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Aula4_departamentalizacao2

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Professora: Mariana Sarmanho de Oliveira Lima 
Departamentalização
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Tecnologia
Núcleo de Pesquisa e Extensão em Engenharia de Produção - NUPEP
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Centros de custos
Segundo Martins (2003, p. 66), na maioria das vezes, o departamento é um Centro de Custos, ou seja, nele são acumulados os custos para posterior alocação aos produtos (Departamento de Produção) ou a outros departamentos (Departamentos de Serviços).
De acordo com Rebelatto (2004, p.120), os departamentos de uma empresa são unidades administrativas representadas por homens e máquinas desenvolvendo atividades homogêneas e podem ser os que promovem qualquer tipo de modificação sobre o produto diretamente ou aqueles que nem recebem o produto, prestando serviços a outros departamentos.
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Classificação dos departamentos
Os departamentos podem ser classificados em dois grupos: 
 departamentos de produção; e 
 departamentos de serviços.
Departamentos de produção são aqueles que atuam diretamente sobre o produto, promovendo qualquer tipo de modificação sobre ele diretamente (Exemplos: Montagem, refinaria, mistura, corte, acabamento, …). 
Departamentos de serviços são aqueles que não atuam diretamente na produção e sua finalidade é de prestar serviços aos departamentos de produção (Exemplos: Manutenção, Almoxarifado, administração geral da fábrica, limpeza, controle de qualidade, …).
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Conceito de centro de custo
O Departamento é um Centro de Custos, ou seja, nele são acumulados os custos para posterior alocação aos produtos.
 Em alguns casos pode existir mais de um centro de custos num mesmo departamento (Exemplo: Um departamento que possui várias máquinas diferentes, cada máquina é considerada um centro de custos para melhor controle).
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Qual é o objetivo da departamentalização?
 O que interessa é controlar melhor os custos e apropriar com mais precisão esses custos a cada produto;
 A departamentalização torna a incorrência dos custos de produção no âmbito do departamento como sendo de responsabilidade do respectivo chefe.
 A departamentalização diminui a arbitrariedade dos critérios de rateio porque:
 Alguns custos são indiretos em relação aos produtos mais diretos em relação aos departamentos (Exemplo: Depreciação, limpeza, …).
 Nem todos os produtos passam por todos os departamentos ou o fazem em proporções diferentes (Exemplo: O produto A é o único que não precisa de pintura).
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Os passos a seguir no custeio utilizando centros de custos são os seguintes:
1º Passo: Separação entre custos e despesas;
2º Passo: Apropriação dos custos diretos aos produtos;
3º Passo: Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos, agrupando, à parte, os comuns;
4º Passo: Rateio dos custos indiretos comuns e dos da administração geral da produção aos diversos departamentos, quer de produção quer de serviços;
5º Passo: Escolha da seqüência de rateio dos custos acumulados nos departamentos de serviços e sua distribuição aos demais departamentos;
6º Passo: Atribuição dos custos indiretos que agora só estão nos departamentos de produção aos produtos segundo critérios fixados.
Centros de custos
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O Esquema básico que ilustra os passos a serem seguidos pelo método de centros de custos pode ser visualizado pela Figura abaixo:
Centros de custos
Figura – Esquema básico para contabilizar os custos por centros de custos
Fonte - MARTINS, E. (2003, p.74)
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Um exemplo específico
A empresa Fenix S.A. fabrica três tipos de produtos: D,E e F; estes produtos passam por três departamentos de produção: Usinagem, Cromeação e Montagem. Por outro lado, existem três departamentos de serviços: Controle de qualidade, Almoxarifado e Manutenção. Durante o mês de março de 2000, a empresa teve os custos indiretos apresentados abaixo:
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Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos, agrupando, à parte, os comuns.
Para apropriar esses custos aos produtos D, E e F, é necessário que sejam distribuídos pelos diversos departamentos para que uma melhor alocação seja realizada. Faz-se então uma investigação sobre a ligação entre cada custo e departamento onde foi incorrido e verifica-se:
 Aluguel da Fábrica
É um custo comum à fábrica toda, deve-se utilizar um critério para sua distribuição aos diversos Departamentos. Os custos comuns serão englobados no “Departamento Administração Geral da Fábrica”, considerado um quarto Departamento de Serviços.
B) Energia Elétrica
A empresa tem medidores de consumo em alguns Departamentos e um outro para o resto da empresa, então verifica-se:
 Consumida na Usinagem 30.000
 Consumida na Cromeação 10.000
 Consumida na Montagem 10.000
 A ratear 40.000
Total 90.000
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Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos, agrupando, à parte, os comuns.
