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Sindrome do domingo a noite

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(In)Satisfação no trabalho
Você conhece a síndrome do domingo à noite?
Por Yuri Machado
		Para a grande maioria da pessoas, o trabalho tem uma conotação negativa. Na maioria das culturas, incluindo a nossa, prevalece a concepção de trabalho como uma espécie de maldição que deve ser evitada a qualquer custo.  Existem algumas possíveis explicações para essa má reputação.
Dentre elas, provavelmente, a mais conhecida seja a passagem bíblica — Gênesis 3:17 — em que Adão é condenado a trabalhar a vida inteira para produzir alimentos. Trabalhar a terra com o suor do próprio rosto teria sido um castigo pela ambição de Adão.
Atualmente, o trabalho ocupa um papel central em nossa vida, sendo responsável por uma série de benefícios, tais como identidade profissional, interação social, propósito, ocupação produtiva do tempo, desafios, status e renda. Vale mencionar que as pesquisas apontam uma forte correlação (0,40) entre satisfação no trabalho e felicidade geral na vida.
As pesquisas realizadas por Mihaly Csiksentmihalyi — um dos fundadores da psicologia positiva e responsável pelo conceito de Flow — e colaboradores demonstraram que experimentamos esse estado de total engajamento com a tarefa com maior frequência  no trabalho do que nos horários de lazer.
Csikszentmihalyi relata que, ao receber um sinal sonoro em seu pager, os participantes da pesquisa que estavam efetivamente trabalhando relataram o estado de Flow (para saber mais leia o artigo Afinal, o que é flow?) com frequência três vezes maior do que quando estavam em atividades de lazer. Não é difícil entender: as pessoas estão diante de desafios e têm a possibilidade de utilizar suas habilidades para realizar a atividade.
Ainda assim,  muitas pessoas responderam que preferem as atividades de lazer. Parece que quando alguém investe a atenção em uma tarefa contra a própria vontade (trabalho entendido como fardo), ocorre um desperdício da energia psíquica. Mais do que nunca, é fundamental identificar as forças pessoais e encontrar atividades que "combinem" com essas forças, que permitam expressá-las no dia-a-dia.
De acordo com a pesquisadora Amy Wrzesniewski, da escola de negócios da universidade de Nova Iorque, existem três orientações para o trabalho: emprego, carreira e vocação.
Na orientação para o trabalho "emprego", a pessoa simplesmente troca sua força de trabalho por uma remuneração. Nesse caso, via de regra, a atividade realizada não produz qualquer tipo de significado ou engajamento, servindo apenas para a sobrevivência.
A orientação para o trabalho "carreira" apresenta algumas mudanças significativas. O colaborador almeja ascensão profissional e, provavelmente, tem alguma expectativa de alcançar cargos de níveis gerenciais, o que exigirá, minimamente, conhecimento de seus talentos de modo a otimizar sua trajetória profissional.
Entretanto é na orientação para o trabalho "vocação" que temos a maior oportunidade de alcançar o bem-estar no trabalho. A vocação no sentido etimológico (origem da palavra vem do verbo latino “vocare”, que quer dizer “chamar”) é, portanto, um chamado. Chamado para a realização! A pessoa chamada se sente impelida ou atraída para aquilo a que justamente é chamada.
É nessa última orientação para o trabalho que está a chave para a realização e a felicidade no trabalho. A vocação faz com que coloquemos o que temos de melhor — nossas forças pessoais a serviço de uma atividade que seja gratificante, que esteja alinhada com nossos valores e que gere engajamento e propósito. Que faça com que a vida valha à pena.
O Instituto Gallup, ao longo dos últimos anos, entrevistou milhões de pessoas com o intuito de descobrir padrões de excelência humana. Uma das 12 perguntas formuladas pelo Gallup é de fundamental importância para o contexto desse artigo: "No meu trabalho eu tenho a oportunidade de fazer o meu melhor diariamente?"
Se o seu trabalho não oferece condições de você fazer o melhor no dia-a-dia, se você com frequência procura no calendário o próximo feriado, se no início da semana você já esta contando os dias para a sexta-feira, enfim, se você percebe seu trabalho como fardo, é sinal de que algo está errado e é necessário mudar alguma coisa.
Você pode estar sofrendo da síndrome do domingo à noite. Talvez você não conheça pelo nome, mas a sensação pode ser familiar: humor deprimido, prevalência de emoções negativas e uma tristeza que vai tomando conta à medida que mais uma semana de trabalho se aproxima. Algumas pessoas inclusive  já associam à algum programa de  televisão, à música de encerramento do Faustão ou de abertura do fantástico (já está ouvindo a musiquinha?)
É hora de deixar a vocação falar mais alto, descobrir suas forças e talentos e buscar sentido na vida! Ou você acredita que consegue resistir à síndrome? À que preço? Por quanto tempo? Essa é uma reflexão que, mais cedo ou mais tarde, você vai ter fazer. Que tal agora? A escolha é sua! Uma ótima semana!
Um abraço!

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