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1 Prof. Dr. José Nunes da Silva Jr. Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Ceará Departamento de Química Orgânica e Inorgânica Química Orgânica II Prof. Dr. José Nunes da Silva Júnior 2013 2 A química orgânica pode ser dividida em duas partes: a) Estrutural: estudam-se as funções orgânicas e suas características estruturais. b) Reacional: estudam-se os tipos de reações que elas sofrem. Nesta disciplina, estudaremos as reações orgânicas em seis aulas: Aula 1 - Reações de adição eletrofílica a compostos insaturados Tópico 1 - alcenos..........................................................................................................................03 Tópico 2 - alcinos .........................................................................................................................27 Aula 2 - Reações de compostos aromáticos Tópico 1 - substituições eletrofílicas.............................................................................................37 Tópico 2 - reações de naftalenos....................................................................................................54 Tópico 3 - substituições nucleofílicas............................................................................................56 Aula 3 - Reações de substituição nucleofílica e de eliminação Tópico 1 - nucleófilos e grupos abandonadores............................................................................68 Tópico 2 - mecanismo SN2...........................................................................................................72 Tópico 3 - mecanismo SN12.........................................................................................................77 Tópico 4 - escolha do solvente......................................................................................................82 Tópico 5 - mecanismo E2..............................................................................................................86 Tópico 6 - mecanismo E1..............................................................................................................92 Tópico 7 - competição: substituição x eliminação........................................................................97 Aula 4 - Reações de alcoóis, fenóis e éteres Tópico 1 - alcoóis e fenóis.......................................................................................................... 109 Tópico 2 - éteres..........................................................................................................................120 Aula 5 - Reações de aldeídos e cetonas Tópico 1 - estrutura e reatividade................................................................................................128 Tópico 2 - hidratos, hemiacetais e acetais..................................................................................134 Tópico 3 - reações com compostos nitrogenados........................................................................140 Tópico 4 - reações com compostos nitrogenados II....................................................................144 Tópico 5 - reações com nucleófilos de enxofre..........................................................................147 Tópico 6 - reações com nucleófilos de carbono e fósforo..........................................................149 Tópico 7 - reações de oxidação e redução...................................................................................155 Aula 6 - Reações de ácidos carboxílicos e derivados Tópico 1 - ácidos carboxílicos.....................................................................................................159 Tópico 2 - derivados de ácidos carboxílicos..............................................................................166 Tópico 3 - síntese de derivados de ácidos carboxílicos ............................................................175 Aulas Experimentais 1- Reações de identificação de grupos funcionais....................................................................202 2- Reações de identificação de grupos funcionais II................................................................207 Referências Consultadas.........................................................................................................................214 Estrutura de Alcenos Os alcenos são hidrocarbonetos que contêm uma dupla ligação C=C. Esta ligação dupla confere aos alcenos uma estrutura planar com uma densidade rica de elétrons acima e abaixo do plano. espécies que têm deficiência de elétrons, os eletrófilos eletrofílica. estrutura planar Reações de Adição Eletrófílica A reação característica de comp adição eletrofílica, onde uma ligação pi é quebrada com a formação de duas ligações sigma. Tratam-se, portanto, de reações exotérmicas ( espontaneidade da reação. Com relação à entropia da reação, temos que que 2 moléculas formarão apenas uma, diminuindo a desordem do sistema. Como veremos nesta unidade, diversos grupos podem ser adicionados à dupla ligação, levando à obtenção de muitos grupos funcionais. Este fato torna os alcenos importantes ferramentas sintéticas. + cenos são hidrocarbonetos que contêm uma dupla ligação C=C. Esta ligação dupla confere aos alcenos uma estrutura planar com uma densidade rica de elétrons acima e abaixo do plano. Sendo assim, os alcenos são altamen espécies que têm deficiência de elétrons, os eletrófilos, sofrendo reações de adição estrutura planar Eletrófílica A reação característica de compostos com duplas ligações C=C é uma reação de adição eletrofílica, onde uma ligação pi é quebrada com a formação de duas ligações se, portanto, de reações exotérmicas (∆H<0) que favorecem a Com relação à entropia da reação, temos que que 2 moléculas formarão apenas uma, diminuindo a desordem do sistema. Como veremos nesta unidade, diversos grupos podem ser adicionados à dupla ção, levando à obtenção de muitos grupos funcionais. Este fato torna os alcenos importantes ferramentas sintéticas. A B A B 3 cenos são hidrocarbonetos que contêm uma dupla ligação C=C. Esta ligação dupla confere aos alcenos uma estrutura planar com uma densidade rica de Sendo assim, os alcenos são altamente reativos com reações de adição ostos com duplas ligações C=C é uma reação de adição eletrofílica, onde uma ligação pi é quebrada com a formação de duas ligações H<0) que favorecem a Com relação à entropia da reação, temos que ∆S<O, uma vez que 2 moléculas formarão apenas uma, diminuindo a desordem do sistema. Como veremos nesta unidade, diversos grupos podem ser adicionados à dupla ção, levando à obtenção de muitos grupos funcionais. Este fato torna os alcenos A B H X H OH H OSO3H X X Hidrogenação de Alcenos A hidrogenação é a adição de hidrogênio (H tripla). Alcenos reagem com H Rh), para originarem alcanos, através da adição de H As ligações nos produtos são mais fortes que as ligações no reação, 2 ligações σ são formadas A respeito destas reações, sabe normalmente, à temperatura ambiente e que se trata de realizada na ausência de catalisadores. Portanto, a reação catalisadores metálicos finamente divididos De modo geral, as hidrogenações são normalmente escolhidos com base em suas capacidades de dissolver o alceno ais utilizados são: etanol, hexano e ácido acético. O Mecanismo da Hidrogenação Uma descriçãomecanística que mostra o papel do catalisador met esquema abaixo. Hidrogenação de Alcenos idrogenação é a adição de hidrogênio (H2) a uma múltipla ligação Alcenos reagem com H2, na presença de metais finamente divididos (Pd, Pt, Rh), para originarem alcanos, através da adição de H2 às duplas ligações. s ligações nos produtos são mais fortes que as ligações no são formadas e 1 ligação π é quebrada. destas reações, sabe-se que as hidrogenações são realizadas, normalmente, à temperatura ambiente e que se trata de processo muito lento realizada na ausência de catalisadores. Portanto, a reação é realizada na presença de catalisadores metálicos finamente divididos (Pd, Pt, Rh). hidrogenações ocorrem com altos rendimentos, e os s são normalmente escolhidos com base em suas capacidades de dissolver o alceno etanol, hexano e ácido acético. Hidrogenação Uma descrição mecanística que mostra o papel do catalisador met 4 ) a uma múltipla ligação (dupla ou na presença de metais finamente divididos (Pd, Pt, às duplas ligações. s ligações nos produtos são mais fortes que as ligações nos reagentes. Na ões são realizadas, processo muito lento quando realizada na presença de ocorrem com altos rendimentos, e os solventes são normalmente escolhidos com base em suas capacidades de dissolver o alceno. Os Uma descrição mecanística que mostra o papel do catalisador metálico é visto no A Estereoquímica