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Livro de Obrigações

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DIREITO CIVIL II - DIR. DAS OBRIGAÇÕES
INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES.
Apresentação do Conteúdo Programático.
Localização da matéria no Ordenamento Jurídico ( Código Civil 2002)
Código Civil 2002 – Art. 233 ao 420.
Parte Especial 
- Livro I - Direito das Obrigações.
Título I - Das Modalidades das Obrigações.
- Capítulo I - Das Obrigações de Dar (art. 233 ao 246).
- Capítulo II - Das Obrigações de Fazer (art. 247 ao 249).
- Capítulo III - Das Obrigações de Não Fazer (art. 250 e 251).
- Capítulo IV - Das Obrigações Alternativas (art. 252 ao 256).
- Capítulo V - Das Obrigações Divisíveis e Indivisíveis (art. 257 ao 263).
- Capítulo VI - Das Obrigações Solidárias 
		Seção I - Disposições Gerais (art. 264 ao 266); 
		Seção II - Da Solidariedade Ativa (art. 267 ao 274);
		Seção III- Da Solidariedade Passiva (art. 275 ao 285).
Título II – Da Transmissão das Obrigações.
- Capítulo I - Da Cessão de Crédito (art.286 ao 298).
- Capítulo II - Da Assunção da Dívida (art.299 ao 303).
Título III – Do Adimplemento e Extinção das Obrigações.
- Capítulo I - Do Pagamento.
		Seção I - De quem deve pagar (art. 304 ao 307);
		Seção II - Daqueles a quem se deve pagar (art.308 ao 312);
		Seção III - Do Objeto do Pagamento e sua Prova (art.313 ao 326);
		Seção IV - Do Lugar do Pagamento (art.327 ao 330);
		Seção V - Do Tempo do Pagamento (art.331. ao 333).
- Capítulo II - Do Pagamento em Consignação (art.334 ao 345).
- Capítulo III - Do Pagamento em Subrrogação (art.346 ao 351).
- Capítulo IV - Da Imputação do Pagamento (art.352 ao 355).
- Capítulo V - Da Dação em Pagamento (art.356 ao 359).
- Capítulo VI - Da Novação (art.360 ao 367).
- Capítulo VII - Da Compensação (art.368 ao 380).
- Capítulo VIII- Da Confusão (art.381 ao 384).
- Capítulo IX - Da Remissão das Dívidas (art.385 ao 388).
Título IV - Do Inadimplemento das Obrigações.
- Capítulo I - Disposições Gerais (art.389 ao 393).
- Capítulo II - Da Mora (art.394 ao 401).
- Capítulo III - Das Perdas e Danos (art. 402 ao 405).
- Capítulo IV - Dos Juros Legais (art. 406 e 407).
- Capítulo V - Da Cláusula Penal (art.408 ao 416).
- Capítulo VI - Das arras ou Sinal (art. 417 ao 420). 
 INTRODUÇÃO
	O direito pode ser dividido em dois grandes ramos:
	- os direitos não patrimoniais = referente à pessoa humana (direito à vida, liberdade, ao nome, etc)
	- os direitos patrimoniais = aqueles que têm valor econômico.
	Os direitos patrimoniais se dividem em: 
- Direitos Reais = pessoa/coisa
O Direito Real recai sobre a coisa, direta e imediatamente, vinculando-a a seu titular, podendo ser exercido contra todos (erga omnes). 
- Direitos Obrigacionais (pessoais ou crédito) = pessoa/pessoa.
O direito obrigacional confere ao credor o direito de exigir do devedor determinada prestação.
Sendo assim, podemos dizer que o Direito das Obrigações consiste num complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem patrimonial, que têm por objeto prestações de um sujeito em proveito de outro, ou seja, sempre que existir o direito de alguém em exigir uma prestação haverá o dever de prestar imposto a outrem.(ex: o direito que tem o vendedor de exigir do comprador o preço convencionado ou ainda, o locador de reclamar o aluguel do bem locado ao locatário).
O Direito das Obrigações é um ramo do Direito Civil que trata dos vínculos entre credor e devedor, excluindo-se de sua órbita relações de uma pessoa para com uma coisa.
 O Direito Obrigacional ou de crédito contempla as relações jurídicas de natureza pessoal, visto que seu conteúdo é a prestação patrimonial, ou seja, a ação ou omissão da parte vinculada (devedor) tendo em vista o interesse do credor, que por sua vez tem o direito de exigir aquela ação ou omissão, de tal modo que, se ela não for cumprida espontaneamente, poderá o devedor responder com seu patrimônio.
CONCEITO
	Obrigação é o vínculo jurídico que confere ao credor o direito de exigir do devedor o cumprimento de determinada prestação. Corresponde a uma relação de natureza pessoal, de crédito e débito, de caráter transitório (extingue-se pelo cumprimento), cujo objeto consiste numa prestação economicamente aferível. 
DISTINÇÃO ENTRE DIREITO REAL E DIREITO PESSOAL (OBRIGACIONAL)
	Os direitos reais diferem dos pessoais (obrigacionais):
Quanto ao objeto = os direitos reais incidem sobre uma coisa enquanto os direitos obrigacionais exigem o cumprimento de determinada prestação.
Quanto ao sujeito = segundo a teoria clássica no direito real existe apenas o sujeito ativo, uma vez que passivo seria indeterminado (são todas as pessoas do universo), enquanto nos direitos pessoais existe o sujeito ativo e o sujeito passivo.
Quanto à duração = os direitos reais são perpétuos, não se extinguindo pelo não uso, somente nos casos expressos em lei (desapropriação, usucapião em favor de terceiro), já os direitos pessoais são transitórios e se extinguem pelo cumprimento ou por outros meios.
Quanto à formação = os direitos reais só podem ser criados pela lei, sendo seu número limitado e regulado por esta, ao passo que os direitos pessoais podem resultar da vontade das partes, sendo ilimitado o número de contratos inominados.
Quanto ao exercício = os direitos reais são exercidos diretamente sobre a coisa, sem a necessidade da existência de um sujeito passivo, enquanto o exercício dos direitos pessoais exige a figura do sujeito passivo (devedor).
Quanto à ação = no direito real a ação pode ser exercida contra quem quer que detenha a coisa, sendo oponível erga omnes, já a ação no direito pessoal é dirigida somente contra quem figura na relação jurídica como sujeito passivo (determinado). 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DAS RELAÇÕES OBRIGACIONAIS
	As Relações Obrigacionais compõem-se de três elementos essenciais:
Partes = Relativo aos sujeitos ativo e passivo (credor e devedor);
Objeto = Relativo à conduta humana, os seja, uma prestação positiva ou negativa;
Vínculo Jurídico = é a fonte geradora da obrigação, sujeita o devedor a determinada prestação em favor do credor;
1) PARTES: 	Sujeito Ativo (credor)
		Sujeito Passivo (devedor)
		Pode ser qualquer pessoa: 	- Pessoa Física (Natural)
 					- Pessoa Jurídica
		Devem ser:	Determinados ou Determináveis
SUJEITO ATIVO = CREDOR – é aquele que tem o direito de exigir a prestação (titular do direito).
Atos que podem ser praticados pelo sujeito ativo:
	- Exigir o cumprimento da obrigação (art. 331)
	- Exigir a execução da obrigação (art. 389)
	- Ceder seu crédito de forma onerosa ou gratuita (art. 286)
	- Aceitar coisa diferente da devida (art.356 a 358) 
	- Perdoar no todo ou em parte a dívida (art.385)
O sujeito ativo pode ser: Único = terá direito a totalidade
				 Coletivo = terá direito a quota parte.
SUJEITO PASSIVO = DEVEDOR – é aquele que deverá cumprir a obrigação.
	- O sujeito passivo tem liberdade limitada em favor de outrem ( art. 391)
	- Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.
O sujeito passivo pode ser: 	Único = devedor da totalidade.
				 Plural = devedor de fração.
	Quando forem vários os devedores, o devedor que cumprir a obrigação em sua totalidade terá o direito de regresso e poderá cobrar dos co-devedores a parte proporcional de cada um.
2) OBJETO = é sempre uma conduta humana (dar, fazer ou não fazer) e chama-se prestação (de conteúdo patrimonial)
	Se descobre indagando-se:
	- Dar ou fazer o que?
	O objeto tem que ser:
LÍCITO = aquele que não contraria a lei, a moral e os bons costumes;
POSSÍVEL = quando não contrariar as forças humanas; 
 quando for real; 
			 e quando não proibidos em lei.
DETERMINADO OU DETERMINÁVEL = significa que no momento do cumprimentoda prestação o objeto possa ser identificado pelo gênero e quantidade.
APRECIAÇÃO ECONÔMICA = valor econômico estimado, caso contrário não existe obrigação jurídica, pois não será possível avaliar o dano.
Obs: Nula será a obrigação se o objeto for ilícito, impossível ou indeterminado.
3) VÍNCULO JURÍDICO = é a fonte geradora da Obrigação (relação obrigacional), sendo disciplinada por lei e acompanhada de sanção. Sujeita o devedor a determinada prestação em favor do credor.
Divide-se em dois elementos: - Obrigação = dívida	 
	 				 - Responsabilidade.
- OBRIGAÇÃO (dívida). Nasce de diversas fontes, quando cumprida, extingue-se.
	Se não for cumprida a obrigação espontaneamente pelo devedor surge a
- RESPONSABILIDADE. Nasce pelo inadimplemento da obrigação e recai sobre o patrimônio do devedor (art.389).
FONTES E CLASSIFICAÇÕES DAS OBRIGAÇÕES
 
FONTES DAS OBRIGAÇÕES
	Fonte é o elemento gerador, o fato que dá origem a obrigação, de acordo com as regras de direito.
	A obrigação resulta:
Da vontade do Estado (um ato de império) por intermédio da 
LEI = fonte primária das obrigações.
Obrigações que tem por fonte direta e imediata a lei.
Ex: Obrigação do pai prestar alimentos ao filho.
	Obrigação de pagar impostos.
	Obrigação de prestar socorro.
Da vontade humana:
Obrigações que tem por fonte mediata a lei.
	- Manifestação de vontade bilateral = contratos.
	- Manifestação de vontade unilateral = título ao portador; promessa de recompensa; testamento.
De ato ilícito. 
Comportamento humano voluntário, contrário ao direito e causador de prejuízo material ou moral. (Ação ou omissão, culposa ou dolosa, causando dano a vítima)
Ex: Condutor de um veículo que excede o limite de velocidade e atropela alguém. 	
 
CLASSIFICAÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
- Quanto ao Objeto. As obrigações podem ser basicamente classificadas considerando a natureza da prestação em:
	Obrigações Positiva = 	a) Obrigação de Dar
					- coisa certa
					- coisa incerta
					b) Obrigação de Fazer
	Obrigação Negativa =	c) Obrigação de Não Fazer
- Classificação quanto aos elementos das obrigações (partes, objeto, vínculo jurídico)
	Obrigação Simples =	Existe apenas: 1 devedor;
							 1 credor;
							 1 objeto.
Obrigações Complexas (compostas) = Quando existir multiplicidade de 
 objetos e/ou de sujeitos.
As obrigações complexas pela multiplicidade de objeto podem ser:
- Cumulativas ou conjuntivas (conjunção “e”)
- Alternativas ou disjuntivas (disjuntivas “ou”)
- Facultativas (não existe em nosso ordenamento).
Obrigação Cumulativa = é aquela que tem por objeto várias prestações, devendo todas serem cumpridas pelo devedor.
Ex 1= Contrato de empreitada (o empreiteiro deve fornecer o material = obrigação de dar e executar o serviço = obrigação de fazer)
Ex 2= O devedor se obriga a entregar uma casa e certa quantia em dinheiro.
Obrigação Alternativa = é aquela que tem por objeto duas ou mais prestações, sendo que o devedor se exonera cumprindo apenas uma dela.
Ex 1= O devedor deverá entregar um veículo ou um terreno.
Ex 2= O devedor que se compromete a entregar x nº de sacas de café ou x nº de fardos de algodão.
Regra Geral: (art. 252)
	O direito de escolha cabe ao devedor, se o contrário não foi estipulado no título da obrigação.
Ex: Se “A” obriga-se a pagar um automóvel ou R$ 10.000,00 a “B”, a escolha caberá ao devedor “A”, se o contrário não foi estipulado no contrato.
Obs: O Código Civil é omisso quanto ao prazo para o exercício do direito de escolha, socorrendo-se do prazo estipulado no Código de Processo Civil, no art. 571:
Art. 571- “Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, este será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro em 10 dias, se outro prazo não for determinado em lei, no contrato ou na sentença.
§ 1º - Devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercitou no prazo marcado.
§ 2º - Se a escolha couber ao credor, este a indicará na petição inicial da execução.
Obrigação Facultativa = é aquela que tem por objeto uma única prestação, mas o devedor tem a faculdade de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, predeterminada.
Ex: O devedor “A” obriga-se a pagar a quantia de R$ 10.000,00, facultando-lhe a possibilidade de substituir a prestação principal pela entrega de um carro usado.
Obs: Este tipo de obrigação não esta prevista no CC, pois não oferece garantias ao credor, porque se a prestação inicialmente prevista se impossibilitar sem culpa do devedor, a obrigação extingue-se, não tendo o credor o direito de exigir a prestação subsidiaria. 
 	As obrigações complexas pela multiplicidade das partes (sujeitos) podem ser: 
- Divisíveis;
- Indivisíveis;
- Solidárias.
Obrigações Divisíveis = são aquelas cujo objeto (prestação) pode ser dividido entre os sujeitos. Nas obrigações divisíveis, cada credor só terá direito à sua parte, podendo reclamá-la independentemente dos demais credores, da mesma maneira que cada devedor responde também pela sua quota.
Ex: “A” e “B” devem quatro sacas de café ao credor “C”, sendo assim, o credor “C” só poderá exigir 2 sacas do devedor “A” e as outras 2 sacas deverá ser exigida do devedor “B”.
Se este quiser as 4 sacas deverá exigi-las dos dois devedores “A e B” (art.257)
Obrigações Indivisíveis = são aquelas cujo objeto por sua natureza não poderá ser dividido entre os sujeitos. Nas obrigações indivisíveis cada devedor também só deve a sua quota, mas em razão da indivisibilidade física do objeto, a prestação deve ser cumprida por inteiro (art. 258)
Ex: “A”, “B” e “C” são devedores de um cavalo aos credores “D e E”, pela indivisibilidade do cavalo, o credor “D” poderá cobrar do devedor “A” toda a divida (art. 259). Neste caso, o credor “D” devera repassar ao credor “E” a parte que lhe pertence em dinheiro (art.261).
Obrigações Solidárias = é aquela que independe da divisibilidade ou indivisibilidade do objeto, mas sim de uma estipulação convencional ou determinada em lei.
Ex: Se houver clausula contratual dispondo que a obrigação assumida pelos devedores “A e B” de entregarem 2 sacas de café é solidária, poderá o credor exigi-la de apenas 1 dos devedores, tendo o direito o devedor que cumpriu sozinho a obrigação de cobrar, regressivamente, a quota do outro devedor. 
 MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
1) OBRIGAÇÃO DE DAR = a obrigação de dar consiste na entrega de alguma coisa, ou seja, na tradição de uma coisa pelo devedor ao credor.
	Tradição: é o ato de entregar ou restituir algo. É a transferência do domínio, da propriedade.
	A Obrigação de Dar confere ao credor tão somente direito pessoal, não lhe conferindo direito real, este só será adquirido com a tradição da coisa.
	O contrato não realiza a transferência do domínio, por ele apenas se criam obrigações e direitos, exigindo-se a tradição da coisa (móvel ou imóvel) ao credor para lhe garantir o direito real.
Art. 1267 – “A propriedade das coisas não se transfere pelo negócio jurídico antes da tradição”.
O domínio só se adquire pela tradição, se for coisa móvel (art. 1226- CC), e pelo registro do título (tradição solene) se for coisa imóvel (art.1227 e 1245 -CC).
A obrigação de dar, no direito de crédito, tem um sentido geral, exprimindo a obrigação de transferir, não somente a propriedade, como também a posse, ou outro direito real( domínio, uso, guarda).
	A execução para a entrega da coisa (obrigação de dar) é regida pelos arts. 461A, 621 a 631 do Código de Processo Civil.	
	A obrigação de dar se divide em:
	- Obrigação de dar coisa certa (art. 233 a 242);
	- Obrigação de dar coisa incerta (art. 243 a 246).
	
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA = a obrigação de dar coisa certa,estabelece entre as partes um vínculo, pelo qual o devedor se compromete a entregar ao credor um objeto perfeitamente determinado, considerado em sua individualidade, inconfundível com outro. 
Ex: 	Veículo da marca X, com nº do chassi Y, de placa Z.
Quadro X de Candido Portinari.
	Cavalo de corrida Tornado.
	O iate Cristina.
	
	Na obrigação de dar coisa certa o devedor é obrigado a entregar uma coisa inconfundível com outra, ou seja, o devedor da coisa certa não pode dar outra, ainda que mais valiosa, nem o credor é obrigado a recebê-la.
Art. 313 – “O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que é devida, ainda que mais valiosa”.
	A entrega de coisa diversa da prometida importa modificação da obrigação, e é denominada de novação, que só poderá ocorrer havendo consentimento de ambas as partes.
	O devedor de coisa certa não pode pretender dar outra ainda de valor igual ou menor que a devida, e possivelmente preferida por ele, pois a convenção é lei entre as partes, e a recíproca também é verdadeira, o credor também não pode exigir coisa diferente, ainda que menos ou mais valiosa.
	Obrigação de Restituir (Devolver) = É obrigação que não tem por objetivo a transferência de propriedade, destinando-se apenas a proporcionar o uso, fruição (tirar proveito) ou a posse direta da coisa, temporariamente (arts. 238 a 242).
Ex:	A obrigação do locatário devolver o imóvel findo o contrato, uma vez que o devedor recebeu coisa alheia, estando obrigado a devolve-la, pois o credor é o proprietário do bem, havendo simplesmente uma cessão de posse da coisa ao devedor.
	Direitos aos melhoramentos, aos furtos e a abrangência dos acessórios.
	Conceito: 
	
Melhoramento (benfeitoria) é tudo quanto opera mudança para melhor, em valor, em utilidade, em comodidade, na condição e no estado físico da coisa.
	- benfeitorias necessárias = são aquelas que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore;
	- benfeitorias úteis = são aquelas que aumentam ou facilitam o uso do bem (ex: acréscimo de um banheiro ou de uma garagem à casa);
	- benfeitorias voluptuárias = são aquelas realizadas por vontade própria do interessado, que não aumenta o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável (ex: piscinas, jardins, fontes, cascatas artificiais)
	
Acrescido é tudo que se acrescenta a coisa, aumentando-a.
	
