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Nutrição pediatria 01

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Nicolle Moraes Nunes 
1 Pediatria I - Nutrição 
PEDIATRIA - ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO 
AULA DO DIA 09 DE AGOSTO, PROFESSORA MARIA LÚCIA DE BARROS MEDEIROS 
A nutrição na infância impacta o crescimento, a produtividade e a qualidade de vida. O aleitamento materno apresenta 
impactos benéficos em todos os níveis socioeconômicos, mas sobretudo nas populações mais vulneráveis, haja vista que ele não 
só nutre a criança como também gera efeitos à longo prazo em sua saúde. O leite materno possui níveis proteicos, bioativos, e 
compostos microbioticos que são muito bons para o bebê. A nutrição adequada no início da vida é tão importante que pode 
minimizar, ou quebrar o ciclo de pobreza, porque os jovens terão uma maior capacidade de aprendizagem, resolução de 
problemas, e desenvolvimento total do potencial da criança. Isso tudo repercute na vida adulta, uma criança que tem 
dificuldade de aprendizado dificilmente vai conseguir sair do ciclo de pobreza. Então, não é só crescer, o cérebro cresce, se 
desenvolve e cria habilidades que serão fundamentais pro resto da vida dessa criança. 
Há anos atrás a grande preocupação com nutrição das crianças era devido à desnutrição, hoje essa preocupação se relaciona 
não apenas a ela, mas também à obesidade. A obesidade é uma epidemia no mundo inteiro, nos países desenvolvidos e não 
desenvolvidos. O excesso de proteínas no início da vida, através do leite de vaca- por exemplo- está muito associado a 
obesidade infantil. O leite materno ajuda a desenvolver mecanismos de saciedade que são muito importantes pro 
comportamento alimentar da criança, evitando uma futura obesidade. A obesidade está relacionada à uma série de desfechos 
de risco como DM tipo II, H.A.S., esteatose hepática não alcoolica, apneia do sono, ovário policístico, e problemas 
osteoarticulares, então qualquer medida de prevenção deve ser adotada. Isso torna claro que o aleitamento materno traz 
benefícios não só no início da vida, mas também ao longo do desenvolvimento da criança. 
A amamentação ocorre junto com várias emoções, e influencias socioculturais. Essas influencias e emoções ficam atreladas para 
o resto da vida, então deve-se trabalhar muito no desenvolvimento da saciedade, e de hábitos alimentares saudáveis da criança, 
logo na primeira infância a fim de evitar transtornos alimentares e obesidade a longo prazo. 
PRIMEIRO ANO 
O primeiro ano é um ano de intenso crescimento. O peso de nascimento duplica aos 6 meses, e triplica aos 12 meses. A altura 
do recém-nascido é torno de 50 cm, e no final do 1° ano ela aumenta pra cerca de 70 cm. Além do peso e altura, a composição 
do corpo muda: reduz o teor de água, aumenta o teor de gordura, e a criança adquire uma série de habilidades e capacidades 
que duram para o resto da vida. 
O cérebro pesa cerca de 350g no nascimento, enquanto no final do primeiro ano pesa 925g, associado a isso ocorrem mudanças 
muito importantes nas características que o cérebro desenvolve. Próximo dos 12 meses a criança já sustenta a cabeça, já senta 
com apoio, os reflexos primitivos vão se atenuando, progressivamente começa a sentar sozinho, e entre o final do primeiro e o 
começo do segundo ano ele já está andando. Então, as mudanças são muito grandes, se houver alguma deficiência nutricional 
essas mudanças podem não ocorrer da maneira esperada, gerando dificuldades de aprendizagem, e desenvolvimento no futuro. 
Os primeiros 1.000 dias que vão desde o inicio da gestação até o primeiro ano e o segundo da criança são considerados um 
período crítico do crescimento e desenvolvimento. A deficiência tanto de macronutrientes (proteínas, carboidratos, lipídeos) 
como de micronutrientes (vitaminas) está associada a um menor crescimento somático com relação ao potencial genético da 
criança e, a um menor desenvolvimento de todos os órgãos durante a fase de maior velocidade de crescimento. 
PROGRAMAÇÃO METABÓLICA 
O conceito de programação metabólica está relacionado com o fato de que algumas alterações no início da vida levam à 
indução, deleção ou prejuízo permanente no desenvolvimento de estruturas somáticas. Essas alterações metabólicas não 
mudam a herança genética, mas o fator epigenético que vai mudar a expressão dos genes. Ainda nesse conceito, 
comprovadamente, bebês prematuros tem maior risco de doenças cardiovasculares futuras porque sua programação 
metabólica foi alterada. Ou seja, mudanças no início da vida podem afetar pro resto da vida. 
A criança não é um adulto pequeno, ela possui características específicas. Da mesma forma, recém-nascidos não são crianças 
pequenas, e não devem ser tratados como se fossem. Um RN prematuro, por exemplo, ainda não acabou de formar os órgãos 
 
