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Poluentes do ar na contaminação de alimentosl

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FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE 
CURSO SUPERIOR EM BIOMEDICINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTAMINAÇÃO DE ALIMENTOS POR POLUENTES DO AR E AS 
CONSEQUÊNCIAS DE SEU CONSUMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2011 
EGON SULIVAN STEVANI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTAMINAÇÃO DE ALIMENTOS POR POLUENTES DO AR E AS 
CONSEQUÊNCIAS DE SEU CONSUMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2011 
Trabalho apresentado à 
disciplina de Momento 
Integrador III, para avaliação 
parcial do semestre, 3º Período, 
Curso de Biomedicina, 
Faculdades Pequeno Príncipe. 
 
Prof. Adriana Contim 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 3 
1.1 JUSTIFICATIVA.................................................................................... 3 
1.2 OBJETIVO GERAL............................................................................... 3 
1.2.1 Objetivos específicos......................................................................... 4 
1.3 METODOLOGIA................................................................................... 4 
2 REVISÃO EM LITERATURA................................................................... 5 
2.1 CONCEITOS......................................................................................... 5 
2.1.1 Poluente e contaminação.................................................................... 5 
2.1.2 Alimento.............................................................................................. 5 
2.1.3 Atmosfera........................................................................................... 6 
2.1.4 Toxicidade.......................................................................................... 7 
2.1.5 Áreas de risco..................................................................................... 8 
2.1.6 Processo de digestão......................................................................... 8 
2.1.7 Visão geral de lesões produzidas por agentes químicos................... 9 
2.2 POLUENTES NA ATMOSFERA........................................................... 9 
2.2.1 Deposição de poluentes em alimentos............................................... 11 
2.3 DIOXINAS E FURANOS EM ALIMENTOS............................................ 12 
2.3.1 Efeitos do consumo de Dioxinas......................................................... 13 
2.4 BENZO(A)PIRENO EM ALIMENTOS.................................................... 14 
2.4.1 Consequências de consumo de B(A)P............................................... 15 
2.4.2 Maneiras de diminuir a contaminação por B(A)P............................... 15 
2.5 METAIS PESADOS EM ALIMENTOS.................................................... 16 
2.5.1 Chumbo............................................................................................... 16 
2.5.1.1 Efeitos nocivos do chumbo.............................................................. 16 
2.5.2 Cádmio em alimentos.......................... .............................................. 18 
2.5.2.1 Mecanismos da atuação do cádmio no organismo.......................... 19 
2.5.3 Medidas preventivas para a contaminação por metais pesados........ 19 
2.6 POLUIÇÃO E PODER PÚBLICO.......................................................... 20 
2.6.1 Sustentabilidade................................................................................. 20 
2.7 SOLUÇÕES PARA A POLUIÇÃO DO AR............................................ 21 
3 CONCLUSÃO........................................................................................... 23 
4 REFERÊNCIAS......................................................................................... 25 
3 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A atividade antropogênica e as alterações no meio ambiente devido às 
mesmas, assim como as consequências dessas alterações para a vida 
humana, ainda mais quando o assunto envolve saúde e alimentação, ou seja, 
uma abordagem sobre dois temas que são imprescindíveis a vida, pois homem 
algum sobrevive sem respirar ou alimentar-se, demonstra uma importante 
necessidade da compreensão no modo que interagem essas atividades. 
Quando a qualidade do ar é diminuída não é possível escapar dessa forma de 
poluição, e isto não inclui exclusivamente a respiração humana, pois a poluição 
viaja com o ar atmosférico e contamina nossos alimentos, em plantações e 
criações de animais, além de contaminar o solo e a água. Todo o processo de 
alimentação depende da qualidade do ar, principalmente em áreas próximas de 
atividade industrial ou centros urbanos. Considera-se também que uma política 
adequada, que busque sustentabilidade às cidades, é de suma importância 
para a promoção e prevenção a saúde, onde sustentabilidade é um assunto 
necessário. 
 
1.1 JUSTIFICATIVA 
 
 Automoção, atividade industrial, crescimento urbano e populacional, 
afetam nossa alimentação. Tendo em vista a crescente quantidade de fábricas, 
aumento de produção e consumo, urbanização sem planejamento e acúmulo 
de resíduos e lixo em todo o mundo, e os danos gerados ao meio ambiente, é 
de grande relevância verificar como esses “produtos humanos”. Nós estamos 
constantemente expostos a nossa atmosfera, o que demonstra a importância 
de buscar um ar limpo e não poluído, reforçado pela ideia de uma produção 
alimentar mais segura para nosso desenvolvimento e saúde (FILHO, 2011). 
 
1.2 OBJETIVO GERAL 
 
 Integrar as disciplinas do terceiro período do curso de Biomedicina, a 
partir do tema poluição do ar. 
 
4 
 
 
 
 
1.2.1 Objetivos específicos 
 
 Conceituar alimento, poluente do ar, alimentação e contaminação. 
 Analisar a relação dos alimentos em contato com o ar e sua 
contaminação. 
 Verificar a ocorrência, incidência e consequências do consumo de 
alimentos contaminados por poluentes do ar em curto e longo período. 
 
1.3 METODOLOGIA 
 
Este estudo caracteriza-se por pesquisa exploratória em literatura, sites 
da internet e revistas, sob os critérios: 
• Relação com o tema central (poluição do ar); 
• Material publicado entre 1980 e 2011; 
Utilizando as palavras chave: alimento, poluente, intoxicação, plantio e 
contaminação. 
5 
 
 
 
2 REVISÃO EM LITERATURA 
 
2.1 CONCEITOS 
 
 Para fazer-se compreender e evitar males entendidos, é fundamental a 
utilização correta dos termos a serem apresentados e discutidos. A fim de uma 
maior clareza os principais termos devem ser conceituados. Embora a 
comunidade científica não tenha um consenso sobre todos os conceitos 
precisos ao estudo, os mais frequentes serão utilizados (NASS, 2002). 
 
