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Quimica Organica II NR009

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EEL - Escola de Engenharia de Lorena 
Universidade de São Paulo 
Campus USP - Lorena 
Profª Drª Jayne Carlos de Souza Barboza 
e 
Professor Dr. Carlos Roberto de Oliveira Almeida 
2006/2007
 
Química Orgânica II 
Por 
Profª Drª Jayne Carlos de Souza Barbosa 
(jayne@dequi.faenquil.br) 
e 
Prof. Dr. Carlos Roberto de Oliveira Almeida 
(croa@dequi.faenquil.br) 
Digitação e Edição 
Darcisa Miguel 
(darcisa@bol.com.br) 
e 
Gerson P. dos Santos 
(oldfriend@itelefonica.com.br) 
Diagramação, Edição de Arte, Capa e Produção Gráfica 
Gerson P. dos Santos 
Revisão de Texto 
Prof. Dr. Carlos Roberto de Oliveira Almeida 
 
 
 
ÍNDICE 
Capítulo 1 Haletos de acila .......................................................... 2 
Processos de obtenção .............................................................. 2 
Propriedades químicas ............................................................. 11 
Capítulo 2 Anidridos .................................................................. 45 
Métodos de obtenção................................................................ 45 
Propriedades Químicas............................................................. 51 
Capítulo 3 Ésteres ...................................................................... 60 
Métodos de obtenção................................................................ 60 
Propriedades químicas dos ésteres ........................................ 66 
Noções de síntese orgânica ..................................................... 78 
Acetato de amila ........................................................................ 78 
Noções de síntese orgânica ..................................................... 81 
Síntese do ftalato de dimetila ................................................... 81 
Capítulo 4 Biodiesel – Gás natural – Biogás - 
Créditos de carbono ................................................ 83 
Biodiesel..................................................................................... 83 
Créditos de carbono................................................................ 101 
Biogás....................................................................................... 110 
Gás natural ............................................................................... 111 
Capítulo 5 Amidas .................................................................... 123 
Processos de obtenção .......................................................... 123 
Propriedades químicas das amidas....................................... 134 
Noções de síntese orgânica ................................................... 149 
Benzamida................................................................................ 149 
Capítulo 6 Aminas .................................................................... 151 
Métodos de obtenção.............................................................. 152 
Propriedades das aminas ....................................................... 156 
Aminas Aromáticas (Aril Aminas) .......................................... 161 
Alquilação ................................................................................ 167 
Teste de Hinsberg.................................................................... 170 
Noções de síntese orgânica ................................................... 172 
 
 
Síntese da 2, 4, 6 tribromo anilina.......................................... 172 
Capítulo 7 Fenóis...................................................................... 174 
Substituição no anel................................................................ 182 
Fenóis – Obtenção e Propriedades........................................ 187 
Capítulo 8 Sais de diazônio / Azo compostos........................ 191 
Propriedades químicas ........................................................... 191 
Reações de copulação ............................................................ 195 
Capítulo 9 Ácidos Sulfônicos Alifáticos................................. 203 
Métodos de obtenção.............................................................. 203 
Propriedades físicas................................................................ 204 
Propriedades químicas ........................................................... 205 
Ácidos Sulfônicos Aromáticos............................................... 205 
Propriedades Físicas............................................................... 206 
Propriedades Químicas........................................................... 206 
Capítulo 10 Hidroxi e cetoácidos .............................................. 211 
Hidroxiácidos alifáticos .......................................................... 211 
Hidroxiácidos aromáticos....................................................... 215 
Aldoácidos ............................................................................... 215 
α-cetoácidos ............................................................................ 217 
β-cetoácidos............................................................................. 218 
Métodos de obtenção.............................................................. 219 
Lactonas................................................................................... 223 
 
 
 1
Referências Bibliográficas 
1 - BARBOSA, Luiz Cláudio de Almeida. Química Orgânica. Editora UFV. 
 Viçosa, 2000. 
2 - BRESLOW, Ronald. Mecanismos de Racciones Orgánicas. Barcelona. 
 Editorial Reverté S/A, 1.978. 
3 - BRUICE, Paula Yurkanis. Química Orgânica. Editora Pearson Prentice 
 Hall. São Paulo, 2006. 
4 - CAMPOS, Marcello M. Fundamentos de Química Orgânica. São Paulo. 
 Editora Edgard Blücher, 1.997. 
5 - DURST, H. D. Química Orgânica Experimental. Barcelona. Editorial 
 Reverté S/A, 1.985. 
6 - GONÇALVES, Daniel; WAL, Eduardo, ALMEIDA, Roberto P. Química 
 Orgânica Experimental. Rio de Janeiro. Editora McGraw Hill, 1.988. 
7 - HENDRICKSON, James B., CRAM, Donald J. Organic Chemistry. 
 Tóquio. Editora McGraw Hill KogerKushe, 1.980. 
8 - MORRISON, Robert T. e BOYD, Robert N. Química Orgânica. Lisboa. 
 Fundação Calouste Gulbenkian, 1.995. 
9 - QUINOÁ, Emílio e RIGUERA, Ricardo. Questões e Exercícios de 
 Química Orgânica. São Paulo. Makron Books do Brasil Editora 
Ltda, 1996. 
10 - REUSCH, Willian H. Química Orgânica. São Paulo. Editora McGraw 
 Hill, 1.979. 
11 - SAUNDERS J., WILLIAM H. Reações Iônicas Alifáticas. São Paulo. 
 Editora Edgard Blücher, 1.979. 
12 - SOARES, Bluma G. e outros. Química Orgânica: Teoria e Técnicas de 
 Purificação, Identificação de Compostos Orgânicos. Rio de 
 Janeiro. Editora Guanabara, 1.988. 
13 - SOLOMONS, T. W. Grahan. Química Orgânica 1. Rio de Janeiro. 
 Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 1.996. 
14 - SOLOMONS, Graham & FRYHLE, Graig. Química Orgânica. LTC - 
 Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda. Rio de Janeiro, 2001. 
15 - STEWART, Ross. A Investigação das Reações Orgânicas. São Paulo. 
 Editora Edgard Blücher Ltda, 1.968. 
16 - STOCK, Leon M. Reações de Substituição Aromáticas. São Paulo. 
 Editora Edgard Blücher Ltda, 1.968. 
 
 2
CAPÍTULO 1 
HALETOS DE ACILA 
Processos de obtenção 
1) Reação de ácidos orgânicos com tricloreto de fósforo ou 
pentacloreto de fósforo 
A reação com tricloreto de fósforo leva à formação de ácido 
fosforoso e do haleto de ácido correspondente. 
3 R C
O
OH
+ PCl3 3 R C
O
Cl
+ H3PO3
 
Cl +P
Cl
Cl
Cl R C O Pcl2
O H
 +R C
O
OH
 
HOPCl2 +R C
O
O
H
Pcl2 R C
O
Cl
 +Cl
 
R C
O
O H
 + P
HO
Cl
Cl R C O
O H
POHCl + Cl
 
P(OH)2 Cl +R C O
O H
POHCl R C
O
Cl
 +Cl
 
Cl +P
HO
HO
Cl R C O
OP (OH)2
H
 +R C
O
O H
 
 
 3
Cl + R C
O
O
H
P(OH)2 R C
O
Cl
 + P(OH)3
H3PO3
 
PCl5 
2 PCl5 PCl6 + PCl4 
R C
O
OH
 + PCl4 R C O
O H
P
Cl
Cl
Cl
Cl
 
PCl6 PCl5 + Cl 
HO PCl4 +Cl R C
O
Cl
 +R C
O
O
H
P
Cl
Cl
Cl
Cl
 
Cl +HO P Cl
Cl
Cl
HO P
Cl
Cl
Cl
Cl
Δ
 
H O P Cl
Cl
Cl
O PCl3 + H
 
HCl +H Cl
 
⎯ Representar a reação do ácido butanóico com o tricloreto de fósforo 
indicando as etapas do mecanismo: 
 
 4
 + P
Cl
Cl
Cl C C C C O
O H
PCl2 + ClC
O
OH
CCC
 
HO PCl2 +C C C C
O
O
H
PCl2 C C C C
O
Cl
 +Cl
 
C C C C
O
OH
 + P
HO
Cl
Cl C C C C O
O H
P
OH
Cl
 + Cl
 
P(OH)2Cl +Cl C C C C
O
Cl
 +C C C C
O
O
H
P
OH
Cl
 
C C C C
O
OH
 + P
HO
Cl
OH C C C C
O
O
H
P(OH)2 + Cl
 
Cl + C C C C
O
O
H
P(OH)2 C C C C
O
Cl
 + P(OH)3
H3PO3 
Reação global: 
3C C C C
O
OH
 + PCl3 3C C C C
O
Cl
 + H3PO3
 
⎯ Representar as etapas do processo que permitem obter cloreto de 
metil propanoila: 
C C C
C
O
Cl
 
 
 5
 + ClP Cl
Cl
Cl
C C C
C O
O
H
PCl2 +C C C
C
O
OH
 
C C C
C
O
O H
PCl2 Cl C C C
C
O
Cl
 + POHCl2
 
C C C
Cl
O
OH
 + P
HO
Cl
Cl C C C
C O
O
H
POHCl + Cl
 
P(OH)2Cl +C C C
C
Cl
O
Cl +C C C
C O
O
H
POHCl
 
C C C
C
O
OH
 + P
HO
Cl
OH C C C
C O
O
H
P(OH)2 + Cl
 
C C C
C
O
O H
P(OH)2 + Cl C C C
C
O
Cl
 + P(OH)3
H3PO3
 
⎯ Representar as etapas do mecanismo da reação do ácido propanóico 
com PCl5. 
2 PCl5 PCl6 + PCl4 
C C C
O
OH
 + PCl4 C C C
O
O
H
PCl4
 
 
 6
PCl6 PCl5 + Cl 
HO PCl4 +Cl C C C
O
Cl
 +C C C O
O H
PCl4
 
Cl +HO P Cl
Cl
Cl
HO P
Cl
Cl
Cl
Cl
 
HO PCl3 + O PCl3H
+
 
H+ + Cl HCl
 
HClPCl 3PCl 5 +O +C C C
O
Cl
 +C C C
O
OH 
2) Reação do ácido carboxílico com cloreto de tionila 
(SOCl2) 
Nesse processo forma-se o haleto de acila correspondente, SO2 e 
HCl, ambos gasosos. 
A 1ª etapa é um ataque nucleófilo do oxigênio da hidroxila do 
ácido ao enxofre, formando-se um intermediário instável. 
R C
O
O
H
 + Sδ+
Cl Cl
O
R C O
H
S Cl
Cl
O
O
 
A fase seguinte é a eliminação da base Cl , que irá atacar o 
 
 7
carbono da carbonila da estrutura I formando o haleto de acila 
correspondente, HCl e SO2. 
R C
O
O
H
S
O
Cl
 + Cl R C
O
Cl
 + HOSOCl
 
I 
Cl
S
H O
O HCl + SO2
 
⎯ A reação do ácido propanóico com cloreto de tionila leva a formação 
de um haleto de acila. Represente as etapas dessa reação. 
C C C
O
OH
 + S
Cl Cl
O
C C C
O
O
H
S Cl
Cl
O
 
C C C
O
O
H
S
O
Cl
 + Cl C C C
O
Cl
 + HO SOCl
 
Cl
S
H O
O HCl + SO2
 
⎯ Numa experiência misturamos 1000g de ácido acético com quantidade 
suficiente de SOCl2. Pede-se: 
a) A massa de SOCl2 necessária; 
b) A massa de haleto de acila obtida; 
c) Os volumes de HCl e SO2 obtidos, nas CNTP. 
 
