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Correção dos exercícios de Saúde Mental e Psicologia

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Correção dos exercícios de 
Saúde Mental e Psicologia 
2018/02 primeiro bimestre 
1 – Como a cultura da Idade Média lidava 
com a loucura? 
• O destino da loucura era plural e ambíguo no final da Idade Média e 
no Renascimento: os loucos eram enviados a prisão, expulsos da 
cidade, exilados ritualmente, entregues às embarcações. 
 
2 – Como acontece a Grande Internação do 
Século XVII? 
• Eram internados pobres, desempregados, insanos, doentes venéreos, 
devassos, homossexuais, blasfemadores, alquimistas e libertinos. 
Desempenha-se papel de assistência e repressão; destinam-se a 
socorrer os pobres, mas comportam células de detenção e casernas. 
• Todas essas figuras possuíam características similares para a 
percepção da época clássica: eles iam contra os valores burgueses, 
não participavam do processo produtivo, possuíam comportamentos 
antes sagrados ou dessacralizados e agora eram considerados no 
âmbito da moral e ético como errados 
• É uma nova sensibilidade à miséria e aos deveres da assistência, 
novas formas de reação diante dos problemas econômicos do 
desemprego e da ociosidade, uma nova ética do trabalho, a obrigação 
moral se uniria a lei civil, sob formas autoritárias de coação. 
 
3 – O que acontece aos loucos após a 
“descoberta” da doença mental? 
• A loucura é libertada de um espaço no qual estava confundida e 
encerrada em uma espaço de “tratamento”. 
• Os loucos permaneceram enclausurados não mais por caridade ou 
repressão, mas por um imperativo terapêutico, pretensão de 
recuperar a razão perdida, conter a animalidade da loucura. 
• O doente mental, criado pela psiquiatria, é transformado em objeto. 
• Ocorre um cruzamento entre medicina e justiça, na noção de 
periculosidade social associada ao conceito de doença mental, e uma 
sobreposição entre punição e tratamento (o gesto que pune é aquele 
que trata). Com Pinel, a doença se torna um problema de ordem 
moral, necessitando de um tratamento moral. O isolamento é 
fundamental a fim de executar regulamentos de “polícia interna” e 
observar sucessão de sintomas para descrevê-los. 
 
4 – Quais foram os precursores das primeiras 
tentativas de reformas psiquiátricas? 
• Hermann Simon, criador da Terapia Ocupacional, na década de 
1920, já demonstrava que os pacientes internados, colocados em 
uma situação ativa de assumir outros papéis além do de enfermo, 
apresentavam melhora. 
• Harry Sullivan, na década de 1930, trabalhava com integração de 
pacientes em sistemas grupais, segundo perspectiva do inter-
relacionamento entre grupos. Surgiam grandes possibilidades de 
comunicação que não emergiam em outras abordagens. 
• William Menninger que em sua clínica, tratava os doentes 
colocando-os em pequenos grupos, visando com isso a sua 
ressocialização. 
 
 
• Na Inglaterra, Bion e Rickmann, cuidavam de 500 enfermos; 
limitados pela desproporção entre médicos e pacientes., 
distribuíram pacientes em pequenos grupos de discussão e de 
atividades, com o objetivo de retira-los da inércia. Criaram também 
uma reunião diária, uma espécie de assembleia geral. Isso 
multiplicou a eficácia terapêutica, passando os grupos a adquirir 
uma potencialidade terapêutica. 
 
5 – O que caracterizou a experiência da 
Comunidade Terapêutica, de Maxwell Jones? 
• Maxwell Jones organizou grupos de discussão e grupos operativos em 
que envolveu ainda mais os internos em seus tratamentos, 
chamando-os a participar de todas as atividades disponíveis. 
• Passou a se entender Comunidade Terapêutica como um processo de 
reformas institucionais que continham em si mesmas uma luta contra 
a hierarquização ou verticalidade dos papéis sociais, um processo de 
horizontalidade e democratização das relações. 
 
