Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GEOPROCESSAMENTO E SIG Prof. José Yure Gomes dos Santos Geógrafo Mestre em Eng. Urbana e Ambiental Doutorando em Engenharia Civil joseyure.santos@ufob.edu.br UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA CENTRO DAS HUMANIDADES Geoprocessamento (IAD 281) INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO A necessidade de se conhecer a localização dos objetos é antiga. • Onde está a fonte de água mais próxima? • Onde está a melhor região de caça? • Onde está o inimigo? • A arte de desenhar mapas é mais antiga que a arte de escrever. • Um dos primeiros mapas (2.400 – 2.200 a.c) babilônico em tablete de argila cozida. INTRODUÇÃO Coleta de informações sobre a distribuição geográfica • Recursos minerais; • Propriedades; • Plantas e Animais; • Estradas, ruas; • Cidades, Estados, Países... INTRODUÇÃO Informações em documentos e mapas em papel impedem uma análise que combine diversos mapas e dados. INTRODUÇÃO GEOPROCESSAMENTO O que é geoprocessamento • O termo Geoprocessamento denota a disciplina do conhecimento que utiliza técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica (CÂMARA, et al. 2001). • Geoprocessamento é um conjunto de técnicas de processamento de dados, destinado a extrair informação ambiental a partir de uma base de dados georreferenciada. (XAVIER-DA-SILVA, 2000); • Geoprocessamento é um conjunto de tecnologias de coleta, tratamento, manipulação e apresentação de informações espaciais voltado para um objetivo específico (RODRIGUES, 1993). GEOPROCESSAMENTO Objetivos do Geoprocessamento • Produzir mapas de maneira muito mais rápida; • Diminuir o custo da produção de mapas; • Facilitar a utilização de mapas e o acesso digital; • Produzir mapas mais elaborados; • Possibilitar a automação da atualização e revisão; • Revolucionar a análise quali-quantitativa de dados espaciais. GEOPROCESSAMENTO De acordo com Câmara et al. (2001), pode-se dizer, de forma genérica, “Se onde é importante para seu negócio, então o Geoprocessamento é sua ferramenta de trabalho”. Sempre que o onde aparece, dentre as questões e problemas que precisam ser resolvidos por um sistema informatizado, haverá uma oportunidade para considerar a adoção de um SIG. HISTÓRICO HISTÓRICO DESENVOLVIMENTO GEOPROCESSAMENTO DESENVOLVIMENTO INFORMÁTICA = Anos 50 • Primeira tentativa de automatizar parte do processamento de dados com características espaciais (Inglaterra e Estados Unidos). • Objetivo: Reduzir os custos de produção e manutenção de mapas. • Problema: precariedade da informática da época. HISTÓRICO Anos 60 • Primeiro SIG (Canadá) • Objetivo: Programa governamental para inventário de recursos naturais. • Problema: Sistema de difícil uso, não existiam monitores gráficos de alta resolução, computadores excessivamente caros, mão de obra altamente especializada, capacidade de armazenamento e processamento baixas, programas específicos para cada projeto (alto custo e tempo). HISTÓRICO Anos 70 • Desenvolvimento de recursos de Hardware (tornando viável desenvolvimento de sistemas comerciais). • “Expressão: Geographic Information System ” • Primeiros sistemas comerciais de CAD (Computer Aided Desing). • Desenvolvimento de fundamentos matemáticos e questões de geometria computacional voltados a Cartografia. • Problema: altos custos dos sistemas, computares de grande porte (restrição do uso a grandes organizações). HISTÓRICO Anos 80 • Tecnologia do SIG – acelerado processo de crescimento até os dias de atuais! • Avanços na Microinformática e estabelecimento de centros de estudo sobre o assunto. • EUA (1989): (NCGIA – National Centre for Geographical Information and Analysis) “ • Disciplina científica de “Geoprocessamento” • Evolução dos computadores pessoais e sistemas gerenciadores de bancos de dados. HISTÓRICO Anos 90 • Grande crescimento do ritmo de penetração do SIG nas organizações, alavancado pelos custos decrescentes do hardware e do software. Anos 2000 • Maior capacidade para armazenamento e interação de dados tabulares. Aplicativos em ambiente WEB. http://www2.snirh.gov.br/home/ HISTÓRICO