 8
Haleto de acetilaSOCl2 necessário
1066,66g 608,33g1308,33g1983,33g1000g
64g36,5g78,5g119g60g
C C
O
OH
 + SOCl2 C C
O
Cl
 + HCl + SO2
 
(C) VHCl 36,5g ⎯⎯⎯⎯⎯ 22,4L 
 608,33g ⎯⎯⎯⎯ 373,33L 
VSO2 = VHCl nHCl = nSO2 VSO2 = 373,33L 
3) Reação de Ésteres e Sais de Ácidos Carboxílicos com 
PCl3 
O mecanismo destas preparações é o mesmo do primeiro método. 
A reação de sais com PCl3 é utilizada para obter haletos de acila α, β 
insaturados. Já a reação com ésteres é utilizada para obter qualquer tipo 
de haleto de acila. As reações gerais são as seguintes: 
HHHH
 + PCl3 R C C C
O
ClNa+
R C C C
O
O
Sais
 
 + PCl3 R C
O
Cl
R C
O
O R
Ésteres
 
⎯ Representar as etapas da reação do PCl3 com: 
a) Penteno 2 ato de sódio; 
b) Butanoato de Etila. 
C C C C C
O
O Na
 + P
Cl
Cl
Cl C C C C
O
O PCl2 + Cl
C
Na+ 
C C C C C O PCl 2 + Cl C C C C C
Cl
O
O PCl2
O 
 
 9
C C C C C
O
Cl
+ Na OPCl2
 
_
Na
P Cl
Cl
O
C C C C C
O
O PO Na+ + Cl
Cl
 +C C C C C
O
O Na
-
 
Simplificando as etapas posteriores: 
C C C C C
O
Cl
Na
 + P
O Na
Cl
O Na+
C C C C C O
O
PO Na + Cl
 
+
-
-
Cl +
Na
 + P
Cl
O Na
O Na
+
C C C C C
O
O P
O Na+
O Na+
C C C C C
O
O Na
- +
-
 
-
Na3
+PO3
-3
P O Na+
O Na+
O Na+
+Cl C C C C C
O
Cl
Na
C C C C C O
O
P (ONa)2 +
 
4) Reação de cloretos de acila com HF, HI, HBr 
Nessas reações ocorre um ataque nucleofílico da base fluoreto, 
brometo ou iodeto ao carbono da carbonila. 
Cl +R C
O
F
R C Cl
F
O
F +R C
O
Cl
 
+ HClHI R C
O
I
 +R C
O
Cl 
 
 10
Alguns autores sugerem o seguinte mecanismo: 
HF H + F 
R C
O
Cl
+ H R C
OH
Cl 
+ Cl+ F R C
OH
F
Cl R C
OH
F
R C
OH
Cl
 
R C
OH
F
+ Cl HCl + R C
O
F 
⎯ Qual o produto formado na reação do cloreto de hexanoila com HBr? O 
rendimento dessa reação é alto ou baixo? 
H Br H+ + Br 
C C C C C C
O
Cl
 + Br C C C C C C Cl
O
Br
δ+
 
C C C C C C
O
Br
 + Cl
 
H ClH+ +Cl
 
5) Reações de cloreto de Benzoila com ácidos orgânicos 
Os dois reagentes não são voláteis, por isto esse processo tem 
interesse quando o haleto de acila formado for volátil. 
 
 11
volátil;
maior rendimento. 
C6H5 C
O
Cl
 + R C
O
OH
C6H5 C
O
OH
 + R C
O
Cl
 
⎯ Explique como se prepara cloreto de formila através desse processo. 
H C
O
OH
ácido fórmico 
 
H C
O
Cl
 +C6H5 C
O
OH
H C
O
OH
 +C6H5 C
O
Cl 
PROPRIEDADES QUÍMICAS 
1) Hidrólise e Alcóolise 
Tanto a hidrólise quanto a alcoólise envolvem três etapas: 
1ª etapa: ataque nucleofílico do oxigênio da água ou do álcool ao 
Carbono da Carbonila. 
2ª etapa: eliminação da base cloreto. 
3ª etapa: A base cloreto retira um próton do oxigênio do ácido. 
Obs: Esta é uma reação SN2 
R C
O
Cl
OH2O
H
H
 +R C
O
Cl 
Cl HCl + R C
O
OH
 +R C OH2
O
Cl
R C
O
OH2
 
⎯ Qual o produto final formado na reação do cloreto de acetila com 
 
 12
etanol? 
C
O
Cl
H3C + O
H
C CH3
H2
H3C C
O
Cl
O
H
C CH3
H2
 
acetato de etila
H2
H3C C
O
O C C
HCl +
 + ClH3C C
O
O
H
C C
H3C C
Cl
O
O
H
C CH3
 
Obs: A reação de cloretos de acilas aromáticos com água ou 
álcool ocorre por um processo SN1, porque o cátion carbonium formado 
estabiliza-se por ressonância. Por isso a 1ª etapa da hidrólise ou alcoólise 
de um haleto de acila aromático é a formação do cátion carbonium. 
C
O
Cl C
O
 + Cl
H2O
 
C C
OCC
C
C C
C C
OCC
C
C C
C
O
C
C C
CC
C
C C
OCC
C
C C
 
⎯ Complete a equação química entre o cloreto de benzila e a água. 
 
 13
H2O + ClC
O
C Cl
O
 
C
O
C
O
OH2 + O
H
H
 
 + + Cl HCl C
O
OH
C
O
OH2
ácido benzóico 
⎯ Explique como podemos obter: 
a) benzoato de butila; 
b) butanoato de isopropila. 
a) 
C
O
Cl
C
O
 +Clbutanol
 
H
H
C
O
O C C C C
 + O C C C CC
O
 
C
O
O C C C C + Cl HCl + C
O
O C C C CH
 
b) A reação do cloreto de butanoila com isopropanol ocorre segundo um 
mecanismo SN2: 
C C C C
O
Cl
+ HO C C
C
R C
O
O
Cl
C C
C
H
 
 
 14
R C
O
O
Cl
C C
C
R C
C
C
C
C
H
O
+ Cl
H
 
+ Cl HCl + R C
O
O C C
C
R C
C
C
C
CO
H
 
Exercício: A alcoólise do cloreto de paranitrobenzoila é rápida enquanto 
que a alcoólise do cloreto parametil benzoila é lenta. Explique. 
C
Cl
O
NO2
-I
O H
R
 
O grupo NO2 é eletroatraente (efeito –I), o que causa uma 
diminuição da densidade eletrônica do carbono de carbonila, que passa a 
atrair com mais intensidade o oxigênio do álcool: reação rápida. 
Também devido à maior estabilidade do estado de transição, o 
que torna a reação mais rápida (Moura Campos). 
+I
C
Cl
O
CH3
O H
R
 
 
 15
Já o grupo metil é eletronrepelente (efeito +I), esse efeito causará 
um aumento de densidade eletrônica da carbonila, que não atrairá com 
tanta intensidade o oxigênio do álcool: reação lenta. 
2) Reação com água oxigenada 
Nesse caso formam-se compostos chamados perácidos, que são 
mais reativos que os ácidos comuns, e por isso mesmo utilizados em 
sínteses orgânicas. 
H
+ O OH R C O OH
O
Cl
R C O OH
H O
R C
O
Cl
+ Cl
H
HCl + R C O OH
O
Perácido
 
⎯ Como podemos obter parácido butanóico através da reação do H2O2 
com um haleto de acila? 
H
+ HClC C C C
O
O OH
+ ClC C C C
O
O OH
C C C C
O
Cl
H
+ O
HCl
O
OHOCCCCOH
 
3) Reações do benzeno em presença de AlCl3 
A 1ª etapa é a formação da espécie eletrófila: 
 + AlCl4 + AlCl3 R C Cl
O
AlCl3 R C
O
R C
O
Cl
 
A 2ª etapa: ataque eletrofílico ao benzeno, com formação de um 
cátion que é estabilizado por ressonância. 
 
 16
 + C
O
R
C
O
R H
 
A 3ª etapa: eliminação do cátion H+ e formação de um estrutura 
aromática e estável. 
CR
O
H
H+ +
C
O
R
 
4ª etapa: Recuperação do catalisador 
H+ + AlCl4 HCl + AlCl3 
A butil fenil cetona tem por fórmula: 
Explique sua síntese. C C C C C
O
 
C C C C C
O
Cl
 + AlCl3 C C C C C Cl
O
AlCl3
 
+ AlCl4C C C C C
O
 
C C C C C
O
 + C C C C C
O H
 
 
 17
+ H+C C C C C
OH
C C C C C
O
 
H+ + AlCl4 HCl + AlCl3 
4) Redução com H2/Pd 
1ª etapa: Cisão heterolítica do hidrogênio 
H H H + H+PdΔ
 
2ª etapa: Ataque nucleófilo do ânion hidreto formado: 
H+ + Cl HCl
+ Cl+ H R C H
Cl
O
R C
O
H
R C
O
Cl
 
Alguns autores sugerem que a primeira etapa deste mecanismo 
seria uma adição eletrofílica do H : 
R C
O
Cl
+ H R C Cl
OH
 
Segue-se um ataque nucleofílico da base H 
Obs: se utilizarmos hidrogênio em excesso obteremos como 
produto final um álcool. 
R C
O
H
Pd
Δ
H
R CH2
OH
+ H
 
 
 18
A redução do cloreto do 2 metil pentanoila com H2/Pd leva à 
formação de uma mistura contendo álcool e um aldeído. Identifique-os: 
H H H+ + H
Pd
Δ
 
C C C C C
C
O
Cl
 + H C C C C C
C Cl
H
O
δ+ δ -
δ -
-
C C C C C
C
O
H
 + Cl
 
Cl + H+ HCl
 
C C C C C
C
O
H
H
C C C C
C
CH2
OH
+ H
2 metil-pentanol 1 
Obs: O melhor método para obter aldeídos é a síntese Reissert-
Fischer. 
Trata-se da reação de um haleto de acila com cianeto de potássio 
e quinolina. 
Cl +
R C Cl
O
N
CR O
H
CN
K N
H
CN
C ClR
O
CN +
N
 
 
 19
aldeído2 carboxi quinolina
+NH3R C
O
H
+
N
C
O
OH
H+
H2O
N CN
CR O
H 
⎯ Como podemos sintetizar hexanal através da síntese de Reissert-
Fischer? 
quinolina
N
 
N
+ CN
K
N
CCCCCC
Cl
O
CN
H
C C C C C C
O
Cl
δ−
δ+
 
 + Cl
N
H
CN
CCCCCC O 
+
N
CCCCCC O
H
CN N
C
O
OH
C C C C C C
O
H
H2O
H+ + NH3
2 carboxi quinolina hexanal 
Obs: A transformação do grupo “CN” no grupo ocorre 
em meio a uma solução aquosa ácida (HCl). 
C
O
OH
 
