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aula 02 sistemas processuais e principios resumo 1928565 adriano barbosa 34529040 direito processual penal carreira delegado

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Sistema Processuais e Princípios
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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SISTEMAS PROCESSUAIS E PRINCÍPIOS
Sistemas de Processo Penal. Princípios. Princípios Constitucionais I
Doutrina referência para a nossa aula:
Guilherme NUCCI – Código de Processo Penal Comentado.
Norberto AVENA – Processo Penal Esquematizado.
Nestor TÁVORA e Fábio ROQUE – Código de Processo Penal para Concursos.
Renato BRASILEIRO de Lima – Manual de Processo Penal.
Frederico MARQUES – Elementos de Direito Processual Penal.
Do ponto de vista Histórico, há 3 (três) sistemas de processo penal, a saber:
• Inquisitivo;
• Acusatório;
• Misto.
Sistema Inquisitivo
Teve sua origem no seio do Direito Canônico no século XIII com ampla difu-
são na Europa, inclusive na seara jurídica não religiosa, até o século XVIII.
O sistema inquisitivo tem a sua esteira na Santa Inquisição e nos seus proce-
dimentos em relação aos não cristãos. 
O que mais o caracteriza é a concentração das funções de acusar, defen-
der e julgar em um único ator processual, que assumia o papel de juiz acusador, 
juiz inquisidor.
A autoridade policial é regulamentada pela lei e quando extrapola, responde 
por abuso. Portanto, não cabe que se utilize o termo “interrogatório inquisitorial” 
nos atuais procedimentos policiais.
Aqui, o acusado é mero objeto do processo, não sendo considerado sujeito 
de direitos.
De acordo com a lição de NUCCI, o Sistema Inquisitorial:
“É caracterizado pela concentração de poder nas mãos do julgador, que 
exerce, também, a função de acusador; a confissão do réu é considerada a 
rainha das provas; não há debates orais, predominando procedimentos exclusi-
vamente escritos; os julgadores não estão sujeitos à recusa; o procedimento é 
sigiloso; há ausência de contraditório e a defesa é meramente decorativa”.
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É o denominado Processo Kafiano, de Kafka, no qual o cidadão não sabe 
do que está sendo acusado, desconhece os acusadores, é preso e não sabe a 
razão da prisão, permanece preso e não sabe onde e quem o prende e no final 
ele começa a acreditar que merece estar preso. 
Sistema Acusatório
Caracteriza-se como um actum trium personarum.
Há 3 (três) sujeitos no processo. 
Há presença de atores processuais distintos com contraposição entre acu-
sação e defesa com paridade de armas. E com sobreposição às partes e atua-
ção equidistante e imparcial de um juiz.
Aqui, há uma separação dos papéis de acusar, defender e julgar.
Conforme a lição de BRASILEIRO:
“A separação das funções processuais de acusar, defender e julgar entre 
sujeitos processuais distintos, o reconhecimento dos direitos fundamentais ao 
acusado, que passa a ser sujeito de direitos e a construção dialética da solu-
ção do caso pelas partes, em igualdade de condições, são, assim, as principais 
características desse modelo”. 
Sistema Misto ou Francês
Surge com o Code d’Instruction Criminelle francês, de 1808.
Neste sistema, o processo tem duas fases:
a) uma primeira, marcada pela inquisitoriedade, sendo secreto e sem con-
traditório;
No Brasil, por exemplo, no inquérito policial não há secretismo à luz do art. 
20 do CPP. Está previsto o sigilo das investigações, mas jamais serão secretas. 
As diligências que avançam sobre elementos probatórios sob proteção de orga-
nização criminosa serão sigilosas com controle judicial e acompanhamento do 
Ministério Público (MP). Jamais a polícia procederá as diligências que digam res-
peito a direitos fundamentais do investigado, do indiciado, sem controle judicial. 
A Súmula Vinculante 14 do STF garante o direito de defesa mesmo na fase de 
inquérito policial.
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b) a segunda, uma fase em que há o contraditório e o exercício do direito 
da ampla defesa.
No sistema Misto, conforme NUCCI:
“Num primeiro estágio, há procedimento secreto, escrito e sem contradi-
tório, enquanto, no segundo, presentes se fazem a oralidade, a publicidade, 
o contraditório, a concentração dos atos processuais, a intervenção de juízes 
populares e a livre apreciação das provas”. 
Qual o Sistema Adotado no Ordenamento Jurídico Brasileiro?
Há dois entendimentos doutrinários sobre qual sistema é adotado no Brasil 
que você precisa saber:
I – Sistema Misto, conforme NUCCI:
“É certo que muitos processualistas sustentam que o nosso sistema é o acusa-
tório. (...) Entretanto, olvida-se, nessa análise, o disposto no Código de Processo 
Penal, que prevê a colheita inicial da prova através do inquérito policial, pre-
sidido por um bacharel em Direito, concursado, que é o delegado, com todos os 
requisitos do sistema inquisitivo (sigilo, ausência de contraditório e de ampla 
defesa, procedimento eminentemente escrito, impossibilidade de recusa do con-
dutor da investigação etc.). Somente após, ingressa-se com a ação penal e, em 
juízo, passam a vigorar as garantias constitucionais mencionadas, aproximando-
-se o procedimento do sistema acusatório”. 