6 – Quais eram as características da Psicoterapia 
Institucional, de François Tosquelles? 
• Começou com a reconstrução do potencial terapêutico de um 
hospital após invasão nazista. 
• Caracterizou-se pelo primado da escuta polifônica, que seria uma 
busca de uma ampliação de referenciais teóricos, noção de 
acolhimento, importância da equipe e da instituição na construção de 
suporte e referência para os internos no hospital. 
• Caminhou no sentido da transversalidade: encontro e confronto dos 
papeis profissionais e institucionais com o intuito de problematizar 
hierarquias e hegemonias. 
• Considerava o hospital como uma escola da liberdade. Não se poderia 
simplesmente fechar o manicômio, porque a vida social corrente não 
ensina liberdade, mas alienação administrativa. 
 
7 – Como funcionava a Psiquiatria de Setor? 
• Na psiquiatria de setor, passaram a ser criados os Centros de Saúde 
Mental (CSM), distribuídos por setores administrativos das regiões 
francesas, de acordo com a distribuição populacional. 
• Os pacientes de uma determinada região eram internados em uma 
enfermaria e após alta acompanhados pelo mesmo CSM. 
• A mesma equipe acompanharia na internação, na residência e no 
CSM, criando vínculos mais fortes. 
8 – Quais eram os pressupostos e conceitos 
da Psiquiatria Comunitária? 
• Parte do pressuposto que existiria uma linearidade no processo 
saúde-enfermidade, então doenças poderiam ser prevenidas desde 
que detectadas precocemente. 
• Utilizam o conceito de crise, que podem ser de dois tipos: crise 
evolutiva: relacionada a processos do desenvolvimento físico, 
emocional ou social; e crises acidentais: precipitadas por alguma 
perda ou risco (desemprego, separação conjugal etc). 
• Utilizam também o conceito de desvio: comportamento desadaptado 
à norma socialmente estabelecida, anormal ou pré-patológico. 
• Surgiu então o conceito de desinstitucionalização, entendida aqui 
como desospitalização, redução de ingresso de pacientes em 
hospitais psiquiátricos ou redução do tempo médio de permanência 
hospitalar ou ainda promoção de altas hospitalares. 
 
 
9 – Quais são as consequências da mudança 
de objeto da psiquiatria, da doença mental 
para a saúde mental? 
• A Psiquiatria Preventiva representou um novo projeto de 
medicalização da ordem social, expansão de preceitos médico-
psiquiátricos para o conjunto de normas e princípios sociais. Isso 
porque o objeto das preocupações não é mais a doença, mas sim a 
Saúde Mental, enquanto adaptação social. 
• Não se trata mais de curar doenças mentais, diminuir produção 
sintomática, mas sim readaptar o doente no grupo. Então a saúde 
mental é pensada em termos adaptativos; e se torna uma 
virtualidade, uma potencialidade, que pode estar presente em 
qualquer individualidade. 
 
• A qualquer momento o indivíduo pode não estar mais adaptada ao 
grupo social. E pode ser então prevenida se for detectada 
precocemente. 
• A psiquiatria preventiva ou comunitária age em três níveis de 
evolução: prevenção primária, que seria a intervenção nas condições 
de formação da doença mental, etiologia individual ou do meio; 
prevenção secundária, que seria a intervenção para diagnóstico e 
tratamento precoces; e prevenção terciária, que seria a readaptação 
do doente a vida social, após melhora. 
• A novidade é a prevenção primária, com a qual se pretende 
intervenções sobre as condições possíveis de conduzir a enfermidade 
mesma, não sobre esta constituída. A ênfase dos recursos se faria 
nesse nível, as outras sendo acessórias. 
• Objeto da psiquiatria transforma-se: de cura da doença, para a 
prevenção da doença e promoção de saúde. Conceito de saúde é tão 
amplo, que qualquer um pode realizar essa tarefa. 
10 – Por que é criticável a pretensão da psiquiatria 
de utilizar métodos sociológicos para “tratar” do 
grupo social e da família do paciente? 
• As enfermidades mentais não possuem modelos causais constituídos, 
para que seja possível prevenir socialmente o aparecimento das 
doenças mentais.Além disso, é uma forma abusiva de psiquiatrização 
da vida social, realização de práticas de ajustamento social. 
• Assimilaram o desvio social (produto da inadaptação política e 
econômica) ao comportamento eventualmente desviante dos 
doentes mentais. 
• Confundiu-se desvio social com doença mental e passou a se 
acreditar que métodos sociológicos de prevenção dos primeiros 
poderiam servir para prevenção dos segundos. 
 