 20
+ H+
+ OH2R C N R C NH
 
B
R C
OH
NH2 R C NH2
OH
R C NH
OH2
 
Há autores que sugerem que primeiro ocorre a protonação e em 
seguida o rompimento da ligação: 
R C
OH H
NH + B H B + R C NH
OH
 
R C NH2
OH
R C NH2
OH
R C NH2
OH 
amida + HB (pode ser neutralizado) R C
O
NH2
+ BR C NH2
OH
 
R C
O
NH2
R C
O
NH2
OH2
+ OH2
 
ácido orgânico R C
O
OH
++ NH2 NH3R C
O
OH2 (pode ser 
neutralizado)
 
 
 21
⎯ Esquematize a hidrólise em meio ácido do cianeto de isopropila. 
+ H + OH2C
C
C
C NHC C
C
C
N
 
C C
C
C
OH2
NH + B C
C
C
C NH2
OH
C C
C
C
OH
NH2 B
1º
2º
3º 
(pode ser neutralizado) + HBC
C
C
C
O
NH2
 
C C
C
C
O
NH2
+ OH2 C
C
C
C
O
NH2
OH2
C
C
C
C
O
OH2
+ NH2 C
C
C
C
O
OH
+ NH3 (pode ser neutralizado) 
 
5) Reação com Diazometano 
R C
O
Cl
+ H2C N N R C C
O
Cl
N N
H2
 
H2C N N
H2C N N
 
 22
R C C N
H
H
O
N + Cl R C C
O H
N N N2 + R C
O
CH
 
(migração)
"cetenas"
R C C O R C C O
H H
R C
O
CH
 
Exemplo: Reação de hidrólise das cetenas: 
 + OH2 R C C O
OH2
R C C O
H
 
R C C O
H
OH2
R C C
H
H
O
OH
B 
cetena
+ água ácido
+ R OH éster 
+ NH3 amidas 
⎯ A reação do cloreto de propanoila com azometano forma uma cetena. 
Represente as reações dessa cetena com: 
a) H2O; 
b) Propanol 2; 
c) NH3. 
 
 23
C C C
O
Cl
+ C N N C C C Cl
O
C N N
H2
H2
δ+
δ−
 
Ver a seqüência proposta na página 22! 
C C C C OReações da cetena formada (etil cetena: ): 
a) H2O 
C C C C O + OH2 C C C C O
OH2
C C C C
O
OH2
Β
δ
 
C C C C
H
H
O
OH
ácido butanóico 
 
b) Propanol 2 
C C C C O + O
C
CCO
O
CCCC
C
CC
C C C C
O
O C C
C
C C C C
O
O C C
C
H
butanoato de
isopropila
B
H
H
H
pode ser uma
molécula de álcool 
 
 24
c) NH3 
C C C C O + NH3 C C C C
O
NH3
C C C C
O
NH3
H
C C C C
H
H
O
NH2
B
(pode ser o NH3)
 
⎯ Os haletos de acila reagem com etóxido de sódio, amoníaco, aminas e 
acetato de sódio seguindo o mecanismo tradicional. 
1) Etóxido de sódio 
Éster
Na+
_
+
+ Na ClR C O
O
Cl
C C R C
O
O C C
+ O C CR C
O
Cl
 
2) Amoníaco (NH3) 
R C
O
Cl
 + NH3 R C
O
Cl
NH3 R C
O
NH3
+ Cl
R C
O
NH2
+ HCl
amida
(pode ser neutralizado)
 
3) Amina (R ⎯ NH2) 
R C
O
Cl
 + N R R C
O
Cl
N R R C
O
N R
+ Cl
H2
H2
H2
 
H3C C O Na
+
H2
 
 25
amida substituída 
H
HCl + R C
O
N R
 
4) Acetato de sódio 
R C
O
Cl
+ C
O
O
CH3 R C O
O
Cl
C
O
CH3
Na+ 
R C
O
O
C
O
H3C
+ Na+ Cl -
anidrido
 
Exercícios 
Obtenção de Haletos de Acila 
Explique a reação do PCl3 com butanoato de Etila. 
+C C C C
O
O C C
P
Cl
Cl C C C C
O
O
C C
PCl2 + Cl
Cl 
 + C C O PCl2CC C C
O
Cl
C C C C O
O C C
PCl2 + Cl
 
+ ClC C C C
O
O C C
P O C C
Cl
Cl
C C C C O
O C C
P
Cl
O C C
+
 
C C C C O
O C C
P
Cl
O C C
C C C C
O
Cl
 + P O C C+ Cl 2 Cl
 
H3C C
O
O Na+
 
 26
+ P
Cl
OCC
C C C C
O
O C C
O C C
 
2
C C C C
O
O
C C
P O C C + Cl
 
C C C C
O
O
C C
P O C C 2 + P O C CC C C C
O
Cl
+ Cl
3
 
⎯ Representar as equações, com os respectivos nomes, que envolvem as 
seguintes espécies químicas. 
A) Cloreto de Benzoila e etóxido de sódio. 
C
O
Cl
+ O C C C O C C
Cl
O
Na+
C
O
O C C
+ Na+ Cl
benzoato de etila 
B) Cloreto de acetila e acetato de sódio. 
Na+
 + C
O
O
CH3 H3C C
O
O
Cl
C
O
CH3H3C C
O
Cl
 
anidrido acético 
+ Na+ Cl
H3C C
O
O C
O
CH3 
 
 27
C) Cloreto de 2 metil butanoila e amoníaco. 
C C C C
C
O
Cl
+ NH3 C C C C
C
O
Cl
NH3
 
C C C C
C
O
NH3
+ Cl HCl + C C C C
C
O
NH2
amida
2 metil butanoamida 
D) Cloreto de 2 etil pentanoila e dietil amina. 
N , N - dietil
2 etil
pentanoamida
C C C C C
C
C
O
N
C
C
C
C
H
+ C C C C C
O
N
C C
C
C
C CCl HCl
+ N
C C
C C
H C C C C C
C
C
O
Cl
N H
C C
C C
C C C C C
C
C
O
Cl
 
9) Reações de Brometos de acila com agentes nucleófilos 
Uma reação química irá ocorrer com facilidade quando formar bases ou 
ácidos fracos. Nas reações de brometos de acila, forma-se a base :Br- que 
é uma base fraquíssima. Por isso os brometos de acila dão reações fáceis 
e quantitativas, sendo usados para obter amidas, ácidos, ésteres, 
anidridos e amidas substituídas em laboratório. 
R C
O
Br
+ Nu R C
O
Br
Nu
 
 
 28
R C
O
Br
Nu R C
O
Nu
+ Br
 
Composto orgânico formado 
Nu
amida substituída 
anidrido
éster
ácido
amida
OH2
NH3
HOR
H2N R
O C R
O
 
⎯ Qual o produto formado na hidrólise do brometo de hexanodiíla? 
+ 2 Br
C C
C
C
C C
O
O
OH2
OH2
C C
C
C
C C
O
O
Br
Br
OH2
OH2+ OH2
+ OH2C C
C
C
C C
O
Br
Br
O
 
ácido hexanodióico 
 + 2HBr
C
C
C
C
C
C
O
OH
OH
O
 
 
 29
⎯ Explique a seguinte transformação: 
C C C
O
Cl
H2 H2
 1 hidrindona 
AlCl3
Δ
R
O 
+ AlCl3 R C C C Cl AlCl3
O
R C C C
O
Cl
 
+ AlCl4R C C C
O
 
Mecanismo
tradicional + H
+
C
C
C
O
C C
C O
 
H+ + - A lCl 4 HCl + AlCl 3 
⎯ Idem para as seguintes transformações: 
1) 
C C C C
O
Cl
O
AlCl3
Δ
 α tetralona 
C C C C
O
Cl
AlCl3
Δ C C C C
O
Cl AlCl3
 
C C C C
O
+ AlCl4
 
 
 30
C C
C
C O
C
C
C
C
O
+ H+
 
H+ + AlCl4 AlCl3 + HCl 
C
C
O
O
O
O
O
+
O
C
C
O
HO
AlCl3
PCl31)
2)AlCl3
rend. 85% rend. 100%
anidrido
ftálico
ácido α
Benzoil benzóico
antraquinona
2)
 
AlCl3
C
C
O
O
O AlCl3+ AlCl3
C
C
O
O
O
C
C
O
O
O
 
H
AlCl3
C
C O
O
O
+
C
C
O
O
O AlCl3
 
C
C
O
O
O AlCl3
C
C
O
O
OH
+ H+
 
 
 31
C
O
C
O
OH
C
C
O
O
Cl
+ PCl3
 
C
C
O
O
Cl
C
C
O
O
Cl
+ AlCl3
AlCl3
 
C
C
O
O
C
C
O
O
+ AlCl4 + H
+
 
AlCl4 + H
+ HCl + AlCl3 
10) Reação com aromáticos 
A 1ª etapa da reação de um haleto de acila com um composto 
aromático qualquer é a formação de um cátion, com o auxílio de ácido de 
Lewis (AlCl3, FeCl3, BF3) 
A reação do cloreto de acetila com benzeno é lenta, com etil 
benzeno é rápida, enquanto que com o nitro benzeno a reação é muito 
lenta. Em qualquer dos três casos a etapa inicial dessas reações é a 
formação do cátion carbonium. 
 
 32
C C
O
Cl
+ AlCl3 C C Cl
O
C C
O
+ AlCl4
 
acetofenona 
+ H+
C C
O
L
CC
O
H
 + C C
O
 
+ H+
C
C
C C
O
C C
C
C
H
O
 + C C
O
C
C
MR
 
NO2
 + C C
O
NO2
H
C C
O
H+ +
NO2
C C
O
1 etil 2 acetil Benzeno 
1 nitro 3 acetil Benzeno 
ML
 
⎯ Existem grupos de átomos que aumentam a velocidade das reações 
(ativantes orto-para), enquanto que existem outros grupos de átomos que 
diminuem a velocidade (desativantes meta e desativantes o, p). 
Ativantes o, p NH2 CH3 (alquil) 
OH OCH3 
SO3HC
O
H
C R
O
CNC
O
OH
NO2Desativantes m:
 
 
 33
O
CH3
O
CH3
O
CH3
O
CH3
O
CH3
δ −
δ −δ −
por exemplo:
1) 
Desativantes o, p: halogênios
 
2)
N
O O
N
O O
N
O O
N
OO
 
NO2
O O
N
δ+
δ+
δ+
 
Em (I) um cátion A+ irá se ligar nos carbonos nas posições o, p 
porque estes têm uma densidade eletrônica maior. 
Em (II) um cátion A+ terá a possibilidade de se ligar nos carbonos 
da posição meta. 
Obs: Os halogênios deveriam ser ativantes o, p porque as formas 
canônicas de um haleto orgânico aromático são as seguintes: 
Cl Cl Cl Cl Cl+
δ− δ−
δ−
 
Os halogênios por serem muito eletronegativos, não cedem seus 
elétrons com facilidade para a ressonância. Por isso as posições o, p não 
 
 34
ficam com densidade eletrônica elevada, não atraindo com intensidade o 
reagente E+: a velocidade de reação é pequena, nas posições o, p. 
Exemplo: A reação do fenol com cloreto de acetila forma dois 
produtos isômeros. Quais são e qual se forma em maior quantidade? 
p probabilidade : 1/3
probabilidade : 2/3
o - acetil fenol 
66%
p - acetil fenol
33%
2)
1)
+ C
O
CH3
δ−
δ−δ−
OH
C
O
CH3
OH
C
O
CH3
OH
o
 
