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Anatomia Humana - Grays - cap. 7-8

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iviemuro superior 
R . • 1 evisao conceituai 
DESCRIÇÃO GERAL 
O membro superior está associado à parte lateral da região infe-
rior do pescoço. Ele é sustentado a partir do tronco por múscu-
los e uma pequena articulação esquelética entre a clavícula e o 
esterno — a articulação esternoclavicular. Baseado na posição 
das grandes articulações e componentes ósseos, o membro su-
perior é dividido em ombro, braço, antebraço e mão (Fig. 7 . IA). 
O ombro é a área do membro superior ligada ao tronco 
(Fig. 7.1B). 
0 braço é a parte do membro superior entre o ombro e a ar-
ticulação do cotovelo: o antebraço fica entre as articulações do 
cotovelo e do punho*: e a mão é distai à articulação do punho. 
*NT: Na terminologia anatômica esta articulação é denominada articulação radio-
carpal. 
Manúbrio do 
Fig. 7.1 Membro superior. A. Vista anterior do membro superior. B. Vista superior do ombro. 
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Revisão conceituai • Funções 
Fossa cubital 
-Túnel do carpo 
Rg. 7.2 Áreas de transição no membro superior. 
desta fossa, assim como u m dos principais nervos do membro 
superior, o nervo mediano. 
O túnel do carpo é a passagem para a região da palma da 
mão. Suas paredes posterior, lateral e mediai formam u m 
arco, que é composto por pequenos ossos carpais na região 
proximal da mão. Uma faixa espessa de tecido conjuntivo, o 
retináculo dos flexores. ocupa a distância entre cada lado do 
arco e forma a parede anterior do túnel. 0 nervo mediano e 
todos os tendões flexores longos que passam do antebraço 
para os dedos o fazem através do túnel do carpo. 
FUNÇÕES 
Posicionamento da mão 
Diferentemente do membro inferior, o qual é utilizado para 
suporte, estabilidade e locomoção, o membro superior é alta-
mente móvel para posicionar a mão no espaço. 
0 ombro mantém-se suspenso do tronco, predominante-
mente, através de músculos e. portanto, pode ser movimen-
tado em relação ao corpo. 0 deslizamento (protrusão ou 
retração) e a rotação da escapula sobre a parede torácica alte-
ram a posição da articulação do ombro (articulação gle-
noumeral) e aumentam o alcance da mão (Fig. 7.3). Esta 
articulação permite que o braço se movimente em três eixos, 
com uma grande amplitude de movimento. Os movimentos 
do braço nesta articulação são a flexão, extensão, abdução, 
adução. rotação mediai (rotação interna), rotação lateral (ro-
tação externa) e circundução (Fig. 7.4). 
Os principais movimentos da articulação do cotovelo 
são flexão e extensão do antebraço (Fig. 7.5A). N a outra ex-
tremidade do antebraço, a parte distai do osso lateral, o rádio, 
pode rodar sobre a cabeça adjacente do osso mediai, a u lna . 
Devido à mão ser articulada com o rádio, ela pode ser eficien-
temente movida da posição palmar anterior para a posição 
palmar posterior simplesmente pelo cruzamento da parte dis-
tai do rádio sobre a u lna (Fig. 7.5B). Este movimento, conhe-
cido como pronação, ocorre somente no antebraço. A 
supinação traz de volta a mão para a posição anatômica. 
Na articulação do punho, a mão pode ser abduzida, 
aduzida, fletida, estendida e pode fazer circundução (Fig. 7.6). 
Estes movimentos, combinados com os do ombro, braço e an-
tebraço, permitem que a mão seja colocada em uma ampla 
gama de posições, relativamente ao corpo. 
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Membro superior 
Fig. 7.3 Movimentos da escapula. A. Rotação. B. Protrusão e retração. 
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Revisão conceituai • Funções 
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iviemuiu superior 
Abdução Adução 
Extensão Flexão 
612 
Fig. 7.6 Movimentos da mao na articulação do punho. 
A mão como instrumento mecânico 
Uma das maiores funções da mão é segurar e manipular 
objetos. Segurar objetos, geralmente, envolve flexão dos dedos 
contra o polegar. Dependendo do tipo de preensão, os múscu-
los da mão atuam para: 
• modificar as ações dos tendões longos que emergem do an-
tebraço e inserem-se nos dedos da mão; e 
a produzir combinações de movimentos articulares em cada 
dedo que não podem ser geradas pelos tendões dos flexores 
e extensores longos, isoladamente. 
A mão como instrumento 
de sensibilidade 
A mão é usada para discriminar objetos com base no toque. 
Os coxins palmares dos dedos contêm uma alta densidade de 
COMPONENTES 
Ossos e articulações 
Os ossos do ombro consistem da escapula, clavícula e parte 
proximal do úmero (Fig. 7.7). 
A clavícula articula-se, medialmente, com o manúbrio do 
esterno e, lateralmente, com o acrômio da escapula, o qual se 
arqueia sobre a articulação entre a cavidade glenoidal da es-
capula e cabeça do úmero (articulação do ombro). A articula-
ção do ombro permite a flexão, extensão, abdução, adução. 
rotação mediai e lateral e a circundução do braço. 
Clavícula 
Escapula 
Acrômio 
Cavidade glenoidal 
Escapula 
Úmero 
Rádio 
Carpais 
|— Metacarpais 
Falanges 
Fig. 7.7 Ossos do membro superior 
receptores sensoriais somáticos. De maneira semelhante, a 
parte sensorial do córtex cerebral encarregada de interpretar 
as informações da mão, particularmente do polegar, é despro-
porcionalmente grande em relação às áreas de várias outras 
regiões da pele. 
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Revisão conceituai • Componentes 
que o movimento limitado de deslizamento que ocorre nas ar-
ticulações carpometacarpais dos dedos. 
Distalmente, a cabeça dos metacarpais II a V (isto é, exceto 
o do polegar) são interconectadas por ligamentos espessos. A 
ausência destas conexões ligamentares entre o osso metacar-
pal do polegar e do dedo indicador, juntamente com a articu-
lação selar biaxial entre os ossos metacarpal e carpal do 
polegar permitem a este dedo uma grande liberdade de movi-
mentos, o que não acontece com os outros dedos da mão. 
Os ossos dos dedos são as falanges (Fig. 7.7). 0 polegar tem 
duas falanges, enquanto cada u m dos outros dedos tem três. 
As art iculações metacarpofalângicas são articula-
ções (condilares) elipsóideas e biaxiais que permi tem 
flexão, extensão, abdução, adução e circundução (Fig. 
7.8). A abdução e a adução dos dedos são definidas em re-
ferência a u m eixo passando através do centro do dedo 
médio, em posição anatômica. 0 dedo médio pode abduzir 
tanto medialmente quanto lateralmente, e aduzir de volta 
para o eixo central. As articulações interfalàngicas são, pri-
mariamente, articulações do tipo gínglimo (dobradiça) 
que permitem, somente, flexão e extensão. 
Músculos 
Alguns músculos do ombro, tais como o trapézio, levanta-
dor da escapula e rombóides, conectam a escapula e a claví-
cula ao tronco. Outros músculos conectam a escapula e a 
clavícula, e a parede da parte proximal do úmero. Estes i n -
cluem peitoral maior, peitoral menor, latíssimo do dorso, re-
dondo maior e deltóide (Figs. 7 . 9 A e B) . Os mais 
importantes destes músculos são os quatro músculos do 
manguito rotador — os músculos subescapular, infra-es-
pinal , supra-espinal e redondo menor — que conectam a es-
*• Abdução Adução 
Extensão 
Flexão 
Flexão 
Fig. 7.8 A. Movimentos das articulações metacarpofalângicas, e B. interfalàngicas. 613 
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IVItMIlUIU 5UfJCMUI 
cápula ao úmero e proporcionam suporte para a ar t icu-
lação do ombro (Fig. 7.9C). 
Os músculos do braço e do antebraço são separados dentro 
de compartimentos anterior (flexor) e posterior (extensor) 
pelas camadas de fáscia, ossos e ligamentos (Fig. 7.10). 
O compartimento anterior do braço repousa na posição an-
terior e é separado dos músculos do compartimento posterior 
pelo úmero e pelos septos intermusculares, mediai e lateral. 
Estes septos intermusculares são contínuos com a fáscia pro-
funda que envolve o braço e se inserem nos lados do úmero. 
Fig. 7.9. Músculos do ombro. A. Ombro posterior. B. Ombro anterior. C. Músculos do manguitorotador. 
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Revisão conceituai • Relações com outras regiões 
Mediai 
Úmero 
Anterior (compartimento flexor) 
Posterior (compartimento extensor) 
Fáscia profunda 
Eminência 
tenar 
Anterior (compartimento flexor) 
Rádio 
Posterior (compartimento extensor) 
Lateral 
Pele 
Septos 
intermusculares 
Fáscia profunda 
Ulna 
Membrana interóssea 
Fig. 7.10 Componentes musculares do braço e do antebraço. 
I No antebraço. os compartimentos anterior e posterior são 
separados por um septo intermuscular lateral, o rádio, a u lna 
•amembrana interóssea, a qual articula as margens adjacen-
tes do rádio e da ulna (Fig. 7.10). 
I Os músculos do braço atuam, principalmente, para movi-
fcntar o antebraço na articulação do cotovelo, enquanto a 
•ínção predominante dos músculos do antebraço é movimen-
to a mão na articulação do punho e os dedos e o polegar. 
I Os músculos situados inteiramente na mão, os músculos in-
•rinsecos, geram movimentos delicados dos dedos da mão e mo-
I dificam as forças produzidas pelos tendões que. do antebraço. 
chegam ao polegar e demais dedos. Inclusos entre os músculos 
intrínsecos da mão estão os três pequenos músculos tenares, os 
pais formam uma elevação de tecido frouxo, chamada de 
eminência tenar. sobre a face palmar do metacarpal I. Os 
músculos tenares permitem ao polegar movimentar-se livre-
mente em relação aos outros dedos. 
RELAÇÕES C O M 
OUTRAS REGIÕES 
Pescoço 
O membro superior está diretamente relacionado com o 
pescoço. Repousando de cada lado da abertura superior do 
tórax na base do pescoço, está a entrada da axila, a qual é de-
limitada pela: 
• margem lateral da primeira costela; 
• face posterior da clavícula; 
• margem superior da escapula; e 
• face mediai do processo coracóide (Fig. 7.11). 
Os principais vasos do membro superior passam entre o 
tórax e o membro, sobre a primeira costela e através da en-
trada da axila. Os nervos, predominantemente derivados da 
parte cervical da medula espinal. também passam através da 
entrada da axila e atravessam a região axilar para suprir o 
membro superior. 