Frutos são as utilidades que uma coisa periodicamente produz, nascem e remanescem da coisa, sem acarretar-lhe a destruição no todo ou em parte (ex: café, as frutas das árvores, o leite, as crias dos animais). 
Como no direito brasileiro o contrato, por si só, não transfere o domínio, mas apenas gera a obrigação de entregar a coisa alienada, enquanto não ocorrer a tradição, na obrigação de entregar, a coisa continuará pertencendo ao devedor, “com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento do preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação” (art. 237 – CC).
Ex: 	Se o objeto a ser entregue é a vaca Maravilha, e esta vier a dar cria, o bezerro será do devedor, pois este só tem a obrigação de entregar a vaca, tendo o direito de exigir aumento de preço pela entrega do bezerro.
	
Os frutos percebidos também são do devedor, cabendo ao credor os pendentes (art.235 – Par. Único). O devedor faz seus os frutos percebidos até a tradição porque ainda é proprietário da coisa, já os frutos pendentes, passam com a coisa ao credor, porque a integram até serem separados.
	
Quanto aos acessórios, o art. 233 diz: “na obrigação de dar coisa certa e determinada, abrange os acessórios da coisa, embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso”, tendo em vista, a regra geral de que o acessório segue sempre o principal. 	
	Principal = é o bem que tem existência própria, que existe por si só.
	Acessório = é aquele cuja existência depende do principal.
Ex: 	A venda da Chácara Santo Antonio (abrange todas as benfeitorias e pertenças já existentes)
	A venda de um veículo equipado com som e DVD;
	A venda de um terreno com arvores frutíferas, inclui os frutos pendentes.
	A Obrigação de Dar e as conseqüências da perda ou da deterioração da coisa certa.
	
	A obrigação de dar, às vezes não é cumprida porque, antes da entrega ou da restituição, a coisa pereceu ou se deteriorou, com culpa ou sem culpa do devedor.
	Perecimento = significa perda total da coisa.
	Deterioração = significa perda parcial da coisa.
	O devedor tem a obrigação de zelar pela conservação da coisa certa que deverá ser entregue ao credor, bem como, defende-la contra terceiros (art.239- CC).
	Em caso de perda ou deterioração de coisa certa, antes da tradição, é essencial a análise do elemento culpa, pois será este, o elemento que irá determinar a responsabilidade do devedor em face do credor, pois a culpa acarretará perdas e danos.
	
Perecimento (perda total da coisa) sem culpa e com culpa do devedor.
Perda sem culpa do devedor (art. 234, 1ª parte)
A obrigação se desfaz, ficando resolvida para ambas as partes, que retornam a situação primitiva.
Se o vendedor já recebeu o preço da coisa, que veio a perecer sem sua culpa, deverá devolvê-lo ao comprador, não estando obrigado a pagar perdas e danos.
b)	Perda com culpa do devedor (art. 234, 2ª parte)	
O devedor deverá responder pelo valor da coisa que pereceu, pagando o equivalente em dinheiro, mais as perdas e danos comprovadas.
As perdas e danos compreendem o dano emergente e o lucro cessante, ou seja, além do que o credor efetivamente perdeu o que razoavelmente deixou de lucrar (art.402 –CC).
Deterioração sem culpa e com culpa do devedor.
Deterioração sem culpa do devedor (art.235)
Poderá o credor resolver a obrigação, por não lhe interessar receber a coisa danificada, ou, aceita-la no estado em que se encontre, exigindo o abatimento do preço, proporcional a parte danificada.
b) 	Deterioração com culpa do devedor (art.236)
Poderá o credor exigir o valor equivalente da coisa em dinheiro, ou, aceitar a coisa no estado em que se encontre com abatimento do preço, mas terá o direito, em ambos os casos de reclamar perdas e danos.
A Obrigação de Restituir e as conseqüências da perda ou da deterioração da coisa certa.
A obrigação de restituir é subespécie da obrigação de dar, caracterizando-se pela existência de coisa alheia em poder do devedor, a quem cumpre devolve-la ao dono.
Ex: Comodatário, locatário, depositário, que tem a obrigação de restituir ao proprietário, nos prazos ajustados, a coisa que se encontra em seu poder por força do vínculo obrigacional.
	A obrigação de restituir distingue-se da de dar propriamente dita, pois a obrigação de dar destina-se a transferir o domínio, que se encontra com o devedor na qualidade de proprietário (ex: o vendedor no contrato de compra e venda), já na obrigação de restituir a coisa se encontra em poder do devedor para seu uso, mas pertence ao credor, titular do direito real.
	Essa diferença vai repercutir na questão dos riscos a que a coisa está sujeita, pois se o devedor a perder sem sua culpa, prejudicado será o credor, na condição de dono da coisa, uma vez que, a coisa só se perde para o dono.
	A obrigação de restituir importa a de conservar a coisa e zelar por ela, quando o devedor deixa de fazê-lo, sofre as conseqüências da sua culpa, devendo ressarcir o mais completamente possível o dano causado ao patrimônio do credor, mediante o pagamento do equivalente em dinheiro do bem perecido, mais perdas e danos.
	Perecimento sem culpa e com culpa do devedor da obrigação de restituir. 
Perda sem culpa do devedor (art. 238)
Se a obrigação for de restituir e a coisa certa se perder antes da tradição sem culpa do devedor, sofrerá o credor a perda e a obrigação se resolverá.
Ex: Se o animal objeto do comodato não puder ser restituído, por ter perecido devido a um raio, resolve-se a obrigaçãopara o comodatário, arcando com o prejuízo o comodante, na qualidade de proprietário da coisa.
Perda com culpa do devedor (art.239)
Se a obrigação for de restituir e a coisa certa se perder antes da tradição por culpa do devedor, este responderá pelo equivalente em dinheiro do bem perecido, mais perdas e danos.
Deterioração sem culpa e com culpa do devedor da obrigação de restituir.
Deterioração sem culpa do devedor (art.240, 1ª parte)
Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, o credor recebera a coisa no estado em que estiver, sem direito a indenização.
Deterioração com culpa do devedor (art.240, 2ª parte e 239)
Se a coisa restituível se deteriorar por culpa do devedor, poderá o credor recebe-la no estado em que estiver, respondendo o devedor pela indenização em dinheiro pela danificação da coisa, mais perdas e danos.
Obrigação de Solver Divida em Dinheiro.
As obrigações que tem por objeto uma prestação em dinheiro são denominadas obrigações pecuniárias.
A obrigação pecuniária é uma modalidade de obrigação de dar, que se caracteriza pela entrega do valor da quantia devida em dinheiro, e não pela entrega de uma coisa.
O art. 315 do CC, determina que o pagamento em dinheiro deverá ser feito no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal. 
Os pagamentos em dinheiro devem ser feitos em real, pelo seu valor nominal, sendo vedados os pagamentos em ouro, moeda estrangeira, ou outra unidade monetária, sob pena de nulidade (art.318).
Exceções:
- Contratos e títulos referentes à importação e exportação;
- Contratos de financiamento de exportação;
- Contratos de compra e venda de câmbio;
- Empréstimos e obrigações em que o credor ou devedor seja domiciliado no exterior (exceto contrato de locação).
As obrigações pecuniárias abrangem:
 
- Dívida Pecuniária = prestação em dinheiro
Tem por objeto uma quantia fixa em dinheiro, devendo ser satisfeita com o número de unidades monetárias estipuladas no contrato.
- Dívida de Valor = reparação de danos
Não tem diretamente por objeto o dinheiro. O objeto é uma prestação de outra natureza, porém o dinheiro é o meio de medi-lo, sendo considerado o meio necessário para liquidação da prestação em certo momento.
- Dívida Remuneratória = pagamento de juros
A prestação de juros é o objeto da obrigação nos negócios de crédito. Consiste numa remuneração pelo uso do capital alheio, que se expressa pelo pagamento ao dono do capital de quantia proporcional ao valor e ao tempo de utilização do capital.
A dívida remuneratória deve ser determinada por estipulação contratual ou por lei, e será correspondente a uma determinada porcentagem sobre o valor do capital, sendo assim, a dívida remuneratória é considerada uma obrigação acessória. 
	 
	DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA = a obrigação de dar coisa incerta tem por objeto a entrega de coisa não considerada em sua individualidade, mas no gênero a que pertence, devendo-se respeitar a quantidade. 
	Em vez de se considerar a coisa em si, ela é considerada genericamente, sem especificação de qualidade.
Ex:	Cem sacas (quantidade) de café (gênero).
	Dez pipas (quantidade) de vinho (gênero).
	A obrigação genérica deve vir necessariamente acompanhada da determinação numérica, para que possamos especificar o objeto da prestação, pois só assim, a obrigação genérica será valida, pois se alguém prometer entregar livros, sem especificar a quantidade, nada prometeu, da mesma maneira que se alguém prometer entregar uma quantidade sem especificar o gênero, também nada prometeu.
	Na obrigação de dar coisa incerta a prestação é indeterminada, porém suscetível de determinação (determinável em um momento), sendo este estado transitório, pois no momento do adimplemento da obrigação, será preciso que a coisa indeterminada se determine por meio de um ato de escolha, neste momento a obrigação de coisa incerta se transforma em obrigação de dar coisa certa.
	Incumbe às partes estabelecer a quem competirá o ato da escolha, se no contrato ficar estipulado à escolha a uma das partes ou a terceiros, deverá se respeitar o que ali ficou acordado, mas se as partes nada estipularem quanto ao ato de escolha, esta ficará a cargo do devedor, que deverá entregar a coisa de média qualidade, ou seja, o meio entre a coisa de melhor e pior qualidade.
	Determinada a qualidade, torna-se a coisa individualizada, certa.
	Antes da escolha, o devedor não poderá alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito, pois o gênero nunca perece e poderá ser substituído por outra de mesmo gênero e mesma quantidade (art. 246).
	As obrigações de dar coisa incerta esta regulamentada nos artigos 243 a 246 do CC e sua execução nos artigos 629 a 631 do CPC.
	2) OBRIGAÇÃO DE FAZER = A obrigação de fazer tem por objeto atos ou serviços a serem executados pelo devedor ou por terceiros em beneficio do credor ou de terceiras pessoas.
	Trata-se de comportamento humano lícito e possível, podendo ser a prestação de trabalho físico ou material, intelectual, artístico ou cientifico, sendo denominada de obrigação positiva.
Ex:	Podar as roseiras de um jardim;
	Construir uma ponte;
	Compor uma música;
	Escrever um livro;
	Pintar um quadro.
	Espécies de Obrigação de Fazer.
Fungibilidade = qualidade da coisa que pode ser substituída por outra da mesma espécie, com características idênticas.
	- Obrigação de Fazer Personalíssima (infungível = obrigação indivisível)
	Quando for convencionado que o devedor deverá cumprir pessoalmente a prestação, ou seja, quando a própria natureza da obrigação impede a substituição do devedor.
Ex: 	A tela deverá ser pintada pelo famoso pintor X;
	A cirurgia plástica deverá ser realizada pelo cirurgião Y;
	O show deverá ser feito pelo cantor Z.
	- Obrigação de Fazer Impessoal (fungível = obrigação divisível)
	Quando não houver a exigência de que o devedor cumpra pessoalmente a obrigação, ou seja, quando a execução da prestação não depende de qualidades pessoais do devedor, podendo ser realizada por terceiros.
Ex:	Construtora que se compromete a construir uma casa;
	Assistência técnica que se compromete a consertar a TV.
	O jardineiro que se compromete a plantar as roseiras no jardim.
Inadimplemento da Obrigação de Fazer.
	
	Toda obrigação tem que ser cumprida, quando cumprida se extingue, quando não cumprida espontaneamente esta irá acarretar a responsabilidade do devedor.
	As obrigações de fazer podem ser inadimplidas porque a prestação tornou-se impossível sem culpa do devedor, ou por culpa do devedor, ou ainda porque, podendo cumpri-la, recusa-se a fazê-la. 
	Seja a obrigação fungível ou infungível, será sempre possível ao credor optar pela conversão da obrigação em perdas e danos, caso o inadimplemento do devedor decorra de culpa de sua parte.
	Quando a prestação é fungível, o credor pode optar pela execução especifica, requerendo que ela seja executada por terceiros, a custa do devedor (art. 249).
	Quando a obrigação é infungível, não há como compelir o devedor, de forma direta, a satisfazê-la, mas a recusa voluntária induz a culpa, resolvendo-se a obrigação em indenização por perdas e danos, pois não se pode constranger fisicamente o devedor a executá-la (art. 247). 
Há, no entanto, meios indiretos, que podem ser acionados, cumulativamente com o pedido de perdas e danos, como por exemplo, a fixação de multa diária que incide enquanto durar o atraso no cumprimento da obrigação (art. 287 CPC).
	Conseqüências do Inadimplemento das obrigações de fazer:
 
	a) 	Sem culpa do devedor (art. 248, 1ª parte) 
 	Resolve-se a obrigação, não respondendo o devedor por perdas e danos.
Ex: 	Cirurgião famoso que sofre um acidente a caminho do hospital, ficando impossibilitado de realizar a cirurgia.
	b)	Com culpa do devedor (art. 248, 2ª parte)
Responderá o devedorpor perdas e danos.
3) OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER = a obrigação de não fazer é denominada de obrigação negativa, impondo ao devedor uma obrigação de abstenção, ou seja, de não praticar o ato que poderia livremente fazer.
Ex: 	A compra de um terreno, onde o adquirente se compromete a não construir prédio além de uma determinada altura.
	O vendedor de uma franquia que se compromete a não abrir nova loja no mesmo bairro.
Há casos em que a obrigação de não fazer, quando do seu inadimplemento, só restará ao credor exigir perdas e danos.
Ex:	Divulgação de um segredo industrial, que o devedor se compromete a não divulgar. Após a divulgação do segredo, não há como se pretender que as partes voltem ao estado anterior, que o devedor desfaça o ato, somente restará ao credor exigir perdas e danos.
		
	Conseqüências do Inadimplemento da Obrigação de não fazer: 
Sem culpa do devedor (art. 250)
Extingue-se a obrigação de não fazer, se for impossível abster-se do ato que se comprometeu a não praticar.
Ex: 	Aquele que se compromete a não obstar o uso por terceiros da passagem em sua propriedade, mas que por ordem judicial foi obrigado a fechá-la.
Com culpa do devedor (art. 251)
O credor poderá exigir do devedor que desfaça pessoalmente o ato, ou poderá vê-lo desfeito por determinação judicial ou por terceiros, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Obs: Em caso de urgência, poderá o credor mandar desfazer o ato independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido (art.251, Par. Único)
OBRIGAÇÕES COMPOSTAS OU COMPLEXAS
	
	Quando a prestação tem por objeto uma só prestação ou um só sujeito ativo e um único sujeito passivo diz-se que ela é simples.
	Havendo pluralidade de prestação a obrigação é composta ou complexa e se desdobra nas seguintes modalidades: 
	- Obrigações Cumulativas ou Conjuntiva;
	- Obrigações Alternativas ou Disjuntivas;
	- Obrigações Facultativas.
	Na modalidade especial de obrigação composta, denominada cumulativa ou conjuntiva, há uma pluralidade de prestações e todas devem ser solvidas, sem exclusão de qualquer delas, sob pena de se haver por não cumprida a obrigação.
	Na obrigação cumulativa, as prestações devidas estão ligadas pela partícula “e”, efetivando-se o seu cumprimento somente pela prestação de todos os objetos.
	Pode-se estipular que o pagamento seja simultâneo ou sucessivo, mas o credor não pode ser compelido “a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou” (CC, art. 314).
	A obrigação composta com multiplicidade de objetos pode ser também, alternativa ou disjuntiva, que são aquelas que têm por conteúdo duas ou mais prestações, das quais uma somente será escolhida para o pagamento ao credor e consequentemente a liberação do devedor.
	Na obrigação alternativa os objetos estão ligados pela disjuntiva “ou”, podendo haver duas ou mais opções, sendo que tal modalidade de obrigação se extingue com a simples prestação de um dos objetos que a compõem.
1-	OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
	Obrigação alternativa é a que compreende dois ou mais objetos e extingue-se com a prestação de apenas um, ou seja, existe obrigação alternativa quando se devem várias prestações, mas, por convenção das partes, somente uma delas há de ser cumprida, mediante escolha do devedor ou do credor.
	Essa alternativa pode estabelecer-se entre duas ou mais coisas, entre dois ou mais fatos, ou até entre uma coisa e um fato, como por exemplo, a obrigação assumida pela seguradora de, em caso de sinistro, dar outro carro ao segurado ou mandar reparar o veículo danificado, como este preferir.
	As prestações são múltiplas, mas efetuada a escolha, quer pelo devedor, quer pelo credor, individualiza-se a prestação e as demais ficam liberadas, como se, desde o início, fosse à única objetivada na obrigação.
	Trata-se, pois, de obrigação única, com prestações várias, realizando-se pela escolha, com força retroativa, a concentração numa delas e a conseqüente exigibilidade, como se fosse simples desde a sua constituição.
	Diferem as obrigações alternativas das genéricas ou de dar coisa incerta, embora tenham um ponto comum, que é a indeterminação do objeto, afastada pela escolha, em ambas necessárias.
	Na realidade, são categorias diferentes, nas obrigações alternativas, há vários objetos, devendo a escolha recair em apenas um deles, já nas obrigações de dar coisa incerta, o objeto é um só, apenas indeterminado quanto à qualidade, onde a escolha recairá sobre a qualidade do único objeto existente, enquanto nas obrigações alternativas a escolha recai sobre um dos objetos da obrigação.
	Pode-se dizer que, na obrigação genérica ou de dar coisa incerta, as partes têm em mira apenas o gênero e na obrigação alternativa, as partes consideram os diversos objetos da obrigação na sua individualidade.
	Pode ocorrer, nos negócios em geral, uma conjugação entre as duas espécies, surgindo uma obrigação alternativa e, ao mesmo tempo, uma obrigação de dar coisa incerta.
Ex: Obrigação de entregar 10 sacas de milho ou 10 sacas de café.
	Salienta-se ainda, que as obrigações alternativas oferecem maiores perspectivas de cumprimento pelo devedor, pois lhe permite selecionar, dentre as diversas prestações, a que lhe for menos onerosa, diminuindo, por outro lado, os riscos a que os contratantes se achem expostos, como no caso de um dos objetos perecer, não haverá extinção da obrigação, subsistindo a obrigação quanto ao outro objeto.
	Direito de Escolha.
	A obrigação alternativa só estará em condições de ser cumprida depois de definido o objeto a ser prestado, e essa definição ocorre pelo ato de escolha.
	O Código Civil respeita, em primeiro lugar, a vontade das partes, que no exercício da liberdade contratual, atribui à faculdade de escolha a qualquer das partes, seja o devedor, seja o credor, ou a um terceiro de confiança de ambos, e na falta de estipulação, a escolha caberá ao devedor (art. 252), uma vez que este é considerado o mais fraco na relação contratual.
	O direito de opção transmite-se aos herdeiros, quer pertença ao devedor, quer ao credor.
	O art. 252, § 1º estabelece a indivisibilidade do pagamento, ou seja, “não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra”, pois deve uma ou outra.
	No entanto, se a obrigação for de prestações periódicas, o art. 252, § 2º, admite “a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período”, mas nesta hipótese, também não poderá dividir o objeto da prestação.
	Podem as partes ainda, estipular que a escolha se faça por um terceiro, que neste caso atuará na condição de mandatário e se caso este não puder ou não quiser aceitar a incumbência, de acordo com a inovação do § 4º do art. 252, “caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes”. 
	O mesmo acontecerá, em caso “de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação” (art. 252, § 3º).
	Nas obrigações alternativas, não é aplicável à escolha da prestação o princípio jurídico do meio termo ou da qualidade média, podendo o titular do direito de escolha optar livremente por qualquer das prestações da obrigação.
	Admite-se também que a escolha da prestação, nas obrigações alternativas, seja determinada por sorteio (art. 817- CC)
	
