos de inclusão e da ideia de uma escola para todos.
 Consequentemente precisa-se estar habilitado a trabalhar com outros objetivos 
para atingir a todos, e não só aqueles que são mais rápidos e que poderiam aprender 
mesmo sem o professor. Espera-se que este trabalho ofereça subsídios aos 
professores atentos à necessidade de transformar a escola seletiva em uma escola 
que acolha a todos.
 Juntas escola, família e sociedade podem eliminar o atendimento 
segregado, transformando o desempenho profissional em competências e habilidades 
16
 
para a vida e isto não é uma oferta do que se pode oferecer, mas sim uma 
conquista.
 
2 A IMPORTÂNCIA DA PRÁTICA EDUCATIVA NA INCLUSÃO
 
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 
 Atualmente, no país, muitos indivíduos com alguma espécie de deficiência 
estão sendo segregados nas sociedades em que convivem ou são eliminados do 
mercado de trabalho. O processo de exclusão social de indivíduos com deficiência ou 
necessidade especial é tão arcaico quanto à sociabilização do homem.
 Para os educandos especiais a inclusão é de suma importância, pois o 
mesmo se sente fazendo parte do todo, e consequentemente sua alta estima é 
estimulada, gerando bem estar, fazendo com isso que ele se sinta apto a aprender.
 O papel do professor é fundamental, pois sua atitude com os alunos pode 
induzir de modo fundamental na elaboração da autoimagem, colaborando para 
aperfeiçoar sua autoestima.
 Salienta-se que a concepção básica da sociedade inclusiva é o de que 
todos os indivíduos portadores de deficiência devem ter suas necessidades especiais 
supridas. É no atendimento das diferenças que se constitui a democracia.
Com a meta da universalização do ensino, a escola se depara com novos 
conceitos com isso é preciso repensar a prática educativa, pois se percebe que entre 
as coisas que se faz na escola, certas são bem realizadas, outras coisas 
razoavelmente e algumas com certeza podem ser aprimoradas construindo e 
melhorando as habilidades, junto com as experiências que já possuem, com o objetivo 
de alcançar todas as crianças e suas necessidades de aprendizagem com práticas 
pedagógicas ensinado de forma inclusiva. 
É notável que o planejamento escolar da prática pedagógica não condiz com a 
experiência do aluno e da realidade social estabelecendo conhecimentos e valores 
que precisam ser repensados.
A prática educativa deve ser entendida como reflexiva, pois a mesma pode ser 
interpretada como consequência de adequação, as oportunidades verdadeiras do 
meio em que se ocorrem fundamentadas na colaboração mútua entre os alunos e na 
16
 
elaboração do saber pessoal dentro de suas habilidades.
A partir das dificuldades, como inadequação dos currículos, conteúdos, 
avaliação e planejamentos, necessidades de adequações arquitetônicas, e 
discriminação aos alunos com necessidades especiais, começam as discussões 
sobre a escola, sua organização, sua estrutura, seu currículo e consequentemente 
sobre a prática educativa, onde se reconhece que a escola encontra-se vazia e que a 
formação profissional encontra-se enfraquecida devido as concepções tradicionais. 
Essa formação profissional fundamenta-se na consideração analítica e na pesquisa 
ação, isto mediante aos problemas práticos com que se defrontam a fim de decidir e 
planejar a ação como um trabalho educativo para o sucesso da educação de todos, 
com autonomia e iniciativa.
 A gestão da escola deve contribuir com a proposta de educação inclusiva. 
Favorecer a aprendizagem a todos os alunos é um constante desafio para o professor, 
frente as dificuldades queencontra e do seu despreparo para lidar com as diferentes 
particularidades. Assim, “[...] vivemos um momento na educação em que coexiste a 
incapacidade da escola para ensinar todos os seus alunos e a presença de fato de 
alunos com deficiência, que são estranhos para ela” (FERREIRA, 2004, p. 37).
 Somente a partir de uma profunda revisão e reflexão da prática pedagogia 
docente e da elaboração de um Projeto Político Pedagógico que vise as necessidades 
locais adequado com a responsabilidade de colaborar para a elaboração do processo 
de compreensão, construção da cidadania concebida como prática total e 
democrática de seus direitos e deveres é que será possível vencer os preconceitos 
que geram a inclusão.
 Essas ideias chamam atenção para a diversidade na elaboração do processo 
educacional inclusivo, pois, como salienta Baptista: 
 
[...] a ocorrência de ações exitosas nos processos educacionais inclusivos 
depende, em grande medida, da mudança de atitude e da concepção em 
relação ao atendimento educacional dos alunos com necessidades 
educacionais especiais (BAPTISTA, 2006, p. 171).
 
