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AVC_Florais_COMPLETO_seguro

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Amor, Vida, Cuidado:
o Acidente Vascular Cerebral (AVC)
sob o olhar da família
Magda Spalding Perez
Contatos:
E-mail: avc@amorvidacuidado.com.br
Fone: (055) 51- 84220048 
Capa: Marcelo Spalding Perez
Produzido por: wwlivros / Tatiana Spalding Perez
Em: 2012
Sumário
Agradecimentos 
Prefácio
Introdução
AVC 
Amor
Vida
Cuidado
1. O impacto do AVC
- Deparar-se com as limitações
- Conviver com a deficiência
- Aceitar a nova situação
- Mudar hábitos e rotina
- Os novos sentimentos e questionamentos
- Enfrentando os medos
- As novas despesas
- Sonhos Interrompidos
2. Vivenciando a CTI
- A sintonia com médicos, enfermeiros e 
hospital
- A presença nos horários de visita
- A conversa e o toque
- O início do perdão
- O poder da palavra positiva
- A fé, a esperança e a persistência
- O respeito pela decisão do paciente
- O excesso de visitas
- Exposição de fotografias
- A rotina do paciente na CTI
- O descanso dos familiares
- A energização
3. No leito hospitalar
-Compreensão de cada etapa vivida
-Respeito ao paciente
-A observação dos procedimentos diários
-A presença da família
-A alimentação adequada
-A atenção às observações médicas
-Os cuidados básicos
-Acessórios necessários para casa
-Planejando o futuro – Criando ideias
4. Voltando para casa
-Gratidão por mais uma etapa vivida
-Tomando decisões antecipadamente
-O leito
-A cadeira de repouso
-A cadeira de rodas
-Materiais de higiene e conforto
-A alimentação
-Os cuidadores
-Acompanhamento médico
-Esquema organizacional na casa
-A doação por amor
-A união da família
-Respeito à privacidade do paciente
-A harmonização do ambiente
5. Transferindo o paciente
-Cuidados ao transferir o paciente
-Movimentando e transferindo para a cama
-Transferindo para a cadeira de rodas
-O pano móvel ou similares
-O uso do Lift (Guincho)
-O cuidado na transferência para o veículo
-Confiança do paciente pós-transferência
-Satisfação do paciente pós-transferência
6. Acessibilidade no lar e no veículo
-Adaptações básicas na casa
-O acesso à mesa de refeições
-O lugar especial na sala de estar
-O dia a dia à altura do paciente
-Acessibilidade facilitada ao veículo
-Opções de adaptações especiais
7. Necessidades fisiológicas
-Facilidades à disposição do cuidador
-O uso de fraldas, a escolha e o cuidado
-O uso da cadeira higiênica
-Adaptações no banheiro
-A naturalidade e a paciência
-Controle na rotina do paciente
8. O banho e a higiene
-A higiene matinal
-A higiene bucal
-O cuidado com os pés e com as mãos
-O banho de leito
-O banho de chuveiro
-A vaidade do paciente
9. Cuidados com a pele
-Acessórios de conforto
-Mudança de posição do paciente
-A observação e os sinais de alerta
-A escara como desafio
-A higiene e o cuidado com as escaras
-Os curativos e o acompanhamento médico
10. Vestuário
-Acompanhando a temperatura externa
-Extremidades frias
-Conforto do paciente
-Facilidades no vestuário
-Facilitando vestir o paciente
-A escolha das cobertas
11. A noite
-A falta ou excesso de sono
-A troca de horário e a falta de rotina
-As trocas noturnas
-O relaxamento antes de dormir
-O quarto do paciente e seus referenciais
-A presença do cuidador no quarto
-Os sonhos e seus benefícios
12. O toque, a intimidade, o afeto
-A importância do toque na CTI
-O abraço, o carinho, a troca de energia
-O Bom dia e o Boa noite
-A paciência com a fala limitada
-A comunicação pelo olhar
-A nova intimidade do paciente
-O casal como unicidade de amor
13. Sociabilidade
-A interação do paciente com a família
-O estímulo da família
-Confraternizando em família
-A visita aos amigos e familiares
-Os passeios na rua, no shopping, na praça...