da Hidrogenação Quando dois átomos ou grupos se adic ligação, o processo é referido como sendo uma grupos se adicionam à faces opostas de uma dupla ligação, o processo é referido como sendo uma adição anti. No modelo de hidrogenação descrit transferidos da superfície do metal para o alceno. sejam transferidos simultaneamente, há uma tendência pronunciada deles se adicionarem à mesma face da dupla ligação (adição syn) A Estereosseletividade da Hidrogenação Um segundo aspecto estereoquímico da hidrogenação de alcenos diz respeito à sua estereosseletividade. Uma reação que parte de um substrato que pode originar dois ou mais produtos estereoisoméricos, mas um d dita estereosseletiva. CO CO da Hidrogenação Quando dois átomos ou grupos se adicionam à mesma face de uma dupla ligação, o processo é referido como sendo uma adição syn. Quando dois átomos ou grupos se adicionam à faces opostas de uma dupla ligação, o processo é referido como No modelo de hidrogenação descrito anteriormente, os átomos de hidrogênio são transferidos da superfície do metal para o alceno. Embora os dois hidrogênios não sejam transferidos simultaneamente, há uma tendência pronunciada deles se adicionarem à mesma face da dupla ligação (adição syn). A Estereosseletividade da Hidrogenação Um segundo aspecto estereoquímico da hidrogenação de alcenos diz respeito à reação que parte de um substrato que pode originar dois ou mais produtos estereoisoméricos, mas um deles é obtido exclusivamente ou em maior quantidade, é H2 Pt O2CH3 O2CH3 CO2CH3 CO2CH3 H H 5 ionam à mesma face de uma dupla Quando dois átomos ou grupos se adicionam à faces opostas de uma dupla ligação, o processo é referido como o anteriormente, os átomos de hidrogênio são Embora os dois hidrogênios não sejam transferidos simultaneamente, há uma tendência pronunciada deles se Um segundo aspecto estereoquímico da hidrogenação de alcenos diz respeito à reação que parte de um substrato que pode originar dois ou mais produtos eles é obtido exclusivamente ou em maior quantidade, é (100%) A estereoquímica desta reação é governada pela maneira com que o alceno se aproxima da superfície do catalisador. que a face superior do alceno se aproxime do metal, impedindo a formação do último composto. Adição Eletrofílica de HX a Alcenos Em um grande número de reações de adição, o reagente que ataca o alceno é polar ou facilmente polarizável. estão entre as substâncias mais simples que se adicionam aos alcenos. A adição ocorre rapidamente em uma variedade de solventes. Um exemplo de adição de HX Os hidrogentes de alquila reagem com alcenos com v reatividade dos hidrogenetos de alquila prótons. Mecanismo Geral da Adição Eletrofílica de HX a Alcenos Na primeira etapa eletrófilo, levando à formação de um carbocátion. A estereoquímica desta reação é governada pela maneira com que o alceno se aproxima da superfície do catalisador. As duas metilas na cabeça de ponte impedem or do alceno se aproxime do metal, impedindo a formação do último Adição Eletrofílica de HX a Alcenos Em um grande número de reações de adição, o reagente que ataca o alceno é polar ou facilmente polarizável. Os haletos de hidrogênio, os quais estão entre as substâncias mais simples que se adicionam aos alcenos. A adição ocorre rapidamente em uma variedade de solventes. Um exemplo de adição de HX a um acleno é dado abaixo: Os hidrogentes de alquila reagem com alcenos com velocidades diferentes. tos de alquila relaciona-se com suas habilidades de doar dição Eletrofílica de HX a Alcenos do mecanismo, o par de elétrons da ligação dupla ataca o eletrófilo, levando à formação de um carbocátion. 6 A estereoquímica desta reação é governada pela maneira com que o alceno se na cabeça de ponte impedem or do alceno se aproxime do metal, impedindo a formação do último Em um grande número de reações de adição, o reagente que ataca o alceno é são polarizados, elocidades diferentes. A ordem de suas habilidades de doar seus trons da ligação dupla ataca o Na etapa seguinte, o carbocátion sofre o ataque do nucleófilo, recebendo seus elétrons e formando a segunda ligação sigma. Regiosseletividade de Reações de Adição A adição de HX a um alceno assimétrico pode ocorrer, conceitualmente, de duas maneiras diferentes: O hidrogênio pode se adicionar nos carbonos 1 ou 2. um produto é usualmente obtido. levou o químico russo Vladimir Markovnikov, em 1870, a formular a “ Markovnikov”: “Na adição de HX a um alceno, o átomo de hidrogênio se ligará ao carbono da dupla mais hidrogenado CH2 CHCH3 H X H X , o carbocátion sofre o ataque do nucleófilo, recebendo seus elétrons e formando a segunda ligação sigma. Reações de Adição Eletrofílica de HX a Alcenos A adição de HX a um alceno assimétrico pode ocorrer, conceitualmente, de duas O hidrogênio pode se adicionar nos carbonos 1 ou 2. Todavia, na prática, apenas um produto é usualmente obtido. A análise de muitos exemplos semelhantes ao anterior, levou o químico russo Vladimir Markovnikov, em 1870, a formular a “ Na adição de HX a um alceno, o átomo de hidrogênio se ligará ao carbono da dupla mais hidrogenado”. C C H H CH3 X H H C C H X CH3 H H H (majoritário) 7 , o carbocátion sofre o ataque do nucleófilo, recebendo seus letrofílica de HX a Alcenos A adição de HX a um alceno assimétrico pode ocorrer, conceitualmente, de duas Todavia, na prática, apenas se de muitos exemplos semelhantes ao anterior, levou o químico russo Vladimir Markovnikov, em 1870, a formular a “Regra de Na adição de HX a um alceno, o átomo de hidrogênio se ligará ao (majoritário) Outros exemplos são vistos a segui o átomo de hidrogênio de adicionará. Regiosseletividade – Explicação Teórica O entendimento deste comportamento (Regra quando analisamos as estruturas dos carbocátions formados nos dois possíveiscaminhos: Se o alceno que sofre a adição do haleto de hidrogênio for um alceno assimétrico, a etapa 1 pode levar a dois carbocátions diferentes: O carbocátion terciá consequentemente, a energia do estado de transição da etapa de sua formação (a determinante da velocidade da reação) será menor, favorecendo a formação do produto majoritário, a partir deste carbocátion. R R Outros exemplos são vistos a seguir. Nestes, a seta azul indica o carbono ao qual o átomo de hidrogênio de adicionará. Explicação Teórica O entendimento deste comportamento (Regra de Markonikov) pode ser obtido ando analisamos as estruturas dos carbocátions formados nos dois possíveis Se o alceno que sofre a adição do haleto de hidrogênio for um alceno assimétrico, a etapa 1 pode levar a dois carbocátions diferentes: terciário, por ser mais estável, terá uma menor energia e, entemente, a energia do estado de transição da etapa de sua formação (a determinante da velocidade da reação) será menor, favorecendo a formação do produto a partir deste carbocátion. C C H H R R H + C C H H R R H + terciário primário 8 r. Nestes, a seta azul indica o carbono ao qual ) pode ser obtido ando analisamos as estruturas dos carbocátions formados nos dois possíveis Se o alceno que sofre a adição do haleto de hidrogênio for um alceno rio, por ser mais estável, terá uma menor energia e, entemente, a energia do estado de transição da etapa de sua formação (a determinante da velocidade da reação) será menor, favorecendo a formação do produto Regra de Markovnikov – Na adição iônica de um reagente assimétrico a uma dupla ligação, a parte positiva do reagente se ligará ao átomo de carbono da dupla ligação de modo a formar, como intermediário, o carbocátion mais estável O alceno (representado no centro do gráfico acima) pode seguir dois caminhos diferentes (azul:esquerda com estruturas e energias diferentes. Sendo assim, preferencialmente, o alceno seguirá através do caminho que envolve a menor barreira energética (energia de ativação), no caso, o caminho vermelho hidrogênio sempre entrará no carbono mais hidrogenado para levar à formação do carbocátion mais estável. Rearranjos de Carbocátions Em todo mecanismo que propõe a formação de carbocátions, deve consideração a possibilidade do rearranjo de um carbocátion menos estável para ser transformar em outro mais estável. No exemplo mostrado a seguir carbocátion secundário que leva Enunciado Moderno Na adição iônica de um reagente assimétrico a uma dupla ligação, a parte positiva do reagente se ligará ao átomo de carbono da dupla ligação de modo a formar, como intermediário, o carbocátion mais estável. alceno (representado no centro do gráfico acima) pode seguir dois caminhos :esquerda ou vermelho:direita) e formar dois carbocátio com estruturas e energias diferentes. Sendo assim, preferencialmente, o alceno do caminho que envolve a menor barreira energética (energia de ativação), no caso, o caminho vermelho (direita). Desta forma, verifica hidrogênio sempre