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1 Interpretação e Questões INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online INTERPRETAÇÃO E QUESTÕES Em concursos públicos, é essencial entender a postura da banca em relação à interpretação de textos. A aula de texto no concurso público Pontos que costumam figurar em editais: • 1. Compreensão e interpretação de textos; • 2. Tipologia textual; • 3. Gêneros textuais; • 4. Figuras de linguagem; • 5. Significação das palavras (semântica); • 6. Confronto de frases – reescritura de textos; • 7. Coesão e coerência textuais. Conhecer o examinador Atenção! É de suma importância conhecer a banca examinadora do seu concurso. ESAF — costuma trazer questões extensas e com foco na gramática: • 1. Coesão e coerência – continuação de trechos/encaixe de texto; organi- zação das partes de um texto; • 2. Significação vocabular; • 3. Preenchimento de lacunas com conectivos – é preciso ter noção de regência verbal e nominal; • 4. Inferência textual; CESPE: • 1. Tipologia textual; • 2. Finalidade de textos; 2 Interpretação e Questões INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online • 3. Processos de compreensão e interpretação de texto; • 4. Troca vocabular (significado das palavras); • 5. Aspectos de coesão e coerência (referenciação textual/pronomes demonstrativos); • 6. Reescritura de texto; • 7. Denotação e conotação; • 8. Coesão referencial. FGV: • 1. Compreensão e interpretação de texto – comandos complexos; • 2. Dêitico (algumas vezes); • 3. Coesão anafórica, catafórica e exofórica; • 4. Interpretação de charges; • 5. Significação vocabular; • 6. Pressupostos e subentendidos do texto. �Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Grazy. 1 Conceitos Iniciais Sobre Interpretação e Compreensão de Textos INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online CONCEITOS INICIAIS SOBRE INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO DE TEXTOS Conceitos iniciais • 1. Texto: define-se como um conjunto de palavras. • 2. Contexto: ambiente em que se insere um texto, conferindo-lhe sentido. Diferentes contextos costumam conferir diferentes sentidos aos textos. • 3. Intertextualidade: quando há referências — explícitas ou não — a outros textos dentro de um texto. Hoje esse processo é também chamado de poli- fonia textual. Comandos de prova • Tem de estabelecer primeiro o que é para ser analisado – Recorrência: olhar no texto; – Implícitos: o texto deixa vestígios. • Compreensão não é sinônimo de interpretação. – Compreensão: questão de recorrência. Os enunciados das questões de compreensão serão nos seguintes sentidos: “o autor do texto afirma que [...]”, “no texto, há [...]”, “segundo as ideias do texto [...]”, “conforme o texto [...]” etc. Eles remeterão a uma determinada parte do texto, em que há a informação; ela deverá ser confrontada com a informação que figura na alternativa ou assertiva para julgamento. – Interpretação: questão de implícitos. Enunciados comuns: “infere-se do texto [...]”, “depreende-se do texto [...]”, “subentende-se do texto [...]”, “conclui-se do texto [...]”, “deduz-se do texto [...]” etc. 2 Conceitos Iniciais Sobre Interpretação e Compreensão de Textos INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Explícitos e implícitos textuais Vestígios textuais: • Pressupostos linguísticos: há palavras que permitem leituras adicionais (melhor explicados na próxima aula). • Subentendido: a situação permite inferências. – Na charge, por exemplo, pode-se inferir que há problemas com a infraestrutura para o ensino público, embora não esteja escrito. – Subentende-se, também, que a professora estaria mostrando que a palavra “frequente” não se escreve mais com trema, e que o aluno teria interpretado a pergunta feita por ela de maneira diferente. Para a interpretação de textos há dois tipos de raciocínios: • Dedutivo: parte de uma verdade geral para uma particular. • Indutivo: parte de uma verdade particular para uma geral. 3 Conceitos Iniciais Sobre Interpretação e Compreensão de Textos INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O raciocínio indutivo é o mais cobrado em prova e é também o que mais gera falácias (conclusões falsas que partem de premissas verdadeiras). A charge acima permite várias interpretações: pode-se avaliar o cenário, a crítica, a linguagem técnica utilizada por uma criança, etc. �Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Grazy. 1 Interpretação e Compreensão INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO Posto e pressuposto • O dia continua nublado. – O uso da palavra grifada denota que o dia já estava nublado quando da enunciação. • Já não há mais educação como antes. – As palavras grifadas permitem interpretar que no passado havia uma educação diferenciada da que há hoje. • João parou de fumar. – É possível interpretar a partir da palavra grifada que João fumava. • Infelizmente as pessoas ainda são ingratas. – A palavra “infelizmente” (e palavras análogas) marca a opinião do autor dentro do texto. O uso dela permite inferir a opinião do autor sobre o que se enuncia. – “Ainda” deixa claro que, para o autor, as pessoas já eram ingratas antes da enunciação. • Até a professora saiu da escola. – Pode-se inferir pelo uso de “até” (e de outras palavras de inclusão) que outra(s) pessoa(s), além da professora, saiu (saíram) da escola. • Minha irmã que mora em Brasília viajou. – Da maneira em que está, a expressão destacada é uma oração subor- dinada adjetiva restritiva. Ela permite ao leitor saber que o autor do texto tem outra irmã e que essa outra irmã não mora em Brasília. – Caso houvesse uma vírgula após “irmã”, seria possível inferir que o autor só tem uma irmã e que essa irmã mora em Brasília. • Naquela semana, já se sabia da verdade. – Os termos grifados permitem interpretar que, antes do momento indi- cado, não se sabia da verdade. • A professora está bonita hoje. – O uso da palavra grifada permite interpretar que há dia(s) em que a pro- fessora não está bonita. 2 Interpretação e Compreensão INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Direto do concurso 3 Interpretação e Compreensão INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário O primeiro parágrafo afirma que há duas grandes concepções de segurança pública. O segundo e o terceiro parágrafos discorrem sobre cada uma das percepções referidas no primeiro, diferenciando-as. As duas concepções, com suas características, são: • Missão das polícias em termos bélicos: – Estratégia de guerra; – Medidas excepcionais se justificam; – Incompatível com a ordem constitucional brasileira; – Remanescente do regime militar; – Lida-se com inimigos. 4 Interpretação e Compreensão INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online • Missão das polícias como serviço a ser prestado: – Não há inimigo a combater, mas cidadão para servir; – Centrada no cidadão; – Foco na prevenção; – Ênfasena investigação criminal; Item 1 • A expressão “infere-se” deixa claro que se trata de um item de interpretação. • É importante verificar se o que é dito no item confere com o que é exposto no texto, e não com as opiniões do leitor. Item 2 • Trata-se, também de interpretação. • De acordo com o texto, a incompatibilidade se dá entre o modelo bélico (a forma de enxergar a missão das polícias, a concepção de segurança pública) do segundo parágrafo e a ordem constitucional brasileira. Item 3 • “Suplantar” pode ser aqui entendido como “ultrapassar”. • O autor não afirma qual é, entre as duas que elenca, a visão predominante. Item 4 • “De acordo com o texto” é expressão que costuma iniciar comandos de compreensão. • A ideia buscada está clara no texto. 5 Interpretação e Compreensão INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online GABARITO 1. C 2. E 3. E 4. C ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Grazy. 1 Interpretação e Compreensão II INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online INTERPRETAÇÃO E COMPREENSÃO II QUESTÕES DE CONCURSO 1. Comentário Item 1 • Comando de interpretação. • O verbo “tem”, na segunda linha do item, refere-se a “direitos”. Portanto, a pessoa referida tem direito de gozar dos benefícios morais e econômicos. Item 2 • Comando de compreensão (questão de recorrência). • A Constituição afirma que os direitos autorais estendem-se “pelo tempo que a lei fixar”. Item 4 Os direitos autorais são formas de proteger a propriedade intelectual. 2 Interpretação e Compreensão II INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 2. Comentário Trata-se de uma criação poética sem rimas, desestruturada, características que dialogam com o título do poema. Item 7 O emprego do vocativo em questão acentua o tom irônico do poema. Item 8 O sentido “denotativo” é o sentido literal. 