-Programar uma pequena viagem
-Realizando os sonhos do paciente
14. Participação do paciente
-Encarando o diagnóstico
-Compromisso com o tratamento
-Situando o paciente no tempo e no espaço
-Participando das decisões a seu respeito
-Atualizando o paciente
15. Limitações, frustrações, incapacidades
-Conviver com a limitação
-Adaptando-se com sabedoria
-Sentimento de impotência e incapacidade
-A apatia e a prostração
-As frustrações
-A ação através da mente e do coração
16. A vida continua
-A normalidade
-A permanência dos hábitos familiares
-A fé remove montanhas
-O poder da oração
17. Reabilitação Cognitiva
18. Cuidando do cuidador 
-Mensagem aos cuidadores
19. A história de José Amado por todos nós
20. Telefones úteis
21. Links de produtos
22. Links diversos
23. Sugestões de Livros
24. Fotos de José Amado
Aos médicos,
Dra. Magdalena Schmitt Laser (Neurologista)
Contar com sua sensibilidade e dedicação desde
os primeiros diagnósticos de AVC do Zeca, quando
muitos não acreditavam que ele sobreviveria, e você
persistia, fez toda a diferença em nossa caminhada.
Acreditar que existia pelo menos uma chance,
não desistir, ser sensível ao nosso propósito de
voltarmos para casa, com ele, nos trouxe a certeza do
quanto você é uma excelente médica.
Você usou sua sabedoria e nós, doses de muito
Amor, Vida e Cuidado. Você é um Ser e uma amiga
muito especial.
Sem sua contribuição, doação e incentivo,
certamente este livro teria ficado guardado nos
arquivos de meu computador.
Dr. Gerson Perondi (Neurocirurgião)
Dr. Alfeu Roberto Rombaldi (Cardiologista)
Dr. Danilo A. Lima de Barros (Cirurgião Geral)
Dr. Antônio Carlos Weston (Cirurgião Gástrico)
A todos vocês, pela disponibilidade, carinho e
competência, minha eterna gratidão.
Agradecimentos
Aos profissionais,
Anelise Oliveira (Fonoaudióloga)
Por sua alegria contagiante, sua paciência e
determinação. Você devolveu ao Zeca seu maior prazer,
comer. Você nos deu a chance de ouvi-lo falar lindas
palavras e facilitou muito nosso dia a dia.
Luiz Alberto Bandeira Christófoli (Massoterapeuta)
Por sua convivência, sua habilidade e sua busca
contínua de uma recuperação cognitiva de qualidade.
Você foi para o Zeca um terapeuta e um amigo.
Muito Obrigada.
“Cada pessoa que passa em nossa vida
passa sozinha e não nos deixa só 
porque deixa um pouco de si
e leva um pouquinho de nós. 
Essa é a mais bela responsabilidade da vida
e a prova de que as pessoas
não se encontram por acaso.”
Charles Chaplin
Prefácio
Conheci Magda Spalding Perez em 2007,
quando José Amado Perez, seu esposo, foi internado
aos meus cuidados por ter sofrido um AVC. Nosso
primeiro contato foi como o que tenho com todas as
famílias de pacientes graves, ou seja, nos reunimos na
ante-sala da CTI, eu, Magda e os filhos, para que eu
desse as más notícias: seu esposo e pai tinha sofrido
um AVC extenso, causado pela obstrução de um vaso
importante da circulação cerebral, causando a lesão de
grande parte do hemisfério direito, o que era
irreversível e deixaria, na melhor das hipóteses,
sequelas terríveis, que incluiriam a paralisia de todo o
seu lado esquerdo do corpo.