2.1.1 Poluente e contaminação 
 
 Poluição é uma alteração ecológica, provocado por seres humanos, e que 
prejudica a todos os organismos, direta ou indiretamente. No caso do homem a 
saúde ou bem-estar ficam comprometidos. É uma alteração na relação entre os 
seres vivos, devido a danos causados ao meio (biótopo), embora nem toda 
alteração ecológica seja poluição. Agora, contaminação, é a presença, num 
ambiente, de seres patogênicos ou de substâncias que em determinadas 
concentrações sejam nocivas ao ser humano. Quando contaminantes criam 
alterações ecológicas é determinado como um caso de poluição (NASS, 2002). 
 
2.1.2 Alimento 
 
 Segundo a explicação de Salinas (2002), alimento é toda substância ou 
mistura de substâncias naturais ou processadas, que, ingeridas pelo homem, 
contribuam ao seu organismo, com materiais eenergia, o desenvolvimento de 
seus processos biológicos. Inclui, além disso, as substâncias ou mistura de 
substâncias ingeridas por costumes, hábitos ou aditivos, mesmo que não 
tenham valor nutritivo propriamente dito. 
 Independente de quais foram os primeiros atos alimentares dos homens, 
é na alimentação que a espécie humana encontra a grande diferença entre 
humanos e os animais. Pela forma seletiva da escolha dos alimentos, desde 
seus primórdios, a humanidade consumiu diversas fontes de nutrientes, das 
mais variadas origens. Podendo citar a caça e a pesca, disponíveis em 
6 
 
 
 
praticamente qualquer região do mundo, a coleta (de frutas, cereais, legumes, 
raízes e muitos outros, conforme a necessidade e localidade) e até mesmo o 
“furto” de presas de outros predadores (o que inclui carniça). Com a formação 
das civilizações, homens e mulheres passaram a desenvolver hábitos para o 
consumo de suas refeições, e com o decorrer do tempo a necessidade de 
sobreviver não era a única ditadora na escolha do que se consumir. Devidos a 
tantos padrões, torna-se difícil uma caracterização definitiva do que seria 
alimento (FLANDRIN e MONTANARI, 1998). 
 Por necessidades didáticas, comerciais e até legais, é buscado uma 
classificação de alimento. Embora tudo aquilo que o homem ingira possa ser 
considerado alimento, podemos definir o que caracteriza os alimentos: toda 
substância ingerida em estado natural, industrializado ou semi-industrializado, 
assim como qualquer substância utilizada na sua elaboração, preparação, 
tratamento ou processamento é considerado um alimento, e isto exclui 
cosméticos, tabaco e qualquer substância que seja de uso exclusivo medicinal. 
Dentre as muitas classificações dos alimentos, as mais importantes ao 
presente estudo incluem origem, que pode ser animal (organismos 
heterotróficos), vegetal (organismos autótrofos) e mineral; também aqueles 
classificados por sua digestibilidade (SALINAS, 2002). 
 
2.1.3 Atmosfera 
 
 De acordo com o departamento de Física da Universidade Federal do 
Paraná (cap1, p1, 2011), a atmosfera pode ser descrita: 
 
A atmosfera é uma camada relativamente fina de gases e material 
particulado (aerossóis) que envolve a Terra. De fato, 99% da massa 
da atmosfera está contida numa camada de ~0,25% do diâmetro da 
Terra (~32 km). Esta camada é essencial para a vida e o 
funcionamento ordenado dos processos físicos e biológicos sobre a 
Terra. A atmosfera protege os organismos da exposição a níveis 
arriscados de radiação ultravioleta, contém os gases necessários 
para os processos vitais de respiração celular e fotossíntese e 
fornece a água necessária para a vida. 
 
7 
 
 
 
 A atmosfera é dividida em camadas concêntricas de acordo com a 
temperatura vertical. Elas são troposfera, estratosfera, mesosfera e a 
termosfera. Os principais componentes da atmosfera não poluída são 
nitrogênio diatônico (N2, cerca de 78% das moléculas), oxigênio diatônico (O2, 
aproximadamente 21%), argônio (Ar, em torno de 1%) e dióxido de carbono 
(CO2, atualmente em 0,04%), além do vapor de água que está sempre 
presente, embora em quantidade variável. Uma grande quantidade de 
processos químicos, muito importantes, ocorre no ar, poluído ou não. A 
camada em contato com a superfície é a troposfera. É através dessa mistura 
de gases que animais e plantas obtêm oxigênio e outros elementos importantes 
a vida terrestre. É a atmosfera que filtra a radiação solar, permitindo assim a 
vida na Terra (BAIRD, 2002). 
 
2.1.4 Toxicidade 
 
 Pela definição de Oga (2008), se entende por agente tóxico ou toxicante, 
a entidade química que, em certas condições de exposição, alteram o 
funcionamento fisiológico de um determinado organismo, alterando gravemente 
suas funções ou levando-o a morte. Um toxicante envolve qualidade e 
quantidade, ou seja, o excesso de uma substância no organismo pode tornar-
se uma intoxicação, que, por sua vez é a manifestação dos efeitos tóxicos 
(processo patológico causado por agentes químicos endógenos ou exógenos, 
caracterizado por desequilíbrio fisiológico, conseqüente de um desajuste 
bioquímico). Uma intoxicação pode ocorrer tanto pelo contato direto com um 
xenobiótico, ou por uma exposição contínua ao mesmo, ou a doses altas de 
outras substâncias não xenobióticas. Os agentes químicos tóxicos apresentam 
uma determinada toxicidade – a capacidade inerente e potencial, do agente, de 
provocar efeitos nocivos, através de interações físico-químicas. A toxicidade 
não é um evento isolado, e sim uma cascata de eventos que chega a um end 
point para uma conseqüência nociva. Popularmente é chamado de veneno as 
substâncias químicas ou misturas de substâncias que podem levar indivíduos a 
morte, com doses pequenas. 
 