 A formação continuada de professores inclusivos, através dos cursos de 
extensão ou aperfeiçoamento e especialização, é uma maneira de aprimorar 
conhecimentos e de atualizar as práticas.
Entende-se que a escola precisa adequar-se as mudanças adaptando métodos 
16
 
de ensino necessários, baseados na cooperação mútua entre alunos e na 
construção de conhecimentos individuais dentro de suas potencialidades. Como 
afirma Paulo Freire:
 
Precisamos contribuir para criar a escola que é aventura que não tem medo do 
risco por isso recusa o imobilismo. A escola em que se pensa, em que se 
atua, em que se fala, em que se ama, se adivinha, à escola que 
apaixonadamente diz sim à vida (FREIRE, 1992, p. 67)
 
O termo Educação Inclusiva como o processo através do qual a escola deve 
adequar-se, modifica-se para poder incluir em suas turmas crianças e jovens com 
necessidades educativas especiais que se encontram na procura de seu total 
desenvolvimento e prática da cidadania. 
É indispensável entender o cenário em que vivemos e sua diversidade antes de 
qualquer percepção de oposição ou resistência em relação a postura da legislação 
educacional brasileira, onde as diferenças não são imperfeições e não necessita ser 
separada para obter tratamento especializado, mas requer da escola concepções 
educativas de peculiaridades pedagógicas e com melhor condição de ensino. 
A Educação Inclusiva se caracteriza como uma política de justiça social que 
atinge alunos com necessidades educativas especiais tornando-se o conceito mais 
amplo que é o da Declaração de Salamanca:
 
O princípio fundamental desta linha de ação é de que as escolas devem acolher 
todas as crianças, independente de suas condições físicas, intelectuais, 
sociais, emocionais, lingüísticas ou outras. Devem acolher crianças com 
deficiência e crianças bem dotadas, crianças que vivem nas ruas e que 
trabalham, crianças de população distantes ou nômades, crianças de minoria 
lingüísticas étnicas ou culturais e crianças de outros grupos ou zonas 
desfavorecidas ou marginalizadas (BRASIL, 1994, p. 17.18)
 
 A Declaração de Salamanca ainda menciona que todas as crianças devem 
aprender juntamente, imparcialmente de qualquer deficiência ou diversidade que 
possam apresentar. Ainda alterou o papel da educação especial no sentido de torná-la 
transversal ao sistema, vigente em todas as camadas, período e modalidades da 
educação, independentemente das circunstâncias físicas, cognitivas, sociais, 
sentimentais ou linguísticas dos alunos. 
 A Declaração de Salamanca sobre Princípios, Política e Prática em Educação 
Especial (1994) enfatiza que:
16
 
 
Toda criança tem direito à Educação, e deve ser dada a oportunidade de 
atingir e manter o nível adequado de aprendizagem. Toda criança possui 
características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que 
são únicas. Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter 
acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia 
centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades. Escolas 
regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios mais 
eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades 
acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação 
para todos. Além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria 
das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da 
eficácia de todo o sistema educacional (BRASIL, 1994, p. 20).
 
As novas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, 
de 2001, orientam e normalizam a inclusão na educação básica, pois confirmam o 
direito de todos à educação, também das crianças e dos jovens que não se estão no 
sistema de ensino em razão de suas necessidades educacionais especiais, que os 
diferencia da maioria dos alunos. “Estas políticas estabelecem que sejam 
asseguradas ‘a igualdade de oportunidades’ e a ‘valorização da diversidade’, do 
mesmo modo em que tendem a neutralizar as diferenças, afirmando que ser ‘diferente 
é normal’” (PAN, 2008, p. 93).
 A história da educação especial lembra a história da deficiência como maneira 
de se entender o motivo de porque os indivíduos com necessidades especiais foram 
isolados do relacionamento social. A trajetória das pessoas com deficiência é 
marcada pela restrição, visto que elas não foram julgadas participantes da sociedade, 
sendo desassistidas. 
 As pessoas com necessidades especiais foram excluídas da sociedade seja 
por meio da perpetuação de condições sociais desfavoráveis, ou pelo desprestígio da 
conjunção humana consequentes da ausência de certo membro ou sentido ou pela 
própria concepção que se faz desses indivíduos num cenário sociocultural. As políticas 
públicas têm discutido a inclusão dessas pessoas não só na escola, mas também em 
toda a sociedade.
 
