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Su m ár io 2 www.ulbra.br/ead Como pesquisar no texto Clique em editar => Localizar ou clique Ctrl + F. Na barra de ferramentas, digite sua pesquisa na caixa de texto localizar. Como utilizar o zoom Selecione Visualizar => Aplicar Zoom e selecione a opção dese- jada ou clique na barra de ferramentas + ou - para alterar o zoom. Você ainda pode escolher Ferramentas => Selecionar e zoom => Zoom dinâmico e arraste para aumentar uma área. Como imprimir Clique no ícone imprimir , ou selecione arquivo => imprimir. Se preferir clique em Ctrl + p para imprimir o arquivo. Selecione visualizar => modo de leitura ou modo tela cheia para ler com mais facilidade o arquivo. Para retornar à página anterior ou ir para a próxima página clique nos seguintes ícones: Obtenha maiores informações selecionando Ajuda => Como => Fundamentos do Adobe Reader. Dicas para utilizar o pDf Ensino a Distância atendimento ao aluno EaD DDG 0800.0514131 DDG: 0800.6426363 E-mail: alunoead@ulbra.br Campus Canoas: Av. Farroupilha, 8001 · Prédio 11 · 2º andar Corredor central - Sala 130 · Canoas/RS Atendimento de segunda-feira a sexta-feira: Manhã/Tarde/Noite: Das 8:00hs às 22:30hs Atendimento aos sábados: Manhã: 8:00hs às 12:00hs reitor Ruben Eugen Becker Vice-reitor Leandro Eugênio Becker pró-reitora de Ensino a Distância Sirlei Dias Gosmes Diretora de planejamento e legislação EaD Lígia Leindecker Futterleib orientação e revisão da escrita Dóris Cristina Gedrat laboratório de criação do Ensino a Distância coordenação Luiz Carlos Specht Filho Designer/Infografia/Programação Guilherme Fernando Mar José Renato dos Santos Pereira Sabrina Marques Maciel Sumário ADMINISTRAÇÃO E LOCAÇÃO ........................................................ 4 LOCAÇÃO RESIDENCIAL .............................................................. 10 LOCAÇÃO NÃO RESIDENCIAL ....................................................... 15 RESCISÃO DA LOCAÇÃO E AÇÕES DE DESPEJO .............................. 20 ASPECTOS RELEVANTES PARA A LOCAÇÃO ................................... 26 ALUGUEL E GARANTIAS DE LOCAÇÃO ........................................... 32 PENALIDADES CIVIS E CRIMINAIS NA LOCAÇÃO. NULIDADE DA CLÁU- SULA CONTRATUAL E A CONSIGNAÇÃO DOS ALUGUÉIS ................. 38 LOCAÇÕES ESPECIAIS – DEVERES DO LOCADOR – DEVERES DO LOCA- TÁRIO ......................................................................................... 42 Administração de Imóveis e Locações 2 A pr es en ta çã o 3 www.ulbra.br/ead ApreSentAção A constante mutação social tem proporcio-nado o surgimento de um novo profissio-nal da área do Direito Imobiliário, que está sendo constantemente testado pelo mercado. A figura do administrador vinculada apenas a pequenas demonstrações ou gerenciamento bá- sico de bens está superada pelo administrador técnico e atualizado. Como prova desses novos segmentos, obser- ve-se o surgimento da discussão imobiliária de forma autônoma, ao mesmo tempo que se afigura necessária a especialização dos cursos voltados para a área. A interdisciplinaridade também atinge o ramo imobiliário, exigindo não apenas o conhe- cimento jurídico. As áreas da arquitetura, enge- nharia, hoje são acompanhadas da psicologia e outros segmentos como a informática. Em face disso, impõe-se a obrigação do co- nhecimento contínuo e constante do ramo imo- biliário e das ciências afins. Esse conteúdo me- diador tem a finalidade precípua de despertar o interesse na esfera administrativa imobiliária e no ramo das locações sob o manto legal. Desejo que você, aluno/aluna, tire o máximo proveito deste conteúdo, enriquecendo seu co- nhecimento sobre o tema e despertando em sim mesmo forte interesse e grande motivação pela profissão. Professora Maria Inês Borsa. Professora Autora Maria Inês Borsa Caro aluno, Sou a professora MARIA INÊS BORSA. Sou formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, colando grau em 1983. A partir de 1980 realizei novo vestibular, agora para o Curso de Ciências Jurídicas e Sociais na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, passando a freqüentar, concomitantemente, as duas Faculdades. Em agosto de 1985, conclui o Curso de Ciências Jurídicas e Sociais, ingressando e concluindo a AJURIS em 1986. Posteriormente, em 1988, ingressei na Escola Superior do Ministério Público, visando obter maiores conhecimentos na área de Direito Constitucional, Direito Civil e Direito Processual Civil. 00 1- St oc k. XC HN G Administração de Imóveis e Locações A administração de imóveis envolve co-nhecimento, astúcia, criatividade e organização. As técnicas para o seu pleno desenvolvimento somente terão eficá- cia se aplicadas de forma casuísta, visto que cada cliente possui o seu perfil próprio, assim como cada situação apresenta um diferencial. O profissional da área imobiliária, desde o advento da Lei nº 8.245/91 e do Código de Defe- sa do Consumidor, passou a assumir maiores res- ponsabilidades frente ao seu cliente. Por isso, é primordial, antes do início de qualquer atividade, seja de venda ou de aluguel, a preocupação com o conhecimento prático e doutrinário. A responsabilidade primordial do adminis- trador de imóveis centra-se na aferição dos do- cumentos. Esses, por sua vez, deverão estar de- vidamente atualizados, sob pena de violarem a efetiva realidade dos fatos, trazendo, por vezes, danos incalculáveis ao cliente. Ao lado da documentação relativa ao imóvel, citando-se como exemplo a matrícula, a reiperse- cutória, há a necessidade da contínua atualização do cadastro dos clientes. A avaliação, a divulga- ção, as vistorias pormenorizadas, inclusive com a especificação dos materiais utilizados para a pintura, desde a marca até a identificação da cor são peças–chave para o sucesso de um empreen- dimento. Também, as relações interpessoais deverão ser aprimoradas, sob pena de afugentar o cliente insatisfeito. Além de tudo isso, o administrador não pode- rá olvidar-se das técnicas de marketing, as quais inserem-se nesse contexto, as malas diretas e as saudações em datas festivas. A chave do sucesso do administrador é a sua constante atualização. Aspectos Gerais Legais da Locação Conceito de Locação Tem-se como locação o contrato onde uma das partes, mediante remuneração, paga à outra uma determinada quantia, comprometendo-se a conceder, durante um determinado lapso tempo- ral, o uso e gozo de coisa infungível, a prestação de um determinado serviço, desde que apreciável economicamente, ou, ainda, à execução de deter- minada obra1. Há de se distinguir o arrendamento da loca- ção. O arrendamento é o termo utilizado para as locações de bens imóveis rurais, terrenos urbanos 1 BEVILÁQUA, Clóvis. Código Civil Comentado. v 4. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1946, p. 1148. ADminiStrAção e LoCAção 00 2- St oc k. XC HN G 00 3- St oc k. XC HN G A dm in is tra çã o e Lo ca çã o 4 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações não construídos ou parte de edifícios. Já o con- trato de locação nos termos da legislação atual abrange os bens móveis, bens imóveis urbanos e bens imóveis rurais, quando, na verdade, em re- lação aos bens imóveis rurais, fala-se em arren- damento. Legislação Aplicável Dependendo da natureza jurídica do bem ou sua destinação, a normativa jurídica variará. Assim, vejamos: Bens • MÓVEIS – aplicação do Có- digo Civil de 2002. Bens • IMÓVEIS RURAIS – apli- cação do Decreto nº 59.566/66 e do Estatuto da Terra. Bens • IMÓVEIS URBANOS - apli- cação da Lei nº 8.245/91. Locação –Contrato O contrato que regulamenta as condições do aluguel de um imóvel chama-se contrato de locação ou locatício. É elaborado de acordo com um padrão de cláusulas e requisitos, deve ser lido e assinado pelo locador, pelo locatário e por duas testemunhas, reconhecidas as firmas de todos os envolvidos POR AUTENTICIDADE e, depois, registrado em cartó- rio. Só assim ambos os lados garantirão seus direi- tos legais. Anexado ao contrato, as imobiliárias e/ou os proprietários costumam apresentar um inventário (VISTORIA) do que se encontra no imóvel e do seu estado de conservação --um relatório de vistoria. Também o inquilino deve fazer sua vistoria, antes de ocupar o imóvel, anotando todas as parti- cularidades que tenha encontrado --a existência de lustres, chuveiros, manchas de umidade, o estado de conservação de janelas, vidros, portas, batentes, armários, soalhos, pisos cerâmicos, azulejos etc. Para ficar claro que se trata de uma vistoria desse imóvel, devem constar da relação as informa- ções sobre o apartamento, o nome do locador e o do locatário. Depois o inquilino precisa entregar o relatório ao proprietário ou a seu representante, para que o assine e guardar consigo uma cópia assinada. Se não quiserem assinar, o locatário pode registrar em cartório, como documento, o seu inventário do imó- vel. Documentos Para elaborar e conferir um contrato de loca- ção, é necessário ter os seguintes documentos: Locador: □ matrícula do imóvel, RG, CPF, contas em dia de serviços pú- blicos (água, luz e outros), carnê do IPTU e procuração (se o contrato for assinado por um representante). Locatário: □ cópia da carteira de identidade e do CPF (idem para o cônjuge), RG, CPF e comprovante de renda (contracheque, Imposto de Renda). Fiador (se houver): □ RG, CPF, es- critura definitiva do imóvel dado em fiança e carnê do IPTU. Cláusulas e requisitos Todos estes tópicos devem constar do con- trato de aluguel: nome e qualificação do(s) □ locador(es), do locatário e do fia- dor, se houver; descrição e endereço do imóvel; □ valor do aluguel e índice adotado no □ reajuste (sempre anual); forma e local de pagamento; □ multa e/ou juros de mora por atraso □ no pagamento; garantia dada pelo locatário; □ discriminação dos impostos e taxas □ e dos responsáveis pelo pagamento; destinação do imóvel, se residencial □ ou comercial; início e duração do contrato. □ Ar qu ivo U lb ra EA D Ar qu ivo U lb ra EA D4 A dm in is tra çã o e Lo ca çã o 5 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações Espécies de Locações A partir do conceito supramencionado é possível indicar a existência de três espécies de locações. São elas: Locação de coisas.