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Apostila Historia Do Direito. Ana Paula

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ROTEIROS DE AULA
Disciplina: História do direito 
Profa. Ana Paula Liberato1
História do Direito 
Prof.ª Ana Paula Liberato
Teorias da História
1) Simonsen – concebe a história enquanto uma série de fatos dispostos em uma cadeia cronológica, sendo
que a sociedade contemporânea é sempre mais evoluída que as sociedades anteriores.
2) Braudel- concebe a história como uma espiral de ocorrências que sempre podem interconectar-se, as
sociedades não são entendidas evolutivamente, mas em seu espaço, tempo e cultura. Constitui a teoria
mais adequada para entender a história do direito e a antropologia.
GRUPO COMUNIDADE SOCIEDADE ESTADO
- Conjunto de pessoas
unidas por traços comuns
- Geralmente buscam a
sobrevivência, possuindo
enquanto objetivo a busca
por alimentos ou a
conquista territorial
- necessidade e consenso
mútuo enquanto fator de
união
- grupo de pessoas unidas
por uma liderança
- origem de normas
consuetudinárias
- liderança como
representante dos anseios
sociais
- representatividade aceita
e destinada à proteção dos
interesses das pessoas
- jusnaturalismo
- comunidade unida por
um poder coercitivo e
impositivo
- normas positivas
- positivismo
- poder como grande
representante e unificados
social com poder de
coerção
- sociedade juridicamente
organizada por:
a) povo
b) território
c) constituição 
d) soberania
1 Graduada em Direito pela PUC/PR;Graduada em História na UFPR; Mestre em Direito Sócioambiental pela PUC/PR; Doutoranda
pela Universidad de la Empresa em Montevidéo/UY;Coordenadora da Especialização em Direito Ambiental da PUC/PR;
Coordenadora e Professora da Ordem Mais Cursos e Concursos; Professora da Graduação e Pós-graduação da PUC/PR
(Especialização em Direito Sócioambiental; Direito Civil e Empresarial; Direito Imobiliário; Ecologia urbana; Bem-estar animal);
Professora da Escola da Magistratura Federal do Estado do Paraná (ESMAFE); Professora da Especialização em Direito ambiental e
auditoria ambiental da FACET; Professora das Faculdades Dom Bosco; Professora da Lex Cursos; Professora do Portal
Sócioambiental (Perícia ambiental; Direito agrário e Florestal, Direito ambiental; Auditoria Ambiental); Membro do Conselho
editorial da Editora Juruá; Membro do Conselho Editorial da Revista de Direito Ambiental da Editora Fiuza; Consultora "ad hoc" do
STJ; Membro do Comitê de Ética e Pesquisa no uso de animais da APC;Supervisora do Grupo de Pesquisa de Direito à Moradia em
parceria do Mnistério Público do Estado do Paraná e a PUC/PR; Autora de diversas obras e artigos jurídicos na área, em especial os
livros "Direito Sócioambiental em debate", "Resumo de Direito Ambiental para concursos" e "Reforma agrária-direito humano
fundamental"; Ex-Supervisora do Instituto Ambiental do Paraná; Advogada e Consultora Jurídica na área agrária e ambiental
1
História do Direito 
Prof.ª Ana Paula Liberato
ORIGEM DA SOCIEDADE
Origem da Sociedade
Vida em Sociedade: - Benefícios
 - Limitações > Afetam a Liberdade
Fundamentos: - Natural
 - Ato de Escolha
1. Teorias favoráveis a idéia da sociedade natural
1.1. Grécia (século IV a.C.): 
- Aristóteles: “O homem é naturalmente um animal político.”2
- Animais: Agrupamentos por instinto.
- Homem: Agrupamentos pela razão.
1.2. Roma (século I a.C.):
- Cícero: “A primeira causa da agregação de uns homens a outros e menos a sua debilidade, do que um certo instinto
de sociabilidade em todos inato; A espécie humana não nasceu para o isolamento e para a vida errante, mas com
uma disposição que, mesmo na abundância de todos os bens, a leva a procurar o apoio comum.” 3
1.3. Idade Média:
- Santo Thomas de Aquino: “O homem é, por natureza, animal social e político, vivendo em multidão, ainda mais que
todos os outros animais, o que se evidencia pela natural necessidade.”4
- Possibilidade de viver sozinho: - excellentia natural
 - corruptio natural
 - mala fortuna
1.4. Modernidade:
Ranelletti: - Independe da época. Sempre vive em estado de convivência, mesmo os rudes e selvagens. Necessidade
natural. Convivência e cooperação = benefícios de todos.
Conceito de Dalmo de Abreu Dallari: “A sociedade é o produto da conjugação de um simples impulso associativo
natural e da cooperação da vontade humana.”5
2. Teorias favoráveis de que a sociedade é fruto de um acordo de vontades (contrato)
Chamamos de contratualistas.
- Negam o impulso associativo natural
- Afirmam que só a vontade humana - Sociedade.
- Thomas Hobbes - Leviatã - 1651 – Absolutista - “Guerra de todos contra todos”.
- Montesquieu - Não Hobbes
Sociedade surge: - Desejo de paz
 - Alimentos/Necessidade
 - Sexos opostos
 - Desejo de viver comunidade
 - De sua condição e estado
- Rousseau: “O contrato social” - 1762 – A vontade é o fundamento da sociedade e não a natureza – Alienação dos
direitos em favor da comunidade.
Prevalece:
2 Aristóteles. A política. I. 9
3 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos da teoria geral do estado. 20. ed. atualizada. São Paulo:
Saraiva, 1993. p. 10
4 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos da teoria geral do estado. 20. ed. atualizada. São Paulo:
Saraiva, 1993. p. 10.
5 DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos da teoria geral do estado. 20. ed. atualizada. São Paulo:
Saraiva, 1993. p. 12.
2
Sociedade= Necessidade natural do homem por: - consciência
 - vontade
3. Elementos caracterizadores de um grupo como sendo sociedade:
a) Finalidade/Valor social – Bem comum
b) Manifestações conjuntas ordenadas: - Reiteração visando a consecução de suas finalidades.
- Ordem: conjunto de leis – ordem da natureza e ordem humana.
- Adequação a realidade social, históricas e culturais.
c) Poder social
Conceito de bem comum segundo Papa João XXIII: “O bem comum consiste no conjunto de todas as condições de
vida social que consistam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana.”6
6 Encíclica II, 58. Pacem in Terris. 
3
História do Direito
Prof.ª Ana Paula Liberato
ORIGEM DO ESTADO
1. CORRENTES SOBRE A ORIGEM DO ESTADO:
a) O Estado como a sociedade sempre existiu – organização social com poder regulador do comportamento de todo o
grupo (principio organizador e unificador onipresente da sociedade humana).
b) Estado surge após as sociedades enquanto ente constituído para atender as necessidades sociais do grupo.
c) Estado apenas enquanto sociedade política. 
1.1. Conceito De Estado: 
“O Estado é um povo fixado em um território e organizado sob um poder de império, supremo e originário, para
realizar, com ação unitária os seus próprios fins coletivos.”7
- Estado = Status = estar firme (situação permanente)
- 1513 - Maquiavel – “O Príncipe” – Situação permanente de convivência e ligada à sociedade política.
- Italianos - Cidade
- Século XVI e XVII - Franceses, ingleses e alemães
- Século XVIII - Espanha - Grandes proprietários rurais.
2. FORMAÇÃO DO ESTADO - ORIGINÁRIA OU DERIVADA 
a) teorias da formação originária: 
 a.1) natural ou espontâneas: 
- origem familial ou patriarcal: Robert Filmer: “Cada família primitiva se ampliou e deu origem a um estado.”