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Memoro superior 
Dorso e parede torácica 
Os músculos que unem os ossos do ombro ao tronco são asso-
ciados ao dorso e à parede torácica e incluem o trapézio. le-
vantador da escapula, rombóide maior, rombóide menor e 
latíssimo do dorso (Fig. 7.12). 
A mama, na parede torácica anterior, tem u m significativo 
número de correlações com a axila e o membro superior. Ela 
está sobreposta ao músculo peitoral maior, o qual forma a 
Margem lateral da 
primeira costela 
Nervos para o membro superior 
Entrada da axila 
Margem superior da escapula 
Veia axilar 
Artéria axilar 
616 
maior parte da parede anterior da axila e une o úmero à pa-
rede torácica (Fig. 7.13). Freqüentemente, parte da mama. 
conhecida como processo axilar. estende-se ao redor da mar-
gem lateral do peitoral maior, para dentro da axila. 
A drenagem linfática das partes lateral e superior da 
mama é feita, predominantemente, para os linfonodos na axi-
la. Muitas artérias e veias que suprem e drenam a glândula 
também originam nessa região, ou drenam para os vasos axi-
lares principais. 
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Revisão conceituai • Características principais 
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS 
Inervação por nervos cervicais 
etorácicos superiores 
A inervação do membro superior é feita pelo plexo braquial. o 
qual é formado pelos ramos cervicais anteriores dos nervos es-
pinais C5 a C8 e T I (Fig. 7.14). Este plexo é, inicialmente, for-
mado no pescoço e. então, continua através da entrada da axila 
para o seu interior. Os nervos principais que suprem o braço, o 
antebraço e a mão originam-se do plexo braquial na axila. 
Como uma conseqüência deste padrão de inervação, testes 
clínicos dos nervos cervicais inferiores e o T I são realizados 
examinando-se os dermátomos. miótomos e reflexos tendíneos 
nos membros superiores. Outra conseqüência é que os sinais 
clínicos de problemas relacionados com os nervos cervicais in-
feriores — dor, sensações de "alfinetadas e agulhadas" ou pa-
restesia e contrações musculares — aparecem no membro 
superior. 
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ÉÜH M e m D r o s u P e n o r 
Os dermátomos do membro superior (Fig. 7.15 A) são, fre-
qüentemente, testados pela sensibilidade. A área de sobrepo-
sição dos dermátomos é mínima, incluindo: 
• a região lateral superior do braço pelo nível de C5 da me-
dula espinal: 
• o coxim palmar do polegar pelo nível de C6 da medula espinal; 
• o coxim do dedo indicador pelo nível de C 7 da medula espin al; 
• o coxim do dedo mínimo pelo nível de C8 da medula espinal; 
• pele no lado mediai do cotovelo pelo nível de T I da medula 
espinal. 
Os movimentos articulares selecionados são usados para 
testar os miótomos (Fig. 7.15B): 
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Revisão conceituai • Características principais 
h o estímulo do tendão bicipital na fossa cubital testa, princi-
palmente, o nível C6 da medula espinal. 
• o estímulo do tendão do tríceps na parte posterior do coto-
velo testa, principalmente, o nível C7. 
0 principal nível da medula espinal associado à inervação 
do diafragma. (C4) situa-se imediatamente acima dos níveis 
medulares relacionados com os membros superiores. 
A avaliação dos dermátomos e miótomos do membro supe-
rior pode fornecer informações importantes sobre potenciais 
problemas respiratórios que surjam como complicações de le-
sões da medula espinal logo abaixo de C4. 
Cada u m dos principais compartimentos musculares no 
braço e no antebraço e cada músculo intrínseco da mão são 
inervados por u m dos principais nervos que se originam a 
partir do plexo braquial na região axilar (Fig. 7.16A): 
• todos os músculos no compartimento anterior do braço 
são inervados pelo nervo musculocutâneo; 
m o nervo mediano inerva os músculos do compartimento 
anterior do antebraço, com duas exceções — o músculo 
flexor ulnar do carpo e parte de u m flexor dos dedos (a me-
tade mediai do músculo flexor profundo dos dedos) são 
inervados pelo nervo ulnar; 
• a maioria dos músculos intrínsecos da mão é inervada pelo 
nervo ulnar, exceto os músculos da região tenar e dois 
músculos lumbricais laterais, os quais são inervados pelo 
nervo mediano. 
a todos os músculos nos compartimentos posteriores do 
braço e antebraço são inervados pelo nervo radial. 
; Fig. 7.15 Dermátomos e miótomos do membro superior. A. Dermátomos. B. Movimentos produzidos pelos miótomos. 619 
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•
Membro 
Nervo muscu locutâneo 
• todos os músculos do compartimento 
anterior do braço 
Nervo mediano 
• a maioria dos flexores no antebraço 
• músculos da eminência 
tenar da mão 
Nervo radial 
• todos os músculos do compartimento 
posterior do braço e antebraço Nervo ulnar 
• músculos intrínsecos na mão 
• flexor ulnar do carpo e metade mediai do flexor profundo 
dos dedos no antebraço 
Fig. 7.16 Nervos do membro superior. A. Principais nervos do braço e do antebraço. B. Áreas, anterior e posterior, de pele inervadas pe-
los principais nervos periféricos no braço e no antebraço. 
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Revisão conceituai • Características principais 
membro, e então continua-se proximalmente. Ela cruza o co-
tovelo e passa para além do braço por uma depressão triangu-
lar — o trígono clavipeitoral — entre o músculo peitoral 
maior, o músculo deltóide e a clavícula. Nesta depressão a veia 
passa pela axila penetrando a fáscia profunda logo inferior-
mente à clavícula. 
A veia basílica origina-se a partir do lado mediai da rede ve-
nosa dorsal da mão e passa proximalmente à superfície pós-
tero-medial do antebraço. Ela segue através da superfície 
anterior do membro, logo abaixo do cotoveloe continua proxi-
malmente. penetrando na fáscia profunda, aproximadamente 
na metade do braço. 
A o nível do cotovelo, as veias cefálica e basílica anasto-
mosam-se através da intermédia do cotovelo, que cruza o 
assoalho da fossa cubital. 
füt: Essa depressão está limitada anteriormente pelos tendões do abdutor longo e ex-
Imsor curto do polegar e. posteriormente, pelo tendão do extensor longo do polegar. 
Fig. 7.17 Nervos relacionados ao úmero. 
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illiflí Memt>ro superior 
Clavícula 
Trígono clavipeitoral 
Deltóíde 
Peitoral maior 
Veia axilar 
Veia cefál ica 
Bíceps braquial 
Veia basílica 
Fossa cubital 
Veia cefál ica 
Veia intermédia do 
cotovelo 
Veia basílica 
_Rede venosa do 
dorsal da mão 
Fig. 7.18 Veias na fáscia superficial do membro superior. A 
área da fossa cubital é mostrada em amarelo. 
Oposição 
do polegar 
Fig. 7.19 Movimentos do polegar. 
Orientação do polegar 
O polegar posiciona-se em ângulo reto em relação aos demais 
dedos (Fig. 7.19). Como resultado, movimentos do polegar 
ocorrem em ângulo reto em relação aos outros dedos. Por 
exemplo, a flexão traciona o polegar através da região palmar, 
enquanto a abdução o afasta dos dedos em ângulo reto. 
Com o posicionamento do polegar em ângulo reto com a 
região palmar, apenas uma discreta rotação do primeiro me-
tacarpal no punho é suficiente para posicionar o coxim do po-
legar frontalmente aos coxins dos outros dedos. Esta oposição 
do polegar é essencial para a função normal da mão. 
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Anatomia regional • O m b r o 
Anatomia regional 
Vista superior 
Lateral Mediai 
Superfície para 
articulação com 
o acrômio Superfície para articulação 
com manúbrio do esterno 
e primeira cartilagem costal 
Tubérculo conóide 
Vista inferior 
Tubércuío conóide 
Linha trapezóidea 
Fig. 7.20 Clavícula. 
Escapula 
A escapula é larga, triangular e delgada, com: 
• três ângulos (lateral, superior e inferior): 
a três margens (superior, lateral e mediai): 
« duas faces (costal e posterior): e 
• três processos (acrômio. espinha e processo coracóide) 
(Fig. 7.21). 
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Memoro superior 
0 ângulo lateral da escapula é marcado pela cavidade 
glenoidal, pouco profunda, com forma aproximada de vír-
gula, que se articula com a cabeça do úmero para formar a ar-
ticulação glenoumeral (Fig. 7.21B e C). 
U m espessamento triangular largo (o tubérculo infragle-
noidal) inferior à cavidade glenoidal. é o local de inserção 
para a cabeça longa do músculo tríceps braquial. 
U m menos distinto tubérculo supraglenoidal está loca-
lizado superior à cavidade glenoidal. e é o local de inserção da 
parte longa do músculo bíceps braquial. 
Uma espinha proeminente subdivide a face posterior 
da escapula em uma pequena fossa supra-espinal. supe-
riormente, e uma muito maior fossa infra-espinal. inferior-
mente (Fig. 7.2 IA). 
Processo coracóide 
A 
Incisura da escapula 
Margem super ior 
 n g u l o s u p e r i o r , 
Fossa supra-espinal 
Face articular para clavícula 
Acrômio 
Margem mediai 
Espinha da escapula —-j 
Fossa 
infra-espinal 
Vista posterior 
Incisura maior escapular 
(ou incisura espinoglenoidal) 
Cavidade glenoidal 
Tubérculo infraglenoidal 
Margem lateral  n g u l o super ior 
Acrômi 
A n g u l o inferior 
Processo espinhoso 
Tubérculo supraglenoidal 
Processo coracóide 
Cavidade glenoidal 
Io infraglenoidal 
Margem lateral 
Vista lateral 
A n g u l o infer ior 
Ângu lo inferior 
624 escapula A. Visão posterior da escapula direita. B. Visão anterior da superfície posterior. C. Visão lateral. 
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Anatomia regional • O m b r o 
Tubérculo maior 
Sulco 
intertubercular 
Tubérculo menor 
(músculo 
subescapular) 
Sulco 
intertubercular 
Crista dos tubérculos 
maior e menor e 
assoalho do sulco 
intertubercular (peitoral 
maior, redondo maior 
e latíssimo do dorso) 
Tuberosidade 
para o músculo 
deltóide (deltóide) 
Inserção do 
coracobraquial 
Vista anterior 
Faceta superior 
no tubérculo maior 
(supra-espinhoso) 
Cabeça 
Colo anatômico 
Colo cirúrgico 
Vista lateral 
-Inserção para 
o peitoral 
maior 
-Tuberosidade 
para o músculo 
deltóide 
(deltóide) 
Colo anatômico 
Colo cirúrgico 
Faceta superior 
(supra-espinal) 
Faceta média 
(infra-espinal) 
Faceta inferior 
(redondo menor) 
Vista posterior 
Fig. 7.22 Parte proximal do úmero direito. 