• Locação de serviço.• Locação de obra ou empreitada.• Locação de Coisas Refere-se ao uso e ao gozo de bem infun- gível. Se for de bem fungível, não haverá loca- ção e sim mútuo, visto que o mutuário deverá restituir o mutante com outro bem da mesma espécie. Na locação de coisas, o locatário, ao fi- nal do contrato, deverá restituir o bem dado em locação. Ex.: locação de um apartamento ou casa. Este exemplo fica dificil de ser dado em razão de que os IMÓVEIS URBANOS SÃO REGIDOS POR LEI ESPECIAL (Art. 2.036. A locação de prédio urbano, que esteja sujeita à lei especial, por esta continua a ser regida. Caso de lei 8245.) Locação de Serviço Refere-se a uma prestação de serviço eco- nomicamente apreciável, à qual não se encontra vinculado o resultado. Ex.: serviço de um mé- dico, arquiteto, mecânico, advogado. A locação de serviço não sujeita às leis trabalhistas ou à lei especial estará abrangida pelo Código Civil nos artigos 594 a 609. A lo- cação de serviços é pouco aplicada em razão da edição de normas específicas para algumas modalidades de serviços, ademais da existência de leis trabalhistas. Locação de Obra Refere-se à empreitada, objetivando a exe- cução de certa obra ou de determinado traba- lho, na busca de um determinado fim ou efeito. Ex.: construção de uma casa, apartamento etc. Características da Locação A locação apresenta as seguintes carac- terísticas: a. Tipicidade: o contrato de locação tem previsão legal. b. Pré-estimado: o contrato prevê as obrigações e os direitos de cada uma das partes. c. Bilateral: o contrato traz consigo duas vontades contrárias, onde uma cede o bem e a outra o utiliza. d. Consensual: o contrato é oriundo do acordo de vontades. e. Individual: o contrato apenas obri- ga as partes contratantes. f. Puro: o contrato de locação não comporta fusão de outras modalida- des contratuais. g. Oneroso ou Comutativo: o contrato impõe às partes obrigações recípro- cas, já que um cede o uso, enquanto o outro paga o preço. h. Execução Futura: o contrato é fir- mado num momento e seus efeitos são prolongados no tempo. i. Não Solene: o contrato não contém, em regra, formalidades para a sua formação. Todavia, se o contrato envolver prazo superior a dez anos, dependerá da autorização do outro cônjuge; também, nas locações en- volvendo menores, há a imperiosa necessidade da autorização judicial. j. Impessoal: o contrato de locação não exige a identidade das partes contraentes, visto que tal elemento não é essencial para a sua formação. k. Cessão Temporária do Uso e do Gozo: não há a transferência da pro- priedade. l. Remuneração: na locação de coisa há o aluguel, na locação de servi- ços, o salário e na empreitada, há o preço. 00 4- St oc k. XC HN G A dm in is tra çã o e Lo ca çã o 6 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações Elementos do Contrato O contrato de locação deverá conter os se- guintes elementos para que possa existir e ser classificado como tal: a)Bem móvel ou bem imóvel: os bens deve- rão ser infungíveis, uma vez que a possibilidade de substituição por outro da mesma espécie, qua- lidade ou quantidade, altera a natureza contratual, tornando-o mútuo. Há de se observar, no entanto, que o bem fungível poderá se tornar infungível por convenção das partes, viabilizando a instituição da locação. Ex: locação de vídeo de DVD. O bem imóvel também poderá ser locado no todo ou em parte. Como exemplo de locação parcial de bem imóvel tem-se o muro ou a fachada com o intuito de constituir publicidade. b)Consenso entre as partes: consiste no acor- do de vontades das partes. O consenso contratual poderá ser manifesto de forma verbal, escrita ou até mesmo tácita. A convenção entre as partes estará fixada por um determinado lapso temporal, que será manifesto de forma determinada, indeterminada ou vitalícia. Destaque-se, no entanto, a inviabilidade de o mes- mo ser fixado perpetuamente, ou seja, ser eterno. c)O preço: consiste no valor atribuído para que possa ser utilizado o bem. Em regra, o preço é concretizado através de dinheiro, mas se as partes convencionarem, será viável outra forma de pres- tação. O pagamento do preço, freqüentemente, é re- alizado periodicamente em prestações mensais ou em intervalos maiores, conforme os usos e costu- mes locais. No Brasil, via de regra, os costumes in- dicam a modalidade mensal. Estipulado o preço, viável será o seu reajuste nos termos convencionados pelas partes. Ressalte- se, no entanto, a proibição da vinculação ao sa- lário mínimo, moedas estrangeiras ou metais pre- ciosos. Nesse sentido, encontra-se a previsão legal da Lei 8.241/91, artigo 17, a saber: Artigo 17: É livre a convenção do aluguel, vedada a sua estipulação em moeda estrangeira e a sua vinculação à variação cambial ou ao salário mínimo. Observando as vedações legais, contumaz-mente os valores são reajustados nos termos dos indexadores oficiais. Concretizado o preço, indica-se, como re- gra, o domicílio do locatário para o cumprimento obrigacional. Por outro lado, se as partes estipu- larem em contrário, o local do pagamento poderá ser em local diverso do domicílio do locatário. Atividades A lei do inquilinato é aplicável a a. toda e qualquer espécie de loca- ção? O Código Civil sempre é aplicado b. às atividades laborativas, conheci- das como locação de serviços? Quais são as características do c. contrato de locação? Aponte os elementos do contrato d. de locação. Diferencie arrendamento de loca- e. ção. Referência Comentada SILVA, Bruno Mattos e. Compra de Imóveis: aspectos jurídicos, cautelas devidas e análise de riscos. São Paulo: Atlas. 2007. Nesta obra, o referendado autor busca difun- dir as técnicas, as cautelas devidas e os devidos cuidados com os riscos a serem enfrentados pelo administrador de imóveis. Em razão de sua profundidade acerca da te- mática, o mesmo não poderá ser desprezado. Por cautelas, dever-se-á entender os cuidados neces- sários para o bom deslinde negocial, afastando, na maioria das vezes, dos danos que poderão re- tirar o sucesso de suas atividades no todo. Recomendamos a obra supracitada para fins de maior aproveitamento sobre o tema em dis- cussão. 00 5- St oc k. XC HN G 6 A dm in is tra çã o e Lo ca çã o 7 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações Referências Bibliográficas DINIZ,Maria Helena. Lei de Locações de Imóveis Urbanos Comentada. São Paulo: Sarai- va. 2008. _____. Curso de Direito Civil Brasileiro. v 3. São Paulo: Saraiva: 2007. GOLDMANN, Heinz M. Estratégias Ino- vadoras de Vendas: como conquistar e manter clients em mercados competitivos. Rio de Janei- ro: Ediouro, 1997. GOMES, Orlando. Direito das Obrigações. Rio de Janeiro: Forense. 2006. MACEDO, Jamil Pereira. Manual do Téc- nico em Transações Imobiliárias. Goiânia: AB, 1994. MIRANDA, Custódio da Piedade Ubaldino. Locação de Imóveis Urbanos. São Paulo: Atlas. 2007. PACHECO, José da Silva. Tratado das Lo- cações, Ações de Despejo e Outras. São Paulo: Revista dos Tribunais. 1998. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Contratos. Rio de Janeiro: Fo- rense. 2006. REICHELD, Frederick F. A Estratégia da Lealdade: a força invisível que mantém clientes e funcionários e sustenta crescimento, lucros e valores. Rio de Janeiro: Campus. 1996. RUDGE, Luiz Fernando. Desvendando a Rede de Financiamento Imobiliários. São Paulo: Pini. 1997. RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. Rio de Ja- neiro: Forense. 2005. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil – Contratos. São Paulo: Atlas. 2008. SILVA, Bruno Mattos e. Compra de Imóveis: aspectos jurídicos, cautelas devidas e análise de riscos. São Paulo: Atlas. 2007. SOUZA, Adão de. Qualidade em Vendas I: atendimento profissional na venda interna. Rio de Janeiro: Qualitymark. 1992. TOLEDO, Flávio de. Treinamento Eficaz do Profissional de Vendas: fator chave da gestão avançada. São Paulo: Atlas. 1989. 00 6- St oc k. XC HN G 00 7- St oc k. XC HN G A dm in is tra çã o e Lo ca çã o 8 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações Auto-Avaliação Marque a resposta CORRETA. 1. O administrador de imóveis nunca a. é responsável pelos danos que vier a causar em seu cliente. O administrador de imóveis sempre b. é responsável pelos danos a títu- lo de dolo que vier a causar a seu cliente. O administrador de imóveis em c. sede de exceção é responsável por algum dano que vier a causar a seu cliente. Marque a resposta CORRETA. 