- origem por ato de força, de violência ou de conquista: Superioridade de um grupo em relação a outro.
- causas econômicas ou patrimoniais (Marx e Engels): “A origem da família, da propriedade privada e do Estado.“
.
- Desenvolvimento interno da sociedade. 
a.2) Contratual (Pacto social): 
- Thomas Hobbes (1588-1679) - Leviathan (O Deus mortal): “guerra de todos contra todos”, “o homem é lobo do
homem”. 
- John Locke (1632-1704) - Ensaio sobre o entendimento humano, Dois tratados sobre o governo: Estado de
natureza.
Busca da felicidade, da cooperação.
- Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) - O Contrato Social (1762): “O homem nasceu livre e por toda parte
está em corrente”.
Estadocomo depositário da vontade geral. 
b) Teorias da formação derivada:
b.1) Fracionamento: Separação de Estados preexistentes. 
Exemplo: Reino Unido de Portugal, Alemanha. 
b.2) Fusão: União de Estados preexistentes. 
 
c) Formas Atípicas: Grandes Guerras. Poder do Vencido.
- Momento da criação de um Estado: Pelo reconhecimento dos demais.
- Conservação: Independência e ordem jurídica eficaz
3. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS ESTADOS:
3.1. Antigas civilizações do oriente ou do mediterrâneo
7 RANELLETTI, Oreste. Istituzioni di diritto pubblico il nuovo diritto pubblico della repubblica italiana; parte
generale; p. 64 
4
Família – Religião – Estado - Organização Econômica = Instituições que se confundiam.
Características: - Natureza unitária = sem divisão de território e de funções.
 - Religiosidade = Estado Teocrático. Poder Divino: 
- Governo Unipessoal.
- Governo limitado pela classe Sacerdotal. 
3.2. Estado Grego – (polis) 
Estado Grego: Helênica (Atenas e Esparta) = Sociedade Política.
Características: - Cidade-Estado (polis) = auto-suficiência
 - Classe Política = cidadãos.
3.3. Estado Romano
Estado Romano = visavam criar um Império Mundial.
Características: - Cidade-Estado = de 754 a.C. até 565 d.C. (Justiniano)
 - Familiar de organização.
Primitivo Estado civitas.
União de grupos (as gens).
Privilégios dos membros da família patrícia.
Imperador Carcala 212 – naturalização de todos os povos do império.
Edito de Milão 313 – Constantino – liberdade religiosa no Império.
3.4. Estado Medieval
Cristianismo (universalidade – igualdade) – visavam uma unidade política.
Invasões Bárbaras = Europa: - Germanos
 - Eslavos
 - Godos
-Feudalismo: -Vassalagem
 - Benefício
 - Imunidade
- unidade política superior é o Império = apenas formal.
- Luta entre Papa e o Imperador.
- Instabilidade.
3.5. Estado Moderno
- Tratados de Paz.
- Elementos: - materiais: Povo e Território.
 - formal: soberania.
 - Finalidade??
4. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO:
Elementos Materiais: Povo e território.
Elemento Formal: Poder 
4.1. Elemento Material: Povo
É o conjunto de cidadãos, os quais detêm vínculo com o Estado.
População trata-se de questão estatística.
Nação trata-se de uma realidade sociológica, de uma consciência coletiva, um sentimento de um grupo unido pela
origem comum, pelos interesses, ideais e aspirações comuns. Revela o sentimento de patriotismo.
4.2. Elemento Material: Território
Trata-se da base física onde opera o Estado. 
Paulo Bonavides – Teorias das Relações jurídicas entre Estado e Território.
a) Teoria do território-patrimônio: Idade média.
b) Teoria do território-objeto: direito real de caráter público (domínio).
c) Teoria do território-espaço: “expressão espacial da soberania do Estado” (império).
d) Teoria território-competência (Kelsen): espaço em que se tem a validade da norma jurídica. 
5
Conclusões: 
- Não existe estado sem território. Ex. Palestina.
- soberania interna e externa.
- objeto de direitos. 
Limites do território:
- Território real, ou seja, geograficamente falando:
a) Solo: superfície da terra: fronteiras naturais, artificiais, esboçadas.
b) Subsolo;
c) Águas internas: rios, lagos, mares internos.
d) Águas limítrofes: lagos, rios limites com outro Estado.
e) Águas litorâneas (mar territorial): Lei 8.617/93 a qual estabelece – 12 milhas marinhas de largura e de 12 as
200 milhas compreende a zona econômica.
f) Espaço aéreo;
g) Plataforma continental: Lei 8.617/93 (art. 11) leito e o sub-solo das áreas submarinhas.
- Território ficto: embaixadas, aviões e navios. (privilégio de extraterritoriedade).
Chefes de Estado e agente diplomáticos.
4.3. Elemento Formal: Poder
Poder político e jurídico do Estado. 
Soberania:
- Emocional
- Jean Bodin: - Absoluto
 - Perpétuo
- Rousseau: “Contrato Social”: - Inalienável - Vontade Geral.
 - Indivisível - Participação de todos.
- Revolução Francesa: Soberania Nacional.
“Poder incontrastável de querer coercitivamente fixas competências.”
“O poder de decidir em última instância sobre a atributividade das normas.”
- Características: - Una
 - Indivisível: universalidade de fatos.
 - Inalienável.
 - Imprescritível.
- Justificação: Teocráticas/Democráticas:
- Interno – Poder superior.
- Externo – Independência.
5. Conclusão:
“O Estado é uma sociedade à base territorial dividida em governantes e governados, e nos limites de seu território
pretende a supremacia sobre todas as instituições.” (Ricardo Fiuza).
Exemplo: Igreja/Estado: Impostos ou Guerra.
Atualmente no Brasil chamamos de País Brasil e Estado representa uma das Unidades da Federação. 
Em Teoria Geral do Estado e da Constituição quando fala-se em estado entenda-se país.
Competência: - União 
- Estados 
- Municípios 
6
História do Direito 
Prof.ª Ana Paula Liberato
CONCEPÇÕES DIREITO X JUSTIÇA
Direito Lei Justiça
Conjunto de normas existentes em
uma Comunidade, Sociedade ou
Estado, oriunda da manifestação
dos interesses sociais. Constituium
reflexo dos anseios da Coletividade
materializado em uma norma de
conduta.
(Agir/Dever-ser/ Direito Dever)
Norma escrita imposta por um poder Ulpiano: “dar a cada um o que é seu
de direito ”
- Naturalismo, juspositivismo,
positivo
Efeitos:
 Cogência 
 Vinculante
Igualdade formal 
X
Igualdade material
- Directum:
 jussun (mandar)
 justum (justiça)
- Grécia – Diké (justiça)
Norma Jurídica:  Lei 
  Regra
  Enunciado
7
História do Direito 
História do Direito 
Prof.ª Ana Paula Liberato
 BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS
 “ Para ampliar o cânone da diferença e do multiculturalismo”
CULTURA:
 Criação baseada em critérios de valor estéticos, morais ou cognitivos.
 Universais.
 1980: Cultura passa a ser considerada como um repertório de sentido ou de significados partilhados pelos
integrantes de uma sociedade, associados à diferenciação e hierarquização padronizadas.
PLURALIDADE CULTURAL:
 “Totalidades complexas que se confundem com as sociedades, permitindo caracterizar modos de vida
baseados em condições materiais e simbólicas.
 Coleções de culturas que permitem reunir, classificar e nomear autenticamente as instituições culturais.