3 Interpretação e Compreensão II INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Item 9 O uso dos vocábulos referidos tem a intenção de marcar em quais áreas a denúncia feita se faz, de fato, presente. Item 11 A significação imediata que a maioria das pessoas faz da expressão “não há vagas” é subvertida pelo poeta, por meio do próprio corpo do poema, que não se refere direta ou principalmente ao mercado de trabalho. 3. 4 Interpretação e Compreensão II INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário Item 12 A palavra “sátira”, na questão, pode ser entendida como “crítica”. Item 13 Note-se que a diferença entre os títulos das imagens está apenas na preposição. Item 14 Não há qualquer relação entre o ditado popular em questão e as charges. Item 15 A charge é um gênero que admite o uso de linguagem coloquial. Item 16 A utilização da linguagem verbal nas charges é parte importante da veiculação da crítica pretendida. 5 Interpretação e Compreensão II INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 4. Comentário Item 11 As palavras em questão são empregadas no sentido de “conquista(s)”. Item 12 • Exige conhecimentos linguísticos. • O uso de “mas” imprime ideia de contraste com os quadrinhos anteriores. 6 Interpretação e Compreensão II INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Item 14 No quinto quadrinho, há a utilização da primeira pessoa do singular. GABARITO 1. 1. C 2. E 3. C 4. C 5. C 2. 7. E 8. E 9. E 10. C 11. E 3. 12. C 13. C 14. E 15. E 16. E 4. 11. E 12. C 13. C 14. E ���Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Grazy. 1 Tipologia Textual INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online TIPOLOGIA TEXTUAL A tipologia textual não se confunde com o conceito de gênero textual. • Tipologia — há 4 tipos textuais: – Narração; – Descrição; – Dissertação; – Texto injuntivo: tem a função de orientar o leitor (como a bula de remédio e o manual de instruções). • Gênero — relaciona-se à finalidade do texto, à prática social em que se insere e, portanto, são tanto gêneros quanto são as atividades humanas. Atenção! Os textos, em matéria de tipologia, tendem a ser híbridos: há mais de um tipo textual na construção. Dificilmente haverá um texto narrativo sem descrição, por exemplo. É aconselhável que o leitor, para analisar o tipo de um texto, comece pelas referências bibliográficas. Caso a referência do texto seja, por exemplo, a página eletrônica de um tribunal, provavelmente ele será composto por linguagem formal e denotativa. Caso a referência seja o nome de um poeta, o mais provável é que se leia uma linguagem subjetiva e conotativa. Uma “leitura diagnóstica” como primeiro contato com o texto, identificando a tipologia dele, pode ser de grande valia na resolução das questões que a ele se relacionam. Os tipos textuais têm suas marcas características. O texto narrativo tem por característica principal a presença de um fato. • Fato (concreto — fictício ou não): – Tempo; – Lugar; – Verbos predominantemente no pretérito perfeito; – Movimento; – Personagem. 2 Tipologia Textual INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A dissertação está mais voltada para o tratamento de um determinado assunto. • Assunto: – Ideias; – Mais abstrato; – Verbos no presente do indicativo; – Argumentativo ou expositivo. Já na descrição predominam outras características. É possível enxergá-la como uma minúcia da narração. • Elementos descritos: – Lugares; – Pessoas; – Ações; • Atemporal; • Estática; • Verbos predominantemente no pretérito imperfeito. O texto injuntivo tem por função orientar o leitor. As principais característi- cas são: • Verbos predominantemente no imperativo; • Pode aparecer sendo predominante (como na bula de um remédio) ou por meio de marcas injuntivas. Atenção! Não se confundem os conceitos de tipologia e de finalidade. Em um texto jornalístico, por exemplo, o tipo costuma ser predominantemente narrativo, apesar de ter função de informar o leitor. ����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Grazy. 1 Tipologia Textual — Exercícios INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online TIPOLOGIA TEXTUAL — EXERCÍCIOS QUESTÕES DE CONCURSO Constituem o que se denomina técnica legislativa as normas e os princípios, escritos e não escritos, os quais, do ponto de vista constitucional e jurídico, regem o modo de escrever os textos legais. Diferentes autores apresentam de maneiras diversas as características que deve ter a lei bem feita. Em geral, todos concor- dam que é mister conciliar cinco qualidades essenciais da linguagem legislativa, a saber: simplicidade, precisão, clareza, concisão e correção. Tais qualidades, contudo, só se podem alcançar quando o legislador conhece bem a matéria tratada na lei queesteja em processo de elaboração. A falta de familiaridade com as relações jurídicas, sociais ou econômicas decorrentes de um projeto de lei responde por muito da imprecisão quando não pelo conflito direto de uns dispositivos com outros, por exemplo. Do ponto de vista conceitual, contudo, embora diretamente ligada ao estilo e aos seus aspectos formais e gramaticais, a técnica de redigir textos legais não é limitada por eles. No meu modo de pensar: a lei precisa ser universal e abstrata, substantiva e imperativa, normativa e principiológica; o texto da lei deve ser obje- tivo, direto, conciso, bem ordenado, simples e claro. Said Farhat. Dicionário parlamentar e político: o processo político e legislativo no Brasil. São Paulo: Editora Fundação Peirópolis/Melhoramentos, 1996, p. 943 (com adaptações). 1. O texto pode ser classificado como didático por ser marcado pela repetição de vocabulário e ausência de elementos subjetivos. Comentário Como sugere a referência bibliográfica do texto em questão, há a presença de elementos subjetivos (que se relacionam com o sujeito, no caso, o autor). 2 Tipologia Textual — Exercícios INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Artigo I Fica decretado que agora vale a verdade. Agora vale a vida, e de mãos dadas, trabalharemos todos pela vida verdadeira. (...) Artigo III Parágrafo único O homem confiará no homem como um menino confia em outro menino. (...) Artigo Final Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem. Thiago de Mello. Estatuto do homem (fragmento). 2. É correto afirmar que o poema mimetiza características de outro gênero textual. Comentário O termo “mimetiza” pode ser entendido, aqui, como “imita”. 3 Tipologia Textual — Exercícios INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Diversas são as naturezas dos instrumentos de que dispõe o povo para par- ticipar efetivamente da sociedade em que vive. Políticos, sociais ou jurisdicio- nais, todos eles destinam-se à mesma finalidade: submeter o administrador ao controle e à aprovação do administrado. O sufrágio universal, por exemplo, é um mecanismo de controle de índole eminentemente política — no Brasil, está previsto no Art. 14 da Constituição Federal de 1988, que assegura ainda o voto direto e secreto e de igual valor para todos —, que garante o direito do cidadão de escolher seus representantes e de ser escolhido pelos seus pares. Costuma- -se dizer que a forma de sufrágio denuncia, em princípio, o regime político de uma sociedade. Assim, quanto mais democrática a sociedade, maior a amplitude do sufrágio. Essa não é, entretanto, uma verdade absoluta. Um sistema eleito- ral pode prever condições legítimas a serem preenchidas pelo cidadão para se tornar eleitor, desde que não sejam discriminatórias ou levem em consideração valores pessoais. Segundo José Afonso da Silva, considera-se, pois, universal o sufrágio quando se outorga o direito de votar a todos os nacionais de um país, sem restrições derivadas de condições de nascimento, de fortuna ou de capaci- dade especial. No Brasil, só é considerado eleitor quem preencher os requisitos da nacionalidade, idade e capacidade, além do requisito formal do alistamento eleitoral. Todos requisitos legítimos e que não tornam inapropriado o uso do adjetivo universal. Internet: <http://jus.com.br> (com adaptações). 3. O texto é, essencialmente, a. descritivo. b. informativo. c. prescritivo e normativo. d. dissertativo-argumentativo. e. narrativo. Comentário • Uma questão de múltipla escolha pode ser ocasião de assinalar a alterna- tiva mais adequada, e não a única correta. 