entrará no carbono mais hidrogenado para levar à formação do carbocátion mais estável. ranjos de Carbocátions Em todo mecanismo que propõe a formação de carbocátions, deve consideração a possibilidade do rearranjo de um carbocátion menos estável para ser mais estável. mostrado a seguir, ocorre inicialmente a formação de um carbocátion secundário que leva à formação do produto à esquerda, o minoritário 9 Na adição iônica de um reagente assimétrico a uma dupla ligação, a parte positiva do reagente se ligará ao átomo de carbono da dupla ligação de modo a alceno (representado no centro do gráfico acima) pode seguir dois caminhos ) e formar dois carbocátions distintos, com estruturas e energias diferentes. Sendo assim, preferencialmente, o alceno do caminho que envolve a menor barreira energética (energia de . Desta forma, verifica-se que o hidrogênio sempre entrará no carbono mais hidrogenado para levar à formação do Em todo mecanismo que propõe a formação de carbocátions, deve-se levar em consideração a possibilidade do rearranjo de um carbocátion menos estável para ser icialmente a formação de um à formação do produto à esquerda, o minoritário (40%). No entanto, a migração do íon hidreto do carbono vizinho para o carbocátion (rearranjo), gera um carbocátion terciário mais estável que, por do produto à da direita, o majoritário Exercícios Sugira mecanismos que expliquem as seguintes observações: a) A adição de cloreto de hidrogênio ao 3 o 2-cloro-3-metil-butano e o 2 b) A adição de cloreto de hidrogênio ao 3,3 o 3-cloro-2,2-dimetil-butano e o 2 Adição de HBr (via radicalar) a Alcenos Por um longo tempo, as reaç Algumas vezes ocorriam segundo a regra de Markovnikov, mas em outras vezes, levava ao produto da adição anti-Markovnikov. Em 1929, Morris S. Kharasch (Univ investigação sistemática. Ele descobriu que a adição anti quando peróxidos (ROOR) estavam presentes na mistura da reação. buteno, era formado sempre o produto No entanto, a migração do íon hidreto do carbono vizinho para o carbocátion um carbocátion terciário mais estável que, por sua vez, lev do produto à da direita, o majoritário (60%). Sugira mecanismos que expliquem as seguintes observações: A adição de cloreto de hidrogênio ao 3-metil-1-buteno leva a dois produtos: utano e o 2-cloro-2-metil-butano. b) A adição de cloreto de hidrogênio ao 3,3-dimetil-1-buteno leva a dois produtos: butano e o 2-cloro-2,3-dimetil-butano. Adição de HBr (via radicalar) a Alcenos Por um longo tempo, as reações de HBr com alcenos eram imprevisíveis. Algumas vezes ocorriam segundo a regra de Markovnikov, mas em outras vezes, levava Markovnikov. Em 1929, Morris S. Kharasch (Universidade de Chicago) realizou uma a. Ele descobriu que a adição anti-Markovnikov era promovida quando peróxidos (ROOR) estavam presentes na mistura da reação. Purificando o 1 sempre o produto de acordo com a regra de Markovnikov. 10 No entanto, a migração do íon hidreto do carbono vizinho para o carbocátion sua vez, leva à formação buteno leva a dois produtos: buteno leva a dois produtos: ões de HBr com alcenos eram imprevisíveis. Algumas vezes ocorriam segundo a regra de Markovnikov, mas em outras vezes, levava de Chicago) realizou uma Markovnikov era promovida Purificando o 1- de acordo com a regra de Markovnikov. 11 Mecanismo Geral da Adição Radicalar de HBr na presença de Peróxidos (ROOR) a) iniciação etapa 1: dissociação do peróxido em dois radicais alcoxi. etapa 2: abstração do átomo de hidrogênio do HBr por um radical alcoxi. b) propagação etapa 3: adição de um átomo de bromo ao alceno. etapa 4: abstração do átomo de hidrogênio do HBr por um radical livre formado na etapa 3. A Estereoquímica da Adição de HX a Alcenos Considere a seguinte reação: O produto apresenta um centro quiral (C2). Sendo assim, ele poderá ocorrer como uma mistura racêmica, ou como um enantiômero em maior quantidade (excesso enantiomérico). O que ocorrerá de fato? HX H X CH2CH3 CH H H * 2 1 H H H CH3CH2 12 A resposta pode ser encontrada quando analisamos o mecanismo da reação: Como a geometria do carbocátion é trigonal plana, existem duas fa igualmente disponíveis para o ataque do nucleófilo, fato este que leva à formação de uma misturaracêmica. Reações de Adição de H2SO Além dos haletos de hidrogênio, outros ácidos também se adicionam aos alcenos. Ácido sulfúrico concentrado determinados alcenos para formar sulfatos ácidos de alquila. seguindo a Regra de Markovnikov. Um fato interessante acerca da adição de H de alquila formado pode ser transformado em H2O. C C alceno H CH3 A resposta pode ser encontrada quando analisamos o mecanismo da reação: geometria do carbocátion é trigonal plana, existem duas fa igualmente disponíveis para o ataque do nucleófilo, fato este que leva à formação de SO4 a Alcenos Além dos haletos de hidrogênio, outros ácidos também se adicionam aos alcenos. Ácido sulfúrico concentrado frio (H2SO4), por exemplo, reage com determinados alcenos para formar sulfatos ácidos de alquila. A reação é regios seguindo a Regra de Markovnikov. Um fato interessante acerca da adição de H2SO4 a alcenos, é que o sulfato ácido lquila formado pode ser transformado em um álcool quando refluxado (calor) em S O O OOH H C+ C H S O O -O C H C OSO3H ácido sulfúrico carbocátion íon h s sulfato ácido de alquila H H H2SO4 frio CH3 C H OSO3H CH3 HOH, calor CH3 C H OH CH3 + H2SO4 12 A resposta pode ser encontrada quando analisamos o mecanismo da reação: geometria do carbocátion é trigonal plana, existem duas faces igualmente disponíveis para o ataque do nucleófilo, fato este que leva à formação de Além dos haletos de hidrogênio, outros ácidos também se adicionam aos ), por exemplo, reage com A reação é regiosseletiva, é que o sulfato ácido álcool quando refluxado (calor) em O H hidrogeno sulfato 13 Reações de Adição de H2O (Hidratação) a Alcenos Outro método pelo qual alcenos podem ser convertidos em alcoóis é através da adição de água (hidratação) à dupla ligação, sob condições de catálise ácida. Diferentemente da adição de H2SO4, esta reação é conduzida em meio ácido diluído. As reações de hidratação seguem a Regra de Markovnikov e, portanto, não possibilitam a formação de alcoóis primários. Mecanismo da Reação de Hidratação C C H3C H3C H H C H3C H3C C H H HO H H H + O H H .. C O H3C CH3 C H H H H H..O H H C H3C H3C C H H H + + C O H3C CH3 C H H H H H O H H .. + O H H H C O H3C CH3 C H H H H + + Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 C C H H R R C H H H C OH R R HOH H+ 14 Exercício As velocidades de hidratação de dois alcenos mostram-se diferir por um fator maior que 7000 a 25oC. Qual o isômero mais reativo? Por quê? Hidroboração-Oxidação de Alcenos Vimos que a hidratação de alcenos, catalisada por ácidos, adiciona os elementos da H2O aos alcenos a regiosseletividade seguindo a Regra de Markovnikov. Todavia, às vezes, necessitamos de um álcool tendo a estrutura que corresponde à hidratação de um alceno com regiosseletividade oposta àquela determinada pela Regra de Markovnikov, como o exemplo abaixo. Como devemos proceder nestes casos? Através de uma reação denominada hidroboração-oxidação é possível obter alcoóis com regioquímicas opostas àquelas obtidas a partir da hidratação de alcenos (Regra de Markovnikov). Tal procedimento foi descoberto pelo Prof. Herbert C. Brown, Perdue University, lhe garantindo o prêmio Nobel em 1979. A hidroboração é uma reação na qual um hidreto de boro (BH3), adiciona-se a uma dupla ligação, criando-se duas novas ligações: 1 C-B e 1 C-H (organoborano). Após a hidroboração, o organoborano é oxidado através do tratamento com peróxido de hidrogênio (H2O2), em solução aquosa básica, gerando o álcool. H CH3 H CH3 OH H H2O 15 Dois exemplos deste tipo de reação são dados abaixo. A Estereoquímica da Reação de Hidroboração-Oxidação Nas reações de hidroboração-oxidação, ocorre à adição syn dos elementos da água à dupla ligação. Observe que a hidroxila (OH) e o hidrogênio entraram pela mesma face do alceno. O Mecanismo da Reação de Hidroboração-Oxidação O mecanismo ocorre em 6 etapas: Etapa 1) uma molécula de borano (BH3) ataca o alceno. Os elétrons provenientes da ligação π do alceno atacam o orbital p vazio do átomo de boro. Etapa 2) O complexo π rearranja para um organoborano. O átomo de hidrogênio migra do boro para o carbono, carregando o par de elétrons de sua ligação para o átomo de boro. O desenvolvimento do estado de transição para este processo émostrado abaixo (2a), e sua transformação em organoborano é mostrado na figura 2b. 16 Etapa 3) O íon peróxido é convertido em seu ânion em solução básica. Etapa 4) O ânion do peróxido de hidrogênio ataca como um nucleófilo, atacando o átomo de boro e formando a ligação oxigênio-boro. Etapa 5) O átomo de carbono migra do carbono para o boro, deslocando