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CADERNO DE TRIBUTÁRIO PARTE I

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1 
cadernossistematizados@gmail.com 
CADERNO DE TRIBUTÁRIO I – Eduardo Sabbag e Renato de Pretto
 
I. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 7 
II. SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO ............................................................ 7 
1. CONCEITO ............................................................................................................ 7 
2. FUNÇÃO DA CF EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA ....................................................... 7 
2.1. Discriminação de competências tributárias ......................................................... 8 
2.2. Classificação de tributos ..................................................................................... 8 
2.3. Definição da regra matriz das espécies e subespécies tributárias ...................... 9 
2.4. Limitação ao poder de tributar ............................................................................ 9 
2.5. Delimitação da repartição das receitas tributárias ............................................... 9 
2.5.1. Art. 157 da CF – Estados e DF ........................................................................ 9 
2.5.2. Art. 158 da CF -Municípios ............................................................................... 9 
2.5.3. Art. 159 da CF ................................................................................................ 10 
2.5.4. Art. 160 da CF ................................................................................................ 12 
2.5.5. Art. 161 da CF ................................................................................................ 12 
2.5.6. Art. 162 da CF ................................................................................................ 12 
3. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR .......................... 13 
3.1. Forma de regulamentação ................................................................................ 13 
3.2. Conceito ........................................................................................................... 14 
3.3. Divisão .............................................................................................................. 15 
3.4. Cláusula pétrea ................................................................................................ 15 
3.5. Objetivos .......................................................................................................... 15 
III. PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO .................................................. 15 
1. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA NA TRIBUTAÇÃO ............................... 16 
1.1. Conceito ........................................................................................................... 16 
1.2. Conteúdo .......................................................................................................... 16 
2. PRINCÍPIO DA ISONOMIA .................................................................................. 17 
2.1. Conceito ........................................................................................................... 17 
2.2. Entendimento jurisprudencial ............................................................................ 17 
3. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA .................................................. 19 
3.1. Previsão legal ................................................................................................... 19 
3.2. Possibilidade de extensão ................................................................................ 19 
 
2 
cadernossistematizados@gmail.com 
3.3. Conteúdo .......................................................................................................... 20 
3.4. Aspectos ........................................................................................................... 20 
3.5. Concretização ................................................................................................... 20 
3.5.1. Imunidade ...................................................................................................... 20 
3.5.2. Isenção .......................................................................................................... 20 
3.5.3. Seletividade ................................................................................................... 21 
3.5.4. Progressividade ............................................................................................. 21 
4. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE DE COLABORAÇÃO ........................................... 22 
5. PRINCÍPIO DA PRATICABILIDADE DA TRIBUTAÇÃO ....................................... 22 
IV. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS .................................................. 23 
1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE .............................................................................. 23 
1.1. Nomenclatura ................................................................................................... 23 
1.2. Origem .............................................................................................................. 23 
1.3. Previsão ........................................................................................................... 23 
1.4. Conteúdo .......................................................................................................... 23 
1.5. Lei X Legislação Tributária ............................................................................... 25 
1.6. Mitigações ao princípio da legalidade ............................................................... 25 
1.7. Jurisprudência e pontos importantes ................................................................ 26 
1.7.1. Norma tributária em branco ............................................................................ 26 
1.7.2. Lei delegada (art. 68, da CF).......................................................................... 27 
1.7.3. Decreto ou regulamento delegado ................................................................. 27 
1.7.4. Medida provisória ........................................................................................... 27 
1.7.5. Competência .................................................................................................. 28 
1.7.6. Princípio da transcendência fiscal .................................................................. 28 
1.7.7. Lei específica ................................................................................................. 28 
1.7.8. Correção monetária ....................................................................................... 28 
1.7.9. Forma de criação ........................................................................................... 30 
2. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA ........................................... 31 
2.1. Previsão legal ................................................................................................... 31 
2.2. Retroatividade tributária .................................................................................... 31 
2.3. Fato gerador complexivo, de formação sucessiva ou periódico ........................ 32 
3. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ....................................................................... 34 
3.1. Anterioridade anual, de exercício financeiro, geral ou comum .......................... 34 
3.1.1. Previsão legal ................................................................................................ 34 
 
3 
cadernossistematizados@gmail.com 
3.1.2. Conceito e considerações .............................................................................. 34 
3.1.3. Cláusula Pétrea..............................................................................................34 
3.1.4. Exceções ao princípio da anterioridade anual ................................................ 35 
3.1.5. Revogação de isenção/redução de benefício fiscal ........................................ 36 
3.2. Anterioridade mínima, de noventa dias, noventária, nonagesimal .................... 38 
3.2.1. Previsão legal ................................................................................................ 38 
3.2.2. Prorrogação de alíquota ................................................................................. 38 
3.2.3. Exceções ....................................................................................................... 39 
3.2.4. Contagem derivada de MP em matéria tributária ........................................... 39 
3.3. Quadro esquemático ........................................................................................ 40 
4. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO TRIBUTO CONFISCATÓRIO (OU 
RAZOABILIDADE DA CARGA TRIBUTÁRIA) ........................................................................... 41 
4.1. Previsão legal ................................................................................................... 41 
4.2. Incidência ......................................................................................................... 41 
4.3. Aferição ............................................................................................................ 41 
4.4. Sanções políticas.............................................................................................. 42 
5. PRINCÍPIO DA LIBERDADE DO TRÁFEGO DE PESSOAS OU BENS (OU DA 
LIVRE CIRCULAÇÃO) .............................................................................................................. 43 
5.1. Previsão legal e considerações ........................................................................ 43 
5.2. Pedágio ............................................................................................................ 44 
6. PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA DA TRIBUTAÇÃO .................. 44 
6.1. Previsão legal e considerações ........................................................................ 44 
7. PRINCÍPIO DA ISONOMIA DOS TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA DOS ENTES 
FEDERADOS E DA TRIBUTAÇÃO DOS RENDIMENTOS DE SEUS SERVIDORES ............... 45 
7.1. Previsão legal e considerações ........................................................................ 45 
8. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE ISENÇÕES HETERÔNOMAS OU 
HETEROTÓPICAS .................................................................................................................... 46 
8.1. Previsão legal e considerações ........................................................................ 46 
8.2. Taxas estaduais e INSS ................................................................................... 47 
8.3. Tratados internacionais..................................................................................... 47 
9. PRINCÍPIO DA NÃO-DISCRIMINAÇÃO TRIBUTÁRIA ......................................... 48 
9.1. Previsão legal e considerações ........................................................................ 48 
V. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS .................................................................................. 49 
1. CONCEITO .......................................................................................................... 49 
1.1. Norma constitucional ........................................................................................ 49 
 