Nicolle Moraes Nunes 
2 Pediatria I - Nutrição 
que um nascido a termo formou durante o final da gestação nutrido pela placenta; então devemos olhar com características 
específicas. 
Além de atender as necessidades de desenvolvimento e crescimento do corpo da criança, o leite materno possui a 
propriedade de prevenir doenças a curto e a longo prazo. 
BOAS PRÁTICAS DE ALIMENTAÇÃO INFANTIL 
Boas práticas de alimentação infantil atendem às necessidades energéticas e quantitativas, apresentam correlação correta entre 
os nutrientes, observam intervalos, horários e número de refeições adequados, equilibram a tendência laxante e obstipante dos 
alimentos, ministram alimentos com técnica adequada à boa aceitação e formação psíquica da criança, e isenção de germes. A 
isenção se refere à noções básicas de higiene pessoal, higiene de alimentos- como não guardar na geladeira e dar pra criança 
depois. Além disso, respeitam a capacidade gástrica e digestiva da criança, introduzem novos alimentos de forma progressiva, e 
apresentam consistência adequada. A introdução a novos alimentos deve ser feita aos poucos, e repetitivamente até que a 
criança aceite os esses alimentos, e é importante que isso seja feito com alimentos amassados, ou raspados, evitar misturar 
tudo no liquidificador, ou em sopas, porque se perde a diferença de texturas e sabores que é fundamental pra criança aprender. 
Então, a maneira adequada é dar alimentos em textura de purê, ou papa, separados, na colher. 
Atualmente não se recomenda que as crianças menores de 1 ano consumam suco, é preferível consumir frutas amassadas, ou 
raspadas por causa das fibras, e o suco as crianças acabam tomando rápido- ou seja- não gera saciedade. Outra coisa que deve 
ser evitada é permitir que a criança coma esperando algo em troca como “ se comer a mamãe vai ficar feliz”, “ se comer vai 
ganhar sobremesa”, “ se não comer vai ficar de castigo”, e comer assistindo televisão, ou desenhos porque não permitem que a 
criança desenvolva saciedade. 
Os alimentos devem ser o menos processados possível, sendo os alimentos in natura ideais, e alimentos proibidos aqueles com 
muito processamento (açúcar refinado, açúcar mascavo, sal, geléia, bolo, biscoito, refrigerante, mel). Até os dois anos de idade 
não se deve utilizar nem açúcar, nem sal, nem mel nas refeições da criança. 
Observação: O mel aumenta os riscos de botulismo, além de ter o sabor muito doce. O botulismo é uma doença, e o clostridium 
pode estar no mel, então o mel não deve ser dado antes dos 2 anos. 
A capacidade gástrica e digestiva da criança deve ser respeitada, se oferecermos mais do que ela suporta, ela pode vomitar. 
Além de estar além da capacidade, os recém-nascidos possuem um refluxo gastroesofágico fisiológico. 
Lembrar sempre que não é só crescimento físico, mas motor, inteligência, e desenvolvimento de habilidades psicossociais. 
ALEITAMENTO MATERNO 
O aleitamento materno é biologicamente determinado, haja vista que somos mamíferos, e é culturalmente condicionado 
principalmente nas culturas mais antigas, como a cultura indígena,em que o aleitamento era a única forma de alimentar as 
crianças. A recomendação da OMS é de que o aleitamento materno seja exclusivo até os 6 meses de vida, e complementar até 
os 2 anos de vida. 
O leite humano é um fluido biológico complexo com milhares de componentes, sendo adaptado para as necessidades dos 
recém-nascidos, as quais são atendidas devido aos macronutrientes (proteínas, lipídios e carboidratos), aos micronutrientes 
(minerais e vitaminas) e as numerosas substâncias biologicamente ativas que vão proteger as crianças de uma série de 
infecções. Ele possui importantes propriedades nutricionais, associadas com efeitos prebióticos, imunomoduladores e anti-
microbianos. O leite materno tem uma série de substancias como: lactoferrina, células imunocompetentes, IGA, células que 
previnem o desenvolvimento de alergias, fatores de crescimento, fatores de maturação do intestino, aas específicos 
fundamentais para saúde intestinal- arginina, glutamina, glutamato e treonina-, e ácidos graxos essenciais. 
 Os lipídios presentes no leite materno podem variar amplamente e são influenciados por inúmeros fatores, tais como dieta 
materna, idade gestacional, paridade e estágio de lactação, composição corporal da mãe, os genes maternos e, possivelmente, 
fatores infantis (como o sexo). A criança ainda está mielinizando (desenvolvendo cérebro e a retina) então ela não pode ter 
restrição de lipídeos porque precisa para desenvolver o cérebro e a retina, portanto mesmo que a mãe esteja extremamente 
vulnerável, o leite dela é a melhor opção. Uma qualidade interessante é que o leite da mãe do bebê prematuro é diferente do 
leite da mãe que o bebê nasceu a termo em qualidade, inicio da lactação. Existem estudos que provam que a microbiota do leite 
das mães de bebes prematuros contribuem para desfechos melhores. 
 
Nicolle Moraes Nunes 
3 Pediatria I - Nutrição 
Os ácidos graxos de cadeia curta, de cadeia média e de cadeia longa, saturados e monoinsaturados, podem ser sintetizados no 
organismo. Porém, os ácidos graxos poliinsaturados, notadamente o linoleico (ômega-6) e α-linolênico (ômega-3), por não 
serem sintetizados pelo organismo, constituem-se em ácidos graxos essenciais (AGE). Os ácidos graxos essenciais precisam estar 
presentes para que o organismo forme ácido aracdônico e DHA, que são fundamentais para o desenvolvimento do sistema 
nervoso e da retina. 
O aleitamento materno é a mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e nutrição para a criança e constitui a 
mais sensível, econômica e eficaz intervenção para redução da morbimortalidade infantil. 
NUTRIÇÃO E DESENVOLVIMENTO NEUROLÓGICO 
Nutriente Impacto 
Energia e Proteína Impactam na multiplicação e formação das células, multiplicam as sinapses, e fatores de 
crescimento do sistema nervoso. 
Ferro Mielina, síntese de monoaminas e metabolismo neuroglial. O déficit de ferro não está 
apenas relacionado à anemia, mas também na alteração da síntese das monoaminas, no 
metabolismo da neuroglia, e mielinazação. Portanto, sua deficiência pode afetar à 
memória. 
Zinco O zinco é um cofator de inúmeros neurotransmissores, auxilia na síntese de DNA, e sua 
carência vai repercutir no desenvolvimento e crescimento da criança. 
Cobre O cobre está relacionado ao desenvolvimento dos neurotransmissores, metabolismo da 
glia, antioxidação, ácidos graxos polissaturados de cadeia longa, formação das sinapses, aas, 
neurotransmissores, mielinazação e transcrição do DNA. 
LC-PUFAS Sinaptogênese. 
Taurina/Colina Neurotransmissores, mielinização do DNA, mielina. 
 