o íon hidróxido. O carbono migra como o par de elétrons da ligação carbono-boro e forma uma nova ligação carbono-oxigênio com estes elétrons. Etapa 6) A hidrólise cliva a ligação boro Reações de Adição de Halogênio ( Enquanto os alcanos são inertes frente ao bromo, os alcenos reagem rapidamente. O bromo (colorido) adicio produtos destas reações são chamados de dialetos vicinais. Tal comportamento faz com esta reação seja utilizada como servindo para caracterização de duplas ligações em compostos orgâni adiciona uma solução colorida de Br há a descoloração da solução, indicando que o bromo não mais está presente, ou seja, reagiu com as insaturações. Por outro lado, quando se adiciona uma solu Br2 (em CCl4) a soluções de compostos solução resultante, indicando que o bromo ainda está presente, ou seja, não reagiu. Quando o halogênio é o Cl ambiente em uma variedade de solventes, incluindo ácido acético, CCl CH2Cl2. A hidrólise cliva a ligação boro-oxigênio, gerando o álcool. Halogênio (X2) a Alcenos Enquanto os alcanos são inertes frente ao bromo, os alcenos reagem amente. O bromo (colorido) adiciona-se às duplas ligações, “descolorindo produtos destas reações são chamados de dialetos vicinais. Tal comportamento faz com esta reação seja utilizada como um caracterização de duplas ligações em compostos orgâni adiciona uma solução colorida de Br2 (em CCl4) a soluções de compostos há a descoloração da solução, indicando que o bromo não mais está presente, ou seja, reagiu com as insaturações. Por outro lado, quando se adiciona uma solu ) a soluções de compostos saturados, não ocorre a descoloração da solução resultante, indicando que o bromo ainda está presente, ou seja, não reagiu. Quando o halogênio é o Cl2 ou o Br2, a adição ocorre rapidamente à temper em uma variedade de solventes, incluindo ácido acético, CCl Br Br+ no escuro, CCl4 t.a. Br Br 17 Enquanto os alcanos são inertes frente ao bromo, os alcenos reagem se às duplas ligações, “descolorindo-se”. Os um teste químico, caracterização de duplas ligações em compostos orgânicos. Quando se ) a soluções de compostos insaturados, há a descoloração da solução, indicando que o bromo não mais está presente, ou seja, reagiu com as insaturações. Por outro lado, quando se adiciona uma solução colorida de , não ocorre a descoloração dasolução resultante, indicando que o bromo ainda está presente, ou seja, não reagiu. , a adição ocorre rapidamente à temperatura em uma variedade de solventes, incluindo ácido acético, CCl4, CHCl3 e 18 A Estereoquímica da Adição de Halogênio (X2) a Alcenos Quando ciclenos reagem com o bromo, em CCl4, ocorre uma adição anti, onde um bromo fica acima do plano e o outro fica abaixo. O Mecanismo da Adição de Halogênio (X2) a Alcenos A adição anti é sempre verificada nas adições de halogênios a alcenos, sugerindo um mecanismo em duas etapas: Etapa 1 Etapa 2 C C Br Br .. :: : :.. δδδδ++++ δδδδ−−−− C C Br :: + + Br - íon bromônio :: .. -Br C Br C Br C C Br:: + íon bromônio Outra observação experimental consistente com o mecanismo proposto é o efeito de substituintes sobre a velocidade da reação. Os dados experimentais mostram que substituintes alquila na ligação dupla carbono-carbono aumentam a velocidade da reação. Tais grupos “liberam” elétrons e estabilizam o estado de transição que leva ao íon bromônio. A Estereoespecificidade da Adição de Halogênio (X2) a Alcenos A adição anti de um halogênio a um alceno nos proporciona um exemplo do que se chama reação estereosespecífica. Trata-se de um reação onde um dado estereoisômero (reagente) reage de modo a formar um estereoisômero específico como produto. Por exemplo, o isômero (E) leva à formação do isômero (S,R). Já o isômero (Z) leva à formação da mistura racêmica (R,R) e (S,S). Ou seja, cada isômero de partida leva à obtenção de um estereoisômero específico, daí o nome reação H H3C estereoisômero (reagente) reage de modo a formar um estereoisômero específico como produto. Por exemplo, o isômero (E) leva à formação do isômero (S,R). isômero (Z) leva à formação da mistura racêmica (R,R) e (S,S). sômero de partida leva à obtenção de um estereoisômero específico, daí o nome reação estereoespecífica. CH3 H Br2, CCl4 H CH3 H3C H Br Br (S) (R) 19 estereoisômero (reagente) reage de modo a formar um estereoisômero específico como isômero (Z) leva à formação da mistura racêmica (R,R) e (S,S). sômero de partida leva à obtenção de um estereoisômero 20 Adição de Halogênio (X2) a Alcenos na Presença de H2O-Formação de Haloidrinas Em solução aquosa, cloro, bromo e iodo reagem com alcenos para formar compostos conhecidos como haloidrinas vicinais, as quais têm um halogênio e um grupo hidroxila em carbonos adjacentes. Observa-se a ocorrência da adição anti, isto é, o halogênio e o grupo hidroxila adicionam-se às faces opostas da dupla ligação. Mecanismo da Formação de Haloidrinas O mecanismo de formação da haloidrina é semelhante ao da bromação de alcenos. Na primeira etapa, ocorre a formação do íon bromônio e, na segunda etapa, a H2O (nucleófilo em maior quantidade no meio) ataca o íon bromônio, promovendo uma adição anti da hidroxila em relação ao bromo. A Regiosseletividade da Formação de Haloidrinas A regiosseletividade da adição é estabelecida quando a água ataca um dos carbonos do íon halônio. Se o alceno for assimétrico, o halogênio ligar-se-á ao átomo de carbono mais hidrogenado, uma vez que o átomo de carbono mais substituído levará à formação de um carbocátion mais estável. 21 Estado de transição mais estável Estado de transição menos estável apresenta caráter de carbocátion terciário apresenta caráter de carbocátion primário Reação de Epoxidação de Alcenos Já vimos que os íons halônios (intermediários cíclicos de três membros) são formados quando fontes de halogênio eletrofílico ataca a dupla ligação. Da mesma forma, anéis de três membros são formados pela reação de alcenos com fontes de oxigênio eletrofílico. São os chamados epóxidos. Os epóxidos são facilmente preparados a partir da reação entre alcenos e peroxiácidos, num processo denominado de epoxidação. O ácido peroxiacético é normalmente utilizado em ácido acético como solvente, mas as reações de epoxidação toleram uma variedade de solventes, e frequentemente são realizadas em clorofórmio e diclorometano. Exemplos de epoxidação são: C C H H H H O C C H CH3 H H O óxido de etileno óxido de propileno C C O C C + R O O O H R O OH + alceno peroxi ácido epóxido ácido carboxílico ácido peroxi acético H3C O O O H + O ácido acético + H3C O OH cicloocteno 1,2-epoxiciclooctano (86%) C C (CH2)9CH3 H H H O + H3C O O O H C C (CH2)9CH3 H H H H3C O OH + 1-dodeceno ácido peroxi acético 1,2-epóxidododecano ácido acético(52%) 22 Epoxidação de Alcenos - Adição Syn A epoxidação de alcenos com peroxiácidos é caracterizada por uma adição syn do oxigênio à dupla ligação. Os substituintes que são cis no alceno, um em relação ao outro, continuam cis no epóxido; e substituintes que são trans no alceno continuam trans no epóxido. Epoxidação de Alcenos – Mecanismo Acredita-se que o mecanismo da epoxidação do alceno seja um mecanismo concertado como mostrado abaixo: estado de transição Por este mecanismo, fica fácil verificar que a formação das duas novas ligações C-O ocorrem na mesma face do alceno. Oxidação de Alcenos – Ozonólise O ozônio (O3) é uma forma triatômica do oxigênio. Pode ser representada como uma combinação de suas duas estruturas de Lewis mais estáveis: Trata-se de uma molécula neutra, mas polar. Características que o torna um poderoso eletrófilo. Alcenos reagem com O3 para produzirem um ozonídeo primário que se rearranja em um ozonídeo. R R H H R R H H O H R R H H R R H O O O O H O O O H + + O O O-: :.. : .. .. + O O -O: .. + .. :: .. 23 Tal ozonídeo, na presença de um agente redutor, leva à formação de produtos através da clivagem da ligação C=C. Mecanismo da Ozonólise O método é utilizado para identificar fragmentos. Através destes, é possível localizar a posição de uma dupla ligação em um alceno de estrutura desconhecida. 