HISTÓRICO http://www2.snirh.gov.br/home/ HISTÓRICO http://www2.snirh.gov.br/home/ HISTÓRICO http://www2.snirh.gov.br/home/ UFRJ • No início dos anos 80, o grupo do Laboratório de Geoprocessamento do Departamento de Geografia da UFRJ, sob a orientação do professor Jorge Xavier, desenvolveu o SAGA (Sistema de Análise Geo-Ambiental). • SAGA: tem seu forte na capacidade de análise geográfica e vem sendo utilizado com sucesso como veículo de estudos e pesquisas. DESENVOLVIMENTOS NO BRASIL SAGA DESENVOLVIMENTOS NO BRASIL Disponível em: http://www.viconsaga.com.br/lageop/downloads.php AeroSul • Responsáveis pelo setor de informática da empresa de aerolevantamento AeroSul criaram, em meados dos anos 80, um sistema para automatização de processos cartográficos, o Maxi CAD. • MaxiCAD: software largamente utilizado no Brasil, principalmente em aplicações de Mapeamento por Computador. • Mais recentemente, o produto dbMapa permitiu a junção de bancos de dados relacionais a arquivos gráficos MaxiCAD, produzindo uma solução para "desktop mapping" para aplicações cadastrais. DESENVOLVIMENTOS NO BRASIL MaxiCAD DESENVOLVIMENTOS NO BRASIL http://www.maxidata.com.br/index.html CPqD/TELEBRÁS • O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da TELEBRÁS iniciou, em 1990, o desenvolvimento do SAGRE (Sistema Automatizado de Gerência da Rede Externa) • SAGRE: aplicação de Geoprocessamento no setor de telefonia. • Construído com base num ambiente de um SIG (VISION) com um banco de dados cliente-servidor (ORACLE), o SAGRE envolve um significativo desenvolvimento e personalização de software. DESENVOLVIMENTOS NO BRASIL SAGRE DESENVOLVIMENTOS NO BRASIL http://www.geoproj.com.br/sagre.asp INPE • 1984: o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) estabeleceu um grupo específico para o desenvolvimento de tecnologia de geoprocessamento e sensoriamento remoto (a Divisão de Processamento de Imagens - DPI). • 1984 a 1991: a DPI desenvolveu o SITIM (Sistema de Tratamento de Imagens) e o SGI (Sistema de Informações Geográficas), para ambiente PC/DOS. • 1991: o SPRING (Sistema para Processamento de Informações Geográficas), para ambientes UNIX e MS/Windows. DESENVOLVIMENTOS NO BRASIL SITIM/SGI • (a) levantamento dos remanescentes da Mata Atlântica Brasileira (cerca de 100 cartas) desenvolvido pela IMAGEM Sensoriamento Remoto, sob contrato • do SOS Mata Atlântica; • (b) cartografia fito-ecológica de Fernando de Noronha, realizada pelo NMA/EMBRAPA; • (c) mapeamento das áreas de risco para plantio para toda a Região Sul do Brasil, para as culturas de milho, trigo e soja, realizado pelo CPAC/EMBRAPA; • (d) estudo das características geológicas da bacia do Recôncavo, através da integração de dados geofísicos, altimétricos e de sensoriamento remoto, conduzido pelo CENPES/Petrobrás. DESENVOLVIMENTOS NO BRASIL SPRING DESENVOLVIMENTOS NO BRASIL • O SPRING unifica o tratamento de imagens de Sensoriamento Remoto (ópticas e microondas), mapas temáticos, mapas cadastrais, redes e modelos numéricos de terreno. • A partir de 1997, o SPRINGpassou a ser distribuído via Internet e pode ser obtido através do website http://www.dpi.inpe.br/spring. SPRING DESENVOLVIMENTOS NO BRASIL Disponível em: http://www.dpi.inpe.br/spring/ EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA 1ª. Geração de SIG (~1983-1990) • Ambientes centralizados (UNIX): grande número de funções, complexidade e necessidade de suporte; • Ambientes PC (DOS): facilidade de uso, capacidade limitada 2ª. Geração de SIG (~1990-2000) • Ambientes Distribuídos (Windows): interfaces amigáveis, funções simplificadas 3ª. Geração de SIG (~2000) • Uso da Internet EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA CAD, Cartografia Desenho de Mapas Projetos isolados Pacotes separados Tecnologia Uso principal Ambiente Sistemas B. Dados, Imagens Análise Espacial Cliente-servidor Software integrado Sistemas Distribuídos Centro Dados Multi-servid., WWW Interoperabilidade 1a. geração 2a. geração 3a. geração (1983-1990) (1990-2000) (2000-?) EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA SIG Individual