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* FISIOLOGIA DO APARELHO DIGESTÓRIO EM RUMINANTES DISCIPLINA DE FISIOLOGIA VETERINÁRIA PROF. DR. NEI MOREIRA MONITORA: BRUNA MENEGATE NASCIMENTO * * * * * ANATOMIA FUNCIONAL DO ESTÔMAGO DOS RUMINANTES Pré-estômagos: rúmen, retículo e omaso Estômago verdadeiro: abomaso Inervação: - vago (parassimpático) - esplâncnico (simpático) Proporção de fibras aferentes/eferentes: -10:1 nos nervos vagos -3:1 nos nervos esplâncnicos * * * BENEFÍCIOS DA DIGESTÃO DOS RUMINANTES Uso de dietas que podem ser muito fibrosas; Capacidade de desdobrar a celulose Síntese de proteína microbiana de alto valor biológico, a partir de proteínas vegetais de baixo valor biológico; Garante componentes das vitaminas do complexo B. * * * SUBSTRATOS DA DIETA: - Carboidratos: Não estrutural (amido e outros); Estrutural (celulose, hemicelulose e pectina) - Proteínas - Lipídios - Lignina (raramente fermentada) - Outros FERMENTAÇÃO MICROBIANA * A massa fermentativa Bactérias, fungos e protozoários; A maioria é de microorganismos anaeróbios estritos Quando há súbita mudança na dieta, necessita de duas semanas para que uma nova população de microorganismos se estabeleça. Fermentação da celulose e amido: Produção de CO2, CH4 e AGV * Vídeo: protozoários ruminais * * * * * * Fermentação da proteína da dieta PROTEÍNAS RÚMEN-DEGRADÁVEIS PROTEÍNAS RÚMEN NÃO-DEGRADÁVEIS - Proteínas naturais (ex. milho) - Proteínas protegidas (ex. tratamento através do calor) Síntese microbiana de proteínas (a partir de aminoácidos, amônia e esqueletos de carbono) Aproveitamento de proteínas de microrganismos mortos. * * Gases A produção de gases atinge um pico de até 40 L/h nos bovinos 2 a 4 horas após a ingestão de alimentos Os principais gases são: CO2 (60%), CH4 (30 a 40%), e quantidades variáveis de N2, com traços de H2S, H2 e O2. Ingestão alimentar IMS= 0,0025 PV+ 0,1LP IMS= ingestão de matéria seca PV= peso vivo LP= leite produzido em Kg por dia * Salivação Quantidade contínua e copiosa de saliva alcalina para tamponar os AGV ruminais; Reciclagem de uréia como fonte de NNP (nitrogênio não proteico) para a síntese de proteína microbiana e de fosfato para a síntese microbiana de ácido nucléico/núcleoproteína e fosfolipídeos de membrana; Agente umidificante; Possível agente antiespumante para o rúmen. * * MOVIMENTOS DOS PRÉ-ESTÔMAGOS Fragmentação mecânica das partículas e mistura com o conteúdo; Estimulam a absorção de ácidos graxos livres; Progressão do conteúdo Liberação de gases pela eructação * RÚMEN A superfície interna do rúmen consiste de pequenas papilas numerosas para absorção; Sempre em movimento; Controle do pH – saliva (regurgitação); Mucosa desprovida de glândulas; Ao nascimento 56 a 62% do volume do complexo gástrico correspondem ao abomaso; Após 3 meses 75% do volume gástrico recaem sobre o rúmen e retículo. A capacidade digestiva microbiana do rúmen depende, entre outras coisas, do seu volume. * * AÇÕES MICROBIANAS NO RÚMEN Digestão fermentativa: substratos degradados por bactérias, fungos e protozoários O nº total de bactérias nos pré-estômagos varia de 1010 a 1011 células por grama de ingesta. A maioria são anaeróbios estritos, apesar de também estarem presentes microrganismos facultativos. Fungos presentes no rúmen, têm papel importante na digestão das células vegetais. * Protozoários: 105 a 106 células por grama de conteúdo ruminal; presentes também no ceco e cólon. Maior parte ciliados (gêneros Isotricha ou Entodinium). Parede celular dos vegetais: celulose, hemicelulose, pectina e lignina. No caso dos ruminantes, o alimento é exposto a digestão fermentativa nos pré-estômagos, o que permite a utilização eficiente das paredes celulares vegetais Em resumo, através da fermentação no rúmen, um ruminante pode obter os nutrientes necessários para manter funções