4 Tipologia Textual — Exercícios INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online • Observando a referência do texto, é de se esperar que o texto tenha uma linguagem mais objetiva e formal. • As palavras mais recorrentes, “voto” e “sufrágio”, constituem o assunto do texto. • Há posicionamentos claros do autor dentro do texto. • A melhor resposta seria “expositivo-argumentativo”, mas ela não figura entre as alternativas. Pedi ao antropólogo Eduardo Viveiros de Castro que falasse sobre a ideia que o projetou. A síntese da metafísica dos povos “exóticos” surgiu em 1996 e ganhou o nome de “perspectivismo ameríndio”. Fazia já alguns anos, então, que o antropólogo se ocupava de um traço espe- cífico do pensamento indígena nas Américas. Em contraste com a ênfase dada pelas sociedades industriais à produção de objetos, vigora entre esses povos a lógica da predação. O pensamento ameríndio dá muita importância às relações entre caça e caça- dor — que têm, para eles, um valor comparável ao que conferimos ao trabalho e à fabricação de bens de consumo. Diferentes espécies animais são pensadas com base na posição que ocupam nessa relação. Gente, por exemplo, é, ao mesmo tempo, presa de onça e predadora de porcos. Pesquisas realizadas por duas alunas de Viveiros de Castro, na mesma época, com diferentes grupos indígenas da Amazônia, chamavam a atenção para outra característica curiosa de seu pensamento: de acordo com os interlocutores de ambas, os animais podiam assumir a perspectiva humana. Um levantamento realizado então indicava a existência de ideias semelhantes em outros grupos espalhados pelas Américas, do Alasca à Patagônia. Segundo diferentes etnias, os porcos, por exemplo, se viam uns aos outros como gente. E enxergavam os humanos, seus predadores, como onça. As onças, por sua vez, viam a si mesmas e às outras onças como gente. Para elas, con- tudo, os índios eram tapires ou pecaris — eram presa. Ser gente parecia uma questão de ponto de vista. Gente é quem ocupa a posição de sujeito. No mundo amazônico, escreveu o antropólogo, “há mais pessoas no céu e na terra do que sonham nossas antropologias”. 5 Tipologia Textual — Exercícios INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Ao se verem como gente, os animais adotam também todas as característi- cas culturais humanas. Da perspectiva de um urubu, os vermes da carne podre que ele come são peixes grelhados, comida de gente. O sangue que a onça bebe é, para ela, cauim, porque é cauim o que se bebe com tanto gosto. Urubus entre urubus também têm relações sociais humanas, com ritos, festas e regras de casamento. Tudo se passa, conforme Viveiros de Castro, como se os índios pensassem o mundo de maneira inversa à nossa, se consideradas as noções de “natureza” e de “cultura”. Para nós, o que é dado, o universal, é a natureza, igual para todos os povos do planeta. O que é construído é a cultura, que varia de uma sociedade para outra. Para os povos ameríndios, ao contrário, o dado universal é a cultura, uma única cultura, que é sempre a mesma para todo sujeito. Ser gente, para seres humanos, animais e espíritos, é viver segundo as regras de casamento do grupo, comer peixe, beber cauim, temer onça, caçar porco. Mas se a cultura é igual para todos, algo precisa mudar. E o que muda, o que é construído, dependendo do observador, é a natureza. Para o urubu, os vermes no corpo em decomposição são peixe assado. Para nós, são vermes. Não há uma terceira posição, superior e fundadora das outras duas. Ao passarmos de um observador a outro, para que a cultura permaneça a mesma, toda a natureza em volta precisa mudar. Rafael Cariello. O antropólogo contra o Estado. In: Revistapiauí, n.º 88, janeiro de 2014 (com adaptações). 4. Narrado em primeira pessoa e tratando de tema científico, o texto classifica-se como artigo científico, ainda que tenha sido publicado em periódico não espe- cializado. Comentário • Marcas de tempo, espaço e personagem são características do tipo narrativo. • A linguagem própria do autor não é característica de artigo científico. 6 Tipologia Textual — Exercícios INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Em episódio que não sei mais se se estuda na História do Brasil, pois nem mesmo sei se ainda se estuda História do Brasil, nos contavam, às vezes com admiração, que D. Pedro, o da Independência, irritado com a primeira Assem- bleia Constituinte brasileira, por ele considerada folgada e ousada, encerrou a brincadeira e outorgou a Constituição do novo Estado. Decerto a razão não é esta, é antes um sintoma, mas vejo aí um momento exemplar da tradição de encarar o Estado (que, na conversa, chamamos de “governo”) como nosso mestre e os nossos direitos como por ele dadivados. Os governantes não são mandatários ou representantes nossos, mas patrões ou chefes. Claro, há muito que discutir sobre o conceito de praticamente cada pala- vra que vou usar — isto sempre, de alguma forma, é possível —, mas vamos fingir que existe consenso sobre elas, não há de fazer muito mal agora. Nunca, de fato, tivemos democracia. E a República não trouxe nenhuma mudança efetivamente básica para o povo brasileiro, nenhuma revolução ou movimento o fez. Tudo continua como era dantes, só que os defeitos, digamos, de fábrica, vão piorando com o tempo e ficam cada vez mais difíceis de consertar. Alguns, na minha lúgubre opinião, jamais terão reparo, até porque a Humani- dade, pelo menos como a conhecemos, deve acabar antes. João Ubaldo Ribeiro. A gente se acostuma a tudo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2006, p. 113-4 (com adaptações). 5. É correto afirmar que o trecho foi extraído de um ensaio acadêmico, pois ver- sa sobre tema histórico com base em conceitos de teoria política. Comentário • Algumas características da crônica (gênero): – Tratar de fatos da sociedade; – Lidar com passado histórico; – Linguagem coloquial. • “Lúgubre”, no texto, significa “nefasto”, “ruim”. 7 Tipologia Textual — Exercícios INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Tarde de verão, é levado ao jardim na cadeira de braços — sobre a palhinha dura a capa de plástico e, apesar do calor, manta xadrez no joelho. Cabeça caída no peito, um fio de baba no queixo. Sozinho, regala-se com o trino da corruíra, um cacho dourado de giesta e, ao arrepio da brisa, as folhinhas do chorão fais- cando — verde, verde! Primeira vez depois do insulto cerebral aquela ânsia de viver. De novo um homem, não barata leprosa com caspa na sobrancelha — e, a sombra das folhas na cabecinha trêmula, adormece. Gritos: Recolha a roupa. Maria, feche a janela. Prendeu o Nero? Rebenta com fúria o temporal. Aos tran- cos João ergue o rosto, a chuva escorre na boca torta. Revira em agonia o olho vermelho — é uma coisa, que a família esquece na confusão de recolher a roupa e fechar as janelas? Dalton Trevisan. Ah, é? Rio de Janeiro: Record, 1994. p. 67 (com adaptações). 6. No texto, predominantemente narrativo, ocorrem tanto o discurso direto como o discurso indireto livre. Comentário O discurso indireto livre se caracteriza quando o autor entra na mente do personagem e expressa os sentimentos ou pensamentos dele indiretamente, enquanto o discurso direto é a reprodução fiel da fala do personagem. 7. Por tratar-se de narrativa em terceira pessoa, o texto apresenta, além do relato das ações, alguns comentários do narrador, sem perscrutar o pensamento do personagem principal. Comentário “Perscrutar” significa “pesquisar, investigar”. 8 Tipologia Textual — Exercícios INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online GABARITO 1. E 2. C 3. d 4. E 5. E 6. C 7. E �����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Grazy. 1 Coesão e Coerência Textual INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL De início, não existiam direitos, mas poderes. Desde que o homem pôde vingar a ofensa a ele dirigida e verificou que tal vingança o satisfazia e atemo- rizava a reincidência, só deixou de exercer sua força perante uma força maior. No entanto, como acontece muitas vezes no domínio biológico, a reação come- çou a ultrapassar de muito a ação que a provocara. Os fracos uniram-se; e foi então que começou propriamente a incursão do consciente e do raciocínio no mecanismo social, ou melhor, foi aí que começou a sociedade propriamente dita. Fracos unidos não deixam de constituir uma força. E os fracos, os primeiros ladinos e sofistas, os primeiros inteligentes da história da humanidade, procu- raram submeter aquelas relações até então naturais, biológicas e necessárias, ao domínio do pensamento. Surgiu, como defesa, a ideia de que, apesar de não terem força, tinham direitos Novas noções de Justiça, Caridade, Igualdade e Dever foram se insinuando naquele grupo primitivo, instiladas pelos que delas necessitavam, tão certo como o é o fato de os primeiros remédios terem sido inventados pelos doentes. No espírito do homem, foi se formando a correspondente daquela revolta: um superego mais ou menos forte, que daí em diante regeria e fiscalizaria as relações do novo homem com os seus semelhantes, impedindo-lhe a perpetra- ção de atos considerados por todos como proibidos. (...) Na resolução de seus litígios, não mais aparecia o mais forte e musculoso diante do menos poderoso pelo próprio nascimento e natureza. Igualados pelas mesmas condições, afrou- xados na sua agressividade de animal pelo nascimento do superego, fizeram uma espécie de tratado de paz, as leis, pelas quais os interesses e os “proibidos” não seriam violados reciprocamente, sob a garantia de uma punição por parte da coletividade. Clarice Lispector. Observações sobre o fundamento do direito de punir. In: Aparecida Maria Nunes (Org.). Clarice na cabeceira. Rio de Janeiro: Rocco, 2012, p. 67–8 (com adaptações). 