Naquele momento, esperei pela reação
habitual de desespero e desesperança que
habitualmente se segue a esta notícia. Mas não foi o
que aconteceu. Magda e os filhos, amparados por ela,
permaneceram firmes, atentos a minha explicação e,
quando terminei, a pergunta foi: “Muito bem, doutora,
e quais são as nossas alternativas? O que podemos
fazer para ajudá-lo a melhorar?” Neste momento senti
revigoradas minhas forças para voltar lá e enfrentar
aquela situação com tão poucas possibilidades de uma
resposta terapêutica satisfatória.
Senti que precisava devolver aquele esposo e
pai para aquela família, mesmo que isto significasse
que voltaria com sequelas graves. Eles estariam
prontos para recebê-lo. E minha impressão foi sendo
confirmada dia após dia, a cada visita, assistindo
àquela esposa e filhos tão presentes e dedicados,
trazendo força para o meu paciente, o José Amado,
tão amado, a se recuperar. Havia um
motivo para que
ele quisesse se recuperar. Havia para onde voltar. Não
havia medo pelo futuro nos olhos dos seus, mas sim
alegria e vibração a cada pequena conquista. Quando
abriu os olhos pela primeira vez, quando moveu seu
polegar pela primeira vez, aquele com que passou a se
comunicar tão bem, e quando disse “Magda” pela
primeira vez. Havia vibração quando ria, quando
chorava, quando se sentia feliz com o que faziam por
ele e até quando reclamava, demonstrando que tinha
sua própria opinião.
Neste livro, Magda Spalding Perez usou de
toda a experiência que adquiriu no cuidado de seu
esposo, ao longo dos 3 anos que esteve ao seu lado,
vivendo com ele e para ele, para que outras esposas,
filhos, mães, irmãos, irmãs ou quem quer que tenha
um ser amado na situação em que o “Zeca” esteve
possa dar a ele o mesmo cuidado, amor e atenção que
ele recebeu, com muita alegria e sem medo.
Nada é impossível se houver amor!
Dra. Magdalena Schmitt Laser
Médica Neurologista/UFRGS/1990
Era uma vez um menino, moreno, cabelinho
de índio e uma menina clara, cabelos ondulados, duas
crianças, 12, 13 anos aproximadamente, vizinhos e
amigos. Ele já apaixonado. Ela, esperando encontrar
seu príncipe encantado, demorava um pouco a
perceber que não resistiria aos encantos deste menino
e que um dia ele passaria a ser seu rei...
Assim nasceu nossa história de amor quando,
em 8 de março de 1975, eu disse sim e começamos a
namorar; em poucas semanas já planejávamos um dia
nos casar. Seguimos todos os passos, noivamos dois
anos depois e em 1979 casamos, ele com 20 e eu com
19 anos, numa cerimônia de conto de fadas
especialmente preparada por minha mãe, numa festa
inesquecível onde juramos “amar e respeitar na
alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a
morte os separe”. Nosso amor cresceu ao longo dos
anos, ultrapassou fronteiras, acreditamos ser um amor
eterno, para todo o sempre e por muitas existências.
Comemoramos dias, meses e anos de namoro, sempre
na certeza de que entre nós existe um AMOR DE
ALMAS.
Introdução
Caminhamos juntos, e não tivemos apenas
boas colheitas, eu já tinha perdido meu pai e ele, aos
18 anos, perdeu o dele, ficamos sem nosso referencial
masculino. Com um ano de casados tivemos o
privilégio de receber o espírito mais puro e mais terno
de uma menininha, Fernanda, que nasceu com
cardiopatia congênita e faleceu com oito meses de
vida. Foi nossa primeira queda, mas unidos, cheios de
esperança e com uma vida inteira pela frente, jovens,
sem medo da vida, erguemos a cabeça e seguimos
ainda mais reforçados em nosso amor. Onze meses
depois nascia Marcelo, um indiozinho, cabeludo e
igual ao pai, sério e carrancudo. Um filho não substitui
o outro, mas o amor dedicado a ele, a paixão por ele,
os cuidados e a alegria de sermos pais novamente nos
fazia sentir uma enorme felicidade. Nosso senso de
família voltava.