4 
cadernossistematizados@gmail.com 
1.2. Norma de exoneração ...................................................................................... 49 
1.3. Norma de valores relevantes ............................................................................ 49 
1.4. Norma de inibidora de competência impositiva ................................................. 50 
1.5. Norma de não incomodação ............................................................................. 50 
2. DISPOSITIVOS NA CF – “FALSAS ISENÇÕES” ................................................. 51 
3. NORMAS IMUNIZANTES .................................................................................... 51 
3.1. Art. 149, §2º, I da CF ........................................................................................ 51 
3.2. Art. 156, §2º, I da CF ........................................................................................ 51 
3.3. Art. 150, VI da CF ............................................................................................. 52 
4. ESPÉCIES DE IMUNIDADES .............................................................................. 52 
4.1. (a) patrimônio renda ou serviços uns dos outros............................................... 53 
4.1.1. Impostos afastados ........................................................................................ 53 
4.1.2. Extensão da imunidade recíproca .................................................................. 53 
4.1.3. Responsabilidade por sucessão imobiliária .................................................... 54 
4.1.4. Excluídos da imunidade recíproca ................................................................. 55 
4.1.5. Observações finais ......................................................................................... 55 
4.2. (b) templos de qualquer culto ........................................................................... 55 
4.2.1. Casos concretos importantes ......................................................................... 56 
4.2.2. Observações finais ......................................................................................... 56 
4.3. (c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, 
das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei .................................................................. 57 
4.3.1. Conceito ......................................................................................................... 57 
4.3.2. Pessoas abrangidas ....................................................................................... 57 
4.3.3. Espécie de lei ................................................................................................. 57 
4.3.4. Finalidades institucionais ............................................................................... 58 
4.3.5. Observações finais ......................................................................................... 59 
4.4. (d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão ................... 59 
4.4.1. Questões pertinentes ..................................................................................... 59 
4.5. (e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo obras 
musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas 
brasileiros bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na 
etapa de replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. ........................................ 60 
VI. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL ....................................................................... 61 
1. CONCEITO DE TRIBUTO .................................................................................... 61 
 
5 
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1.1. Prestação pecuniária ........................................................................................ 61 
1.2. Prestação compulsória ..................................................................................... 62 
1.3. Diversa de multa ...............................................................................................62 
1.4. Instituída por lei ................................................................................................ 63 
1.5. Cobrada por meio de lançamento ..................................................................... 63 
2. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS ................................................................................... 63 
3. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO .......................................................................... 64 
3.1. Considerações iniciais ...................................................................................... 64 
3.2. Características .................................................................................................. 64 
3.3. Fato gerador ..................................................................................................... 65 
3.4. Pressupostos .................................................................................................... 65 
3.4.1. Despesas extraordinárias (em virtude de calamidade pública ou de guerra 
externa) 66 
3.4.2. Investimento público de caráter urgente e relevante interesse social ............. 66 
4. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA ........................................................................ 66 
4.1. Previsão: art. 145, III da CF .............................................................................. 66 
4.2. Fato gerador ..................................................................................................... 66 
4.3. Base de cálculo ................................................................................................ 67 
4.4. Sujeito passivo ................................................................................................. 67 
4.5. Observações finais ........................................................................................... 68 
5. TAXAS ................................................................................................................. 69 
5.1. Previsão legal: Art. 145, II da CF; art. 77 e seguintes do CTN. ......................... 69 
5.2. Características .................................................................................................. 69 
5.3. Competência tributária ...................................................................................... 69 
5.4. Taxa de serviço público: requisitos ................................................................... 70 
5.4.1. Exemplos ....................................................................................................... 70 
5.4.2. Discussões: iluminação pública, lixo, água e esgoto e possibilidade de se 
apropriar de elementos de impostos ...................................................................................... 70 
5.5. Taxa de polícia ................................................................................................. 73 
6. IMPOSTOS .......................................................................................................... 78 
6.1. Regras gerais ................................................................................................... 78 
6.2. Discriminação de competências ....................................................................... 80 
7. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS ............................................................................ 82 
7.1. Considerações iniciais ...................................................................................... 82 
 
6 
cadernossistematizados@gmail.com 
7.2. Características .................................................................................................. 82 
7.2.1. Não se confundem com impostos .................................................................. 82 
7.2.2. São espécies tributárias autônomas............................................................... 83 
7.3. Modalidades ..................................................................................................... 83 
7.3.1. Contribuições sociais ..................................................................................... 83 
7.3.2. Contribuições de intervenção do domínio econômico (CIDE) ......................... 84 
7.3.3. Contribuições de interesse de categorias profissionais ou econômicas 
(contribuições corporativas). .................................................................................................. 85 
7.3.4. COSIP: Contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública ........... 85 
7.4. Análise do art. 149 CF ...................................................................................... 85 
7.4.1. “...observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III...” .............................. 86 
7.4.2. “...observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III...” .............................. 86 
7.4.3. “...e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a 
que alude o dispositivo...” ...................................................................................................... 87 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
cadernossistematizados@gmail.com 
I. APRESENTAÇÃO 
Olá! Obrigado por adquirir nosso Caderno Sistematizado de Direito Tributário! 
Na primeira parte, o caderno será composto de sete aulas, tratando do Direito Tributário na 
Constituição Federal. 
Quatro aulas serão ministradas pelo professor Eduardo Sabbag (imunidades e tributos) e 
três aulas pelo professor Renato de Pretto (princípios), far-se-á referência ao professor que estará 
abordando cada tema, para melhor didática e organização. 
Não se esqueça da leitura de lei seca, tanto a CF quanto o CTN, além de súmulas e 
informativos do STF e STJ. 
Os principais artigos, informativos e súmulas estarão inseridos no caderno, mas não deixe 
de realizar um estudo complementar, bem como de realizar questões (de preferência algum tempo 
após o estudo, pois isso irá ajudá-lo a fixar melhor o conteúdo). 
Bons estudos! Qualquer dúvida estamos à disposição. 
II. SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO 
Prof. Renato de Pretto 
É regulamentado entre os arts. 145 e 162 da Constituição Federal. 
1. CONCEITO 
O sistema constitucional tributário é um conjunto de princípios e regras que estabelece, 
fundamentalmente, a tributação. Ou seja, a ação estatal de instituir e exigir tributos. 
Obs.: É importante conjugar o estudo, desta parte, com o direito constitucional. 
 Princípios – são mandamentos de otimização, possuem uma densidade menor. Ocorre 
ponderação quando em conflito. 
 Regras – possui uma grande densidade normativa, ou seja, é “mais palpável” do que os 
princípios. Não há ponderação, é tudo ou nada. 
2. FUNÇÃO DA CF EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA 
A CF não criou tributos, tal função é da lei. 
O que a CF traz é uma estrutura sobre o direito tributário. Isto é, hipóteses de autorização 
para de criação de tributos pela lei. 
A CF trouxe cinco pontos importantes ao Direito Tributário, vejamos: 
 
8 
cadernossistematizados@gmail.com 
2.1. Discriminação de competências tributárias 
Competência tributária é a aptidão para criar tributos, coube à CF indicar os entes federados 
(União, Estados, DF e Municípios) que podem criar determinado tributo. 
2.2. Classificação de tributos 
A CF apontou os tributos, as espécies e as subespécies tributárias. 
De acordo com o STF, existem cinco espécies tributárias (Teoria Pentapartida), são elas: 
a) Impostos 
b) Taxas Art. 145 da CF (federais, estaduais, municipais). 
c) Contribuição de melhoria 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão 
instituir os seguintes tributos: 
I - impostos; 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva 
ou potencial, de serviçospúblicos específicos e divisíveis, prestados ao 
contribuinte ou postos a sua disposição; 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
 
d) Empréstimos compulsórios – art. 148 da CF. 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade 
pública, de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante 
interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo 
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. 
 
e) Contribuições especiais – Art. 149, caput e art. 149-A, ambos da CF. 
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas 
respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem 
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que 
alude o dispositivo. 
 