O tubérculo maior é lateral, suas superfícies superior e pos-
terior são marcadas por três grandes facetas lisas para a inser-
ção dos tendões musculares: 
a na faceta superior insere-se o músculo supra-espinal: 
m na faceta média insere-se o infra-espinal: 
a na faceta inferior insere-se o redondo menor. 
0 tubérculo menor é anterior e sua superfície é marcada 
por uma grande e lisa impressão para a inserção do músculo 
subescapular. 
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Memoro superior 
U m sulco intertubercular profundo (sulco bicipital) 
separa os tubérculos maior e menor e continua inferiormente, 
no corpo do úmero (Fig. 7.22). 0 tendão da cabeça longa do 
bíceps braquial passa através deste sulco. 
Espessamentos nas margens lateral e mediai do assoalho 
do sulco intertubercular são os locais de inserção dos múscu-
los peitoral maior, redondo maior e latíssimo do dorso. respec-
tivamente. 
A margem lateral do sulco intertubercular continua-se in-
feriormente com uma ampla tuberosidade para o músculo 
deltóide em forma de V e situada na parte média da face la-
teral do úmero (Fig. 7.22). que é o local de inserção do mús-
culo deltóide. 
Aproximadamente, na mesma posição, porém na face me-
diai do osso, há u m espessamento vertical para a inserção do 
músculo coracobraquial. 
Colo cirúrgico 
Uma das mais importantes estruturas do úmero é o colo ci-
rúrgico (Fig. 7.22). Esta região é orientada no plano trans-
versal, na transição entre a parte proximal do úmero (cabeça, 
colo anatômico e tubérculos) mais larga, e o corpo, mais del-
gado. O nervo axilar e a artéria circunflexa posterior do 
úmero, que passam pela região deltóidea, vindos da axila, o 
fazem imediatamente posterior ao colo cirúrgico. Devido ao 
colo cirúrgico ser mais fraco do que as regiões mais proximais do 
osso. é um dos locais onde o úmero normalmente fratura. O nervo 
(axilar) e a artéria(circunflexa posterior do úmero) podem ser le-
sados por fraturas nesta região. 
Articulações 
As três articulações do complexo do ombro são a esternoclavi-
cular. acromioclavicular e do ombro (glenoumeral). 
A articulação esternoclavicular e a acromioclavicular 
unem os dois ossos do cíngulo do membro superior entre si e 
com o tronco. Os movimentos combinados destas duas articu-
lações permitem que a escapula assuma inúmeras posições na 
parede torácica. aumentando, substancialmente, o "alcance" 
do membro superior. 
A articulação do ombro (glenoumeral) é a articulação en-
tre o úmero e a escapula. 
Articulação esternoclavicular 
A articulação esternoclavicular ocorre entre a parte pro-
ximal da clavícula e a incisura clavicular do manúbrio do 
esterno. juntamente com uma pequena parte da cartilagem 
da primeira costela (Fig. 7.23). Ela é sinovial e em forma de 
sela. A cavidade articular é completamente separada em dois 
compartimentos por u m disco articular. A articulação ester-
noclavicular permite movimentos da clavícula, predominan-
temente, nos sentidos ântero-posterior e longitudinal, embora 
também ocorra alguma rotação. 
A articulação esternoclavicular é envolvida por uma cáp-
sula articular e reforçada por quatro ligamentos: 
• os ligamentos esternoclaviculares anterior e poste-
rior, que são denominados de acordo com a posição na ar-
ticulação;Disco articular (cápsula Incisura clavicular 
e ligamentos removidos 
anteriormente para 
expor a articulação) 
Ligamento 
interclavicular 
Ligamento 
esternoclavicular 
anterior 
Primeira costela 
Ligamento 
costoclavicular 
Primeira 
cartilagem costal 
Local de inserção 
para a segunda 
costela 
Ângulo do esterno 
Fig. 7.23 Articulação esternoclavicular. 
N a cl ín ica 
Fratura da parte proximal do úmero 
A f r a t u r a d o c o l o a n a t ô m i c o d o ú m e r o é e x t r e m a m e n t e 
rara , po is a o b l i q ü i d a d e desta f r a t u r a deve r i a a t ravessar 
a r eg ião ma is espessa d o osso. T i p i c a m e n t e , as f ra tu ras 
o c o r r e m n o c o l o c i r ú r g i c o d o ú m e r o . Apesa r da poss i -
b l i d a d e de lesão d o n e r v o ax i l a r e da a r té r i a circunflexa 
p o s t e r i o r d o ú m e r o nes te t i p o d e f r a t u r a , i s to raramente 
a c o n t e c e . É i m p o r t a n t e tes ta r o n e r v o ax i l a r antes da re-
d u ç ã o para t e r ce r teza d e q u e a lesão n ã o o c o m p r o m e -
t e u e de q u e o t r a t a m e n t o n ã o cause u m déf ic i t neuro-
l ó g i c o . 
Uninorte - PY
PJC
Anatomia regional • O m b r o 
• u m pequeno Iigamento acromioclavicular superior à 
articulação e passando entre as regiões adjacentes da cla-
vícula e do acrômio; 
« u m Iigamento coracoclavicular muito maior, que não 
está diretamente relacionado com a articulação, mas é 
uma importante e forte Iigamento acessório, fornecendo 
muito do suporte ao peso do membro superior sobre a cla-
vícula e mantendo a posição da clavícula no acrômio. Ele 
cruza a distância entre o processo coracóide da escapula e 
da face inferior do terço acromial da clavícula, sendo for-
mado pelo Iigamento trapezóide anterior, que se inserem 
na l inha trapezóide da clavícula e o Iigamento conóide pos-
terior, que se insere no tubérculo conóide. 
Ligamento coracoclavicular 
Fig. 7.24 Articulação acromioclavicular direita. 
627 
Uninorte - PY
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Memoro superior 
Articulação do ombro (glenoumeral) 
A articulação do ombro ou articulação glenoumeral c 
uma articulação esferóidea entre a cabeça do úmero e a cavi-
dade glenoidal da escapula (Fig. 7.25). Ela é multiaxial. isto é. 
possui uma grande variedade de movimentos, com prejuízo 
da estabilidade esquelética. A estabilidade da articulação é de-
vido aos músculos do manguito rotador, à cabeça longa do bí-
ceps braquial, processos ósseos relacionados e ligamentos 
extracapsulares. Os movimentos da articulação incluem fle-
xão, extensão, abdução, adução. rotação mediai, rotação late-
ral e circundução. 
As superfícies articulares da articulação do ombro são a 
grande e esférica cabeça do úmero e a pequena cavidade gle-
noidal da escapula (Fig. 7.25). Cada uma das superfícies é re-
coberta por cartilagem hialina. 
A cavidade glenoidal é aprofundada e expandida periferi-
camente por u m anel fibrocartilagíneo (o lábio glenoidal). 
que se fixa à sua margem. Superiormente, este lábio é contí-
nuo com o tendão da cabeça longa do músculo bíceps bra-
quial, que se insere no tubérculo supraglenoidal e passa 
superiormente à cavidade articular e à cabeça do úmero. 
A membrana sinovial une-se às margens das superfícies 
articulares e delimita a membrana fibrosa da cápsula articu-
1
 Ligamento transverso 
do úmero 
Cabeça do úmero 
Fig. 7.25 Articulação do ombro. A Superfícies articulares da articulação do ombro direita. B. Radiografia de uma articulação do ombro normal. 
Uninorte - PY
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Anatomia regional • O m b r o 
Bolsa subtendínea 
subescapular 
Tendão da cabeça 
longa do bíceps braquial 
Membrana fibrosa 
da cápsula articular 
Bainha sinovial 
Membrana — V \ 
sinovial 
Tendão da cabeça 
longa do bíceps 
braquial 
Membrana sinovial 
redundante na adução 
Fig. 7.26 Membrana sinovial e cápsula articular da articulação 
do ombro direita. 
Ligamento 
coracoumeral 
Ligamento 
transverso 
do úmero 
Bainha — I 
sinovial | 
Tendão da 1 
cabeça | 
longa do 
bíceps 
braquial 
Ligamento glenoumeral superior 
Ligamento glenoumeral médio 
Abertura para a bolsa 
subtendínea subescapular 
Ligamento 
glenoumeral 
inferior 
Cápsula redundante 
Fig. 7.27 Cápsula articular da articulação do ombro direita. 
i relacionada com os tendões musculares ao redor da articu-
lação (músculos coracobraquial, redondo maior, porção 
longa do tríccps braquial e latíssimo do dorso). 
A membrana fibrosa da cápsula articular une-se à mar-
gem da cavidade glenoidal por fora do ligamento do lábio gle-
noidal e da cabeça longa do músculo bíceps braquial e do colo 
anatômico do úmero (Fig. 7.27). 
No úmero, o ligamento apresenta-se mais inferiormente do 
que o colo e estende-se pelo corpo. Nesta região, a membrana 
fibrosa também é frouxa e com dobras, na posição anatômica. 
Esta área redundante da membrana fibrosa permite a abdu-
ção do braço. 
As aberturas na membrana fibrosa proporcionam conti-
nuidade da cavidade articular com a bolsa, que ocorre entre a 
cápsula articular e os músculos adjacentes e ao redor do ten-
dão da cabeça longa do músculo bíceps braquial no sulco in -
tertubercular. 
A membrana fibrosa da cápsula articular é espessada: 
• ântero-superiormente, em três locais para formar os liga-
mentos glenoumerais superior, médio e inferior, que 
passam entre a margem súpero-medial da cavidade glenoi-
dal para o tubérculo menor e, inferiormente, está relacio-
nada com o colo anatômico do úmero (Fig. 7.27); 
• superiormente, entre a base do processo coracóide e o tu-
bérculo maior do úmero (o ligamento coracoumeral); 
• entre os tubérculos menor e maior do úmero (ligamento 
transverso do úmero) — este mantém o tendão da ca-
beça longa do músculo bíceps braquial no sulco intertu-
bercular (Fig. 7.27). 
A estabilidade articular é proporcionada pelos tendões 
musculares adjacentes e o arcabouço esquelético formado su-
periormente pelo processo coracóide e acrômio e ligamento 
coracoacromial (Fig. 7.28). 