A Concentração.
	Feita a escolha, dá-se a concentração, ficando determinado, de modo definitivo, sem possibilidade de retratação unilateral, o objeto da obrigação. 
	As prestações reduzem-se a uma só, e a obrigação torna-se simples, onde só será devido o objeto escolhido, como se fosse ele o único, desde o nascimento da obrigação.
	Não se exige forma especial para a comunicação da escolha, basta a declaração unilateral da vontade, sem necessidade de aceitação, após comunicada a escolha, a obrigação se concentra no objeto determinado, torna-se ela definitiva e irrevogável.
	Todavia,na falta de comunicação, o direito de mudar a escolha pode ser exercido pelo devedor até o momento de executar a obrigação, e pelo credor, até o momento em que propõe a ação de cobrança.
	O contrato deve estabelecer prazo para o exercício da opção. 
	Se o devedor não fizer a opção, este será notificado, para efeito de sua constituição em mora, no entanto este ato não o privará do direito de escolha, salvo se a convenção dispuser que este direito passa ao credor.
	Constituído o devedor em mora, o credor poderá propor ação (processo de conhecimento) para obter sentença judicial alternativa, com fundamento no art. 571 do CPC, que dispõe: “Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, este será citado para exercer a opção e realizar a prestação dentro de 10 dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei, no contrato, ou na sentença”. 
	Se a escolha couber ao credor, e este não a fizer no prazo estabelecido no contrato, poderá o devedor propor ação consignatória com fundamento no art. 342 do CC, que dispõe que será o credor citado para efetuar a opção, “sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher”.
	Impossibilidade das prestações.
	Dispõe o art. 253 do CC: 
	“Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra”. 
	Neste caso, o artigo prevê a hipótese de impossibilidade originária, ou da impossibilidade superveniente, de uma das prestações, por causa não imputável a nenhuma das partes.
	Trata-se de impossibilidade material, decorrente, por exemplo, do fato de não mais fabricar uma das coisas que o devedor se obrigou a entregar, ou de uma delas ser um imóvel que foi desapropriado, concentrando-se, nesse caso, automaticamente, independentemente da vontade das partes, a obrigação na prestação remanescente, deixando a obrigação de ser complexa e se tornando obrigação simples.
	Se a impossibilidade é jurídica, por ilícito um dos objetos (ex: praticar um crime) toda a obrigação fica contaminada de nulidade, sendo inexigíveis ambas as prestações. 
	Caso uma delas, desde o momento da celebração do contrato, não puder ser cumprida em razão da impossibilidade física, será alternativa apenas na aparência, constituindo, na verdade, uma obrigação simples.
	Quando a impossibilidade de uma das prestações é superveniente e inexiste culpa do devedor, dá-se a concentração da dívida na outra, ou nas outras.
Ex: Se alguém se obriga a entregar um veículo ou um animal, e este vem a morrer depois, atingido por um raio, concentra-se o débito no veículo.
	Se o perecimento de uma das prestações decorrer de culpa do devedor, competindo a ele a escolha, poderá concentra-la na prestação remanescente.
	Se a impossibilidade for de todas as prestações, sem culpa do devedor, “extinguir-se-á a obrigação”, por falta de objeto, sem ônus para o devedor (art. 256).
	Se a impossibilidade das prestações ocorrerem por culpa do devedor, cabendo-lhe a escolha, ficará ele obrigado “a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar (art. 254).
 	Se a escolha couber ao credor, este poderá exigir o valor de qualquer das prestações, além das perdas e danos.
	Se somente uma das prestações se tornar impossível por culpa do devedor, cabendo a escolha ao credor, este terá direito de exigir ou a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos, não sendo obrigado a ficar com o objeto remanescente, pois a escolha é sua (art. 255).
OBRIGAÇÕES FACULTATIVAS
As obrigações facultativas é uma espécie sui generis de obrigação alternativa, trata-se de obrigação simples, em que é devida uma única prestação, sendo facultado ao devedor, exonerar-se mediante o cumprimento de prestação diversa e predeterminada, é uma obrigação com faculdade de substituição. 
O credor só poder exigir a prestação obrigatória, neste tipo de obrigação, o objeto da prestação é determinado, sendo assim, o devedor não deve outra coisa e o credor outra coisa não pode exigir, mas por uma derrogação ao rigor da obrigação, pode o devedor pagar coisa diversa daquela que constitui objeto da dívida.
Como o dever de prestar tem por objeto prestação determinada, o credor nunca poderá exigir a prestação posta em alternativa, mas terá de aceitá-la, se o devedor optar por ela no momento do cumprimento, sob pena de incorrer em mora.
Ex: 	O vendedor que se obriga a entregar um veículo, ficando-lhe facultado substituí-lo por prestação do equivalente em dinheiro; 		
	O arrendatário que se obriga a pagar o aluguel, que poderá exonerar-se entregando frutos ao credor em vez de moedas.
	Assim, podemos concluir que obrigação facultativa é aquela que, tendo por objeto uma só prestação, e concede ao devedor à faculdade de substituí-la por outra.
	O Código Civil brasileiro não trata das obrigações facultativas, visto que, praticamente, não deixam elas de ser alternativas para o devedor, e simples para o credor, que só pode exigir o objeto principal da prestação. 
Características e efeitos das obrigações facultativas. 	
	Nas obrigações facultativas não há o direito de escolha do credor, pois este só pode exigir a prestação devida, pois a substituição é mera faculdade que, por sua natureza, compete ao devedor.
	As obrigações facultativas diferem das obrigações alternativas não só na questão da escolha, mas também nos efeitos da impossibilidade da prestação.
	Se o único objeto da obrigação perecer, sem culpa do devedor, resolve-se o vínculo obrigacional, ficando o devedor inteiramente desonerado, não podendo o credor exigir a prestação acessória.
Ex: 	Se o devedor se obriga a entregar um animal, ficando-lhe facultado substituí-lo por um veículo, e o animal é fulminado por um raio, vindo a falecer, extingue-se por inteiro a obrigação do devedor, não podendo o credor exigir a prestação facultativa.
	Se a impossibilidade se referir a segunda prestação (acessória), a obrigação manter-se-á em relação à prestação devida, apenas desaparecendo para o devedor a possibilidade prática de substituí-la por outra.
	DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
	As obrigações divisíveis e indivisíveis são compostas pela multiplicidade de sujeitos.
Nelas há um desdobramento de pessoas no pólo ativo ou passivo, ou mesmo em ambos, passando a existir tantas obrigações distintas quantas as pessoas dos devedores ou dos credores, onde cada credor só pode exigir a sua quota e cada devedor só responde pela parte respectiva (art. 257).
Nas obrigações divisíveis a prestação é distribuída rateadamente.
Ex: 	Se duas pessoas devem R$ 200.000,00 a um determinado credor, cada qual só está obrigado a pagar a sua quota, correspondente a R$ 100.000,00, partilhando-se a dívida por igual.
	Se a hipótese for de obrigação divisível com pluralidade de credores, o devedor comum pagará a cada credor o equivalente a sua quota, igual para todos. 	
Sendo assim, as obrigações divisíveis têm importantes conseqüências jurídicas decorrentes do fato de a obrigação ter numerosos sujeitos ativos ou passivos, quer originariamente, quer de modo derivado (por cessão ou herança), são elas:
Cada um dos credores só tem direito de exigir sua fração no crédito;
Cada um dos devedores só tem que pagar a sua quota no débito;
Se o devedor solver integralmente a dívida a um só dos vários credores, não se desobrigará com relação aos demais credores;
O credor que recusar o recebimento de sua quota, por pretender solução integral, pode ser constituído em mora;
A insolvência de um dos co-devedores não aumentará a quota dos demais;
A suspensão da prescrição, especial a um dos devedores, não aproveita os demais;
A interrupção da prescrição por um dos credores não beneficia os outros; operada contra um dos devedores não prejudica os demais. 
	 