8. O texto tem caráter predominantemente dissertativo e argumentativo, embo- ra nele possam ser identificados trechos que remetam ao tipo narrativo. 2 Coesão e Coerência Textual INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário Tipologia textual: • Narração • Descrição • Dissertação Gêneros textuais • Crônica • Ensaio • Novela • Conto (…) Finalidade (caráter) do texto: • Informativo • Argumentativo • Expositivo É recorrente a cobrança em provas de concurso da diferença entre narração e dissertação. A marca da narração é o fato concreto, já a dissertação tem como base um assunto. Coesão e Coerência Textuais 1. DEFINIÇÃO DE COESÃO Atenção! Coesão significa ligar as partes do texto, coerência é a lógica textual. Às vezes, o texto é coeso mas não é coerente; por isso, para ter um texto claro, é preciso somar as ideias de coesão e coerência. 3 Coesão e Coerência Textual INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Tipos de coesão (ligação) a) Sequencial Atenção! As conjunções têm o papel de dar sequência às frases: É importante que você vença a batalha. O. PO. S “que” tem a função de ligar a oração principal à oração subordinada, a palavra não antecipa ninguém e não antecipa alguma ideia, é chamada de conjunção. b) Referencial Atenção! Faz referência a algo que já foi dito, é chamada de coesão anafórica; também pode fazer referência a algo que não foi dito, chamada de coesão catafórica. Há, também, a referência a algo que está fora do texto, chamada de coesão exofórica. Exemplos: A Constituição Federal de 1988 estabelece a definição de casa. Essa afirma- ção é ampla e encontra suporte no Código Penal Brasileiro (CPB). Este a esta- belece como qualquer lugar em que a pessoa exerça a sua intimidade. Quais os tipos de coesão foram usados nesse texto? 4 Coesão e Coerência Textual INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Uso dos pronomes demonstrativos: 1 – Este, esta, isto; 2 – Esse, essa, isso; 3 – Aquele, aquela, aquilo. Atenção! Esses pronomes podem ter três aplicações: Em relação ao texto Em relação ao espaço Em relação ao tempo 1. Exercer função catafórica. 1. Exercer função anafórica: tem que retomar o último elemento citado. 1. Quando puder substituir pelo advérbio aqui, usa-se este. 1. Datas atuais. 2. Exercer apenas função anafórica. 2. Quando substituir por aí, usa-se esse. 2. Datas futuras ou antigas. 3. Exercer referência a elementos dis- tantes no texto. 3. Quando substituir por lá, usa-se aquele. 3. Datas passadas e antigas. Atenção! Quando esses pronomes exercem função em relação ao espaço, podem ser chamados de dêiticos. Dêitico não tem uma definição concreta, mas, a princípio, é um elemento que serve para apontar. Ex.: Em “Aqui se estuda para concurso”, a pessoa que está falando certamente está apontando para o lugar onde se estuda. Ex.: O Brasil e os EUA passam por crises. Estes no setor imobiliário e aquele na política. Esses termos podem ser chamados de aposto distributivo. Ex.: O Brasil e EUA passam por crises. Essa situação (…) Usa-se “essa” porque retoma toda a ideia anterior. 5 Coesão e Coerência Textual INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Ex.: Atenção a esta ideia: fumar é prejudicial à saúde. Usa-se esta porque a ideia ainda não foi dita. Ex.: Fumar é prejudicial à saúde, atenção a essa ideia. Usa-se essa porque retoma o que já foi dito. GABARITO 8. C �����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Grazy. 1 Coesão e Coerência Textual II INTERPRETACAO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAL II Como visto na aula anterior, vimos que os pronomes demonstrativos podem ser usados em relação ao texto, espaço e tempo. No trecho "João, Maria, André" usamos este para retomar ao último citado; esse para retomar penúltimo citado; e aquele para o primeiro citado. A função sintática destes termos se chama "aposto distributivo". Outro exemplo: "A Constituição Federal de 1988 estabelece a definição de casa. Essa afirma- ção é ampla e encontra suporte no Código Penal Brasileiro (CPB). Este a esta- belece como qualquer lugar em que a pessoa exerça sua intimidade." Pode-se observar que o termo "essa" se refere a toda a oração "A Constitui- ção Federal de 1988 estabelece a definição de casa". O termo "este" se refere ao Código Penal Brasileiro. No trecho apresentado, temos presente apenas a coesão referencial do tipo anafórica, pois todos os elementos usados são anafóricos. Direto do concurso 1. (FGV/SENADO FEDERAL/TÉCNICO/2010) No segundo quadrinho, o pronome essa tem valor: a. anafórico b. catafórico c. dêitico d. relativo e. expletivo 2 Coesão e Coerência Textual II INTERPRETACAO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário O peixe do quadrinho está apontando para a minhoca, usando o termo “essa” para referenciar espacialmente o objeto. O pronome não retoma nenhuma informação, nem antecipa nenhuma informação. Os pronomes relativos exercem um papel importantes na coesão anafórica, pois servem para retormar o conteúdo, com exeção do pronome “cujo”, uma vez que este tem particularidades relacionadas à posse. Dentre esses pronomes, temos: PRONOME FAZ REFERÊNCIA A QUE Coisa e pessoas QUAL Coisa e pessoas QUEM Pessoa ONDE Lugar CUJO Posse QUANTO Quantidade Cada pronome tem sua função, assim, eles não podem ser substituídos ale- atoriamente por qualquer outro. Com exeção do “cujo”, que é um pronome adjetivo, todos estes são prono- mes substantivos, ou seja, podem ser usados no lugar do substantivo. Assim, a função sintática do “cujo” sempre será de adjunto adnominal. Atenção! O pronome “cujo” não aceita artigos após ele, uma vez que ele flexiona em gênero e número (cuja, cujas, cujo, cujos). Remetendo a ideia de posse, esse pronome se encontra sempre entre dois substativos, dando posse do substantivo antecessor ao substantivo sucessor.] 3 Coesão e Coerência Textual II INTERPRETACAO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Voltando ao trecho: "A Constituição Federal de 1988 estabelece a definição de casa. Essa afirmação é ampla e encontra suporte no Código Penal Brasileiro (CPB). Este a estabelece como qualquer lugar em que a pessoa exerça sua inti- midade." observa-se que “qualquer lugar em que” pode ser substituído por “qual- quer lugar onde” por “em que” fazer referência a um local. A Elipse é qualquer forma de omissão facilmente entedida. Dentro da elipse, temos a Zeugma, a omissão do que já foi dito. Direto do concurso 1. (CESPE/SERPRO/2013) “O novo milênio ― designado como era doconhecimento, da informação ― é marcado por mudanças de relevante importância e por impactos econômicos, políticos esociais. Em épocas de transformações tão radicais e abrangentes como essa, caracterizada pela transição de uma era industrial para uma ba- seada no conhecimento, aumenta-se o grau de indefinições e incertezas”. O vocábulo “essa” alude ao “novo milênio”, “era doconhecimento, da infor- mação”? Comentário O significado de “alude” é “fazer referência”, e não “retomar”. Observe a flexão de gênero das palavras. 2. (CESPE/2013) O setor de tecnologias da informação e comunicação (TICs) impulsiona um conjunto de inovações técnico-científicas, organizacionais, so- ciais e institucionais, gerando novas possibilidades de retorno econômico e social nas mais variadas atividades. Por contribuir para a elevação do valor agregado da produção, com reflexos positivos no emprego, na renda e na qua- lidade de vida da população, esse ramo vem obtendo status privilegiado em diversas políticas e programas nacionais para a ampliação do acesso às tele- comunicações, aceleração da informatização e mitigação da exclusão digital. 4 Coesão e Coerência Textual II INTERPRETACAO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Pelas relações de sequenciação e concatenação estabelecidas entre os ele- mentos textuais, depreende-se que a expressão “esse ramo”, retoma direta- mente o termo “tecnologias”? Comentário O termo “esse ramo” está referenciando o termo “o setor de tecnologias da informação de comunicação”. GABARITO FGV 1. C. CESPE 1. Correta. 2. ERRADA. Primeiramente, não é questão de depreensão; segundo, ele não retoma diretamente o termo “tecnologias”, e sim “o setor de tecnologias da informaçãode comunicação”. OObs.:� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professora Grazy. 1 Valor Semântico das Conjunções INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online VALOR SEMÂNTICO DAS CONJUNÇÕES Veja os seguintes exemplos de conjunções: 1a) Ele estudou muito; não, porém, obteve resultados. 