 
8 
 
 
 
2.1.5 Áreas de risco 
 
 O termo risco é substituído por potencial, susceptibilidade, 
vulnerabilidade, sensibilidade ou danos potenciais. Como a probabilidade de 
um evento – esperado ou não esperado – se torne realidade. A idéia de que 
algo pode vir a ocorrer, já então configura um risco. Uma área de risco pode 
ser considerada como a delimitação de um território em que haja possibilidade 
de acontecimento determinado, como a exposição nociva de determinado 
agente químico, partícula ou eventuais fatores determinantes. Teoricamente, 
toda atividade agropecuária próxima a setores industriais é uma área de risco, 
pela possibilidade de contaminação (DAGNINO e JUNIOR, 2011). 
 
2.1.6 Processo de digestão 
 
 Em uma visão geral, os alimentos consumidos devem ser degradados e 
absorvidos, para que o corpo mantenha suas funções biológicas e consiga 
sobreviver. O sistema digestório compreende basicamente seis funções, para 
que o alimento seja degradado, física e quimicamente, absorvido e então 
descartado, caso não seja necessário em determinado momento. O primeiro 
passo é a ingestão, ou o comer propriamente dito. Etapa a qual o alimento é 
introduzido pela boca, onde os dentes ajudam muito na degradação física 
desse alimento. O segundo passo esta relacionado à liberação de substâncias 
que servem para degradar quimicamente o alimento (cerca de sete litros por 
dia é produzido pelo trato gastrointestinal para enviar água, enzimas, tampões 
e ácidos ao lúmen do trato). A terceira etapa envolve a mistura e propulsão do 
que fora ingerido, pela motilidade da musculatura lisa. A quarta etapa na 
verdade é concomitante com as demais, pois é a digestão, ou seja, a 
transformação do alimento em moléculas menores, por processos físico-
químicos, para servirem a etapa seguinte, que é a absorção. As células 
epiteliais capturam íons e moléculas digeridas e enviam ao corpo pelo sangue 
e pela linfa. Finalmente temos a defecção, que é a parte onde o que não foi 
digerido ou absorvido é expelido pelo corpo, na forma de fezes (TORTORA e 
GRABOWSKI, 2006). 
 
9 
 
 
 
2.1.7 Visão geral de lesões produzidas por agentes químicos 
 
 As substâncias químicas chegam e são absorvidas pelas vias parenteral, 
mucosa e cutânea. A absorção se faz por difusão simples, transporte ativo ou 
transporte facilitado. A difusão simples é mais fácil quando uma substância é 
lipossolúvel, moléculas pequenas (de peso molecular menor que 100 D) 
atravessam facilmente as membranas dissolvidas na água. Os transportes, 
ativo e facilitado, são responsáveis pela absorção nos tecidos dos órgãos. A 
facilidade da absorção está ligada natureza do agente (polaridade, massa, 
solubilidade). Uma vez absorvido o agente é transportado pelo sangue, 
dissolvido no plasma (caso seja hidrossolúvel) ou conjugado com proteínas 
plasmáticas, quando é distribuídopelo organismo. Independente da sua 
natureza é armazenado por um período, de acordo com sua solubilidade (em 
alguns casos o agente é detido por se precipitar). Após o armazenamento pode 
ocorrer uma biotransformação, é nesta etapa, predominantemente, que 
ocorrem lesões, seja pelo agente em si ou por metabólitos produzidos por sua 
metabolização. Caso não ocorra nenhum problema o agente é excretado 
(BOLIOLO, 2009). 
 
2.2 POLUENTES NA ATMOSFERA 
 
 Há uma incoerência por chamar simplesmente de poluição a poluição da 
atmosfera, pois não está apenas relacionada com o ar, e também é necessário 
especificar a região e delimitá-la para existir uma coerência de conceitos. Ainda 
é valido lembrar que não existe apenas poluição química. Há a poluição física e 
a físico-química (onde processos físicos podem influenciar os químicos e o 
contrário é válido também (NASS, 2002)). 
 Quando usado o termo „poluição do ar‟, este é referido geralmente às 
substâncias que afetam em uma escala, local ou regional, animais, plantas, 
pessoas e seus objetos. Os principais poluentes do ar são o monóxido de 
carbono, o dióxido de enxofre, os Materiais Particulados (MPs), as substâncias 
orgânicas tóxicas, os óxidos de nitrogênio, os compostos orgânicos voláteis e o 
ozônio (OGA, 2008). 
10 
 
 
 
 O monóxido de carbono (CO), embora ocorra naturalmente no ambiente, 
tem como principal disseminador, ou produtor, atualmente o transporte 
rodoviário, seguido pelos outros meios de transporte. O CO é um agente tóxico 
asfixiante, pois tem poder de ligar-se a hemoglobina, deslocando o O2 da 
ligação com o Fe, pois os sítios de ligação do Fe na hemoglobina podem se 
ligar 320 vezes mais firmemente com o CO, do que com o oxigênio. Devido a 
esse motivo, o CO pode matar uma pessoa por asfixia em um curto período, 
caso atinja 100 ppm no ambiente (OGA, 2008) (SPIRO e STIGLIANI 2009). 
 Dentre as principais fontes emissoras de dióxido de enxofre (SO2), 
destacam-se as emissões devido à combustão de carvão de fonte estacionária 
e a fundição de metais, ferrosos ou não, principalmente o cobre, contudo é a 
queima do diesel a principal fonte emissora. O dióxido de enxofre é danoso ao 
sistema respiratório, mas nos grandes centros urbanos é sua transformação 
(através de sua oxidação) em aerossóis de ácido sulfúrico, danoso devido a 
sua toxicidade acumulativa, capaz de debilitar o sistema respiratório, irritando 
os vasos sanguíneos dos pulmões, além de contribuir com a formação das 
chuvas ácidas (OGA, 2008). 
 As substâncias orgânicas tóxicas, embora não comuns como poluentes 
do ar, ainda sim tem representantes nessa forma de poluição, cujas principais 
são aldeídos de cadeia curta, o benzeno e os hidrocarbonetos policíclicos 
aromáticos (HPA). Dentre os aldeídos é possível citar os formaldeídos e os 
acetaldeídos. O primeiro (CH2O) é uma molécula reativa que irrita os olhos e os 
pulmões em concentrações consideravelmente baixas (em torno de 0,01 ppm), 
é considerado um carcinogênico, basicamente de câncer nasal e nasofaríngeo, 
e é liberado na atmosfera por atividade industrial e em ambientes internos. O 
acetaldeído possui propriedades tóxicas semelhantes, sendo este gerado pela 
oxidação parcial do etanol. Há ainda o benzeno, um carcinogênico conhecido, 
que é liberado por inúmeras atividades humanas, como indústrias, queima de 
combustíveis e principalmente pelo cigarro (em relação ao contato com a 
substância). Continuando, é necessário lembrar-se dos HPAs, compostos 
carcinógenos, formadas por quatro ou mais anéis benzênicos unidos, cujos 
potenciais “desencadeadores” do câncer são ativados pelas enzimas do fígado. 
11 
 