Quando se reduz o aleitamento materno, se aumenta a desnutrição e a infecção. E um piora o outro. Isso tudo leva ao aumento 
da morbimortalidade infantil. O Brasil melhorou muito, atingiu a meta do milênio de redução de mortalidade infantil, mas com 
toda crise financeira atual, a taxa de mortalidade infantil voltou a crescer. 
𝑚𝑜𝑟𝑡𝑎𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑎𝑛𝑡𝑖𝑙 =
ó𝑏𝑖𝑡𝑜𝑠 𝑒𝑚 𝑐𝑟𝑖𝑎𝑛ç𝑎𝑠 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑑𝑒 1 𝑎𝑛𝑜
𝑛𝑎𝑠𝑐𝑖𝑑𝑜𝑠 𝑣𝑖𝑣𝑜𝑠 𝑛𝑜 𝑎𝑛𝑜 
 
O município do Rio de Janeiro, e o país como um todo tem aumento da taxa de mortalidade infantil. Ela tinha reduzido pela 
vacinação, estimulo ao aleitamento materno, e pode ter aumentado devido às más condições socioeconômicas da população. 
VANTAGENS 
Em suma, o aleitamento materno adequado reduz o numero de episódios de diarreia (tirando as infecções do período pré-natal 
as principais causas de morte são doenças respiratórias e diarreia). Ele reduz o numero de internação por doenças respiratórias, 
reduz o risco de desnutrição se o alimento introduzido for adequado, possui mais ferro e zinco do que o leite de vaca, e a 
amamentação se é exclusiva dia e noite tem o efeito de espaçar gestações (não é que tenha efeito contraceptivo, mas esparsa). 
O espaçamento entre as gestações é importante porque em gestações com intervalos muito curtos há grande risco de 
vulnerabilidade do bebê. 
EFEITOS DA AMAMENTAÇÃO 
Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo, por 
causas preveníeis (Jones et al., 2003). Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução 
das mortes de crianças menores de 5 anos. Enquanto para os bebês de mães com maior escolaridade o risco de morrerem no 1º 
ano de vida era 3,5 vezes maior em crianças não amamentadas, quando comparadas com as amamentadas, para as crianças de 
mães com menor escolaridade, esse risco era 7,6 vezes maior (OMS, 2000). 
DESFECHOS FUTUROS 
 
Nicolle Moraes Nunes 
4 Pediatria I - Nutrição 
A OMS publicou revisão sobre evidências dos efeitos da amamentação (Horta et al., 2007): os indivíduos amamentados 
apresentaram pressões sistólica e diastólica mais baixas, níveis menores de colesterol total, risco 37% menor de apresentar 
diabetes tipo 2. 
VANTAGENS PARA A MÃE 
 Menor perda de sangue no pós-parto; 
A mãe perde menos sangue no pós parto porque estimula a oxitocina e leva a contração uterina. 
 Retorno mais fácil ao peso anterior; 
 Efeito anticoncepcional; 
 Custo zero; 
 Maior tempo disponível para o bebê; 
 Vínculo afetivo mãe-filho mais estreito; 
 Redução do risco de câncer de mama/ovário a medida que se aumenta o tempo de amamentação. (Dose dependente) 
DEZ PASSOS PARA O SUCESSO DO ALEITAMENTO MATERNO (OMS, 1989) 
Em 1989 foi feita uma declaração de 10 passos pro aleitamento materno, e foi aberta a iniciativa do hospital amigo da criança, e 
isso implica em normas, que toda a equipe precisa saber, as gestantes precisam saber, mas até pra conversar com a mãe 
precisamos que haja escuta, empatia, e linguagem muito próxima. A equipe que tem um sucesso maior no aleitamento está 
relacionada ao trabalho melhor da equipe, de como chegar nas mães. 
A equipe de saúde é fundamental para a iniciação e continuação do aleitamento. É muito mais fácil pra quem está atendendo 
passar a mamadeira, mas essa não é a melhor escolha, existem outras opções, como: pode-se orientar a mãe a esvaziar uma 
mama toda; se a mãe tem muito leite e um bebê só ela pode ordenhar o leite anterior congelar, e deixa a criança mamar o leite 
posterior, o bebe fica mais saciado, ganha mais peso, e não há necessidade de passar mamadeira. Quando a mãe está com o 
peito todo machucado, por exemplo, isso é postura e pega inadequada- que precisam ser ensinados pela equipe de saúde- 
afinal, se ela sentir dor não vai ter ocitocina pra estimular a descida de leite. Sendo assim, todo esse preparo precisa ser antes de 
ter a fissura/ lesão. Para a amamentação adequada o bebê não deve pegar só o bico, mas também a aureola- se pega só o bico, 
vai fissurar e sangrar, se o bebê mama aquele sangue ele vai vomitar sangue, a família pode sedesesperar e correr pro hospital, 
onde o bebê vai pra UTI ficar em observação, podendo pegar uma infecção, e aumentando os gastos do sistema de saúde. 
A amamentação deve ser iniciada na primeira hora, ainda na sala de parto. Anteriormente o bebê era levado pro berçário, e isso 
dificultava a amamentação. Além disso, a mãe precisa estar ciente da posição correta de pega e postura pra que o aleitamento 
flua bem. No caso de RN que não podem mamar por razões específicas, e precisam da fórmula, ela deve ser dada num copinho, 
e jamais numa mamadeira. 
1.Ter uma norma escrita sobre aleitamento materno, a qual deve ser rotineiramente transmitida a toda a equipe do serviço. 
2.Treinar toda a equipe de saúde, capacitando-a para implementar esta norma. 
3.Informar todas as gestantes atendidas sobre as vantagens e o manejo do aleitamento materno. 
4.Ajudar às mães a iniciar a amamentação na primeira meia hora após o nascimento do bebê e por pelo menos 1 hora e orientar 
a mãe a identificar se o bebê está querendo ser amamentado, oferecendo ajuda se necessário. Colocar o bebê em contato pele 
a pele. 
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação mesmo se vierem a ser separadas dos filhos; 
6. Não oferecer a recém-nascidos bebida ou alimento que não seja o leite materno, a não ser que haja indicação médica e/ou 
de nutricionista; 
7. Praticar o alojamento conjunto - permitir que mães e recém-nascidos permaneçam juntos – 24 horas por dia; 
8. Encorajar o aleitamento materno sob livre demanda. 
9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao seio. 
10. Encaminhar às mães, por ocasião da alta hospitalar, para grupos de apoio ao aleitamento materno na comunidade ou em 
serviços de saúde. 
ORIENTAÇÃO DA OMS PARA A ALIMENTAÇÃO ATÉ O PRIMEIRO ANO DE VIDA 
1º semestre de vida: Uso exclusivo de leite humano, ou uso de fórmulas lácteas infantis (em caso de impossibilidade de 
amamentação). 
No primeiro semestre de vida a alimentação deve ser somente o leite da mãe. Se a mãe não quer amamentar a postura do 
 