2) Zn/H2O 1) O3 O O H H 2) Zn/H2O 1) O3 OO COOH 2) H2O2-ácido acético 1) O3 O OH O COOH OH O O O-: :.. : .. .. + CH3CH2CH CH2 O CH2CH3CH2CH O CH3CH2CH CH2 O O O CH3CH2CH CH2 O O O Zn/H2O ozonídeo ozonídeo primário CH3CH2CH CH2 O CH2CH3CH2CH O CH3CH2CH CH2 O O O CH3CH2CH CH2 O O O Zn/H2O ozonídeo ozonídeo primário -O O O+ : CH3CH2CH O O- CH2 O CH3CH2CH O O- CH2 O + + 24 Oxidação de Alcenos – Hidroxilação Syn KMnO4 e OsO4 reagem com alcenos para produzirem glicóis (1,2-diois). Oxidação de Alcenos – Clivagem Oxidativa Soluções quentes de KMnO4 levam à clivagem de alcenos e à obtenção de ácidos carboxílicos. KMnO4 quente OH- O -O O -O O HO O HO H+ Outro exemplo: Reação de Diels-Alder Um tipo particular de reação de adição conjugada ganhou o Prêmio Nobel de Química por Otto Dielse Kurt Alder da Universidade de Kiel (Alemanha) em 1950. A reação Diels-Alder reação é a adição conjugada de um alceno a um dieno. Usando o 1,3-butadieno como um dienófilo, a reação de Diels-Alder pode ser representado pela equação geral: A cicloadição Diels-Alder é um exemplo de uma classe chamada reações pericíclicas, as quais procedem em uma etapa através de um estado de transição cíclico. KMnO4 quente OH- O O -O O O HOH + 25 A formação da ligação ocorre em ambas as extremidades do sistema de dieno, e o estado de transição envolve um arranjo cíclico de seis carbonos e seis elétrons π. Estado de transição para cicloadição Diels-Alder A mais simples de todas as reações de Diels-Alder, a cicloadição do eteno como o 1,3-dieno, não procede prontamente. Ela tem uma alta energia de ativação e, portanto, ocorre a uma baixa velocidade. Entretanto, substituintes, tais como C=O ou C≡N, quando diretamente ligados à dupla ligação do dienófilo, aumentam sua reatividade, e compostos deste tipo dão adutos de Diels-Alder em altos rendimentos, mesmo a temperaturas moderadas. O produto de uma cicloadição de Diels-Alder sempre contém um anel a mais que estava presente nos reagentes. O dienófilo anidrido maleico contém um anel, assim o produto da sua adição a um dieno contém dois. A reação de Diels-Alder é estereoespecífica. Substituintes que são cis no dienófilo permanecem cis no produto; substituintes que são trans no dienófilo permanecem trans no produto. 26 Dienos cíclicos levam à formação de adutos bicíclicos de Diels-Alder com cabeça de ponte. Os alcinos são hidrocarbonetos ca tripla entre dois carbonos, ligações estas formadas pelo compartilhamento de 6 pares de elétrons entre dois carbonos com hibridação sp, garantindo à molécula uma estrutura linear e uma região rica em elétrons (nucl eletrofílicas (deficientes de elétrons). A Reatividade dos Alcinos As ligações C-H em alcanos e alcenos apresentam uma tendência muito pequena de se ionizarem. Todavia, devido a maior eletronegatividade dos c são um pouco mais ácidos. Embora mais ácidos que os alcenos, fracos que os álcoois, por exemplo. Somente diante de uma base muito forte, como NH2 - (amindeto) ou RO- (alcóxidos) C CH Estes carbânions são bons nucleófilos e podem atuar em reações de substituição nucleofílica em carbonos sp H C H H pKa ~ C CH R lcinos são hidrocarbonetos caracterizados pela presença de uma ligação tripla entre dois carbonos, ligações estas formadas pelo compartilhamento de 6 pares de elétrons entre dois carbonos com hibridação sp, garantindo à molécula uma estrutura e uma região rica em elétrons (nucleofílica) susceptível ao ataque de espécies eletrofílicas (deficientes de elétrons). Alcinos H em alcanos e alcenos apresentam uma tendência muito pequena de se ionizarem. Todavia, devido a maior eletronegatividade dos carbonos sp, os alcinos são um pouco mais ácidos. Embora mais ácidos que os alcenos, os alcinos ainda são ácidos fracos que os álcoois, por exemplo. Somente diante de uma base muito forte, como (alcóxidos), é que as bases conjugadas dos alcinos H -NH2 C CH - + Estes carbânions são bons nucleófilos e podem atuar em reações de substituição nucleofílica em carbonos sp3. C H H H C C H H H H C C HH pKa ~26pKa ~45~62 X C CH R + X- 27 racterizados pela presença de uma ligação tripla entre dois carbonos, ligações estas formadas pelo compartilhamento de 6 pares de elétrons entre dois carbonos com hibridação sp, garantindo à molécula uma estrutura eofílica) susceptível ao ataque de espécies H em alcanos e alcenos apresentam uma tendência muito pequena arbonos sp, os alcinos ácidos muito mais fracos que os álcoois, por exemplo. Somente diante de uma base muito forte, como alcinos são obtidas. NH3 Estes carbânions são bons nucleófilos e podem atuar em reações de substituição 28 Os carbânions também são bases fortes e podem promover reações de eliminação diante de haletos de alquila. Hidrogenação de Alcinos Além das propriedades ácidas apresentadas, os alcinos, por possuírem um região rica em elétrons entre os dois carbonos da tripla ligação, têm reatividade semelhante à dos alcenos, isto é, sofrem reações de adição. Por exemplo, alcinos também podem ser hidrogenados. Na presença de catalisadores, 2 equivalentes de hidrogênio se adicionam à tripla ligação de um alcino para produzir um alcano. Os alcenos são intermediários na redução de alcinos à alcanos. Isto nos leva a considerar a possibilidade de parar a hidrogenação assim que o alceno é formado (semi- hidrogenação). Na prática, a semi-hidrogenação é possível quando realizada na presença de catalisadores especialmente desenvolvidos como é o caso do catalisador de Lindlar C CH H CH2 C CH3 CH3 Br C C HH + H2C C CH3 CH3 Br - + C C RR H2 C R C R H H Pt, Pd, Ni ou Rh Pt, Pd, Ni ou Rh H2 C H C H R H H R alcino alceno alcano 29 (Pd/CaCO3, acetato de chumbo e quinolina). A hidrogenação de alcinos leva à formação de alcenos cis (Z) pela adição à tripla ligação. A Estereoseletividade da Hidrogenação de Alcinos Uma alternativa útil para a hidrogenação parcial do alcino, é a utilização de um metal do grupo IA (Li, Na, K) em amônia líquida. Neste caso, o alceno obtido apresenta isomeria trans. O mecanismo da redução com metal e amônia líquida inclui duas transferências de elétrons e duas transferências de prótons, totalizando 3 etapas. As evidências experimentais indicam que a etapa 1 (formação de um radical alquenila) é a etapa determinante da velocidade da reação. Acredita-se que a estereoseletividade trans observada é reflexo da distribuição dos dois intermediários alquenila radical formados nesta etapa. 30 O radical alquenila mais estável (E), no qual os grupos R e R’ estão trans um em relação ao outro, é formado mais rapidamente que o seu estereoisômero (Z), e leva à formação preferencial do alceno (E). Adição Eletrofílica de Haletos de Hidrogênio (HX) a Alcinos Os alcinos reagem com muitos dos reagentes eletrofílicos que reagem com duplas ligações de alcenos. Haletos de hidrogênio, por exemplo, adicionam-se a alcinos para formar alquenil haletos. A Regioseletividade da Adição Eletrofílica de Haletos de Hidrogênio a Alcinos A regioseletividade da adição segue a Regra de Markovnikov. Um próton adiciona-se ao carbono mais hidrogenado, enquanto o haleto adiciona-se ao carbono menos hidrogenado. O Mecanismo da Adição Eletrofílica de Haletos de Hidrogênio a Alcinos C C RR HX alcino alquenil haleto CH C RR X HBr C C HCH3CH2CH2CH2 C C H CH3CH2CH2CH2 H Br 2-bromo-1-hexeno (60%) 31 A Adição Eletrofílica de 2 HX a Alcinos Na presença de excesso de HX, di-haletos geminais são formados pela adição sequencial de duas moléculas de haletos de hidrogênio à tripla ligação. A Adição Eletrofílica de H2O a Alcinos Por analogia à hidratação de alcenos, a adição dos elementosda água (hidratação) à tripla ligação produz um álcool, porém, trata-se de um álcool especial chamado enol. Uma importante propriedade dos enóis é que eles são convertidos a aldeídos e cetonas sob as condições de sua formação. O processo pelo qual enóis são convertidos a aldeídos ou cetonas é chamado isomerismo ceto-enólico (ou tautomerismo ceto-enólico). Mecanismo do tautomerismo ceto-enólico Etapa 1) O enol é formado em uma solução aquosa ácida. A primeira etapa de sua transformação em cetona é a transferência do próton para a ligação dupla C=C. C C R'R C C R'R HX HX HX C C R'R HX X H dihaleto vicinal 32 Etapa 2) O carbocátion transfere o próton do oxigênio para a molécula de H2O, gerando a cetona. Em geral, as cetonas são mais estáveis do que seus precursores enóis, e são os produtos normalmente isolados quando alcinos sofrem hidratação catalisada por ácido. O método padrão para a hidratação de um alcino emprega ácido sulfúrico aquoso e sulfato de mercúrio (II), ou óxido de mercúrio, (II) como catalisador. A hidratação de alcinos segue a regra de Markovnikov. Adição Eletrofílica de Halogênios (X2) a Alcinos Os alcinos reagem com cloro e bromo para produzir tetra-haloalcanos, a partir da adição de moléculas de halogênia à tripla ligação. Um dialoalceno com isomeria (E) é um intermediário e o produto isolado quando o alcino e o halogênio estão presentes em quantidades equimolares. C C CH2CH3CH3CH2 Br2 1 equivalente C CH3CH2 Br C Br CH2CH3 (90%) ( E ) -3,4-dibromo-3-hexeno Ozonólise de Alcinos Os ácidos carboxílicos são produzidos quando alcinos são submetidos a ozonólise. A ozonólise é, às vezes, usada como uma ferramenta na determinação estrutural. No exemplo abaixo, podemos determinar a estrutura do d identificação dos ácidos carboxílicos que foram produzidos a partir da ozonólise do di alcino. cidos carboxílicos são produzidos quando alcinos são submetidos a ozonólise. A ozonólise é, às vezes, usada como uma ferramenta na determinação estrutural. No exemplo abaixo, podemos determinar a estrutura do di-alcino (central) a partir da identificação dos ácidos carboxílicos que foram produzidos a partir da ozonólise do di 33 cidos carboxílicos são produzidos quando alcinos são submetidos a ozonólise. A ozonólise é, às vezes, usada como uma ferramenta na determinação estrutural. alcino (central) a partir da identificação dos ácidos carboxílicos que foram produzidos a partir da ozonólise do di- 1) Escreva a estrutura do produto majoritário. 