II – Sistema Acusatório, conforme BRASILEIRO:
“Quando o Código de Processo Penal entrou em vigor, prevalecia o enten-
dimento de que o sistema nele previsto era misto. A fase inicial da persecução 
penal, caracterizada pelo inquérito policial, era inquisitorial. Porém, uma vez 
iniciado o processo, tínhamos uma fase acusatória. Porém, com o advento da 
Constituição Federal, que prevê de maneira expressa a separação das fun-
ções de acusar, defender e julgar, estando assegurado o contraditório e a 
ampla defesa, além do princípio da presunção de não culpabilidade, estamos 
diante de um sistema acusatório”. 
O delegado de polícia não faz a acusação do investigado. O delegado não é 
parte. O delegado leva a termo o esforço de angariação probatória à luz da lei e 
da CF, mas não se imiscui em nenhuma das teses (se houver). 
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O delegado desenvolve um trabalho técnico distante das partes para que se 
busque e alcance a verdade verossímil, aquela que mais se aproxima do evento 
criminoso que é objeto da investigação e, isso respeitando direitos e garan-
tias fundamentais, entendendo o investigado como sujeito de direitos. Este é 
o momento da investigação da viabilidade do próprio processo. O delegado de 
polícia não investiga para justificar o processo penal. 
Em matéria de sistema processual penal, o sistema brasileiro é essencial-
mente construído sobre os auspícios do contraditório e da ampla defesa. 
Princípios
O princípio, no dizer de NUCCI, in literis:
“É um postulado que se irradia por todo sistema de normas, fornecendo um 
padrão de interpretação, integração, conhecimento e aplicação do direito 
positivo, estabelecendo uma meta maior a seguir”. 
Na Lex Excelsa encontram-se princípios que regem o processo penal pátrio.
Desses, alguns são explícitos, outros são implícitos.
No contexto dos Princípios Constitucionais que regem o processo penal 
há os que são Princípios Regentes, governantes, que coordenam o sistema de 
princípios.
São os mais relevantes para a efetividade do Estado Democrático de 
Direito e garantia dos direitos humanos fundamentais.
Quais sejam:
Princípios Regentes
Os princípios regentes são dois: 
I – Princípio da Dignidade da Pessoa Humana
Princípio Rei. Base sobre o qual todos os direitos e garantias individuais são 
erguidos e sustentados.
O princípio Rei também é denominado princípio sol. 
II – Princípiodo Devido Processo Legal
Amálgama de todos os princípios processuais penais, indicativo da regulari-
dade do processo penal, que tem como corolários a ampla defesa e o contra-
ditório.
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A ampla defesa é própria da ação penal. 
Princípios Constitucionais Explícitos do Processo Penal 
1 – Princípio da não culpabilidade ou presunção de inocência
Art. 5º, LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória;
Garante que o ônus da prova cabe à acusação e não à defesa.
Confirma a excepcionalidade da prisão cautelar.
1.1 – Princípios consequenciais da prevalência do interesse do réu (favor 
rei, favor libertatis) e da imunidade a autoacusação (nemo tenetur se detegere).
Ninguém é obrigado a produzir provas contra si. 
2 – Princípio da Ampla Defesa
Art. 5º, LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acu-
sados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios 
e recursos a ela inerentes.
Ao réu é garantido o direito de se valer de amplos e extensos métodos para 
se defender em face da força estatal (summa potestas).
A um réu que compareça em juízo sem advogado, o juiz é obrigado a cons-
tituir advogado pela Defensoria Pública ou um advogado dativo para garantir a 
liberdade do réu, liberdade que é considerada um bem jurídico de estatura cons-
titucional indisponível. 
Súmula 523 STF
No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua 
deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu. 
Súmula 708 STF
É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da 
renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para consti-
tuir outro. 
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A Súmula Vinculante 14 contempla o do direito de defesa na fase do 
Inquérito Policial: 
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório rea-
lizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exer-
cício do direito de defesa. 
3 – Princípio da Plenitude de Defesa
Art. 5º, XXXVIII – é reconhecida a instituição do júri, com a organização que 
lhe der a lei, assegurados:
a) a plenitude de defesa;
No tribunal do júri busca-se garantir ao réu não somente a ampla defesa, 
mas plena e completa, a mais próxima possível do perfeito. Isso, inclusive com 
emprego de argumentos metajurídicos.
Os argumentos metajurídicos são os emocionais, sociológicos, históricos uti-
lizados no sentido se sensibilizar os jurados.
A plenitude de defesa é diferente de ampla defesa. Todas as vezes que há 
plenitude de defesa haverá ampla defesa. Mas nem todas as vezes em que há 
ampla defesa, haverá plenitude de defesa, que é exclusiva do tribunal do júri. 
����Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.

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