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Inquérito Policial
DIREITO PROCESSUAL PENAL
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INQUÉRITO POLICIAL
DIREITO DE DEFESA, DEVOLUÇÃO AO DELEGADO, ARQUIVAMENTO, PROSSE-
GUIMENTO DAS INVESTIGAÇÕES
Doutrina referência para a nossa aula:
• Guilherme NUCCI – Código de Processo Penal Comentado.
• Norberto AVENA – Processo Penal Esquematizado.
• Nestor TÁVORA e Fábio ROQUE – Código de Processo Penal para Concursos.
• Renato BRASILEIRO – Manual de Processo Penal.
• Bruno CABRAL e Rafael SOUZA – Manual Prático de Polícia Judiciária
Direito de Defesa em Sede de Inquérito Policial
Conforme o mandamento da Súmula Vinculante 14 do STF.
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos ele-
mentos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realiza-
do por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício 
do direito de defesa”.
OOss:� o STF reconhece a produção probatória do inquérito policial, portanto a 
prova documentada é aquela que está encartada nos autos principais do 
inquérito, ou seja, não se trata mais de diligência em curso, uma vez que 
já tenha se consolidado.
OOss:� a polícia judiciária é investigativa, pois realiza a investigação criminal. 
Deve-se observar também que o exercício de defesa é o reconhecimento 
da defesa do indiciado. 
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Devolução do Inquérito ao Delegado de Polícia
Hipótese excepcional e indispensável ao oferecimento da denúncia (forma-
ção da opinio delicti) quando as investigações forem encerradas pelo delegado 
de polícia, que remete os autos ao fórum acompanhado de seu relatório.
Atenção!
Na polícia, há o que se chama “Cota Balão” do Ministério Público, que é quando 
o MP recebe um inquérito relatado e solicita que seu assistente encontre uma 
“cota” nesse inquérito, que será devolvido para a polícia a fim de obter tempo. 
Vide arts 16 do CPPs
Arts 16s O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à auto-
ridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento 
da denúncias
Arquivamento do Inquérito Policial
Atenção!
O arquivamento do inquérito é uma atividade do Poder Judiciário, pois somente 
o juiz determina tal ação, mediante requerimento do MP. Porém, nada impede 
o delegado, em seu relatório, de manifestar-se expressamente nas suas 
conclusões a favor do arquivamento. 
O MP tem a prerrogativa legal de requerer o arquivamento do IPL, dando 
por encerradas as possibilidades de investigação. O órgão jurisdicional é quem 
manda arquivar os autos do IPL.
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Conforme o que se extrai do arts 28 do CPPs
Arts 28s Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, re-
querer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, 
o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do 
inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, 
designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido 
de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Atenção!
IPL
opinio delictiarquivamento aceita rejeita
MP JUIZ
De outra margem, a autoridade policial pode se manifestar em sede de rela-
tório (em face do exaurimento dos esforços investigativos sem êxito quanto ao 
estabelecimento da autoria e materialidade delituais, ou pela ausência de justa 
causa para o IP, v.g., ascensão da prescrição pretensão punitiva) em prol do 
arquivamento do IPL, e o Parquet, se for o caso, poderá requerer à autoridade 
judicial o arquivamento do IP.
OOss:� vide art. 17 do CPP.