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, 
na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, 
observado o disposto no art. 150, I e III. 
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o 
caput, na fatura de consumo de energia elétrica. 
 
Divide-se em: 
 
9 
cadernossistematizados@gmail.com 
 Sociais: compreende: gerais (U) e de seguridade social* 
 De intervenção no domínio econômico (U) Art. 149, caput 
 De interesse de categorias profissionais/econômicas (U) 
 CIP/COSIP – art. 149-A 
*A contribuição social de seguridade social para fins de previdência social poderá ser 
instituída pela União, Estados, DF e Municípios. 
2.3. Definição da regra matriz das espécies e subespécies tributárias 
Será analisado detalhadamente em outra oportunidade. 
Por exemplo, a regra matriz da taxa é um serviço público ou exercício do poder de polícia; 
da contribuição de melhoria é uma obra pública. 
2.4. Limitação ao poder de tributar 
Compreende os princípios constitucionais tributários e as imunidades tributárias. 
Será analisado de forma detalhada, posteriormente. 
2.5. Delimitação da repartição das receitas tributárias 
É matéria afeta ao Direito Financeiro. 
Aparece entre os arts. 157 e 162 da CF, ler e reler tais artigos. Abaixo, breves comentários. 
Ressalta-se, quando esta parte aparece em prova, geralmente, é a literalidade dos artigos. 
Assim, ler e reler. 
2.5.1. Art. 157 da CF – Estados e DF 
O art. 157 da CF trata da repartição direta das receitas pertencentes aos Estados e ao DF, 
a primeira hipótese refere-se ao IR sobre os servidores (100% para o vai para o referido ente, que 
retém na fonte) e a segunda hipótese refere-se aos impostos residuais (20% será destinado aos 
Estados e ao DF). 
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos 
de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a 
qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e 
mantiverem; 
II - vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir 
no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I. 
 
2.5.2. Art. 158 da CF -Municípios 
O art. 158 da CF trata da repartição de receitas destinadas aos municípios, ficando com 
100% do valor de IR retido dos seus servidores e dos servidores de suas autarquias. Destaca-se a 
Súmula 447 do STJ, que se aplica aos municípios. 
 
10 
cadernossistematizados@gmail.com 
Art. 158. Pertencem aos Municípios: 
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos 
de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a 
qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e 
mantiverem; 
II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre 
a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, 
cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, 
III; 
III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado 
sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios; 
IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado 
sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. 
Parágrafo único. As parcelas de receita pertencentes aos Municípios, 
mencionadas no inciso IV, serão creditadas conforme os seguintes critérios: 
 
Súmula 447 do STJ – Os Estados e o DF são partes legítimas na ação de 
restituição de IR retido na fonte proposta por seus servidores. 
Além disso, receberá, no mínimo, 50% do ITR dos imóveis localizados em seu território, bem 
como 50% do valor arrecadado com IPVA licenciados em seu território. E, por fim, 25% do que for 
obtido com ICMS. 
Em relação ao ICMS, é possível que os Estados, ao concederem benefícios fiscais, com a 
diminuição de sua receita, possam diminuir o valor repassado aos Municípios? R: A questão foi 
decidida pelo STF, entendendo que o Município possui direito ao repasse integral, não interferindo 
eventual benefício fiscal concedido pelo Estado. 
FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICÍPIOS. REPARTIÇÃO 
CONSTITUCIONAL DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS. PARTICIPAÇÃO DOS 
MUNICÍPIOS NO PRODUTO DA ARRECADAÇÃO DO ICMS (CF, ART. 158, 
IV). PRODEC (PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA EMPRESA 
CATARINENSE). LEI CATARINENSE Nº 11.345/2000. Concessão, pelo 
estado, de incentivos fiscais e creditícios, com recursos oriundos da 
arrecadação do ICMS - Pretensão do município ao repasse integral da 
parcela de 25%, sem as retenções pertinentes aos financiamentos do prodec 
- Controvérsia em torno da definição da locução constitucional " produto da 
arrecadação " (CF, art. 158, IV) - Pretendida distinção, que faz o estado de 
Santa Catarina, para efeito da repartição constitucional do ICMS, entre 
arrecadação (conceito contábil) e produto da arrecadação (conceito 
financeiro) - Parcela de receita tributária (25%) que pertence, por direito 
próprio, ao município - Consequente inconstitucionalidade da retenção 
determinada por legislação estadual (RE 572.762/SC, pleno) - Direito do 
município ao repasse integral - Recurso de agravo improvido. (STF; RE-
AgR 587.645-4; SC; Segunda Turma; Rel. Min. Celso de Mello; Julg. 
11/11/2008; DJE 06/02/2009; Pág. 285). 
2.5.3. Art. 159 da CF 
 
11 
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Art. 159. A União entregará: 
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de 
qualquer natureza e sobre produtos industrializados, 49% (quarenta e nove 
por cento), na seguinte forma: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
84, de 2014) 
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação 
dos Estados e do Distrito Federal; 
b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de Participação 
dos Municípios; 
c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor 
produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas 
instituições financeiras de caráter regional, de acordo com os planos 
regionais de desenvolvimento, ficando assegurada ao semiárido do Nordeste 
a metade dos recursos destinados à Região, na forma que a lei estabelecer; 
d) um por cento ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue 
no primeiro decêndio do mês dedezembro de cada ano; 
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será 
entregue no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano; (Incluída pela 
Emenda Constitucional nº 84, de 2014) 
II - do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, 
dez por cento aos Estados e ao Distrito Federal, proporcionalmente ao valor 
das respectivas exportações de produtos industrializados. 
III - do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio 
econômico prevista no art. 177, § 4º, 29% (vinte e nove por cento) para os 
Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, observada a 
destinação a que se refere o inciso II, c, do referido parágrafo. 
§ 1º Para efeito de cálculo da entrega a ser efetuada de acordo com o previsto 
no inciso I, excluir-se-á a parcela da arrecadação do imposto de renda e 
proventos de qualquer natureza pertencente aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios, nos termos do disposto nos arts. 157, I, e 158, I. 
§ 2º A nenhuma unidade federada poderá ser destinada parcela superior a 
vinte por cento do montante a que se refere o inciso II, devendo o eventual 
excedente ser distribuído entre os demais participantes, mantido, em relação 
a esses, o critério de partilha nele estabelecido. 
§ 3º Os Estados entregarão aos respectivos Municípios vinte e cinco por 
cento dos recursos que receberem nos termos do inciso II, observados os 
critérios estabelecidos no art. 158, parágrafo único, I e II. 
§ 4º Do montante de recursos de que trata o inciso III que cabe a cada Estado, 
vinte e cinco por cento serão destinados aos seus Municípios, na forma da lei 
a que se refere o mencionado inciso. 
 