Nicolle Moraes Nunes 
5 Pediatria I - Nutrição 
médico deve ser a mais empática possível, abordando-a sobre os benefícios para ela e para o bebê, mas respeitando sua 
decisão. Se por acaso, há contraindicação que a mãe amamente- essa orientação deve ser dada num local que preserve a 
privacidade da paciente (HIV +, por exemplo)- se utilizam fórmulas de partida ( no primeiro semestre). São várias fórmulas 
comerciais, a fórmula de partida equivale comercialmente à 1. 
Depois do 6° mês deixa de ser fórmula de partida e passa a ser fórmula de seguimento. 
2º semestre de vida: Leite materno (ou fórmula de seguimento), alimentação complementar, oferta de novos alimentos, 
progressão da consistência da dieta. 
No segundo semestre o ideal é que a criança continue mamando e que progressivamente se coloque novos alimentos na sua 
rotina, alterando a consistência. INTRODUÇÃO PREOGRESSIVA, AUMENTANDO A CONSISTENCIA. 
10º e 12º mês de vida: Alimentação modificada com formas de preparo e qualidade semelhantes a alimentação consumida 
pela família. Obviamente o prato da criança deve ser montado respeitando o tamanho pequeno, as texturas que ela consegue 
comer. (Em alguns casos as crianças pegam a comida com a mão e ficam “chupando”). 
 
SEGUNDO ANO DO BEBÊ 
No segundo ano do bebê continua-se o aleitamento associado à alimentação, estima-se que 500 ml de leite materno fornece 
95% das necessidades de vitamina C, 45% de vitamina A, 38% das proteínas, e 31% do valor total de energia, e continua 
protegendo-o das doenças infecciosas. 
Se tudo estiver transcorrendo bem, a criança tende a aceitar bem a alimentação complementar e aos poucos deixa de mamar o 
leite. O fato de a criança aceitar a amamentação está sempre relacionado ao momento em que vai ser oferecido, por isso é 
importante ter um horário para as refeições. Não adianta oferecer comida pra uma criança que está brincando, correndo, 
fazendo bagunça porque ela, naturalmente, não vai se interessar. 
Aos 2 anos a própria criança vai progressivamente parando de mamar, e aí entra o papel dos pais de não criar hábitos errados. 
Por exemplo, se uma criança de 2 anos sempre teve o hábito de dormir mamando, não podemos esperar que de um dia para o 
outro ela perca esse hábito. 
DEZ PASSOS PARA NUTRIÇÃO DA CRIANÇA BRASILEIRA COM MENOS DE 2 ANOS. 
PASSO 1 – dar somente leite materno até 6 meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outro alimento 
PASSO 2 - A partir dos 6 meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos 
de idade ou mais. 
PASSO 3 – Após 6 meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas e legumes), 3 vezes ao 
dia ( 2 papas de fruta e 1 refeição salgada), se a criança receber leite materno, e 5 vezes ao dia se estiver desmamada. 
PASSO 4 – A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da 
criança. (Precisa ter um horário relativamente estabelecido, mas não rígido). 
PASSO 5 – A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher; começar com consistência 
pastosa (papas e/ou purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar a alimentação da família. 
PASSO 6 – Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é também uma alimentação colorida. 
Por exemplo, purê de inhame, cenoura amassada, bertalha batida, frango com ovo amassadinho, e lentilha. 
PASSO 7 – Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. 
Não adianta só estimular a criança a comer saudável se ela vê os pais comendo muita fritura, gordura, por exemplo. A hora da 
refeição deve ter alimentos saudáveis e ser uma hora prazerosa. 
PASSO 8 – Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de 
vida. Usar sal com moderação. 
PASSO 9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados. 
PASSO 10 – Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos 
preferidos, respeitando a sua aceitação. A criança doente perde o apetite, então vai reduzir a alimentação, e você precisa 
oferecer um maior número de vezes. A criança tem preferencias, suas preferencias são o aprendizado, o hábito que foi criado, e 
a preferência é genética também. Quando a criança está doente, se ela prefere abobora, ovo e caldo de feijão o ideal é que seja 
 