Marcelo estava com dois anos e três meses
quando chegou o Eduardo, outro menino lindo, de
testa grande, olhos negros, pele clara, com traços de
minha família. Agora éramos eu e três homens, Dudu
(como Marcelo o apelidou) era um anjo, era um
espírito de luz que trouxe paz, harmonia e alegria ao
nosso lar. Cresciam e cada um apresentando suas
características pessoais, Marcelo mais compenetrado,
sempre com livrinhos pela mão, adorava montar
jogos, quebra-cabeças, brincar com comandos em
ação. Eduardo, levado demais, era audacioso, sapeca,
sorria o tempo todo, adorava suas luvas de box, suas
máscaras e fantasias. Era uma família completa, mas
faltava a nossa menininha. Para o Zeca, o time já
estava completo, temia pela saúde de um novo bebê,
eu sentia que não, que a menina fazia parte dos meus
sonhos, era como se buscasse a Fernanda de volta
para nossa casa.
E assim, por uma benção, nasceu a Tatiana, a
princesinha da casa, moreninha, olhos escuros,
cabelos castanhos. Com temperamento da mãe,
desde pequena colocava ordem na bagunça e não
deixava os manos comandarem, sabia o que queria,
com voz rouca, independente e prestativa.
Assim vivemos felizes, compramos uma casa,
proporcionamos aos nossos filhos brincar no pátio,
correr, jogar bola, serem CRIANÇAS como nós fomos.
Era muita felicidade, até que em 1992, quando eles
estavam respectivamente com dez, sete e quatro
anos, fui diagnosticada com Linfoma no-Hodgkin, um
tipo de câncer linfático que me levou a longo
tratamento de quimioterapia e radioterapia.
Para o Zeca o mundo tinha desabado: ele foi
claro, sem mim não conseguiria viver com as crianças.
Senti que com minhas próprias forças e minha vontade
necessitava despertar meu sentimento de autocura e
sobreviver ao câncer. Tracei metas, criei sonhos, pedi
muito a Deus a chance de ver a Tatiana estar com dez
anos, e passado o impacto do resultado da biópsia
encarei o tratamento, buscando todos os recursos
médicos, naturais e espirituais que me levavam a
acreditar que ficaria curada.
Venci a primeira etapa. Cinco anos depois, a
doença retornou, eu não me sentia doente, mas tinha
uma doença, retomei o tratamento, e novamente
acreditei, não desisti e transmutei a doença. Publiquei
meu primeiro livro - Câncer uma esperança de vida -
e passei minha experiência para muitas pessoas na
mesma situação em que eu me encontrava. Considero
que três pontos foram fundamentais, a fé, a
competência dos médicos e minha família.
O Zeca um grande amigo e companheiro,
respeitava meus limites, me auxiliava, cuidava das
crianças, sofria calado, como sempre. Meus filhos de
crianças passaram a adolescentes e amadureceram
responsáveis, ponderados, unidos pelo sofrimento e
preparados para um dia me perder. Assim
imaginávamos, um dia eu os deixaria.
A vida mudou de curso e em 2003 o Zeca
passou por uma crise nervosa, foi afastado do
trabalho, ficou sob nossos cuidados em casa e vivemos
momentos de muita tensão, confusão,
questionamentos, dificuldades financeiras, um
vendaval em nossa família.
Auxiliado pelo psiquiatra ele foi se
recuperando, eu diminuí significativamente minhas
atividades e começamos a passear e usufruir um
pouco da vida. Era uma tentativa de resgatar sua
vontade de viver, de lhe mostrar que nós já havíamos
vencido outras barreiras, lado a lado as superando e
prontos para seguir em frente.