 
 
Os HPAs são subprodutos da queima de combustíveis de carbono (SPIRO e 
STIGLIANI 2009). 
 Os materiais particulados, ou MPs, constituem graves riscos a saúde e 
alteram o balanço radioativo da Terra. Praticamente qualquer partícula com 
alguns micrômetros pode ser um MP, tais como fibras de amianto, fuligem da 
queima de madeira ou de diesel. Outro importante MP é o chumbo (Pb), pela 
forma como é emitido: processos industriais, como siderurgia, queima de 
resíduos domésticos e carvão, além de atividade vulcânica. O Pb inorgânico é 
identificado como possível carcinógeno humano (OGA, 2008) (SPIRO e 
STIGLIANI 2009). 
 Compostos orgânicos voláteis e óxidos de nitrogênio (NOx), apesar de 
não serem necessariamente contaminantes do ar, são eles os responsáveis 
pelo smog fotoquímico. Mesmo que os danos causados pelo smog sejam 
consequência do ozônio e outros oxidantes, a sua formação depende dessas 
moléculas. Ambos são liberados na atmosfera pela queima de combustível 
(OGA, 2008). 
 Para finalizar, o ozônio como ultimo poluente. Gerado pelo smog 
fotoquímico na troposfera, o ozônio causa danos graves a saúde do ser 
humano e a outros organismos e ao meio. Responsável por fissuras em 
borrachas, destruição de plantas e doenças respiratórias, além de irritação dos 
olhos. Efeitos resultantes do fato do ozônio ser um grande doador de átomos 
de oxigênio, principalmente para moléculas que apresentem ligação dupla 
entre átomos de carbonos (C=C), encontradas nas áreas afetadas pelo 
poluente (SPIRO e STIGLIANI 2009). 
 
2.2.1 Deposição de poluentes em alimentos 
 
 Dentre as principais formas de disseminação de elementos químicos pela 
crosta terrestre, a deposição é um importante meio. Ela acontece basicamente 
de duas formas: deposição úmida e deposição seca. Na deposição úmida 
existe a participação da água e outros materiais voláteis, através das chuvas, 
da neve e dos vapores no ambiente. A deposição seca, que envolve gases e 
particulados em geral, é muito difícil de mensurar, devido aos diversos fatores 
variáveis. É inegável que boa parte dos materiais distribuídos pelo planeta 
12 
 
 
 
sofrem influência humana, e muitos são disseminados justamente pela 
atividade antropogênica. Independente da forma como é originado tal produto 
químico, como ousem interferência humana, ele irá se depositar no solo, na 
água, nas plantas e nos organismos vivos que encontrarem (RODRIGUES, 
MELLO e SOUZA, 2011). 
 
2.3 DIOXINAS E FURANOS EM ALIMENTOS 
 
 Esses compostos são considerados de origem não naturais. São produtos 
da era da industrialização e da atividade humana. As dibenzo-p-dioxinas 
policloradas (PCDD - polychlorinated-p-dibenzodioxins) e os dibenzofuranos 
policlorados (PCDF - polychlorinated-p-dibenzofurans), conhecidas tipicamente 
por dioxinas e furanos, pertencem a duas classes de compostos aromáticos 
tricíclicos, com função éter e estrutura quase planar, cujas propriedades físicas 
e químicas assemelham-se. Acredita-se que são produzidos como subprodutos 
de atividades químicas em que haja presença de cloro, tais como: pesticidas, 
branqueamento de papel e celulose, incineração de resíduos, incêndios, 
processos de combustão (incineração de resíduos de serviços de saúde, 
incineração de lixo urbano, incineração de resíduos industriais, veículos 
automotores) e outros. De acordo com a conformação das moléculas de cloro 
no composto, é possível se rearranjar em 210 estruturas diferentes (75 para 
PCDD e 135 para PCDF). Dentre esses compostos há dezessete considerados 
relevantes toxicologicamente, cujo principal, pela mais elevada toxicidade, é o 
2,3,7,8-tetraclorodibenzop-dioxina (2,3,7,8-TCDD), que perde em nível 
toxicológico apenas para alguns compostos orgânicos naturais. Apesar da 
relativa toxicidade em diferentes animais, para o homem é um composto 
considerado carcinogênico, embora incompleto, gerando neoplasias em 
diversos locais do corpo. A exposição à dioxina se dá pela atmosfera, onde 
contamina a água,o solo, os animais e a vegetação. A maior fonte de ingestão 
de dioxina é a da alimentação. Como a dioxina é solúvel na gordura, ela 
bioacumula na cadeia alimentar, por isso podemos encontrá-la principalmente 
na carne e no leite, assim como em seus derivados. A principal via é ar-
vegetais para então atingir animais e humanos, conforme avança a cadeia 
alimentar. As partículas depositam-se na superfície dos vegetais, que são 
13 
 
 
 
consumidos por animas, ou na água, onde peixes e algas ficam contaminados 
(ASSUNÇÃO e PESQUERO, 1999). 
De acordo com Jones (apud ASSUNÇÃO e PESQUERO, 1999, p.527), 
as fontes contaminadas encontram-se na seguinte ordem: 87,1% pelo consumo 
de carne e de laticínios, 5,1% pelo consumo de vegetais, 4,6% pela ingestão 
de poeiras e 2,8% por inalação. 
 