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PJC
Memoro superior 
Acrômio 
Deltóide 
Bolsa subacromial (subdeltóidea) 
Tendão da cabeça longa do bíceps braquial 
Ligamento coracoacromial 
Processo coracóide 
Bolsa subescapular 
Supra-espinal 
Membrana f i b r o s a — \ 
Cavidade glenoidal 
Membrana sinoviai 
Infra-espinal 
Lábio glenoidal 
Redondo menor 
Subescapular 
Redondo maior 
Latíssimo do dorso 
Cabeça longa do 
tríceps braquial 
Peitoral maior 
Cabeça curta do bíceps braquial 
e coracobraquial 
Fig. 7.28 Visão lateral da articulação do ombro e músculos envolvidos com a parte proximal removida do úmero. 
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Anatomia regional • O m b r o 
Infra-espinal 
|Acrômio Clavícula 
Posterior 
Supra-espinal 
Anterior 
Redondo menor 
Cabeça do úmero 
Subescapular— 1 Processo coracóide 
Articulação acromioclavicular 
Acrômio Clavícula 
Fig. 7.30 Radiografias de articulações acromioclaviculares. 
A. Articulação acromioclavicular esquerda normal. B. Arti-
culação acromioclavicular direita luxada. 
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Membro superior 
Na clínica 
Luxações da articulação glenoumeral 
A articulação g lenoumera l é ex t remamente móve l , permi t indo 
uma grande variedade de mov imen tos às custas da estabili-
dade. A relat ivamente pequena cavidade glenoidal , sup lemen-
tada pelo menos robusto e f ibrocart i lagíneo lábio glenoidal e 
pelo suporte l igamentar, to rnam-na suscetível a luxações. 
A luxação an te r io r (F ig. 7 .31) oco r re mais f r eqüen te -
m e n t e e está e m geral associada a ac iden te t r a u m á t i c o iso-
lado ( c l i n i c a m e n t e t o d a s as luxações an te r i o res são 
ân tero- in fe r io res) . Em a lguns casos, as partes an te r io re i n -
fer io r d o lábio g leno ida l são laceradas c o m ou sem u m a 
f r a g m e n t a ç ã o óssea. U m a vez q u e a cápsula ar t icu lar é 
r o m p i d a , a ar t icu lação fica suscetível a out ras ( recorrentes) 
luxações. Q u a n d o u m a luxação ân te ro - in fe r io r oco r re , o 
nervo axi lar p o d e ser lesado pela compressão d i re ta da ca-
beça d o ú m e r o sobre o nervo i n fe r i o rmen te , q u a n d o ele 
passa pe lo espaço quadrangu la r . A l é m d o mais, o e fe i to de 
" a l o n g a m e n t o " causado pe lo ú m e r o p o d e estirar o nervo 
radia l , q u e é f i r m e m e n t e ade r i do ao sulco radia l , p r o d u -
z i n d o paralisia d o m e s m o . Ocas iona lmen te , u m a luxação 
ân te ro - in fe r io r está associada a f ra tu ra , a qua l p o d e neces-
sitar de redução c i rú rg ica . 
A luxação poster ior é e x t r e m a m e n t e rara; q u a n d o pre-
sente, o méd ico deve fixar-se na causa, sendo a mais c o m u m 
u m a con t ração muscu lar v igorosa , q u e p o d e estar asso-
c iada a u m a convu lsão tôn i co -c lôn i ca causada por descar-
ga e lét r ica. 
Cabeça do úmero Acrômio 
Fig. 7.31 Radiografia mostrando uma luxação anterior da 
articulação glenoumeral esquerda. 
Na clínica 
Distúrbios do manguito rotador 
Os dois pr incipais d is túrb ios d o m a n g u i t o ro tador são lesões 
e tend inopa t ias . O múscu lo mais a c o m e t i d o é o supra-es-
pinal e m sua passagem poster ior ao ac rôm io e d o l i gamen to 
acromioclav icular . Este espaço poster ior po r o n d e o t e n d ã o 
d o supra-esp ina l passa possui d imensões f ixas. Edema d o 
m ú s c u l o supra -esp ina l , excesso de l í qu i do d e n t r o da b o l -
sa s u b a c r o m i a l / s u b d e l t ó i d e a o u espículas ósseas subac ro -
miais p o d e m p r o d u z i r lesões s igni f icat ivas q u a n d o o b raço 
é a b d u z i d o . 
O supr imen to sangüíneo para o tendão do supra-espinal é 
re lat ivamente pobre . Traumas repet idos, e m certas circuns-
tâncias, t o r n a m o t endão suscetível a alterações degenerat i -
vas, que p o d e m resultar e m depósito de cálcio, p roduz indo dor 
intensa. 
Q u a n d o o t e n d ã o d o supra-esp ina l sofre a l terações de -
genera t i vas , t o rna -se suscetível a t r a u m a s e lacerações 
parcia is o u to ta i s q u e p o d e m o c o r r e r (F ig . 7 . 3 2 ) . Estas 
lacerações são ma is c o m u n s e m pac ien tes idosos e p o -
d e m resu l tar e m cons ide ráve l d i f i c u l d a d e para a real iza-
ção de a t i v i dades d o d i a - a - d i a , c o m o p e n t e a r os cabelos. 
E n t r e t a n t o , lesões c o m p l e t a s p o d e m ser completamente 
ass i n tomá t i cas . 
Músculo deltóide 
i 
Cabeça do úmero Cabeça do úm ero 
Tendão supra-espinal normal Laceração no tendão do supra-espinal 
Fig. 7.32 Ultra-sonografia do ombro (vista lateral) mostrando 
uma laceração do tendão do músculo supra-espinal. 
Uninorte - PY
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Anatomia regional • O m b r o 
Na clínica 
Entre os músculos supra-espinal e de l t ó i de , l a te ra lmente , 
eoacrômio m e d i a l m e n t e , existe u m a bolsa c h a m a d a c l i -
nicamente de subac rom ia l / subde l t ó i dea . Em pacientes 
que tiveram lesões no o m b r o ou apresen tam t e n d i n o p a -
tia do supra-espinal , esta bolsa p o d e in f lamar-se, to r -
nando os m o v i m e n t o s da a r t i cu lação g l e n o u m e r a l 
dolorosos. Estas al terações in f lamatór ias p o d e m ser t ra -
tadas com injeção de cor t i có ides e agentes anestésicos 
locais (Fig. 7 .33) . 
Cabeça do úmero 
Fig. 7.33 Ultra-sonografia do ombro mostrando localização 
da agulha dentro da bolsa subdeltóidea-subacromial. 
Tuberosidade para o músculo deltóide no úmero 
Fig. 7.34 Vista lateral dos músculos trapézio e deltóide. 
Músculos 
| Os dois músculos mais superficiais do ombro são o trapézio 
e o deltóide (Fig. 7.34 e Tabela 7.1). Juntos, eles formam o 
contorno característico do ombro: 
i o trapézio une a escapula e a clavícula ao tronco: 
o deltóide une a escapula e a clavícula ao úmero. 
Tanto o trapézio quanto o deltóide se inserem em superfí-
cies e margens opostas da espinha da escapula, acrômio e 
clavícula. A escapula, acrômio e clavícula podem ser palpados en-
tre as inserções do trapézio e do deltóide. 
No plano imediatamente abaixo do trapézio, a escapula 
está unida à coluna vertebral por três músculos — levantador 
da escapula, rombóides maior e menor. Estes três músculos 
trabalham com o trapézio (e com músculos descritos anterior-
mente) para posicionar a escapula no tronco. 
Uninorte - PY
PJC
WÊ Membro superior 
Trapézio 
0 músculo trapézio, denominado de acordo com sua forma, 
tem uma origem extensa no esqueleto axial, que inclui o crâ-
nio e as vértebras de C l a TXII (Fig. 7.35). De C l a CVII, o mús-
culo insere-se nas vértebras através do ligamento nucal. N a 
estrutura esquelética do ombro a inserção se faz por uma 
l inha contínua em forma de U, orientada no plano horizontal 
e com o U direcionado lateralmente. 
0 músculo trapézio é u m poderoso levantador do ombro e 
também portador da escapula para ampliar o alcance do 
membro superiormente. 
A inervação do músculo trapézio dá-se através do nervo 
acessório [XI] e do ramo anterior dos nervos cervicais C3 e C4 
(Fig. 7.35). Estes nervos passam verticalmente através da face 
profunda do músculo. O nervo acessório pode ser avaliado tes-
tando-se a função do músculo trapézio. Isto é mais bem realizado 
solicitando-se ao paciente que eleve seus ombros contra resistência. 
634 
Deltóide 
O músculo deltóide tem forma triangular larga, com sua 
base inserida na escapula e clavícula e seu ápice inserido no 
úmero (Fig. 7.35). Origina-se através de u m a linha contínua 
em forma de U inserida na clavícula e na escapula, asseme-
lhando-se à inserção do músculo trapézio. Ele insere-se na tu-
berosidade para o músculo deltóide, na face lateral da diáfise 
do úmero. 
A principal função do músculo deltóide é a abdução do | 
braço além dos 15 graus iniciais, com a ajuda do músculo 
supra-espinal. 
0 músculo deltóide é inervado pelo nervo axilar, que é um 
ramo da divisão posterior do plexo braquial. O nervo axilar e 
os vasos sangüíneos associados (artéria e veia circunflexas 
posteriores do úmero) penetram no músculo passando por 
trás do colo cirúrgico do úmero. 
Uninorte - PY
PJC
Anatomia regional • O m b r o 
Protuberância 
occipital externa 
Deltóide 
Linha nucal superior 
Processo mastóide 
Ligamento nucal 
Levantador da escapula 
Nervo acessório [XI] 
Linha de inserção do trapézio 
Acrômio 
Linha de inserção do deltóide 
Espinha da escapula 
Nervo axilar 
Artéria circunflexa posterior 
do úmero 
Tuberosidade para o 
músculo deltóide (do úmero) 
Rombóide menor 
Rombóide maior 
Processos espinhosos e ligamentos 
interespinais para TXII 
. 7.35 Inserção e suprimento neurovascular dos músculos trapézio e deltóide. 
Rombóides maior e menor 
Os músculos rombóides maior e menor inserem-se medial-
mente à coluna vertebral e descem lateralmente para se inse-
rirem na margem mediai da escapula, inferiormente ao 
músculo levantador da escapula (Fig. 7.35). 
O rombóide menor origina-se da parte inferior do liga-
mento nucal e dos processos espinhosos de CVII e TI. Insere-
se lateralmente na área óssea lisa e triangular situada na raiz 
da espinha da escapula, na face posterior. 
Uninorte - PY
PJC
Memoro superior 
O rombóide maior origina-se dos processos espinhosos de 
TII a TV e a partir do interveniente ligamento supra-espinal. 