Trata-se de participação em fundos, a repartição poderá ser direita ou indireta. 
Em primeiro lugar, tem-se a repartição do IR e do IPI para os Estados e DF, na fração de 
49%. Além disso, conforme as exportações, a União repartirá 10% do IPI, não podendo ultrapassar 
2% por Estado. Por fim, 29% do que for arrecado com a CIDE combustíveis ou CIDE petróleo, serão 
distribuídos aos Estados e DF. 
 
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OBS.: atenção para a alinha “e” do inciso I, do art. 159 da CF, que prevê a destinação de 
1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro 
decêndio do mês de julho de cada ano. 
2.5.4. Art. 160 da CF 
Art. 160. É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego 
dos recursos atribuídos, nesta seção, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a 
impostos. 
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os 
Estados de condicionarem a entrega de recursos: 
I – ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias; 
II – ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e III. 
 
Prevê a proibição de retenção ou restrição de repasses, ressalvadas as hipóteses do 
parágrafo único. 
2.5.5. Art. 161 da CF 
Caberá a Lei Complementar dispor sobre as repartições de receita tributária. 
Art. 161. Cabe à lei complementar: 
I - definir valor adicionado para fins do disposto no art. 158, parágrafo único, 
I; 
II - estabelecer normas sobre a entrega dos recursos de que trata o art. 159, 
especialmente sobre os critérios de rateio dos fundos previstos em seu inciso 
I, objetivando promover o equilíbrio sócio-econômico entre Estados e entre 
Municípios; 
III - dispor sobre o acompanhamento, pelos beneficiários, do cálculo das 
quotas e da liberação das participações previstas nos arts. 157, 158 e 159. 
Parágrafo único. O Tribunal de Contas da União efetuará o cálculo das quotas 
referentes aos fundos de participação a que alude o inciso II. 
 
2.5.6. Art. 162 da CF 
Por fim, trata da divulgação dos valores arrecadados, consagrando o princípio da 
publicidade, da transparência. 
Art. 162. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios divulgarão, 
até o último dia do mês subsequente ao da arrecadação, os montantes de 
cada um dos tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de 
origem tributária entregues e a entregar e a expressão numérica dos critérios 
de rateio. 
Parágrafo único. Os dados divulgados pela União serão discriminados por 
Estado e por Município; os dos Estados, por Município. 
 
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3. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR 
3.1. Forma de regulamentação 
A CF exige, na regulamentação ao poder de tributar, lei complementar, nos termos do art. 
146 da CF. 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
III - estabelecer normas gerais (a principal norma é o CTN) em matéria de 
legislação tributária, especialmente sobre: O rol abaixo é exemplificativo. 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos 
impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos 
geradores, bases de cálculo e contribuintes; 
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas 
sociedades cooperativas. 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas 
e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou 
simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições 
previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 
239. 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também 
poderá instituir um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observado que: 
I - será opcional para o contribuinte; 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por 
Estado; 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela 
de recursos pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, 
vedada qualquer retenção ou condicionamento; 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas 
pelos entes federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. 
 
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de 
tributação, com o objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem 
prejuízo da competência de a União, por lei, estabelecer normas de igual 
objetivo. 
 
Portanto, percebe-se que lei complementar, no Direito Tributário, irá dispor sobre conflito de 
competência em matéria tributária, entre os entes federados; regular as limitações ao poder de 
tributar; traçar as normas gerais de legislação tributária e, por fim, para prevenir desequilíbrios da 
concorrência. 
Toda e qualquer lei ordinária que tratar dos assuntos acima, será inconstitucional. 
 
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3.2. Conceito 
A limitação constitucional ao poder de tributar é gênero, formado por duas espécies, quais 
sejam: princípios constitucionais tributários e imunidades tributárias. Em regra, estão concentrados 
no art. 150 da CF (rol exemplificativo). Mas, ao longo da CF, encontram-se outras limitações. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é 
vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em 
situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação 
profissionalou função por eles exercida, independentemente da 
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; 
III - cobrar tributos: 
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei 
que os houver instituído ou aumentado; 
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os 
instituiu ou aumentou; 
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei 
que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
V - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos 
interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela 
utilização de vias conservadas pelo Poder Público; 
VI - instituir impostos sobre: 
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; 
b) templos de qualquer culto; 
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos 
da lei; 
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
e) fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil contendo 
obras musicais ou literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral 
interpretadas por artistas brasileiros bem como os suportes materiais ou 
arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial 
de mídias ópticas de leitura a laser. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 
75, de 15.10.2013) 
§ 1º A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 
148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica 
aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação 
da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 
§ 2º A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à 
renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. 
§ 3º As vedações do inciso VI, "a", e do parágrafo anterior não se aplicam ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de 
atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos 
privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas 
 
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pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar 
imposto relativamente ao bem imóvel. 
§ 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem 
somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades 
essenciais das entidades nelas mencionadas. 
§ 5º A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos 
acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. 
§ 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão 
de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou 
contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, 
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima 
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do 
disposto no art. 155, § 2.º, XII, g. 
§ 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição 
de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador 
deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição 
da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. 
 
3.3. Divisão 
a) Gerais – aplicadas a todos os entes federados; 
b) Específica – aplicadas especificamente a determinados entes federados. 
3.4. Cláusula pétrea 
O STF entende que algumas limitações constitucionais são cláusulas pétreas, pois 
relacionadas ao direito fundamental dos contribuintes. 
3.5. Objetivos 
As limitações constitucionais visam: 
a) Resguardo da segurança jurídica 
b) Resguardo da justiça tributária 
c) Resguardo da liberdade 
d) Resguardo da federação 
III. PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
Prof. Renato de Pretto 
Antes de estudarmos os princípios constitucionais tributários, previstos no art. 150 da CF, 
analisaremos os princípios gerais do direito tributário. O conhecimento garante substrato tanto para 
prova oral quanto para prova discursiva. 
São eles: 
1. Princípio da segurança jurídica; 
 
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2. Princípio da isonomia 
3. Princípio da capacidade contributiva 
4. Princípio da capacidade de colaboração 
5. Princípio da praticabilidade da tributação 
1. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA NA TRIBUTAÇÃO 
1.1. Conceito 
É um subprincípio decorrente do princípio do Estado Democrático de Direito. 
Segundo o STF, este princípio geral do Direito Tributário é um sobre princípio em matéria 
tributária, ou seja, servirá de alicerce para todo o DT. 
1.2. Conteúdo 
Possui cinco conteúdos. Vejamos: 
a) Certeza do direito – busca evitar excessos, abusos. Assim, matéria que não é tributada, 
por exemplo, não pode passar a ser do dia para noite. Tem-se os seguintes princípios, 
decorrentes da certeza do direito, princípio da legalidade, princípio da anterioridade, 
princípio da irretroatividade das leis tributárias. 
b) Intangibilidade das posições jurídica – é o respeito ao ato jurídico perfeito, ao direito 
adquirido. Por exemplo, ao assinar um parcelamento de débito tributário, não pode o 
fisco querer cancelar, pois está abrangido por um ato jurídico perfeito. 
c) Estabilidade das situações jurídicas – está ligada à prescrição, a decadência. Significa 
que há tempo determinado para cobrar, para lançar, etc. 
d) Confiança no tráfico jurídico – significa o respeito à boa-fé, à lealdade. O art. 100 do 
CTN é um excelente exemplo deste conteúdo. Vejamos: 
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das 
convenções internacionais e dos decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição 
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios. 
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a 
imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do 
valor monetário da base de cálculo do tributo. 
 
e) Devido processo legal – a tributação deve respeitar o devido processo legal, tanto em 
seu enfoque formal quanto substantivo. 
 