Fala-se muito, hoje, da exclusão social embora, historicamente para muitos, a 
condição de exílio, de separação, de ficar à parte, segregados e 
experimentando sentimentos de rejeição, tenha sido uma característica de 
suas vidas. [...] Acredito que a questão da exclusão social tem ocupado, 
atualmente, importante espaço nas reflexões de todos nós, particularmente 
porque os autores que escrevem sobre a dinâmica das sociedades têm 
denunciado as desigualdades sociais e as práticas excludentes, defendendo 
16
 
as ideias democráticas calcadas nos direitos humanos, em especial no da 
igualdade de oportunidades, para todos (EDLER, 2004, p. 46 e 47).
 
 Até o século XVIII, os conceitos a respeito da deficiência eram principalmente 
relacionados ao misticidade e ao oculticidade. No Brasil, segundo Buccio (2008) 
durante as primeiras décadas do século XX, o atendimento as pessoas com 
deficiências eram feitos em instituições: 
 
[...] sob influência médico-pedagógica, e totalmente subordinados ao aspecto 
médico tanto na avaliação quanto nos encaminhamentos pedagógicos. A 
institucionalização acaba sendo como conseqüência a segregação das 
pessoas com necessidades especiais (BUCCIO, 2008, p. 37).
 
 Após a Segunda Guerra Mundial, em decorrência do grande número de 
mutilados, a sociedade tem a necessidade de integração, sendo que no final do século 
XX, resultaram em políticas públicas visando a inclusão.
Durante anos, o que havia de escolaridade de alunos com necessidades 
educativas especiais era muito singular, os alunos, por exemplo, cegos e surdos eram 
enviados para uma escola especializada e nenhuma vergonha social era originada se 
por ventura determinada família buscasse uma escola de ensino regular para inscrever 
seu filhocego ou surdo. 
Quanto a deficiência mental os alunos até poderiam ser matriculados em uma 
escola publica, mas professores não estimulavam suas capacidades e 
potencialidades, pois acreditavam que os mesmos não eram capazes de aprender 
como os demais. Outra circunstância corriqueira era de serem matriculados em 
APAES ou lugares semelhantes, sendo que a escolaridade era tratada de maneira 
secundária.
Somente após a promulgação da Lei 9394/96 é que as instituições como a 
APAE se importaram em alterar suas normas e práticas institucionais com o objetivo 
de se adaptarem à nova legislação. 
O direito de todos à educação está estabelecido pela Constituição de 1988 e 
na Lei nº 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), sendo um dever do Estado 
e da família promovê-la. As Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na 
Educação Básica, no seu artigo 2º orienta os sistemas para a prática da inclusão: 
Os sistemas de ensino devem matricular a todos os alunos, cabendo às 
escolas organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades 
educacionais especiais, assegurando às condições necessárias para uma 
16
 
educação de qualidade para todos (BRASIL, 1996, Art. 2º).
 
 A educação inclusiva é muito importante, pois propicia a todos uma educação 
de qualidade, visando o total desenvolvimento do indivíduo e sua habilitação para a 
prática responsável da cidadania como trata a Constituição Federal no art. 205, ao 
afirmar que somos todos iguais diante da lei, imparcialmente de etnia, cor, sexo, idade, 
deficiência ou inexistência dela. Em seu artigo 208, Inciso III, determina que "o dever 
do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de atendimento 
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede 
regular de ensino". 
 
A finalidade da educação é o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo 
para a cidadania e sua qualificação para o trabalho. Isso significa que o 
objetivo da escola, tal como definido em lei, é, justamente, promover o pleno 
desenvolvimento do educando, preparando-o para a cidadania e qualificando-o 
para o trabalho (BUCCIO, 2008, p. 77).
 