1b) Ele estudou muito, porém não obteve resultados. As conjunções mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, senão, não obstante, todavia são classificadas como adversativas, trazendo a ideia de oposição, e podem ser intercambiadas umas pelas outras sem prejuízo sintático- -semântico. Atenção! Quando aparecerem entre vírgulas, estarão deslocadas. Nesse caso, não se pode trocá-las pela conjunção "mas", pois esta é conectivo fixo, sendo usada apenas para encabeçar uma oração. Assim, no exemplo 1a, não se pode substituir o "porém" por "mas", uma vez que este está intercalado. Já em 1b, o "porém" está encabeçando a oração, assim, pode ser substituído pelo "mas". Apesar de ser conjunção adversativa, o "mas" não se limita apenas a essa função. Veja: 2) A empresa não só investiu, mas aplicou nesse processo. Perceba que o "mas" exerce a função de conjunção aditiva. Atenção! Lembre-se de que "mas" é conjunção de oposição e, às vezes, de adição. A palavra "mais" traz a ideia de quantidade, soma. 2 Valor Semântico das Conjunções INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Em outro exemplo, temos 3a) Embora eu tenha estudado, não consegui aprovação. A oração subordinada "Embora eu tenha estudado" é a ideia fraca; a oração principal "não consegui aprovação" traz a ideia forte. Quando se pretende dar ênfase a alguma ideia, coloca-se a conjunção nela. Ou seja, se a intenção fosse realçar "não consegui aprovação", a frase poderia ficar: 3b) Eu estudei, mas não consegui aprovação. Veja que para realçar a ideia fraca em 3a, usa-se uma conjunção conces- siva "embora"; para realçar a ideia forte, em 3b, usa-se a conjunção adversativa "mas". Assim, perceba como não se pode intercambiar as duas conjunções. Quanto às conjunções concessivas, temos: embora, ainda que, posto que, mesmo que, apesar de, a despeito de, malgrado, sem que, conquanto. Todas trazem a ideia de oposição e concessão. Além disso, pedem o verbo no modo subjuntivo. As conjunções "apesar de" e "a despeito de" pedem alteração na forma verbal, mas ainda permanecem no subjuntivo. 4a) Vitor domina o vocabulário porque lê muito. 4b) O pai está deitado, porque as luzes estão apagadas. Veja que em 4a, o "porque" pode ser substituído por "como" na ordem direta: 3 Valor Semântico das Conjunções INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 4c) Como lê muito, Vitor domina o vocabulário. Sendo assim, o ato de dominar o vocabulário é uma consequência do ato de ler muito (causa). Então podemos dizer que esse "porque" é uma conjunção causal. Em 4b, não se pode fazer essa inversão, uma vez que "as luzes apagadas" não são causa direta de "o pai está deitado". Assim, entende-se que a oração é explicativa, e não causal. Logo, esse "porque" é uma conjunção explicativa. No grupo de conjunções causais, temos: porque, porquanto, que, visto que, já que, uma vez que, pois que, na medida em que. As conjunções porque, porquanto e que também podem remeter à explicação. Atenção! Não confundir "na medida em que" com "à medida que", pois esta apresenta a ideia de proporção. O conectivo "pois", anteposto ao verbo, será explicativo. Contudo, se tiver entre vírgulas e após o verbo da oração em que está, será conclusivo. 5a) Entre, pois quero te ver. 5b) Era noite, fazia frio; fomos, pois, embora. Em 5a, o ''pois'' está antes do verbo, sendo assim, tem função explicativa. Em 5b, está depois do verbo, assim, tem função conclusiva. As conjunções caso, e se são condicionais, e podem exigir troca na forma verbal. Contanto e desde que também podem entrar nesse grupo. Ex. Se você estudar X Caso você estude. As conjunções quando, enquanto, sempre que, mal, assim que, desde que fazem referência temporal. 4 Valor Semântico das Conjunções INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Atenção! As conjunções podem variar de função, portanto, é necessário sempre analisar e interpretar o texto, e não apenas julgar pela função mais usual. Obss.:� Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professora Grazy. 1 Emprego das Conjunções INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online EMPREGO DAS CONJUNÇÕES Fique atento ao sentido das conjunções abaixo: Atenção! 1 – Para + infinitivo → finalidade. Ex.: Ele estudou para passar no concurso. Quando for finalidade, pode trocar por: a fim de (separado), para que (verbo no subjuntivo). Ex.: Ele estudou a fim de passar no concurso. Afim significa afinidade, parentesco. 8 – A + infinitivo → condição ≠ Ao + infinitivo → tempo. Ex.: A persistirem os sintomas, procure o médico. (condição) Ao persistirem os sintomas, procure o médico. (tempo) 9 – Mais (do) que/ melhor (do) que: comparação. O “do” pode ser omitido sem causar problemas. QUESTÕES DE CONCURSO 1. (CESPE/MDIC/2014) No trecho “à medida que as fabricantes, a partir dos anos 90 do século passado, tornavam-se principalmente montadoras de itens importados”, a expressão “à medida que” poderia ser substituída por “na me- dida em que ou à medida em que” Comentário “à medida que” = ao passo que = à proporção que = enquanto. “Na medida que” indica causa; a expressão “à medida em que” não existe. 2 Emprego das Conjunções INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 2. (CESPE/CÂMARA DOS DEPUTADO/TÉCNICA LEGISLATIVA/2012) Quando elevado ao nível de questão teórica, o feio sempre disse respeito ao que de- veria ser devolvido às forças luminosas da beleza, à sua promessa de recon- ciliação com a vida, a sociedade, a verdade ou o divino. A oração iniciada por “Quando” tem valor condicional e poderia ser reescrita como Caso discutido no nível teórico, sem que se alterassem a correção e o sentido original do texto. Comentário A palavra “quando” tem ideia de tempo. 3. (CESPE/ANTT/2013) O transporte coletivo é a primeira opção em que se pensa, ao se planejar o desestímulo ao uso do carro, mas, para curtas dis- tâncias, a bicicleta tem um potencial maior. A oração “ao se planejar o deses- tímulo ao uso do carro” exprime ideia de tempo em relação à oração que a antecede. Comentário A expressão “ao se planejar” indica tempo. 4. (CESPE/ANTT/2013) Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Apli- cada mostra que a malha ferroviária brasileira encolheu de 1960 para cá, porque o investimento em rodovias passou a ser prioridade absoluta. Em 40 anos, a extensão dos trilhos passou (...) Mantém-se a correção gramatical do período e suas informações originais ao se substituir “porque” por qualquer um dos termos a seguir: porquanto, já que, uma vez que, visto que. Comentário Ver na lista o número 3 e comparar se todas as informações estão dispostas na questão. 3 Emprego das Conjunções INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 5.(CESPE/DPF/2013) O que tanta gente foi fazer do lado de fora do tribunal onde foi julgado um dos mais famosos casais acusados de assassinato no país? Torcer pela justiça, sim: as evidências permitiam uma forte convicção sobre os culpados, muito antes do encerramento das investigações. Sem pre- juízo do sentido original do texto, os dois-pontos empregados logo após “sim” poderiam ser substituídos por vírgula, seguida de dado que ou uma vez que. Comentário A frase “as evidências permitiam uma forte convicção” passa uma ideia de causa, por isso os dois-pontos não podem ser substituídos por vírgula. Mas pode-se empregar a vírgula se após o “sim” usar as palavras “porque” ou “visto que”. “Dado que” pode dar ideia de causa e de condição. 6. (CESPE/DPF/2013) Não haveria prejuízo para a correção gramatical do tex- to nem para seu sentido caso o trecho “A fim de solucionar o litígio” fosse substituído por Afim de dar solução à demanda. Comentário “A fim de” indica finalidade e “afim de dar” não é uma expressão correta, pois “afim” tem outro sentido. 7. (CESPE/PCAL/DELEGADO/2012) Embora o Leste Asiático tenha se mantido independente, a China (com a Primeira Guerra do Ópio, de 1839 a 1842) e o Japão (com a ameaça naval do Comodoro Perry, em 1854) foram obrigados a abrir seus portos aos europeus, (...) A conjunção “Embora”, em “Embora o Leste Asiático tenha se mantido independente” (R.13), poderia ser corre- tamente substituída por Apesar de, feitas as devidas alterações na forma verbal “tenha”. 4 Emprego das Conjunções INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 8. (CESPE/TJDFT/TÉCNICO/2013) “Para evitar a espionagem, as lojas virtuais utilizam a criptografia por meio de um método conhecido como protocolo de chave pública.” A oração “Para evitar a espionagem” denota a finalidade da utilização do protocolo de chave pública pelas lojas virtuais Comentário Para + infinitivo indica finalidade. 