vitais biológicos. * RETÍCULO É o menor dos pré-estômagos, que atua como um "marca-passo” dos movimentos da ruminação. O interior é revestido por uma mucosa, cujos relevos dão um aspecto semelhante ao favo de abelha, e apresenta pequenas papilas. Comunica-se com o rúmen através de uma ampla abertura, com o omaso através de um estreito orifício e ainda com o esôfago através da goteira esofágica. * * OMASO Movimentos Função: não está completamente esclarecida. Uma possibilidade é que ocorra remoção dos AGV e bicarbonato residual da ingesta Superfície com “pregas”, aspecto “folhoso”. * * Abomaso Corresponde ao estômago verdadeiro ou glandular. Mucosa mais úmida, com pregas longas e altas. Os principais produtos secretados pelas glândulas do abomaso são: enzimas (pepsina e pepsinogênio), hormônios (gastrina), ácidos (HCl) e água. No bezerro, o abomaso secreta uma enzima específica para a digestão do leite, a quimosina (antiga renina), que coagula o colostro/leite, formando um coágulo de caseína e liberando o soro. * FENÔMENOS MECÂNICOS DO RÚMEN E RETÍCULO No bovino ocorre uma estratificação da ingesta ruminal Na porção dorsal do rúmen: zona gasosa Abaixo da mesma:zona sólida, partículas de forragem entrelaçadas Na porção inferior: zona líquida Entre as zonas líquidas e sólidas: zona pastosa Mastigação inicial retículo (zona de ejeção) zona sólida do saco dorsal fermentação, aumento da gravidade funcional específica zona pastosa zona de escape potencial orifício retículo omasal * * RUMINAÇÃO: ato de remastigar a ingesta ruminal. A regurgitação é o ato inicial da ruminação. REGURGITAÇÃO: contração reticular extra relaxamento do cárdia peristaltismo reverso no esôfago * O material regurgitado se origina da porção dorsal do retículo e possuí consistência característica da zona pastosa. * Bolo regurgitado boca compressão pela língua e bochechas deglutição da água e pequenas partículas (que afundam na zona de escape potencial) remastigação. * * FLUXO DE ÁGUA NA DINÂMICA RUMINAL A água, com maior taxa de trânsito do que o material sólido, leva as partículas pequenas e o material solúvel; Pouca água penetra no rúmen através da mucosa (escamosa, estratificada e aglandular); Durante a contração do saco ruminal ventral, o refluxo de seu conteúdo é acompanhado de um ruído rumorejante. Ausculta no flanco esquerdo: n° de contrações ruminais em minutos no boi 7 a 12, 7 a 14 na ovelha e de 6 a 16 na cabra. * FATORES: Ingestão alimentar: aumento da freqüência Estado de repleção: aumento do volume-elevação no nº de movimentos ruminais pH ruminal: muito alto ou muito baixo-diminuição da frequência * REGULAÇÃO NERVOSA DA MOTILIDADE DOS PRÉ-ESTÔMAGOS A queda no pH no abomaso, decorrente do aumento da secreção do suco abomasal, acarreta aumento da motilidade dos pré-estômagos. ERUCTAÇÃO Inicialmente, o cárdia é liberado da maior parte do conteúdo ruminal por duas contrações reticulares. Serve para a eliminação dos gases produzidos no rúmen e no retículo. * A PASSAGEM DE LÍQUIDOS PELO ESTÔMAGO DOS RUMINANTES Situação no ruminante lactante: canal esofágico: independente do tipo de líquido, este entra diretamente no abomaso; A perda do reflexo esofagiano no decorrer do crescimento não é total. Desencadeadores do fechamento do canal esofágico: sulfato de cobre para ovinos e bicarbonato de sódio (Na+) para bovinos. * OS MICROORGANISMOS Depois de uma neocolonização ou mudanças de alimentos, é necessário um intervalo de tempo de 2 a 3 semanas, até que se tenha formadouma nova população; Os protozoários são estritamente anaeróbios, utilizam vários hidratos de carbono para ganho de energia e produzem: ácido acético, butírico e lático; A colonização por protozoários no ruminante jovem necessita de contato com animais adultos. * * Obrigado pela atenção!
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