⎯ A reação do isopentil benzeno com cloreto de acetila forma 10% de um 
orto derivado e 90% do para derivado. Porque isso ocorre? 
C
C
C C C
 + C
O
CH3
1)
2)
C
C
C C C
C
O
CH3
90% 
C
C
C C C
C
O
CH3
10% 
 
O grupo isopentil é muito volumoso e dificulta o acesso do 
 
 35
reagente eletrofílico aos carbonos da posição orto: difícil a reação, pouco 
produto. 
11) Halogenação de Brometos de acila 
Reação de Hell-Volhard-Zelinsky 
Os hidrogênios dos carbonos vizinhos ao carbono da carbonila 
são chamados de hidrogênios ácidos, pois devido à eletronegatividade do 
oxigênio ou de outros grupos, estão fracamente ligados ao carbono α. 
Dissolvendo-se bromo, um solvente polar, ele se dissocia 
segundo a equação: 
Br Br Br Br+
+
 
A base brometo formada retira com facilidade o hidrogênio ácido 
do brometo de acila dando origem a HBr e a um ânion de carbono. 
R C C
O
Br
α + Br R C C
O
Br
+ HBr
HH
H
 
A última etapa é a adição do cátion Br (bromônio) ao ânion 
carbonium. 
R C C
O
Br
H
+ Br+ R C C
Br
Br
OH
 
⎯ Explique a transformação do ácido pentanóico no brometo de α bromo 
pentanoila. 
3 C C C C C
O
OH
+ PBr3 3 C C C C C
O
Br
+ H3PO3
 
αC C C C C
O
Br
H
C C C C C
O
Br
+ Br HBr +
 
 
 36
C C C C C
O
Br
 + Br C C C C C
O
Br
Br
 
12) Compostos de Grignard 
Os haletos de acila ao reagirem com compostos de Grignard dão 
origem às cetonas correspondentes. 
R C
O
Cl
C C
C
MgCl
R C
C CC
O MgCl
Cl+
δ+
δ−
 
R C
C
C
C
Cl
O Mg Cl
Cl + R C
C
C
C
O Mg Cl
 
R C
C
C
C
OMgCl
+ Cl R C C
C
C + MgCl 2
Oδ +
 
 
 37
⎯ Identifique a cetona formada na reação do cloreto de acetila com 
cloreto de propil magnésio, dissolvido em éter. 
C C
O
Cl
+ Mg Cl
C
C
C
C C
C
C
C
Cl
O Mg Cl
C C
C
C
C
O Mg Cl
+ Cl
 
Pentanona 2
+ Cl Mg Cl2 + C C C C C
O
C C
C
C
C
O MgCl
 
Obs: Se utilizarmos excesso do composto de Grignard e fizermos 
a hidrólise do composto obtido, formar-se-á um ácool terciário. 
δ −δ +
C
C
C
C + Mg ClC
C
C
C
C C C C
C
C
C
O O Mg Cl
C + H O H
 
 
 38
C C C C C
C
C
C
OH
+ Mg (OH) C l
cloreto monobásico 
de magnésio
4 metil heptanol 4 
13) reação do Fosgênio (COCl2) 
1) Com álcool 
C
Cl
Cl
O + O C C C
Cl Cl
O
O C C C
O
O
Cl
C C
H
+ Cl
H
H
C
O
O
Cl
C C + HCl
H
H
+ O C C Cl C
O
O
O C C
C C
C
O
O
Cl
C C
 
dietil carbonato
+ C C O C
O
O C C+ Cl HCl
H
C
O
O
O
C C
C C
 
2) Com amina 
C
Cl
Cl
O + N R Cl C
Cl
O
N R Cl C
O
N R + Cl
H2 H2 H2
 
 
 39
Cl C
O
N R + N R RN
O
CCl + R NH3
HH2 H2 
R NH3
+
+ Cl R NH3
+
Cl
 
Isocianato
Cl+ R NH3 R NH3+ ClO C N R
H
+ R NH2 Cl C
O
N R NH3Cl C
O
N R
+ 
+ 
 
Æ Os isocianatos são utilizados em sínteses orgânicas para obter 
amidas derivadas do ácido carbônico ou ainda ésteres dessas amidas. 
R N C O + N R R N C N R
O
H2 H2
B 
R N C
O
N R
H H N, N' dialquil carbamida 
 
Æ Os isocianatos também reagem com álcoois dando origem a 
compostos genericamente chamados “carbamatos de éster” 
Estes compostos também recebem o nome de “uretanos”. 
R N C O + O R R N C
O
O R R N C O
O
R
H H H
Β uretanos 
A reação do fosgênio com propil amina leva à formação de um 
 
 40
isocianato. Represente os mecanismos desse isocianato com: 
a) propanol 2; 
b) dietil amina; 
c) água. 
C
O
N C C C
Cl
ClC O
Cl
Cl
+ N C C C
H2 H2
 
H2H2
+ N C C C NH3] ClCCC+ C
O
N C C C
Cl
Cl
 
Isocianato de propila
 + Cl HCl NH3] ClCCC + O C N C C CCl
H3
H2H
N C C C + Cl C
O
N C C C
 + N C C CC
O
Cl
N C C C
 
a) C C C N C O + O C C
C
C C C N C O C C
O
C
HH
+
C C C N C
O
O C C
C
C C C N C
O
O C C
C
carbamato de N-Propil Isopropila
H
Β
H
 
b) C C C N C O + N
C C
C C C C C N C N
C C
C C
O
C C C N C N C C
C C
C C C N C N
C
C
C
C
O
N, N dietil
N' Propil
carbamida 
H H
B
H H
 
 
 41
C C C N C
O
OH2OH2+C C C N C Oc) 
 
C C C N C
O
OH2 C C C N C
O
OH
H
ácido N-Propil 
metanóico 
B 
Obs: Por um processo semelhante pode obter-se o isotiocianato de fenila. 
Esse composto reage facilmente com amoníaco, dando origem à fenil 
tiouréia. 
H
Ph N C
S
NH2
B
Ph N C NH3
S
 + NH3 Ph N C S
NH3
Ph N C S
 
⎯ A reação da anilina com cloreto de acetila leva à formação da 
acetanilida. 
H2H2
C
O
Cl
CH3+ N C CH3
O
Cl
N
 
H2 H
 + + Cl HCl N C CH3
O
N C
O
CH3
 
⎯ A acetanilida e seus derivados têm propriedades analgésicas e 
antipiréticas. 
 
 42
Exercícios 
1) Identifique com mecanismos, os produtos formados nas reações 
orgânicas: 
a - ácido 2 metil butanóico e PBr3; 
b - ácido 3 isopropil pentanodióico e PCl3; 
c - ácido metil propanóico e PCl5; 
d - ácido 3 metil butanodióico e PCl5; 
e - metil propanoato de sódio e PCl3; 
f - pentanodiato de potássio e PCl3; 
g - butanodiato de etila e PCl3; 
h - tereftalato de butila e PCl3; 
2) A reação do ácido tereftálico (benzeno dicarboxílico 1,4) com cloreto 
de tionila (SOCl2) forma vários produtos. Identifique-os, com 
mecanismos. 
3) A hidrólise do cloreto de acetila forma um HX e um ácido orgânico. 
Para a preparação de 750 L de solução 7,5 N contendo este ácido 
orgânico, pede-se: 
a - o mecanismo; 
b - as massas das espécies envolvidas. 
4) A alcoólise do brometo de pentanodiila com etanol origina um ácido 
halogenídrico e um éster, com E=92%. Para a obtenção de 1000 L 
deste éster (d = 1,078 g/mL), pede-se: 
a - o mecanismo; 
b - as massas das espécies envolvidas. 
5) Explique porque a alcoólise do cloreto de p-nitro benzoila é rápida 
enquanto a alcoólise do cloreto de p-metil benzoila é lenta. 
6) 1500 L de benzeno (d = 0,854 g/mL) foram postos a reagir com cloreto 
de benzoila /AlCl3, originando um HX e uma cetona aromática. Com R 
= 85%, pede-se: 
a - o mecanismo; 
b - as massas das espécies envolvidas. 
7) A reação do iodeto de 3 hidroxi pentanodiila com excesso de H2 / Pt 
forma um triálcool com E = 82%. Para a fabricação de 2000 L deste 
álcool (d = 1,065 g/mL), pede-se: 
a - o mecanismo; 
 
 43
b - as massas das espécies envolvidas. 
8) Identifique, com mecanismos, os compostos formados nos 
procedimentos: 
a - iodeto de pentanoila e etóxido de sódio; 
b - iodeto de butanodiila e excesso de NH3; 
c - fluoreto de metil propanoila e anilina (fenil amina). 
9) Num certo procedimento foram colocados a reagir 500 L de solução 
2M de cloreto de pentanoila com 400 L de solução 3N de acetato de 
sódio, havendo formação de 2 produtos. Pede-se: 
a - o mecanismo; 
b - a massa do reagente em excesso e a N da solução em relação 
a esta espécie; 
c - as massas das espécies envolvidas. 
10) A reação “Hell-Volhard-Zelinsky” ocorre entre um haleto de acila e 
Br2. Identifique, com mecanismos, as espécies formadas na reação do 
brometo de hexanodiila com excesso de Br2. 
11) Ao reagirmos 500 Kg de fluoreto de propanoila com fluoreto de etil 
magnésio obtemos um sal e uma cetona com R = 93%. Pede-se: 
a - o mecanismo; 
b - as massas das espécies envolvidas. 
12) A reação do fosgênio (COCl2, 94% de pureza) com excesso de 
propanol 1 forma um HX e um éster, com E = 79%. Para a obtenção de 
700 Kg deste éster, pede-se: 
a - o mecanismo; 
b - as massas das espécies envolvidas. 
13) O álcool comum é uma mistura azeotrópica contendo 96% de etanol e 
4% de água, em volume. Pois bem, uma certa indústria colocou a 
reagir 3000 L de cloreto de pentanodiila (d = 1,140 g / mL) com 3000 L 
desse álcool hidratado. Supondo-se que toda a água presente neste 
álcool tenha sido consumida, pede-se: 
a - os mecanismos; 
b - a massa do reagente em excesso; 
c - as massas das espécies envolvidas. 
dados: d do etanol = 0,854 g/mL; d da água = 0,9983 g/mL 
14) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na reação entre 
as seguintes espécies: 
a - fenol e cloreto de acetila/AlCl3 (proporção 1:1 e em excesso); 
 
 44
b - ácido benzóico e brometo de acetila /FeBr3 (proporção 1:1 e 
em excesso). 
15) 
NO2 NO2
O
NO2
Cl
O
CH3CH2CCI
O
AlCl3
Cl2/A lCl3
 
⎯ Com relação à seqüência de procedimentos acima representados, 
pede-se: 
a) os mecanismos; 
b) Para a preparação de 5000 L do produto final (massa específica 
1,075 g/mL), calcule as massas de todas as espécies envolvidas. (E da 1ª 
etapa = 91%; E da 2ª etapa = 96%); 
c) a massa total de AlCl3 necessária (utilizada na proporção de 
0,005% em relação às massas dos reagentes na 1ª etapa e 0,003% na 2ª 
etapa). 
Fonte de consulta: 
Quinoá, Emílio e Riguera, Ricardo. Questões e Exercícios de 
Química Orgânica. Makron Books do BrasilEditora Ltda. S. Paulo, 1996. 
 