 O trabalho desenvolvido pela educação inclusiva diariamente na escola atribui a 
diferença como elemento de progresso do processo educacional. A resolução 
CNE/CEB nº 02/2001 (MEC/SEESP, 2004) determina:
 
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos cabendo as escolas 
se organizarem para o atendimento aos educadores com necessidades 
educacionais especiais, assegurando às condições necessárias para uma 
educação de qualidade para todos.
 
 Assim, a escola deve atender às necessidades de aprendizagem de todas as 
crianças, jovens e adultos, que estão excluídos do direito à educação e que estão fora 
da escola ou enfrentam problemas para a participação ativa no processo de 
aprendizagem. Segundo Pan (2008):
 
As escolas inclusivas devem reconhecer as diversas dificuldades de seus 
alunos e responder a elas, acomodando tantos estilos como ritmos diferentes 
de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos através 
de um currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de 
ensino, uso de parcerias com a comunidade. Dentro das escolas inclusivas, 
as crianças com necessidades educacionais especiais devem receber 
qualquer apoio extra de que possam precisar, para que se lhes assegure uma 
educação efetiva (PAN, 2008, p. 92). 
 
O que se pode concluir desse aspecto é que a nova LDB trouxe aos 
16
 
educadores a evidência da fragilidade da formação quanto a docência de 
grupos tão diversificados, trata-se de uma diversidade onde a proposta inclusiva e 
integradora estimule a ação pedagógica centrada na aprendizagem com mudanças de 
atitude dos profissionais e da comunidade escolar.
Quando uma criança nasce com uma deficiência começa para ela e sua família 
uma trajetória de grandes dificuldades, pois o aluno com necessidades educativas 
especiais tem que enfrentar no seu cotidiano, o mundo físico e as outras pessoas.
Claudia Werneck (1993), no seu livro “muito prazer eu existo” refere-se ao 
comportamento dos pais, suas surpresas e decepções quanto ao nascimento do filho 
com necessidades educativas especiais e dúvidas com relação à sua vida, pois se 
percebe que não é somente a deficiência que torna árdua essa essência, mas os atos 
dos indivíduos e da sociedade frente a sua situação. “A maior limitação para que se 
tornem adultos integrados, produtivos, felizes e independentes não é imposta pela 
genética, mas sim pela sociedade” (WERNECK, 1993, p. 15).
Já não existem dúvidas que a Educação Inclusiva favorece a um melhor 
desenvolvimento físico e intelectual dos alunos, favorecendo também os outros que 
aprendem juntos, adquirindo práticas de consideração e entendimento das 
diversidades, e também de obter uma metodologia de ensino exclusivo e possuírem 
maiores recursos tendo a escola como espaço inclusivo ultrapassando os obstáculos 
para a aprendizagem.
A inclusão fará a equipe escolar proporcionar modificações no modo de 
entender a própria escola e toda a prática pedagógica. Isso implicará na melhoria do 
ensino para todos, especiais ou não.
 
Quando as escolas incluem todos os alunos, a igualdade é respeitada e 
promovida como um valor na sociedade, com os resultados visíveis da paz 
social e da cooperação. [...] Quando as escolas são excludentes, o 
preconceito fica inserido na consciência de muitos alunos quando eles se 
tornam adultos, o que resulta em maior conflito social e em uma competição 
desumana (STAINBACK, 1999, p. 27).
 
Aos poucos está evoluindo a aceitação da diversidade humana, os portadores 
de necessidades educativas especiais começam a acreditar mais em si mesmos, nas 
suas potencialidades e no direito as diferenças. Porém, o além considerar as 
diversidades, é essencial buscar as afinidades e as semelhanças entre valores, 
perspectivas, aspirações, predileções e princípios tão simples entre os indivíduos.
16
 
A partir da conscientização escolar busca-se a possibilidade de se conseguir 
progresso significativo, com uma reconstrução do sistema de ensino, com o objetivo 
de fazer com que a escola seja receptiva as diversidades e eficiente para tratar com 
todos os alunos, sem discriminações, com técnicas dinâmicas, adaptações ao projeto 
pedagógico, e uma nova postura e elaboração de uma ideologia educativa para todos. 
 De acordo com as políticas da educação inclusiva, a “educação para todos”, 
preferencialmente na rede regular de ensino, requer mudanças na prática de ensino. A 
idéia da prática inclusiva representa uma boa prática para todos os alunos, requerendo 
diferenciação do trabalho de sala de aula dentro do programa curricular comum e 
respondendo às necessidades de todos os alunos.
 A nova LDBEN 9394/96 define educação especial como “modalidade de 
educação escolar que deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, 
para educandos com necessidades educacionais especiais” (BRASIL, Art. 58), prevê 
ainda:
 