Em 2007, quando tudo parecia mais
estabilizado, o Zeca, com 49 anos, sofreu um Acidente
Vascular Cerebral, AVC, que o deixou em estado de
total dependência. Depois de estar em coma por dias
e ser desenganado pela equipe médica ficou
tetraplégico por mais de três anos, vivendo entre a
cama e a cadeira de rodas.
Certamente nossa bagagem anterior serviu de
base para que construíssemos agora estratégias firmes
e corajosas na missão de cuidadores, enfermeiros do
lar.
O AMOR brotou em cada coração, entre eu e
meus filhos a união foi espontânea e juntos decidimos
o levar para casa o quanto antes e lhe ofereceríamos
a melhor qualidade de vida possível.
Eu passei de frágil à gigante, dediquei vinte e
quatro horas de cada dia a ele e vivi para cuidá-lo,
para ajudá-lo na recuperação enquanto ele
necessitasse. Optamos por cuidar entre a família.
Filhos, genro e noras foram incansáveis, uma equipe
que foi descobrindo caminhos, usando da imaginação,
criando e reinventando a vida. Foi muito trabalho,
dúvida, sono, cansaço, misturados com muito sorriso,
amor, amizade, alegria e superação. Estávamos vivos
novamente, e ele também.
Ao longo do tempo fui fazendo apontamentos
sobre nossa rotina, nossa tarefa de enfermeiros do lar,
nossas dificuldades e nossas descobertas para
posteriormente organizá-los num livro, na esperança
de auxiliar famílias e cuidadores de pessoas
dependentes.
Não tenho a intenção de deixar nestas
páginas nossa história pessoal, mas sim o nosso
aprendizado diário. José nos ensinou uma bela LIÇÃO
DE AMOR e RESIGNAÇÃO.
Com paz no coração, dedicação e boa
vontade, sobretudo com felicidade
por estar junto
daquele que me escolheu para viver ao seu lado
por toda sua vida, passo a vocês algumas
sugestões de como enfrentar o AVC com AMOR,
VIDA e CUIDADO.
”Sou aquela mulher que fiz a escalada da 
montanha da vida
removendo pedras e plantando flores.”
Cora Coralina. 
A V C
AMOR, VIDA , CUIDADO.
“A cada dia que vivo, mais me convenço de que o 
desperdício da vida está no amor que não damos, nas 
forças que não usamos, na prudência egoísta que nada 
arrisca, e que, esquivando-nos do sofrimento, 
perdemos também a felicidade.” 
Carlos Drummond de Andrade
Precisamos amar como se não existisse o
amanhã, entregar-se de coração aberto e estarmos
dispostos a perdoar qualquer desavença que haja
entre nós e o paciente. Somente com AMOR
verdadeiro teremos forças suficientes para
caminharmos ao seu lado e sermos companheiros,
amigos e cuidador. Acesse sua fonte inesgotável de
amor, libere qualquer impedimento da sua
manifestação do amor incondicional, do amor que
cuida, que protege, que acalma, que motiva. Respire
amor, vibre amor, sinta o amor, seja um semeador
de amor. Amor, amor, e muitas doses de mais amor,
amor, amor...
“O homem não morre quando deixa de viver, mas sim 
quando deixa de amar.”
Charles Chaplin
Amor
Ser infeliz é muito fácil, o difícil mesmo é ter
coragem para ser feliz. O nosso propósito agora é ter
coragem de transmitir felicidade ao nosso familiar,
dar a ele qualidade de vida mesmo com muitas
limitações físicas, dependente, ele merece receber o
melhor de nós, o melhor dele mesmo. É hora de
buscar soluções que se adaptem à nova situação de
vida, proporcionando ao paciente conforto,
satisfação, dignidade e respeito. O simples fato de
ele estar VIVO é um presente DIVINO, vivencie
intensamente cada momento ao seu lado e se
entregue, deixe que o Universo Cuide dos Detalhes.
”Afinal, o propósito da vida é vivê-la, tirar o maior 
proveito possível de todas as experiências para buscar 
ansiosamente e sem medo outras experiências
mais novas e mais ricas.”