 45
CAPÍTULO 2 
ANIDRIDOS 
Métodos de obtenção 
1) Ácidos e P2O5 
A fase inicial dessa desidratação é um ataque nucleófilo do 
oxigênio da hidroxila ao átomo de fósforo. Forma-se um cátion acílio
 que 
irá reagir com outra molécula de ácido: forma-se uma estrutura que perde 
um próton dando origem ao anidrido. 
R C
O
O
 + P
O
O
O P
O
O
R C
O
O P
O
O
O
P
O
O
R C
O
H
H
R C
O
 + O C R
O
R C
O
O C R
O
R C
O
O C R
O
-H+
H H 
HO P
O
O
O
P
O
O
+ H+ H2O P
O
O
O
P
O
O
P2O5 + H2O
+
 
⎯ Explique como podemos obter anidrido butanóico através desse 
processo. 
C C C C
O
O
P
O
O
O
P
O
O
C C C C
O
O P
O
O
O P
O
O
+
H
H
ácido butanóico 
C C C C
O
O C C C C
O
+ C C C C O C C C C
O
H H
-H+
 
 
 46
anidrido butanóico 
C C C C O
O
C C C C
O
 
⎯ Represente a reação de desidratação do ácido pentanodióico 
(glutárico). 
C
C
C
C
C
O
O
OH
OH
+ P
O
O
O P
O
O
C
C
C
C
C
O
O
O
OH
P
O
O
O
P
O
O
H
 
C
C
C
C
C
O
O
OH
C
C
C C
C
O
O
OH O
O
O
C
C
C
C
C
-H+
anidrido
pentanodióico (glutárico) 
2) Ácidos com Anidrido Acético 
É uma reação de dupla troca entre o ácido orgânico e o anidrido 
acético. Tem interesse prático quando o anidrido obtido tiver ponto de 
ebulição maior que o ácido acético porque com aquecimento o ácido 
acético destila. 
H C C
O
O
+
+ HO C R
O
C C
O
O
O
CC
O
C
O
R C C
O
OH
C
O
R
C C
O
O
CC
O
 
 
 47
C C
O
O
C
O
R
+C C
O
OH
 
Repete-se o processo, com a formação de outro mol de ácido 
acético e um mol do anidrido. 
R C
O
O
C
O
R
 
⎯ Num laboratório temos ácido benzóico e ácido acético. Explicar como 
podemos obter: 
a) Anidrido Benzóico; 
b) Anidrido Acético 
Sugestão: 
1º - obter anidrido acético com P2O5 
2º - obter o anidrido benzóico através de reação do ácido benzóico com 
anidrido acético. 
Ácido Acético 
H
H
P
O
O
O
P
O
O
C C
O
O P
O
O
O P
O
O
C C
O
+C C
O
O
 
HH
anidrido acético 
-H+O C C
O
C C
O
O C C
O
C C
O
O C C
O
+C C
O
 
 
 48
anidrido benzóico 
ácido acético 
+ 2C C
O
OH
O
C
O
C
O
C C
O
O
C
O
C
C
O
OH
veja
mecanismo na pág. 46
+
 
3) Reação de Haletos de Acila com Piridina e água (ou H2S) 
+ ClN C
O
RN C
O
Cl
RC
O
Cl
R+N
 
+ OH2
N
CO
R
N
+ R C
O
OH2
R C
O
OH
-H+
(HCl)
 
H
+ R C
O
O C R
O
N
N
C
R
O+R C
O
OH
 
+ 
N
H
Cl
-H+ R C O C R
O O
 
⎯ Tendo como produtos iniciais piridina, H2O e um haleto de acila, 
explicar a obtenção do anidrido pentanóico. 
 
 49
N C C C C C
O
Cl
cloreto de pentanoila
piridina
C
O
Cl
C C C C+N
 
+ C C C C C
O
OH2
NN C C C C C
O
+ OH2
 
+ 
N
H
Cl
-H+
ácido pentanóico C C C C C
O
OH
 
H
N+ C
O
O
C C C CN
O
CCCCC
 
anidrido pentanóico -H
+
C C C C C
O
O
C
O
CCCC
+ C C C C C
O
OH
C
O
CCCC
 
4) Reação de haleto de acila com sais orgânicos 
A reação ocorre a temperatura ambiente. 
R C
O
O C R
O
R C
O
O
Cl
C
O
R
Na+
 + ClC
O
O
R+R C
O
Cl
 
 + Cl Na+ Cl-Na+
 
⎯ Represente as etapas da reação do cloreto de hexanodiila com: 
a) Piridina e H2O; 
 
 50
b) Acetato de Sódio 
N
Cl
ClO
O
C
CC
C
C
CN
N
+C
C
C
C
C
C
O
Cl
O
Cl
a) 
N+
 
C
C
C
C C
C
N
N
O
O
N
N
 + OH2 + C C C
C
C C
O
O
OH2
 
N
C
C
C C
C C
O
O
OH C
C
C
C C
C
O
O
OH C
C C C
C C
O
O
O
anidrido
hexanodióico 
-H+
-H+
 
Na+
C
O
O
C+C
O
Cl
C C C C C
O
Cl
b)
 
Na+
C C
O
O C C C C C
O O
ClCl
O C C
O
Na+
 
 
 51
C C
O
O C C C C C
OO
O C C
O
+2 Na+ Cl - 
5) Ceteno com ácidos 
Este é o principal método utilizado para obter anidridos mistos. 
1ºβH
H2C C O + C
O
R
O
H2C C
O
O C
O
R H3C C
O
O C R
O
H
H
δ+
β 
⎯ Utilizando-se do ceteno como produto inicial, representar a reação da 
obtenção do anidrido 2-metil butano acético. 
B
H
H
H3C C
O
O C
O
C
C
C
C
H2C C
O
O C C
C
C
C
O
C C
C
C
C
O
O
 + H2C C O
H B 1º
 
Propriedades Químicas 
Reações de hidrólise, alcoólise e a amonólise. Todas essas 
reações ocorrem segundo mecanismos semelhantes, havendo formação 
de ácidos, ésteres e amidas. 
a) Hidrólise 
OH2 2R C
O
OH
R C
O
O
R C
O
OH2
R C
O
O
CR O
OH2
+
R C
O
O
C
O
R
δ+
 
 
 52
b) Alcoólise 
R C
O
O
C
O
R
+ O R
H
R C
O
O
O
CR O
R R C
O
O R
R C
O
O
H
H
 
R C
O
O R
 + R C
O
OH
éster
ácido carboxílico 
c) Amonólise 
R C
O
O
C
O
R
 + NH3
R C
O
O
CR O
NH3 R C
O
NH3
NH3
R C
O
O 
NH4 + C
O
O
R R C
O
O
 + R C
O
NH2NH4
sal de
amônia
amida 
 
d) Aminólise 
H2
R C
O
O
R C
O
N R
H2
R C
O
O
C OR
N R
 + N R
R C
O
O
C
O
R
H2
 
 
 53
H
amida substituída 
 + R C
O
OH
R C
O
N R
 
e) Reação com Éter (R ⎯ O ⎯ R / AlCl3) 
 + A l Cl 3
éster 
 + RR C
O
O R
R C
O
O
R
R
 + O
R
R
R C
O
2) 
R C
O
O
C
O
R
R C
O
O
C
O
R
A l Cl 3
R C
O
O A l Cl 3
+
R C
O
1)
 
f) Reação com aromáticos (AlCl3) 
R C
O
+
R C
O
O AlCl3
R C
O
O
C
O
R
AlCl3 + AlCl3
R C
O
O
C
O
R
1) 
cetona
aromática 
+ H
H
C R
O
O C R O C R + 2) 
 
g) Anidrido Acético e Ácido Salicílico 
Serve para obter o Ácido Acetil Salicílico. 
A primeira etapa é um ataque nucleofílico do oxigênio da hidroxila 
ao carbono da carbonila. A segunda etapa é a eliminação da base acetato. 
A terceira etapa é a formação do ácido acético e do AAS. 
 
 54
C
O
O
OH
 + 
C
O
O
C
O
CH3
CH3
C
O C
O
O
CH3
CO CH3
O
OH
H
H
H
H3C C
O
OH
AAS
C
O
OH
O C CH3
O
H3C C
O
O
C
O
OH
O C
C
O
 
Obs: O AAS é um sólido e o ácido acético um líquido. Por 
destilação separa-se o ácido acético e obtém-se o AAS, sólido, que tem 
aspecto branco cristalino. 
Se o produto utilizado inicialmente fosse o benzeno, quais as 
etapas necessárias para sintetizar o AAS? 
Um processo semelhante é utilizado para transformar a morfina 
em heroína. 
morfina
HO
HO
O
OC
O
H3C
OC
O
H3C
C CH2
N
CH3
+ O
C
C
O
O
CH3
CH3
O
N
CH3
+ 2H3C C
O
OH
heroína 
H2
 
h) Aminólise 
Anidridos aromáticos reagem facilmente com aminas primárias ou 
secundárias, formando as amidas correspondentes.55
metil
H
N - metil
benzamida 
ácido
benzóico (sólido) +
H2H2H2
N R+
O C
O
O
C
O
O
O C
O
O
O C
O
OH
O C N R
O
O C
O
N R
O C
O
O
CO O
N R
 
i) Reação do Furano com anidrido Acético em presença de BF3. 
A primeira etapa é a geração do cátion, que irá causar um ataque 
eletrofílico ao furano, que é um composto aromático. 
H3C C
O
O
C
O
H3C
+ BF3
C C
O
O
CC
O
BF3
C C
O
O BF3 +
H3C C
O
ácido de
Lewis 
O
H
O
+ C
O
CH3
H
C CH3
O
H
 
O
H+ + C CH3
O 
H + H3C C
O
O BF3
BF3 + H3C C
O
OH
 
O ácido fenil metanóico dá origem, em certas condições, ao 
anidrido benzóico, que reage com a etil, propil amina, dando origem a 
 
 56
uma amida disubstituída. Explique essa transformação. 
OOO O
H
H
C
O
O P
O
O P
O
P
O
O P
O
+C
O
O
 
H
-H
anidrido benzóico 
C
O
O C
O
C
O
O
+C
O
 
O
CO
O
C
+ N C
C C
C C C O C
O O
NHCC
CCC 
H
N - Etil
N - Propil
Benzamida 
ácido
benzóico 
C
O
N C C C
C
C
+C
O
OH
C O
O
+
C C C
NCC C
O
 
Exercícios 
1) Represente com mecanismos , a desidratação do ácido 3 metil 
pentanóico, em presença de P2O5. 
2) Idem para o ácido 3 metil pentanodióico. 
3) Sob certas condições, anidrido acético reage com ácido hexanóico 
originando um novo ácido e um novo anidrido. Represente, com 
mecanismos, esta transformação. 
4) Ao reagirmos brometo de butanoila/piridina com água, obtemos um 
anidrido e HX. Para a obtenção de 2,5 ton. deste anidrido, supondo-se 
E = 91%, pede-se: 
 
 57
a - o mecanismo; 
b - as massas das espécies envolvidas. 
5) Numa certa preparação colocamos a reagir propanoato de potássio e 
brometo de pentanoila, havendo a formação de um sal e de um 
anidrido assimétrico. Para o aproveitamento de 50 tambores contendo 
solução aquosa a 25% em massa (d = 1,19 g/mL) de propanoato de 
sódio, pede-se, supondo-se E = 74%: 
a - o mecanismo; 
b - as massas das espécies envolvidas. 
6) Ao reagirmos a butil cetena com ácido butanóico, obtemos um 
anidrido assimétrico, com R = 86%. Para a obtenção de 50 tambores 
contendo uma solução etérea a 18% em massa (d = 1,11 g/mL) desse 
anidrido, pede-se: 
a - o mecanismo; 
b - a massa de butil cetena necessária; 
c - A massa de ácido butanóico necessária (5% maior que a 
teoricamente necessária). 
7) Represente, com mecanismos, as reações do anidrido 2,3 dietil 
pentanóico e do anidrido 2,3 dietil pentanodióico com: 
a - água (hidrólise); 
b - butanol 1 (alcoólise); 
c - amoníaco ( amonólise); 
d - benzil amina (aminólise). 
8) Represente, com mecanismos, os produtos formados quando 
colocamos a reagir o éter comum com anidrido benzóico (fenil 
metanóico/ BCl3.) 
9) Ao reagirmos o benzeno com excesso de anidrido propanóico/AlCl3 
obtemos dois produtos. Identifique-os, com mecanismos. 
10) Identifique, com mecanismos, os produtos formados na reação do 
anidrido butanóico/FeBr3 com o “FURANO”. 
 