 Visão eurocêntrica da universalidade e diversidade.
 “Sociedades coincidentes com espaços nacionais e com os territórios sob a autoridade de um Estado –
estruturalmente diferenciadas que “têm” cultura e as “outras” Sociedades “pré-modernas” ou “orientais” que
“são culturas”. (Boaventura de Sousa Santos).
MULTICULTURALISMO:
 Descrição das diferenças culturais e dos seus modos de inter-relação dentro do Estado-Nação e além das
fronteiras globalizadas.
 Visão eurocêntrica racista.
 “O multiculturalismo é um racismo que esvazia a sua própria posição de qualquer conteúdo positivo (o
multiculturalista não é um racista direto, ele não opõe ao outro os valores particulares da sua própria cultura), mas não
obstante conserva a sua posição enquanto ponto vazio privilegiado de universalidade a partir do qual se podem
apreciar (e depreciar) de maneira adequada outras culturas em particular – o respeito multiculturalista pela
especificidade do outro é ele próprio a forma de afirmar a própria superioridade” (ZIZEK, 1997, pg. 44).
 Direitos coletivos reconhecidos pelo Estado-Nação e subordinados à hegemonia constitucional.
 Multiculturalismo é descritivo e apolítico não se preocupando com as desigualdades ou exclusões culturais,
é padronizado, reforça o sentido de superioridade ( segue o modelo “United Colors of Benetton).
 O multiculturalismo é detectado a partir dos intelectuais, no âmbito dos estudos culturais e pós-coloniais
eurocêntricos – intelectuais orgânicos,segundo Gramsci.
 Crítica ao uso de conceitos hegemônicos como Cultura e Multiculturalismo para descrever e diferenciar
contextos e experiências oriundos de concepções de mundo diferenciadas, nas quais os aspectos culturais,
econômicos, sociais ou políticos podem ou não exercer influências.
 RUSTOM BHARUCHA propõe o nascimento do conceito de INTRACULTURALIDADE, que consiste no
modo de lidar com a heterogeneidade, a desigualdade e a diferença dentro de espaços nacionais, apresenta
uma proposta emancipatória baseada no princípio de “viver juntos e lutar juntos”. A Intraculturalidade
permite a construção, ligação e associação enquanto espaços de contato que propiciem a discordância, os
conflitos, as negociações é o “Direito de sair”. Na Intraculturalidade não prevalecem os imperativos de
inclusividade, “temos de viver juntos” em nome da paz e da justiça.
 O conceito de multiculturalismo generalizou-se como modo de designar as diferenças culturais em um
contexto transnacional global.
8
 Versão Emancipatória do Multiculturalismo: DIREITO À DIFERENÇA ( “Reconhecimento da diferença,e do
direito à diferença, e da coexistência ou construção de uma vida em comum além de diferenças de vários
tipos”).
 
 Cultura emancipatória do Norte apegada ao capitalismo e à mercantilização.
 A cultura nesse contexto estaria diretamente relacionada com os fatores culturais, econômicos e
políticos.
SUJEITO COLETIVO: 
 Necessidade de reconhecimento de sua existência.
 Atores coletivos distintos.
 Lutas distintas.
 Nascimento de políticas contra-hegemônicas.
 “Diversidade de Localizações” + “Diversidade de Temporalidades e Subjetividades”.
 Crítica aos padrões capitalistas liberais e marxistas globais, conjuntamente com o questionamento
do papel da descolonização e da Independência de Novos Estados.
 BORDIEU: “Contradições de Classes” – Contraposições do não-estatal com o Estado, do
Tradicional com o Moderno. “As reivindicações de justiça, de reconhecimento da diferença ou da
cidadania serão inteligíveis apenas na linguagem do Estado moderno e da cidadania moderna,
independentemente dos sujeitos coletivos que a formulam. A resistência e as alternativas terão
possibilidades de sucesso apenas na medida em que sejam capazes de alcançar esse
reconhecimento e essa legitimidade por parte do Estado” (Boaventura de Sousa Santos).
 Formas culturais locais X Formas políticas importadas.
 Caráter negativo e reativo, sem os quais as formas culturais determinam o retorno ao tradicional.
 Necessidade de resistência.
 Função de contraposição da cultura em face da dominação e exploração capitalista.
 “Reconhecimento da diversidade que permite a emergência de novos espaços de resistência e
de luta e de novas práticas políticas.” (Boaventura).
 POLÍTICA CULTURAL: “Processo acionado quando conjuntos de atores sociais formados por, e
incorporando, diferentes significados e práticas culturais entram em conflito entre si” (ÁLVAREZ).
 POLÍTICA MULTICULTURAL: “Conjunto de iniciativas e formas de mobilização e de luta que
ocupam o espaço entre a resistência e a mobilização” (FOX e STARN).
 SUBPOLÍTICA: Ulrich Beck.
 SUBPOLÍTICA GLOBAL e CONTRA-HEGEMÔNICA: Boaventura de Sousa Santos.
TEORIA DA TRADUÇÃO:
9
 Instrumento que permite entender as atuações coletivas e locais a partir de experiências distintas
e recursos diferentes.
 “Diferentemente de uma teoria geral transformadora, a teoria da tradução mantém intacta a autonomia das
lutas em questão como condição para a tradução, dando que só o que é diferente pode ser traduzido.
Teoria mutuamente inteligível significa identificar o que une e é em comum a entidades que estão
separadas pelas suas diferenças recíprocas. A teoria da tradução permite a identificação de um campo
comum em uma luta indígena, uma luta feminista, uma luta ecológica, etc., sem fazer desaparecer em
nenhuma delas a autonomia e a diferença que as sustenta.” (Boaventura).
 Estratégias de atuação – Sociologia das ausências:
1. Apresentação estratégica transgressiva e subversiva de conceitos eurocêntricos.
2. Propõe conceitos alternativos baseados em estratégias de Hermenêutica diatópica (análise das
culturas e valores isenta de superioridade ou hierarquia).
 A teoria da tradução permite uma visão crítica ou emancipatória de projetos culturais, contrapostos ao
APOLITISMO dos multiculturalismos celebatórios.
 Técnicas de atuação da Teoria da Tradução:
1. Construções narrativas de historiografias e discursos emancipatórios “alternativos” ou
“subalternos”, (expressão de Gramsci), com origem nativo ou local.
 “Identificação com sintoma” – análise dos efeitos do capitalismo global na sociedade e
identificação dos focos de denúncia e resistência.
2. MULTICULTURALISMO POLICÊNTRICO – Reconhecimento das culturas e suas limitações,
concebendo a igualdade fundamental entre os povos. 
“ Processos de hibridização ou de mestiçagem que, a partir de recursos de origem diversa, local
ou translocal, criam formas “autóctones” ou “nativas” de representação ou teorização de
experiências, de horizontes e de práticas emancipatórias, apontam formas possíveis, sempre
ligadas a experiências históricas específicas”. (Boaventura – pg. 42).
 Teoria da Tradução permite processos emancipatórios culturais, sem pecar no tratamento eurocêntrico de
“Direitos”, “Cidadania”, e “Multiculturalismo”, que ao invés de propiciar a igualdade material, propicia a
perpetuação da desigualdade.
 “A Teoria da Tradução igualmente permite identificar as diferentes formas sociais que as lutas
emancipatórias assumem e os diferentes que elas utilizam. A defesa da diferença cultural, da identidade
coletiva, da autonomia ou da autodeterminação podem, assim, assumir a forma de luta pela igualdade de
acesso a direitos ou a recursos, pelo reconhecimento e exercício efetivo de direitos de cidadania ou pela
exigência de justiça. Ela pode tomar a forma de defesa e promoção de quadros normativos alternativos,
locais ou tradicionais, de formas locais ou comunais de resolução de conflitos ou de exigência de integração
plena, como cidadãos no espaço do Estado-Nação e de acesso, sem discriminações, à justiça oficial estatal.