Nicolle Moraes Nunes 
6 Pediatria I - Nutrição 
dado o que ela quer prefere ao invés de dar cenoura, carne e lentilha, então precisamos ver o que ela aceita melhor porque toda 
doença é um estado hipercatabólico, ou seja, as necessidades aumentam. 
PIRÂMIDE ALIMENTAR 
A pirâmide alimentar proposta no “Guia Alimentar para crianças menores de 2 anos” está composta por oito grupos de 
alimentos, distribuídos em quatro níveis, apresentados da base 
ao topo da pirâmide, considerando a sua participação na dieta 
em quantidades respectivamente maiores ou menores de 
porções. Esse guia de alimentação para crianças de 6 meses à 2 
anos está sendo revisto e foi liberado pra saúde publica com 
algumas mudanças. Na pirâmide a maior quantidade é de 
cereais, de preferência menos processados – por exemplo, pão 
caseiro- não é o ideal, mas é preferível do que dar um 
embutido, por exemplo. Observação: A papinha vendida no 
mercado não é uma boa opção porque os sabores se misturam, 
e a textura não varia, então a criança não vai aprendendo sobre 
a comida, nem desenvolvendo seu paladar. Ela pode ser usada em situações esporádicas, mas não fazer parte da rotina. 
DISTRIBUIÇÃO DOS MACRONUTRIENTESProteínas 10 a 15% 
Lipídios 30 a 45% 
Carboidratos 50 a 60% 
ALIMENTAÇÃO DO LACTENTE 
Entre os 6 e os 8 meses a criança vai ter certa resistência a alimentação complementar, então ela vai aceitar pouco – o que é 
normal porque é uma introdução-, mas reapresentando os alimentos e preparando-os de forma adequada, ela vai aumentando 
essa aceitação. A alimentação complementar deve suprir cerca de 200 kcal/dia entre os 6 e 8 meses. 
Entre os 9 e 11 meses a alimentação complementar deve aumentar para 300 kcal/dia, e entre 12 e 24 meses 550 kcal/dia.No 
final do primeiro ano se agrega menos tecido, mas há maior crescimento e redução da necessidade de proteína. 
A alimentação do lactente deve conter variedade – fornecer todos os tipos de nutrientes- e moderação – a criança tem 
capacidade de auto-regular sua ingestão alimentar e seus pais são modelos (hábitos alimentares e estilo de vida saudáveis 
devem ser praticados pela família). Deve-se fazer um prato arrumado, colorido e se a criança quiser mais, ela come mais, e não 
fazer condicionamento que a mamãe vai ficar feliz se comer tudo porque essas crianças podem evoluir com doenças como 
obesidade, neoplasias, e doenças cardiovasculares. 
-Antes dos 6 meses: Leite materno exclusivamente com livre demanda. 
-Aos 6 meses: Além do leite materno, oferecer com colher as frutas amassadas, ou raspadas, sem outros acréscimos. Além 
disso, adicionar uma refeição salgada (“almoço”). Ou seja, 1 papa de frutas no meio da manhã, 1 refeição no final da manhã, 1 
papa de frutas no meio da tarde, e aleitamento sob livre demanda. 
-Aos 7 meses: Adicionar mais uma refeição salgada ( “ janta”). Ou seja, aleitamento materno sob livre demanda,1 papa de 
frutas, 1 refeição no final da manhã, 1 papa de frutas no meio da tarde, 1 refeição no final da tarde. 
-Entre 12 e 24 meses: a criança vai progredindo em texturas até comer a refeição da família, obviamente com preparo e 
necessidades específicas. Nesse momento ocorre a redução da demanda do leite materno. 
Ou seja, aleitamento materno sob livre demanda, 1 refeição pela manhã (pão, fruta com aveia),1 fruta, 1 refeição básica da 
família no final da manhã, 1 fruta, 1 refeição básica da família no final da tarde. 
-Observação: A alimentação da família deve ser sempre com pouco ou nenhum alimento processado; Ao longo das consultas 
deve-se sempre marcar peso e altura nos gráficos da criança. 
Refeição salgada: A refeição salgada vai sempre ter um cereal ou tubérculo, um legume, proteína animal, e verduras. 
Cereais, tubérculos-arroz, milho, batata, mandioquinha, inhame, cará. (Obs: macarrão não é uma boa opção). 
Leguminosas-feijão, lentilha, vai variando, e introduzindo aos poucos. 
 
Nicolle Moraes Nunes 
7 Pediatria I - Nutrição 
Proteína animal- Começar com frango ou carne e ir variando aos poucos. Deve-se diversificar a fonte de proteína animal 
mantendo o equilíbrio entre níveis de colesterol e ácidos graxos saturados e insaturados; o ovo pode ser introduzido inteiro – 
clara e gema; a carne 50 a 70g para as 2 refeições não deve ser retirada após o cozimento. A proteína animal é importante não 
só pelo ferro, mas pela fonte de ácidos graxos, o ovo também, então nas dietas vegetarianas existem alguns prejuízos e por isso 
precisam ser acompanhadas de maneira mais focal. 
Observação: Lembrar as mães que a introdução alimentar é gradativa, e que vai ser preciso apresentar o mesmo alimento cerca 
de 8, 10 vezes até que a criança aceite. Apresentando isso pra mãe, ela já se sente mais segura, e deixa a criança mais a vontade. 
 