Ele desce lateralmente e insere-se ao longo da face posterior da 
margem mediai da escapula, da inserção do rombóide menor 
até o ângulo inferior. 
Os músculos rombóides são inervados pelo nervo dorsal da 
escapula,que é ramo do plexo braquial, e por ramos diretos do 
ramo anterior dos nervos espinais C3 e C4. 
Os músculos rombóides maior e menor retraem e levan-
tam a escapula. 
REGIÃO ESCAPULAR 
POSTERIOR 
A região escapular posterior ocupa a face posterior da esca-
pula e está localizada profundamente aos músculos trapézio e 
deltóide (Fig. 7.36 e Tabela 7.2). Contém quatro músculos 
Supra-espinal 
Incisura (forame) da escapula 
Margem de corte do trapézio — i / 
Margem de corte do deltóide 
Infra-espinal 
Espaço triangular B 
Redondo maior • 
Cabeça longa do tr íceps braquial 1 
Olécrano 
. R e d o n d o menor 
Colo cirúrgico do úmero 
Crista mediai do sulco intertubercular 
Espaço quadrangular 
Intervalo triangular 
Margem de corte da cabeça lateral 
do tr íceps braquial 
Fig. 7.36 Região escapular posterior direita. 
Uninorte - PY
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Anatomia regional • Região escapular posterior 
que passam entre a escapula e a parte proximal do úmero: os 
músculos supra-espinal, infra-espinal, redondo maior e re-
dondo menor. 
A região escapular posterior também contém parcialmente 
um músculo adicional, a cabeça longa do tríceps braquial, 
que passa entre a escapula e a parte proximal do antebraço. 
Este músculo, conjuntamente com os outros músculos da re-
gião e o úmero participam da formação de numerosos espaços 
através dos quais nervos e vasos entram e sam da região. 
Os músculos supra-espinal, infra-espinal e redondo menor 
são componentes do manguito rotador, que estabiliza a articu-
lação do ombro. 
Músculos 
lipra-espinal e infra-espinal 
Os músculos supra-espinal e infra-espinal originam-se de 
duas amplas fossas, uma sobre e outra abaixo da espinha, na 
face posterior da escapula (Fig. 7.36). Eles formam tendões 
que se inserem no tubérculo maior do úmero. 
i 0 tendão do supra-espinal passa inferiormente ao acrômio, 
onde é separado do osso pela bolsa subacromial e superior-
mente à articulação do ombro, para inserir-se na faceta su-
perior do tubérculo maior. 
i 0 tendão do infra-espinal passa posteriormente à articula-
ção do ombro e insere-se na faceta média do tubérculo 
maior. 
Redondos maior e menor 
O músculo redondo menor assemelha-se a u m cordão que 
se origina de uma área plana da escapula, imediatamente ad-
jacente à sua margem lateral e inferiormente ao tubérculo in -
fraglenoidal (Fig. 7.36). Seu tendão insere-se na faceta 
inferior do tubérculo maior do úmero. O redondo menor roda 
lateralmente o úmero e faz parte do manguito rotador. 
0 músculo redondo maior origina-se de u m a ampla re-
gião oval na face posterior do ângulo inferior da escapula (Fig. 
7.36). Este músculo largo, também semelhante a u m cordão 
tem u m trajeto superior e lateral e termina como u m tendão 
plano que se insere na crista mediai do sulco intertubercular, 
na face anterior do úmero. O redondo maior roda medial-
mente e estende o úmero. 
Cabeça longa do tríceps braquial 
A cabeça longa do músculo tríceps braquial origina-se 
do tubérculo infraglenoidal e dirige-se quase verticalmente, 
em direção distai ao braço, para inserir-se com suas cabeças 
mediai e lateral, no olécrano da ulna (Fig 7.36). 
0 tríceps braquial é o principal extensor do antebraço na 
articulação do cotovelo. Pelo fato da sua cabeça longa cruzar 
a articulação do ombro, ele também pode estender e aduzir o 
úmero. 
A importância do tríceps braquial na região posterior da 
escapula é que sua posição vertical, entre os redondos maior e 
menor em conjunto com estes músculos e o úmero, forma es-
paços por onde passam nervos e vasos. 
0 supra-espinal inicia a abdução dp braço; o infra-espinal 
roda lateralmente o úmero. 
637 
Uninorte - PY
PJC
iviemDro superior 
Passagens para a região 
escapular posterior 
Forame supra-escapular 
0 forame supra-escapular é a rota de passagem das estruturas 
provenientes da base do pescoço em direção à região escapular 
posterior (Fig 7.36). Ele é formado pela incisura da escapula e 
o ligamento transverso superior da escapula (supra-escapu-
lar), que transforma a incisura em u m forame. 
O nervo supra-escapular passa através do forame supra-es-
capular; sendo que, geralmente, os vasos correspondentes 
(artérias e veia supra-escapulares) seguem o mesmo trajeto 
do nervo, porém, podem passar superiormente ao ligamento e 
não através do forame (Fig. 7.37). 
Fig. 7.37 Artérias e nervos associados às passagens na região escapular posterior direita. 
Uninorte - PY
PJC
Anatomia regional • Região escapular posterior 
partimento posterior do braço e a axila. 0 nervo radial, a ar-
téria braquial profunda e veias relacionadas passam atra-
vés dele (Fig. 7.37). 
Nervos 
Os dois principais nervos da região escapular posterior são: os 
nervos supra-escapular e axilar, ambos originários do plexo 
braquial, na axila (Fig. 7.37). 
Nervo supra-escapular 
0 nervo supra-escapular origina-se na base do pescoço, a 
partir do tronco superior do plexo braquial. Segue póstero-la-
teralmente à sua origem, através do forame supra-escapular 
alcançando a região escapular posterior, situando-se no plano 
entre osso e músculo (Fig. 7.37). 
O nervo supra-escapular inerva o músculo supra-espinal e, 
então, passando entre a raiz da espinha da escapula e a cavi-
dade glenóide, termina inervando o músculo infra-espinal. 
Geralmente, o nervo supra-escapular não possui ramos 
cutâneos. 
Nervo axilar 
0 nervo axilar origina-se a partir da divisão posterior do 
plexo braquial. Ele sai da axila através do espaço quadrangular 
na parede posterior da axila, penetrando na região escapular 
posterior (Fig. 7.37). Juntamente com a artéria circunflexa 
posterior do úmero e a respectiva veia, ele está diretamente re-
lacionado com o colo cirúrgico do úmero. 
O nervo axilar inerva os músculos deltóide e redondo 
menor. Adicionalmente, possui u m ramo cutâneo, o nervo 
cutâneo lateral superior do braço, responsável pela sensibili-
dade cutânea referente à parte inferior do músculo deltóide. 
Artérias e veias 
Três artérias principais são encontradas na região escapular 
posterior: as artérias supra-escapular, circunflexa posterior 
do úmero e circunflexa da escapula. Estas artérias contri-
buem para interconectar a rede vascular ao redor da escapula 
(Fig. 7.38). 
Artéria supra-escapular 
A artéria supra-escapular origina-se na base do pescoço 
como u m ramo do tronco tireocervical, o qual por sua vez é 
u m dos maiores ramos da artéria subclávia (Figs. 7.37 e 
7.38). 0 vaso também pode originar-se diretamente da ter-
ceira parte da artéria subclávia. 639 
Uninorte - PY
PJC
Memoro superior 
Fig. 7.38 Anastomoses arteriais ao redor do ombro. 
A artéria supra-escapular normalmente entra na região 
escapular posterior superiormente ao forame homônimo, 
onde o nervo atravessa o forame. N a região escapular poste-
rior o vaso corre com o nervo supra-escapular. 
Além de suprir os músculos supra e infra-espinais, a arté-
ria supra-escapular contribui com ramos para numerosas es-
truturas durante o seu trajeto. 
Artéria circunflexa posterior do 
úmero 
A artéria circunflexa posterior do úmero origina-se da 
terceira parte da artéria axilar, na região axilar (Fig. 7.38). 
A artéria junto com o nervo axilar deixam a axila através 
do espaço quadrangular na parede posterior e penetram na 
região escapular posterior. Os vasos suprem os músculos rela-
cionados e a articulação do ombro. 
Uninorte - PY
PJC
Anatomia regional • Axila 
AXILA 
A axila é a porta para o membro superior, sendo uma área de 
transição entre o pescoço e o braço (Fig. 7.39A). Formada 
pela clavícula, escapula, parede torácica superior, úmero e 
músculos relacionados, a axila possui u m espaço de forma pi-
ramidal irregular com: 
• quatro lados; 
• uma entrada; e 
• u m assoalho (base) (Figs. 7 .39Ae 7.39B). 
A entrada da região axilar continua-se superiormente com 
o pescoço, e a parte lateral da base abre-se no braço. 
Todas as principais estruturas que entram ou saem do 
membro superior passam através da axila (Fig. 7.39C). As 
Músculo escaleno médio 
Músculo escaleno anterior 
Margem lateral da primeira costela s 
Clavícula 
Processo coracóide 
Parede mediai 
Parede lateral 
Parede anterior 
Parede posterior 
, 7.39 Axila A. Paredes e transição entre pescoço e braço. 
Continua 
Uninorte - PY
PJC
Membro superior 
Fig. 7.39, cont. Axila. B. Limites. C. Continuidade com o braço. 
aberturas formadas entre os músculos nas paredes anterior e 
posterior, possibilitam a passagem entre a axila e as regiões 
imediatamente adjacentes (regiões escapular posterior, peito-
ral e deltóidea). 
Entrada da axila 
A entrada da axila é orientada no plano horizontal e possui 
uma forma aproximadamente triangular, com seu ápice dire-
cionado lateralmente (Figs. 7 .39A e 7.39B). As margens da 
entrada são completamente formadas por ossos: 
• a mediai é a margem lateral da primeira costela: 
• a anterior é a face posterior da clavícula: 
• a posterior é a margem superior da escapula. 
Uninorte - PY
PJC
Pared 
Anatomia regional • Axila 
Trígono clavipeiloral 
Veia cefálica 
Deltóide 
Peitoral maior 
Parte c lav icular 
Parte esternocosta l 
|. 7.40 Músculo peitoral maior. 643 
Uninorte - PY
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Memoro superior 
• a parte clavicular, que se origina da metade mediai da cla-
vícula; 
• a parte esternocostal. que se origina da parte mediai da pa-
rede torácica anterior — geralmente, fibras desta cabeça 
continuam-se inferior e medialmente se inserindo na pa-
rede abdominal anterior, formando uma parte adicional do 
músculo, a parte abdominal. 