2. Nos contratos firmados pelo admi- a. nistrador de imóveis, a vistoria de- verá ser realizada de forma porme- norizada para evitar indenizações futuras. Nos contratos firmados pelo admi- b. nistrador de imóveis, a vistoria é fa- cultativa, visto que as indenizações não atingem os administradores de imóveis. Nos contratos firmados pelo admi- c. nistrador de imóveis, a vistoria de- verá ser superficial. Marque a resposta CORRETA. 3. A avaliação do imóvel para fins lo- a. cativos ou para a venda não merece atenção por parte do administrador de imóveis. A avaliação do imóvel para fins lo- b. cativos ou para venda é facultativa, dependendo de determinação do pro- prietário. A avaliação do imóvel para fins loca- c. tivos ou para a venda merece especial atenção do administrador de imóveis, visto que ela terá reflexos sobre a lo- cação e sobre a venda. Respostas: 1)b; 2)a; 3)c; 4)c; 5)a; 6)c. Marque a resposta 4. CORRETA. A Lei 8.245/91 é aplicada a qualquer a. espécie de locação. O Código Civil é aplicado a qualquer b. espécie de locação. O Código Civil é aplicado às locações c. não compreendidas pela Lei 8.245/91 e também por Leis especiais. Marque a resposta 5. CORRETA. As locações podem ser classificadas a. em residenciais e não residenciais. As locações residenciais são regidas b. pelas mesmas normativas das loca- ções não residenciais. As locações residenciais sempre pos- c. suem contrato por prazo determina- do. Marque a resposta 6. CORRETA. O reajuste do aluguel poderá ser atre- a. lado à moeda estrangeira e ao salário mínimo. b)O reajuste do aluguel somente po- b. derá ser realizado mediante interfe- rência judicial. O reajuste do aluguel poderá ser rea- c. lizado dentro dos limites fixados pela lei. Ar qu ivo U lb ra EA D 00 8- St oc k. XC HN G 8 A dm in is tra çã o e Lo ca çã o 9 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações A locação residencial é regulada pela lei nº 8245 de 18 de outubro de 1991: Da locação em geral Art. 1º A locação de imóvel urbano regula-se pelo disposto nesta lei: Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais: a) as locações: de imóveis de propriedade da 1. União, dos Estados e dos Municí- pios, de suas autarquias e funda- ções públicas; de vagas autônomas de garagem ou 2. de espaços para estacionamento de veículos; de espaços destinados à publicida-3. de; em 4. apar-hotéis, hotéis-residência ou equiparados, assim considera- dos aqueles que prestam serviços regulares a seus usuários e como tais sejam autorizados a funcionar; b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades. Dentro da Lei do Inquilinato são tratados vá- rios tipos e finalidades de locações, todos distin- tos e cada qual com direitos específicos: a loca- ção residencial, que se subdivide em três outras categorias; a locação não residencial, que, por sua vez, subdivide-se em duas categorias; a locação para temporada, que é uma locação especialíssi- ma; a locação em razão de emprego, que trouxe facilidade de retomada para o locador-emprega- dor; a locação de espaços em Shopping Centers, que possui ressalvas em relação à norma comum; a locação antiga, anterior à vigência da Lei, que também goza do direito de denúncia vazia, em- bora com prazo mais dilatado para desocupação e, finalmente, a locação de imóveis com habite- se concedido após a Lei, e os imóveis residen- ciais contratados após cinco anos de vigência da Lei, que gozariam de ampla liberdade para fixar o preço da locação, a periodicidade e o indexador dos reajustes. Conceito Trata-se do uso e gozo de bem imóvel para fins residenciais da pessoa e seu grupo familiar. Categorias Com o advento da Lei nº 8.245/91, especifi- camente no artigo 46, restaram fixadas diferentes categorias de locações residenciais. São elas: As locações efetivas na vigência daa. Lei nº 8.245/91. LoCAção reSiDenCiAL Ar qu ivo U lb ra EA D Lo ca çã o R es id en ci al 10 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações As locações anteriores à vigência b. da lei, que gozam do direito à de- núncia vazia com prazo dilatado para desocupação. As locações de imóveis, cujo habi- c. te-se foi concedido após o advento da lei. As locações de imóveis residen- d. ciais, contratados após cinco anos da vigência da lei, que gozaram de ampla liberdade para a fixação do preço da locação, da periodicidade e indexação de reajustes. As locações residenciais ficaram patentes em 3 categorias relativamente aos seus prazos, conferindo-se a cada uma delas direitos, obriga- ções e procedimentos próprios. Nesse contexto, tem-se: As locações pactuadas por escrito a. com vigência temporal superior ou igual a 30 meses: viabilizando-se a oferta da denúncia vazia. As locações pactuadas com vigên- b. cia temporal inferior a 30 meses: inviabiliza-se a oferta da denúncia vazia (artigo 47, da Lei nº 8.245/91), ainda que vencido o prazo do con- trato. A rescisão contratual somen- te será aplicada nos restritos casos previstos em lei. As locações automaticamente pror- c. rogadas por prazo indeterminado ao final do término de vigência temporal de 30 meses: viabiliza- se a aplicação da denúncia vazia, ainda que o locador não tenha pro- videnciado na retomada do imóvel nos 30 dias (artigo 77, da Lei nº 8.245/91). O mesmo entendimento é aplicado às locações antigas, au- tomaticamente convertidas em pra- zo indeterminado. Frise-se que os contratos escritos ou verbais, firmados após a vigência da Lei nº 8.245/91 com prazo superior a 5 anos e prorrogados de forma indeterminada, poderão se utilizar da denúncia vazia (artigo 47, V, Lei nº 8.245/91), mediante prévia notificação com prazo para desocupação para 30 dias. Assim, os contratos firmados por períodos de até 30 meses, depois de 5 anos de locação ininterrupta também poderão se valer da denúncia vazia. A lei não exige, de forma expres- sa, a necessidade de notificação prévia para essa espécie de locação, porém a boa técnica reco- menda a sua aplicação. No mesmo sentido, as locações existentes antes da vigência da Lei nº 8.245/91 poderão se valer da denúncia vazia (artigo 78, da Lei nº 8.245/91). Todavia, o locador deverá proceder à notificação do locatário com 12 meses de ante- cedência. Somente após a fluência desse prazo, contado do recebimento da notificação, poderá o locador valer-se da denúncia vazia. A forma da notificação As notificações não poderão ser realizadas sob a forma pura e simples ou mesmo registra- das por AR. A notificação extrajudicial deverá ser assinada pelo locatário, reconhecendo o seu recebimento. Se for realizada na esfera judicial, deverá conter a certidão do oficial de justiça, in- formando a sua efetiva entrega. É somente através do Registro de Títulos e Documentos que se pode efetuar quaisquer das chamadas Notificações Extrajudiciais. Notificar é fazer prova de recebimento ou de se ter dado conhecimento, de maneira incontestável, do con- teúdo ou teor de qualquer ato jurídico levado a registro, fazendo-se, dessa maneira, inequívoca constatação de que o notificado recebeu o docu- mento que lhe foi entregue, dele tomando ciência de todo o conteúdo e provando-se, quando neces- sário, qual foi o teor de que tomou conhecimento. Isto significa que o notificado não pode alegar desconhecimento do documento, muito menos do seu conteúdo. Assim como não pode furtar-se ao cumpri- mento de obrigações sob a alegação de ignorân- cia. A Notificação pode ser feita pelo próprio Oficial ou por um escrevente designado por ele. No caso do notificado se negar a receber ou as- sinar, o Oficial ou escrevente responsável pela entrega da Notificação registrará tal fato, fazen- 00 9- St oc k. XC HN G 10 Lo ca çã o R es id en ci al 11 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações do uma descrição física de quem se recusou a aceitá-la. Informações mais detalhadas, o Oficial fornecerá no ato da apresentação do documento a ser registrado. Notificação extrajudicial O documento (carta) em três (03) vias 1. originais. A carta deve conter: nome e endereço completo do destinatário e no final a assinatura e o endereço comple- to do remetente, para que o destinatário possa responder-lhe. Dispensamos o requerimento dirigido ao Oficial solici- tando o registro de sua carta de notifi- cação. Destinação destas 03 (três) vias: a. 1ª via - entregue ao destinatário; 2ª via - devolvida ao requerente com a certidão anexa, relatando haver sido cumprida a formalidade; 3ª via - arquivada no cartório. Quando a notificação é requerida b. por advogado exigimos cópia auten- ticada da procuração (Lei 8.906, de 4.7.94 (EOAB), art,5º - “ O advoga- do postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato. §1º - O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável por igual período). Sendo a carta endereçada a mais de um 2. destinatário, apresentar além das 03 (três) vias, tantas vias quantas forem as pessoas a serem notificadas a mais na carta. Ex.: Se existem 04 pessoas a serem notificadas em uma mesma carta apresentar 06(seis) vias da mesma. As notificações requeridas serão efetu- 3. adas apenas com documentos ou papéis registrados, não se admitindo a anexa- ção de objetos. As certidões comprobatórias do perfazi- 4. mento da notificação só serão expedidas após o lançamento do registro do docu- mento a que se refere e só serão lavradas durante o expediente do primeiro dia útil subsequente à diligência. Incumbe ao interessado dar os ende- 5. reços (residencial e ou comercial) do destinatário(s). Quando se tratar de pessoa jurídica, indicar o nome corre- to do responsável pela empresa ou do procurador que tenha poderes especiais para receber notificações. Assim, dada à sua segurança jurídica, reco- menda-se a prática da notificação judicial. Revogação Parcial do Artigo 85, da Lei nº 8.245/91 A atual lei do inquilinato permite que imó- veis residenciais com habite-se concedido após 20 de dezembro de 1991 e com prazo contratual superior de vigência a 5 anos possuam a liber- dade de fixar os locativos e os indexadores dos reajustes (artigo 85, da Lei nº 8.245/91). Esta li- berdade existe quando o imóvel está desocupa- do. Estando ocupado, o valor somente poderá ser determinado além dos índices através de acordo entre as partes ou sentença judicial. No entanto, desde a instituição do Plano Real, a fixação dos índices e a periodicidade de seus reajustes deixa- ram de ser faculdade dos contratantes. Reformas e adaptações Atenção ao que diz a Lei do Inquilinato quanto a reformas, adaptações, modifica- ções ou benfeitorias no imóvel alugado. Às vezes, proprietário e inquilino podem se desentender sobre a necessidade desta ou daquela obra. É bom, portanto, sabe- rem que a lei faz distinção entre as mo- dificações “necessárias”, as “úteis” e as “voluptuárias”. O inquilino não pode, por exemplo, “mo- dificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consentimento prévio e por escrito do locador”. Por “modificar a forma” entenda-se erguer uma parede, abrir nova janela num dos quartos etc. Já se o inquilino decidir refazer um quadro de força (a caixa com comutadores de distribui- ção de energia elétrica) que está em péssimas condições, ele não precisará de autorização do 01 0- St oc k. XC HN G Lo ca çã o R es id en ci al 12 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações proprietárioe poderá receber de volta o dinheiro gasto na reforma. É uma benfeitoria necessária. Por outro lado, uma nova pintura no imóvel é uma benfeitoria útil. Assim, deve ser autorizada pelo locador, e o inquilino também tem direito a ressarcimento. As benfeitorias voluptuárias -- consideradas desnecessárias por não ampliarem nem melhora- rem o uso de determinada coisa -- não são inde- nizáveis, ou seja, o inquilino não tem o direito de exigir do proprietário que lhe pague as despesas. Porém, no final da locação, essas benfeitorias voluptuárias podem ser levadas pelo inquilino, desde que a retirada delas não afete a estrutura do imóvel. Se o fundo de reserva for utilizado para co- brir despesas rotineiras, o inquilino deverá parti- cipar do rateio entre os demais moradores para repor o que foi gasto. Se o imóvel necessitar reparos urgentes por conta do proprietário, o inquilino não poderá fa- zer objeções. Se os reparos durarem mais de dez dias, o inquilino terá direito a desconto no alu- guel proporcional ao período excedente. Para “pagar na Justiça”, é preciso reclamar do proprietário num Juizado Especial Cível (ex- Juizado de Pequenas Causas), sem nenhum gasto extra, ou constituir advogado. Atividades Conceitue a locação residencial. a. A locação residencial ajustada por b. período inferior a 30 meses pode- rá ser beneficiada com a denúncia vazia? As locações com prazo determina- c. do poderão ser retomadas tão logo conclua o prazo locativo? As locações com prazo superior a d. 30 meses, prorrogadas automati- camente, poderão ser beneficiadas com a denúncia vazia? Como deverá ser feita a notifica- e. ção? Referência Comentada DINIZ,Maria Helena. Lei de Locações de Imóveis Urbanos Comentada. São Paulo: Sarai- va, 2008. Trata-se de uma obra que traz consigo a her- mêutica jurídica acompanhada dos seguimentos doutrinários. A complexidade da Lei das Locações exige de per si um estudo mais aprofundado, sendo que a obra supracitada, de forma simples e objetiva, viabiliza o alcance do conhecimento de forma profunda e atualizada. Por tais razões, recomendamos a utilização da mesma. Referências Bibliográficas DINIZ,Maria Helena. Lei de Locações de Imóveis Urbanos Comentada. São Paulo: Sarai- va. 2008. _____. Curso de Direito Civil Brasileiro. v 3. São Paulo: Saraiva: 2007. GOMES, Orlando. Direito das Obrigações. Rio de Janeiro: Forense. 2006. MIRANDA, Custódio da Piedade Ubaldino. Locação de Imóveis Urbanos. São Paulo: Atlas. 2007. PACHECO, José da Silva. Tratado das Lo- cações, Ações de Despejo e Outras. São Paulo: Revista dos Tribunais. 1998. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Contratos. Rio de Janeiro: Fo- rense. 2006. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil – Contratos. São Paulo: Atlas. 2008. RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. Rio de Ja- neiro: Forense. 2005. 01 1- St oc k. XC HN G 01 2- St oc k. XC HN G 12 Lo ca çã o R es id en ci al 13 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações Auto-Avaliação Marque a resposta 1. CORRETA. As locações residenciais sempre a. serão fixadas com prazo superior a 30 meses. As locações residenciais poderão b. ser fixadas com prazo inferior a 30 meses. As locações residenciais jamais te- c. rão prazo indeterminado. Respostas: 1)b; 2) b; 3) b. Marque a resposta 2. CORRETA. As notificações para denúncia va- a. zia deverão ser simples e vagas. As notificações para denúncia va- b. zia deverão ser feitas por escrito e com prazo inequívoco, preferen- cialmente pela via judicial. As notificações para denúncia va- c. zia deverão ser feitas por A.R. Marque a resposta 3. CORRETA. A denúncia vazia é um desestímulo a. para os investimentos em imóveis de locação. A denúncia vazia é um estímulo b. para a falta de pagamento nos con- tratos de locação. A denúncia vazia é um estímulo c. para os investimentos em imóveis de locação. Arquivo Ulbra EAD 01 3- St oc k. XC HN G Lo ca çã o R es id en ci al 14 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações Lo ca çã o N ão R es id en ci al 15 www.ulbra.br/ead A locação não residencial convive no cotidiano dos profissionais no seu todo. Face a isso, algumas consta- tações não poderão deixar de ser apreciadas. Nesse diapasão, passar-se-á à análise das principais temáticas relativas a ela. Conceito de Locação Não Residencial e Legislação As locações não residenciais são locações de coisas, sendo o seu uso e gozo destinado às atividades do comércio, indústria, escritórios, depósitos, ou qualquer outra espécie que não es- teja enquadrada como residencial. Também será não residencial a locação contratada por pessoa jurídica para o fim residencial de seus sócios, ge- rentes, diretores ou empregados. Modernamente, utiliza-se a expressão loca- ção não residencial substituindo a anteriormente utilizada - locação comercial -, visto que é mais abrangente. A legislação aplicável às locações não resi- denciais é a Lei nº 8.245/91, seção III – Da Loca- ção Não Residencial - artigos 51 a 57. Locação Não Residencial: Simples e Complexa A nova Lei do lnquilinato aboliu a expressão “locação comercial”. Isso porque o direito à reno- vação, característica jurídica maior desse tipo de lo- cação, também foi estendido para algumas locações que, embora tenham atividade lucrativa, podem ser apenas prestadoras de serviço. Portanto, quando as consultas se dirigirem à “locação comercial”, deve- se pesquisar “Locação não residencial”. LoCAção não reSiDenCiAL Ar qu ivo U lb ra EA D 01 4- St oc k. XC HN G 14 Administração de Imóveis e Locações Lo ca çã o N ão R es id en ci al 16 www.ulbra.br/ead Nos termos do artigo 51, da Lei nº 8.245/91, a locação não residencial poderá se apresentar sob a forma simples ou complexa. Será simples se for destinada aos fins de ins- talação do comércio, indústria, escritórios, depó- sitos, ou qualquer outra espécie que não seja resi- dencial. Findo o prazo de vigência do contrato, o imóvel poderá ser retomado pela via da denúncia vazia, obedecidos os termos do artigo 57 da Lei nº 8.245/91. Legislação: Artigo 57: O contrato de locação por prazo indeterminado pode ser denun- ciado por escrito, pelo locador, conce- didos ao locatário 30 (trinta) dias para a desocupação. De outra banda, será complexa quando con- tiver direitos previstos apenas para antigas loca- ções, hoje inexistentes, que eram destinadas a determinadas atividades. Legitimidade para a Locação Não Residencial A locação não residencial poderá ser exerci- da pela pessoa física e pela pessoa jurídica. Se for exercida por pessoa jurídica, adquiri- rá contornos próprios. Como regra, afirma-se: as locações contratadas por pessoas jurídicas assu- mem a feição de não residenciais, conforme dis- põe o artigo 55 da Lei nº 8.245/91. Independentemente de o contrato ter sido pactuado por 30 meses, finda a locação, o locador poderá exercer o direito de retomada, fundamen- tado na denúncia vazia. No entanto, a retomada para uso próprio, cônjuge, ascendentes ou des- cendentes é afastada se o espaço não residencial for em shopping centers – artigo 52, § 2º. Frisamos que a liberdade de convenção não afastou a aplicação da legislação inquilinária especial, restando claro que a normativa do Có- digo não interferirá na forma contratada, face à peculiaridade do sistema dos shopping centers. Contudo, as normativas processuais e os princí- pios legais deverão ser observados. Dessa forma, a renovação da locação pelo locatário será pela viajudicial. Estabelecida