C) Materiais Indiretos 
Através de requisições são localizados os seguintes consumos:
 Consumidos na Administração Geral da Fábrica 18.000
 Consumidos no Almoxarifado 10.000
 Consumidos na Usinagem 6.000
 Consumidos na Cromeação 4.000
 Consumidos na Montagem 8.000
 Consumidos no Controle de Qualidade 5.000
 Consumidos na Manutenção 9.000
Total 60.000
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Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos, agrupando, à parte, os comuns.
D) Mão-de-obra Indireta
Os registros demonstram:
 Salários e encargos da Adm. Geral da Fábrica 80.000
 Salários do pessoal do Almoxarifado 60.000
 Salários da Supervisão da Usinagem 40.000
 Salários da Supervisão da Cromeação 30.000
 Salários da Supervisão da Montagem 50.000
 Salários do pessoal do Controle de Qualidade 30.000
 Salários do pessoal da Manutenção 60.000
Total 350.000
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Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos, agrupando, à parte, os comuns.
E) Depreciação das Máquinas
Os controles do imobilizado apontam:
 Depreciação de computadores e móveis (Adm. Fáb.) 8.000
 Depreciação de Máquinas de Usinagem 21.000
 Depreciação de Máquinas da Cromeação 13.000
 Depreciação de Máquinas da Montagem 2.000
 Depreciação de Equipamentos do Controle de Qualidade 10.000
 Depreciação de Equipamentos da Manutenção 16.000
Total 70.000
 Os custos diretos (matéria-prima, mão-de-obra direta e outros) estão fora de nosso exemplo, aqui estamos unicamente apropriando os custos indiretos.
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Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos, agrupando, à parte, os comuns.
A tabela abaixo apresenta o resumo da apropriação dos custos indiretos por departamentos de produção
e serviços:
Agora o objetivo é apropriar esses custos indiretos aos produtos, mas há um problema pelo fato de alguns departamentos não receberem fisicamente os produtos, sua função é a de prestar serviços aos outros departamentos, quer de produção quer de serviços.
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Apropriação dos custos indiretos que pertencem, visivelmente, aos departamentos, agrupando, à parte, os comuns.
 Uma análise das características dos departamentos de serviços permite verificar de que maneira prestam serviços aos outros departamentos e depois escolher um critério apropriado para a distribuição de seus custos.
 No processo de distribuição dos custos indiretos entre departamentos é preciso hierarquizar os departamentos de serviços de forma que aquele que tiver seus custos distribuídos não receba rateio de nenhum outro. É uma forma arbitrária, mas impossível de se evitar.
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Escolha da seqüência de rateio dos custos acumulados nos departamentos de serviços e sua distribuição aos demais departamentos.
Suponhamos que FENIX S.A. faça uma análise de seus departamentos de serviços e verifique:
 Que a Administração geral da fábrica é a primeira que deve ter seus custos distribuídos, pois muito mais presta do que recebe serviços. Além disso, é a de maior valor relativo em custos por apropriar.
 Que a Manutenção será o segundo departamento de serviços a ser alocado, porque ele também mais presta serviços ao Almoxarifado e ao Controle de Qualidade do que eles recebe. Apesar de efetuar trabalhos à Administração Geral, fá-los em valor não muito relevante. Da mesma forma que a própria Administração Geral, seus custos serão distribuídos também aos departamentos de produção que dela se beneficiaram. 
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Escolha da seqüência de rateio dos custos acumulados nos departamentos de serviços e sua distribuição aos demais departamentos.
 Que o Almoxarifado terá seus custos rateados aos departamentos que fizeram uso de seus préstimos, exceto os que já foram alvo de distribuição.
D) Que o Controle de Qualidade, apesar de prestar às vezes serviços à manutenção, terá seus custos alocados somente aos departamentos de produção que dela fizeram uso, já que os demais departamentos de serviços foram distribuídos. Ficou em último lugar, pois recebe mais benefícios da manutenção do que presta a ela.
1o. Adm. Geral
2o. Manut.
3o. Almox.
4o. C. Qual.
5o. Produção
 Definida a seqüência de distribuição, deve-se analisar os diversos critérios de rateio para que se possam dividir os custos da maneira mais racional possível.