O músculo insere-se na crista lateral do sulco intertuber-
cular do úmero. As partes do músculo que têm uma origem 
superior no tronco inserem-se mais inferiormente e mais an-
teriormente na crista lateral do sulco intertubercular do que 
as partes que se originam inferiormente. 
Atuando conjuntamente, as duas partes do peitoral maior 
fletem, aduzem e rodam medialmente o braço na articulação 
do ombro. A parte clavicular flete o braço a partir da posi-
ção de extensão, enquanto a parte esternocostal estende o 
braço a partir de u m a posição fletida. particularmente con 
tra resistência. 
O peitoral maior é inervado pelos nervos peitorais lateral 
mediai, que se originam do plexo braquial, na axila. 
Subclávio 
O músculo subclávio é u m pequeno músculo que repousa pro-
fundamente ao peitoral maior e passa entre a clavícula e a pri-
meira costela (Fig. 7.41). Origina-se medialmente, como um 
tendão da primeira costela, na junção entre esta e sua cartila-
gem costal. Segue lateral e superiormente, para inserir-se em 
um sulco superficial na face inferior do terço médio da clavícula. 
Fig. 7.41 Músculos peitoral menor e subclávio e fáscia clavipeitoral. 
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Anatomia regionaf • Axila 
Diversas estruturas percorrem entre a axila e sua parede 
anterior passando através da fáscia clavipeitoral, ou entre os 
músculos subclávio e peitoral menor ou inferiormente ao 
músculo peitoral menor. 
Importantes estruturas passam entre os músculos subclávio 
e peitoral menor, incluindo a veia cefálica, a artéria toracoacro-
mial e o nervo peitoral lateral. 
A artéria torácica lateral deixa a axila passando através da 
fáscia, inferiormente ao músculo peitoral menor. 
O nervo peitoral mediai deixa a axila penetrando direta-
mente no músculo peitoral menor inervando-o e alcançando 
o músculo peitoral maior. Ocasionalmente, os ramos do nervo 
peitoral maior passam ao redor da margem do peitoral menor 
para inervar o músculo peitoral maior. 
Parede média 
A parede média da axila consiste na parede torácica superior 
(costelas e estruturas intercostais relacionadas) e o músculo 
serrátil anterior (Fig. 7.42, Tabela 7.4 e Fig. 7.39). 
Serrátil anterior 
O músculo serrátil anterior origina-se como várias fitas 
musculares a partir da superfície lateral da primeira à décima 
costela e da fáscia profunda sobre os espaços intercostais rela-
cionados (Fig. 7.42). O músculo forma uma lâmina achatada 
que passa posteriormente ao redor da parede torácica, para 
inserir-se principalmente na face costal da margem mediai da 
escapula. 
bela 7.4 Músculos da parede mediai da axila (os segmentos espinais em negrito são os principais segmentos que inervam o músculo) 
úsculo Origem Inserção Inervação Função 
rrátil anterior Superfícies laterais das costelas Face costal da margem Nervo torácico Protrusão e rotação da escapula; 
VIII-IX e fáscia profunda mediai da escapula longo mantém a margem mediai e ângulo 
sobrejacente aos espaços [C5, C6, C7] inferior da escapula contra a parede 
intercostais relacionados torácica 
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Memoro superior 
Nervo torácico longo 
Nervo intercostobraquial 
(ramo cutâneo lateral de 12) 
Nervo torácico longo 
Serrátil anterior 
Fig. 7.42 Parede mediai da axila. 
O serrátil anterior traciona anteriormente a escapula so-
bre a parede torácica e facilita a sua rotação. Também man-
tém a face costal da escapula firmemente oposta à parede 
torácica. 
0 serrátil anterior é inervado pelo nervo torácico longo, 
que se origina da raiz do plexo braquial, passa através da axila 
pela parede mediai e segue verticalmente por baixo do mús-
culo serrátil anterior na sua superfície externa, logo inferior-
mente à pele e à fáscia superficial. 
A única estrutura importante que passa diretamente atra-
vés da parede média para a axila é o nervo intercostobraquial. 
Este nervo é o ramo cutâneo lateral do segundo nervo inter-
costal (ramo anterior de T2). Ele comunica-se com um ramo 
do plexo braquial (o nervo cutâneo mediai do braço) na axila 
e supre a pele da face superior e póstero-medial do braço, que 
é parte do dermátomo de T2 . 
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Anatomia regional • Axila 
Na clínica 
Lesão do nervo torácico longo 
Devido ao nervo to rác i co l o n g o passar e m sen t ido distai 
na parte lateral da parede to rác ica , na superf íc ie ex terna 
do músculo serráti l anter ior , l ogo aba ixo da pele e da fás-
cia superficial, ele é suscetível a lesões. A perda da f u n -
ção deste nervo leva à e levação da m a r g e m med ia i e 
particularmente d o â n g u l o in fer ior da escapula, resul-
tando em u m a "asa " característ ica da escapula q u a n d o 
empurrada para d ian te c o m o b raço . A l é m disso, a ele-
vação normal d o b raço não é mais possível. 
Parede lateral 
A parede lateral da axila é estreita e formada inteiramente 
pelo sulco intertubercular do úmero (Fig. 7.43). O músculo 
peitoral maior da parede anterior une-se à crista lateral do 
sulco intertubercular. Os músculos, redondo maior e latís-
simo do dorso da parede posterior, unem-se com a crista me-
diai e o assoalho do sulco intertubercular, respectivamente 
[(Tabela 7.5). Fig. 7.43 Parede lateral da axila. 
Uninorte - PY
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viemDro superior 
axila, região escapular posterior e compartimento posterior 
do braço. 
Subescapular 
0 músculo subescapular forma o maior componente da pa-
rede posterior da axila. Origina-se da fossa subescapular e a 
preenche, inserindo-se no tubérculo menor do úmero (Figs. 
7.44 e 7.45). O tendão cruza imediatamente anterior à cáp-
sula articular da articulação do ombro. 
Junto com os três músculos da região escapular posterior 
(músculos supra-espinal, infra-espinal e redondo menor), o 
subescapular é u m membro do manguito rotador, que estabi-
liza a articulação do ombro. 
Forame supra-escapular 
• nervo supra-escapular 
Espaço quadrangular 
• nervo axilar 
• artéria e veia circunflexas 
posteriores do úmero 
Intervalo t r iangular• nervo radial 
• artéria braquial profunda 
Cabeça longa do tríceps braquial 
Subescapular 
Espaço t r iangular 
• artéria circunflexa da escapula 
Redondo maior 
Latíssimo do dorso 
Fig. 7.44 Parede posterior da axila. 
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Anatomia regional • Axila 
Tendão do bíceps no 
Cabeça do úmero |Cavidade glenoidal 
Anterior 
sulco intertubercular 
-Subescapular 
'osteríor 
Lábio glenoidal 
A artéria axilar torna-se artéria braquial ao cruzar a mar-
gem inferior do músculo redondo maior. 
Cabeça longa do tríceps braquial 
A cabeça longa do músculo tríceps braquial passa verti-
calmente através da parede posterior da axila e, concomitan-
temente com os músculos e ossos adjacentes, resulta na 
formação de três aberturas por meio das quais as principais 
estruturas atravessam a parede posterior: 
a paço quadrangular: 
• o espaço triangular: 
• o intervalo triangular (Fig. 7.44). 
Entradas para a parede posterior 
(ver Passagens para a região escapular posterior, e Figs. 7.36 
e 7.37, págs. 638 a 641). 
Espaço quadrangular 
O espaço quadrangular permite a passagem de nervos e vasos 
que atravessam a axila em direção às regiões escapular e del-
tóide mais posteriores (Fig. 7.44). Quando em vista anterior, 
suas margens são formadas pela(o): 
• margem inferior do músculo subescapular; 
• colo cirúrgico do úmero; 
• margem superior do músculo redondo maior; 
m margem lateral da cabeça longa do músculo tríceps 
braquial. 
Passando através do espaço quadrangular encontram-se o 
nervo axilar e a artéria e veia circunflexas posteriores do 
úmero. 
Espaço triangular 
0 espaço triangular é uma área de comunicação entre a 
axila e a região escapular posterior (Fig. 7.44). E m vista ante-
rior, são os seguintes os seus limites: 
• margem mediai da cabeça longa do músculo tríceps bra-
quial; 
• margem superior do músculo redondo maior; 
• margem inferior do músculo subescapular. 
649 
Uninorte - PY
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Memoro superior 
A artéria e a veia circunflexas da escapula passam por este 
espaço. 
Intervalo triangular 
0 intervalo triangular tem como limites: 
contém a partes proximais de dois músculos do braço, o pro-
cesso axilar da mama e grupos de linfonodos que drenam o 
membro superior e a parede torácica. 
As partes proximais dos músculos bíceps braquial e cora-
cobraquial passam através da axila (Tabela 7.6). 
a a margem lateral da cabeça longa do músculo tríceps bra-
quial; 
• o corpo do úmero; 
• a margem inferior do músculo redondo maior (Fig. 7.44). 
O nervo radial sai da axila e percorre através deste inter-
valo para alcançar o compartimento posterior do braço. 
Assoalho 
O assoalho da axila é formado por fáscia e uma cúpula de pele 
que cobre o espaço entre as margens inferiores e as paredes 
(Figs. 7.46 e 7.39B). Ele está fixado � fáscia clavipeitoral. Nos 
pacientes, a prega axilar anterior é superior à prega axilar posterior. 
Inferiormente, estruturas penetram e saem da axila ime-
diatamente lateral ao assoalho, onde as paredes anterior e 
posterior da axila convergem e onde a axila é contínua com o 
compartimento anterior do braço. 
Conteúdo 
Passando através da axila encontram-se os principais vasos, 
nervos e linfáticos dos membros superiores. O espaço também 
Bainha axilar 
Braço 
Prega cutânea 
axilar posterior 
Cúpula de pele 
no assoalho da axila 
Prega cutânea axilar anterior 
Fig. 7.46 Assoalho da axila. 
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Anatomia regional • Axila 
As cabeças longa e curta do bíceps unem-se na região dis-
tai do braço; a inserção ocorre principalmente como u m 
único tendão, na tuberosidade do rádio, no antebraço. 
0 músculo bíceps braquial é u m potente flexor do ante-
braço na articulação do cotovelo e u m potente supinador do 
antebraço. Devido a ambas as cabeças originarem-se na esca-
pula, o músculo age como u m flexor acessório do braço, na ar-
ticulação do ombro. Adicionalmente, a cabeça longa previne 
o movimento superior do úmero, na cavidade glenóide. 
0 músculo bíceps braquial é inervado pelo nervo muscu-
locutâneo. 