a locação em favor do empre- gado, a mesma destinar-se-á para o seu uso e gozo residencial e de sua família, fundamentada na relação de emprego – artigo 47, II, da Lei nº 8.245/91. A eficácia plena dessa locação dependerá do registro da cláusula contratual, assegurando que a sua vigência dependerá da permanência do vínculo empregatício com o locador. Tal cláusula estará vinculada à existência de relação de em- prego, contendo formalmente as condições da locação. O valor do locativo poderá ser pago através de desconto em folha de pagamento ou através de cobrança, como acontece nas locações em geral. Observe que a ausência de cobrança dos aluguéis afastará a faculdade da retomada para uso pró- prio, prevista na Lei do Inquilinato, uma vez que estará afastada a incidência do instituto da loca- ção, posto o existente comodato. Como conseqü- ência, a retomada será realizada pela via da ação de reintegração de posse. Locação de Temporada A locação de temporada é desti- nada à residência provisória em razão de prática do lazer, realização de cur- sos, tratamento de saúde, realização de obras em seu imóvel e outras situações motivado- ras da locação por prazo determinado – artigo 48, da Lei nº 8.245/91. O prazo dessas locações não é superior a 90 dias. Dada a sua peculiaridade, o valor poderá ser recebido de forma antecipada – artigo 49, da Lei nº 8.245/91 -, incidindo sobre o total dos aluguéis e encargos, bem como exigir uma das modali- 01 5- St oc k. XC HN G Administração de Imóveis e Locações 16 Lo ca çã o N ão R es id en ci al 17 www.ulbra.br/ead dades legais de garantia para atender as demais obrigações contratuais. Essa locação, por ser própria de residência provisória, abrange também o mobiliário que guarnece o imóvel. Em face disso, por precau- ção, sugere-se a existência de um laudo de vis- toria com a descrição do imóvel, do mobiliário e utensílios, registrando minuciosamente o estado em que se encontram. A retomada pode ser classificada como sim- ples e rápida. Findo o contrato, o locador, no pe- ríodo máximo de 30 dias, deverá propor a ação de despejo, independentemente de notificação premonitória e ainda requerer ao magistrado a desocupação liminar do imóvel – artigo 59, da Lei nº 8.245/91. Se os elementos processuais estiverem presentes, o magistrado determinará a desocupação imediata do imóvel sem ouvir o locatário. A proteção ao locador envolve, por outro lado, o depósito judicial do valor equivalente a 3 meses de aluguel, garantindo uma indenização mínima ao locatário, se, por ventura, não estiver correta a postulação ou o direito do locador. De- corrido o prazo recursal ou finda a demanda sem a alteração da sentença prolatada, será permitido o levantamento do depósito com os seus rendi- mentos em favor do locador. As prerrogativas da locação por temporada estão atreladas à ação do locador, pois se o loca- tário permanecer no imóvel por mais de 30 dias depois de findo o prazo contratado, ocorrerá a prorrogação da locação por prazo indeterminado – artigo 50, da Lei nº 8.245/91. Como consectá- rio, tem-se: A inviabilidade do recebimento an-• tecipado dos aluguéis e encargos. A retomada somente será possível • após decorridos 30 meses da loca- ção, ou, então, nas hipóteses de uso próprio, ascendentes, descendentes, cônjuge ou companheiro, desde que os mesmos não possuam imóvel residencial próprio ou, ainda, para demolição e edificação de obras, se atendidos os requisitos enumerados pela lei. Ingresso do Contrato Escrito de Locação nos Registros Públicos Os contratos, mesmo que não levados a registro, têm validade entre as partes que os subscrevem (art. 368 CPC). Mas, para surtir efeitos perante terceiros, sujeitam-se obrigatoriamente ao registro, observando-se que um mesmo contrato de locação pode ingressar tanto no Registro de Títulos e Documentos, como no Registro de Imóveis. Essa colocação está baseada na Lei 8.245, de outubro de 1991, com vigência a partir de 19 de dezembro de 1991, denominada “Lei do Inqui- linato”, na interpretação dos melhores doutrina- dores nacionais e da jurisprudência dos tribunais estaduais e do Superior Tribunal de Justiça. Locação de Hospitais/ Unidades Sanitárias Oficiais/Asilos/Esta- belecimentos de Saúde e Ensino Autorizados e Fiscalizados pelo Poder Público Tais locações são consideradas especiais pelo artigo 53, da Lei nº 8.245/91, tornando possível a sua retomada somente se houver os seguintes fun- damentos: Rescisão realizada de comum acordo.• Cometimento de infração contratual.• Ausência de pagamento.• Realização de reformas substanciais • e urgentes, determinadas pelo Poder Público. 01 6- St oc k. XC HN G 017-Stock.XCHNG Administração de Imóveis e Locações Lo ca çã o N ão R es id en ci al 18 www.ulbra.br/ead Demolição e edificação de outro pré-• dio que resulte em, pelo menos, 50% do acréscimo na área construída. Tendo em vista as controvérsias acerca da ex- tensão do que venha a ser considerado estabeleci- mento de saúde. O Supremo Tribunal Federal manifestou-se, asseverando que eles se destinam à internação de pacientes, estando afastados desse contexto os lo- cais destinados apenas ao tratamento ambulatorial ou de consulta. Locações de Estabelecimentos de Ensino Os estabelecimen- tos de ensino, a exem- plo dos casos referen- dados acima, também possuem privilégio legal, posto serem locações es- peciais. Inserem-se nesse contexto os cursos livres administrados pela iniciativa privada, fiscalizados pelo Poder Público. Em razão do exposto, a decretação do despejo deverá obedecer a prazos especiais de 6 meses a 1 ano, ainda que o mesmo tenha sido motivado pela falta de pagamento dos aluguéis – artigo 62, §§ 2º e 3º, da Lei nº 8.245/91. Atividades No que consiste a locação não resi- a. dencial? Quem poderá realizar a locação não b. residencial? Se a locação for destinada ao uso de c. moradia pelo empregado sem co- brança de valor, será possível a ação de despejo? Por quê? Em que hipóteses poderá ocorrer a d. locação de temporada? A locação de hospitais e de estabele- e. cimentos de ensino são regidas pelo Código Civil? Quais as vantagens que os hospitais f. possuem com a locação não residen- cial? Referência Comentada DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. v 3. São Paulo: Saraiva: 2007. Trata-se de uma obra que traz referências atu- alizadas e objetivas sobre o assunto. A renomada jurista ocupa-se em trazer quadros sinópticos, que traduzem o fundamento da doutrina comentada em cada capítulo. Sua linguagem é simples e acessível, viabili- zando o seu entendimento. Em razão das caracterís- ticas supra-referendadas, recomenda-se a utilização da mesma. Referências Bibliográficas DINIZ,Maria Helena. Lei de Locações de Imóveis Urbanos Comentada. São Paulo: Saraiva. 2008. _____. Curso de Direito Civil Brasileiro. v 3. São Paulo: Saraiva: 2007. GOMES, Orlando. Direito das Obrigações. Rio de Janeiro: Forense. 2006. MIRANDA, Custódio da Piedade Ubaldino. Locação de Imóveis Urbanos. São Paulo: Atlas. 2007. PACHECO, José da Silva. Tratado das Loca- ções, Ações de Despejo e Outras. São Paulo: Revis- ta dos Tribunais. 1998. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Contratos. Rio de Janeiro: Forense. 2006. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil – Contratos. São Paulo: Atlas. 2008. RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. Rio de Ja- neiro: Forense. 2005. Ar qu ivo U lb ra EA D Ar qu ivo U lb ra EA D 01 8- St oc k. XC HN G Administraçãode Imóveis e Locações 18 Lo ca çã o N ão R es id en ci al 19 www.ulbra.br/ead Auto-Avaliação Marque a resposta 1. CORRETA. A locação não residencial somen- a. te poderá ser realizada por pessoa jurídica. A locação não residencial somen- b. te poderá ser realizada por pessoa física. A locação não residencial poderá c. ser realizada tanto pela pessoa físi- ca como pela pessoa jurídica. Marque a resposta 2. CORRETA. A locação para o empregado desti- a. na-se ao uso próprio e da sua famí- lia independentemente do vínculo de trabalho. A locação para empregado destina- b. se ao uso próprio e de sua família, estando atrelado ao vínculo do tra- balho. A locação para empregado destina- c. se somente ao uso próprio e não está atrelada ao vínculo do trabalho. Respostas: 1) c; 2) b; 3) b. Marque a resposta 3. CORRETA. A locação por temporada poderá a. ser fixada para prazo superior a 90 dias. A locação por temporada admite a b. cobrança antecipada dos locativos e dos encargos da locação. Ainda que o locatário não desocupe c. o imóvel e também não haja ação de despejo na locação de tempora- da, as regras das locações residen- ciais por prazo indeterminado não incidirão. Arquivo Ulbra EAD 01 9- St oc k. XC HN G Administração de Imóveis e Locações R es ci sã o da L oc aç ão e A çõ es d e D es pe jo 20 www.ulbra.br/ead A locação, por vezes, enseja o seu rompi-mento, motivado por razões diversas. O entendimento do tema reclama a atenção especial para as hipóteses de sua aplicação, bem como das demais abordagens adjacentes a esse fato. Visando clarear as hipóteses existentes, ade- mais de suas incidências, passaremos à análise do tema em questão. A legislação inquilinária traz consigo situações que ensejam a aplicação do despejo através de hipóteses expressamente previstas. Na busca pela compreensão do tema, focali- zaremos a análise dos elementos principais para a constituição das ações de despejo. Dentro desse prisma, iniciamos o estudo deste capítulo. Hipóteses para a Rescisão da Locação O artigo 9º, da Lei nº 8.245/91, prevê as hipóte- ses de rescisão no contrato de locação. São elas: Acordo de vontades.