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2. PRINCÍPIO DA ISONOMIA 
2.1. Conceito 
Significa igualdade em matéria tributária, nos termos do art. 150, II da CF. 
Art. 150 - II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem 
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação 
profissional ou função por eles exercida, independentemente da 
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; 
 
Sua intenção é proibir diferenciações abusivas, os chamados privilégios odiosos. Contudo, 
é possível distinções razoáveis, as quais respeitem a licitude. Por exemplo, não são todas as 
pessoas que irão pagar IR, eis que não todas que auferem renda. 
De acordo com a doutrina, a distinção poderá ocorrer sob o enfoque da capacidade 
contributiva (quem ganha mais, paga mais) e para fim extrafiscal, com o objetivo de desestimular 
determinado comportamento (diminuir importação, por exemplo). 
O mesmo ocorre com apropriedade, quando não se dá a função social, será possível a 
cobrança de IPTU progressivo, com a finalidade de desestimular o comportamento do proprietário 
(fim extrafiscal). 
O art. 146, III, b da CF permite tratamento diferente, por lei complementar, das micro e 
pequenas empresas, exemplo do princípio da isonomia. 
2.2. Entendimento jurisprudencial 
Os concursos, em relação ao princípio da isonomia, costumam cobrar o entendimento 
jurisprudencial. A seguir, abordaremos algumas decisões. 
 Isenção de taxa de inscrição em concurso público para desempregado (ADI 2672): 
constitucionalidade; 
 
 IR incidente sobre produtos financeiros resultantes de atividades criminosas (STF, 
HC n° 77.530-RS): possibilidade; 
 
 Não é possível ao Judiciário estender isenção (alíquota do IPI diferenciada para os 
produtores de açúcar localizados nos Estados das regiões norte e nordeste, por 
exemplo) a contribuintes não contemplados pela lei, a título de isonomia, visto que a 
concessão de tal benesse é ato discricionário, no qual o Poder Executivo implementa 
suas políticas fiscais, sociais e econômicas (RE 344.331-PR). O art. 108, §2º do CTN 
e o art. 111, II, do CTN, consagram este entendimento. 
Art. 108, § 2º O emprego da equidade não poderá resultar na dispensa do 
pagamento de tributo devido. 
Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: 
II - outorga de isenção; 
 
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 Inconstitucionalidade de lei estadual que concedia isenção de IPVA aos proprietários 
de veículos destinados a transporte escolar, devidamente regularizados perante uma 
cooperativa municipal específica (ADIMC 1655/AP); 
 
 Inconstitucionalidade de lei municipal que pretendeu conceder isenção de IPTU em 
razão da qualidade de servidor estadual do contribuinte (AGRAG 157.871-9); 
 
 Inconstitucionalidade de lei estadual que concedeu, indevidamente, isenção aos 
membros do Ministério Público de custas e emolumentos (ADI 3260/RN); 
 
 Simples Nacional: vedação e isonomia - É constitucional a exigência contida no art. 
17, V, da LC 123/2006. 
Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do 
Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: 
V - que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, ou 
com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade 
não esteja suspensa; 
 
Sublinhou-se que a Corte já teria afirmado não haver ofensa ao princípio da 
isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprimisse tratamento 
desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade 
contributiva distinta, ao afastar do Simples Nacional as pessoas jurídicas 
cujos sócios teriam condição de disputar o mercado de trabalho sem 
assistência do Estado. A Corte, ainda, teria reconhecido a possibilidade de 
se estabelecerem exclusões do regime simplificado com base em critérios 
subjetivos. Dessa forma, reputou-se não haver óbice a que o legislador 
infraconstitucional criasse restrições de ordem subjetiva a uma proteção 
constitucionalmente prevista. (...) Dessa perspectiva, a norma em discussão 
não violaria o princípio da isonomia, mas o confirmaria, pois o adimplente e o 
inadimplente não estariam na mesma situação jurídica. (STF, RE 627543/RS, 
rel. Min. Dias Toffoli, 30.10.2013) (Informativo 726, Plenário, Repercussão 
Geral). 
 É INCONSTITUCIONAL lei estadual que concede isenção de ICMS para operações 
de aquisição de automóveis por oficiais de justiça estaduais. 
STF, ADI N. 4.276-MT, RELATOR: MIN. LUIZ FUX EMENTA: (...) 3. A 
isonomia tributária (CF, art. 150, II) torna inválidas as distinções entre 
contribuintes “em razão de ocupação profissional ou função por eles 
exercida”, máxime nas hipóteses nas quais, sem qualquer base 
axiológica no postulado da razoabilidade, engendra-se tratamento 
discriminatório em benefício da categoria dos oficiais de justiça 
estaduais. 4. Ação direta de inconstitucionalidade julgada procedente. 
(Informativo 755). 
 
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 É CONSTITUCIONAL a previsão legal de diferenciação de alíquotas em relação às 
contribuições previdenciárias incidentes sobre a folha de salários de instituições 
financeiras ou de entidades a elas legalmente equiparáveis, após a edição da EC 
20/1998. 
Segundo entendeu o STF, não houve a instituição de nova modalidade de 
contribuição, mas apenas de majoração de alíquota. Em outras palavras, o § 1º do 
art. 22 não criou uma nova contribuição ou fonte de custeio para a Previdência. Ele 
apenas previu uma alíquota diferenciada para as instituições financeiras. Logo, não 
há qualquer inconstitucionalidade sob o ponto de vista formal. 
As instituições financeiras possuem maior capacidade produtiva, de forma que não 
há qualquer inconstitucionalidade na exigência de uma alíquota maior para que estas 
entidades contribuam para a manutenção do sistema de seguridade social. Dessa 
forma, não houve violação ao princípio da igualdade nem aos seus dois 
subprincípios: o da capacidade contributiva e o da equidade para manutenção do 
sistema de seguridade social. 
3. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA 
3.1. Previsão legal 
Está previsto no art. 145, §1º da CF. 
Art. 145, § 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão 
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à 
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses 
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o 
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
 
3.2. Possibilidade de extensão 
Conforme se observa pelo dispositivo legal, há menção apenas a impostos. Contudo, no 
entender do STF, na medida do possível, tal princípio deve ser aplicado as demais espécies de 
tributo. 
IPVA. Progressividade. Todos os tributos submetem-se ao princípio da 
capacidade contributiva (precedentes), ao menos em relação a um de seus 
três aspectos (objetivo, subjetivo e proporcional), independentemente de 
classificação extraída de critérios puramente econômicos (STF, RE 406.955-
AgR). 
No mesmo sentido, a Súmula 677 do STF, que prevê um limite para o pagamento da taxa 
judiciária. Vejamos: 
Súmula nº 667, STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a 
taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa. 
 