Eleanor Roosevelt
Vida
Cuidar com sentimento de amor, com
dedicação e com alegria deixa nossa tarefa mais leve
e propicia um bem-estar enorme ao paciente. Se
encararmos esta missão como uma experiência de
vida, como uma oportunidade de crescimento
espiritual, tiraremos uma bela lição deste convívio
diário. Nada acontece por acaso, se você está junto
ao paciente, na mesma família, se estreitaram seus
laços de amor, agradeça por ter força, saúde e
coragem para atravessar mais esta etapa. Um novo
aprendizado se inicia através da sua entrega, do seu
desprendimento e de sua sabedoria interior.
“Você encontra a verdadeira alegria e felicidade na vida 
quando você dá, dá, continua dando 
e nunca avalia o custo.”
Eillen Caddy
Cuidado
É inevitável que o AVC cause um impacto no
paciente e em seus familiares. Cada pessoa sente este
primeiro momento de uma forma diferente,
vivenciando o inesperado e desencadeando dentro de
si um vulcão de sensações. Entre elas estão: as
limitações, a dependência, o novo, as mudanças,
sentimentos negativos, questionamentos, os medos,
as despesas e os sonhos interrompidos.
Somos tomados por um forte sentimento de
incapacidade e impotência quando nos damos conta
de que pouco é possível fazermos, mas uma força
interior nos faz acreditar que temos saída, que existe
alguma chance e que se orarmos e tivermos fé,
podemos encontrar resultados bem melhores do que
os esperados. Sem desespero, sem revolta e sem
questionamentos interiores acesse suas forças e com
muita coragem enfrente o que estiver por vir de
cabeça erguida e amor no coração.
Este é um momento onde atitude e equilíbrio
fazem o percurso desta caminhada completamente
diferente.
1. O Impacto do AVC
Ao socorrer ou saber que um familiar sofreu
um AVC, imediatamente pensamos na possibilidade de
que ele fique com um lado do corpo paralisado, sem
fala, sem andar, ou tantas outras sequelas de que já
tenhamos ouvido falar. Estas primeiras impressões
disparam uma série de pensamentos negativos que
nos impedem de ver a situação numa perspectiva
ampla e serena.
Não podemos tirar conclusões precipitadas, é
necessário buscar informações corretas, cabe aos
médicos avaliarem as possíveis limitações e sequelas
deixadas pelo Acidente Vascular Cerebral, assim como
as chances de recuperação deste paciente. Respostas
exatas e precisas não existem, apenas em sua
expectativa, as notícias vão surgindo de acordo com a
evolução do quadro apresentado por seu familiar.
Confie, acredite, pense no melhor, não desista
e abrace esta causa com seu familiar. Informe-se,
tenha interesse e manifeste sua opinião ao médico, o
ponto de vista da família e o desejo do paciente são
fundamentais. É muito importante sua sintonia com o
médico, faça a sua parte e entregue a ele o que lhe
compete.
“As pessoas costumam sofrer mais do que 
a situação exige.” Roberto Shinyashiki
Deparar-se com as limitações
Passar por determinadas experiências na vida
sem aceitá-las torna o fardo bem mais pesado.
Conviver com a deficiência, seja qual for, é uma
questão de adequação, assim como todas as
transformações em sua rotina lhe parecem difíceis,
aceitar em seu núcleo familiar, em sua casa, alguém
com dificuldades que até agora só pareciam existir
para os outros não é nada fácil, mas faz parte desta
caminhada, principalmente dos cuidados com
dedicação, carinho, doação e respeito.
Aos poucos vamos nos encaixando nas
necessidades deste familiar, vamos nos colocando em
seu lugar e logo estamos erguendo bandeiras em
defesa desta causa.
Passamos a enxergar estas pessoas como
ESPECIAIS, e muito especiais, não apenas fisicamente,
mas especiais ao nosso coração. O AMOR ultrapassa
qualquer barreira.