11 – Quais são as hipóteses da anti-
psiquiatria? 
• A anti-psiquiatria considera os loucos como oprimidos e violentados, 
nas instituições, na família e na sociedade, e suas falas como 
denúncias das tramas, conflitos e contradições existentes na família e 
na sociedade. 
• A experiência patológica não ocorre no indivíduo na condição de 
corpo ou mente doente, mas nas relações estabelecidas entre ele e a 
sociedade. 
• Na psiquiatria tradicional houve um transposição errônea de 
conceitos das ciências naturais para as ciências humanas. O que é 
cientificamente correto pode ser eticamente errado. 
• A doença mental enquanto objeto natural não existiria, mas sim uma 
determinada experiência do sujeito em sua relação com o ambiente 
social. 
 
 
12 – Quais são as propostas da Psiquiatria 
Democrática de Basaglia? 
• Para Basaglia, a instituição “entraria” no paciente e passaria a 
comandar sua vida, mortificando-o. O hospício não é apenas a 
instituição física, mas o conjunto de saberes e práticas, científicas, 
sociais, legislativas e jurídicas, que fundamentam a existência de um 
lugar de isolamento e segregação e patologização da experiência 
humana. 
• Ele propõe então o fechamento de pavilhões, e a criação de serviços 
substitutivos ao modelo manicomial, para tomar o lugar das 
instituições psiquiátricas clássicas e não serem paralelas, simultâneas 
ou alternativas. 
• Os centros de saúde mental italianos não funcionavam em mão dupla 
com os manicômios, reinternando casos mais graves. Esses centros de 
saúde mental assumiam responsabilidade integral pelo paciente. 
 
13 – Qual são as críticas de Basaglia à 
psiquiatria tradicional, à Comunidade 
Terapêutica, à Psiquiatria de Setor e à 
Psicoterapia Institucional? 
• Em relação à psiquiatria tradicional, ele afirma que suas práticas 
aprisionam e reduzem fenômenos complexos, com conhecimentos, 
instituições e práticas supostamente com legitimidade científica. 
• Na psiquiatria tradicional, o detentor do poder é somente o médico, 
símbolo da autoridade única da instituição. 
• O doente é sistematicamente excluído do poder; a instituição tem 
estruturas constituídas a imagem daquilo que devem tornar-se, com 
as quais ele deve se identificar. 
• O doente mental é incompreensível, e a diagnose é um juízo de valor 
que vem condenar ele à agressividade do psiquiatra. 
 
• Em relação à Comunidade Terapêutica, Basaglia aponta as 
ambiguidades: existe liberdade de comunicação, destruição da 
tradicional relação de autoridade, mas sustenta-se necessidade 
eventual de retorno de autoridade latente e divisões fechadas para 
casos mais graves. 
• A Comunidade Terapêutica propõe reaprendizagem social, que 
remete a dominação da cultura do psicótico pela cultura 
“mentalmente saudável”. 
• Na Comunidade Terapêutica acredita-se que melhor eficiência 
administrativa resolve os conflitos sociais. Eficácia terapêutica da 
Comunidade Terapêutica residiria em uma melhor organização 
administrativa. Então as relações de poder permanecem as mesmas. 
• Já a psicoterapia da família realiza o alargamento dos desvios a um 
núcleo familiar inteiro. 
• Esse núcleo fica sob o controle dos técnicos, para recompor-lhe os 
papéis tradicionais e torna-los aptos a boa inserção na nossa 
sociedade. 
 
• Já a política de setor é uma nova instituição ligada a mesma 
sociedade que a quer e a organiza, assim como fez com manicômios. 
• É uma alternativa ao manicômio, mas pode continuar sendo uma 
instituição da violência, com isolamentos provisórios. 
• A política de setor pode ser a evidência de um jogo de controle de 
todos os desvios, com alargamento desse conceito. 
• Ocorre uma dilatação do campo dos desvios, o mundo fica dominado 
por técnicos que garantem atenuação das contradições sociais mais 
evidentes. 
• Na Psicoterapia Institucional o médico é limitado a interpretações 
destinadas a dar ao paciente uma visão de conjunto de seus 
problemas e dar informações concretas. Mas estipula-se uma 
psiquiatria que se funda na instituição, na cura do doente, abstraindo 
sua ação de qualquer contexto político-social. Para a PI o doente é um 
paciente a indagar, analisar e curar através de técnicas institucionais. 
 