A ALIMENTAÇÃO DO INICIO DA VIDA VAI REPERCUTIR PRO RESTO DA VIDA NO PADRÃO ALIMENTAR DA VIDA DA CRIANÇA. 
O período de alimentação da criança deve ser respeitado. Deve-se respeitar as primeiras recusas, a quantidade. Se a mãe chega 
na consulta e diz que começou com alimentos salgados e o bebe não come nada, você vai tranquiliza-la, medir a criança, pesar, 
e lembrar que a altura é um parâmetro melhor do que o peso. Claro que o peso é importante, mas criança que está 
desenvolvendo a estatura tem um bom caminho encefálico também. Devemos lembrar também que as influencias genéticas 
também afetam a aceitação dos alimentos. As experiencias vão modulando a expressão do patrimônio genético, e quando se 
consegue que a criança aceite o alimento isso fica pro resto da vida. Ela pode ter fases em que vai rejeitar, mas observa-se que 
depois dessa fase volta a aceitar, e se torna um adulto que come frutas e legumes, tudo isso porque foi habito quando criança. 
Importante: Crianças que mamam no peito aceitam melhor a alimentação complementar porque o sabor do leite e o aroma 
variam conforme a hora do dia e a alimentação da mãe. 
COMPORTAMENTO DOS PAIS 
O comportamento dos pais deve ser orientado não apenas com relação à alimentação da criança, mas com relação ao que eles 
comem. Não se deve chantagear, os pais são responsáveis pelo que é oferecido, e a criança é responsável pelo quanto ela vai 
comer, não deve-se forçar. Além disso, os pais podem estimular positivamente à aceitação dos alimentos estimulando os 
sentidos. Por exemplo, se o prato é colorido, bonito, isso estimula a criança porque ela é curiosa e vai ter mais interesse, e 
também oferecer diversidade de sabor. Além da alimentação, hora da refeição é um momento de satisfação, não é para brigar 
ou discutir. 
ALIMENTAÇÃO PARA CRIANÇAS NÃO AMAMENTADAS 
Nas crianças que não são amamentadas, deve-se usar as fórmulas de partida até os 6 meses, e depois dos 6 meses as fórmulas 
de seguimento no segundo semestre, existem várias no mercado. A indústria a partir do leite de vaca tentou aproximar as 
fórmulas do leite humano, algumas coisas ela conseguiu e outras não. A preparação da formula, em geral, é uma medida pra 
cada 30 ml de água. Fora do BR, nos EUA as fórmulas já vem diluídas em garrafas, o benefício disso é a redução do risco de 
contaminação, e o malefício é que aumenta o custo. 
Observação importante: Se houver necessidade de orientação pra uma mãe que está com restrição absoluta de amamentar ( 
HIV, hepatite, ...) a orientação deve ser passada pra ela num local em que sua privacidade seja preservada, e que não estimule 
outras mães a não amamentarem. 
COMPARAÇÕES ENTRE O LEITE DE VACA, O LEITE MATERNO, E AS FÓRMULAS LACTEAS. 
 