“O corpo é um templo de Deus e todas as suas partes e 
aspectos são perfeitos.”
Kristin White
Conviver com a deficiência
A vida é feita de adaptações, umas melhores,
outras, nem tanto. O novo assusta, não sabemos como
lidar com o desconhecido, tememos nosso fracasso.
Aceitar a situação não é agradecer por ela ter
acontecido e nem ficar feliz com isso, mas
compreender que com resistência vai ficar ainda mais
difícil e lutar contra um fato já ocorrido não nos leva a
nada. Quanto mais negarmos a verdade, menos
condições teremos de auxiliar nosso familiar.
Abençoe e agradeça pela vida do paciente,
celebre por estarem juntos mesmo que algumas
sequelas persistam e provoquem ansiedade em todos.
Seja receptivo ao novo e estimule seu familiar a
enfrentar as mudanças sem receio, transmita-lhe
segurança e apoio.
Vibre bons pensamentos, seja agregador neste
momento e enfrente os desafios da vida com
sabedoria e inteligência emocional.
“Tudo depende de como vemos as coisas e não de 
como elas são.”
Carl Jung
Aceitar a nova situação
Mudanças são necessárias, mexer com nossos
hábitos arraigados, nossa rotina organizada, nossa
agenda, nem pensar... Vamos quebrar padrões sim,
precisamos fluir como água na pedra, pelo AMOR ao
nosso familiar nossa vida não será mais a mesma,
nossa rotina será alterada e tudo entrará na mais
perfeita ordem com o passar dos dias, meses ou anos.
A doação exige entrega, desprendimento e
incondicionalidade.
Com objetividade e organização entre os
cuidadores as adaptações do dia a dia podem
acontecer de forma menos invasiva e mais suave.
Converse com sua equipe, de comum acordo todos
serão beneficiados, cuidadores e, principalmente,
paciente. Adequar-se a esta nova rotina é uma
questão de tempo, bem pouco tempo e tudo volta a se
encaixar. Boa vontade, tolerância e paciência são
fundamentais nesta hora. Afinal, você está ou não está
disposto a doar-se?
“Deus nos concede, a cada dia, uma página de vida nova no 
livro do tempo. Aquilo que colocamos nela,
corre por nossa conta.”
Chico Xavier
Mudar hábitos e rotina
O impacto do AVC provoca o surgimento de
sentimentos que pareciam adormecidos, como a
piedade, a raiva, a culpa, a indignação, a injustiça, a
autopiedade e a agressividade. Somos pegos de
surpresa, como isto aconteceu? E passamos a buscar
justificativas, respostas imediatas que sabemos não
existir. Acalme-se, equilibre-se, o foco principal é o
bem-estar de seu familiar, emita vibrações de amor,
saúde e cura, mesmo que ele não lhe entenda,
certamente ele sentirá.
Consumir suas energias com a revolta só lhe
causará danos maiores, você precisa de muita
vitalidade neste momento. Afaste toda negatividade.
Eleve seu pensamento. Ore. Vibre energias de Luz.
Proteja-se, inspire e expire profundamente três vezes,
mentalize uma luz branca em forma de cone descendo
sobre o topo de sua cabeça, envolvendo-o até os pés e
repita: “A Luz Branca de Cristo me envolve no AMOR
e na PAZ”.
“Nada garante que no futuro teremos uma vida melhor e 
mais feliz do que a que vivemos hoje.”
Dalai Lama
Os novos sentimentos e os questionamentos
O medo de perder, de fracassar, de não
conseguir, de não saber cuidar, de não ter tempo, de
não conseguir manter, o medo de sentir medo, o
medo, o medo... São tantos que surgem de uma hora
para outra, invadindo nosso Eu sem pedir licença. A
insegurança cresce numa tentativa de diminuir suas
forças, desanimá-lo, desestruturá-lo para seguir seu
compromisso como enfermeiro do lar, mas a certeza
de estar no caminho certo e proporcionando bem-
estar ao paciente familiar o torna um verdadeiro
gigante.