Ganha sentido mais preciso, assim, a idéia de “Cidadania Multicultural”. (Boaventura, pg. 43).
 Cidadania Multicultural: Espaço privilegiado de luta pela articulação e potencialização mútuas do
reconhecimento e da redistribuição. (Will Kymlicka)
HERMENÊUTICA DIATÓPICA:
 Capacidade de interpretar os projetos multiculturais, opostos ao apoliticismo, capaz de propiciar uma
concepção de Intraculturalidade.
 “A sua adequação a diferentes situações, experiências e lutas terá de ser avaliada pragmaticamente e não é
possível determinar uma superioridade ‘intrínseca’ de uma ou de outra”.
TESES:
10
Tese 1: “ Diferentes coletivos humanos produzem formas diferentes de ver e dividir o mundo, que não obedecem
necessariamente às diferenciações eurocêntricas como, Poe exemplo, a que divide as práticas sociais entre a
economia, a Sociedade, o Estado e a cultura, ou a que separa drasticamente a natureza da sociedade. Está em curso
uma reavaliação das relações entre essas diferentes concepções do mundo e as suas repercussões no Direito e na
Justiça.”
Tese 2: “Diferentes formas de opressão ou de dominação geram formas de resistência, de mobilização, de
subjetividade e de identidade coletiva também distintas, que invocam noções de justiça diferentes. Nessas
resistências e em suas articulações locais/globais reside o impulso da globalização contra-hegemônica.”
Tese3: “A incompletude das culturas e das concepções da dignidade humana, do direito eda justiça, exige o
desenvolvimento de formas de diálogo (a hermenêutica diatópica) que promovam a ampliação dos círculos de
reciprocidade.”
Tese 4: “As políticas emancipatórias e a invenção de novas cidadanias jogam-se no terreno da tensão entre igualdade
e diferença, entre a exigência de reconhecimento e o imperativo de redistribuição.”
Tese 5: “ O sucesso das lutas emancipatórias depende das alianças que os seus protagonistas são capazes de forjar.
No início do século XXI essas alianças têm de percorrer uma multiplicidade de escalas locais, nacionais e globais e
têm de abranger movimentos e lutas contra diferentes formas de opressão”.
GLOBALIZAÇÃO CONTRA-HEGEMÔNICA: “Baseada na constituição de cidadanias emancipatórias que articulam o
local e o global por intermédio de redes e de coligações policêntricas.”
DIREITO À DIFERENÇA: “Defender a igualdade sempre que a diferença gerar inferioridade, e defender a diferença
sempre que a igualdade implicar descaracterização” 
11
História do Direito 
Prof.ª Ana Paula Liberato
MODERNIZAÇÃO REFLEXIVA
Autores: Ulrich Beck
 Antony Giddens
 Lash 
- propõe analisar a modernização reflexiva como um novo aspecto a substituir a tradicional discussão entre
modernidade e pós-modernidade, neste assunto a destradicionalização assume fundamental importância, não como a
ausência de cultura, mas como as novas adaptações que a cultura deve efetivar em uma sociedade de risco, na qual
os seres humanos não possuem mais certeza da sua existência no ambiente.
- ambiente deve ser entendido como um espaço que sofre interferências culturais, na medida em que não pode
afastar a interferência da cultura na sua utilização “natureza transformou-se em áreas de ação nas quais os seres
humanos têm de tomar decisões práticas e éticas. A crise ecológica abre uma grande quantidade de questões
relacionadas essencialmente à plasticidade da vida humana atual- o afastamento do destino em tantas áreas de
nossas vidas.” Ulrich Beck
- 1989 constitui um marco do fim do comunismo e permanência e manutenção da hegemonia capitalista ocidental
frente ao leste, até quando? A modernização reflexiva significa uma desconstrução da Revolução Industrial em busca
de um novo paradigma correlato às novas realidades sociais, os atores passam a ser representados pela vitória da
modernização ocidental.
Período industrial→ sociedade de risco→ sociedade reflexiva
MODERNIZAÇÃO MODERNIZAÇÃO REFLEXIVA e SOCIEDADE DE
RISCO
- Desincorporação das formas sociais tradicionais e
reincorporação das formas sociais industriais
- Modernização da modernização
- desincorporação das formas sociais industriais e
reincorporação de uma nova modernização
- “Este novo estágio, em que o progresso pode se
transformar em autodestruição, em que um tipo de
modernização destrói outro e o modifica, é o que eu
chamo de etapa de modernização reflexiva”. – Ulrich
Beck
- Sociedade indusrial rumo a uma nova era, que não
precisa nascer da dor, mas de desastres e experiências
amargas como a que ocorreu no leste europeu.
- comparação internacional e intercultural como novos
pressupostos
- sociedade do risco – “ uma fase do desenvolvimento da
sociedade moderna, em que os riscos sociais, políticos,
econômicos e individuais tendem cada vez mais a
escapar das instituições para o controle e a proteção da
sociedade industrial”
1 etapa – sociedade do risco residual – permanece a
sociedade industrial com aumento das ameaças
produzidas para tomada de decisões
2 etapa- sociedade do risco – “sociedade ainda toma
decisões e realiza segundo o padrão da velha sociedade
industrial, mas, por outro, as organizações de interesse, o
sistema judicial e a política são obscurecidos por debates
e conflitos que se originam do dinamismo da sociedade
de risco”
12
- autoconfrontação da sociedade de risco que não podem
ser tratados e assimilados no sistema das sociedades
industriais.
- reflexiva deve ser entendida como autoconfrontação e
não reflexo (= identidade), constitui a capacidade de
desenvolver críticas próprias
- “A sociedade de risco não é uma opção que se pode
escolher ou rejeitar no decorrer de disputas políticas. Ela
surge na continuidade dos processos de modernização
autônoma, que são cegos e surdos a seus próprios
efeitos e ameaças. De maneira cumulativa e latente,
estes últimos produzem ameaças que questionam e
finalmente destroem as bases da sociedade industrial.”
- conflitos da distribuição de bens ( renda, empregos,
seguro social) → conflitos de responsabilidade
distributiva
- sociedade do risco provoca discussões quando a
sociedade moderna não se modifica não se reflete sobre
seus efeitos e continuam políticas semelhantes 
1) relacionamento da sociedade industrial moderna com
os recursos da natureza e da cultura
2) relacionamento da sociedade com as ameaças e os
problemas produzidos por ela
3) fontes de significado coletivas e específicas de grupo
→ transição da libertação individual religiosa e feudal
para o convívio da turbulência da sociedade de risco
- libertação ocorre no welfare state enquanto o Estado
busca educação o indivíduo objetiva sua própria proteção
 
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História do Direito 
Prof.ª Ana Paula Liberato
ERAS DO DIREITO
Autor: Norberto Bobbio
1ª geração 2ª geração 3ª geração 4ª geração
- Estado Liberal
- Direitos Individuais ( civis
e políticos)
- Liberdade
- Constituição 1824 até
CLT (1946)
- Estado Social
- Direitos Econômicos,
Sociais e Culturais
- Igualdade
- CLT (1946) até
Constituição Federal de
1988
- Estado Democrático de
Direito
- Direitos Coletivos e
Difusos
 - Direitos de gênero
- Fraternidade
- Constituição Federal de
1988 até os dias atuais
- Paulo Bonavides
- Sociedade de risco
(Ulrich Beck)
- Direitos emergentes
- modernização reflexiva
- Estado Democrático de
Direito
- Política neoliberal 
Destarte, segundo Bobbio, verifica-se na história três gerações distintas de direitos, a primeira, a segunda e
a terceira geração, que foram responsáveis pela criação da era dos direitos.