[...] currículos, métodos e técnicas, recursos educativos e organização 
específicos para o atendimento adequado de necessidades educacionais 
especiais (Art. 59, I) e professores de ensino regular capacitados para a 
integração desses educandos nas classes comuns (BRASIL, Art. 59, III). 
 
 Partindo dos pressupostos legais da educação inclusiva cabe às escola se 
organizar para atender os educandos com necessidades educacionais especiais, 
garantindo-lhes as circunstâncias indispensáveis para uma educação de qualidade 
para todos.
 Desta maneira o Projeto Político-pedagógico da escola deve comprometer-se 
com a educação de qualidade para todos os alunos, determinando em seucurrículo 
alternativas por práticas diferenciadas e inclusivas. De acordo com Pan (2008) isso 
necessita:
 
Uma reflexão sobre a organização curricular que abrange até mesmo o tipo de 
agrupamento, o número de alunos de uma sala de aula que tem alunos com 
necessidades educacionais especiais, em particular com deficiência 
intelectual, e o número máximo de alunos com problemas semelhantes por 
turma. Quanto aos objetivos educacionais, orienta-se que sejam traçados de 
forma que se tornem viáveis e significativos, visando permitir a esses alunos 
desfrutar um ambiente inclusivo de convivência com seus pares. No que se 
refere às metodologias e à organização didática das aulas, podem contemplar 
trabalhos em grupo que despertem valores de cooperação e respeito e que 
possibilitem diversificadas de cooperação e respeito e que possibilitem 
16
 
diversificadas formas de expressão, e não apenas a expressão oral e escrita 
(PAN, 2008, p. 34).
 
 Em relação aos conteúdos devem ser oferecidas diversas oportunidades para 
que a criança com diferenças em seus níveis de abstração de pensamento possa 
aprender. As mudanças necessárias devem ser planejadas com a participação de 
toda a equipe da escola, sem prejuízo para o aluno, partindo da avaliação do mesmo e 
da apreciação do cenário familiar e escolar. 
 Desta forma a escolha de procedimentos pedagógicos adequados deve 
considerar as técnicas específicas de aprendizagem de uma criança, em um ambiente 
de grupo. Assim, as diferenças individuais podem proporcionar a participação e o 
progresso de todas as crianças em relação ao currículo.
 O currículo é a chave do cotidiano escolar, mudar a escola é mudar a visão 
sobre o que nela se aprende, é a criação de um currículo que reflita o meio social. É 
necessário que as adaptações curriculares atendam às especificidades de 
aprendizagem dos alunos, partindo da natureza de suas necessidades, examinando 
tanto os seus problemas quanto as suas capacidades relacionando-as com o contexto 
escolar. 
 Para Roth (2008) o acolhimento às diferenças em particular irá requerer do 
professor: 
 
[...] maior esforço e ajustamento das rotinas, nesse contexto, faz-se 
necessária a flexibilização curricular para modificação dos sistemas de 
avaliação, planos educacionais e atividades diárias, observando as pistas 
durante o processo de aprendizagem (ROTH, 2008, p. 18).
 
Estas adaptações realizam-se de acordo com as necessidades do aluno, pois 
sempre é possível transformar a organização das formas de trabalho a partir de idéias 
criativas e demonstrativas na prática escolar diária.
 As adaptações curriculares acontecem em três graus, conforme as indicações 
do MEC/SEESP/SEB:
 
Adaptações no nível do projeto pedagógico que devem focalizar, 
principalmente, a reorganização do currículo escolar a atendimentos de apoio 
e proporcionar em sala de aula e individualmente. 
*
Adaptações relativas ao currículo da classe, que dizem respeito à 
elaboração de exercícios desenvolvidos na sala de aula. 
*
Adaptações individuais que visam o desempenho do professor na *
16
 
 
avaliação e no atendimento a cada aluno (MEC/SEESP/SEB, 1998, p. 15).

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