• Infração legal ou contratual.• Falta de pagamento dos aluguéis e de-• mais encargos. Denúncia vazia.• Realização de reparações urgentes • determinadas pelo Poder Público que não possam ser executadas com a per- manência do locatário dentro do imó- vel. Realização de reparações urgentes, de-• terminadas pelo Poder Público, sendo possível a execução com o locatário, mas negando-se este a consenti-las. Na hipótese de acordo, deverão ser observa- dos os ditames legais, que dão conta da necessi- dade de o mesmo ser assinado pelas partes, de- clarando rompida a locação. Ocorrendo infração legal ou contratual, o locador ou o locatário deverá comprovar o descumprimento de cláusula contratu- al ou de dispositivo legal. Como exemplo, citamos a prática da sublocação, a alteração da finalidade da locação, a promoção de obras desnecessárias sem a autorização do locador, o que acarretará a ação de despejo, rompendo a locação. A rescisão por falta de pagamento abrangerá o atraso na mensalidade, no seguro, nos impostos, nas contribuições ordinárias do condomínio e ou- tros compromissos legais, devidamente estabeleci- dos no contrato. A eficácia dessa hipótese encontra-se condi- cionada à oferta judicial de prazo para o locatário purgar a mora, acrescido das custas judiciais, mul- tas contratuais, juros e honorários de advogado. Quanto às reformas urgentes, o locador deve- rá possuir documento oficial, exigindo a realização das obras pretendidas. A comprovação também de- verá centrar-se na existência de notificação regular ao locatário e no fato de que ele negou-se a entregar o imóvel ou inviabilizou a realização das reparações com a sua presença. A denúncia vazia caracteriza-se pela ausên- cia de obrigatoriedade na demonstração da razão ou necessidade da retomada do imóvel – artigo 46, da Lei nº 8.245/91. reSCiSão DA LoCAção Ar qu ivo U lb ra EA D Administração de Imóveis e Locações 20 R es ci sã o da L oc aç ão e A çõ es d e D es pe jo 21 www.ulbra.br/ead Os imóveis destinados à locação não residen- cial podem ser objeto de retomada (despejo) logo após o vencimento do contrato, independentemente da existência de qualquer fundamento jurídico ou técnico. O locador apenas alegará não ser conve- niente a continuidade da locação. No entanto, se o locador não observar o prazo de 30 dias para proce- der à retomada – artigo 46, § 2º, da Lei nº 8.245/91 -, o contrato passará a ser regido por prazo inde- terminado, restando mantidas as demais cláusulas contratuais. A denúncia vazia, a partir dessa nova feição, exigirá a prévia notificação premonitória. O prazo de 30 dias será contado a partir da no- tificação e, se o locatário não houver desocupado o imóvel, deverá ser ajuizada a ação de despejo pelo locador. Ações de Despejo Conceito Trata-se de medida judicial para rever o imó- vel locado, independentemente do fundamento (artigo 5º, da Lei nº 8.245/91), ressalva- das as exceções para a imissão de posse (concedida nos ca- sos de desapropriação - artigo 5º, parágrafo único, da Lei nº 8.245/91), assim como na rein- tegração de posse (concedida nos casos de locação para empregado). Espécies de Ações de Despejo As ações de despejo poderão apresentar espé- cies variadas, conforme é possível aferir da leitura do artigo 59, da Lei nº 8.245/91. São elas: Ação de despejo por falta de paga-• mento. Ação de despejo por descumprimento • de cláusula contratual. Ação de despejo com retomada • imoti- vada (denúncia vazia). Ação de despejo com retomada moti-• vada (motivo previsto em lei). Ação de Despejo por Falta de Pagamento As ações por falta de pagamento refletem a ausência de cuidado dos administradores na es- colha do locatário, bem como da indicação das garantias locatícias. O ajuizamento da ação de despejo por falta de pagamento poderá ser realizado no dia seguin- te à data fixada para o pagamento. A partir dessa data, o locatário estará responsável por todos os ônus contratuais decorrentes da mora. Todavia, se o locatário almejar continuar com a locação, deverá servir-se da “purgação da mora” (artigo 62, II, III, da Lei nº 8.245/91). O prazo para “purgar a mora” é de 15 dias, contados da citação. Nesse prazo, o locatário po- derá depositar o valor total da dívida, incluídos os aluguéis vencidos, as custas judiciais, a multa, os juros e os honorários advocatícios. Uma vez quitada a dívida, a locação pros- seguirá como se em nenhum momento tivesse ocorrido a falta de pagamento. Se houver a promoção da ação de despejo por falta de pagamento e houver a comprovação do locativo já ter sido pago, ou houver a neces- sidade da compensação pelos valores das contri- buições condominais extraordinárias pagas pelo locatário, inexistirá objeto para o locatário “pur- gar a mora”. Número de vezes para “purgar a mora”: nos termos do artigo 62, parágrafo único, da Lei nº 8.245/91, o locatário poderá proceder dessa for- ma 2 vezes no período de 12 meses. 020-Stock.XCHNG 02 1- St oc k. XC HN G Administração de Imóveis e Locações R es ci sã o da L oc aç ão e A çõ es d e D es pe jo 22 www.ulbra.br/ead Ação de Despejo por Des- cumprimento Contratual O descumprimento contratual, de acordo com o artigo 9º, II, da Lei nº 8.245/91 é uma das motivações da ação de despejo. Trata-se de uma açãocomplexa, demorada e onerosa, ensejando a comprovação do argumento apresentado. Ao lado da comprovação do descumprimen- to contratual, o magistrado verificará se a condição imposta é justa, lícita, sanável ou insanável. Em alguns casos, como por exemplo a realização de obras, será necessária a apreciação por um perito, acarretando a onerosidade processual. Figurando como descumprimento contratual, tem-se a locação de bem mobiliado, sendo entre- gue sem a sua complementação; a sublocação não autorizada; a realização de alterações ou obras sem autorização do locador e a alteração da finalidade da locação contratada. Ação de Despejo por Denún- cia Vazia Simples Para a ação de despejo motivada pura e sim- plesmente nas previsões legais, bastará a apresenta- ção da fundamentação para que a mesma seja aca- tada. O prazo para o oferecimento da contestação será de 15 dias e somente terá eficácia no mérito se for centrada nos seguintes motivos: Inexistência ou vício de notificação • premonitória. Ausência das hipóteses previstas em • lei. Ajuizamento da ação fora do prazo • legal. Existência de vícios processuais.• Há de se atentar, no entanto, para os contratos que vigeram com prazo superior a 30 meses e que se tornaram por prazo indeterminado: o locatário, através da faculdade que lhe concede a lei, poderá acatar a desocupação do imóvel, sendo-lhe conce- dido, como prêmio legal, o prazo de 6 meses para tanto, ademais da liberação dos ônus do pagamento das custas e honorários advocatícios (artigo 61, da Lei nº 8.245/91). Ação de Despejo por Denún- cia Motivada O artigo 47 da Lei nº 8.245/91 elenca as inú- meras hipóteses em que o locador poderá pedir o imóvel para o locatário. São elas: Uso próprio, ascendente ou descen-• dente, cônjuge ou companheiro. Realização de obras ou alteração • das características essenciais do imóvel. Frisamos que os motivos deverão ser verda- deiros e devidamente comprovados desde a pro- positura da ação. Presumem-se verdadeiros os motivos fundados no uso próprio ou de familia- res, que comprovadamente não possuam imóvel residencial próprio no mesmo município. Mas cuidado, se a motivação for julgada improceden- te e houver o reconhecimento da má fé do loca- dor, ele poderá vir a ser responsabilizado através de sanções financeiras e criminais. Ação de Despejo Compulsório Nos termos do artigo 65 da Lei nº 8.245/91, o magistrado poderá determinar o despejo com- pulsório, através de oficial de justiça, o qual po- derá valer-se do auxílio policial e arrombamento, se necessários. Tal procedimento somente será cabível após a decisão de primeiro grau e depois de notificado o locatário para que proceda à desocupação do imóvel no prazo de 15 ou 30 dias (artigo 63, da Lei nº 8.245/91). O prazo da notificação será va- riável, conforme tenha perdurado a tramitação do processo até a sentença. Os bens que guarnecem o imóvel, perten- centes ao locatário, serão colocados num depó- sito público ou guarda-móveis particular (artigo 65, § 1º, da Lei nº 8.245/91) e somente poderão ser retirados mediante pagamento das despesas de armazenamento e autorização judicial. Administração de Imóveis e Locações 22 R es ci sã o da L oc aç ão e A çõ es d e D es pe jo 23 www.ulbra.br/ead Ação de Despejo Compulsório Liminar Embasado no artigo 59, § 1º, da Lei nº 8.245/91, o despejo poderá ser decretado sem a prévia ma- nifestação do locatário, no prazo de 15 dias, para que proceda a desocupação voluntária. Não sendo cumpridas as determinações legais, o despejo será compulsório, já que a contestação somente será efe- tivada após a decretação do despejo. Nesse diapasão, as hipóteses para a incidência do despejo compulsório liminar são as seguintes: Quando o locatário descumprir o • acordo escrito celebrado pelas partes e com a assinatura de duas testemu- nhas, no qual tenha sido