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Rateio dos custos da administração geral da fábrica
Conclui-se que não deve ser feito uso de um único critério de rateio, já que é possível fazer uma análise mais detalhada dos diversos custos que totalizam o montante de R$ 296.000 a serem repartidos. Assim:
A) Aluguel
Deverá ser rateado em função da área ocupada por cada Departamento, e o levantamento indica:
 (R$)
 Para o Almoxarifado 20.000
 Para a Usinagem 30.000
 Para a Cromeação 20.000
 Para a Montagem 40.000
 Para o Controle de Qualidade 15.000
 Para a Manutenção 25.000
Total 150.000
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Rateio dos custos da administração geral da fábrica
B) Energia
A parte não alocada ainda de R$ 40.000 é devida basicamente à iluminação, ao ar condicionado e também às máquinas de baixíssimo consumo. A distribuição com base em pontos de luz e força indica: há distribuição de novo à usinagem, à cromeação e à montagem, por ser esta energia relativa à iluminação e ao ar condicionado; a apropriação já existente era só de força motriz. 
 (R$)
 Para o Almoxarifado 6.000
 Para a Usinagem 4.000
 Para a Cromeação 2.000
 Para a Montagem 7.000
 Para o Controle de Qualidade 8.000
 Para a Manutenção 13.000
Total 40.000
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Rateio dos custos da administração geral da fábrica
C) Mão-de-obra indireta, materiais indiretos e depreciação
Na ausência de um critério específico adequado, resolveu a empresa juntar os três (R$ 80.000 + R$ 18.000 + R$ 8.000 = R$ 106.000) e distribuí-los proporcionalmente ao número de pessoas envolvidas na supervisão de cada um dos departamentos, ficando:
 (R$)
 Para o Almoxarifado 9.000
 Para a Usinagem 19.000
 Para a Cromeação 16.000
 Para a Montagem 21.000
 Para o Controle de Qualidade 19.000
 Para a Manutenção 22.000
Total 106.000
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Rateio dos custos da manutenção
Um levantamento demonstra que esse Departamento trabalhou 50 horas para a Usinagem, 40 para Cromeação, 40 para o Controle de Qualidade e 15 para o Almoxarifado. A Manutenção está com R$ 145.000 de custos para serem rateados (R$ 85.000 da tabela + R$ 25.000 de aluguel + R$ 13.000 de energia + R$ 22.000 de mão-de-obra indireta, materiais indiretos e depreciação recebidos da Administração Geral). O rateio da manutenção fica:
 (R$)
 Para o Almoxarifado 15.000
 Para a Usinagem 50.000
 Para a Cromeação 40.000
 Para o Controle de Qualidade 40.000
Total 145.000
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Rateio dos custos do Almoxarifado
Este departamento está agora com R$ 120.000 (R$ 70.000 da tabela + R$ 20.000 de aluguel + R$ 6.000 de energia + R$ 9.000 de mão-de-obra indireta, materiais indiretos e depreciação recebidos da administração geral + R$ 15.000 recebidos da manutenção). Fenix resolve distribuir esses custos igualmente à Usinagem, à Cromeação e à Montagem, por serem esses os departamentos que realmente obrigam à existência do Almoxarifado; apesar de o controle de qualidade fazer uso dele, não recebe rateio de seus custos, pois tal uso é praticamente desprezível.
 (R$)
 Para a Usinagem 40.000
 Para a Cromeação 40.000
 Para a Montagem 40.000
Total 120.000
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Rateio dos Custos do Controle de Qualidade
Este departamento faz testes por amostragem da qualidade dos trabalhos processados nos três departamentos de produção. A distribuição de seus custos é feita com base no número de testes feitos para cada um, e nesse período verifica-se:
 (no.) (%)
 Testes para a Usinagem 136 53,6
 Testes para a Cromeação 88 34,6
 Testes para a Montagem 30 11,8
Total 254 100,0
Os R$ 127.000 de custos ora existentes no Controle de Qualidade são então distribuídos: (R$)
 Para a Usinagem 68.000
 Para a Cromeação 44.000
 Para a Montagem 15.000
Total 127.000
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Custos indiretos rateados p/ os departamentos de produção 
Após esse rateio, temos todos os custos indiretos de produção carregados somente sobre os três departamentos de produção:
 (R$)
 Usinagem 308.000
 Cromeação 219.000
 Montagem 193.000
Total 720.000
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Atribuição dos custos indiretos, que estão nos departamentos de produção, aos produtos segundo critérios fixados 
Essa atribuição será feita com base no número de horas-máquina (hm) que cada um ocupou:
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Atribuição dos custos indiretos, que estão nos departamentos de produção, aos produtos segundo critérios fixados 
Finalmente, os Custos Indiretos são apropriados aos produtos:
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O Esquema básico que ilustra os passos a serem seguidos pelo método de centros de custos pode ser visualizado pela Figura abaixo:
Centros de custos
Figura – Esquema básico para contabilizar os custos por centros de custos
Fonte - MARTINS, E. (2003, p.74)
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Exercício proposto 
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