No entanto a obrigação divisível sofre, duas importantes exceções: a indivisibilidadee da solidariedade, nas quais, embora concorram várias pessoas, cada credor tem o direito de reclamar a prestação por inteiro e cada devedor responde também pela dívida total.
O art. 258 do CC, trata da questão da indivisibilidade onde preceitua que: “A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico”.
A divisibilidade ou indivisibilidade da prestação, confunde-se com a de seu objeto, sendo lícito afirmar que a obrigação é divisível quando é possível ao devedor executa-la por partes e indivisível quando o devedor não puder cumpri-la por partes, sendo obrigado integralmente pelo adimplemento da obrigação.
A divisibilidade ou indivisibilidade decorre, principal e diretamente, da possibilidade ou não de fracionamento do objeto da prestação, e não da mesma, sendo assim, a obrigação será indivisível quando a prestação tiver por objeto uma coisa ou um fato que não for suscetível de divisão, seja por sua própria natureza, seja pelo que dispuseram as partes contratantes.
 
Espécies de Indivisibilidade
A indivisibilidade da prestação e, consequentemente, da obrigação decorre, em geral, da natureza das coisas (indivisibilidade natural).
No entanto, na doutrina predomina o entendimento de que, para a divisibilidade ou indivisibilidade da obrigação, são decisivas em primeiro lugar a natureza da obrigação, em segundo lugar a vontade das partes e, em terceiro a determinação da lei.
A indivisibilidade decorrente da natureza do objeto é considerada como indivisibilidade absoluta, já a indivisibilidade decorrente da vontade das partes ou da lei é considerada como indivisibilidade relativa ou imprópria. 
Sendo assim, podemos dizer que existem três causas de indivisibilidade para as obrigações:
1ª) A natureza da prestação;
2ª) Vontade do homem (expressa em contrato ou testamento);
3ª) Disposição de lei.
	
A indivisibilidade em relação às várias modalidades de obrigações.
	A divisibilidade ou indivisibilidade das várias modalidades de obrigações depende da natureza da prestação, podendo ser aplicada a qualquer espécie de relação obrigacional.
	A obrigação de dar coisa certa, será divisível ou indivisível, conforme a natureza do objeto. Se o objeto for divisível (ex: entregar 10 sacas de café de qualidade determinada a dois credores), a obrigação também será, já se a coisa a ser entregue é indivisível, a obrigação será indivisível (ex: entregar um cavalo).
	As obrigações de restituir são em regra, indivisíveis (ex: o comodatário e o depositário são obrigados a devolver a coisa emprestada ou depositada, não podendo reter uma parte dela, salvo permissão do dono).
	Também a obrigação de fazer algumas vezes pode dividir-se e outras não (ex: a obrigação de fazer uma estátua é indivisível, mas será divisível se o escultor for contratado para fazer dez estátuas, realizando uma a cada 10 dias). 
	Sendo assim, podemos dizer que a obrigação de fazer é indivisível se o objeto da obrigação é uma unidade, um trabalho completo, dotado de individualidade própria (ex: construir uma casa, fazer um relógio, pintar um quadro), e são divisíveis se as prestações forem determinadas por quantidade ou duração de trabalho (ex: a obrigação de construir 100 metros de muro, ou de plantar 100 árvores, pode ser cumprida por dois herdeiros do devedor, cada um levantando a metade do muro ou plantando a metade do número de ou plantando a metade do npor dois herdeiros do devedor, cada um levantando a metado do muro�����������������������������������árvores).
	As obrigações em que o devedor assume a obrigação de simultaneamente, dar e fazer geralmente são indivisíveis (ex: pagar uma soma em dinheiro e fazer uma obra).
Se a obrigação de fazer tiver por objeto um negócio que envolva uma promessa, a divisibilidade ou não será aferida em função do direito a que a declaração se refere (ex: a obrigação assumida por dois vendedores em emitir declaração de vontade, como a outorga da escritura definitiva para a transferência do domínio, será divisível na medida em que cada um deles puder utilmente transferir o seu direito a metade do prédio, mas será indivisível se os promitentes se tiverem obrigado a constituir uma servidão sobre um prédio, visto que o cumprimento isolado de um deles não terá nenhum interesse útil para o promissário).
 	As obrigações negativas, de não fazer, em geral são indivisíveis (ex: se alguém se compromete a não construir em determinado terreno, bastará que inicie a construção para que se torne inadimplente), no entanto, poderá ser divisível, se o devedor obrigou-se a não praticar determinados atos, completamente independentes (ex: não vender e não alugar o imóvel adquirido ou não plantar e não colher).
	As obrigações alternativas e as genéricas ou de dar coisa incerta estão incluídas entre as obrigações indivisíveis, visto que até a escolha não se sabe exatamente qual a prestação devida de fato, por essa razão, o caráter divisível ou indivisível da obrigação fica suspenso.
	Concentrada a obrigação em determinado objeto, pela escolha feita, ela se converte em obrigação de dar coisa certa e será divisível ou indivisível conforme a natureza do objeto escolhido.
Efeitos da divisibilidade e da indivisibilidade da prestação.
	Se a obrigação é divisível, presumem-se esta dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores, ou devedores.
	Cada devedor só deve a sua cota parte. A insolvência de um não aumentará a cota dos demais.
	Havendo vários credores e um só devedor, cada credor receberá somente a sua parte.
	Pluralidade de devedores
	O art. 259 CC, proclama que: “Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
	Parágrafo Único – O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados”.
	Em geral, a prestação é distribuída rateadamente entre as partes, ou seja, o beneficio e o ônus da obrigação devem ser repartidos.
No entanto, quando se tratar de obrigação indivisível, embora concorram várias pessoas, cada credor tem o direito de reclamar a prestação por inteiro e cada devedor responde também pelo todo, mas somente porque o objeto não pode ser dividido, sob pena de perecer ou perder a sua substância.
	O devedor que paga a dívida toda, se sub-roga no direito do credor em relação aos outros (art. 259- Par. Único), assim, por uma ficção jurídica, extingue-se o crédito, com o pagamento, em face do credor e não do devedor. 
	O devedor que satisfez a obrigação assume o lugar do credor satisfeito, para exigir dos outros a parte que lhe cabe, trata-se de hipótese de sub-rogação legal.
	O devedor, demandado por obrigação indivisível, não pode exigir que o credor acione conjuntamente todos os co-devedores, qualquer deles, a escolha do credor pode ser demandado isoladamente pela dívida inteira.
	O devedor sub-rogado nos direitos do credor, não pode pretender na via de regresso, nada além da soma que tiver desembolsado para desobrigar os outros devedores, deduzida a quota que lhe compete (art. 350 –CC).
	Pluralidade de credores
	O art. 260 CC, proclama que: “Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando;
	I – a todos conjuntamente;
	II- a um, dando este caução de ratificação dos outros credores”.
	Nas obrigações indivisíveis, cada credor tem o direito de reclamar a prestação por inteiro e cada devedor responde também pelo todo, sendo assim, o pagamento deve ser ofertado a todos conjuntamente.
	Todavia, poderá o devedor se exonerar da obrigação pagando a dívida integralmente a um dos credores, desde que autorizado pelos demais, ou que, na falta dessa autorização, dê esse credor caução de ratificação dos demais credores (art. 260, I e II).A caução de ratificação é uma garantia oferecida por um dos credores que recebe o pagamento integral, onde os demais credores o reputam válido e não cobrarão, posteriormente, do devedor as suas quotas no crédito, essa garantia deve ser feita em documento escrito e com as devidas firmas reconhecidas, caso não haja essa garantia, o devedor deverá constituí-los em mora e promover o depósito judicial da coisa devida, pois não há solidariedade na obrigação indivisível, ou seja, o pagamento feito a um credor não exonera o devedor da obrigação perante os demais credores.
	Se um só dos credores receber sozinho a obrigação, poderá cada um dos demais exigir desse credor a parte que lhe competir em dinheiro (art.261-CC).
	Poderá também nas obrigações indivisíveis ocorrer à remissão (perdão) da dívida por parte de um dos credores, como preceitua o art. 262, “se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente”.
	Neste caso, se um dos credores remitir, perdoar a dívida, não ocorrerá a extinção da obrigação com relação aos demais credores, não podendo estes exigirem o objeto da prestação se não pagarem a vantagem obtida pelo devedor, ou seja, o valor da quota do credor que perdoou a dívida.
	O devedor, acionado pela totalidade da obrigação, tem direito como sub-rogado do remitente, ao reembolso da quantia a este originariamente devida.
	Ainda neste sentido, o parágrafo único do art. 262, garante o mesmo critério em caso de transação, novação, compensação ou confusão, em relação a um dos credores, que apesar de serem meios de extinção das obrigações em geral, esta não ocorrerá em relação aos demais credores, que terão o direito de exigir sua quota descontando a quota daquele.
 	Perda da indivisibilidade.
	A indivisibilidade só cessa se cessar a causa que lhe dá existência, ou seja, a unidade infracionável da prestação. 
	Caso ocorra a substituição da obrigação indivisível por outra suscetível de divisão, seja isso por virtude de novação, ou em conseqüência de inexecução se transforme a obrigação em perdas e danos, ou ainda aconteça por escolha de coisa divisível em obrigação alternativa com coisa indivisível, cessa a indivisibilidade e poderá a prestação se fazer por parte.
	O art. 263 dispõe que: “Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos”.
	Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos, em caso de perecimento com culpa do devedor, passando a ser representada por importância em dinheiro, que são divisíveis.
	Se “houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais” (art.263, § 1º), ou seja, se a execução da obrigação se tornou impossível por ação ou omissão voluntária, negligência, imprudência, de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
	Como a culpa é pessoal, se for de um só, somente ele ficará responsável pelo pagamento das perdas e danos, ficando exonerados dessa responsabilidade os demais, não culpados (art.263, § 2º), que responderão, no entanto, pelo pagamento de suas quotas.
DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS.
	A obrigação solidária se caracteriza pela multiplicidade de credores e ou de devedores, tendo cada credor o direito à totalidade da prestação, como se fosse o único credor, ou então, estando cada devedor obrigado pela dívida toda, como se fosse o único devedor.
	Preceitua o art. 264, “Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorrer mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigação, à dívida toda”.
	Na solidariedade não se tem uma única obrigação, mas tantas obrigações quantos forem os sujeitos nela envolvidos, ou seja, no momento em que as partes contraírem uma obrigação solidária, indubitável é que cada devedor passa a responder não só pela sua quota, como também pelas partes dos demais devedores, podendo posteriormente recobrar dos outros as respectivas porções solvida integralmente por ele, ou ainda, no caso do credor que recebe integralmente a prestação, responde perante os demais credores pelas parcelas de cada um. 
	O credor que recebe a prestação, na solidariedade ativa, age na qualidade de representante dos demais credores, da mesma maneira, que o devedor que paga representa, igualmente, os demais devedores, concluindo que no caso de solidariedade ativa ou passiva, existe um mandato tácito e recíproco para o recebimento e para o pagamento da obrigação.
	A solidariedade é importante garantia para a tutela do crédito, constituindo modo de assegurar o cumprimento da obrigação, reforçando-a e estimulando o pagamento do débito, diminuindo assim, para o credor o risco da insolvência de algum dos obrigados.
	Diferenças entre solidariedade e indivisibilidade.
	A solidariedade assemelha-se a indivisibilidade, por um único aspecto: em ambos os casos, o credor pode exigir de um só dos devedores o pagamento da totalidade do objeto devido.
	Porém, a solidariedade difere da indivisibilidade, por várias razões:
1ª) Cada devedor solidário pode ser compelido a pagar sozinho, a dívida inteira, por ser devedor do todo, já nas obrigações indivisíveis, cada devedor só deve a sua quota parte, podendo ser compelido ao pagamento da totalidade do objeto somente porque é impossível fraciona-lo.
2ª) Na obrigação indivisível existe a perda da qualidade quando a obrigação se resolver em perdas e danos, ou seja, sempre que a obrigação se converter em perdas e danos ela passa de indivisível para divisível, devendo cada devedor responder por sua quota, já na solidariedade, mesmo que a obrigação se converter em perdas e danos, continuará indivisível seu objeto no sentido de que não se dividirá a obrigação entre todos os devedores, ou todos os credores, porque a solidariedade depende da lei ou da vontade das partes e não da divisibilidade ou indivisibilidade do objeto. 
	Princípios comuns à solidariedade.
	Os arts. 265 e 266 do CC cuidam de dois princípios comuns à solidariedade: o da inexistência da solidariedade presumida e o da possibilidade de ser modalidade diferente para um ou alguns co-devedores ou co-credores.
	 “Art. 265 – A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes”.
	Desse modo, se não houver menção explícita no título constitutivo da obrigação ou em algum artigo de lei, a obrigação não será solidária, porque a solidariedade não se presume.
	Não se exige palavras sacramentais para a instituição da solidariedade, o essencial é que resulte de manifestação inequívoca das partes, sendo comum as expressões: “obrigando-se as partes in solidum”, “por inteiro”, “pelo todo”, “solidariamente”, etc.
	 Quanto à possibilidade de ser modalidade diferente para um ou alguns co-devedores ou co-credores, o art. 266, dispõe que: “A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro”.
	A variabilidade do modo de ser da obrigação na solidariedade parece ser ilógico, por repugnar, à primeira vista, a concorrência de qualidade opostas, pura e simples a respeito de um dos devedores, e condicional a respeito de outro.
	Quando várias pessoas contraem uma dívida solidariamente, é perante o credor que são devedoras, respondendo cada uma pela integralidade da dívida.
	Entre elas, porém, a dívida se divide, tornando-se cada uma devedora somente quanto à parte que lhe coube, na repartição do empréstimo. Se dividiram entre si a quantia ou a coisa emprestada, ainda que cada uma seja devedora do total para com o credor, cada uma só será devedora, para com as outras, de sua quota parte, seja a divisão feita por igual ou desigualmente.
	No caso de obrigação solidária, quando uma das modalidades for condicional, enquanto pendente condição suspensiva estipulada para um dos devedores, o credor não poderá acioná-lo, e o devedor solidário puro e simples somente poderá reclamaro reembolso do co-devedor condicional se ocorrer a condição.
	Espécies de obrigação solidária.
	Uma das principais características da obrigação solidária é a multiplicidade de credores ou de devedores. 
	Pode ser solidariedade ativa, ou de credores, solidariedade passiva, ou de devedores, e solidariedade recíproca ou mista, simultaneamente de credores e de devedores.
	