2) Escreva a estrutura do produto majoritário na reação do 2 3) Quando o 3-metil-1-buteno reagem com HBr, dois haletos de alquila são formados: 2-bromo-3-metilbutano e 2 explique a formação destes produtos. 4) Dê os reagentes necessários para pr 1) Escreva a estrutura do produto majoritário. 2) Escreva a estrutura do produto majoritário na reação do 2-metil-2-buteno com: buteno reagem com HBr, dois haletos de alquila são formados: metilbutano e 2-bromo-2-metilbutano. Proponha um mecani explique a formação destes produtos. 4) Dê os reagentes necessários para promover as seguintes reações. 34 buteno com: buteno reagem com HBr, dois haletos de alquila são formados: Proponha um mecanismo que 35 5) Dê o produto majoritário para cada uma das seguinte reações: 6) Usando um alceno e quaisquer outros reagentes, como você pode preparar os seguintes produtos? 7) Proponha um mecanismo para a seguinte reação: 8) Proponha um mecanismo para a seguinte reação: 36 9) Escreva a estrutura do produto majoritário das reações a seguir: 10) Desenhe os mecanismos para as seguintes reações: 11) Identifique os reagentes capazes de converter o 1-penteno nos seguinte produtos: 12) Sugira um mecanismo para esta reação: Estrutura do Benzeno O benzeno é um hexágono simétrico planar com seis átomos de carbono trigonais planos (sp2), cada um tendo um átomo de hidrogênio no plano do anel. os comprimentos das ligações C 1.47 de C=C 1.33) Esta característica geométrica advém da ressonância existente no anel (deslocalização dos seis elétrons duas regiões ricas em elétrons (acima e abaixo do plano), torna o benzeno um alvo para o ataque de espécies deficientes de elétrons, Nas reações com os eletrófilos eletrófilos em reações chamadas de as quais podem ser representadas pela seguinte equação geral: Ar H + O benzeno é um hexágono simétrico planar com seis átomos de carbono ), cada um tendo um átomo de hidrogênio no plano do anel. os comprimentos das ligações C-C são iguais a 1.39 Angstron. (Para comparação: C Esta característica geométrica advém da ressonância existente no anel slocalização dos seis elétrons π dos orbitais p da estrutura). A estrutura plana com duas regiões ricas em elétrons (acima e abaixo do plano), torna o benzeno um alvo para o ataque de espécies deficientes de elétrons, os eletrófilos. Nas reações com os eletrófilos, os átomos de hidrogênios são substituídos por em reações chamadas de Reações de Substituição Eletrofílica podem ser representadas pela seguinte equação geral: E Y + H YAr E 37 O benzeno é um hexágono simétrico planar com seis átomos de carbono ), cada um tendo um átomo de hidrogênio no plano do anel. Todos C são iguais a 1.39 Angstron. (Para comparação: C-C Esta característica geométrica advém da ressonância existente no anel A estrutura plana com duas regiões ricas em elétrons (acima e abaixo do plano), torna o benzeno um alvo para hidrogênios são substituídos por letrofílica Aromática, Y As reações de substituição eletrofílica aromáticas recebem nomes difer acordo com o eletrófilo em questão. � Nitração � Sulfonação � Halogenação � Alquilação de Friedel � Acilação de Friedel Embora envolvam diferentes eletrófilos, as reações de substituição eletrofílica aromáticas têm o mesmo mecanis Mecanismo geral das reações de substituição eletrofílica aromática Etapa 1 - Ataque Eletrofílico Na primeira etapa, os elétrons π C-C e formando uma nova ligação carbono gerado e estabilizado pelas possíveis estruturas de ressonância. Etapa 2 – Perda do próton Na segunda etapa, uma base ataca o próton do carbono onde se ligou o eletrófilo. Ocorre a quebra da ligação carbono para o sistema π do anel, restabelecendo a aromaticidade do sistema. E+ As reações de substituição eletrofílica aromáticas recebem nomes difer acordo com o eletrófilo em questão. Alquilação de Friedel-Crafts Acilação de Friedel-Crafts Embora envolvam diferentes eletrófilos, as reações de substituição eletrofílica aromáticas têm o mesmo mecanismo geral. das reações de substituição eletrofílica aromática Ataque Eletrofílico Na primeira etapa, os elétrons π do anel atacam o eletrófilo, quebrando a ligação C e formando uma nova ligação carbono-eletrófilo. Nesta etapa um carbocátion é gerado e estabilizado pelas possíveis estruturas de ressonância. Perda do próton Na segunda etapa, uma base ataca o próton do carbono onde se ligou o eletrófilo. Ocorre a quebra da ligaçãocarbono-eletrófilo, e o par de elétrons desta ligação volta do anel, restabelecendo a aromaticidade do sistema. + E H + E H 38 As reações de substituição eletrofílica aromáticas recebem nomes diferentes de Embora envolvam diferentes eletrófilos, as reações de substituição eletrofílica do anel atacam o eletrófilo, quebrando a ligação apa um carbocátion é Na segunda etapa, uma base ataca o próton do carbono onde se ligou o eletrófilo. par de elétrons desta ligação volta E H+ Diagrama de Energia Substituição Eletrofílica Arom As reações de nitração ocorrem na presença de uma mistura nitrante composta de ácido nítrico (HNO3) e ácido sulfú eletrófilo nitrônio (NO2 +) no meio reacional Quando formado, o íon nitrônio promove a nitração. H H+ Substituição Eletrofílica Aromática - Nitração As reações de nitração ocorrem na presença de uma mistura nitrante composta ) e ácido sulfúrico (H2SO4). São estas as espécies que gerarão o no meio reacional: Quando formado, o íon nitrônio promove a nitração. HO N O O +.. .. - O N O + + H2O nitrônio 39 As reações de nitração ocorrem na presença de uma mistura nitrante composta as as espécies que gerarão o 40 Mecanismo da Nitração Etapa 01 – Ataque nucleofílico do anel (ligação π) ao eletrófilo (íon nitrônio), com consequentes formações da ligação C-N e do carbocátion. Etapa 02 – Ataque da água (base) sobre o hidrogênio do carbono ao qual se ligou o eletrófilo, com a consequente restauração da aromaticidade do anel aromático e formação do nitrobenzeno. Substituição Eletrofílica Aromática - Sulfonação As reações de sulfonação ocorrem na presença ácido sulfúrico concentrado (H2SO4). Quando utilizamos ácido sulfúrico fumegante (H2SO4 + SO3) a velocidade de sulfonação é aumentada e o equilíbrio é deslocado completamente para o lado dos produtos. Neste caso, o eletrófilo em questão é o SO3, o qual promove a sulfonação: 41 Mecanismo da Sulfonação Etapa 01 - Ataque nucleofílico do anel (ligação π) ao eletrófilo (SO3), com consequentes formações da ligação C-S e do carbocátion. Etapa 02 - Ataque do íon hidrogenosufato (HSO4 -) sobre o hidrogênio do carbono ao qual se ligou o eletrófilo, com a consequente restauração da aromaticidade do anel aromático. Etapa 03 - Ataque da base conjugada do ácido benzenosulfônico sobre o próton do ácido sulfúrico para a formação do ácido benzenosulfônico. Substituição Eletrofílica Aromática - Halogenação As reações de halogenação (bromação e cloração) ocorrem na presença de Br2 e Cl2, os quais, por serem eletrófilos fracos, exigem a presença de catalisadores, tais como FeBr3, AlCl3 e AlBr3. Na ausência dos catalisadores a reação não ocorre. O brometo de ferro (FeBr3) é um ácido de Lewis fraco, mas ele combina-se com o bromo para formar um ácido de Lewis complexo. base de Lewis ácido de Lewis complexo ácido-base de Lewis Br Br Não ocorre reação Br Br FeBr3 Br Mecanismo da Bromação Etapa 01 - Ataque nucleofílico do anel (ligação de Lewis), com consequentes formações da ligação C Etapa 02 - Ataque do íon bormeto (Br do carbono ao qual se ligou o eletrófilo, com a consequen aromaticidade do anel aromático Substituição Eletrofílica Arom A alquilação do benzeno com haletos de alquila, na presença de cloreto de alumínio (AlCl3), foi descobe eles desenvolveram o que hoje chamamos de Friedel em química orgânica sintética C-C. Um exemplo deste tipo Todavia, os haletos de alquila para reagirem com o benzeno. como catalisadores. O cloreto de alumínio (AlCl melhorar a electrofilicidade do agente alquilante que nucleofílico do anel (ligação π) ao eletrófilo (complexo ácido de Lewis), com consequentes formações da ligação C-Br e do carbocátion. que do íon bormeto (Br-), oriundo da espécie FeBr4 -, sobre o hidrogênio do carbono ao qual se ligou o eletrófilo, com a consequente restauração da aromaticidade do anel aromático e formação do bromobenzeno. Substituição Eletrofílica Aromática - Alquilação de Friedel-Crafts benzeno com haletos de alquila, na presença de cloreto de ), foi descoberto por Charles Friedel e James M. Crafts em 1877. Juntos eles desenvolveram o que hoje chamamos de Friedel-Crafts, um dos métodos mais úteis em química orgânica sintética, uma vez que possibilitam a formação de uma ligação C. Um exemplo deste tipo reação é visto abaixo: aletos de alquila, por si só, não são suficientemente eletrofílic com o benzeno. Para que haja a reação, ácidos de Lewis são utilizados cloreto de alumínio (AlCl3), por exemplo, é melhorar a electrofilicidade do agente alquilante (carbocátion). 