Coracobraquial 
0 músculo coracobraquial, em conjunto com a cabeça 
curta do músculo bíceps braquial, origina-se do ápice do pro-
cesso coracóide (Fig. 7.47). Ele passa verticalmente através da 
Tendão do 
Fig. 7.47 Conteúdos da axila: músculos. 
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rviemDro superior 
axila para inserir-se em u m espessamento pequeno e linear na 
parte mediai do úmero, aproximadamente no meio da diáfise. 
0 músculo coracobraquial flete o braço na articulação do 
ombro. 
Na axila, a superfície mediai do músculo coracobraquial é 
atravessada pelo nervo musculocutâneo, que o inerva, atra-
vessando-o e entrando no braço. 
Artéria axilar 
A artéria axilar supre as paredes da axila e regiões relaciona-
das e continua como a principal fonte de suprimento sangüí-
neo para partes mais distais do membro superior (Fig. 7.48). 
A artéria subclávia, no pescoço, transforma-se na artéria 
axilar ao cruzar a margem lateral da primeira costela e segue 
através da axila, tornando-se a artéria braquial ao cruzar a 
margem inferior do músculo redondo maior. 
A artéria axilar é separada em três partes pelo músculo 
peitoral menor, que cruza anteriormente ao vaso (Fig. 7.48): 
Fig. 7.48 Conteúdos da axila: a artéria axilar. 
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Anatomia regional • Axila 
a primeira parte é proximal ao peitoral menor: 
i a segunda parte é posterior ao peitoral menor: 
• a terceira parte é distai ao peitoral menor. 
Geralmente, seis ramos emergem da artéria axilar: 
• um ramo, a artéria torácica superior, origina-se da pri-
meira parte; 
• dois ramos, a artéria toracoacromial e a artéria torá-
cica lateral, originam-se da segunda parte; 
três ramos, as artérias subescapular, circunflexa an-
terior do úmero e circunflexa posterior do úmero, ori-
ginam-se da terceira parte (Fig. 7.49). 
Artéria torácica superior 
A artéria torácica superior é pequena e origina-se da parede 
anterior da primeira parte da artéria axilar (Fig. 7.49). Ela nu-
tre as regiões superiores das paredes axilares mediai e anterior. 
Artéria toracoacromial 
A artéria toracoacromial é curta e origina-se da parede ante-
rior da segunda parte da artéria axilar, logo posterior à mar-
gem mediai (superior) do músculo peitoral menor (Fig. 7.49). 
Curva-se ao redor da margem superior do músculo, penetra a 
fáscia clavipeitoral, e imediatamente se divide em quatro ra-
Subclávio Peitoral menor 
Artéria torácica super ior 
Subescapular 
Artér ia subescapular 
Artéria c i rcunf lexa anterior do úmero 
Artéria c i rcunf lexa poster ior 
do úmero (espaço quadrangular 
Latíssimo do dorso 
Artéria toracoacromia l 
Ramo circunflexo da escapula 
(espaço triangular) 
Redondo maior 
Artéria toracodorsal 
Artéria braquial profunda 
(intervalo triangular) 
Artér ia torácica lateral 
Cabeça longa do tríceps braquial 
Fig. 7.49 Ramos da artéria axilar. 653 
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Memoro superior 
mos — os ramos peitoral, deltóideo, clavicular e acromial, que 
nutrem a parede axilar anterior e as regiões relacionadas. 
Adicionalmente, o ramo peitoral contribui para o supri-
mento vascular da mama e o ramo deltóideo passa para o trí-
gono clavipeitoral, onde acompanha a veia cefálica e nutre as 
estruturas adjacentes (Fig. 7.40). 
Artéria torácica lateral 
A artéria torácica lateral origina-se da parede anterior da se-
gunda parte da artéria axilar, posterior à margem lateral (in-
ferior) do músculo peitoral menor (Fig. 7.49). 
Ela segue a margem do músculo em direção à parede torá-
cica e nutre as paredes mediai e anterior da axila. Em mulhe-
res, ramos surgem ao redor da margem inferior do músculo 
peitoral maior e contribuem para o suprimento vascular da 
mama.Artéria subescapular 
A artéria subescapular é o maior ramo da artéria axilar e é 
principal suprimento sangüíneo para a parede posterior da 
axila (Fig. 7.49). Também contribui para o suprimento san-
güíneo da região escapular posterior. 
A artéria subescapular origina-se da parede posterior da 
terceira parte da artéria axilar, segue a margem inferior do 
músculo subescapular por uma pequena distância e divide-se 
em dois ramos terminais, a artéria circunflexa da esca-
pula e a artéria toracodorsal. 
• A artéria circunflexa da escapula passa através do espaço 
triangular, entre os músculos subescapular, redondo 
maior e a cabeça longa do tríceps braquial. Posterior-
mente, ele passa inferiormente ou atravessa a origem do 
músculo redondo menor para entrar na fossa infra-es-
pinal. Anastomosa-se com a artéria supra-escapular e o 
ramo profundo (artéria dorsal da escapula) da artéria 
cervical transversa contribuindo, portanto, para uma rede 
anastomótica vascular ao redor da escapula. 
• A artéria toracodorsal segue aproximadamente a margem 
lateral da escapula para o ângulo inferior. Contribui para o 
suprimento vascular das paredes posterior e mediai da axila. 
Artéria circunflexa anterior 
do úmero 
A artéria circunflexa anterior do úmero é pequena se 
comparada com a artéria circunflexa posterior do úmero, e 
origina-se da parede lateral da terceira parte da artéria axilar 
(Fig. 7.49). Passa anteriormente ao colo cirúrgico do úmero e 
anastomosa-se com a artéria circunflexa posterior do úmero. 
A artéria circunflexa anterior do úmero nutre os tecidos 
adjacentes, que incluem a articulação do ombro e a cabeça do 
úmero. 
Artéria circunflexa posterior 
do úmero 
A artéria circunflexa posterior do úmero origina-se da 
parede lateral da terceira parte da artéria axilar, imediata-
mente posterior à origem da artéria circunflexa anterior do 
úmero (Fig. 7.49). Acompanhada do nervo axilar, ela deixa a 
axila passando através do espaço quadrangular entre os mús-
culos redondo maior, redondo menor e a cabeça longa do trí-
ceps braquial e o colo cirúrgico do úmero. 
A artéria circunflexa posterior do úmero curva-se ao redor 
do colo cirúrgico do úmero e nutre os músculos adjacentes e 
a articulação do ombro. Anastomosa-se com a artéria circun-
flexa anterior do úmero e com ramos das artérias braquial 
profunda, supra-escapular e toracoacromial. 
Veia axilar 
A veia axilar começa na margem inferior do músculo redondo 
maior e é a continuação da veia basílica (Fig. 7.50) que é uma 
veia superficial, encarregada da drenagem da superfície pós-
tero-medial da mão e do antebraço e perfura a fáscia pro-
funda, na parte média do braço. 
A veia axilar passa através da axila, mediai e anterior-
mente à artéria axilar e torna-se a veia subclávia quando 
cruza a margem lateral da primeira costela, na entrada da 
axila. Tributárias da veia axilar geralmente seguem os ramos 
da artéria axilar. Outras tributárias incluem a veia braquial, 
que segue a artéria braquial e a veia cefálica. 
A veia cefálica é u m a veia superficial que drena as partes 
lateral e posterior da mão, do antebraço e do braço. Na re-
gião do ombro, ela passa por uma depressão triangular in-
vertida (o trígono clavipeitoral) entre o músculo deltóide, o 
músculo peitoral maior e a clavícula. N a parte superior do 
trígono clavipeitoral, a veia cefálica passa profundamente à 
parte clavicular do músculo peitoral maior e perfura a fáscia 
clavipeitoral para unir-se à veia axilar. Vários pacientes podem 
se apresentar criticamente indispostos e doentes por perderem 
sangue ou fluidos, necessitando, portanto, de reposição. 0 acesso 
a uma veia periférica é necessário para essa reposição. 0 local tí-
pico para o acesso venoso é a veia cefálica adjacente à tabaqueira 
anatômica ou as veias que se encontram nos tecidos superficiais 
da fossa cubital. 
Uninorte - PY
PJC
Anatomia regional • Axila 
Escaleno anterior. 
Veia subclávia 
Veia axilar 
Deltóide 
Peitoral menor 
Veia cefálica 
Veia basílica 
Pares de veias braquiais 
q. 7.50 Veia axilar. 
ia clínica 
Avaliação por imagem do suprimento sangüíneo 
do membro superior 
Quando há u m a ev idênc ia clínica de c o m p r o m e t i m e n t o 
vascular d o m e m b r o super ior , o u são necessários vasos 
para a con fecção de u m a fístula ar ter iovenosa (que é ne-
cessária para diál ise renal ) , m é t o d o s de i m a g e m são neces-
sários para aval iar os vasos. 
A u l t ra -sonogra f ia é u m a f e r ramen ta m u i t o út i l para rea-
lizar u m a aval iação não- invasiva dos vasos d o m e m b r o su-
perior, desde a tercei ra par te da artér ia subclávia até as 
artérias pa lmares superf ic iais e p ro fundas . O f l u x o de san-
gue p o d e ser q u a n t i f i c a d o e var iantes ana tômicas p o d e m 
ser no tadas . 
A ang iogra f ia é realizada e m d e t e r m i n a d o s casos. A ar té-
ria f emora l é p u n c i o n a d a aba ixo d o l i g a m e n t o ingu ina l e 
u m cateter l o n g o é passado através das artérias ilíacas e ao 
redor d o arco da aor ta para ent rar t a n t o na artéria subclá-
via esquerda q u a n t o no t r o n c o braqu iocefá l i co e, en tão , na 
artéria subclávia d i re i ta . Contrastes rad iopacos são in jetados 
na luz dos vasos e radiograf ias são obt idas q u a n d o o c o n -
traste passa, i n i c ia lmen te através das artérias, en tão , pelos 
capilares e, f i na lmen te , nas veias. 
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Memoro superior 
Na clínica 
Traumatismo das artérias do membro superior 
O supr imen to arterial d o m e m b r o super ior é par t icu larmente 
suscetível ao t r auma t i smo e m locais o n d e é re lat ivamente 
f i xo ou e m u m a posição subcutânea. 
