neurose e psicose em ''mente brilhante''

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INTRODUÇÃO
	O trabalho acadêmico aqui apresentado trata-se de uma atividade avaliativa da disciplina de Fundamentos da teoria psicanalítica, que pretende apresentar o filme Uma mente brilhante com relação a Psicopatologia. Neste trabalho foram como base os textos: Neurose e Psicose; A perda da realidade na neurose e na psicose e artigos da Scielo.
O personagem John Nash estava vivendo entre a fantasia e racionalidade. O filme baseia-se em fatos reais sobre Nash um gênio da matemática que, aos 2o anos e poucos anos, após muitos rabiscos e rascunhos, acabou formulando um teorema que provou a sua teoria e contribuiu para o desenvolvimento da teoria de jogos. Nash após o estresse extremo de encontrar-se sobre pressões fornecidas pelo cotidiano acadêmico desencadeou um surto esquizofrênico. No entanto, anos de luta contra a doença e suas implicações, levam Nash a uma das maiores superações já vistas, ele conseguiu ganhou um Prêmio Nobel. John Nash desenvolveu um teorema matemático que mostrou a todos sua genialidade. Porém, uma série de problemas psicológicos atrapalharam sua sanidade. Entretanto, depois de anos de tratamento, ele superou tais problemas, conseguiu voltar ao convívio social e teve o reconhecimento pelo seu trabalho.
	O diagnostico no filme “Uma mente brilhante” John tinha esquizofrenia paranóica degenerativa, onde seus sintomas era alucinações, imaginações. Esse diagnostico da esquizofrenia é feito por observação clinica cuidadosa e além do diagnostico é importante que identifique qual é o tipo de esquizofrenia. Existem cinco tipos de esquizofrenia, que são: Paranoide, reorganizado, catatônico, indiferenciado, residual. O personagem John apresenta a paranoide onde ocorre o delírio e a desconfiança. A psicanálise nos mostra que sempre que estamos diante de uma pessoa devemos lembrar que cada sujeito possui seus medos e seus próprios desejos, e que ninguém é igual e que cada ser é único e devemos respeitar sua subjetividade.
DESENVOLVIMENTO
			 De acordo com a psicanálise o diagnostico é importante para que, quem estar avaliando saiba como tratar o paciente. Lacan diz que a abordagem da neurose estaria relacionada a linguagem e não a patologia como Freud afirma. 
		 No filme o protagonista John apresenta um quadro clínico de psicose (esquizofrenia) em que percebe que as origens das suas alucinações surgem do conflito entre o EU e o mundo exterior. Em que no filme o John não tem relacionamento social e cria uma alucinação.  É visto que na psicose o EU atingindo as demandas do id retira-se de uma parte da realidade. Ou seja, o Eu a serviço do super-eu e da realidade, entra em conflito com o Id, e assim ocorre em todas as neuroses de transferência. Na amência (confusão alucinatória aguda) não ocorre a dominação do mundo exterior do Eu pelas vias das percepções anteriores, pois na amência são excluídas essas percepções.
‘’A neurose seria o resultado de um conflito entre o Eu e seu ID, enquanto a psicose seria o análogo desfecho de uma tal perturbação nos laços entre o Eu e o mundo exterior. ‘’
Na neurose, o indivíduo além de saber que é um neurótico, tem plena consciência dos seus atos, mas não consegue controlá-los, já os psicóticos não tem essa consciência, eles perdem a noção da realidade.
A psicose é marcada por fazes de delírios e alucinações – como a psicose, esquizofrenia, transtorno bipolar e o autismo. A psicose não tem cura definitiva, a ingestão de remédios provoca a estabilização da doença, que, entretanto, pode voltar a se manifestar em surtos de intensidade cada vez maior. É marcada por fases de delírios e alucinações durante os quais a pessoa pode desenvolver estados de dupla personalidade inconscientemente, ou seja, a própria pessoa não sabe que tem essa dupla personalidade.
“A diferença aguda entre neurose e psicose, no entanto, é diminuída pelo fato de também na neurose, haver tentativas de substituir a realidade indesejada por outra mais conforme aos desejos. Isto é possibilitado pela existência de um mundo da fantasia, de um âmbito que foi separado do mundo externo real quando a introdução do principio da realidade, desde então é conservado livre das exigências da vida, à maneira de uma ‘’reserva’’, e, embora não seja inacessível ao Eu, é ligado frouxamente a este. Desse mundo de fantasia a neurose retira o material para suas novas construções de desejo, achando-o geralmente pelo caminho da regressão a um passado real mais satisfatório”. 
No filme podemos perceber traços neuróticos quando o ator fixa a idéia de ser o melhor matemático e a partir daí, ele se concentra muito nos cálculos, tendo sempre em mente o pensamento: ‘’ eu não posso falhar’’. E então, quando ele se frustra por não conseguir, tem uma crise esquizofrênica e a partir desse momento começa os traços psicóticos, em que ele perde o senso da realidade, começa a fantasiar, criando alucinações; como pessoas imaginárias e perseguições.