A primeira geração instituiu os direitos civis e políticos, ou seja, criou direitos oponíveis contra o Estado, uma
vez que por se tratar de um Estado Liberal, o qual primava pela instituição dos direitos dos indivíduos na sociedade, o
mesmo era ausente, não proporcionando aos indivíduos os direitos fundamentais para o homem.
A Segunda geração criou direitos coletivos ou da coletividade (direitos sociais, culturais e econômicos),
instituindo o Estado Social que visa a igualdade através de uma forte presença do Estado. Trazem em si os direitos
civis e políticos, instituindo os direitos sociais, mantendo a liberdade, mas efetivando um Estado do bem-estar
(Welfare State) através da igualdade.
Já a terceira geração, decorrente dos ideais do final do século XX, criaram direitos inovadores como o direito
ao desenvolvimento, o direito a paz, o direito ao meio ambiente, o direito a comunicação, direito ao patrimônio comum
da humanidade, com o intuito de socializar a vida em sociedade e harmonizar a convivência social.
Logo, os direitos tais como são concebidos hoje, são fruto de uma evolução histórica, a qual criou eras
(fases) bem definidas, legando ao homem não só os direitos individuais, civis e políticos, mas acima de tudo, os
direitos coletivos e os direitos difusos.
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JUSNATURALISMO
- Ausência na distinção entre leis humanas e naturais, sendo um misto.
1) Pré-Socráticos  princípios baseados na razão humana ara reger as leis da natureza (racionalismo).
2) Platão  direitos naturais como algo místico resultado do sentidosobre o mundo, sendo este absoluto
(idealismo).
3) Aristóteles  observação e experiência para a criação dos direitos naturais (naturalismo).
4) Filosofia estóica  direito natural como a razão que cria a humanidade
Lei natural razão  justiça das leis (jus gentium).
5) Cristianismo  justiça divina na terra (Santo Agostinho).
6) São Tomás de Aquino  Separação entre lei divina e lei racional (natural).
7) Renascimento  direito natural universal fruto da razão humana.]
Direito humano
Direito natural Aplicação/ natural prevalece sobre o humano.
8) Locke  direito natural como garantia contra os atos insanos. Direito Natural como garantia dos direitos
naturais dos cidadãos.
9) Rousseau  autoridade legitimada pelo povo, determinado pelo poder absoluto do direito natural.
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POSITIVISMO
- Europa final do século XIII.
- Doutrina de Augusto Comte (positivismo sociológico  relações recíprocas com único objeto/fato).
- Reconhece apenas o Direito Positivo, sendo o direito vigente e eficaz em determinada sociedade.
- Limitação do direito ao estudo das leis definidas em espaços temporais.
- fato histórico-social coincide com o dever-ser.
(Direitos naturais são o que formam a consciência coletiva - Durkheim).
- Positivismo Jurídico diferente de Positivismo Filosófico.
- Objeto: estudo do direito que vigora em um país
- Causas do surgimento:  Declínio da escola natural
 Fortalecimento e monopólio dos Estados 
Nacionais com a edição do Direito que rege as 
sociedades.
 Ambição dos juristas em equiparar certeza, 
estruturação, validade e resultados obtidos com as 
ciências naturais.
- Direito Positivo é o Direito que rege a sociedade imposto à obediência de todos através do costume, lei ou Sentença
Judicial.
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MARXISMO JURÍDICO
- “O Direito e o Estado estão fadados a desaparecer da face da terra”.
1) Direito e Estado surgem da história da humanidade devido suas causas econômicas.
2) Direitos e Estado tem por finalidade a exploração econômica da classe dos trabalhadores, ou proletária, por
parte da casse capitalista ou burguesa.
3) Direito e Estado estão condenados a desaparecer da face da terra, quando desaparecem as causas -
exploração do trabalhador pelo capitalismo – que os fizeram nascer.
4) Revolução Proletária triunfante é que suprime essa exploração do homem pelo homem, pela eliminação da
classe capitalista e seu sistema econômico.
5) É a evolução fatal e inevitável, dos fatos econômicos no curso da história da humanidade que prepara,
desencadeia e faz triunfante a Revolução Proletária que destrói o capitalismo, e põe em seu lugar o
Comunismo, cuja primeira etapa é o Socialismo ou Ditadura do Proletariado.
6) Implantando o Socialismo, ou Ditadura do Proletariado, desaparecem o Direito e o Estado.
- Socialismo:  “quem não trabalha não come”
 “a cada um conforme suas necessidades”
- Comunismo:  “de cada um conforme a sua capacidade”
 “a cada um conforme suas necessidades”
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DIREITO NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS
- Cultura:  aspecto normativo
  padrões, regras e valores
  institucionalizar modelos de conduta
- Lei enquanto ponto nuclear de controle social.
- “A lei expressa a presença de um direito ordenado na tradição e nas práticas costumeiras que mantém a coesão do
grupo social” (Wolkmer).
- Apesar de grande parte dos sistemas jurídicos estarem associados ao surgimento da escrita, não se pode afirmar
que estes apenas surgiram nas sociedades evoluídas, uma vez que na pré-história apesar da ausência de regras
escritas já existiam formas de controle social.
- Direito arcaico (Jonh Gilissen)  melhor expressão para refletir o direito em sociedade que não dominavam a
escrita.
- Povos com direito arcaico: populações indígenas na Amazônia, aborígenes da Austrália ou de Nova Guiné, povos da
Papuásia ou de Bornéo.
- Direito arcaico não se apresenta por um conteúdo, mas através da Repetição das Fórmulas (atos simbólicos,
palavras sagradas, gestos solenes, forma dos rituais). 
Formas de surgimento dos direitos nas sociedades primitivas:
  proteção aos deuses.
  laços de parentesco.
Estágios Evolução:  Direito que provém dos deuses
 Direito confundido com os costumes 
 Direito identificado com a lei
Características:  manutenção das regras pela tradição
 direito único que não se confundia com outras formas de 
associação
 cada comunidade possuía suas próprias regras com poucos contrastes
com as demais comunidades.
 multiplicidade de direitos
 contaminação pela prática religiosa (ausência de separação entre o
preceito sobrenatural e o de caráter jurídico).
 
- “Costume de épocas arcaicas assume um caráter jurídico na medida em que constrangendo garante o cumprimento
das normas de comportamento” (Wolkmer)
- Fontes: costumes deixados pela tradição, preceitos verbais.
- Prioriza a criminalidade impondo formas de castigo e a recomposição da ordem.  Direito civil e direito penal.
  Direito matrimonial.
  Vida Econômica.
- “o Direito é mais um aspecto da vida tribal, ou seja, um aspecto de sua estrutura do que propriamente um sistema
independente, socialmente completo em si mesmo” (Malinowski).
- “A função do direito é canalizar e dirigir os instintos humanos, impor uma conduta obrigatória não espontânea
assegurando a cooperação baseada em concessões mútuas e em sacrifícios orientados para um fim comum. Uma
força nova, diferente das inclinações inatas e espontâneas, deve estar presentep para que esta tarefa seja concluída”
(Malinowski).
- “o direito não é exercido de forma arbitrária e unilateral, mas produto de acordo com regras bem definidas, dispostas
em cadeia de serviços recíprocos bem compensados”.