ajustado um prazo de 6 meses para a desocupação do imóvel, contados da data da assi- natura do acordo. Quando, comprovadamente, ocorrer • a rescisão do contrato de trabalho nas locações realizadas pelo empregador em favor do empregado. Quando do término da locação por • temporada, desde que não haja decor- rido o prazo de 30 dias entre o venci- mento do contrato e o ajuizamento do despejo. Quando falecer o locatário sem deixar • sucessor legítimo na locação, perma- necendo no imóvel pessoas não auto- rizadas por lei. Quando o sublocatário permanecer • no imóvel depois da extinção do con- trato de locação. Observe-se que a retomada compulsória so- mente ocorrerá em casos excepcionais, não figu- rando a mesma como regra primordial. Ação de Despejo por Abando- no do Imóvel pelo Locatário Por vezes, o locatário abandona o imóvel de- pois de ajuizada a ação de despejo. Nesses casos, após a verificação pelo oficial de justiça do aban- dono do imóvel, o magistrado viabilizará a imissão na posse do mesmo (artigo 66, da Lei nº 8.245/91), decretando a extinção do processo. De outra banda, se o locatário abandonar o imóvel antes do ajuizamento da ação de despejo, o locador, ainda assim, deverá ajuizar a ação de despejo, visto ser essa a única forma de extinguir o contrato de locação. Frisamos que o abandono do imóvel não traz consigo a presunção da existência de rescisão contratual. Há de se observar, no entanto, que o locador somente poderá ingressar no imóvel mediante or- dem judicial. Se houver a retomada do imóvel sem a autorização judicial, o locador correrá o risco de ser responsabilizado por danos praticados, como a invasão de domicílio. Prazo para a Desocupação do Imóvel após a Ação de Despejo Para a indicação dos prazos de desocupação, há de se observar algumas peculiaridades, a sa- ber: a) Se a ação de despejo for: De imóvel residencial e passou a ser • por prazo indeterminado. For solicitado imóvel para uso pró-• prio. Houver a necessidade de demolição • e edificação de imóvel mais útil. O PRAZO PARA A DESOCUPAÇÃO PO- DERÁ SER PRORROGADO POR MAIS 6 MESES SE O LOCATÁRIO CONCOR- DAR COM O DESPEJO. COM ISSO, ES- TARÁ DISPENSADO DAS CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, QUE SERÃO SUPORTADOS PELO LOCA- DOR (artigo 61, da Lei nº 8.245/91) No entanto, o locatário não poderá afastar-se do prazo concedido pela lei, já que, uma vez descum- prido, ele será penalizado, sendo, primeiramente, despejado compulsoriamente e depois responsabi- lizado pelas custas e honorários advocatícios. Administração de Imóveis e Locações R es ci sã o da L oc aç ão e A çõ es d e D es pe jo 24 www.ulbra.br/ead Atividades Quais as hipóteses para a resci- a. são contratual? A denúncia vazia poderá ser uti- b. lizada em quais hipóteses? No que consiste a notificação c. premonitória e quando ela é exigida? As reformas urgentes sempre d. ensejarão a retomada do imó- vel? Por quê? No que consiste “purgar a e. mora” e quantas vezes ela é pos- sível ocorrer? Quais são as espécies de despe- f. jo? O que caracteriza a denúncia g. vazia simples? O que é denúncia motivada? h. Quando ocorre o despejo com- i. pulsório? O despejo compulsório poderá j. ser liminar em que hipóteses? O abandono do imóvel pelo lo- k. catário afasta a necessidade de ajuizamento da ação de despe- jo? O locatário, em alguma hipó- l. tese, poderá concordar com o despejo? E se isso for possível, o que ocorrerá? Referência Comentada PACHECO, José da Silva. Tratado das Loca- ções, Ações de Despejo e Outras. São Paulo: Revis- ta dos Tribunais. 1998. O referendado autor ocupa-se de esgotar a te- mática de forma profunda e atrativa. Ilustra os te- mas de forma prática e precisa, facilitandoo domí- nio do tema. Em razão do exposto, recomenda-se a utilização dessa bibliografia. Referências Bibliográficas DINIZ,Maria Helena. Lei de Locações de Imóveis Urbanos Comentada. São Paulo: Saraiva. 2008. _____. Curso de Direito Civil Brasileiro. v 3. São Paulo: Saraiva: 2007. GOMES, Orlando. Direito das Obrigações. Rio de Janeiro: Forense. 2006. MIRANDA, Custódio da Piedade Ubaldino. Locação de Imóveis Urbanos. São Paulo: Atlas. 2007. PACHECO, José da Silva. Tratado das Loca- ções, Ações de Despejo e Outras. São Paulo: Revis- ta dos Tribunais. 1998. PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Contratos. Rio de Janeiro: Foren- se. 2006. VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil – Contratos. São Paulo: Atlas. 2008. RIZZARDO, Arnaldo. Contratos. Rio de Ja- neiro: Forense. 2005. 02 2- St oc k. XC HN G 023-Stock.XCHNG 02 4- St oc k. XC HN G Administração de Imóveis e Locações 24 R es ci sã o da L oc aç ão e A çõ es d e D es pe jo 25 www.ulbra.br/ead Auto-Avaliação Marque a resposta 1. CORRETA: As ações de despejo, motivadas a. pela falta de pagamento, poderão ser ajuizadas no dia seguinte à in- fração. As ações de despejo, motivadas b. pela falta de pagamento, somen- te poderão ser ajuizadas mediante acordo entre as partes. As ações de despejo, motivadas c. pela falta de pagamento, somente poderão ser ajuizadas após 1 ano de inadimplemento. Respostas: 1) a; 2) a; 3) b. Marque a resposta 2. CORRETA: As ações de despejo, motivadas a. pelo descumprimento contratual, dizem respeito a infrações legais e a infrações de cláusulas contratuais acatadas judicialmente. As ações de despejo, motivadas b. pelo descumprimento contratual, somente dizem respeito a infrações legais. As ações de despejo que disserem c. respeito a infrações de cláusulas contratuais, jamais serão aprecia- das em seu conteúdo pelo magis- trado. Marque a resposta 3. CORRETA. O despejo compulsório é aquele re- a. alizado diretamente pelo locador. O despejo compulsório é aquele b. realizado pelo oficial de justiça mediante determinação judicial. O despejo compulsório é aquele c. realizado no curso da ação de pri- meira instância. Arquivo Ulbra EAD 02 5- St oc k. XC HN G Administração de Imóveis e Locações A locação traz consigo situações que podem ser classificadas como re-levantes, face à sua peculiarida- de. Descortinando a realidade locativa, passar-se-á à apreciação desses elementos. Prazo nas Férias As ações de locação seguem o procedimento judicial nas férias forenses (artigo 58, I, da Lei nº 8.245/91).Caso a sentença seja prolatada nas férias, o vencido deverá atentar para o prazo de 15 dias – prazo para o recurso de apelação – sob pena de a ação transitar em julgado. Nos Juizados Especiais Cíveis (JEC), há recur- so próprio (recurso inominado), que será julgado por 3 juízes togados (artigo 41 e parágrafos da Lei nº 9.099/95) Muitos são os recursos decorrentes das ações de despejo. Todavia, a apelação é o recur- so mais importante, sendo que a mesma, na ação de despejo, não suspende a execução da sentença (artigo 58, V, da Lei nº 8.245/91). Para tanto, cos- tuma-se dizer que o recurso de apelação, nesses casos, não tem efeito suspensivo. Se o despejado ganhar a demanda, ele terá o direito a uma indenização, correspondente, no mínimo, ao valor equivalente a doze mensalida- des locativas. Caução para Despejar Uma vez prolatada a sentença, caberá ao ma- gistrado estipular o valor da caução para o despejo, sendo que a mesma consiste no depósito a título de garantia de indenização, caso o locatário con- ASpeCtoS reLeVAnteS pArA A LoCAção 02 6- St oc k. XC HN G Ar qu ivo U lb ra EA D A sp ec to s R el ev an te s p ar a a Lo ca çã o 26 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações siga reverter a decisão judicial (artigo 64, da Lei nº 8.245/91). Uma vez depositada a caução, será determina- do o despejo compulsório do locatário. Valor da caução: corresponderá de 12 a 18 meses de aluguel. Locatário vencedor: nesse caso, o valor da caução será liberado a seu favor com uma liberação mínima (artigo 64, § 2º, da Lei nº 8.245/91). Prova de danos decorrentes do despejo in- devido: o locatário poderá pleitear, na Justiça, um ressarcimento maior. Multas Caso o locatário venha a devolver o bem antes do término do prazo contratual, o valor da multa pactuada será devida, sendo que a proporcionalida- de do tempo restante deverá incidir sobre o cálculo da multa devida. Haverá a dispensa da multa se a entrega do bem se der em razão da transferência de localidade por motivo de trabalho e por ordem do empregador (artigo 4º, parágrafo único, da Lei nº 8.245/91) e se houver a notificação do locatário em relação ao locador, por escrito e com 30 dias de antecedência. Observe-se, todavia, que não será estipulado o privilégio supra-referendado se o locatário for profissional autônomo, microempresário ou sócio minoritário de uma empresa. Entrega do Imóvel No caso de locação com prazo indeterminado e sem aditamento contratual em relação ao prazo, o locatário poderá entregar o imóvel a qualquer tem- po, sem o pagamento de multa, desde que notifique o locador com antecedência de 30 dias (artigo 6º, da Lei nº 8.245/91). Caso não ocorra a notificação do lo- cador, este poderá exigir do locatário a quantia correspondente a um mês de alu- guel, acrescido dos demais encargos, vi- gentes quando da entrega do imóvel (artigo, 6º, parágrafo único,da Lei nº 8.245/91). Direito do Comprador O comprador poderá rescindir o contrato se pro- ceder à prévia notificação ao locatário, estipulando o prazo de 90 dias para a deso- cupação (artigo 8º, da Lei nº 8.245/91). Se houver