14 – Como acontece efetivamente a abertura 
do hospital psiquiátrico de Gorizia e quais são 
seus limites, riscos e desafios? 
• A reorganização do hospital de Gorizia começa com a recusa do 
mandato social que segrega os internos e os custodia, retirando-lhes 
a possibilidade de fazer escolhas. Ocorre também negação dos 
esquemas costumeiros, arcaicos e inadequados, a partir de uma nova 
ideologia comunitária. 
• Surge uma nova rotina : sair do pavilhão quando quisesse, ficar na 
cama até tarde, contestar rotinas da instituição, fazer propostas e 
realiza-las. Surgem oportunidades de escolha, de alternativa, de 
contestação. 
• Desafio é ser disponível sem cair na dependência institucional – 
problema da autonomia. 
• Risco que existe é o de reorganização de cima para baixo, porque os 
próprios internos não foram propulsores da reforma. 
• Existe o perigo de que a imobilidade abúlica e passiva dos pacientes 
se substitua por um ativismo inconsciente, acrítico e rotineiro. Os 
internos devem ter a liberdade de não querer participar. 
• Apesar da abertura da porta externa, existem barreiras intensas que 
continuam separando o hospital do “mundo dos sãos”. 
 
1 – Quais são os cinco tipos de instituições 
fechadas? 
• Instituições para cuidar de pessoas que se considera incapazes ou 
inofensivas (asilos, orfanatos, abrigos) 
• Instituições para pessoas incapazes de cuidar de si mesmas que são 
também ameaça à comunidade de maneira não-intencional 
(sanatórios, manicômios e leprosários) 
• Instituições para proteger a comunidade contra perigos intencionais 
(prisões e campos de concentração). 
• Instituições com a intenção de realizar de modo mais adequado 
alguma tarefa de trabalho e que se justifica apenas através de tais 
fundamentos instrumentais (quartéis, navios, escolas internas). 
• Instituições para refúgio do mundo e para instrução para religiosos 
(abadias, mosteiros e conventos) 
 
2 – Quais são as características das 
instituições totais? Somente as instituições 
totais possuem essas características? E as 
instituições que são totais possuem todas 
essas características? 
• Essas características não são peculiares às instituições totais e 
nenhum é compartilhado por todas elas. O que distinguem as 
instituições totais é que elas apresentam em grau intenso muitos 
desses atributos. 
• Todos os aspectos da vida são realizados no mesmo lugar e sob uma 
única autoridade. Cada fase da atividade diária é realizada na 
companhia imediata de um grupo relativamente grande de outras 
pessoas 
• As atividades tem horários rigorosamente estabelecidos. Cada 
atividade leva um tempo determinado e é seguido por outra, em uma 
sequência imposta de cima, por um sistema de regras formais 
explícitas e por um grupo de funcionários. 
• As atividades obrigatórias são reunidas num plano racional único, 
supostamente planejado para atender aos objetivos da instituição. 
 
3 – Quais são os estereótipos com os quais os 
dois grupos da instituição total (equipe 
dirigente e internos) veem uns aos outros? E 
que outras relações se estabelecem entre os 
dois grupos?• A equipe dirigente vê os internos como amargos, reservados e não 
merecedores de confiança e a si mesmos como superiores e corretos; 
• Já os internos veem os dirigentes como condescendentes, arbitrários 
e mesquinhos e se sentem inferiores, fracos, censuráveis e culpados. 
• A mobilidade social entre os dois estratos é muito limitada. Há 
comunicação entre os internados e a equipe de guarda, e esta 
controla a comunicação para níveis mais elevados da equipe 
dirigente. 
• Geralmente os internados não tem informações quanto aos planos 
dos dirigentes; ou seja, não conhecem decisões sobre seu destino. 
Essas restrições de contato ajudam a conservar os estereótipos 
antagônicos. 
• Desenvolvem-se dois mundos sociais e culturais diferentes, com 
pontos de contato oficial e pouca interpenetração. 
• A instituição é referida como pertencente a equipe dirigente. 
 