42 ) ao eletrófilo (complexo ácido-base Br e do carbocátion. , sobre o hidrogênio te restauração da benzeno com haletos de alquila, na presença de cloreto de rto por Charles Friedel e James M. Crafts em 1877. Juntos, Crafts, um dos métodos mais úteis , uma vez que possibilitam a formação de uma ligação não são suficientemente eletrofílicos Para que haja a reação, ácidos de Lewis são utilizados é utilizado para 43 Mecanismo da Alquilação de Friedel-Crafts Etapa 01 - Ataque nucleofílico do anel (ligação π) ao eletrófilo (carbocátion), com consequentes formações da ligação C-Br e do carbocátion. Etapa 02 - Ataque do íon bormeto (Cl-), oriundo da espécie AlCl4 -, sobre o hidrogênio do carbono ao qual se ligou o eletrófilo, com a consequente restauração da aromaticidade do anel aromático e formação do alquilbenzeno. Nas reações de alquilação de Friedel-Crafts, o eletrófilo envolvido é um carbocátion, o qual pode ser obtido a partir de um haleto de alquila: de um alceno, ou de um álcool: Nas reações de alquilação de Friedel-Crafts, utilizando haletos de alquila primários, podem ocorrer rearranjos para que ocorra a formação de carbocátions terciários mais estáveis. Um exemplo disto é dado abaixo: C CH3 H3C CH3 Cl AlCl3 0 o C C CH3 H3C CH3 H+ + AlCl3Cl OH H+.. .. OH2.. 44 Rearranjo do carbocátion O hidrogênio migra com seu par de elétrons (hidreto) para o carbono vizinho (à direita), eliminando o grupo abandonador (AlCl4 -), e formando um carbocátion terciário mais estável. Substituição Eletrofílica Aromática - Acilação de Friedel-Crafts Outra versão da reação de Friedel-Crafts utiliza haletos de acila para produzir acilbenzenos: Nas acilação de Friedel-Crafts, os anidridos de ácidos carboxílicos (na presença de AlCl3) também podem servir como fonte de cátion acila e, consequentemente, de acilbenzeno. Mecanismo da Acilação de Friedel-Crafts Nas reações de acilação de Friedel-Crafts, o eletrófilo em questão é o íon acílio, o qual que pode ser obtido a partir de: cloretos de acila: 45 anidridos: Com o íon acílio (eletrófilo) formado, a reação ocorre em duas etapas: Etapa 01 - Ataque nucleofílico do anel (ligação π) ao eletrófilo (íon acílio), com consequentes formações da ligação C-C e do carbocátion. Etapa 02 - Ataque do íon bormeto (Cl-), oriundo da espécie AlCl4 -, sobre o hidrogêniodo carbono ao qual se ligou o eletrófilo, com a consequente restauração da aromaticidade do anel aromático e formação do acilbenzeno. Exercicio O anidrido succínico é um anidrido cíclico frequentemente usado em acilações de Friedel-Crafts. Dê as estrutura dos produto obtido quando o benzeno é acilado com anidrido succínico, na presença de cloreto de alumínio. Síntese de Alquilbenzenos via Acilbenzenos Pelo fato da acilação de um anel aromático poder ocorrer com rearranjos, é comum obterem-ser alquilbenzenos através de uma rota alternativa, a qual evita a formação de carbocátions. No exemplo abaixo, o alquilbenzeno é obtido através de uma sequência de duas reações. Na primeira delas, ocorre uma acilação de Friedel-Crafts, formando um O O O .. .. AlCl3 O O O AlCl3 .. - + O C O+ + acilbenzeno. A seguir, ocorre a metileno (CH2). O método mais comumente utilizado para reduzir um acilbenzeno a um alquilbenzeno emprega uma amálgama de mercúrio concentrado, e é chamado de A síntese do butilbenzeno ilustra a sequência A Velocidade de Reações de Substituições Eletrofílicas Aromáticas Até o momento, falamos apenas das reações do benzeno, isto é, um anel aromático sem substituintes. Entretanto, dados experimentais mostram que substituintes no anel tornam o anel mais o reatividade: Dizemos que o grupo CH modo geral: � grupos doadores ( � grupos retiradores Este fato é de fácil entendimento se pensarmos que anéis mais ricos em elétrons serão melhores reagentes frentes a eletrófilos. acilbenzeno. A seguir, ocorre a redução do grupo carbonila (C=O) O método mais comumente utilizado para reduzir um acilbenzeno a um alquilbenzeno emprega uma amálgama de mercúrio-zinco (Zn-Hg), ácido clorídrico e é chamado de Redução Clemmensen. A síntese do butilbenzeno ilustra a sequência acilação-redução. A Velocidade de Reações de Substituições Eletrofílicas Aromáticas Até o momento, falamos apenas das reações do benzeno, isto é, um anel aromático sem substituintes. Entretanto, dados experimentais mostram que substituintes am o anel mais ou menos reativo. Por exemplo, temos a seguinte série de Dizemos que o grupo CH3 ativou o anel e que o grupo CF3 desativou o anel. (possuem pares de elétrons livres) de elétrons ativam o anel grupos retiradores de elétrons desativam o anel. Este fato é de fácil entendimento se pensarmos que anéis mais ricos em elétrons serão melhores reagentes frentes a eletrófilos. 46 do grupo carbonila (C=O) para um grupo O método mais comumente utilizado para reduzir um acilbenzeno a um , ácido clorídrico Até o momento, falamos apenas das reações do benzeno, isto é, um anel aromático sem substituintes. Entretanto, dados experimentais mostram que substituintes Por exemplo, temos a seguinte série de desativou o anel. De ) de elétrons ativam o anel. Este fato é de fácil entendimento se pensarmos que anéis mais ricos em elétrons 47 A Orientação em Reações de Substituições Eletrofílicas Aromáticas Além de tornar o anel mais ou menos reativo, os substituintes também influenciam diretamente na preferência da posição de entrada do eletrófilo no anel. Por exemplo, na seguinte reação temos a formação de 3 diferentes produtos, todavia, o segundo é o minoritário. Neste caso, o grupo metila “orientou” a entrada do grupo nitro, preferencialmente, nas posições orto e para em relação a si. Podemos concluir que a metila (doador de elétrons) orientou a entrada do novo substituinte nas posições orto e para em relação a si. Mas por quê? A partir da análise do mecanismo da reação e de seu diagrama de energia, podemos responder a esta pergunta. Na primeira etapa do mecanismo (etapa determinante da velocidade da reação), ocorre a formação do carbocátion. Quanto mais estável for o carbocátion, mais estável será o estado de transição e, consequentemente, mais rápida será a reação através daquele caminho, e mais produto será formado. Analise os diagramas de energia abaixo. Verificamos que a presença do grupo CH3 (um doador de elétrons) aumenta a estabilidade de todos os carbocátions (a,b,c), mas estabiliza com maior intensidade os carbocátions a e c, formados a partir da entradas do eletrófilos nas posições orto e para, 48 respectivamente. Isto ocorre porque, em uma das formas de ressonância dos carbocátions (a e c), a carga positiva se posiciona no carbono que carrega o grupo CH3, diminuindo a energia do hibrído de ressonância e, consequentemente, do estado de transição da etapa determinante da reação. Neste outro exemplo, o grupo CF3 “orientou” a entrada do grupo nitro, preferencialmente, nas posições meta em relação a si. Podemos concluir que os substituintes doadores de elétrons orientam a entrada do novo substituinte nas posições orto e para em relação a si, e os substituintes retiradores de elétrons orientam a entrada nas posições meta. Mas por quê? A partir da análise do mecanismo da reação, podemos responder a esta pergunta. Ataque orto - entrada do grupo nitro na posição orto em relação ao grupo CF3 Ataque para - entrada do grupo nitro na posição para em relação ao grupo CF3 Ataque meta - entrada do grupo nitro na posição meta em relação ao grupo CF3 49 Na primeira etapa do mecanismo (etapa determinante da velocidade da reação), ocorre a formação do carbocátion. Quanto mais estável for o carbocátion, mais estável será o estado de transição e, consequentemente, mais rápida será a reação através daquele caminho, e mais produto será formado. Analise os diagramas de energia abaixo. Verificamos que a presença do grupo CF3 (um retirador de elétrons) aumenta a instabilidade de todos os carbocátions (a,b,c), mas instabiliza com maior intensidade os carbocátions a e c, formados a partir da entradas do eletrófilos nas posições orto e para, respectivamente. Isto ocorre porque, em uma das formas de ressonância dos carbocátions (a e c), a carga positiva se posiciona no carbono que carrega o grupo CF3, aumentando a energia do hibrído de ressonância e, consequentemente, do estado de transição da etapa determinante da reação. Reações de Substituições Eletrofílicas Aromáticas - Efeito Desativador dos Halogênios Observando os dados experimentais, observa-se que a velocidade da nitração do clorobenzeno é 30 vezes mais lenta que a do benzeno, portanto, o cloro desativa o anel Também observa-se que os produtos majoritários são o orto-cloronitrobenzeno e o para- cloronitrobenzeno, ou sseja, os halogênios direcionam a entrada dos eletrófilos nas posições orto e para. A nitração do clorobenzeno é um exemplo típico: 50 Este inconsistência entre regiosseletividade e velocidade de reação pode ser entendida analisando os dois caminhos pelos quais um halogênio pode afetar a estabilidade de um cátion cicloexadienila. 