9. (CESPE/TJDFT/TÉCNICO/2013) “Mesmo com os avanços na área de segu- rança, os crimes virtuais, ou cibercrimes, continuam causando muitos proble- mas financeiros, como mostrou um estudo feito pela empresa de segurança Norton no ano de 2012.” O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos, caso a expressão “Mesmo com os” (L.1) fosse substituída por A despeito dos. Comentário Se houver a ideia de “mesmo que”, é possível fazer a troca. 10. (CESPE/INCA/2010) "O homem, ao dar vazão ao seu insaciável afã de des- cobrir, criar e inovar, depara-se com seus limites" A oração iniciada por "ao dar vazão" indica modo. Comentário Ao + infinitivo indica tempo. 11. (CESPE/STM/2011) A preposição para, em ambas as ocorrências, nas linhas 10 e 13, estabelece uma relação de consequência entre a oração de que faz parte e a oração que a antecede. “o cérebro faz uma espécie de faxina na memória de curto prazo para facilitar armazenamento de novas informações. “Medidas como essa não só melhoram a capacidade cognitiva como são ex- tremamente importantes para compensar a restrição ao sono.” 5 Emprego das Conjunções INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário A relação é de finalidade. 12. No trecho: “A depender de nós, não haveria mais discussão”. A oração “a depender” poderia ser substituída por “Se dependesse” sem erro gramatical e sem alterar o sentido do texto. Comentário A + infinitivo dá ideia de condição. GABARITO 1. E 2. E 3. C 4. C 5. C 6. E 7. C 8. C 9. C 10. E 11. E 12. C �����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Grazy. 1 Funções da Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online FUNÇÕES DA LINGUAGEM A linguagem nos remete à comunicação que podemos produzir através de uma mensagem. Nessa comunicação o indivíduo faz uso de certos elementos linguísticos necessários ao entendimento. Para que haja compreensão mútua, a pessoa que fala ou emite uma informa- ção deve usar um código (que não é necessariamente a língua) para se expres- sar a pessoa que ouve ou recebe a mensagem. A língua é o código mais utilizado para estabelecer a comunicação, já que é o acordo social da linguagem feita por uma determinada sociedade. Já a fala é individual: é o uso da língua na particularidade de cada pessoa. O primeiro linguista a estabelecer funcionamentos (funções) distintas para a linguagem foi o alemão Karl Bühler, determinando que haveria três funções bási- cas na comunicação: EXPRESSIVA, INFORMATIVA E ESTÉTICA. Mais tarde, o linguista russo Roman Jakobson duplicou estas funções baseando-se nos seis elementos que constituem o processo comunicativo Vejamos os elementos que envolvem a comunicação, separadamente: • Emissor: é aquele que envia a mensagem, o remetente, o falante. • Receptor: é aquele que recebe a mensagem, o destinatário, o ouvinte. Mensagem: é o que se fala, o conteúdo transmitido. • Código: é o meio pelo qual se passa a mensagem: gestos, figuras, fala, escrita. • Canal: é o meio pelo qual a mensagem circula. • Referente/Contexto: é o meio no qual o receptor e emissor estão inseridos: situação, lugar. Elementos da Comunicação Emissor → Receptor Mensagem → usar um código → meio usado para realizar a comunicação → canal → meio para manter a comunicação → Referente → Contexto Conversas Dialógos 2 Funções da Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A linguagem pode ter várias finalidades: de informar, de persuadir, de emocio- nar, dentre outras. A função da linguagem dependerá do objetivo da comunica- ção e pode ser: apelativa, emotiva, fática, metalingüística, poética. Funções: Elemento em destaque Função predominante Emissor “eu” (emoção) Emotiva/Expressiva Receptor “tu” (presença de imperativo) Apelativa/Conativa (propagandas) Mensagem 3ª pessoa (emoção) rimas/ estrutura/conteúdo Poética Código definições/algo explicando algo Metalinguística Referente/contexto Referencial/denotativa(informar, notícias de jornais) Canal Função fática Função referencial ou denotativa: transmite uma informação objetiva, expõe dados da realidade de modo objetivo, não faz comentários, nem avalia- ção. Geralmente, o texto apresenta-se na terceira pessoa do singular ou plural, pois transmite impessoalidade. A linguagem é denotativa, ou seja, não há pos- sibilidades de outra interpretação além da que está exposta. Em alguns textos é mais predominante essa função, como: científicos, jornalísticos, técnicos, didáti- cos ou em correspondências comerciais. Por exemplo: “Bancos terão novas regras para acesso de deficientes”. Função emotiva ou expressiva: o objetivo do emissor é transmitir suas emo- ções e anseios. A realidade é transmitida sob o ponto de vista do emissor, a men- sagem é subjetiva e centrada no emitente e, portanto, apresenta-se na primeira pessoa. A pontuação (ponto de exclamação, interrogação e reticências) é uma 3 Funções da Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online característica da função emotiva, pois transmite a subjetividade da mensagem e reforça a entonação emotiva. Essa função é comum em poemas ou narrativas de teor dramático ou romântico. Por exemplo: “Porém meus olhos não perguntam nada./ O homem atrás do bigode é sério, simples e forte./Quase não conversa./Tem poucos, raros amigos/o homem atrás dosóculos e do bigode.” (Poema de sete faces, Carlos Drummond de Andrade). Função conativa ou apelativa: O objetivo é de influenciar, convencer o recep- tor de alguma coisa por meio de uma ordem (uso de vocativos), sugestão, con- vite ou apelo (daí o nome da função). Os verbos costumam estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de autoridade. Por exemplo: Não perca a chance de ir ao cinema pagando menos! Atenção! Trata-se de uma propaganda, é uma função centrada no receptor e não na mensagem. Função metalinguística: Essa função refere-se à metalinguagem, que é quando o emissor explica um código usando o próprio código. Quando um poema fala da própria ação de se fazer um poema, por exemplo. Veja: “Pegue um jornal Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. Recorte o artigo.” Este trecho da poesia, intitulada “Para fazer um poema dadaísta” utiliza o código (poema) para explicar o próprio ato de fazer um poema. Função fática: O objetivo dessa função é estabelecer uma relação com o emissor, um contato para verificar se a mensagem está sendo transmitida ou para 4 Funções da Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online dilatar a conversa. Quando estamos em um diálogo, por exemplo, e dizemos ao nosso receptor “Está entendendo?”, estamos utilizando este tipo de função ou quando atendemos o celular e dizemos “Oi” ou “Alô”. Função poética: O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos atra- vés de textos que podem ser enfatizados por meio das formas das palavras, da sonoridade, do ritmo, além de elaborar novas possibilidades de combinações dos signos linguísticos. É presente em textos literários, publicitários e em letras de música. Por exemplo: negócio/ego/ócio/cio/0 Na poesia acima “Epitáfio para um banqueiro”, José de Paulo Paes faz uma combinação de palavras que passa a idéia do dia-a-dia de um banqueiro, de acordo com o poeta. Questões de concurso 1. Assinale a alternativa em que a função apelativa da linguagem é a que pre- valece: a. Trago no meu peito um sentimento de solidão sem fim... sem fim... b. “Não discuto com o destino o que pintar eu assino.” c. Machado de Assis é um dos maiores escritores brasileiros. d. Conheça você também a obra desse grande mestre. e. Semântica é o estudo da significação das palavras. Comentário A função apelativa é aquela centrada no receptor. a) Trata-se de emoção; b) Trata-se de emoção; c) Trata-se de contexto ( código ou referencial); 5 Funções da Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 2. Identifique a frase em que a função predominante da linguagem é a REFE- RENCIAL: a. Dona Casemira vivia sozinha com seu cachorrinho. b. – Vem, Dudu! c. – Pobre Dona Casemira... d. – O que ... O que foi que você disse? e. Um cachorro falando? Comentário a) Apresenta um referente, um contexto. b) Apresenta um receptor. c) É poético. d) Fática. e) Código. 3. Capítulo LX / Manhã de 15 Quando lhe acontecia o que ficou contado, era costume de Aires sair cedo, a espairecer. Nem sempre acertava. Desta vez foi ao passeio público. Chegou às sete horas e meia, entrou, subiu ao terraço e olhou para o mar. O mar estava crespo. Aires começou a passear ao longo do terraço, ouvindo as ondas, e che- gando-se à borda, de quando em quando, para vê-las bater e recuar. Gostava delas assim; achava-lhes uma espécie de alma forte, que as movia para meter medo à terra. A água, enroscando-se em si mesma, dava-lhe uma sensação, mais que de vida, de pessoa também, a que não faltavam nervos nem músculos, nem a voz que bradava as suas cóleras. (Assis, Machado de. Esaú e Jacó – fragmento) No primeiro parágrafo é estabelecida uma relação entre MAR e POVO que visa a um efeito de sentido. Que recursos de linguagem constroem essa as- sociação? 