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- Existência de um direito civil nas sociedades primitivas, já que apesar da ausência de formas de punição religiosa
existiam cadeias de obrigações.
Direito Matrimonial:  parentesco transmite-se pelas mulheres
 linha matriarcal determina os privilégios sociais
 crime incesto
 proibição comércio sexual
 punições severas.
Comunhão de grupos  matriarcado  patriarcado  clã  tribo
Estrutura evolucionista simplista, segundo Gilissen, que não reflete a
realidade, uma vez que não se sabe ao certo, em que momento surgiu o
matriarcado.
Status  contrato
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BABILÔNICOS
- Código de Hamurabi (1759 a.C)  caráter puramente jurídico
- Direito baseado em superstições.
- mulheres com direitos sobre bens idênticos ao do homem, exigindo-se, inclusive, a outorga uxória.
- Sociedade com divisões, não baseadas nas castas (classes):
 Classe dos livres (todos os direitos; propriedade, ofício, comércio
e políticos).
 Classe dos subalternos (direito; somente de propriedade imóvel).
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HINDU
- Direito de castas (Código de Manu).
- Religião Politeísta composta por 33 Deuses (11 no céu, 11 na terra e 11 na região intermediária)
- Rei Representante do poder influenciado pela casta dos brâmanes.
- Fonte do Direito:
1) Sacerdotes, Lei eterna
2) Dharmasastra – livro do direito originado dos sânscritos
- Normas de caráter impositivo, uma vez que é o respeito a lei que permite a manutenção da essência humana após a
morte
“o respeito ás leis é a garantia de não transformação do homem, após a morte, em animal objeto ou planta
daninha” (Jayme Altavilla)
- Proibição de casamento entre pessoas de castas diferentes, por constituir ofensa à lei.
- Castas: Brâmanes, Guerreiros, Pastores, Agricultores, Mercadores e Sudras.
 Parias (sem castas); “indignos ao ponto de quea simples sombra do seu corpo bastava para tornar
impura a alma da pessoa por ela alcançada”
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-Fontes do direito hindu:
1) Dharma – conceitos hindus do direito (deveres). Apresenta um conjunto de regras que o homem deve seguir
em razão da sua condição na sociedade (Moral, religião e civilidade)
- Veda – verdades de cunho moral e religioso, escritos em livros sagrados
- Tradição
- Costume
2) Código de Manu – compilação de leis que sintetizam as primeiras regras de organização social (codificação
dos Dharmas)
- Primeira organização geral da sociedade feita pelo Rei Manu, influenciada por forte motivação religiosa e
política.
- Código dividido em 12 títulos, além da parte geral e das disposições finais.
- Mulher sem direitos próprios, constituindo objeto de representação. “uma mulher está sob a guarda do seu pai
durante a infância, sob a guarda do seu marido durante a juventude, sob a guarda de seus filhos durante a
velhice, ela não deve jamais conduzir-se à sua vontade”
- O Código de Manu prevê punições físicas, mutilações e pena de morte.
Direito Hindu Direito Indiano
- Direito antigo e originário, anterior ao direito indiano - Direito contemporâneo
- Direito conservador -Direito laico e nacional
- Direito baseado na tradição e na religião - inspirado da “commom law”
- Fontes do direito: dharma(dever); veda(tradição) e
costume
- sistema jurídico de origem estatal
- caráter das normas: moral, direito, religião e civilidade - direito desvinculado da religião
- Código de Manu - Direito territorial da Índia moderna
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 Faraó.
 Sacerdotes: Superior.
 Sacerdotes: Inferior.
 Militares, Burocratas, 
Comerciantes e Artesões.
 Camponeses.
 Escravos.
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EGITO
 Situado no Nordeste da África
 Dividido em Alto, Médio e Baixo Egito.
 Fundado pela fixação de povos em volta do rio Nilo.
 Rio Nilo, muito importante historicamente e economicamente. Fartura de alimentos (acreditavam que suas
cheias por serem estáveis e regulares eram controladas por um Deus).
 Religião Politeísta (acreditavam em vários Deuses)
 Poder Divino = Faraó, líder supremo que além de rei, era considerado um Deus vivo.
Sociedade:
 Divida em castas.
 
Política: (Faraó)
 Sistema Teocrático ( Controle da economia, administração, religião e ditando as normas de conduta).
 Soberano e Controlador.
 Considerado uma encarnação divina.
 Ditava as leis e os oficiais garantiam que fossem cumpridas;
 Hereditariedade (O Filho assumia o poder com o pai ainda vivo);
Escrita:
 Hieroglífica. (Primeiro indício de complexidade no Direito Egípcio)
 Surge com a dificuldade em administrar um “verdadeiro” Estado (pois havia muitas pessoas espalhadas pelo
Vale do Nilo que deviam obediência ao Faraó). 
Direito:
 Direito escrito em hieróglifos, porém não codificado. (Superou o poder da Memória).
 Consuetudinário (Regras e Normas ligadas a Cultura e Religião).
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 Principio de justiça divina;
 Faraó (Tomava as decisões de Justiça, Encarnação e Fonte do Direito);
 Corpos de lei (Direito Adjetivo e Direito Substantivo);
 Consagração de um principio de justiça simbolizado pela figura de uma deusa chamada Maat;
Direito Faraônico dividido em três grandes épocas:
1)Direito do Antigo Império
 Primeiro Sistema Jurídico( História da Humanidade); 
 Todo o poder pertence ao rei (Faraó);
 A Nobreza Feudal desapareceu;
 O faraó (rei) governa com seus funcionários;
 Lei, principal fonte do Direito (Nenhum exemplo encontrado dela); 
 Todos os habitantes são iguais perante o Direito;
 Marido e mulher são colocados em pé de igualdade;
 Revolução para o Regime Senhorial;
2) II e III Períodos do Antigo Egito ( Médio e Novo Império)
 Renascimento da centralização do poder e do direito individualista;
 Apaga-se o sistema jurídico individual( Assiste o desenvolvimentoso do segundo período senhorial); 
 Sistema jurídico(cada vez melhor e conhecido);
 Descobertas de numerosos papiros; 
 Possibilifdade do conhecimento da organização (Administração e judiciária, sobretudo direito privado da
época). 
Egípcios
- Direito Consuetudinário
- Existiam corpos de lei de Direito Adjetivo e de Direito Substantivo.
- Rei como a encarnação e a fonte do direito.
”Senhor do Direito, isto é, a encarnação e fonte de toda ordem, saberes jurídicos, que castiga os malvados e protege
os díbeis” (Guilherme Oncken).
- Sistema Teocrático  Rei (Faraó) detinha todos os poderes do Estado (administração, religião, justiça e guerra).
“Sacerdote, juiz e guerreiro, o faraó, cercado do prestígio dos Deuses, era um ente sobrenatural, perante o qual os
súditos só se podiam aproximar com o rosto na poeira, cheirando a terra, dizem os textos” (Antônio G. Matoso).
- Direito com profunda influência religiosa das percepções do faraó.
- Sociedade dividia em castas:  Sacerdotes: superior e inferior
 Militar
 Agricultores, Comerciantes e artesões.
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HEBREU
- Lei de Moisés  caráter religioso.
- Direito baseado em aspectos éticos
- Sistema teocrático (Supremo governo de Deus)
- Direito individualista (manifestação subjetiva do indivíduo baseado na entidade espiritual e moral, da qual a religião é
a base).
“A lei está no coração e na boca do homem”.