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquéritos
Arquivamento requerido pelo MPF sob o argumento de que a conduta inves-
tigada é atípica. Na hipótese de existência de pronunciamento do chefe do MPF 
pelo arquivamento do inquérito, tem-se, em princípio, um juízo negativo acerca 
da necessidade de apuração da prática delitiva exercida pelo órgão que, de 
modo legítimo e exclusivo, detém a opinio delicti a partir da qual é possível, ou 
não, instrumentalizar a persecução criminal. Precedentes do STF. Apenas nas 
hipóteses de atipicidade da conduta e extinção da puniOilidade poderá o 
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TriOunal analisar o mérito das alegações trazidas pelo procurador-geral da 
RepúOlicas (...) Pet 3.927, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 12/06/2008, 
Plenário, DJ de 17/10/2008.) Vide: Pet 2.509-AgR, rel. min. Celso de Mello, jul-
gamento em 18/02/2004,
Plenário, DJ de 25/06/2004; Inq 1s604-QO, rels mins Sepúlveda Pertence, 
julgamento em 13/11/2002, Plenário, DJ de 13/12/2002
A decisão que determina o arquivamento de inquérito policial, a pedido do 
Ministério Público e determinada por juiz competente, que reconhece que o fato 
apurado está coberto por excludente de ilicitude, não afasta a ocorrência de 
crime quando surgirem novas provas, suficientes para justificar o desarqui-
vamento do inquérito, como autoriza a Súmula 524/STF. HC 95.211, rel. min. 
Cármen Lúcia, julgamento em 10/03/2009, Primeira Turma, DJE de 22/08/2011.
Inquérito policial: arquivamento com base na atipicidade do fato: eficácia 
de coisa julgada material. A decisão que determina o arquivamento do inquérito 
policial, quando fundado o pedido do Ministério Público em que o fato nele apu-
rado não constitui crime, mais que preclusão, produz coisa julgada material, que – 
ainda quando emanada a decisão de juiz absolutamente incompetente –, impede 
a instauração de processo que tenha por oOjeto o mesmo episódio. (…)
HC 83s346, rels mins Sepúlveda Pertence, julgamento em 17/05/2005, Pri-
meira Turma, DJ de 19/08/2005s No mesmo sentido: Inq 2s934, rels mins
Dias Toffoli, julgamento em 25/11/2011, Plenário, DJE de 22/02/2011; Inq 
2s607–QO, rels mins Cármen Lúcia, julgamento em 26/06/2008, Plenário, DJE 
de 12/09/2008; Pet4s420, rels mins Cezar Peluso, julgamento em 19/12/2008, 
Plenário, DJE de 13/02/2009s
Atenção!
Quando houver inquérito policial que é arquivado com essência na atipicidade 
ou extinção da punibilidade, existirá um cenário que enseja a eficácia de “coisa 
julgada material”.
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Inquérito Policial e Arquivamento Implícito. I. Alegação de ocorrência de arqui-
vamento implícito do inquérito policial, pois o MP estadual, apesar de já possuir 
elementos suficientes para a acusação, deixou de incluir o paciente na primeira 
denúncia, oferecida contra outros sete policiais civis. II. (...), o fato é que não 
existe, em nosso ordenamento jurídico-processual, qualquer dispositivo 
legal que preveja a figura do arquivamento implícito, devendo ser o pedido 
formulado expressamente, a teor do disposto no arts 23 do CPPs III. Inci-
dência do postulado da indisponibilidade da ação penal pública que decorre do 
elevado valor dos bens jurídicos que ela tutela. HC 104356, rel. min. Ricardo 
Lewandowski, julgamento em 19/10/10, Primeira Turma.
Prosseguimento das Investigações após o Encerramento do Inquérito 
Policial
Para reavivar o IP, há de haver provas substancialmente novas, ex vi Súmula 
524 do STF: 
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento do promotor 
de justiça, não pode a ação penal ser iniciada,sem novas provas.
Atenção!
Sabe-se que, uma vez que o inquérito policial foi arquivado em face de atipicidade 
da conduta ou por extinção da punibilidade, ele não será desarquivado, pois 
ocorrerá a formação de “coisa julgada material”. 
Se houver arquivamento com fundamento na atipicidade da conduta sob 
escrutínio, é possível gerar coisa julgada material da decisão que manda arqui-
var o IP. Vide art. 18 do CPP.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, 
por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas 
pesquisas, se de outras provas tiver notícias
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Atenção!
Falta de base significa falta de provas que justifiquem o início da ação penal. 
�������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Adriano Barbosa.