 58
NOÇÕES DE SÍNTESE ORGÂNICA 
ANIDRIDO SUCCÍNICO 
1) Reagentes 
ácido succínico – 20,0 g 
anidrido acético – 30,0 mL 
2) Substâncias complementares 
éter etílico 
3) Técnica 
Em um balão de 250 ml colocar 20,0 g de ácido succínico e 30,0 
mL de anidrido acético. 
Ligar um refrigerante de refluxo e aquecer durante 1 hora. Esfriar e 
colocar em geladeira durante 12 horas. Filtrar em buchner. 
Lavar com éter e dessecar em estufa entre 100/150°C. 
Recristalizar, utilizando uma mistura de álcool/água. 
4) Reação 
C
O
HO
CH2 CH2 C
O
OH
+
C
O
O
C
O
H3C
H3C
C
O
O
C
O
H2C
H2C
+ 2H3C C
O
OH
calor
 
5) Rendimento do processo 
70/75% 
6) Constantes Físicas 
Cristais com forma de prismas orto rômbicos; PF = 119,6°C; PE = 261°C; 
pouco solúvel em éter etílico e água; solúvel em clorofórmio, tetracloreto 
de carbono e álcool etílico. 
 
 59
Questões propostas 
1) Represente o mecanismo deste procedimento. 
2) Existe reagente em excesso? Quanto? 
3) Quais as massas de produtos obtidas neste procedimento? 
4) Quais as massas de reagentes necessárias para produzir 750 kg de 
anidrido succínico, dentro das proporções estequiométricas? 
5) Quais as massas de reagentes necessárias para produzir 750 kg de 
anidrido succínico, dentro das proporções do processo? 
6) Qual a finalidade do refrigerante de refluxo? 
7) Qual o tempo provável da reação? 
8) Por que se coloca em geladeira por 12 horas? 
9) De que modo o anidrido succínico é separado? 
10) Para que serve a lavagem com éter? 
11) Como podemos fazer uma avaliação do grau de pureza do anidrido 
succínico produzido? 
C
C
O
O
O+
AlCl3 , CS2
C
HOOC
O O
O
Conc. H2SO4
Anidrido
Ftálico
α − benzoylbenzóic
acid 85%
 
anthraquinone
100 %
 
Durante um certo procedimento envolvendo as seqüências 
acima, um engenheiro químico verificou o surgimento de 500 kg do ácido 
alfa benzoil benzóico. Pede-se então: 
a- os mecanismos; 
b – a massa de antraquinona obtida; 
c – as massas dos reagentes necessários (grau de pureza do benzeno = 
97%; do anidrido ftálico = 95%). 
Fonte de Consulta: 
Hendrickson, James B e CRAM, Donald J. 
Organic Chemistry. McGraw Hill KogaKusha 
Ltda. Tokyo, 1980 
12) 
 
 60
CAPÍTULO 3 
ÉSTERES 
Apresentam a seguinte fórmula geral: 
R C
O
O R 
Métodos de obtenção 
1) Reação de anidridos com álcool/piridina 
Inicialmente ocorre um ataque nucleofílico da piridina ao carbono 
da carbonila do anidrido (solvólise). Forma-se um ânion acetato e um 
derivado da piridina, que logo em seguida reage com o álcool presente, 
formando o éster e regenerando a piridina. 
NR C
O
O
CR O
N+
R C
O
O
C
O
R
 
R C
O
N
+
+ O R
H
R C
O
O
H
R +
N
 
R C
O
O R
H
+ C
O
O
R R C
O
O R
R C
O
OH
+ + N
 
 
 61
⎯ Explique como pode ser sintetizado o propanoato de butila. 
C C C
O
O
CCC
O
+ N C C C
O
O
CCC O
N
piridina
anidrido propanóico
 
C C C
O
N + C C C
O
O 
C C C
O
N
+ O C C C C N + C C C
O
O C C C C
H
H
 
C C C
O
O C C C C
+ C
O
O
C C C C C
O
O C C C C
propanoato de 
butila 
+
C C C
O
OH
ácido propanóico 
H
 
2) Reação de Haleto de acila com metóxido de Sódio ou 
Etóxido de Sódio. 
Essas bases fortes conseguem deslocar a base cloreto dos 
cloretos de acila. 
H2
H2
Na+
O C CH3 R C
O
O
Cl
C CH3+R C
O
Cl
 
R C
O
O C CH3
H2
+ Na+ Cl
 
 
 62
Esse processo é utilizado para obter ésteres etílicos e/ou 
metílicos, com alto rendimento. 
3) Reação do Brometo de acila com álcoois, que são bases 
fracas. 
A ligação do cloro com o carbono é muito forte e necessita de 
uma base forte para rompê-la. 
A ligação do bromo com o carbono é muito mais fraca, 
necessitando de uma base fraca para rompê-la. 
R C
O
Br
+ O R1 R C
O
O
Br
R1
H
H
 
R C
O
O R1 + Br HBr + R C
O
O R1
H
 
4) Reação de anidridos com Éteres/AlCl3 ou FeX3 ou BX3 
(1ª) 
R C
O
O
C
O
R
+ FeCl3
R C
O
O
C
O
R
FeCl3
R C
O
O FeCl3
+
R C
O
 
(2ª)
R C
O
+ O
R1
R1
R C
O
O
R1
R1
R C
O
O R +R1 R1
 
FeCl3+R1 R C
O
O R1
+R C
O
O FeCl3 
5) Reações de ácidos orgânicos com Diazometano. 
Obtém-se sempre ésteres metílicos com alto rendimento, e gás 
 
 63
nitrogênio. 
Ocorre a abstraçãodo próton do ácido, e a rápida ligação do 
acetato formado com o grupo metil e a formação de gás nitrogênio. 
+ H3CN2
+ H3C N NH2C N N R C
O
O
+R C
O
OH
 
H3C + R C
O
O
R C
O
O CH3
 
6) Reação de cetenas com álcoois 
Esses tipos de reações ocorrem a temperatura ambiente, 
formando com facilidade os ésteres correspondentes. 
R C C O + O R R C C
O
O R R C C
O
O R
H
H H
Β 
R C C
O
O R 
7) Reação de ácido com álcool (em meio ácido) 
É o processo mais econômico para obter éster em laboratório. 
Existem dois mecanismos que tentam explicar essa reação. 
→ Cisão Alquil/Oxigênio 
+ H2O+ H
+ R OH2 RR OH 
 
 64
OH2
HH
R C
O
O R
+ R R C
O
O R
R C
O
O
(ou : Β )
 
Esse mecanismo é aceito quando os álcoois utilizados são 
terciários, pois dão origem a cátions carbonos terciários relativamente 
estáveis. 
Para álcoois primários, admite-se que, não havendo o rearranjo, a 
esterificação ocorra segundo uma cisão acil/oxigênio. 
R C O
OH
+ H+ R C
O
OH2
H2O + R C
O
+
 
R C
O
+ HO R1 R C
O
O R1
HB + R C
O
O R1
B
H 
Moura Campos propõe também um mecanismo que utiliza o 
oxigênio insaturado do grupo carboxi. 
8) Reação de ácidos com alcenos em presença de H2SO4 
HH
+ H+ H3C C CH3H3C C CH2
 
R C
O
OH
+ C
C
C
R C C
O
O C
C
C
+ HSO4 H2SO4 + R C
O
O C
C
C
+
H
 
9) Reação de Bayer – Villiger 
É utilizada para preparar acetato de fenila. Baseia-se na reação do 
perácido benzóico com a acetofenona. 
1ª etapa – Ataque nucleofílico ao carbono da carbonila da acetofenona. 
 
 65
C
O
CH3
C
O
O
CH3
O C
O
+ HO O
C
O
H
β1º 
C
O
O
CH3+C
O
OH
 
C
O
O
CH3
H3C C
O
O
 
Moura Campos sugere para o mesmo procedimento, o seguinte 
mecanismo: 
R C CH3 + H
+
O
R C CH3 + HO
OH
O C
O
Ph R C
OH
CH3
O O C
O
Ph
H
 
BR C
CH3
O O
OH
H
C
O
Ph HB + R C
OH
CH3
O O C
O
Ph
 
CPh
O
O
+ H3C C
OH
R
O H3C C
OH
O R
 
 
 66
H3C C
O
O
H
R + C
O
O
Ph Ph C
O
OH
+ H3C C
O
O R 
PROPRIEDADES QUÍMICAS DOS ÉSTERES 
1) Saponificação 
É a reação de um éster com uma base forte (Na + OH ou K + OH) . 
Forma-se um álcool e um sal orgânico. Dependendo do tamanho do grupo 
R do sal, esse composto tem propriedades detergentes. 
Na+
+ OH R C
O
O
OH
R
R C
O
O R
 
R C
O
OH
+ OR R OH + R C
O
O
 
R C
O
O
+ Na+ R C
O
O Na+ 
- Represente as reações que permitem obter ao mesmo tempo propanol 2 
e pentanoato de sódio. 
C C C C C
O
O C
C
C
+ OH C C C C C
O
O
OH
C C
C
pentanoato de isopropila
Na+
 
propanol 2
+ Na++ O + C C C C C
O
O
C C C
OH
C C
C
C C C C C
O
OH
 
 
 67
C C C C C
O
O Na+
pentanoato de sódio 
 
2) Reação com aminas 
São semelhantes às reações de saponificação levando à formação 
de álcoois e amidas substituídas. 
R C
O
O R
+ N R R C
O
O
N
R
R
H2
H2 
R C
O
N R + O R R OH + R C
O
N R
H
H2
 
⎯ Explique como podemos obter ao mesmo tempo butanol 2 e N, N 
dipropil butanoamida 
C C C C
O
O C C C
C
+ N C C C
C
C
C
C C C C N C C C
C C COCCC
C
O
H H
butanoato de secbutila 
 
C C C C
O
NCCC C C C + O C C C
C
C C C C
O
N C C C
C C C
+ C C C C
OH
(butanol 2)
H
 
⎯ Identifique os produtos formados ao reagirmos pentanodiato de metila 
com etil amina. 
 