- Instrumento coercitivo e intimidativo, os limites da ação de fazer e não-fazer.
- Princípio da justiça eqüitativa e distributiva.
- Busca da idéia de Justiça social (não é dado ao homem orientar-se segundo suas vontades, mas com base nas leis
de Deus).
“O homem, pois, que se houver soberanamente, não dando ouvindo ao sacerdote, que ali está para servir ao Senhor
teu Deus, nem ao Juiz, esse homem morrerá e eliminarás o mal de Israel, para que todo o povo o ouça, tema e jamais
se ensoberbeça” (Dt. 17: 12-13).
- Sociedade com divisões, não baseadas nas castas:
 Alta
 Média
 Baixa
- Fontes do direito hebraico:
1) Bíblia - Pentateuco ou Thora (para os judeus)
-Composto por cinco livros: 
a) Gênese – a criação
b) Êxodo – estada no Egito e a volta a Canaã
c) Levídico – prescrições religiosas e culturais
d) Números – organização da força material 
e) Deuteronômio – codificação dos antigos costumes, mantendo tradições de direito público e direito familiar
- o Pentateuco ainda era composto por:
i) profetas – livro que descreve a história
ii) Hagiógrafos – costumes e instituições
2) Tanak- livro sagrado que deu origem a bíblia
3) Michna- lei oral criada com base nas opiniões dos rabinos sobre matérias jurídicas e religiosas (compilação
de natureza confusa)
4) Guemara – Comentários e interpretações da Michna feita por inúmeros rabinos
5) Talmud – Reunião da Guemara e do Talmud - tradição oral. Textos jurídicos e religiosas com numerosos
textos que dizem respeito à medicina, história, astronomia, às ciências em geral
6) Código de Aliança – prescrições religiosas, com regras relativas ao direito penal, reparação de danos
baseadas no Código de Hamurabi
7) Decálogo – 10 mandamentos
8) Lei Mosaica- regras de sanção em caso de descumprimento dos 10 mandamentos
9) Codificação medieval e moderna- síntese e sistematização do talmud
10) Código de Caro – Codificação definitiva impressa em 1567 por Joseph Caro
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GREGOS
- Cidades-estados politicamente independentes entre si (plural)
- Integração cultural (sólida tradição de unidade)
- Poder patriarcal  poder de proteção e decisão
- Direito com validade igualitária para todos os cidadãos.
- Direito Ocidental correlaciona-se com a polis grega.
“O direito é filho da pólis, na qual se viveu uma experiência intelectual, política e jurídica que alterou completamente,
na historiam os modelos de relação entre o poder constituído no Estado e a população por este governada”.
(CERQUEIRA,Fábio Vigara. Origem do Direito Ocidental na Polis Grega - artigo).
- Indícios de um tratamento democrático existente na polis.
- Direito Grego avança conjuntamente com a evolução da cidadania.
* Aristocracia:  realiza apenas funções religiosas (arconte basileus).
  polemarco – militar
  arconte – administrativa
- poder objetiva a criação de uma ordem pública.
- poder não se identifica mais na pessoa, mas sim na função.
- escolha dos sujeitos que irão exercer a função através de eleição que determina o exercício do cargo por prazo
determinado.
- o poder do Estado deveria estar sujeito ao interesse público e que esse público (a comunidade cidadã) deveria
exercê-lo por si mesmo, e não delegar a uma autoridade real com poderes ilimitados.
- público (Grupo de Cidadãos) cidadãos ricos com o monopólio de funções militares, administrativas e religiosas.
* Democracia: 
- Direito como um mecanismo de garantia de que as relações entre Estado e os indivíduos, apenas os indivíduos do
sexo masculino e da categoria dos cidadãos, se baseavam no princípio da equanimidade. 
* Sentido intelectual da universalidade da Justiça.
* Direito como coisa pública, confeccionada e controlada pela Comunidade.
* Participação e controle da Justiça.
“Louis Gernet”
Pré-Direito Direito
Direito Arcaico – Autoritário (século VII a.C.). Democracia (Isonomia) – século VIII a IX a.C
Realeza e Aristocracia Decisão escrita da sociedade
Idéias mágico-místicas Lei registrada e de domínio comum
Culpa como algo contagioso que maculava os sujeitos
que convivessem com o autor do delito
Conhecimento da lei com caráter público
Delito fruto da influência sobre-humana. Estado com direito de vingança da lei.
Acusações Sumárias Limita-se a realização de justiça com as próprias mãos
Ausência de procedimentos para defesa Lei válida para todos os cidadãos, independentemente
de ser pobre ou nobre.
Justiça exercida por delegação divina Definição de procedimentos regulares
Direito influenciado pelos interesses particulares das
famílias influentes.
Acusados com Direito de Defesa
Leis baseadas na tradição Tribunais Populares
Transmissão oral para repasse Democratização e humanização da Justiça.
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Apenas um restrito grupo tinha direitos de interpretá-las Escolha dos juízes por sorteio, com cargo de 1 ano
Desenvolvimento da profissão de advogado
Punição com caráter individual.
Monarquia Aristocracia Democracia (isonomia)
Poder privado do Rei Século VIII a.C. Século VIII a IV a.C.
Autoridade real com poderes
ilimitados.
Poder Público dos cidadãos Poder público com circulação do
poder
Poder autocrático Cidadãos (ricos com monopólio das
funções militares, administrativas e
religiosas).
Cidadãos (excluídos os escravos,
estrangeiros e mulheres).
Direito autoritário fruto de uma
prerrogativa real.
Poder não se identifica na pessoa,
mas no cargo, escolhido por eleição
por tempo determinado.
Exercício do poder em prol da
vontade pública da maioria dos
cidadãos.
Justiça nas mãos da elite que
determina um grave problema
social.
Garantia de igualdade perante a lei.
Permite participação, evitando
concentração do poder.
Cidadãos em algum momento da
vida atuam como governantes.
Poder participativo de governante e
governado
Direito como mecanismo de garantia
equânime das relações entre Estado
e indivíduos.
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ROMANOS
- Estado Unitário
- Poder do “pater familias” (chefe domus)
 ‘filli familias’
 Gens (territóriom costumes, leis próprias).
- A evolução da sociedade determinou o nascimento da civita, que se caracteriza por um centro de defesa comum.
- Escolha de um governante ente os chefes das gentes (Realeza – 510 a.C.)
 Poder Executivo: chefe exército, função religiosa, 
administrativas e judiciárias.
 Senado: conselhos do Rei.
 Comícios representados por cúrias – função legislativa
- Direito Positivo Jus – Direito Subjetivo (faculdade)  Actio: “jus actionum” (conjunto de regras que o cidadão
deveria seguir para garantir o direito)
- Cada direito correspondia uma ação (meio processual) para sua defesa.
- Competência do foro domicílio do réu. 
- Competência magistrados:  Território
 Natureza
 Valor
 Condições das pessoas
 Grau hierárquico
 Período da história do processo civil:
1) Processo das ações das leis (legis actiones)  direito correspondente a uma ação tutelada
pelo Rei que concentrava os poderes religiosos, militares, civis.
2) Processo formulário (per formulas)  fórmulas abstratas previstas no edito do pretor, julgada
pela iudex popular.
3) Processo extraordinário (cognitio extraordinaria)  processo passou a se desenvolver
perante um magistrado-funcionário (poder estatal).
- Ausência de autonomia do processo  vinculação à experiência
- Titular da ação  sujeito que apresentasse um direito material existente.
Direito (objetivo ou subjetivo) Ação  Jurisdição: Contenciosa ou Voluntária  Processo.