 4 – O que é o “desculturamento” promovido 
pela instituição total? 
• A instituição promove “desculturamento”, um destreinamento da 
“cultura aparente” derivada de um “mundo da família” do interno. 
• Ele possuía uma organização pessoal que era parte de um esquema 
mais amplo, encaixado em seu ambiente civil, um conjunto de 
experiência que confirmava uma concepção tolerável do eu, que 
vai sendo “enfraquecida” pela instituição. 
 
 5 – Como a mortificação do eu atinge a 
identidade, a aparência e os comportamentos 
do internado? 
• Ocorre mutilação do eu com perda de roupas, posses ou nome e 
perda do controle da forma na qual se apresenta aos outros (“estojo 
de identidade” para o controle de sua aparência pessoal). 
• Desfiguração pessoal com mutilações diretas ou indiretas (raras), ou 
perda do sentido de segurança pessoal é comum (pancadas, terapia 
de choque, psicocirurgia [lobotomia]), sem garantia de integridade 
física). 
• Ocorrem indignidades físicas: comer de colher, posição de sentido, 
gestos de penitência. 
• Surgem também respostas verbais humilhantes: padrão de deferência 
obrigatórias, necessidade de pedir coisas pequenas (água, cigarros, 
usar o telefone). Equipe pode dar tratamento indigno, com apelidos, 
ou ofensas. 
 
 6 – Explique o que significa “exposição 
contaminadora” e dê exemplos. 
• A exposição contaminadora ocorre quando os territórios do eu são 
violados. Por exemplo, quando acontece violação da reserva de 
informação quanto ao eu no dossiê, no prontuário, ou na confissão 
individual ou em grupo. 
• Os presos e os doentes mentais não podem impedir que os visitantes 
os vejam em circunstâncias humilhantes. 
• Outra forma de contaminação são alimentos sujos, locais em 
desordem, vestimentas com suor de quem já usou antes etc. 
• Outro exemplo é o de ter a correspondência lida e censurada. 
7 – Explique o que é arregimentação e 
autoridade escalonada. 
• A arregimentação é o fato de executar atividade regulada em 
uníssono com grupos de outros internados. 
 
• Já a autoridade escalonada é o fato de qualquer um da classe 
dirigente tem autoridade para repreender e sancionar. Na vida em 
sociedade civil, geralmente só temos uma autoridade (chefe, 
cônjuge). 
 
8 – Quais são os três problemas da 
mortificação do eu? 
• Perturbam ações que atestam autonomia e liberdade (rebaixamento 
no sistema de graduação de idade). 
• Ocorre a perda da escolha pessoal. Internado deve apresentar uma 
renúncia a sua vontade. 
• Acontece desprezo pela fala do interno, não é sequer 
cumprimentado. Ocorre tradução de sua fala por conceitos técnicos. 
 
9 – Quais são as táticas de adaptação ou 
ajustamentos secundários? 
1 – afastamento da situação: deixar de dar atenção a tudo, com 
exceção das coisas que cercam seu corpo. 
2 – intransigência: internado nega-se a cooperar; exige orientação 
constante para a organização formal, e a instituição demonstra devoção 
igual. 
3 – colonização: um pouco do mundo externo que é dado pelo 
estabelecimento é considerado como o todo e consegue-se uma 
existência estável. 
4 – conversão: representar o papel de internado perfeito: como o 
paciente que adota para si a interpretação psiquiátrica de si mesmo. 
 
10 – Qual é a teoria da natureza humana presente 
na instituição total e qual sua função? 
• Instituição tem uma teoria da natureza humana, na qual não aceita 
determinismo do crime ou da doença mental, porque busca que os 
internos sejam levados a auto-orientação controlável. 
• Conduta desejável e indesejável precisam ser definidas como vontade 
pessoal e do caráter, definidas como algo que pode controlar. 
• Essa teoria sobre a natureza humana exerce algumas funções: 
racionaliza a atividade, dá meios sutis para manter a distância social 
com relação aos internados, dá uma interpretação estereotipada dos 
internos, justificar o tratamento que lhes é imposto 
 
 
 11 – Como a instituição é apresentada para o 
público externo e como funciona sua 
dinâmica da aparência? 
• Na sala de visitas, a decoração e comportamento mais próximos dos 
padrões externos. 
• Exibição institucional pode ser dirigida para dar uma imagem 
adequada – internados mais cooperadores, partes melhores do 
estabelecimento. 
• A parte exibida é nova e atualizada. 
• Fotografias mostram ciclo de atividades que tem pouca relação com a 
vida institucional 
• Alimento servido no dia da inspeção ou de portões abertos pode ser 
um dia de alívio para a rotina. 
 