BD Geográfico Institucional Centro de Dados Global GEOPROCESSAMENTO E SIG GEOPROCESSAMENTO O termo geoprocessamento surgiu com a introdução dos conceitos de manipulação de dados espaciais georreferenciados dentro de sistemas computadorizados, através das ferramentas denominadas Sistemas de Informações Geográficas - SIG's. SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA Sistema de Informação Geográfica – SIG (ou Geographic Information System – GIS) • Conjunto de ferramentas para colecionar, armazenar, recuperar, transformar e exibir dados espaciais do mundo real para um conjunto particular de propósitos (BURROUGH, 1986). • Um sistema de base de dados no qual a maioria dos dados está indexada espacialmente, e sobre os quais um elenco de procedimentos é desencadeado com a finalidade de responder a perguntas sobre entidades espaciais (SMITH et al., 1987). • Um conjunto manual ou computacional de procedimentos utilizados para armazenar e manipular dados georreferenciados (ARONOFF, 1989). SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA • União entre um sistema de banco de dados projetados para trabalhar com dados georreferenciados e um conjunto de operações que fornece capacidade analítica para trabalhar com tais dados (Star & Estes,1990). • O termo Sistema de Informação Geográfica – SIG é aplicado para sistemas que realizam o tratamento computacional de dados geográficos e armazenam a geometria e os atributos dos dados que estão georreferenciados (CÂMARA et al., 2001; DRUCK et al., 2004). • GIS é um conjunto de ferramentas computacionais composto de equipamentos e programas que, por meio de técnicas, integra dados, pessoas e instituições de forma a tornar possível a coleta, o armazenamento, o processamento, a análise e a disponibilização, a partir de dados georreferenciados, de informação produzida por meio das aplicações disponíveis, visando maior facilidade, segurança e agilidade nas atividades humanas referentes ao monitoramento, planejamento e tomada de decisão relativas ao espaço geográfico (ROSA, 2009). GEOPROCESSAMENTO X SIG • O termo SIG é bastante utilizado e em muitos casos é confundido com Geoprocessamento. • O Geoprocessamento é um conceito mais abrangente e representa qualquer tipo de processamento de dados georreferenciados, enquanto um SIG processa dados gráficos e não gráficos (alfanuméricos) com ênfase em análises espaciais e modelagens de superfícies (ROSA, 2009). • As ferramentas computacionais para Geoprocessamento, chamadas de SIG, permitem realizar análises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados georeferenciados. Tornam ainda possível automatizar a produção de documentos cartográficos (CÂMARA, et al. 2001). GEOPROCESSAMENTO X SIG Geoprocessamento x SIG Geoprocessamento Processamento de dados georreferenciados SIG Ferramentas computacionais para o Geoprocessamento GEOPROCESSAMENTO Porque utilizar o Geoprocessamento? • Na perspectiva moderna de gestão do território, toda ação de planejamento, ordenação ou monitoramento do espaço deve incluir a análise dos diferentes componentes do ambiente, incluindo o meio físico-biótico, a ocupação humana e seu inter-relacionamento. • O objetivo principal do Geoprocessamento é fornecer ferramentas computacionais para que os diferentes analistas determinem as evoluções espacial e temporal de um fenômeno geográfico e as interações entre diferentes fenômenos (Assad e Sano, 2002). • O Geoprocessamento vem influenciando de maneira crescente as áreas de Cartografia, Análise de Recursos Naturais, Transportes, Comunicações, Energia e Planejamento Urbano e Regional. GEOPROCESSAMENTO Porque utilizar o Geoprocessamento? Tecnologias de Geoprocessamento fornecem ferramentas para: • Criar; • Gerenciar; • Analisar; e • Visualizar dados. GEOPROCESSAMENTO Pensar o Espaço • Localização - “Onde está ...” “Quais as áreas com declividade acima de 20%? • Condição - “O que está ..” “Qual a população desta cidade?” • Tendência - “O que mudou...” “Esta terra era produtiva há 5 anos atrás? “ GEOPROCESSAMENTO Pensar o Espaço • Roteamento - “Qual o melhor caminho...” “Qual o