 68
O
C
C
O
C C C C
O
O C
+ 2 N H
H
C
C
H2N C
C
C
C C C C
O
O
O
O
C C
NH2
C
C 
C C N
C
O
C C C C
O
N C C
+ 2 O C
C C N
C C C C C
O O
N C C
+ 2 HO C
H H
H2 H2
 
3) Reação com hidroxi amina 
Nesse caso forma-se um álcool e uma N – hidroxi amida 
R C
O
O R
+ N OH R C O
O
R
N OH
H2
H2
 
R C
O
N OH
H2
+ O R R OH + R C
O
N OH
H
 
4) Éster Dietil Malônico e Carbamida 
H2C
C
C
O
O
O
O
Et
Et
+ C O 2EtOH + H2C
C
C
O
N
O
N
C O
H
H
N
N
H2
H2
 
 
 69
Tautomeria
H2C
C N
C
NC
OH
OH
O
N
N
OH
OH
O
"ácido
barbitúrico" 
5) Éster etílico com etóxido de sódio 
Serve para obter β ceto ésteres 
Suponhamos a reação do acetato de etila com etóxido de sódio. 
Se esta reação ocorrer segundo o mecanismo convencional, não haverá 
formação de nenhuma espécie química nova. 
H3C C
O
O C CH3
+ O C CH3 C C
O
O
O C C
C C
H2
H2
 
H3C C
O
O C CH3
+ O C CH3
H2
H2
 
O carbono α do éster, devido ao efeito indutivo da carbonila tem 
densidade eletrônica baixa. A base etóxido presente retira este próton 
com facilidade porque ele está fracamente ligado ao carbono α. Forma-se 
um ânion carbônio, que faz um ataque nucleófilo à carbonila de outra 
molécula do éster, levando à formação de um β ceto éster e da base 
etóxido. 
C
O
OEtH2 C
H
+ OEt EtOH + H2C C
O
OEt
 
 
 70
C
O
EtO
C C C
O
OEt
C
O
EtO
CH3+C
EtO
O
CH2
 
C C C CH3
O
O
EtO
+ EtO
H2
 
Numa última etapa a base etóxido retira um próton do β ceto-éster 
dando origem a um álcool. Acidulamos e temos a formação do produto 
final. 
C
O
EtO
C C CH3
OH
H
+
O C C
C
O
EtO
C C CH3 + C C OH
 
C
O
E tO
C C CH3 + H
+
H O
C C C
O
EtO
H
H
O
CH3
3 ceto, butanoato de etila
(β ceto butirato de etila) 
Quais seriam os produtos formados se utilizássemos como 
reagentes metóxido de sódio e butanoato de metila? 
C C C C
O
O C
H
+ O CH3 H3C OH + C C C C
O
O CNa
 
C C C C
O
OC
C C CC
O
OC
+ C
O
OC
C C C C C
O
O
CC
C 
 
 71
C
O
OC
C C C C C
C
C
H
O
O CH3+ C
O
OC
C C C C C
O
C C
+ H3C OH
 
C
O
OC
C C C C C
C C
+ H+ C
O
OC
C C C C C
C C
O
H
2 etil, 3 ceto hexanoato 
de metila 
6) Éster malônico 
O hidrogênio do carbono α deste éster está fracamente ligado ao 
mesmo, devido à ação das duas carbonilas: qualquer base forte pode 
retirar um desses prótons, dando origem a um ânion carbônio que se 
estabiliza por ressonância. (duplamente estabilizado) 
C
H
H
C
C
O
O
OEt
OEt
+ OH H2O + C
H
C
C
O
O
OEt
OEt
 
Obs: a base presente também pode “atacar” o carbono da 
carbonila. Para diminuir esta probabilidade, utiliza-se o éster etílico ou 
metílico. 
A obtenção do ânion é importante porque serve para obtermos 
novas ligações entre carbonos. 
Exemplo 1: 
Se misturarmos uma solução, que contenha esse ânion com um 
haleto orgânico, obteremos um derivado do éster malônico. 
 
 72
C
H
C
O
OEt
O
OEt
C
+ H3C I I + C
H
H3C
C
O
OEt
O
OEt
C
Éster metil dietil malônico 
ou
Metil, malonato de dietila
δ+ δ -
 
Exemplo 2: 
Reação do éster malônico em meio básico com cloreto de acetila. 
ClC
H
C
C
O
O
OEt
OEt
+ C
O
CH3
Cl
+ C
C
H
H3C
O
C
C
O
O
OEt
OEt
CH3C
O
Cl
H
OEt
OEt
O
O
C
C
C
 
Obs: Descarboxilação 
Ocorre com certa facilidade quando tivermos duas carboxilas 
ligadas num mesmo carbono.C
C
C
O
O
OH
OH
H2C
C
O
OH H3C C
O
OH
+ CO2
C
O
OH
+ 
Δ
 
 
 73
⎯ Aplicação 
O que ocorre quando tentamos descarboxilar o éster acetil dietil 
malônico? 
1) trata-se esse éster com uma base. 
2) sal formado é tratado com um ácido inorgânico. 
3) O ácido acetil malônico obtido é aquecido dando origem a um β ceto 
ácido. 
+ 2H+ + 2 OH C
O
C
C
C
O
O
O
O
CH3
C C
C
C
O
O
O
OEt
OEt
CH3
H
éster acetil dietil malônico ou acetil malonato de dietila
Δ
 
Observação: a base OH também pode abstrair o próton do 
carbono α formando outro produto. 
CC
O
CH3
C
O
OH
O
OH
C
CO2 + H3C C C C
O
O
OH
H2Δ
Ácido 3 ceto (β ceto)
butanóico
ou
Ácido β ceto butírico 
- Identificar X, Y, Z na seqüência reacional: 
C
C
C
C
CC
C
C
O
O
O
OEt
OEt
X Y ZNaOH HCl Δ
 
 
 74
+ 2HO Et+ 2 OHC
C
C
C
CC
C
C
O O
O
OEt
OEt
C
C
C
C
CC
C
C
O
O
O
O
O
Na+
Na+
Na+
X 
+ 2HCl + 2 Na
+ Cl -C
C
C
C
CC
C
C
O O
O
O
O
C
C
C
C
CC
C
C
O
O
OH
OH
O
Na+
Na+
Y 
C
C
CCC
C
C
C
O O
O
OH
OH
CO2 + C C C C
C
C
C
O
O
OH
Z
Δ
 
ácido α propil, 
β ceto butanóico 
ou 
Ácido α propil 
β ceto butírico 
O aquecimento da 2 carboxi, 2 aceto carboxi, ciclo hexanona 1 
também leva a descarboxilação. 
O
C
C C
O
O
OH
OH
CO2 +
O
C C
H
O
OH
Δ
2 aceto carboxi
ciclo hexanona 1 
 
 75
7) Clivagem de β ceto ésteres. 
Esses compostos, ao reagirem com bases diluídas e concentradas, 
formam produtos diferentes. Por exemplo: se a base for diluída teremos 
uma reação de saponificação comum. Se reagirmos o β ceto éster com 
soda cáustica concentrada e quente, teremos duas possibilidades de 
reação. 
H2
+ H2C C
O
OEt
H3C C C
O
OH
C
O
C C C
OH
O
OEt
-
2
2
2
1
1
(concentrada)
(diluída)
OH
OH
+ EtOH
Na+
H3C C C C
O
O
O
C C C C
H
H
O
O
OEt
 
H3C C C
O
O
+ H3C C
O
OEtNa
+
 
⎯ Aplicação 
Existe um β ceto éster chamado 2 ceto ciclo hexil, metanoato de 
etila. Esse composto ao ser tratado com soda cáustica concentrada e 
quente dá origem a um derivado de cadeia alifática. 
Na+
C
HO O
O
OEt+ OH
O
C
O
OEt
 
C
O
OEt
OHO
C
O
O
C C C C C C
O
OEt
+ H
 
 
 76
Heptanodiato monoácido de Etila 
C C C C C C C
O O
HO OEt
 
A base OH também pode “atacar” o carbono de carbonila do 
éster, diminuindo o rendimento do processo. 
Exercícios 
1) A reação do anidrido 2 metil pentanóico com butanol 2/piridina forma 
um ácido e um éster. Represente, com mecanismos, esta preparação. 
2) Ao reagirmos brometo de 2 etil pentanodiila com excesso de etóxido 
de sódio obtemos um sal e um éster. Represente, com mecanismos, 
esta preparação. 
3) Quando colocamos a reagir brometo de 2 etil pentanodiila com 
excesso de fenil metanol obtemos um HX e um éster. Represente, 
com mecanismos, esta preparação. 
4) Em presença de FeBr3, anidrido hexanóico reage com éter 
disecbutílico originando um éster. Represente com mecanismos, esta 
preparação. 
5) A benzil cetena quando colocada a reagir com ligeiro excesso de fenil 
metanol forma um éster. Represente, com mecanismos, esta 
preparação. 
6) A reação do ácido 3 metil pentanóico com 2 metil propanol 2/H+ 
origina um éster e água, através de uma cisão “alquil – oxigênio”. 
Represente, com mecanismos, esta obtenção. 
7) A reação do ácido metil butanodióico com 2 metil propanol 1/H+ 
origina um éster e água, através de uma cisão “acil – oxigênio”. 
Represente, com mecanismos, esta obtenção. 
8) Ao reagirmos o ácido oxálico (etanodióico) com excesso de buteno 
2/H+, obtemos um éster. Represente, com mecanismos, esta 
obtenção. 
9) Numa industria existe um tanque esférico de 3m de diâmetro, 
contendo anidrido butanóico (d = 0,880 g/L) até 7/8 de sua 
capacidade. Existe também um outro tanque cilíndrico (d = 2m; h = 
3,5 m) contendo éter diisopropílico (d = 0,805 g/mL) até 8/9 de sua 
capacidade. De que modo estas espécies químicas devem ser 
 
 77
misturadas para que a reação química entre elas (em presença de 
FeCl3) forme a maior quantidade possível de éster, com R = 85%? 
10) Represente com mecanismos, a equação da reação que ocorre 
quando colocamos a reagir 2 etil hexanodiato de butila com excesso 
de soda cáustica. 
11) Idem quando o éster é o 2 etil pentanoato de benzila. 
12) Ao reagirmos um óleo vegetal denominado “triestearato de glicerila” 
com excesso de potassa cáustica, obtemos glicerina (propanotriol) e 
um sal orgânico (sabão) com E = 90%. Para a fabricação de 150.000 
barras desse sabão, de 80g cada uma, pede-se: 
a- o mecanismo; 
b- as massas das espécies envolvidas; 
c- o volume de solução 11 N de base necessário. 
13) Ao reagirmos butanodiato de etila com excesso de benzil amina 
obtemos uma amida e um álcool. Para o aproveitamento de 60 
tambores contendo o éster inicial (d = 0,970 g/mL) e supondo-se E = 
93%, pede-se: 
a- o mecanismo; 
b- as massas das espécies envolvidas. 
14) Uma indústria precisa obter 7500 L de butanol 2 através de reação 
entre álcool e a hidroxiamina. Supondo-se R = 84%, pede-se: 
a- o mecanismo; 
b- as massas das espécies envolvidas. 
15) A reação entre o éster propil, butil malônico (dietil) com a uréia forma 
um “ácido barbitúrico”, com E = 80%, que é utilizado na forma de 
comprimidos, como medicação de ação calmante. Para a fabricação 
de 4 x 109 comprimidos de 500 mg cada um, contendo 10% deste 
princípio ativo, pede-se: 
a- o mecanismo; 
b- as massas das espécies envolvidas. 
16) A reação de ésteres etílicos com etóxido de sódio origina “β ceto 
ésteres”. Baseando-se nesta informação, represente, com 
mecanismos, as espécies obtidas quando colocamos a reagir etóxido 
de sódio com pentanoato de etila. Calcule, supondo R = 78%, as 
massas das espécies envolvidas para produzir 10000 L do β ceto 
éster em questão (d = 1,067 g/mL). 
 