2.3.1 Efeitos do consumo de Dioxinas 
 
 Em uma reavaliação feita pela USEPA (United States Environmental 
Protection Agency ou Agência Americana de Proteção Ambiental), concluiu-se 
que as evidências (de um estudo relacionando aparecimento de cânceres e 
consumo de dioxinas) apontavam fortemente ao desenvolvimento de tumores, 
sendo o TCDD considerado o agente carcinogênico, em um primeiro momento 
pela sua efetividade como promotor dos estímulos de replicação de células de 
maneira reversível e num segundo momento como agente inibidor de 
apoptose. Como ambos os mecanismos são mediados, presumindo-se, através 
de um receptor Ah (receptor de hidrocarboneto aromático) e mecanismos 
transducionais associados. Devido a esses mecanismos a TCDD não seria um 
carcinógeno completo, não cabendo assim a Usepa designá-lo como tal. Por 
isso o Comitê Consultivo para Ciência (SAB – Science Advisory Board) e quase 
todos os seu membros concordam com o julgamento da USEPA sobre o 
2,3,7,8-TCDD, que prevê que em certas condições de exposição, é capaz de 
aumentar a incidência de câncer em humanos. As TCDDs foram classificadas 
pela Usepa no grupo B1 (provável carcinogênico humano com base em 
informações limitadas de estudo em humanos, assim como em animais) 
(ASSUNÇÃO e PESQUERO, 1999). 
 
De acordo com Assunção e Pesqueiro (1999): 
 
 Estudos realizados em várias espécies animais, primariamente 
roedores, mas também cobaias, coelhos, macacos e gado são 
suficientes para demonstrar que o sistema imune é alvo para as 
dioxinas e furanos. O efeito desses compostos no sistema reprodutivo 
14 
 
 
 
tem sido reconhecido há vários anos, considerando-se inclusive que 
este pode estar entre os “end points” mais sensíveis da dioxina. Os 
estudos em animais de laboratório têm demonstrado que a dioxina é 
carcinógeno em vários pontos do organismo, em ambos os sexos e 
em diversas espécies. Vários estudos indicam que, em grande parte, 
os humanos parecem responder semelhantemente aos animais 
submetidos a teste, no que diz respeito aos efeitos bioquímicos e 
carcinogênicos. 
 
2.4 BENZO(A)PIRENO EM ALIMENTOS 
 
 Diversos estudos realizados, inclusive no Brasil, destacam a preocupação 
pela contaminação com hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), 
principalmente pelo Benzo(A)Pireno, por sua disseminação em alimentos e 
bebidas. A origem da contaminação por B(A)P (Benzo(A)Pireno) tem duas 
fontes, natural e antropogênica. As atividades antropogênicas que liberam esse 
poluente são as queimadas das florestas, defumação, secagem direta da 
madeira, torrefação, tráfego, sistemas de aquecimento e vazamento de óleos. 
A grande preocupação com o B(A)P está relacionada a sua capacidade 
carcinogênica, mutagênica e genotóxica. Sua fórmula molecular é C20H12, e 
apresenta solubilidade em lipídios, dessa forma tende a concentrar-se em 
sedimentos e acumular-se com matéria orgânica em suspensão. A 
contaminação de alimentos pelo composto se dá por vários fatores, desde 
técnicas de processamento (caseiro ou industrial) a poluição ambiental em si. 
No caso de frutas e outros vegetais, a responsabilidade fica pelo ar poluído, 
devido à deposição seca e contato de superfície do alimento, que apresenta 
uma película de penetração do material particulado sobre o mesmo. Plantações 
próximas de rodovias são consideradas como grupo de risco ao agente 
químico em questão. Um caso especial é o do café, que devido a torrefação 
tem níveis mais elevados e quando fervidos os grãos há uma formação do 
complexo cafeína-HPA, que facilita a passagem do composto (SOUZA e 
NASCIMENTO, 2011). 
 
 
 
15 
 
 
 
2.4.1 Consequências de consumo de B(A)P 
 
 No ano de 1951 foi descoberto o potencial tóxico do B(A)P, através de 
testes na pele de ratos. O B(A)P reagia produzindo compostos intermediários 
carcinogênicos que se ligavam em proteínas, DNA e RNA. Por ser altamente 
lipossolúvel é facilmente absorvido quando ingerido, principalmente por órgãos 
como o fígado,órgão que apresenta as maiores quantidades desse composto. 
Há também quantidades significativas pelo trato gastrintestinal devido a 
excreção hepatobiliar. Após a absorção celular o B(A)P é ativado 
metabolicamente e se torna reativo com grupos nucleofílicos presentes nas 
macromoléculas celulares, o que forma adutos de DNA, essencial para a 
carninogenicidade química do hidrocarboneto. Especula-se que o composto 
apresente uma “região de baía” nas ramificações dos anéis de benzeno, que 
explica um elevado grau de reatividade bioquímica. O composto pode 
apresentar uma toxicidade aguda, devido a uma exposição em curto tempo e 
em altas concentrações, ou crônica, devido a uma longa exposição a baixas 
concentrações. O acumulo dessa substância no organismo é devido a 
alimentação, ato de fumar e poluição do ar basicamente (SOUZA e 
NASCIMENTO, 2011). 
 