cláusula de vigência do contrato em caso de venda com averbação no Cartório de Registro de Imóveis, prevalecerá o entendimento da continuidade da locação, não sendo possível o comprador retomar o imóvel antes de vencido o lapso temporal contratual. Prazo do Comprador de Imóvel Locado Regra: 90 dias para que proceda à reto- mada do imóvel adquirido (artigo 8º, § 2º, da Lei nº 8.245/91). Sem a retomada no prazo de 90 dias, a locação permanecerá em vigência, sendo que as cláusulas do contrato anterior continuarão inci- dindo, não sendo possível a retomada do imóvel pelo comprador. A preferência do inquilino na aquisição do imóvel locado, para quando o locador pretender aliená-lo, tornou-se tradicional em nossa legisla- ção do inquilinato, introduzida que foi pela lei n° 3.912/61. Para que esse direito se torne operável, é indispensável que o comprador tenha decidido revender ou dar em pagamento o objeto da com- pra e venda primitiva. É importante notar que na compra e venda, desde a origem, o direito de pre- empção não confere um direito real sobre a coisa alienada. Se o inquilino aceitar a proposta e poste- riormente o locador desistir de vender a coisa, responderá este por prejuízos (art.29). Essa ino- vação da vigente lei visou, sem dúvida, coibir eventual abuso do direito do locador. Se o imóvel estiver sublocado na totalidade, 027-Stock.XCHNG 02 8- St oc k. XC HN G 26 A sp ec to s R el ev an te s p ar a a Lo ca çã o 27 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações a preferência cabe ao sublocatário, primeiramen- te, e em seguida ao locatário. Se forem vários os sublocatários, a preferência caberá a todos, em comum, ou a qualquer um deles, se um só for o interessado. Havendo pluralidadede pretenden- tes, caberá a preferência ao locatário mais antigo, e, se da mesma data, ao mais idoso (art.30). Seção V Do direito de preferência Art. 27. No caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de direitos ou dação em pagamento, o locatário tem preferência para ad- quirir o imóvel locado, em igualdade de condições com terceiros, devendo o locador dar-lhe conheci- mento do negócio mediante notificação judicial, extrajudicial ou outro meio de ciência inequívoca. Parágrafo único. A comunicação deverá con- ter todas as condições do negócio e, em especial, o preço, a forma de pagamento, a existência de ônus reais, bem como o local e horário em que pode ser examinada a documentação pertinente. Art. 28. O direito de preferência do locatário caducará se não manifestada, de maneira inequívo- ca, sua aceitação integral à proposta, no prazo de trinta dias. Art. 29. Ocorrendo aceitação da proposta, pelo locatário, a posterior desistência do negócio pelo locador acarreta, a este, responsabilidade pelos pre- juízos ocasionados, inclusive lucros cessantes. Art. 30. Estando o imóvel sublocado em sua totalidade, caberá a preferência ao sublocatário e, em seguida, ao locatário. Se forem vários os sublo- catários, a preferência caberá a todos, em comum, ou a qualquer deles, se um só for o interessado. Parágrafo único. Havendo pluralidade de pre- tendentes, caberá a preferência ao locatário mais antigo, e, se da mesma data, ao mais idoso. Art. 31. Em se tratando de alienação de mais de uma unidade imobiliária, o direito de preferên- cia incidirá sobre a totalidade dos bens objeto da alienação. Art. 32. O direito de preferência não alcança os casos de perda da propriedade ou venda por decisão judicial, permuta, doação, integralização de capital, cisão, fusão e incorporação. Parágrafo único. Nos contratos firmados a par- tir de 1o de outubro de 2001, o direito de preferência de que trata este artigo não alcançará também os casos de constituição da propriedade fiduciária e de perda da propriedade ou venda por quaisquer for- mas de realização de garantia, inclusive mediante leilão extrajudicial, devendo essa condição constar expressamente em cláusula contratual específica, destacando-se das demais por sua apresentação gráfica. (Incluído pela Lei nº 10.931, de 2004) Art. 33. O locatário preterido no seu direito de preferência poderá reclamar do alienante as perdas e danos ou, depositando o preço e demais despesas do ato de transferência, haver para si o imóvel loca- do, se o requerer no prazo de seis meses, a contar do registro do ato no cartório de imóveis, desde que o contrato de locação esteja averbado pelo menos trinta dias antes da alienação junto à matrícula do imóvel. Parágrafo único. A averbação far-se-á à vista de qualquer das vias do contrato de locação desde que subscrito também por duas testemunhas. Art. 34. Havendo condomínio no imóvel, a preferência do condômino terá prioridade sobre a do locatário. STJ • Nº 130008 Ementa - RESP. LOCAÇÃO. DIREITO DE PREEMP- ÇÃO OU PERDAS E DANOS. - NÃO LEVADO A REGISTRO O CONTRATO DE LOCAÇÃO, NÃO E EXERCITAVEL O DIREITO DE PRE- FERENCIA PELO LOCATARIO, CABENDO, CONTUDO, SE PRETERIDO ESSE DIREITO, PERDAS E DANOS. - ART. 33, LEI 8.245/1991. - RECURSO NÃO CONHECIDO. Classe: RECURSO ESPECIAL Órgão: QUINTA TURMA Relator: Min. JOSÉ ARNALDO DA FONSE- CA Publicação: DJ (15/09/1997) Via de regra, o inquilino não tem preferência. Na prática do dia-a-dia do mercado imobiliário, no entanto, há grande preocupação dos interessa- dos na alienação de imóvel em dar ao inquilino a preferência pela sua compra, eliminando qual- quer possibilidade de anulação deste negócio. Na A sp ec to s R el ev an te s p ar a a Lo ca çã o 28 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações verdade, o exercício deste direito - a preferência - somente acontece se o contrato de locação es- tiver averbado pelo menos de trinta dias antes da alienação junto à matrícula do imóvel. A inexistência desta averbação, que pode- rá ser constatada através da certidão negativa de ônus reais solicitada ao Cartório de Registro de Imóveis, possibilita a realização do negócio absolutamente sem qualquer risco de problema futuro com o inquilino. É evidente que o novo adquirente para retomar o imóvel deverá poste- riormente ao registro da escritura notificá-lo para desocupar o prédio sob pena da propositura da competente ação de despejo por denúncia vazia. Contudo, alegações acerca da preferência, depósito do valor da compra, adjudicação com- pulsória etc. não têm qualquer embasamento le- gal, e certamente tal pretensão terá unicamente um caráter protelatório, objetivando manter o inquilino na ocupação do imóvel o maior tempo possível. Muitas vezes as partes têm urgência no fechamento do negócio e a espera desta notifica- ção de preferência traz problemas de toda ordem até inviabilizando sua conclusão. Isto sem esque- cer que o próprio locatário dificulta o recebimen- to da notificação, protelando o máximo o início do prazo de trinta dias de sua interpelação. É importante que ao entabular a correta- gem, as partes analisem de modo cuidadoso a existência desta preferência mediante requisição da certidão negativa de ônus reais. Não havendo qualquer averbação ou registro do contrato de lo- cação, o negócio pode ser feito sem qualquer pre- ocupação com o locatário que assim não possui qualquer ingerência na compra e venda. E mais, o direito de preferência não alcança os casos de perda da propriedade ou venda por decisão judi- cial, assim como permuta, doação, integralização de capital, cisão, fusão e incorporação. Morte do Locador ou do Locatário A morte do locador não ensejará a rescisão do contrato (artigo 10, da Lei nº 8.245/91), já que os herdeiros manterão a locação nos termos do contrato ajustado ou de acordo com a determi- nação legal. Se o locatário falecer, a locação será trans- mitida ao cônjuge sobrevivente ou ao compa- nheiro, ou, ainda, aos herdeiros necessários e às demais pessoas que viviam na dependência do falecido. Nas locações não residenciais, o espólio ou o sucessor do falecido ficará encarregado de as- sumir a locação. Ocorrendo separação de fato/se- paração judicial, divórcio ou dissolução de união estável, a locação será transferida àquele que per- manecer no imóvel. Nas alterações referendadas, o locador pode- rá exigir novos fiadores e outras garantias. Ade- mais, frisamos que a tutela da continuidade da locação está prevista no artigo 12 e parágrafos, da Lei nº 8.245/91. Cessão da Locação A cessão da locação é permitida, mas somen- te poderá ocorrer com o formal consentimento do locador (artigo 13, da Lei nº 8.245/91). Caso isso não ocorra, estará caracterizada a violação do contrato e o locador poderá propor a ação de despejo, cobrando a multa prevista no contrato. Atividades As ações relativas à locação são a. suspensas no período de férias? No que consiste a caução para a re- b. alização do despejo? O que acontecerá se na locação c. com prazo determinado e sem adi- tamento contratual em relação ao prazo o locatário entregar o imó- vel? Ocorrendo a morte do locatário, d. quem o substituirá? Qual o prazo para o comprador e. promover a ação desejo após a aquisição do imóvel?0 28 -S to ck .X CH NG 28 A sp ec to s R el ev an te s p ar a a Lo ca çã o 29 www.ulbra.br/ead Administração de Imóveis e Locações Referências Comentadas MIRANDA, Custódio da Piedade Ubaldino. Locação de Imóveis Urbanos. São Paulo: Atlas. 2007. O jurista MIRANDA ocupou-se em estudar detalhadamente o tema locação de imóveis
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