	1 - Da solidariedade Ativa.
	Solidariedade ativa é a relação jurídica entre credores de uma só obrigação e o devedor comum, em virtude da qual cada um dos credores tem direito de exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
	Conforme preceitua o art. 267, “Cada um dos credores solidários tem direito de exigir do devedor a cumprimento da prestação por inteiro”.
	Na solidariedade ativa concorrem dois ou mais credores, podendo qualquer deles receber integralmente a prestação devida, e o devedor liberar-se da obrigação pagando a qualquer um dos credores, que, por sua vez, pagará aos demais a quota de cada um.
	Na conta bancária conjunta encontra-se exemplo dessa espécie, por permitir que cada correntista saque todo o dinheiro depositado, em regra, os titulares são marido e mulher, pai e filho ou membros de uma sociedade.
	Neste caso, todos podem movimentar livremente a referida conta, ou seja, cada correntista credor pode, individualmente, sacar todo o numerário depositado, sem que o banco que é o devedor na condição de depositário, possa recusar-se a permitir o levantamento, exigindo-se a participação de todos. 
	Neste tipo de obrigação, qualquer dos credores solidários poderá reclamar o cumprimento integral da prestação, sem que o devedor possa argüir o caráter parcial do direito pleiteado pelo requerente.
	Enquanto não houver cobrança judicial, poderá o devedor pagar a qualquer um dos credores à sua escolha, porém, esse direito de escolha, cessará na hipótese de um ou alguns dos credores ajuizarem ação de cobrança, neste caso, o devedor somente se libera pagando ao credor que tomou a iniciativa da cobrança, não se exonerando se pagar a qualquer outro co-credor, arriscando-se, se o fizer, a pagar duas vezes.
	Por conseguinte, uma vez submetida à questão ao judiciário, deverá o devedor pagar em juízo, pois o credor que ajuizou a ação em face do devedor, passa a ter direito exclusivo ao pagamento, não porque o se direito seja melhor que dos outros credores, mas apenas porque se adiantou a eles na cobrança judicial.
	Em caso de falecimento de um dos co-credores, deixando herdeiros, cada um dos herdeiros, só terá direito de exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário e não a totalidade do crédito, salvo se a obrigação for indivisível.
	Pois assim proclama o art. 270 do CC: “Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível”.
	Não ocorrerá a perda da solidariedade para os herdeiros, podendo a prestação ser reclamada por inteiro, nas seguintes hipóteses:
se o credor falecido só deixou um herdeiro;
se todos os herdeiros agirem conjuntamente;
se indivisível a prestação.
	Observa-se assim, que o vínculo solidário, transferindo-se aos herdeiros, perde em eficácia a extensão, uma vez que os direitos do credor solidário falecido se transmitem aos herdeiros em conjunto, e não a um só deles, isoladamente.
	Mesmo quando a prestação se converte em perdas e danos não alterará a obrigação solidária, conforme preceitua o art. 271do CC: “Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade”.
	Liquidada a obrigação e fixado seu valor pecuniário, continua cada credor com direito de exigir a totalidade da prestação, tendo em vista que a solidariedade permanece, pois emana da vontade contratual ou da lei, que não foram alteradas, e não da natureza do objeto, como acontece nas obrigações indivisíveis, que quando convertidas em perdas e danos, por ter-se alterado a natureza do objeto da prestação, passa a ser obrigação divisível. 	
	Prescreve ainda, o art. 273 do CC que: “A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros”, ou seja, não pode o devedor opor a um dos credores solidários exceções pessoais que prejudicariam outros credores. 
	Assim, por exemplo, se o devedor está sendo cobrado em juízo por um credor plenamente capaz, não pode alegar, em seu benefício, e em detrimento daquele, defeito na representação ou assistência de outro credor solidário, pois tal exceção, sendo pessoal, só a este pode ser oposta.
Sendo assim, o dispositivo deixa claro a regra de que as defesas que o devedor possa alegar contra um só dos credores solidários não podem prejudicar aos demais, só podendo contra aquele o vício ser imputado, não atingindo o vínculo do devedor com os demais credores.
O art. 274 do CC prescreve que: “O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve”.
Neste caso, o julgamento contrário a um dos credores, não impede que os demais acionem o devedor e cobrem dele o valor integral da dívida, pois, a coisa julgada não beneficia nem prejudica terceiros, que não participaram da lide.
No entanto, se o julgamento for favorável a um dos credores aproveita aos demais, contudo, não haverá tal conseqüência, se o julgamento favorável fundar-se em exceção pessoal ao credor que o obteve.
Extinção da Obrigação Solidária.
A extinção da obrigação solidária está amparada pelo art. 269 do CC que diz: “O pagamento feito a um dos credores solidários, extingue a dívida até o montante do que foi pago”.
É da essência da solidariedade ativa que o pagamento, por modo direto ou indireto, feito a um dos credores, produz a extinção do crédito para todos e não somente para aquele que recebeu a prestação.
No entanto, o artigo deixa claro que não é todo e qualquer pagamento feito a um dos credores, senão o integral, que produz a extinção total da dívida, se ocorrer o pagamento parcial da prestação, a extinção será somente “até o montante do que foi pago”.
Quando ocorrer a extinção da relação obrigacional por pagamento, novação, remissão, compensação ou transação, o co-credor favorecido será responsável pelas quotas parte dos demais, que terão, por sua vez, direito de regresso, ou seja, o direito de exigir do credor que perdoou ou recebeu a prestação que entregue o que couber a cada um dos co-credores.
Ex: Se “A”, “B” e “C”, forem credores solidários de “D” da quantia de R$ 600.000,00, sendo que “B” concedeu o perdão total da dívida a “D”. Então, “A” e “C” poderão exigir de “B”, as quotas a que fariam jus, ou seja, “B” deverá pagar a “A” R$ 200.000,00 e a “C” também o valor de R$ 200.000,00. 
Direito de Regresso.
Nas relações internas dos credores entre si vigora o princípio da comunidade de interesses, sendo assim, a prestação paga por inteiro pelo devedor comum, deve ser partilhada entre todos os credores, por aquele que a tiver recebido.
O art. 272 do CC preceitua que: “O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba”.
 Extinta a obrigação, quer pelo meio direto do pagamento, quer pelos meios indiretos, como novação, compensação, transação e remissão, responde o credor favorecido, perante os demais, pelas quotas que lhes couberem.
A remissão levada a efeito pelo credor libera o devedor, mas o remitente se coloca no lugar deste, no tocante as quotas dos outros credores, que não podem perder o que, por lei ou convenção, lhes pertence.
Os concredores podem tornar efetiva a divisão do benefício pelo exercício do direito de regresso, direto e imediato, contra o resgatante do crédito solidário.
Quanto à partilha, se outra coisa não constar do título da obrigação, fa-se-á empartes iguais, nada impede, porém, que se convencione no título, a diversidade de quinhões.
A essência deste artigo está na declaração de que a prestação, paga por inteiro pelo devedor comum, deve ser dividida entre todos os credores por aquele que a tiver recebido e que se tornou responsável pelas cotas-partes dos demais, sendo assim, o recebimento converte o credor em devedor aos co-credores, relativamente à parte de cada um na coisa devida, para cujo cumprimento tem estes o direito de regresso.
A divisão do proveito deverá ser realizada ainda que o credor contemplado só tenha recebido parte do crédito, e não o todo, impondo-se em qualquer hipótese, o rateio.
 OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS.
2- Da Solidariedade Passiva.
	A solidariedade passiva consiste na concorrência de dois ou mais devedores, cada um com dever de prestar a dívida toda.
	A obrigação solidária passiva pode ser conceituada como a relação obrigacional, oriunda da lei ou da vontade das partes, com multiplicidade de devedores, sendo que cada um responde na totalidade pelo cumprimento da prestação, como se fosse o único devedor.
	Ao contrário da solidariedade ativa, a solidariedade passiva é muito freqüente nas relações obrigacionais, uma vez que esta unifica os devedores, possibilitando ao credor, uma maior segurança do crédito, uma vez que este poderá exigir e receber de qualquer um dos devedores o adimplemento parcial ou total da dívida comum.
	A solidariedade passiva deve ser analisada pelos lados externo e interno da relação jurídica, ou seja, nas relações dos devedores com o credor e nas dos devedores em si. 
Vista pelo lado externo, o conjunto de devedores se apresenta como se fosse um devedor único, pois dele pode o credor exigir a totalidade do crédito.
 Desse princípio decorre que:
a) o credor pode dirigir-se à sua vontade contra qualquer dos devedores e exigir-lhe toda a prestação (art. 275 CC);
b) o devedor escolhido, estando obrigado pessoalmente pela totalidade, não poderá invocar o benefício da divisão e, assim, pretender pagar só a sua quota ou pedir que sejam convencidos os co-obrigados;
c) uma vez conseguida de um só a totalidade da prestação, todos os outros ficam liberados (art. 277 CC);
d) tendo agido o credor sem resultado ou com resultado parcial contra um ou vários devedores, poderá depois agir ainda contra os outros até completa execução da prestação;
e) se a prestação se torna impossível por culpa ou durante a mora de um ou de vários devedores, as conseqüências do fato culposo deve recair sobre o seu autor, mas não podem por outro lado, servir para libertar os outros obrigados ao encargo de pagar o equivalente, mas pelas perdas e danos só responderá o culpado (art. 279 –CC). 
Se analisarmos a questão pelo lado interno (devedores entre si) encontraremos vários devedores, uns responsáveis para com os outros, ou seja, as obrigações de cada um são individuais e autônomas, mas em virtude da solidariedade, se encontram entrelaçadas numa relação unitária.
 A solidariedade passiva atende ao interesse comum das partes, uma vez que oferece ao credor a vantagem de desobrigá-lo de uma ação coletiva e o põe a salvo de eventual insolvência de um dos devedores, e aos devedores facilita o crédito tendo em vista a forte garantia que representa para o credor.
Embora exista semelhança entre a obrigação solidária passiva e a fiança, ambas não se confundem, uma vez que a fiança é um contrato acessório, a não ser que este se obrigou como devedor solidário.
 