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3.3. Conteúdo 
A capacidade contributiva é meio termo, ou seja, compreendida entre o mínimo existencial 
(vital para a sobrevivência) e o máximo (tributo com efeito confiscatório). 
É o que ocorre, por exemplo, com as alíquotas diferenciadas do IR. 
3.4. Aspectos 
a) Subjetivo – devem ser levadas em consideração as particularidades do contribuinte 
 
b) Objetivo – é retratado nos signos presuntivos de riquezas, ou seja, presume-se a 
capacidade da pessoa para o pagamento de tributos. Por exemplo, o dono de uma 
Ferrari, presumir-se-á sua capacidade para o pagamento de IR. 
 
c) Proporcional – razoabilidade da tributação, quando ultrapassada gera o caráter 
confiscatório. 
A Súmula 539 do STF consolidada as explicações acima. Vejamos: 
Súmula nº 539, STF. É constitucional a lei do município que reduz o imposto 
predial urbano sobre imóvel ocupado pela residência do proprietário que não 
possua outro. 
3.5. Concretização 
Analisaremos quatro formas de concretização do princípio da capacidade contributiva, são 
elas: imunidade, isenção, seletividade e progressividade. 
3.5.1. Imunidade 
Significa a hipótese de não incidência tributária, constitucionalmente qualificada. Seráestudada em tópico próprio. 
O art. 5º, LXXVI da CF, através da imunidade, consagra o princípio da capacidade 
contributiva pois garante a não incidência de taxa. 
3.5.2. Isenção 
É a dispensa legal do pagamento do tributo. É uma causa de exclusão do crédito tributário, 
nos termos do art. 175 do CTN. 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I - a isenção; 
II - a anistia. 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento 
das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito 
seja excluído, ou dela consequente. 
 
Por exemplo, lei que isenta a taxa de inscrição em concurso público para desempregados. 
 
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3.5.3. Seletividade 
Quanto mais essencial for o produto ou o serviço menor deverá ser a tributação. 
Por isso, os produtos da cesta básica possuem tributação menor e o cigarro possui uma 
tributação maior. 
Art. 153, § 3º, CF. O imposto previsto no inciso IV: IPI 
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; OBRIGATÓRIO. 
 
Art. 155, § 2º, CF. O imposto previsto no inciso II (ICMS) atenderá ao 
seguinte: (...) 
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos 
serviço. FACULTATIVO 
 
Art. 155, § 6º, II, CF. O imposto previsto no inciso III (IPVA): (...) II - poderá 
ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização 
 
Art. 156, § 1º, II, CF. § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que 
se refere o artigo 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I (IPTU) 
poderá: (...) 
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. 
 
3.5.4. Progressividade 
Quanto maior for a base de cálculo maior será a alíquota aplicada. É o que ocorre, por 
exemplo, com o IR. 
O mesmo ocorre com o IPTU e com o ITR. 
Art. 156, § 1º, I, CF. Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se 
refere o artigo 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: 
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; 
 
Art. 153, § 4º, I, CF. O imposto previsto no inciso VI do caput: 
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a 
manutenção de propriedades improdutivas; 
 
O STF, em sua posição tradicional, entendia que a progressividade era aplicada apenas 
para impostos pessoais, não se aplicando aos impostos reais. Para que fosse possível sua 
aplicação aos impostos reais, deveria haver a edição de lei. Nesse sentido, a Súmula 668 e 656 do 
STF: 
S. 668, STF - É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes 
da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, 
salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da 
propriedade urbana. 
 
 
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S. 656, STF - É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas 
para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI, com base 
no valor venal do imóvel. 
A partir de 2013, informativo 694, em uma posição mais moderna, o STF passou a entender 
que, como progressividade é uma forma de concretização do princípio da capacidade contributiva, 
poderá incidir tanto sobre impostos reais quanto pessoais. 
STF, RE 562045/RS: (...) todos os impostos, independentemente de sua 
classificação como de caráter real ou pessoal, poderiam e deveriam 
guardar relação com a capacidade contributiva do sujeito passivo. (...) 
Ademais, assinalou-se inexistir incompatibilidade com o Enunciado 668 da 
Súmula do STF (“É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, 
antes da Emenda Constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o 
IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da 
propriedade urbana”). (...) diferentemente do que ocorreria com o IPTU, no 
âmbito do ITCD não haveria a necessidade de emenda constitucional para 
que o imposto fosse progressivo (STF, Informativo 694, fev/2013). 
Em relação ao IR, entende o STF que não cabe ao Poder Judiciário impor correção 
monetária da tabela progressiva, quando ausente previsão legal nesse sentido. 
4. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE DE COLABORAÇÃO 
O contribuinte possui o dever fundamental de pagar tributos, até mesmo em razão do Estado 
Democrático de Direito, a fim de que os entes federados desempenhem todas as tarefas públicas 
previstas na CF. 
Pode ser observado no art. 128 do CTN. 
Art. 128, CTN. Sem prejuízo do disposto neste Capítulo, a lei pode atribuir de 
modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, 
vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a 
responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo 
do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. 
 
5. PRINCÍPIO DA PRATICABILIDADE DA TRIBUTAÇÃO 
Indica a necessidade de buscar efetividade à tributação, garantindo direitos dos 
contribuintes. 
De outra banca, assegura a arrecadação e a fiscalização do tributo, evitando inadimplência 
e sonegação fiscal. 
Por fim, concretiza-se por presunções, ficções, padronizações, do ponto de vista prático, na 
tributação. Por exemplo, substitutos tributários, pautas fiscais, substituição tributária para frente. 
 
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IV. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
Prof. Renato de Pretto 
1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
1.1. Nomenclatura 
Possui diversos sinônimos: princípio da legalidade, legalidade absoluta, estrita legalidade, 
reserva absoluta de lei formal, tipicidade fechada. 
Pontes de Miranda usava o termo legaliteridade funcionava como fundamento de todos os 
outros princípios. 
1.2. Origem 
 Do ponto de vista histórico, possui sua origem na Magna Carta de João sem Terra, de 1215, 
em que era vedada a tributação sem representação. 
1.3. Previsão 
Está previsto no art. 150, I da CF. 
Art. 150, I, CF. Sem prejuízo de outras garantias (rol exemplificativo) 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
 I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
 
1.4. Conteúdo 
De acordo com o texto constitucional, há apenas dois verbos “exigir” e “aumentar”, mas o 
conteúdo do princípio da legalidade não se restringe a estes, deve-se observar o disposto no art. 
97 do CTN. 
Art. 97, CTN: Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 
21. 26, 39, 57 e 65; 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal* (significa 
pagar tributo ou multa tributária), ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do 
artigo 52, e do seu sujeito passivo (devedor); 
IV - a fixação da alíquota do tributo e da sua base de cálculo (elementos 
quantitativos do tributo)**, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 
65; 
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus 
dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; 
VI - as hipóteses de exclusão (art. 175), suspensão (art. 151) e extinção (art. 
156) de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades 
 
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*Para a instituição de obrigação tributária acessória (fazer, não fazer, suportar) não há 
necessidade de lei. 
**Indicam o quantum debeatum, ou seja, a quantia devida a título de tributo. 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
I - a isenção; 
II - a anistia. 
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento 
das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito 
seja excluído, ou dela consequente.Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: 
I - moratória; 
II - o depósito do seu montante integral; 
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do 
processo tributário administrativo; 
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. 
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras 
espécies de ação judicial; 
VI – o parcelamento. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das 
obrigações assessórios dependentes da obrigação principal cujo crédito seja 
suspenso, ou dela consequentes. 
 
Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
I - o pagamento; 
II - a compensação; 
III - a transação; 
IV - remissão; 
V - a prescrição e a decadência; 
VI - a conversão de depósito em renda; 
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do 
disposto no artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; 
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 
164; 
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na 
órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; 
X - a decisão judicial passada em julgado. 
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições 
estabelecidas em lei. 
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial 
do crédito sobre a ulterior verificação da irregularidade da sua constituição, 
observado o disposto nos artigos 144 e 149. 
 
Em suma: o princípio da legalidade tributária não se resume aos verbos do art. 150, I da CF, 
mas se encontram no disposto do art. 97 do CTN (para STF é um rol taxativo). Contudo, lembrar do 
art. 183 do CTN, que traz outras garantias previstas em lei. 
 
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Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito 
tributário não exclui outras que sejam expressamente previstas em lei, em 
função da natureza ou das características do tributo a que se refiram. 
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não 
altera a natureza deste nem a da obrigação tributária a que corresponda. 
 
Por fim, não há necessidade de lei para a fixação do prazo de recolhimento de tributos. 
1.5. Lei X Legislação Tributária 
Ressalta-se que legislação tributária não se confunde com lei. 
Legislação tributária é um termo genérico, dentro do qual está a lei, tratados e convenções 
internacionais, decretos e normas complementares, nos termos do art. 96 do CTN. 
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e 
as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que 
versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles 
pertinentes. 
1.6. Mitigações ao princípio da legalidade 
Também chamada de legalidade flexível, atenuação ao princípio da legalidade, exceção ao 
princípio da legalidade (corrente minoritária). 
São hipóteses em que a alíquota do tributo não é fixada por lei (sempre dentro dos limites 
máximos e mínimos, vejamos: 
a) Art. 153, § 1º, CF: II, IE, IPI e IOF – impostos extrafiscais; 
Art. 153, § 1º, CF: É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e 
os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados 
nos incisos I, II, IV e V 
 
É feita por ato do Poder Executivo. 
Por exemplo, a alíquota mínima e máxima do II é fixada por lei, mas dentro dos limites 
mínimos e máximos, é possível que um ato do Poder Executivo altere a alíquota. 
 Para que ocorra a alteração da alíquota é necessário ato do Chefe do Poder 
Executivo ou permite-se delegação? 
De acordo com o STF, é possível que o Chefe do Poder Executivo delegue a um órgão do 
executivo federal a incumbência de alterar a alíquota dos quatro impostos vistos acima. A 
partir da edição do Decreto n. 3.756/01 (art. 2º, XII), foi atribuída à CAMEX, criada pelo 
Decreto n. 1.386/95, a fixação, dentro dos parâmetros legais, das alíquotas dos impostos de 
importação e exportação, como um dos instrumentos de política de comércio exterior, 
atribuição reafirmada pelos Decretos n. 3.981/01 (art. 2º, XIII e XIV) e 4.732/03 (art. 2º, XIII 
e IV), não havendo que se falar em ofensa ao disposto nos arts. 153, § 1º; e 84, parágrafo 
único, da Constituição da República, uma vez que a CAMEX integra o Poder Executivo e a 
 
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alteração de alíquota do imposto de importação não se encontra entre as competências 
indelegáveis do Presidente da República 
b) Art. 155, § 4º, IV, c, CF: ICMS-combustíveis monofásico; - ICMS, como regra, é 
plurifásico: produção, indústria e comércio; 
Art. 155, § 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (...) 
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos 
Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g, observando-se o 
seguinte: 
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o disposto 
no art. 150, III, b. 
 
Os estados e o DF, mediante deliberação, poderão reduzir e reestabelecer alíquotas do 
ICMS-combustível monofásico. 
c) Art. 177, § 4º, I, b, CF: CIDE-combustíveis. 
Art. 177, § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio 
econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de 
petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível 
deverá atender aos seguintes requisitos: 
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (...) 
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando 
o disposto no art. 150, III, b; 
 
Igualmente, a lei fixa as alíquotas mínimas e máximas, sendo possível ao Poder Executivo 
reduzir ou restabelecer alíquotas, dentro da margem legal. 
ATENÇÃO! A mitigação refere-se, exclusivamente, as alíquotas. Não se aplica a base de 
cálculo. Por isso, que os arts. 21, 26 e 65 do CTN, que permitem a alteração da BC por ato infralegal, 
não foram recepcionados pela CF/88. 
1.7. Jurisprudência e pontos importantes 
É um tema muito importante para concursos, corriqueiramente cobrado em provas. A seguir, 
veremos algumas situações em que o STF já se manifestou acerca do tema. 
1.7.1. Norma tributária em branco 
Possibilidade de a norma tributária ser complementada por ato infralegal. STF entendeu ser 
cabível. 
CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO. SEGURO DE 
ACIDENTE DO TRABALHO. SAT. LEI Nº 7.787/89, ARTS. 3º E 4. Lei nº 
8.212/91, art. 22, II, redação da Lei nº 9.732/98. Decretos 612/92, 2.173/97 e 
3.048/99. (...) Desnecessidade de Lei Complementar para a instituição da 
contribuição para o SAT. (...) As Leis 7.787/89, art. 3º, II, e 8.212/91, art. 22, 
II, definem, satisfatoriamente, todos os elementos capazes de fazer nascer a 
obrigação tributária válida. O fato de a Lei deixar para o regulamento a 
 