2.4.2 Maneiras de diminuir a contaminação por B(A)P 
 
 Embora não haja uma forma de eliminar o poluente, pois apresenta 
muitas fontes emissoras, sendo muitas delas as atuais atividades humanas, há 
algumas maneiras de diminuir a contaminação. Em um primeiro momento 
distanciando áreas de plantio ou criação de animais para fins alimentícios da 
transição de veículos em geral. Reduzir as queimadas é outra forma de evitar-
se a disseminação desse tipo de composto. O segundo passo seria adotar 
medidas de controle sobre as atividades antropogênicas industriais (como 
controle das técnicas de defumação) e urbanas (MILLER, 2011) (SOUZA e 
NASCIMENTO, 2011). 
 
 
 
16 
 
 
 
2.5 METAIS PESADOS EM ALIMENTOS 
 
 A presença de determinados metais em alimentos depende de sua 
localização geográfica e condições de plantio (como o solo e a água). Muitos 
metais são essenciais a sobrevivência das espécies, mas em doses mais 
elevadas apresentam toxicidade perturbadora por serem danosos aos sistemas 
biológicos (OGA, 2008). 
 
2.5.1 Chumbo 
 
 O elemento acompanha o homem a mais de 4000 anos, o chumbo é um 
metal utilizado em diversas áreas e combinações com outros materiais que que 
estavam presentes no dia a dia ao longo da história humana. Devido a sua 
grande utilização a exposição ao chumbo é muito comum, principalmente pela 
água (embora hoje isso tenha reduzido significativamente) e pelos alimentos. 
Regiões produtoras de alimentos são afetadas pelas atividades industriais 
existentes, principalmente devido à participação do chumbo e seus compostos. 
O chumbo particulado deposita-se na água, o que contamina e bioacumula nos 
peixes, no solo, permitindo que plantas absorvam o metal por suas raízes, e 
diretamente sobre o vegetal, sendo as gramíneas, cenouras e trigo os 
melhores exemplos da contaminação pelo metal, com cerca de 73 a 95% da 
concentração encontrada. Outra importante fonte de distribuição do metal é a 
gasolina comchumbo tetraetila, usado como antidetonante, embora muitos 
países tenham retirado de circulação esse combustível. Nos animais foram 
encontrados níveis variáveis e muitas vezes não significativos, em seus 
tecidos, embora a maior concentração esteja nos ossos. Finalmente, são os 
chás (as folhas) que dispõe a maior quantidade de metal absorvido, o que 
propicia uma ingestão considerável do agente (OGA,2008). 
 
2.5.1.1 Efeitos nocivos do chumbo 
 
 A absorção do chumbo no trato gastrintestinal depende de diversos 
fatores contextuais (físico-químicas) e fisiológicos, como jejum, tipo e tamanho 
das partículas ingeridas, estado nutricional de cálcio e ferro, idade, gravidez e 
17 
 
 
 
meio ingerido. Sendo que o cálcio ajuda a não absorção do metal e o ferro a 
não distribuição no organismo (OGA, 2008). 
 Uma vez absorvido pelo trato gastrintestinal o chumbo liga-se a eritrócitos 
e migra para tecidos moles do corpo, como medula óssea, cérebro, rim, fígado, 
músculo e gônadas. Depois para a superfície óssea e posteriormente para a 
matriz do osso. O chumbo consegue também atravessar a placenta. O sistema 
nervoso é altamente sensível ao chumbo (principalmente em crianças), 
apresentando baixa da acuidade auditiva, redução da libido, fadiga, anorexia, 
distúrbios do sono, retardamento de reação e redução da acuidade visual. Esse 
metal também pode causar anemia (normocítica ou microcítica e hipocrômica), 
pois interfere na síntese do heme bloqueando a incorporação de ferro à 
protoporfina IX e inibe a função das enzimas da via de síntese do heme, o que 
inclui o ácido aminolevulínico desidratase e a ferroquelatase. Ele também 
fragiliza a membrana dos eritrócitos, o que agrava a anemia. A incidência de 
doses altas de chumbo no sangue por muitos anos, ou seja, de forma crônica, 
pode causar fibrose intersticial renal e nefrosclerose. O chumbo pode também 
alterar a excreção de ácido úrico pelo rim, resultando em surtos recorrentes de 
artrite gotosa (“gota saturnina”) e a exposição aguda gerar azotemia transitória 
por vasoconstrição intra-renal. O chumbo ainda causa uma produção aberrante 
de esperma, o que reduz a fertilidade masculina. Outros sistemas atacados 
pelo metal são o cardiovascular e o gastrintestinal, sendo no primeiro 
caracterizado por elevada pressão arterial em sujeitos suscetíveis, cuja 
possível explicação se da pela interação com o íon cálcio, na contração do 
tecido liso vascular. Finalmente temos perda de apetite, prisão de ventre e 
diarreia em doses baixas de exposição ao chumbo, enquanto nas doses 
elevadas é possível verificar dor abdominal intensa em cólicas (“cólicas de 
chumbo”), cujos mecanismos ainda não são claros, embora se acredite na 
contração espasmódica dos músculos lisos das paredes intestinais 
(KATAZUNG, 2010). 
 De acordo com Oga (2008) o metal ainda causa problemas oculares por 
desequilibrar as condições de redoxi do cristalino por danos oxidativos em suas 
células epiteliais. Afeta músculos e ósseos, com presença de câimbras, 
fraqueza, dores nas articulações e interferência no crescimento dos ossos, 
devido principalmente ao consumo de bebidas contaminadas, além de efeitos 
18 
 
 
 
possivelmente carcinogênicos, ficando na categoria do Grupo B2, pela EPA 
(Environmental Protection Agency) (KATAZUNG, 2010). 
 Basicamente existem dois tipos de contaminação por chumbo, inorgânico 
e orgânico. O chumbo inorgânico representa uma intoxicação por gases de 
óxido de chumbo e ingestão de alimentos e bebidas contaminadas. Seu 
diagnóstico é difícil e só pode ser feito após dias do consumo (agudo no caso) 
do metal. Como sintomas, apresenta basicamente encefalopatia ou cólica. 
Numa intoxicação crônica desse metal é verificado anorexia, fadiga e mal-
estar, cefaleia, irritabilidade, sintomas gastrintestinais e dificuldade de 
concentração. Com relação ao chumbo orgânico, sua intoxicação hoje é mais 
rara devido a retirada do composto como antidetonante na gasolina. Esta forma 
de chumbo tende a atingir o sistema nervoso central (KATAZUNG, 2010). 
 
