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O sentido sexual de nossos atos

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O sentido sexual de nossos atos
Nasio (1999) = nossos atos involuntários têm um sentido, que é sexual.
Atos involuntários:
Sintoma;
Sonho;
Chiste;
Lapso;
Ato falho.
Ganham sentido em sua referência a um outro (Outro) que lhe confere um saber, mediante uma relação humana. Analista – analisante. LINGUAGEM! 
Conceitos de sexualidade
Dicionarizado:
Qualidade do que é sexual; conjunto dos caracteres especiais do que tem sexo; instinto sexual (GLOBO, 1991, s.p.).
Sexual = referente ao sexo; que o caracteriza; que tem sexo. 
KUPFER, 1996, p.39
“Entenda-se bem o que Freud quer dizer com sexual. Em seu pensamento, sexual não se confunde com genital. A sexualidade genital refere-se precisamente à cópula com o objetivo de procriar ou de obter prazer orgástico. Mas a sexualidade é mais ampla que a sexualidade genital. Inclui as preliminares do ato sexual, as perversões, as experiências sexuais da criança vividas em relação ao seu próprio corpo ou em contato com o corpo da mãe. A amamentação, nesse sentido, é entendida já como uma experiência sexual, geradora de prazer para a criança que suga e até mesmo para a mãe que amamenta. Não se veja aí qualquer sinal de perversão no sentido usual do termo, e sim um exercício prazeroso que o contato corporal proporciona”. 
Sexualidade em Freud
“A biologia ensina que a sexualidade não deve ser colocada em pé de igualdade com outras funções do indivíduo, pois suas finalidades ultrapassam o indivíduo e têm como seu conteúdo a produção de novos indivíduos - isto é, a preservação da espécie” (FREUD, 1915).
“Em Psicanálise, o termo sexualidade comporta um sentido bem mais amplo, ele se afasta totalmente do sentido popular. [...] Nós consideramos como pertencentes ao domínio da sexualidade todas as manifestações de sentimentos afetuosos decorrentes da fonte das emoções sexuais primitivas. [...] Servimo-nos da palavra sexualidade atribuindo-lhe o sentido ampliado da palavra alemã lieben (‘amar’)” (FREUD, 1910 apud CASTANET; ROUVIÈRE, 2013, p.37/38) 
“Para abordar o sexual, Freud inventa o conceito de pulsão (Trieb) e acrescenta o de libido, definida como força (ou energia) pela qual a pulsão se manifesta na vida psíquica” (CASTANET; ROUVIÈRE, 2013, p.40)
Déc. 20 = novos conceitos.
Tudo é sexual na vida humana?
Todo sonho é realização de desejo?
Pulsão
Sentido sexual = a fonte e o objetivo é sexual.
Fonte = zona erógena, área do corpo muito excitável.
Objetivo = união perfeita, num corpo perfeito, prazer perfeito. Imagem mítica = o incesto.
Força que a move.
Objeto = por meio do qual busca chegar ao objetivo final. (coisa, própria pessoa, outra pessoa = fantasiado/FANTASIA).
“As pulsões sexuais são múltiplas, povoam o território do inconsciente, e em sua existência remonta a um ponto longínquo de nossa histórias, desde o estado embrionário, só vindo a cessar com a morte” (NASIO, 1999, p.47) 
Pulsão = “o prazer particular que elas proporcionam. Não o prazer absoluto que visam, mas o prazer limitado que obtêm: um prazer parcial, qualificado de sexual” (NASIO, 1999, p.47/48).
 [A relação sexual não existe.] “A relação problemática com a sexualidade não é uma eventualidade para os homens e as mulheres. É um dado do qual ninguém escapa” (CASTANET; ROUVIÈRE, 2013, p.39) 
“Chamamos de sexual a toda conduta que, partindo de uma região erógena do corpo (boca, ânus, olhos, voz, pele, etc.), e apoiando-se numa fantasia, proporciona um certo tipo de prazer” (NASIO, 1999, p.48).
As pulsões parciais
Para entender a sexualidade infantil, Freud estudou as perversões. Descobriu que na constituição dos seres humanos estão presentes práticas de natureza perversa, que irão desaparecendo pela repressão, submetendo-se ao domínio das práticas genitais com vistas à procriação.
Algumas perversões que permanecem no adulto são o resultado dessas perversões parciais infantis que se recusaram a cair sob o domínio da genitalidade.