Saúde Mental é o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno e as exigências ou vivências externas. É a capacidade de administrar a própria vida e as suas emoções dentro de um amplo espectro de variações sem, contudo perder o valor do real e do precioso. É ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações sem perder a noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude máxima, respeitando o legal e o outro. O filme mostra que JohnNash apresenta os sintomas da esquizofrenia. A esquizofrenia é uma doença mental grave e crônica que, sem tratamento, impossibilita a pessoa de se comportar normalmente na família, no trabalho e na comunidade. Os sintomas incluem: Alucinações (“vozes” e outras), delírios ou falsas crenças patológicas que não são corrigíveis pela razão, pensamento desorganizado, alterações dos afetos, das emoções, do juízo crítico e de vontade.
Como sofria de esquizofrenia John Nash vivia histórias paralelas, a vida real e as histórias criadas pela sua mente. Em seus delírios imaginava que fazia parte de uma operação secreta de Estado e que foi contratado por Willian, um importante militar do serviço secreto de seu país, para decifrar códigos no período da guerra fria. Acreditava conversar com esse agente e a receber missões para realizar. Com o passar do tempo, após envolver-se em algumas missões, John Nash fica cada vez mais paranóico e agitado achando que estava sendo perseguido. Esse comportamento deixa sua esposa Alicia muito preocupada. Certo dia ao ministrar uma palestra, John teve um ataque paranóico de perseguição e Alicia resolve interná-lo num hospital psiquiátrico. Ele é diagnosticado como esquizofrênico. A partir daí descobre que Charles seu amigo de quarto, a sobrinha de Charles, Marce, uma menina de mais ou menos 8 anos, que também na sua imaginação conheceu, o agente Willian e as missões não eram reais, eram alucinações causadas pela esquizofrenia. John passa por vários tratamentos dentre eles o choque elétrico e recebe vários medicamentos durante um ano.
CONCLUSÃO 
Uma Mente Brilhante  abordou a complexa vida do personagem matemático que era uma pessoa cujo objetivo último consistia em resolver teoremas ou descobrir teorias que lhe conferisse grandeza e admiração por suas descobertas. Em uma busca estressante, Nash começa a apresentar indícios de esquizofrenia e continuou durante seus estudos, de forma obstinada, atrás da formula que o levaria ao reconhecimento. Elaborou o conceito em que o essencial seria a colaboração do grupo para que todos conseguissem chegar a algum lugar, a certo objetivo, a um lucro final. Durante seus anos de estudo teve sempre por perto um colega, muito diferente de si, de nome Charles, que o estimulava constantemente, durante suas crises mais pesadas, nas quais parecia querer se esconder de tudo e de todos. O filme traz idéias e valores contraditórios que vão sendo mostrados no decorrer da história. Fica evidente o preconceito contra o jovem desconhecido ganhador da bolsa da universidade, o individualismo e a competição entre os estudantes. A genialidade e a criatividade deNash são abordadas em seguida, com referências aos trabalhos desenvolvidos. No final, o que prevalece são a solidariedade, a amizade, o reconhecimento, a tenacidade, o carinho e a vitória acachapante do amor contra todas as adversidades. 
A esquizofrenia, doença diagnosticada ao personagem não possuí cura, no entanto, existem fármacos que podem ajudar a estabilizá-la. Por se tratar da década de 50, conforme visto no filme o método utilizado pelo psiquiatra era o de eletrochoque e medicamentos. A aceitação da esquizofrenia tornou-se como um primeiro passo para uma vida normal de Nash. As ilusões nunca deixaram de existir, mas a consciência de que elas foram apenas ilusões abrir a possibilidade de escolher ignorá-las. 
 Outro fator importante do filme é o jogo feito com a percepção do público. O mundo de Nash é representado como um mundo normal, então seu comportamento é normal. As normalidades em tudo que se passa inicialmente durante o filme levam a duvidas se Nash é ou não esquizofrênico ou tudo seria conspiração russa. Nesse sentido, é traçado a ideia de desconstrução da realidade.
REFERÊCIAS 
Textos de apoio:
FREUD, Sigmund. Neurose e psicose. ___. Obras Completas Sigmund Freud: O eu e o id. “Autobiografia” e outros textos (1923-1925). Trad. Paulo César de Souza. Companhia das letras, 2011. v.16, p.173-182.
___. A perda da realidade na neurose e na psicose. FREUD, Sigmund. Obras Completas Sigmund Freud: O eu e o id. “Autobiografia” e outros textos (1923-1925). Trad. Paulo César de Souza. Companhia das letras, 2011. v.16, p.214-220
VICENTE, Sônia. Não recuar frente à psicose. Disponível em: http://ebr.org.br/wp-content/uploads/2012/08/46Sonia_Vicente_nao_recuar_frente_a_psicose1.pdf. Acesso em 07.set.2014