 
Nicolle Moraes Nunes 
8 Pediatria I - Nutrição 
•Proteína: A quantidade adequada de proteína é a quantidade presente no leite humano, sendo a quantidade existente no 
leite de vaca excessiva. No leite humano predomina a lactoalbumina – que é uma proteína de mais fácil digestão do que a 
caseína- no leite de vaca a proteína que predomina é a caseína, que é uma proteína maior e mais difícil de digerir do que a 
lactoalbumina. Na fórmula, a indústria aumentou a proteína do soro (lactoalbumina), e reduziu a caseína, e algumas tem ajustes 
no perfil de aas que as aproxima do leite humano. Antes, quando se usava leite de vaca in natura, ou leite de vaca sem essas 
alterações, quando a criança regurgitava vinha um coagulo, formava um coagulo de leite no estômago, e as mães ficavam 
assustadas, e no caso do leite humano não forma coágulo porque predomina a lactoalbumina. 
Existem algumas fórmulas elementares que são para intolerantes, alérgicos, crianças com condições específicas. Essas fórmulas 
contém aas, monossacarídeos, triglicerídeos de cadeia média. Elas não levam a um amadurecimento intestinal como o leite 
materno, e são de alto custo, mas são uma alternativa. 
Observação: Em alguns casos de intolerância, pode ser usado o leite de cabra. 
•Lipídios: O leite humano tem o suficiente de lipídios, além de lipases que facilitam a digestão, enquanto o leite de vaca tem 
ácidos graxos essenciais insuficientes e não tem lipases. Na fórmula eles adicionaramácidos graxos essenciais (DHA e ácido 
aracdônico), diminuíram a gordura saturada, e fizeram uma espécie de óleo vegetal, então tentaram aproximar ao máximo ao 
perfil do leite humano, mas não tem lipases. 
•Minerais: Os minerais do leite humano são suficientes, e os minerais do leite de vaca tem muito cálcio, muito fosforo, muito 
sódio, cloro e potássio, então pode haver sobrecarga. 
•Ferro e zinco: O leite humano tem pouco, mas é super bem absorvido. No leite de vaca tem pouco e é mau absorvido. Na 
fórmula eles acrescentaram o mesmo com as vitaminas, pro e prebióticos o leite humano tem, e as formulas contém 
frutooligossacarídeo, e galactooligossacarídeo, eles não são digeridos e facilitam a criação de uma microbiota. 
•Acidos graxos essenciais: ômega 6 e ômega 3, o organismo não sintetiza, por isso que estão sendo acrescentados. Os ácidos 
graxos polissaturados de cadeia curva – (DHA) são importantes pro cérebro e pra retina (não precisa decorar é só saber). 
Lipideos são muito importantes “nesse período” porque eles representam de 50 à 60% do peso do cérebro. E o DHA e o A 
representam 10 à 15% dos lipídeos do cérebro, se não há ômega 3 e ômega 6 pra desenvolver esses dois vai haver 
comprometimento importante do desenvolvimento cerebral e da retina. O cérebro cresce 260% no ultimo trimestre da 
gestação, então se um bebe nasce no 6° mês de gestação, o cérebro é imaturo. No primeiro ano de vida, o cérebro cresce cerca 
de 175%, então a mudança é muito grande e por isso o perfil lipídico é tão importante. Existem alguns Aas que são importantes, 
não são essenciais, e existem outros que para o RN prematuro são essenciais. 
No entanto, apesar de sua adaptação com relação aos carboidratos, lipídios, proteínas e vitamina, os fatores anti-infecciosos e 
bioativos encontrados no leite materno não são encontrados nas fórmulas infantis. 
COMO VAI SER A ALIMENTAÇÃO DO BEBÊ QUE NÃO PODE SER AMAMENTADO NO SEIO? 
A alimentação vai seguir a mesma lógica do bebê amamentado até os seis meses, ou seja, fórmula exclusivamente até os 6 
meses e introdução alimentar aos 6 meses. Contudo, em situações específicas, eventualmente essa introdução pode ser feita 
antes. Embora as fórmulas possuam diversos nutrientes, não existem fatores contra doenças infecciosas, e nem bioativos como 
os que encontramos no leite humano. Mães com restrição absoluta, como HIV +, recebem a formula de partida de graça pelo 
governo, depois a fórmula de seguimento que deve ser utilizada junto à introdução alimentar a partir dos 6 meses. 
Fórmula de partida x fórmula de seguimento: As fórmulas de partida reduziram a caseína e aumentaram a proteína do leite que 
é a lactoalbumina. E nas de seguimento já existe um pouco mais de caseína. 
“Diferentemente das crianças amamentadas, é preciso dar água, e instruir a mãe quanto ao preparo da fórmula, que no 
momento é uma medida pra 30 ml de água, não é uma norma, mas a maioria é assim. a criança completa 6 m passa pra 
fórmula de seguimento, vai oferecer a água e vai seguir a mesma linha, papa de fruta, alimentação áspera, papa de fruta, 
alimentação salgada. É importante dar a papa de fruta. Completou 7 m vai entrar a mesma logica da criança amamentada: vai 
adicionar ou a papa salgada, ou a refeição. A lógica de composição é a mesma. Completou 1 ano vai aumentando a consistência 
em direção a alimentação da família, e sempre com os cuidados de não dar açúcar, alimento processado, sal.” 
Qual o volume deve ser dado? A capacidade gástrica é mais ou menos 25 ml/kg, então um bebe de 4 kg tem capacidade gástrica 
de 100 ml, então o preparo deve ser em torno disso: 90 de ml com três medidas ( é melhor dar 90 do que 120, e ai se a criança 
 
Nicolle Moraes Nunes 
9 Pediatria I - Nutrição 
ainda estiver com fome, depois ela mama mais). Quanto à frequência, primeiro toda hora, depois de 3/3 h, no quarto mês passa 
a ser de 4 em 4 horas, e ai você pode ter uma capacidade gástrica de 30ml/kg e ai a amamentação já vai ser de 4 em 4 h. 
Conforme aumenta a capacidade gástrica, reduz a necessidade calórica, e aumenta o tempo entre as mamadas, até que a 
mamada da madrugada é gradativamente interrompida. 
Nos primeiros dias de vida um bebe que nasceu com 6 kg, vai mamar 180 ml, essa quantidade deve ser dividida em 8 mamadas, 
então em cada mamada ele vai tomar cerca de 20 ml ( normalmente vai começar com menos e vai aumentando 
gradativamente, respeitando sempre a capacidade gástrica). 
 
A água deve ser oferecida no intervalo entre as refeições, não contando a partir da medida da fórmula. 
ALIMENTAÇÃO DO LACTENTE ENTRE 1 E 2 ANOS DE IDADE 
• Manter a amamentação. 
• As refeições de sal devem ser semelhantes às dos adultos. 
• Evitar: salgadinhos, alimentos artificiais e corantes, e refrigerantes. 
• Incentivar a ingestão média de 600ml de leite/dia, preferencialmente fortificado com ferro e vitamina A, assim como de 
outros derivados – garantir o aporte de cálcio. 
• Estimular a criança a tomar a iniciativa na seleção de alimentos e no modo de comer – iniciar treinamento para o uso 
dos talheres. 
• As refeições devem ser realizadas à mesa ou em cadeira própria, juntamente com a família - em ambiente calmo. 
• A velocidade de crescimento diminui, portanto diminui as necessidades nutricionais e o apetite. Como a criança não vai 
mais triplicar o peso, a velocidade de crescimento diminui, é normal que o apetite reduza, e que ela tenha interesse em 
outras coisas ( brincadeiras, desenhos) e reduza o interesse na comida. Posteriormente, quando for visto as curvas de 
crescimento veremos que existem períodos de aceleração, e períodos de redução do crescimento ( em que o apetite 
reduz). 
• Não deve haver restrição de gordura e colesterol durante os 2 primeiros anos de vida. 
• Os hábitos e padrões alimentares da família exercem papel fundamental no comportamento alimentar da criança. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
1. Para uma alimentação saudável, devemos seguir os 10 passos preconizados pelo MS/OPAS/SBP. 
2. Prestar atenção aos sinais de saciedade da criança e não superalimentá-la. 
3. Quanto a introdução dos alimentos: 
 - leite materno exclusivo até o 6º mês; 
 - depois continuar com leite materno e introduzir papa de frutas; 
 