Se juntam na escolha de objeto. É mais autoerótica.
Se a pulsão é errática, sem objeto definido, ela pode ser dirigida para um fim. 
“Exibicionismos, curiosidade dirigida aos genitais de seus companheiros manipulação de órgãos genitais, prazer de sucção, prazer ligado à defecação, entre outros, configuram práticas perversas anotadas por Freud” (KUPFER, 1996, p.40).
“A cada um destes aspectos perversos, presentes na sexualidade infantil, Freud chama de pulsões parciais: pulsão oral, no caso do prazer de sucção; anal, no caso da defecação; escópica, no caso do olhar” (KUPFER, 1996, p.40).
“A sexualidade proposta por Freud é uma sexualidade ampliada e radicalmente diferente da concepção naturalista predominante no final do século XIX, quando a normalidade sexual era definida pela sexualidade adulta e a consumação do ato sexual referida a fins de reprodução” (ZORNIG, 2008, p.74).
“Ao indicar o pluralismo dos componentes da sexualidade infantil, Freud se afasta da moral repressora de sua época, que só aceitava uma sexualidade baseada no instinto, o qual surgiria a partir da puberdade e teria como finalidade a reprodução” (ZORNIG, 2008, p.74). 
Necessidade, desejo e amor
Necessidade = exigência de um órgão e a satisfação é u objeto concreto. Não se satisfaz com a fantasia. (Comer, dormir, defecar). Prazer, bem-estar, alívio.
Desejo = expressão da pulsão sexual (objetivo é sexual, o gozo do Outro, e o meio de alcançar é o corpo excitado de outrem). [Meu desejo é o desejo do outro/ A]. “Satisfaz” com uma fantasia.
Amor = apego ao outro, de maneira global, sem suporte de zona erógena.
Sexualidade
Pode parecer estranho para um leigo que a psicanálise, há cem anos de sua fundação, continue problematizando o conceito a partir do qual se organizou toda o seu edifício teórico: a sexualidade (KEHL, 2002, p.11). 
A psicanálise foi, desde o início e durante todo o nosso século, o grande discurso recontextualizador da sexualidade humana. Partindo da ideia – ou da constatação – de que o trabalho psíquico se alimenta da energia sexual e, concomitantemente, a origem do desejo sexual é psíquica, Freud desnaturou o sexo e os processos de sexuação humanos (KEHL, 2002, p.11). 
“Mostrou que o desejo sexual se origina de nossa inclusão na cultura através da linguagem que nos separa do objeto de prazer primordial, e que o sexo biológico é insuficiente para determinar se nos identificamos como homens ou mulheres – identidade que se constitui a partir dos lugares que ocupamos no desejo de nossos pais e do modo como cada um se estrutura ao atravessar o complexo de Édipo. Mostrou também que a pulsão é diferente do instinto animal em sua mobilidade e sua indeterminação, capaz de variar em sua força, capaz de mudar de alvo, de objeto e direção conforme as vicissitudes do campo social que encontre pela frente para se satisfazer” (KEHL, 2002, p.11). 
“Mostrou, por fim, que a sublimação – a transformação da demanda de prazer físico em ato de linguagem – faz parte não só de nossas possibilidades de transformação dos destinos da pulsão como de todo amor erótico, mesmo o mais desinibido. Pois para os humanos o ato erótico é sempre criação de linguagem, atravessada pelas formações culturais. Linguagem que se reinventa a partir da energia de uma parte da pulsão, (paradoxalmente) dessexualizada, pois do corpo do outro nunca se pode gozar todo” (KEHL, 2002, p.11/12).
Sexualidade feminina = questão até hoje.
O que querem as mulheres?
Psicanálise> dá voz às mulheres: produtoras de seu próprio discurso em meio aos discursos machistas.
“A teoria psicanalítica concedeu um lugar, ainda que no campo do sintoma, à "masculinidade" nas mulheres. Ao afirmar a bissexualidade como constitutiva da feminilidade, e não como aberração a ser extirpada (embora, ainda, como possibilidade à qual uma mulher tenha que saber renunciar para fazer-se "toda" feminina) a psicanálise desfaz o par complementar homem-mulher, denunciando a inexistência da relação sexual e a impossibilidade de um homem encontrar, em sua parceira, este Outro absoluto que ele esperava, para poder sustentar sua falicidade”(KEHL, 2002, p.15/16).

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