6 Funções da Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Comentário O texto apresenta uma personificação, ou seja, dá vida a quem não possui vida. O texto está relacionado às figuras de linguagem. 4. Identifique as funções de linguagem: a. “Lambetelho frúturo orgasmaravalha-se logum homenina nel paraís de fe- licidadania: outras palavras.” (Caetano Veloso) Mico Branco • A turma do Casseta & Planeta está em Vale Nevado no Chile. • Grava um programa sobre as desventuras dos turistas brasileiros que saem daqui para esquiar e, sem sabê-lo, passam as férias aos trambolhões. (O Globo) b. “Eu levo a sério, mas você disfarça; insiste em zero a zero e eu quero um a um...” (Djavan) c. “Compre Batom!” Comentário a) O texto apresenta muitos neologismos, 3ª pessoa é poética. b) Contexto/referente/referencial. c) Função emotiva. d) Conativa/apelativa. 5. Um dos traços marcantes do atual período histórico é (...) o papel verdadeira- mente despótico da informação. (...) As novas condições técnicas deveriam permitir a ampliação do conhecimento do planeta, dos objetos que o formam, das sociedades que o habitam e dos homens em sua realidade intrínseca. Todavia, nas condições atuais, as técnicas da informação são principalmen- te utilizadas por um punhado de atores em função de seus objetivos parti- 7 Funções da Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online culares. Essas técnicas da informação (por enquanto) são apropriadas por alguns Estados e por algumas empresas, aprofundando assim os processos de criação de desigualdades. É desse modo que a periferia do sistema ca- pitalista acaba se tornando ainda mais periférica, seja porque não dispõe totalmente dos novos meios de produção, seja porque lhe escapa a possibi- lidade de controle. O que é transmitido à maioria da humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde. (Milton Santos, Por uma outra globalização) No contexto em que ocorrem, estão em relação de oposição os segmentos transcritos em: a. novas condições técnicas/ técnicas da informação. b. punhados de atores/ objetivos particulares. c. ampliação do conhecimento/ informação manipulada. d. apropriadas por alguns Estados/ criação de desigualdades. e. atual período histórico/ periferia do sistema capitalista. 6. Quando uma linguagem trata de si própria – por exemplo um filme falando sobre os processos de filmagem, um poema desvendando o ato de criação poética, um romance questionando o ato de narrar – temos a metalinguagem. Esta forma de linguagem predomina em todos os fragmentos, exceto: a. “Amo-te como um bicho simplesmente de um amor sem mistério e sem virtude com um desejo maciço e permanente.” (Vinícius de Morais) b. “Proponho-me a que não seja complexo o que escreverei, embora obriga- da a usar as palavras que vos sustentam.” (Clarice Lispector) c. “Não narro mais pelo prazer de saber. Narro pelo gosto de narrar, sopro palavras e mais palavras, componho frases e mais frases.” (Silviano San- tiago) d. “Agarro o azul do poema pelo fio mais delgado de lã de seu discurso e vou traçando as linhas do relâmpago no vidro opaco da janela.” (Gilberto Mendonça Teles) e. Que é Poesia? Uma ilha cercada de palavras por todos os lados.” (Cassia- no Ricardo) 8 Funções da Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica GranCursos Online “O estoicismo fundado por Zenão de Cipre (336 – 264), teve também Atenas como centro irradiador. Partiu da oposição matéria forma feita por Aristóteles. Radicalmente mate- rialista, interpretou a forma como matéria ativa e declarou o seu oposto matéria passiva. Não há entre os seres diferenças de natureza, apenas de grau. Desde a pedra até o homem, passando pelas plantas e os animais, a matéria passiva e a ativa distribuem-se em proporção ínfima nos seres brutos. A razão é, portanto, a centelha divina em nós. Desde que o universo é governado pela razão e não está entregue ao acaso como pensavam os epicureus, todos os atos, até os mais insignificantes, estão rigorosamente determinados. A liberdade estoica consiste em submeter-se volun- tariamente às imperativas leis que agem no todo, já que a resistência determina a execução involuntária dos atos previstos pelo mesmo determinismo imanente. A ética consiste na leitura e na correta observação da ordem universal. O estoicismo deixou marcas no direito romano. Levou os legisladores a subor- dinar as leis do estado às leis da natureza, melhorou a situação da mulher e dos escravos, visto que os estoicos criam na igualdade de todos os homens.” (SCHÜLER, Donald, Literatura Grega.) 7. No texto predomina a linguagem com função: a. emotiva; b. referencial; c. fática; d. conativa; e. metalinguística. 8. Segundo o lingüista Roman Jakobson, ‘dificilmente lograríamos (...) encon- trar mensagens verbais que preenchessem uma única função... A estrutura verbal de uma mensagem depende basicamente da função predominante’. 9 Funções da Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online “Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi: Sou filho das selvas Nas selvas cresci: Guerreiros, descendo Da tribo tupi. Da tribo pujante, Que agora anda errante Por fado inconstante, Guerreiro, nasci: Sou bravo, sou forte, Sou filho do Norte Meu canto de morte, Guerreiros, ouvi.” (Gonçalves Dias) Indique a função predominante no fragmento acima transcrito, justificando a indicação: 9. Texto A Pausa poética Sujeito sem predicados Abjeto Sem voz Passivo Já meio pretérito Vendedor de artigos indefinidos Procura por subordinada Que possua alguns adjetivos 10 Funções da Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Nem precisam ser superlativos Desde que não venha precedida De relativos e transitivos Para um encontro vocálico Com vistas a uma conjugação mais que Perfeita E possível caso genitivo. (Paulo César de Souza) Texto B “Sou divorciado – 56 anos, desejo conhecer uma mulher desimpedida, que viva só, que precise de alguém muito sério para juntos sermos felizes. 800-0031 (discretamente falar c/ Astrogildo)” Os textos A e B, apesar de se estruturarem sob perspectivas funcionais dife- rentes, exploram temáticas semelhantes. Assinale a incorreta: a. no texto A, o autor usa de metalinguagem para caracterizar o sujeito e o objeto de sua procura, ao passo que no texto B, o locutor emprega uma linguagem com predominância da função referencial. b. a expressão ‘meio pretérito’, do texto A, fica explicitada cronologicamente na linguagem referencial do texto B. c. a expressão ‘Desde que não venha precedida de relativos e transitivos’, no texto A, tem seu correlato em ‘mulher desimpedida que vive só’, do texto B. d. comparando os dois textos, pode-se afirmar que ambos expressam a mes- ma visão idealizada e poética do amor. e. no texto A, as palavras extraídas de seu contexto de origem (categorias gramaticais e funções sintáticas) e ajustadas a um novo contexto criam uma duplicidade de sentido, produzindo efeitos, ao mesmo tempo lúdicos e poéticos. 11 Funções da Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 10. (Mackenzie) Irmão das coisas fugidias, não sinto gozo nem tormento. Atravesso noites e dias no vento. (Cecília Meireles, OBRA POÉTICA) Assinale a alternativa INCORRETA sobre a estrofe anterior. a. Vento é um termo metafórico, sem correspondente expresso e pode ter várias interpretações. b. O verso 2 expressa uma antítese. c. O interlocutor tem o papel de depositário de uma confidência lírica. d. Os versos 1 e 3 confluem na rima e no significado dinâmico de tudo que passa. e. A apóstrofe expressa no verso 4 confirma o vazio emocional, já anunciado no verso 2 GABARITO 1. d 2. a 5. c 6. a 7. b 8. emotiva, 1ª pessoa. 9. d 10. e ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Grazy. 1 Figuras de Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online FIGURAS DE LINGUAGEM Atenção! Ao se tratar do termo “figuras”, deve-se lembrar do sentido de conotação (sentido figurado da palavra) e denotação (sentido literal da palavra). As figuras de linguagem são diferentes das funções de linguagem. Nas funções, é a atividade que o elemento de comunicação assume quando está dentro do texto, já nas figuras o sentido é metafórico. São recursos usados pelo falante para realçar a sua mensagem. 1) Elipse – Zeugma: Zeugma Elipse omissão facilmente subentendida Atenção! Zeugma também é uma omissão do que já foi dito. a) Brasília é a capital da República; Belo Horizonte, de Minas Gerais. A vírgula entre “Belo Horizonte” e “de Minas Gerais” deixa claro que há uma omissão, que é facilmente subentendida porque já foi dita, pois está implícito a expressão “é a capital”. Veja os exemplos: 1 – Na estante, livros e mais livros. (Elipse) 2 – Ele prefere um passeio pela praia; eu, cinema. (Zeugma) 2 Figuras de Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online No 1º exemplo temos uma elipse, já no 2º, a figura que aparece é o zeugma. A elipse consiste na omissão de um termo que é facilmente identificado. No exemplo 1, percebemos claramente que o verbo “haver” foi omitido. No exemplo 2, ocorre zeugma, que é a omissão de um termo que já fora expresso anteriormente. “Ele prefere um passeio pela praia; eu, (prefiro) cinema.”