Direitos do Credor
O principal efeito da solidariedade passiva consiste no direito que confere ao credor de exigir de qualquer dos devedores o cumprimento integral da prestação.
Se o pagamento for integral, ocorrerá a extinção da relação obrigacional, exonerando-se todos os co-devedores, mas se, for parcial e efetuado por um dos devedores, os outros ficarão liberados até a concorrência da importância paga, permanecendo todos solidariamente devedores do saldo remanescente.
A exigência e o recebimento parcial da dívida das mãos de um ou de alguns dos devedores, não importará renúncia da solidariedade do direito do credor (art. 275 –Par. Único), não ficando este inibido de acionar os demais devedores para responderem solidariamente pelo restante da dívida.
O devedor demandado pela prestação integral poderá chamar os demais devedores no processo (art. 77 e segs.CPC), não só para que o auxiliem na defesa, mas também para que a eventual sentença condenatória tenha valor de coisa julgada para o seu exercício do direito de regresso contra os outros devedores, porém tal situação não impede que, mesmo tendo sido vários devedores condenados, o credor possa mover a execução contra apenas um deles, requerendo-lhe a penhora de seus bens.
 
Efeitos da morte de um dos devedores solidários.
De acordo com o art. 276 –CC, “Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores”.
Pelo princípio geral da sucessão, preceitua o art. 1792 CC, que “o herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança”.
A integralidade da herança recai sobre o conjunto de herdeiros, pois estes se sub-rogam na posição ocupada pelo falecido como devedor solidário, que em razão da natureza da obrigação, responde pela obrigação inteira.
No entanto, a dívida se desmembra em relação a cada um dos devedores, se for divisível, sendo considerado isoladamente, cada devedor responde, tão somente pela quota correspondente ao seu quinhão hereditário.
Na solidariedade passiva, falecendo o devedor solidário, entre os herdeiros divide-se o débito e cada um só responde pela quota respectiva, salvo se a obrigação for indivisível.
Os herdeiros reunidos são considerados como um só devedor solidário, em relação aos demais co-devedores.
 Verifica-se desse modo, que a morte de um dos devedores solidários não rompe a solidariedade, que continua a onerar os demais co-devedores.
Se a obrigação for indivisível, cessa a regra que prevê o fracionamento, entre os herdeiros, da quota do devedor solidário falecido, ou seja, cada um será obrigado pela dívida toda (art. 259 e 270).
Relações entre os co-devedores solidários e o credor.
Conseqüências do pagamento parcial e da remissão.
O art. 277 trata das conseqüências do pagamento parcial do débito solidário e da remissão (perdão) obtida por um dos devedores, “O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam os outros devedores, senão até a concorrência da quantia paga ou relevada”.
Nesse mesmo sentido, o art. 388 prescreve que: “A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida”.
O pagamento parcial naturalmente reduz o crédito, sendo assim, o credor só pode cobrar do que pagou, ou dos outros devedores, o saldo remanescente.
A remissão ou perdão pessoal dado pelo credor a um dos devedores solidários não extingue a solidariedade em relação aos co-devedores, acarretando tão-somente a redução da dívida, em proporção ao valor remitido.
A remissão obtida por um dos devedores solidários aproveita aos demais, mas somente até a quantia perdoada, pois senão, perderia o devedor que foi perdoado o benefício se o credor pudesse exigir de outro devedor o total da dívida, porque o solvens (devedor) que pagou a dívida toda ficaria com o direito de regresso contra o favorecido do perdão, podendo cobrá-lo a sua parte correspondente na dívida total.
Em caso de insolvência de um dos devedores solidários, dispõe ainda o art. 284 que: “no caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade

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