Nicolle Moraes Nunes 
10 Pediatria I - Nutrição 
 - a partir do 6º mês, primeira papa salgada como alimentação complementar; 
 - do 7º ao 8º mês, segunda papa como alimentação complementar; 
 - do 9º ao 11º mês, passar gradativamente para a consistência da refeição da família; 
 - a partir do 12º mês, comida da família. 
4. Introduzir alimentos saudáveis e continuar oferecendo-os se houver recusa inicial. 
5. Alimentos que constituem a papa: cereal ou tubérculo, alimento protéico de origem animal, legumes e hortaliças. 
6. Respeitando o período de aleitamento materno exclusivo, estimular o consumo de água potável, sucos e frutas. 
7. Na impossibilidade do aleitamento materno, utilizar fórmula infantil adequada a faixa etária. 
8. Estimular o consumo de leite (600ml/dia), assim como seus derivados, no segundo ano de vida, visando a oferta adequada de 
cálcio. 
9. Cuidado com a ingestão de sal e açúcar. (Não há necessidade nenhuma de açúcar nem no primeiro e nem no segundo ano). 
10. Não oferecer alimentos simplesmente para prover calorias, sem outros benefícios nutricionais adicionais. 
ALIMENTAÇÃO PRÉ-ESCOLAR 
Na alimentação pré-escolar se mantem a mesma lógica de frutas e legumes, porém a velocidade do crescimento e ganho 
ponderal é menor que nos 2 primeiros anos então há decréscimo das necessidades nutricionais e do apetite. Nesse momento, o 
comportamento alimentar imprevisível e variável, então tem hora que a criança quer, tem hora que ela não quer, já faz “ birra”. 
O interesse no mundo ao seu redor aumenta, o que promovedesvio da atenção durante a alimentação, e a criança desenvolve 
certa seletividade e neofobia (é aquela criança que só quer batata frita, mas se ela só quer batata frita é porque alguém 
apresentou batata frita pra ela). Ainda que nesse momento a criança recuse alguns alimentos que já foram apresentados pra 
ela, essa fase passa- ela volta a aceitar esses alimentos, e o hábito alimentar persiste. Além da reluta pra aceitar novos 
alimentos, o apetite é variável, e há preferência pelo sabor doce. 
Deve-se sempre lembrar que a criança possui mecanismos internos de saciedade que determinam a quantidade de alimento que 
ela necessita, e que isso deve ser respeitado desde que ela esteja centrada no ato de se alimentar. 
ORIENTAÇÕES AOS PAIS 
• Observar horários regulares para as refeições; 
• Intervalo entre as refeições deve ser de 2 a 3 horas; ( não dar aperitivos entre as refeições) 
• 5 a 6 refeições diárias- café da manhã (8h), lanche matinal (10h), almoço (12h), lanche vespertino (15h), jantar 
(18/19 h) e algumas vezes lanche antes de dormir; 
• A refeição deve ser feita a mesa junto com os outros membros da família; 
• A dieta deve ser variada atendendo as necessidades da criança, seguindo a mesma lógica da alimentação nos 2 
primeiros anos de vida. 
ALIMENTAÇÃO NO PERÍODO ESCOLAR 
No período escolar a atenção da criança já não é mais totalmente voltada à família porque a escola possui um peso importante 
para ela. Nesse momento a criança possui maior segurança e independência das funções motoras, que aumentam o ritmo de 
atividades físicas ( e isso deve ser estimulado), e com isso há aumento das necessidades nutricionais, melhorando o apetite. 
É uma fase ente os sete e dez anos. Antes do período de crescimento acentuado ( veremos nos gráficos em próximas aulas) 
ocorre ganho de peso. 
CARACTERÍSTICAS: 
• Fase de transição entre infância e adolescência- 7 a 10 anos; 
• Intensa atividade física, ritmo de crescimento constante com ganho mais acentuado de peso próximo ao estirão da 
adolescência; 
• Independência, novos laços sociais, aprendizado de novos hábitos; 
• A escola passa junto com a família a atuar na manutenção da saúde física e psíquica; 
 
Nicolle Moraes Nunes 
11 Pediatria I - Nutrição 
• Vulnerável pela maior independência da criança; 
• Tem sido observado desequilíbrio no balanço energético nesta fase – excesso no consumo de alimentos calóricos e 
pouco nutritivos e atividade física em algumas crianças; ( venda de alimentos muito gordurosos nas escolas). 
• Ingestão excessiva de alimentos ricos em gordura, sal e açúcar aumentando o risco de doenças cardiovasculares. ( 
Lembrando que nesse momento o cérebro e a retina já se formaram há bastante tempo, ou seja, não há tamanha 
necessidade de lipídeos). 
RECOMENDAÇÕES: 
• Ingestão adequada de alimentos de modo a atender as necessidades nutricionais – crescimento, desenvolvimento e a 
prática de atividades físicas; 
• Alimentação variada, limitando o consumo de refrigerantes, balas e guloseimas; 
• Priorizar o consumo de carboidratos complexos ( menor índice glicêmico)- batata doce, aipim. 
• Consumo variado de frutas, verduras e legumes; 
• Consumo restrito de gorduras saturadas; 
• Estimular o consumo de peixe 2 vezes por semana, controlar a ingestão de sal, e consumir cálcio de modo apropriado 
(600ml de leite e/ou derivados/dia). 
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_crianca_aleitamento_materno_cab23.pdf

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