2.5.2 Cádmio em alimentos 
 
 Nas últimas décadas houve um aumento significativo em pesquisas a 
respeito do cádmio, que hoje está em oitavo lugar na lista prioritária de 
substâncias perigosas. No Japão, em 1950, foram desenvolvidos estudos na 
área de osteomalácia e proteinúria, consequentes da ingestão de alimentos 
contaminados pelo cádmio. O cádmio é sedimentado em plantações próximas 
a áreas de produção, e sua ingestão é dada pelo consumo desses alimentos, 
maior fonte para aqueles que não trabalham na produção do metal. É difícil 
determinar quando o cádmio é proveniente apenas da deposição em folhas e 
gramíneas, ou se é absorvido pelas raízes, já que o cádmio é responsável por 
boa parte da contaminação do solo, ainda mais que é um metal presente em 
fertilizantes fosfatados. Para contribuir na absorção do metal pelas raízes, um 
solo ácido é ideal e nisso as chuvas ácidas contribuem para o aumento da 
contaminação. Há níveis significativos do metal também na pecuária, devido ao 
consumo de vegetais contendo o poluente. O cádmio concentra-se nos rins e 
fígados dos animais, tornando esses miúdos em fontes ricas desse metal 
(OGA, 2008). 
 
 
 
19 
 
 
 
2.5.2.1 Mecanismos da atuação do cádmio no organismo 
 
 Há uma enorme gama de fatores que influencia na absorção do cádmio 
pelo TGI (trato gastrintestinal), desde espécie animal, frequência do consumo, 
dose a até estado nutricional. Entretanto todo cádmio absorvido é distribuído 
por todo o organismo pela corrente sanguínea. O metal tem grande afinidade 
pelos resíduos de cisteína, numerosos nas proteínas metalotioneínas, 
responsáveis por diversas funções, como desintoxicar radicais livres. O metal é 
transportado no plasma na forma de complexo com a metalotioneína, até ser 
filtrado nos glomérulos, estando presente na urina primária para então ser 
reabsorvido nas células do túbulo proximal, quando e onde a ligação Cd-
metalotioneína é quebrada, fazendo com que o cádmio não ligado estimule a 
produção de nova metalotioneína para ligar-se ao cádmio presente nas células 
dos túbulos renais e impedindo a ação toxica dos cádmios livres. Entretanto, se 
a capacidade de produção de metalotioneína é excedida, danos são causados 
aos túbulos proximais, tendo entre os primeiros sinais disto a proteinúria de 
baixo peso molecular. Além dos efeitos nocivos aos rins o cádmio pode 
comprometer os ossos. A doença Itai-itai é endêmica no Japão, prevalente na 
bacia do rio Jinzu, onde combina características de osteoporose com 
osteomalácia, através da interferência no metabolismo da vitamina D e do 
cálcio. Há ainda a anemia causada pela ingestão de cádmio oralmente, porque 
o metal dificulta a absorção de ferro, o que agrava caso a dieta já seja pobre 
nesse nutriente. Todavia as consequências mais graves causadas pelo cádmio 
surgem apenas quando as doses consumidas são demasiado elevadas (OGA, 
2008). 
 
2.5.3 Medidas preventivas para a contaminação por metais pesados 
 
 A produção de alimentos próxima a áreas industrializadas é afetada pelas 
características das indústrias existentes, devido às partículas que dispersam 
pelo. É notado que regiões mais afastadas a tais atividades têm menos 
concentrações desses metais. Conclui-se então que um afastamento adequado 
da fonte contaminante reduziria ou eliminaria a contaminação dos alimentos. 
20 
 
 
 
Ainda é possível um controle sobre a forma de emissão, como a retenção 
dessas partículas (OGA, 2008). 
 
2.6 POLUIÇÃO E PODER PÚBLICO 
 
 É certo afirmar que após a evolução industrial a humanidade evoluiu 
muito. Nosúltimos 200 anos os saltos tecnológicos começaram acelerar de tal 
forma que chega a ser notório. Com toda essa tecnologia desenvolvida há uma 
colossal mudança de vida, principalmente nas áreas urbanas que se 
desenvolveram desenfreadamente, por conseguinte, uma série de problemas 
ambientais tem acompanhado e aumentado na mesma velocidade que o 
crescimento antropogênico. Como a capacidade de absorção do meio 
ambiente foi ultrapassada, é necessário observar como esse processo da 
poluição acontece de forma integrada, pois não é apenas uma questão da 
atividade humana, mas também uma má administração do poder público em 
todas as áreas. Assim, as cidades, onde a população passou a se concentrar, 
incluindo as do Brasil, são as principais fontes poluidoras, sendo que caso não 
sejam bem administradas e não adotem hábitos e políticas sustentáveis, 
estarão impedindo uma promoção da saúde pública. Para um planejamento 
adequado a cidade deve levar em conta uma adaptação com a geografia local, 
preservando as fontes ambientais naturais, como rios e córregos e lagos, e 
evitar um desmatamento “desnecessário” e reflorestar o que fora derrubado. 
Embora haja projetos de lei que procurem punir quem lesa o meio ambiente, 
não há ainda habitualidade em conservar e consumir menos, ainda mais em 
um sistema capitalista, ou menos ainda o cumprimento das leis. Um estado que 
coloque valores de um sistema utilitarista e que visa lucro impede uma 
adequada segurança social em todos os aspectos necessários aos cidadãos 
(SILVA, 2006). 
 