(Não houve necessi- dade de repetir o verbo, pois entendemos o recado). 2) Pleonasmo Na oração: “Ela cantou uma canção linda!”, houve o emprego de um termo desnecessário, pois quem canta, só pode cantar uma canção. Na famosa frase: “Vi com meus próprios olhos.”, também ocorre o mesmo. Pleo- nasmo é a repetição de ideias. Atenção! O termo “uma canção” é chamado de objeto direto interno e é considerado um pleonasmo, pois retira-se o verbo do próprio substantivo. Há pleonasmos necessários, na explicação de crase, por exemplo, é preciso deixar claro que há crase quando se referir às horas do relógio e não às horas relacionadas ao espaço de tempo, ao momento. Existe o pleonasmo estilístico, usado para dar ênfase, e o pleonasmo vicioso, quando se usa “vi com meus próprios olhos”, por exemplo. 3) Hipérbato: É a inversão da ordem direta da frase. Exemplos: Correm pelo parque as crianças da rua. Na escada subiu o pintor. As duas orações estão na ordem inversa. O hipérbato consiste na inversão dos termos da oração. Na ordem direta ficaria: As crianças da rua correm pelo parque. O pintor subiu na escada. 3 Figuras de Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.brAN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online 4) Anacoluto: É a falta de nexo que existe entre o início e o fim de uma frase. É interromper o pensamento lógico, utilizar frases sem coerência, não combinar a lógica das ideias entre si. Dois gatinhos miando no muro, conversávamos sobre como é complicada a vida dos animais. Novas espécies de tubarão no Japão, pensava em como é misteriosa a natu- reza. 5) Silepse: É a concordância com a ideia e não com a palavra dita. Pode ser: de gênero, número ou pessoa. Silepse de Gênero (masc./fem.)Vossa Excelência está admirado do fato? O pronome de tratamento “Vossa Excelência” é feminino, mas o adjetivo “admi- rado” está no masculino. Ou seja, concordou com a pessoa a quem se referia (no caso, um homem). Aqui temos o feminino e o masculino, logo, silepse de gênero. Silepse de Número (singular/plural) Aquela multidão gritavam diante do ídolo. Multidão está no singular, mas o verbo está no plural. “Gritavam” concorda com a ideia de plural que está em “multidão”. Mais exemplos. A maior parte fizeram a prova. A grande maioria estudam uma língua. Silepse de Pessoa Todos estávamos nervosos. Esta frase levaria o verbo normalmente para a 3ª pessoa (estavam – eles) mas a concordância foi feita com a 1ª pessoa(nós). Temos aqui 2 pessoas (eles e nós) logo, silepse de pessoa. Mais exemplos: As duas comemos muita pizza.(elas – nós) Todos compramos chocolates e balas.(eles – nós) 4 Figuras de Linguagem INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Os brasileiros sois um povo solidário. (eles – vós) Os cariocas somos muito solidários.(eles – nós) 6) Metáfora – Comparação: existe o elemento comparador. 1 – Aquele homem é um leão. Estamos comparando um homem com um leão, pois esse homem é forte e corajoso como um leão. 2 – A vida vem em ondas como o mar. Aqui também existe uma comparação, só que desta vez é usado o conectivo comparativo: como. O exemplo 1 é uma metáfora e o exemplo 2 é uma comparação. Exemplos de metáfora: Ele é um anjo. Ela uma flor. Exemplos de comparação: A chuva cai como lágrimas. A mocidade é como uma flor. Metáfora: sem o conectivo comparativo. Comparação: com o conectivo (como, tal como, assim como) ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Grazy. 1 Atualização INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online ATUALIZAÇÃO A atualização objetiva tornar ao aluno apto para qualquer concurso de qual- quer instituição. Pontos observados: • Palavras morfológicas (nível sintático, morfológico, semântico); • Avaliação de questões que envolvem figuras de linguagem; • Funções da linguagem. Na língua portuguesa, há uma série de palavras. A primeira é a primitiva (dá base às demais). A fonologia é o estudo do som; há sons que são pronunciados de uma maneira, mas o português padrão (norma culta) aponta outro tipo de som, especialmente após o deslocamento da sílaba tônica (exemplo: recorde/ recorde; rubrica/rubrica). Isso caracteriza um vício de linguagem e há uma parte da fonética que estuda esse fenômeno: ortoépia e prosódia. A melhor maneira de ampliar o vocabulário e compreender a grafia/som cor- reto das palavras é com a leitura. Em uma prova de redação da FCC, foi apresentado um texto que trazia uma situação em que várias pessoas estavam em um restaurante, à mesa, com seus celulares. Apesar de serem várias pessoas, o silêncio era absoluto porque cada uma delas estava ocupada com o próprio celular. O comando da questão pedia um texto dissertativo argumentativo em que fosse exposto o ponto de vista do candidato sobre a situação apresentada. Era preciso encontrar a ideia central: a falta de comunicação na era tecnológica. A linguagem cotidiana é fundamental para a comunicação, mas não é o que as bancas cobram. É preciso conhecer bem a norma culta. 2 Atualização INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Neologismo: palavra criada. Recurso muito usado na literatura, na música e na língua falada. Há também os estrangeirismos, que são palavras de outras línguas que são incorporadas à linguagem cotidiana. Apesar do excesso do uso de termos estrangeiros, ele só deveria ser utilizado em caso de inexistência de palavras equivalentes na língua portuguesa. O pulo do gato O estrangeirismo é grafado obrigatoriamente, em textos manuscritos, entre aspas; em textos digitados, em itálico. Já houve questões de concurso (2009, Funiversa, PCDF) pedindo aos candidatos que identificassem onde o tipo itálico poderia ser substituído por aspas. Regionalismos também estão presentes na língua portuguesa; são palavras faladas em determinadas regiões. Os arcaísmos são palavras que caíram em desuso, mas ainda são usadas por alguns falantes. Nenhuma dessas palavras é recomendada em redação oficial. A língua varia de três pontos de vista: da idade, de conhecimento/cultural e regional. Diacronia: processo de evolução da língua. Jargão: linguagem específica de determinada área. Usado em pareceres, relatórios, notas técnicas. Barbarismos (erros sintáticos), solecismos (termos de outras línguas apropriados pelo falante) e aportuguesamento (a palavra continua estrangeira, mas a pronúncia se aproxima do português) são outros fenômenos que acontecem atualmente. Variação linguística é a variação permitida pela língua. Dialeto (língua portu- guesa) / dioleto (mudança da mesma língua – pelo sotaque, por exemplo). 3 Atualização INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online O campo da morfologia estuda o morfema (forma); o da semântica, o sentido. A semântica inclui antônimos (palavras de sentidos opostos), sinônimos (pala- vras de mesmo sentido), homônimos (palavras iguais) – homófonas (mesmo som) e homógrafas (mesma grafia), e perfeito (som e grafia iguais, mas signifi- cado diferente) – parônimas (parecidas no som e na língua, mas não iguais). Vocabulário: é preciso conhecer o significado e o que a questão pretende. Palavras eruditas/preciosas não precisam ser utilizadas em textos de prova, podendo ser substituídas por vocábulos mais usuais. É importante conhecer a normatividade da língua, e também que a língua tem liberdade de expressão. Estilística: posicionamento/estilo do autor do texto. Pela maneira como o texto é escrito é possível identificar quem o escreve. Uma prova (CNPq, da FCC) questionou acerca de apropriação de textos de outros autores (o que tem acon- tecido muito na internet). Atenção! O que mais cai em prova é a normatividade. Figuras de linguagem só precisam ser estudadas a fundo se constar do edital do concurso. O Cespe, por exemplo, não costuma ter a repetição dessas figuras. �Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Grazy. 1 Figuras de Linguagem II INTERPRETAÇÃO DE TEXTO www.grancursosonline.com.br AN O TAÇ Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online FIGURAS DE LINGUAGEM II 7) METONÍMIA (figura de palavras e de pensamento): vai usar uma expres- são para compreender outra, como um jogo de hiperônimos – situação maior – e hipônimos – situação menor (exemplo: doença/Aids). Exemplos de metonímia: o concreto pelo abstrato, a marca pelo produto, o continente pelo conteúdo, o autor pela obra. Aqui também existe a comparação, só que desta vez ela é mais objetiva. Ele gosta de ler Agatha Christie. Ele
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