 78
17) A descarboxilação ocorre com certa facilidade, sob a ação do calor, 
quando temos duas carboxilas ligadas a um mesmo átomo de 
carbono. Represente, com mecanismos, as descarboxilações: 
a- ácido isopropil malônico (propanodióico); 
b- ácido secbutil, acetil malônico. 
18) A clivagem de β ceto ésteres ocorre em presença de bases fortes 
concentradas, sob a ação do calor. Represente, com mecanismos, a 
clivagem do β ceto pentanoato de propila em presença de potassa 
cáustica concentrada. Calcule as massas das espécies envolvidas, 
com R = 90%, para o aproveitamento de 2500 L de solução 14 N da 
base em questão. 
19) A hidrólise ácida do 1,4 diciano butano origina NH3 e um diácido 
orgânico. Em seguida este diácido foi colocado a reagir com excesso 
de butanol 1/H+, dando origem a um éster e água. Finalmente, o éster 
foi posto a reagir com excesso de soda cáustica, formando um sal 
orgânico e um álcool. Para a obtenção de 2000 L de solução 5 N 
contendo este sal orgânico. Pede-se: 
a- os mecanismos; 
b- as massas das espécies envolvidas. 
20) Num certo procedimento, colocamos a reagir 2000 L de butanoato de 
metila (d = 0,920 g/mL) com metóxido de sódio, havendo formação de 
um β ceto éster, que numa fase seguinte, foi posto a reagir com 
solução 12 N de soda cáustica. Sabendo-se que 70% deste β ceto 
éster reagir segundo um processo de “clivagem” e que os 30% 
restantes segundo o mecanismo tradicional, pede-se: 
a- os mecanismos; 
b- asmassas das espécies envolvidas; 
c- o volume de solução básica utilizado. 
NOÇÕES DE SÍNTESE ORGÂNICA 
ACETATO DE AMILA 
1 – Reagentes 
Álcool amílico: 27,0 mL (d = 0,832 g/mL) 
Ácido acético glacial: 15,0 mL (d = 1,05 g/mL) 
Ácido sulfúrico concentrado: 1,0 mL (d = 1,84 g/mL) 
 
 79
2 – Espécies complementares 
Solução de carbonato de sódio a 10% 
Sulfato de sódio anidro 
3 – Técnica 
Em um balão de 250 mL, colocar 27,0 mL de álcool amílico, 15,0 
mL de ácido acético glacial e 1,0 mL de ácido sulfúrico concentrado. 
Ao balão, colocado sobre uma fonte de aquecimento, adaptar um 
separador de Dean Stark, e a este, um condensador de refluxo. 
Aquecer a mistura durante 45 min, sendo que, por ser mais densa, 
a água formada irá ficar retida no tubo coletor. 
Adicionar 15,0 mL de solução de Na2CO3 a 10%, com agitação. 
Verificar o pH da fase aquosa (que deverá estar ligeiramente alcalino). 
Decantar, transferindo o produto para um erlenmeyer contendo 5g 
de Na2SO4 anidro. Fechar o erly e agitar periodicamente durante 15 
minutos. 
Filtrar com papel pregueado (seco), diretamente para um balão de 
destilação seco. 
Aquecer, recolhendo o produto que destila entre 148/149°C. 
4 – Reação (R = 80%) 
C
O
OH
H 3 C + H3C (CH2)3 CH2OH H3C C
O
O (CH2)4CH3
H2SO4 + H2O
 
5 – Constantes físicas 
Líquido incolor, com odor de essência de banana; PE = 149°C; d20 
=0,875 g/mL; solúvel em etanol, éter etílico e acetato de etila. Muito pouco 
solúvel em água. 
 
 80
6 – Equipamento 
 
7 – Questões 
1) Represente o mecanismo deste procedimento. 
2) Se existir reagente em excesso, quantificá-lo. 
3) Qual a % de catalisador utilizada, em função dos reagentes 
presentes? 
4) Quais as massas dos produtos obtidos? 
5) Dentro das proporções estequiométricas, quais massas das espécies 
envolvidas para a obtenção de 5000 L de éster? 
6) Idem, dentro das proporções do processo. 
7) Qual a função da solução de Na2CO3 a 10%? 
8) Qual a função de Na2SO4 anidro? 
9) De que modo a água é separada neste procedimento? 
10) Como podemos avaliar o grau de pureza do éster obtido? 
 
 81
NOÇÕES DE SÍNTESE ORGÂNICA 
SÍNTESE DO FTALATO DE DIMETILA 
1 – Reagentes 
anidrido ftálico: 50,0g. 
Álcool metílico (metanol): 100,0 mL (d = 0,810 g/mL). 
H2SO4 concentrado: 8,0 mL (d = 1,84 g/mL) 
2 – Espécies complementares 
Solução aquosa de Na2CO3 saturada. 
CaCl2 anidro. 
Água destilada. 
3 – Técnica 
Num balão de 250 mL, colocar 50,0 g de anidrido ftálico. Num 
erlenmeyer de 250 mL colocar 100 mL de metanol, adicionando aos 
poucos, sob corrente de água, os 8,0 mL de H2SO4 concentrado. 
Transferir a mistura metanol/H2SO4 para o balão onde se encontra 
o anidrido ftálico. Adaptar um condensador de refluxo e aquecer em 
banho maria durante 120 minutos, sob agitação moderada. Retirar o 
condensador de refluxo, e substituí-lo por um sistema para destilar o 
excesso de metanol. 
Verter o éster obtido em 100 mL de água destilada fria e transferir 
esta mistura para um funil de separação. 
Decantar o éster obtido. Neutralizar com solução de Na2CO3 
saturada, controlando o pH final. Lavar com água destilada. Dessecar 
com CaCl2 anidro e filtrar. 
4 – Constantes físicas 
Líquido oleoso, ligeiramente aromático; PE = 283,7°C; d20 = 1,194 
g/mL, solúvel em etanol, éter etílico e clorofórmio. Pouco solúvel em 
água. 
 
 82
5 – Questões 
a) Representar o mecanismo deste procedimento. 
b) Se existir reagente em excesso, quantificá-lo. 
c) Quais as massas dos produtos obtidos, supondo-se R = 79%? 
d) Dentro das proporções estequiométricas, quais as massas das 
espécies necessárias para a obtenção de 2000 L deste éster? 
e) Dentro das proporções do processo, quais as massas das 
espécies necessárias para a obtenção de 3000 L deste éster? 
f) Porque a adição do H2SO4 no metanol deve ser lenta? 
g) Porque o éster obtido é colocado em água destilada? 
h) Porque o éster obtido é “lavado” com água destilada? 
i) Quais as funções do CaCl2 e da solução saturada de Na2CO3? 
 
 83
CAPÍTULO 4 
BIODIESEL – GÁS NATURAL - BIOGÁS - 
CRÉDITOS DE CARBONO 
BIODIESEL 
O que é biodiesel? 
É um combustível produzido a partir de fontes totalmente 
renováveis, especialmente quando tem como suas matérias primas etanol 
(ao invés de metanol) e um óleo qualquer de origem vegetal (mamona), ou 
animal (sebo). 
O biodiesel é uma alternativa aos combustíveis derivados do 
petróleo. Pode ser usado em carros e qualquer outro veículo com motor 
diesel. Fabricado a partir de fontes renováveis (girassol, soja, mamona), é 
um combustível que emite menos poluentes que o diesel. Saiba aqui 
porque todos estão falando deste biocombustível. 
Vantagens do Biodiesel 
Cada vez mais o preço da gasolina, diesel e derivados de 
petróleo tendem a subir. A cada ano o consumo aumenta e as reservas 
diminuem. Além do problema físico, há o problema político: a cada 
ameaça de guerra ou crise internacional, o preço do barril de petróleo 
dispara. 
Aspectos Econômicos do Biodiesel 
Para aumentar sua competitividade, os custos de produção do 
biodiesel podem ser minimizados através da venda dos co-produtos 
gerados durante o processo de transesterificação, tais como a glicerina, 
adubo e ração protéica vegetal. 
Especificações do Biodiesel 
Em função da importância do biodiesel e da futura 
regulamentação para sua utilização no país, o estabelecimento de 
 
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padrões de qualidade para o biodiesel se constitui um fator primordial 
para sua adoção ser bem sucedida. 
História e Biodiesel 
Durante a Exposição Mundial de Paris, em 1900, um motor 
diesel foi apresentado ao público funcionando com óleo de amendoim. 
Os primeiros motores tipo diesel eram de injeção indireta. Tais 
motores eram alimentados por petróleo filtrado, óleos vegetais e até 
mesmo por óleos de peixe. 
Processo de Produção de Biodiesel 
A molécula de óleo vegetal é formada por três ésteres ligados a 
uma molécula de glicerina, o que faz dele um triglicídio. O processo para 
a transformação do óleo vegetal em biodiesel chama-se 
TRANSESTERIFICAÇÃO. 
Balanço Energético do Biodiesel 
A utilização do biocombustível depende, entre outros fatores, 
de uma relação positiva entre a energia consumida no processo de 
produção, e a energia disponibilizada pelo combustível produzido. 
Biodiesel Brasil 
O Brasil apresenta grandes vantagens para produção de 
biocombustíveis, pois apresenta geografia favorável, situa-se em uma 
região tropical, com altas taxas de luminosidade e temperaturas médias 
anuais. Associada à disponibilidade hídrica e regularidade de chuvas 
torna-se o país com maior potencial para produção de energia renovável. 
 
Fábricas de Biodiesel 
A atual estrutura nacional de produção de biodiesel pode ser 
caracterizada como incipiente e fortemente baseada em experiências com 
plantas-piloto, o que resulta num volume de produção bastante reduzido. 
 
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Efeito Estufa - Greenhouse Effect 
O biodiesel permite que se estabeleça um ciclo fechado de 
carbono no qual o CO2 é absorvido quando a planta cresce e é liberado 
quando o biodiesel é queimado na combustão do motor. 
Agricultura Familiar, Emprego e o Lado Social do Biodiesel 
O grande mercado energético brasileiro e mundial poderá dar 
sustentação a um imenso programa de geração de empregos e renda a 
partir da produção do biodiesel. A produção de oleaginosas em lavouras 
familiares faz com que o biodiesel seja uma alternativa importante para a 
erradicação da miséria no país. 
Impostos sobre Biodiesel 
Assim é reconhecido internacionalmente que o biodiesel, 
atualmente, não

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