• Dinâmica da aparência: castigos não previstos realizados em cela 
fechada ou local distante do resto dos internos e da equipe. 
 
• Três partes de um conjunto: o que é escondida dos internados, o que 
lhes é revelada e o que é apresentada aos visitantes – intimamente 
ligadas, mas diferente de um todo. 
 
12 – Como funciona os aspectos 
autodefinidores do cargo? 
• Ao tornar-se participante da instituição total, a pessoa passa a ser 
considerada como possuidora de alguns traços e algumas qualidades 
essenciais de caráter, dependendo se está internada ou se trabalha na 
equipe. 
• Quanto maior a diferença entre as duas partes da instituição, mais 
incompatível vai ser com o papel civil exercido antes pela pessoa 
• Também torna o papel civil anterior mais vulnerável a essa 
representação social do internado ou da equipe. 
 13 – O que é uma carreira moral? 
• É a sequência padronizada de mudanças em sua maneira de conceber 
os eus, inclusive o seu próprio. 
• Experiências morais: acontecimentos que marcam momento decisivo 
na maneira pela qual a pessoa vê o mundo, qualquer que seja a 
ligação íntima com a apresentação. 
• Cada carreira moral e cada eu se desenvolve nos limites de um 
sistema institucional. 
 
 14 – Como é definido o “eu” nesse estudo e 
quais são as disposições institucionais que o 
constituem? 
• O eu pode ser visto como algo que se insere nas disposições que 
um sistema social estabelece para seus participantes. 
• O eu não é uma propriedade da pessoa a que é atribuído, mas 
reside no padrão do controle social exercido pela pessoa e por 
aqueles que a cercam. Esse tipo de disposição social não só apoia 
mas constitui o eu. 
• Duas dessas disposições institucionais são: lealdade com relação a 
pessoa mais próxima e proteção exigida pela pessoa para a versão 
de si mesma que apresenta aos outros. 
 
 15 – Quais são as contingências da carreira 
moral da doença mental e no que elas 
influenciam? 
• As contingências da carreira são: status sócio-econômico, visibilidade 
da transgressão, proximidade a um hospital psiquiátrico, recursos 
disponíveis para tratamento, avaliação, pela comunidade, do tipo de 
tratamento dado pelos hospitais existentes, acasos que levam a 
internação. 
• São as circunstâncias que determinam se a pessoa vai ser internada 
ou fugir de seu destino. 
 
16– Explique o que significa e quais são as 
características da pessoa mais próxima, dos 
mediadores e do denunciante. 
• A pessoa mais próxima é a última a duvidar de sua sanidade e a 
primeira a salva-la do destino que a ameaça. 
• Denunciante: inicia o caminho do paciente para o hospital. Podem ser 
civis, empregado, vizinho ou parente. 
• Mediadores são agentes e agências enviam aos que internam o 
paciente, como por exemplo: polícia, clero, clínicos gerais, psiquiatras 
em consultório, pessoal de clínicas públicas, assistentes sociais, 
professores, advogados etc. 
 
 17 – O que é coalização alienadora? 
• Coalizão alienadora ocorre quando o pré-paciente vai a entrevista 
com psiquiatra junto com uma pessoa próxima e acredita que o 
psiquiatra (terceira pessoa) não pode ficar entre ela a pessoa 
próxima, mas os outros tiveram um entendimento prévio. 
 
18 – Como funciona o sistema de enfermarias 
no hospital psiquiátrico? 
• No sistema de enfermarias ocorre grande mobilidade social interna. 
Cada mudança de nível de enfermaria leva a uma alteração 
fundamental no nível de vida e nos materiais disponíveis com os 
quais pode construir uma rotina. É uma alteração de amplitude a 
ascensão ou queda de classes sociais. 
• Degradações e promoções podem ocorrer por vários motivos, mas 
são interpretados como regressões ou progressos no tratamento.

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