melhor caminho para o metrô ?” • Padrões - “Qual o padrão....?” “Qual a distribuição da dengue em Fortaleza ?” • Modelos - “O que acontece se ...?” “Qual o impacto no clima se desmatarmos a Amazônia ?” GEOPROCESSAMENTO O que há de especial com dados espaciais? • Dados geográficos - representação dual - Localização e atributos. • Localização - Representar a superfície terrestre; - Relação espacial com outros dados. • Atributos - Descrevem o fenômeno; - Representados em um banco de dados. GEOPROCESSAMENTO O que há de especial com dados espaciais? • Correlação espacial - Vizinhança - esperamos encontrar semelhantes. • Correlação entre variáveis - Processos de formação e ocupação do espaço. • Correlação temporal - Evolução dos dados espaciais. • Correlação topológica - Relações espaciais entre dados. GEOPROCESSAMENTO Recursos Hídricos • Gestão dos recursos hídricos: cadastros de outorgas, reservatórios, postos... • Pré-processamento de dados de entrada em modelos hidrológicos; • Cálculos de áreas de bacias, volumes de reservatórios... • Drenagem urbana GEOPROCESSAMENTO Meio Ambiente • Avaliação de Impacto Ambiental • Monitoramento de poluição • Gestão de resíduos sólidos • Gestão de resíduo líquido GEOPROCESSAMENTO Transportes • Informação para definição de rotas • Planejamento • Projeto • Manutenção SETOR DE GEOPROCESSAMENTO NO BRASIL • Cadastral: aplicações de cadastro urbano e rural, realizadas tipicamente por Prefeituras, em escalas que usualmente variam de 1:1.000 a 1:20.000. • Cartografia Automatizada: realizada por instituições produtoras de mapeamento básico e temático. • Ambiental: instituições ligadas às áreas de Agricultura, Meio- Ambiente, Ecologia e Planejamento Regional, que lidam com escalas típicas de 1:10.000 a 1:500.000. • Concessionárias/Redes: neste segmento, estão as concessionárias de serviços (Água, Energia Elétrica, Telefonia). As escalas de trabalho típicas variam entre 1:1.000 a 1:5.000. Cada aplicação de redetem características próprias e com alta dependência de cada usuário. SETOR DE GEOPROCESSAMENTO NO BRASIL • Planejamento Rural: neste segmento, estão as empresas agropecuárias que necessitam planejar a produção e distribuição de seus produtos. As escalas de trabalho típicas variam entre 1:1.000 a 1:50.000. Cada aplicação tem características próprias e com alta dependência de cada usuário. • Business Geographic: neste segmento, estão as empresas que necessitam distribuir equipes de vendas e promoção ou localizar novos nichos de mercado. As escalas de trabalho típicas variam entre 1:1.000 a 1:10.000. Cada aplicação tem características próprias e com alta dependência de cada usuário. CLASSES DE USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO ESPACIAL 1 - Usuários nas áreas de mapeamento cadastral, mapeamento automático, gerenciamento de serviços. Áreas de aplicação bem definidas. Grupo chamado de gerenciadores de objetos definidos. 2 - Planejadores e gerenciadores de recursos para planejamento espacial. Introdução de tradição e métodos de conceitualização do mundo espacial em SIG. Usuários que usam não só ferramentas de SIG, mas também uma filosofia de planejamento. 3 - Cientistas ambientais encarregados com processos de monitoramento físico, modelagem e inventário de recursos naturais. Em lugar de criar base de dados que são modelos completos do mundo, eles fazem isto com amostras e aproximações, interpolando e extrapolando, trabalhando com métodos probabilísticos em lugar de determinísticos. Este grupo é chamado de modeladores do espaço-tempo. CLASSES DE USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO ESPACIAL 4 - Grupo que toma decisões políticas e empresariais, decidindo onde instalar e como serão desenvolvidas as atividades econômicas. Usam dados e informações geradas pelos grupos anteriores e fazem uso da saída dos SIG para combinar com outras informações e serem avaliadas. 5 - Usuário informal, que toma decisões em tempo real (navegador, viajante, turista, etc). GEOPROCESSAMENTO (IAD 281) Grato pela atenção! Prof. Me. José Yure Gomes dos Santos joseyure.santos@ufob.edu.br
Compartilhar