Realeza República Principado Dominato
Rei concentrava poderes
religiosos, civis e militares
auxiliado pela casta dos
Sacerdotes.
- 1ª Fase:
Magistratura 2 cônsules
- Magistrados municipais
(menor importância)
-Juízes (funcionários
públicos):
1ª Instância -inferiores
2º Instância -
superiores
Ausência de separação
entre direito (jus) e religião
(fas).
- 2ª Fase: 
Cônsules (jurisdição
graciosa)
Pretor (Jurisdição
contenciosa)
Edis curius (animais e
escravos)
Pretor peregrino
(estrangeiros).
- Pretor (maior
importância)
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Processo Civil Romano
- Processo Civil Romano: - conjunto de regras que o cidadão deve seguir para 
realizar seu direito.
- JUS: Direito Subjetivo (Faculdade).
- Ação: particular possui o direito subjetivo para movimentar o processo que concretiza a defesa dos
direitos.
Ação  jurisdição (contenciosa/gratuita)  Processo
- Cada direito corresponde a uma ação específica.
Fases: 1ª-) Processo das ações da lei (legis actiones)  realeza
 2ª-) Processo Formulário (per formulas)  república
 3ª-)Processo Extraordinário (cognatio extraordinaria)  dominato
- Passagem da Justiça Privada para a Justiça Pública.
1ª) Vingança Privada  Lei das 12 tábuas “olho por olho, dente por dente”  Realeza
2ª) Arbitramento Facultativo  acordo entre as partes  árbitro/ toda a história.
3ª) Arbitramento Obrigatório  processo formulário  perante árbitro escolhido/ República
4ª) Justiça Pública  Processo Extraordinário/ juiz enquanto funcionário do Estado  
 Dominato
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GERMANOS
- Unidade política existente em cada núcleo independente.
- Nascimento de uma confederação de direito público.
- Poder patriarcal  poder de proteção, decisão.
- Conjugação da família formava um conselho ou tribunal doméstico com poderes superiores ao “pater familias”.
- Classes:  Nobres
 Livres
 Semi-livres
 Escravos
- Concepção divina dos Deuses que dirigiam o destino humano.
Direito Primitivo  Estado
- caráter primitivo - Tutor da Paz
- Sacrifício humano - Sinônimo de direito
DIREITO BÁRBARO
- lei de talião
- ausência de distinção entre dolo, culpa e caso fortuito.
- condenação decorrente do fato e não de aspectos subjetivos da conduta
- ordálias, ou juízo de Deus (prova de água fervente de ferro de lutadores profissionais).
- Duelos judiciários  solução dos litígios pessoalmente ou atreves de lutadores profissionais.
- Prevalência da autoridade do Estado frente aos abusos de vingança privada.
- Composto pelos costumes.
- Ausência de normas escritas.
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Direito Brasileiro
1) Direito Colonial: (1500 - 1808)
2) Direito Imperial (1808 - 1891)
3) Direito Republicano(1891 - )
 1889
- Origens:  Bula Intercoetera* (1493) ..........Direito assegurado ao Rei da 
 Espanha sobre terras e outras 
 descobertas
  Tratado de Tordesilhas* (1494) ......Divisão das terras descobertas 
 entre Espanha e Portugal.
  Igreja Católica
* Portugal e Espanha - Tratados
- Legislação Eclesiástica:  Bula 1506 – Direitos de Portugal sobre o Brasil
  Bula 1551 - ratifica Bula 1506
 -Legislação Civil:  contrato de arrendamento (Fernando Noronha)
 2 alvarás determinando a entrega das terras aos 
 colonizadores
 3 cartas régias de caráter administrativo criadas por 
 Martim Afonso de Souza.
- Governos Gerais: aplicação das normas portuguesas no Brasil, Ordenações Afonsinas (1466), Manuelinas (1521) e
Filipinas (1603).
- Independência:  Imperador criava as leis e as promulgava, aplicando as 
regulamentações portuguesas
  1823, Assembléia Constituinte
  1824, 1º Constituição com 179 artigos
  Poderes: - Executivo
 - Legislativo
 - Judiciário
 - Moderador (“Parlamentarismo às Avessas”)
- Código Criminal: 1830-1832
- Código Comercial: 1850
- Código Civil: 1916
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DIREITO PORTUGUÊS
- Estrutura das Classes:  Clero (Asilo)
 Nobreza
 Povo: Vilões livres
  Vilões semi-livres (semi-escravos)
 Escravos
Influência do Direito Romano/ Visigótico / Canônico e Muçulmano (influencia o nascimento de termos jurídicos, em
especial, os forais).
- Conselhos e Câmaras  funções municipais de exercício de poder, com 
função de neutralidade.
- Forais  Cartas que regulam as relações entre o conjunto de povoadores e habitantes de certa área, cujos terrenos
são considerados daí por diante propriedade plena dos membros da coletividade.
- Cortes:  órgão com função legislativa regidas pelo Soberano
  órgão consultiva
  nascimento 1210 com membros do clero, da nobreza. Em 1254 passam a
contar com membros do povo.
- Lei das 7 partidas: Direito Romano e Canônico. Rei Trovador - D.Dinis 
(anterior a 1320).
- Justiça Régia (1325 - 1385): processo civil e penal.
- Sesmarias (1375): Lei das sesmarias
- Código Sebastiânico (1568 - 1578):  compilação das leis suplementares ou 
extravagantes, não previstas na lei das 
7 partidas, ou seja, normas de origem 
portuguesa.
  compilação de Duarte Nunes de Leão 
(João das Regras).
- Ordenações:  Afonsinas (1446-1521)
  Manuelinas (1521-1603)
  Filipinas (1603-1867)
- Ação Pombalina (1750-1777): regulamentou a Universidade de Coimbra, 
 Direito Pátrio, história do Direito.
- Lei da Boa Razão (1769): base das decisões amparadas no Direito Natural, limitando-se à aplicação subsidiária do
Direito Romano.
- Constituição Liberal de 1820
- Legislação Monzinho Silveira (1780-1849)  função tarifária.
- 1º Código Civil Português (1867-1967)  concepção jurídica burguesa, extinção da propriedade comunal e início da
propriedade privada.
- 1847-1851 movimento da regeneração originado por Marechal Saldanha (Comandante Militar) que objetivava
permitir o voto do povo.
32
História da Ocupação Territorial Brasileira
1) Sesmarias Medievais Portuguesas (1350)
2) Sesmarias no Brasil (1530-1822)
3) Donatarias (1532)
 
4) Regime de Posses Legitimação da posse
5) Terras Devolutas:  Lei 601/1850 (Lei de Terras)
  CF 1891 – Competência Estados
  Teoria do Preço sufuciente - Wakielfield
6) CF 1824 
7) CF 1891  Necessidade e utilidade pública
8) CF 1934  Bem socialmente útil (Duguit 1911)
9) CF 1946  Utilidade pública e interesse social – Bem comum
10) Lei 4054/64 (Estatuto da terra)  Função social da propriedade
11) CF 1967 e Emenda 1/69 (Título Ordem Econômica e Social)
12) CF 1988
13) Função Social da Propriedade:  rural
  urbana
14) Função Ambiental da Propriedade
15) Função Social da Terra
33
	JUSNATURALISMO
	POSITIVISMO
	MARXISMO JURÍDICO
	DIREITO NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS
	BABILÔNICOS
	HINDU
	Egípcios
	HEBREU
	GREGOS
	Pré-Direito
	Direito
	ROMANOS
	Processo Civil Romano
	GERMANOS
	Direito Brasileiro
	DIREITO PORTUGUÊS

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