1) Halogênios são átomos eletronegativos – retiradores de elétrons. Assim, todos os intermediários formados pelo ataque eletrofílico a um halobenzeno são menos estáveis que o correspondente cátion cicloexadienila para o benzeno. Portanto, halobenzenos são menos reativos que o benzeno. 2) Halogênios podem atuar como doadores de elétrons – da mesma forma que o grupo hidroxila, substituintes halogênios possuem pares de elétrons desemparelhados que podem ser doados para um carbono carregado positivamente (intermediário carbocátion). Esta doação de elétrons para o sistema π estabiliza o intermediário derivado apartir dos ataques nas posições orto e para. ataque orto ataque para Uma mistura dos efeitos indutivo e de ressonância varia de um halogênio para outro, mas o resultado geral é que todos os halogênios são grupos desativantes fracos e orientadores orto e para. Reações de Substituições Eletrofílicas Aromáticas Múltiplos Quando o anel benzênico carre sítios de substituição, em muitos casos, podem ser preditos a partir de efeitos cumulativos de seus substituintes. os sítios de substituição são equivalentes, isto é, em qualquer lugar que ele entrar levará à formação do mesmo produto: C C Outra possibilidade é quando os substituintes do anel orientam para as mesmas posições. Neste caso, dizemo o grupo metila e o grupo nitro orientam a entrada do eletrófilo na mesma posição, orto ao grupo metila. Outra possibilidade é quando os substituintes do anel orientam para diferentes posições. Neste caso, dizemos que temos orientações divergentes. será o grupo “mais ativante” que definirá a posição de entrada do eletrófilo. Reações de Substituições Eletrofílicas Aromáticas - Efeitos de Substituintes Quando o anel benzênico carrega dois ou mais substituintes, sua reatividade e sítios de substituição, em muitos casos, podem ser preditos a partir de efeitos cumulativos de seus substituintes. O exemplo mais simples é encontrado quando todos tios de substituição são equivalentes, isto é, em qualquer lugar que ele entrar levará à formação do mesmo produto: CH3 CH3 HNO3/H2SO4 CH3 NO2 CH3 Outra possibilidade é quando os substituintes do anel orientam para as mesmas posições. Neste caso, dizemos que temos orientações convergentes. No exemplo abaixo, o grupo metila e o grupo nitro orientam a entrada do eletrófilo na mesma posição, orto Outra possibilidade é quando os substituintes do anel orientam para diferentes este caso, dizemos que temos orientações divergentes. No exemplo a seguir será o grupo “mais ativante” que definirá a posição de entrada do eletrófilo. 51 Efeitos de Substituintes sua reatividade e sítios de substituição, em muitos casos, podem ser preditos a partir de efeitos O exemplo mais simples é encontrado quando todos tios de substituição são equivalentes, isto é, em qualquer lugar que ele entrar levará Outra possibilidade é quando os substituintes do anel orientam para as mesmas No exemplo abaixo, o grupo metila e o grupo nitro orientam a entrada do eletrófilo na mesma posição, orto Outra possibilidade é quando os substituintes do anel orientam para diferentes o exemplo a seguir, será o grupo “mais ativante” que definirá a posição de entrada do eletrófilo. 52 Existem casos onde os substituintes têm a mesma habilidade em ativar o anel. Dizemos, então, que os efeitos eletrônicos de estabilização são equivalentes. Quando isto ocorre, será o efeito estérico que definirá a entrada no eletrófilo. No exemplo abaixo, o eletrófilo entrará nas proximidades do grupo menos volumoso. C CH3 Me Me Me HNO3/H2SO4 C CH3 Me Me Me NO2 Também pode ocorrer que os efeitos eletrônicos e o volume dos grupos sejam equivalentes. O exemplo abaixo reflete esta situação. Neste caso, a entrada do eletrófilo não se dará entre os dois grupos metila, uma vez que é mais dificultada que nos outros sítios externos de substituição. CH3 CH3 estericamente impedida HNO3/H2SO4 CH3 CH3 NO2 Síntese Regiosseletiva de Compostos Aromáticos Dissubstituídos Como a posição do ataque eletrofílico em um anel aromático é controlada pelos efeitos de substituintes já presentes no anel, a preparação de compostos aromáticos dissubstituídos exige que um pensamento cuidadoso deve ser dado a ordem de introdução dos dois grupos. Por exemplo, como podemos sintetizar am-bromoacetofenona? Duas são as possibilidade de sequência reacional: a) acilação seguida de bromação ou b) bromação seguida de acilação. a) 53 b) Quando o bromo (orto-para dirigente) é introduzido antes (sequência b), o principal produto é a p-bromoacetofenona (junto com pequena quantidade do isômero orto, o qual é separado por destilação). Portanto, a sequência a) deve ser utilizada. Outro exemplo que ilustra a importância da sequência reacional utilizada é visto na síntese da m-nitroacetofenona. A princípio, duas sequências (a e b) podem ser imaginadas. Todavia, enquanto a sequência a) levaria ao produto desejado, a sequência b) não levaria à formação da m-nitroacetofenona, uma vez que a presença do grupo nitro no anel benzênico o desativa a ponto de impedir que reações de Friedel-Crafts (alquilação e acilação) ocorram. Portanto, a sequência b) deve ser evitada. a) b) Outro exercício seria pensar em como sintetizar a m-cloroetilbenzeno. Neste caso, o desafio seria obter um benzeno meta-dissubstituído, sendo que ambos os grupos seriam orto-para dirigentes. Aqui, qualquer sequência reacional levaria a isômeros diferentes do desejado. A solução para o problema seria obter o produto desejado através de uma rota indireta (alternativa) para introduzir o grupo etila. Primeiro faríamos a acilação. O grupo acila orientaria a entrada do cloro na posição meta em relação a si. Na sequência, o grupo acila seria reduzido ao grupo etila, na presença de amálgama de zinco (Hg-Zn) e HCl. não ocorre reação Os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos naftaleno, sofrem substituições tratados com os mesmos reagentes que reagem com benzeno. Em geral, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos são mais reativos que o benzeno, por serem mais ricos em elétrons. Por exemplo, o naftaleno, um biciclo fundido por uma das f mesmas substituições eletrofílicas de entrada do nucleófilo não apresentam nenhuma relação com aquelas vistas no benzeno. Substituições Eletrofílicas Aromáticas Dois são os sítios (C C1 o sítio normalmente preferido para o ataque eletrofílico. A regiosseletividade pode ser entendida pela análise das estabilidades relativas dos intermediários formados (carbocátions) formados a partir da adição dos eletrófilos nas posições 1 e 2. Ataque na posição 1: o ataque na posição 1 leva à formação de um carbocátion que possui duas estruturas de ressonância que preservam a aromaticidade do anel vizinho. Ataque na posição 2: o ataque na posição 2 leva à formação de um carbocátion que possui apenas uma estrutura de ressonância que preserva a aromaticidade do anel vizinho. idrocarbonetos aromáticos policíclicos, tal como o ubstituições eletrofílicas aromáticas quando tratados com os mesmos reagentes que reagem com benzeno. Em geral, hidrocarbonetos aromáticos policíclicos são mais reativos que o benzeno, por serem mais ricos em elétrons. naftaleno, um biciclo fundido por uma das f letrofílicas aromáticas que sofre o benzeno. Todavia, as posições de entrada do nucleófilo não apresentam nenhuma relação com aquelas vistas no Substituições Eletrofílicas Aromáticas em Naftalenos - Regiosseletividade C1 e C2) disponíveis para a substituição no naftaleno o sítio normalmente preferido para o ataque eletrofílico. A regiosseletividade pode ser entendida pela análise das estabilidades relativas s formados (carbocátions) formados a partir da adição dos eletrófilos o ataque na posição 1 leva à formação de um carbocátion que possui duas estruturas de ressonância que preservam a aromaticidade do anel
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