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complementação dos conceitos de "atividade preponderante" e "grau 
de risco leve, médio e grave", não implica ofensa ao princípio da 
legalidade genérica, C.F., art. 5º, II, e da legalidade tributária, C.F., art. 
150, I. (STF; RE 343446; SC; Rel. Min. Carlos Velloso; Julg. 20/03/2003; DJU 
04/04/2003; p. 00040). 
1.7.2. Lei delegada (art. 68, da CF) 
Possibilidade de utilização na esfera tributária, salvo se matéria reservada à lei 
complementar. 
1.7.3. Decreto ou regulamento delegado 
 Não é possível. 
As causas de exclusão, suspensão e extinção do crédito tributário devem estar previstas em 
lei. Ocorre que, em determinado Estado, a lei concedeu isenção, mas não especificou os casos do 
benefício fiscal para o tributo, apenas estabeleceu, genericamente, a possibilidadede isenção, que 
seria preenchida conforme a discricionariedade do Poder Executivo. Nota-se que a referida lei 
estava delegando ao PE concessão de benefício fiscal, contrariando o disposto no art. 97 do CTN. 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. DIREITO TRIBUTÁRIO. 
LEI PARAENSE N. 6.489/2002. AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA PARA O 
PODER EXECUTIVO CONCEDER, POR REGULAMENTO, OS 
BENEFÍCIOS FISCAIS DA REMISSÃO E DA ANISTIA. PRINCÍPIOS DA 
SEPARAÇÃO DOS PODERES E DA RESERVA ABSOLUTA DE LEI 
FORMAL. ART. 150, § 6º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AÇÃO JULGADA 
PROCEDENTE. 1. A adoção do processo legislativo decorrente do art. 150, 
§ 6º, da Constituição Federal, tende a coibir o uso desses institutos de 
desoneração tributária como moeda de barganha para a obtenção de 
vantagem pessoal pela autoridade pública, pois a fixação, pelo mesmo Poder 
instituidor do tributo, de requisitos objetivos para a concessão do benefício 
tende a mitigar arbítrio do Chefe do Poder Executivo, garantindo que qualquer 
pessoa física ou jurídica enquadrada nas hipóteses legalmente previstas 
usufrua da benesse tributária, homenageando-se aos princípios 
constitucionais da impessoalidade, da legalidade e da moralidade 
administrativas (art. 37, caput, da Constituição da República). 2. A 
autorização para a concessão de remissão e anistia, a ser feita ―na forma 
prevista em regulamento‖ (art. 25 da Lei n. 6. 489/2002), configura delegação 
ao Chefe do Poder Executivo em tema inafastável do Poder Legislativo. 3. 
Ação julgada procedente. (STF, ADI nº 3462-6). 
1.7.4. Medida provisória 
Possibilidade, salvo se matéria tributária reservada à lei complementar (art. 62, §1º, III, CF) 
Art. 62, § 2º, CF. Medida provisória que implique instituição ou majoração de 
impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá 
efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até 
o último dia daquele em que foi editada 
 
 
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*A MP nasce para virar lei ordinária, por isso não pode tratar de matéria reserva à LC. 
1.7.5. Competência 
Conforme já se manifestou o STF, a matéria tributária não é de competência exclusiva do 
chefe do Poder Executivo. Assim, qualquer parlamentar pode apresentar projeto de lei referente à 
matéria tributária. 
Obs.: A competência privativa refere-se, unicamente, aos casos de territórios (art. 61, §1º, 
II, b, da CF). 
Art. 61, § 1º, CF. São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis 
que: (...) 
II - disponham sobre: (...) 
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, 
serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios; 
 
1.7.6. Princípio da transcendência fiscal 
Também chamado de princípio da transparência dos impostos ou princípio da transparência 
da carga fiscal, previsto no art. 150, §5º da CF. 
Art. 150, § 5º, CF. A lei determinará medidas para que os consumidores sejam 
esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. 
 
Apenas em 2012, com a edição da Lei 12.741/12, o dispositivo constitucional foi 
regulamentado. A ideia é dar conhecimento ao consumidor sobre o valor pago em impostos, ao 
adquirir determinado produto ou serviço. 
Atenção! Esta matéria foi regulamentada por lei ordinária, não violando o art. 146, II da CF. 
1.7.7. Lei específica 
Os benefícios fiscais, de maneira geral, devem ser concedidos por intermédio de lei 
específica. Ou seja, lei que trata, justamente, do tributo que está sendo utilizada/dada determinada 
benesse. 
Uma lei que trata de IR irá conceder os seus benefícios. Não pode, de outra banda, uma lei 
que discipline a matéria de licitação trazer benefícios relativos, por exemplo, ao imposto de 
importação, conforme dispõe o art. 150, §6º da CF. 
Art. 150, § 6º, CF. Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, 
concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, 
taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, 
federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima 
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do 
disposto no art. 155, § 2º, XII, g. 
 
1.7.8. Correção monetária 
 
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A aplicação de índice de correção monetária, que, tecnicamente, aumenta o valor do tributo 
não necessitará de lei, nos termos do art. 97, §2º do CTN. 
Art. 97, § 2º, CTN. Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto 
no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base 
de cálculo 
 
Os entes federados podem estabelecer índices próprios de correção monetária? 
Como Direito Tributário é matéria de competência concorrente, os Estados e o DF podem 
ter índices próprios de correção monetárias. Os Municípios por sua vez, em razão de sua 
competência suplementar, podem ter índices próprios, relativos aos seus tributos. Importante, 
salientar que não podem ultrapassar o percentual superior ao índice oficial de correção monetária 
(usado pela União), nos termos da Súmula 160 do STJ. 
Súmula nº 160, STJ. É defeso, ao município, atualizar o IPTU, mediante 
decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária. 
No mesmo sentido, o STF firmou entendimento na ADI 442. Vejamos: 
ADI 442, STF. (...) 3. A legislação paulista é compatível com a Constituição 
de 1988, desde que o fator de correção adotado pelo Estado-membro seja 
igual ou inferior ao utilizado pela União. 4. Pedido julgado parcialmente 
procedente para conferir interpretação conforme ao artigo 113 da Lei n. 
6.374/89 do Estado de São Paulo, de modo que o valor da UFESP não 
exceda o valor do índice de correção dos tributos federais. 
Havendo atualização da correção monetária que ultrapasse o índice oficial, será considerado 
majoração do tributo, ferindo, consequentemente, o princípio da legalidade. 
É inconstitucional a majoração, sem edição de lei em sentido formal, do valor 
venal de imóveis para efeito de cobrança do IPTU, acima dos índices oficiais 
de correção monetária. Com base nessa orientação, o Plenário negou 
provimento a recurso extraordinário em que se discutia a legitimidade da 
majoração, por decreto, da base de cálculo acima de índice inflacionário, em 
razão de a lei municipal prever critérios gerais que seriam aplicados quando 
da avaliação dos imóveis. Ressaltou-se que o aumento do valor venal dos 
imóveis não prescindiria da edição de lei, em sentido formal. Consignou-se 
que, salvo as exceções expressamente previstas no texto constitucional, a 
definição dos critérios que compõem a regra tributária e, especificamente, a 
base de cálculo, seria matéria restrita à atuação do legislador. Deste modo, 
não poderia o Poder Executivo imiscuir-se nessa seara, seja para definir, seja 
para modificar qualquer dos elementos da relação tributária. Aduziu-se que 
os municípios não poderiam alterar ou majorar, por decreto, a base de cálculo 
do IPTU. Afirmou-se que eles poderiam apenas atualizar, anualmente, o valor 
dos imóveis, com base nos índices anuais de inflação, haja vista não 
constituir aumento de tributo (CTN, art. 97, § 1º) e, portanto, não se submeter 
à reserva legal imposta pelo art. 150, I, da CF. (STF, RE 648245/MG, rel. Min. 
Gilmar Mendes, 1º.8.2013) (Informativo 713, Plenário, Repercussão Geral). 
 
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1.7.9. Forma de criação 
Os tributos, em regra, podem ser criados por lei ordinária. Contudo, tem-se quatro exceções, 
as quais pressupõe lei complementar para a criação dos tributos, todos de competência da União. 
Vejamos: 
a) Art. 148, CF: empréstimos

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