2.6.1 Sustentabilidade 
 
 O termo sustentabilidade refere-se à capacidade dos diversos sistemas 
terrestres, incluindo as economias e os sistemas culturais humanos, de 
adaptarem-se e sobreviverem às condições ambientais. É preciso reconhecer 
21 
 
 
 
que muitas atividades humanas degradam recursos mais rápido do que a 
natureza pode renová-los. Levando isso em conta fica claro que é necessário, 
para uma vida sustentável conservar o capital natural (a soma dos recursos 
naturais com os serviços naturais – como a purificação do ar ou o tratamento 
de água) da Terra. Contudo a busca da sustentabilidade se depara com 
conflitos, como a atividade cotidiana das cidades e o crescimento populacional, 
que não podem ser desconsiderados ou “parados” para uma “reabilitação” do 
planeta, mostrando assim uma constante necessidade por soluções. Tratando-
se de poluição do ar, relacionando a materiais particulados em alimentos, a 
adoção de medidas simples, como filtragem na produção industrial ou 
distanciamento de áreas de plantio (considerando correntes de ar que 
carreguem esses poluentes) das fontes emissoras, ajudaria em muito a 
redução da poluição. Para cada fonte emissora de poluentes, há uma medida 
que neutralize ou amenize seus impactos. Uma sociedade sustentável visa 
atender as necessidades de sua população, sem exaurir os recursos naturais, 
num estilo de vida sustentável (MILLER, 2011) (OGA, 2008). 
 
2.7 SOLUÇÕES PARA A POLUIÇÃO DO AR 
 
 Conforme é sabido sobre a poluição do ar, e sua nocividade já discorrida, 
é ainda possível prevenir e amenizar seus efeitos com medidas adequadas, 
tanto numa fase de prevenção quanto numa fase de eliminação, conforme a 
fonte emissora do poluente. Para indústrias e usinas, principalmente as que 
realizam a queima de carvão, adotar medidas como: queimar carvão menos 
rico em enxofre, remover componentes químicos do carvão para sua utilização, 
substituir para combustíveis menos poluentes, remover poluentes após a 
combustão. Tratando da atividade urbana de veículos é adequado à 
prevenção: uso de meios de transporte em massa, locomoção por caminhadas 
e bicicletas, motores e combustíveis menos poluentes, combustível mais 
eficiente, redução de impostos na compra de veículos pouco poluentes ou 
eficientes quanto à energia; e à eliminação: instalação de dispositivos de 
controle de emissão, inspeções em escapamentos de veículos no mínimo duas 
vezes ao ano. Tudo isso aliado a uma redução de consumo e otimização da 
tecnologia traria significativas mudanças para amenizar impactos ao meio 
22 
 
 
 
ambiente, melhorando a qualidade do ar e garantindo mais segurança 
(MILLER, 2011). 
23 
 
 
 
4 CONCLUSÃO 
 
 O aumento da população, da atividade industrial, da urbanização, do 
consumo e da tecnologia causam grandes impactos ao meio ambiente. A 
poluição gerada é disseminada pelo ar, que compromete a atmosfera, espalha 
doenças assim como as agrava, principalmente as respiratória, todavia também 
compromete a segurança na produção alimentícia, sendo um meio cíclico de 
toxinas para nosso organismo, muitas das quais entram em circulação 
exclusivamente por culpa humana e das atividades antropogênicas. A 
quantidade de gases emitidos compromete a capacidade de absorção natural 
do meio, o que torna esse excesso um problema sem escapatória para se lidar, 
já que não se pode escapar da atmosfera. 
 Poluentes surgem de todos os lugares e afetam o homem de muitas 
formas. Seja pela incineração inadequada que produz dioxinas cancerígenas 
que se bioacumula em tecido adiposo animal, o qual é utilizado para 
alimentação e gera a chance de desenvolver cânceres por causa de seu 
consumo. Pelo material particulado produzido da queima de combustíveis e 
atividade industrial, que se deposita nas gramíneas, solo e água, como a caso 
do chumbo e do cádmio. Ou ainda os HPAs que persiste em alimentos de 
vários tipos e apresenta alta carcinogenicidade. 
 Independente da origem, nenhum alimento está isento da contaminação 
do ar, e uma ausência de políticas adequadas nos centros urbanos agrava a 
concentração e disseminação dos poluentes do ar. 
 Entretanto é possível precaver e promover formas de controle mais 
adequadas, já que é sabido que quanto mais longe das fontes emissoras, 
menor as concentrações de poluentes nos alimentos, e a redução de sua 
utilização é benéfica, como em relação ao chumbo que parou de ser usado 
como antidetonante em combustíveis. 
 Para uma promoção adequada em saúde, uma forma de sustentabilidade 
e maior segurança no próprio consumo dos alimentos deverão adotar medidas 
eficazes, sendo elas: redução de consumo e utilização de poluentes de risco, 
melhor manipulação do lixo para redução dos impactos, principalmente em 
relação á incineração, adoção condutas menos invasivas ao meio ambiente 
(como sair menos de carro), analisar geograficamente o impacto das atividades 
24 
 
 
 
urbanas e industriais para averiguar menor risco de contaminação por 
compostos perigosos. 
 Há formas de viver sem prejudicar o planeta e sem necessariamente para 
de consumir, mas para isso é preciso adotar um estilo de vida menos hedonista 
e deixar de procrastinar as responsabilidades sobre o que é consumido, 
produzido e acumulado. Embora não se tenha um único caminho ou apenas 
um meio, já que problemas ambientais são multidimensionais, sendo a 
alimentação, no caso, uma parcela do que é prejudicado, qualquer atitude é um 
primeiro passo para uma sociedade mais sustentável. 
 
25 
 
 
 
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