Fratura da primeira costela 
C o m o a artér ia subclávia se d i r ige de u m a região super f i -
cial d o pescoço para d e n t r o da axi la, ela está f i xada e m po -
sição pelos múscu los para a face super io r da pr ime i ra 
costela. U m a lesão po r desaceleração ráp ida, e n v o l v e n d o 
t r a u m a t i s m o da par te super io r d o tó rax , p o d e causar u m a 
f ra tura da pr ime i ra costela, o q u e p o d e c o m p r o m e t e r , s ig-
n i f i ca t i vamente , a par te distai da artér ia subclávia ou a pr i -
mei ra par te da artér ia axilar. Fe l izmente, ex is tem conexões 
anas tomót i cas en t re ramos da artér ia subclávia e da artéria 
axilar, que f o r m a m u m a rede ao redor da escapula e da 
par te t e rm ina l d o ú m e r o ; p o r t a n t o , c o m a transecção com-
pleta de vaso, o b raço ra ramen te f ica c o m p l e t a m e n t e is-
q u ê m i c o ( i squemia é u m s u p r i m e n t o p o b r e de sangue 
para u m ó r g ã o o u m e m b r o ) . 
Luxação anterior da cabeça do úmero 
A luxação anter io r da cabeça d o ú m e r o p o d e compr im i ra 
artéria axilar resu l tando na oc lusão d o vaso. Isto, provavel-
m e n t e , não causará a isquemia c o m p l e t a d o m e m b r o , mas 
p o d e ser necessário reconst ru i r c i r u rg i camen te a artéria axi-
lar para q u e se restabeleça u m a f u n ç ã o sem dor. É impor-
t a n t e l e m b r a r q u e a ar tér ia ax i lar está in t imamente 
re lacionada c o m o p lexo b raqu ia l , q u e p o d e ser lesado com 
a luxação anter ior . 
Plexo braquial 
0 plexo braquial é u m plexo somático, formado pelos ramos 
anteriores de C5 a C8, e a maioria dos ramos anteriores de 
T I (Fig. 7.51). Origina-se no pescoço, passa lateral e inferior-
mente sobre a primeira costela e entra na axila. 
As partes do plexo braquial, de mediai para lateral, são as 
raízes, os troncos, as divisões e os fascículos. Todos os nervos 
principais que suprem o membro superior originam-se do 
plexo braquial, a maioria proveniente dos fascículos. As par-
tes proximais do plexo braquial são posteriores à artéria sub-
Músculo escalenomédio 
Raízes 
(ramos anteriores de C5 a T1 
Troncos 
(superior, médio e inferior) 
Divisões 
(anterior, posterior) 
Fascículos 
(mediai, lateral, posterior) 
-C7 
C8 
Gânglio simpático 
cervical superior 
Ramos 
comunicantes 
Gânglio simpático 
cervical médio 
Gânglio simpático 
cervical inferior 
Tendão do escaleno anterior 
Fig. 7.51 Plexo braquial. A. Principais componentes no pescoço e na axila. 
Continua 
Uninorte - PY
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Anatomia regional • Axila 
Divisões 
Cada u m dos três troncos do plexo braquial forma as divisões 
anteriores e posteriores (Fig. 7.51): 
• as três divisões anteriores constituem partes do plexo 
braquial que por fim irão formar os nervos periféricos as-
sociados aos compartimentos anteriores do braço e do 
antebraço; 
• as três divisões posteriores combinam-se para formar par-
tes do plexo braquial que darão origem aos nervos associa-
dos aos compartimentos posteriores. 
Nenhum nervo periférico se origina diretamente das divi-
sões do plexo braquial. 
Fascículos 
Os três fascículos do plexo braquial originam-se das divisões 
e estão relacionados com a segunda parte da artéria axilar 
(Fig. 7.51). 
• o fascículo lateral resulta da união das divisões anterio-
res dos troncos superior e médio e, portanto, possui contri-
buições de C5 a C7 — está posicionado lateral à segunda 
parte da artéria axilar; 
i o fascículo mediai situa-se medialmente à segunda parte 
da artéria axilar e é a continuação da divisão anterior do 
tronco inferior — contém contribuições de C8 a T I . 
• o fascículo posterior localiza-se posteriormente à se-
gunda parte da artéria axilar e origina-se como a união de 
todas as três divisões posteriores — contém contribuições 
de todas as raízes do plexo braquial (C5 a T I ) . 
A maioria dos principais nervos do membro superior ori-
gina-se dos fascículos do plexo braquial. Geralmente, os ner-
vos associados aos compartimentos anteriores do membro 
superior provêm dos fascículos mediai e lateral e os nervos as-
sociados aos compartimentos posteriores originam-se do fas-
cículo posterior. 
RaniOS (Tabela 7.7) 
Ramos das raízes 
Adicionalmente a pequenos ramos segmentares de C5 a C8 
para músculos do pescoço e a contribuição de C5 para o nervo 
frênico, as raízes do plexo braquial dão origem aos nervos dor-
sal da escapular e torácico longo (Fig. 7.52). 
Uninorte - PY
PJC
Memoro superior 
Uninorte - PY
PJC
Anatomia regional • Axila 
659 
Uninorte - PY
PJC
Memoro superior 
0 nervo dorsal da escapula: 
k origina-se da raiz de C5 do plexo braquial; 
• passa posteriormente, geralmente perfurando o músculo 
escaleno médio no pescoço, para alcançar e percorrer ao 
longo da margem mediai da escapula (Fig. 7.53); 
a inerva os músculos rombóide maior e menor, a partir de 
suas faces profundas. 
O nervo torácico longo: 
• origina-se dos ramos anteriores de C5 a C7; 
• passa verticalmente em direção distai ao pescoço, atrav! 
da entrada axilar e para baixo da parede mediai da axila, 
para suprir o músculo serrátil anterior (Fig. 7.52); 
• repousa na parte superficial do músculo serrátil anterior. 
Mediano 
660 
Nervo torácico longo 
Nervo intercostobraquial 
(ramo cutâneo lateral de T2) 
Nervo subescapular superior 
Nervo toracodorsal 
Nervo subescapular inferior 
Nervo mediano 
Nervo radial • 
Nervo cutâneo mediai do braço 
-Nervo cutâneo mediai do antebraço 
-Nervo ulnar 
Fig. 7.52 Plexo braquial. A. Esquema mostrando ramos do plexo braquial. B. Relações para a artéria axilar. 
Uninorte - PY
PJC
Anatomia regional • Axila 
Músculo escaleno médio 
Nervo dorsal da escapula 
Nervo para o m ú s c u l o subcláv io 
Nervo supra-escapular 
Forame supra-escapular 
Artéria axilar 
Nervo torác ico longo 
Serrátil anterior 
Ramo de C5 para o nervo f rên ico 
Nervo f rên ico 
Tendão do escaleno anterior 
Veia subclávia 
Fig. 7.53 Ramos das raízes e troncos do plexo braquial. 
Ramos dos troncos 
Os únicos ramos dos troncos do plexo braquial são dois nervos 
que se originam do tronco superior: o nervo supra-escapular 
eo nervo subclávio (Fig. 7.52). 
0 nervo supra-escapular (C5 e C6): 
origina-se do tronco superior do plexo braquial; 
passa lateralmente através do trígono cervical posterior 
(Fig. 7.53) e através do forame supra-escapular, para en-
trar na região escapular posterior; 
inerva os músculos supra e infra-espinais; 
é acompanhado nas partes laterais do pescoço e na região 
escapular posterior pela artéria supra-escapular. 
Uninorte - PY
PJC
Memoro superior 
O nervo do subclávio (C5 e C6) é u m pequeno nervo que: 
• origina-se do tronco superior do plexo braquial; 
• passa ântero-inferiormente sobre artéria e veia subclávias; 
* inerva o músculo subclávio. 
Ramos do fascículo lateral 
Três nervos originam-se inteira ou parcialmente a partir do 
fascículo lateral (Fig. 7.52). 
• o nervo peitoral lateral é o mais proximal dos ramos des-
tes fascículo. Passa anteriormente, junto com a artéria to-
racoacromial, para penetrar a fáscia clavipeitoral, que une 
o espaço entre os músculos subclávio e peitoral menor (Fig. 
7.54) e inerva o músculo peitoral maior. 
• o nervo musculocutâneo é u m ramo terminal calibroso 
do fascículo lateral, dirige-se lateralmente para penetrar o 
músculo coracobraquial e passa entre os músculos bíceps 
braquial e braquial no braço, inervando todos os três mús-
culos flexores no compartimento anterior do braço e termi-
nando como nervo cutâneo lateral do antebraço. 
• a raiz lateral do nervo mediano é o ramo terminal mais 
calibroso do fascículo lateral, que segue medialmente para 
se unir a u m ramo similar do fascículo mediai, formando o 
nervo mediano (Fig. 7.54). 
Ramos do fascículo mediai 
O fascículo mediai fornece cinco ramos (Fig. 7.54): 
• 0 nervo peitoral mediai é o ramo mais proximal, recebe 
u m ramo comunicante do nervo peitoral lateral e, então, 
segue anteriormente entre a artéria e veia axilares. Ramos 
do nervo penetram e suprem o músculo peitoral menor. 
Alguns destes ramos passam através do músculo para al-
cançar e suprir o músculo peitoral maior. Outros ramos 
ocasionalmente passam ao redor da margem lateral do 
músculo peitoral menor para alcançar o músculo peitoral 
maior. 
• 0 nervo cutâneo mediai do braço passa através da axi-
la para o braço, onde perfura a fáscia profunda e supre a 
pele sobre o lado mediai do terço distai do braço. N a axila, 
o nervo comunica-se com o nervo intercostobraquial 
de T2 . Fibras do nervo cutâneo mediai do braço inervam a 
parte superior da superfície mediai do braço e o assoalho 
da axila. 
• O nervo cutâneo mediai do antebraço origina-se logo 
distai à origem do nervo cutâneo mediai do braço. Passa 
para fora da axila dentro do braço onde dá u m ramo para 
a pele sobre o músculo bíceps braquial e então continua 
distalmente pelo braço para penetrar a fáscia profunda 
com a veia basílica, continuando inferiormente para suprir 
a pele sobre a face anterior do antebraço. Inerva a pele so-
bre a face mediai do antebraço, em diração do punho. 
• A raiz mediai do nervo mediano passa lateralmente 
para unir-se com uma raiz similar do fascículo lateral e for-
mar o nervo mediano, anterior à terceira parte da artéria 
axilar. 
• O nervo ulnar é um ramo terminal calibroso do fascículo 
mediai (Fig. 7.54). Entretanto, próximo à sua origem, ele 
freqüentemente recebe u m ramo comunicante da raiz late-
ral do nervo mediano, oriundo do fascículo lateral e carre-
gando fibras de C7. 0 nervo ulnar passa através do braço e 
antebraço para a mão, onde inerva toda a sua muscula-
tura intrínseca (exceto três músculos da eminência tenare 
os dois músculos lumbricais laterais). A o passar pelo ante-
braço, ramos do nervo ulnar inervam

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