Cabeça erguida e siga adiante, enfrente seus
medos despertando seu GUERREIRO INTERNO, sua
força interior, seu EU mais profundo. Aquele Eu que
acolhe, abraça, AMA, incentiva, motiva, cuida, que
tudo pode, que tudo crê e tudo consegue. A partir de
agora este GUERREIRO estará sempre ao seu lado,
você não sentirá medo. Você pode até balançar, mas
não cairá. Acredite, tenha muita força e coragem,
Confie no Poder Divino. Você não está sozinho.
“O homem não consegue descobrir novos oceanos até que 
tenha a coragem para perder a terra de vista.”
Anon
Enfrentando os medos
O medo da escassez. Medo social do
momento, não ter condições financeiras para manter a
nova situação. Quem tem saúde é rico por natureza,
assim diz o ditado. O impacto de um familiar
hospitalizado, necessitando de cuidados médicos,
medicações e de muitos cuidados especiais em casa
gera uma grande insegurança, mas a hora é de
ponderação e cautela, não se precipite. Espere o dia
de amanhã, espere os avanços, as necessidades
surgirem, pouco a pouco saberá a situação real.
É muito importante organizar-se, peça ajuda
se não estiver em condições de fazer isto sozinho. No
principio as despesas são em maior volume, são os
primeiros acessórios, mudanças básicas na casa,
medicações, consultas, tratamentos paralelos, aos
poucos tudo se normaliza e se encaixa.
Faça uma coisa de cada vez. Lembre-se de que
a Abundância está disponível para todos. O Banco da
Divina Providência é Inesgotável.
“Porque aprendi, que a vida, apesar de bruta, é meio 
mágica. Dá sempre pra tirar um coelho da cartola.”
Caio Fernando Abreu
As novas despesas
A possibilidade de ter que abrir mão de seus
sonhos mais imediatos é outro impacto gerado
quando um familiar sofre um AVC. Paciente
dependente, despesas novas, rotina nova... Muitas
vezes foram anos de planos, preparo e num piscar de
olhos a vida está de cabeça para baixo, enxergamos
tudo de ponta cabeça e passamos a ter certeza de que
por mais otimistas que sejamos a realidade está ali, e é
melhor recomeçarmos com outros planos.
Mas o mundo dá muitas voltas, as coisas
acontecem na hora certa e no momento certo, nada
acontece por acaso. Os mistérios do Universo em que
vivemos ainda são incompreendidos, certamente as
peças deste quebra cabeça se encaixam
perfeitamente, nós ainda não conseguimos uni-las e
obtermos uma visão total de nossa vida e nossas
experiências ao longa desta existência.
Continue sonhando, planejando e
incentivando seu familiar a sonhar. SONHEM juntos,
reinventem a vida com amor. Tente ser feliz, você é
merecedor.
“Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta 
roseiras e faz doces. Recomeça.”
Cora Coralina
Sonhos interrompidos
O Centro de Tratamento Intensivo já traz em
seu nome a necessidade de um acompanhamento
permanente ao paciente. Se nosso familiar foi
encaminhado para lá certamente inspira cuidados
especiais. A ansiedade toma conta de amigos e
familiares, o estar distante, não poder ver, tocar,
sentir ou ouvir o paciente gera o medo da perda.
A estrutura técnica de excelente qualidade
que leva enormes benefícios, alívio e conforto ao
paciente, em contrapartida deixa-nos perplexos. São
aparelhos, tubos, bips e o tempo parece não passar,
os segundos viram horas e as horas parecem dias.
Quando temos acesso ao paciente os minutos são
limitados e queremos tomar conhecimento de tudo o
que aconteceu em nossa ausência, perdemos
preciosos instantes de estarmos ao lado do paciente,
segurando sua mão, motivando-o ou apenas orando.
É preciso saber conviver com a CTI, respeitar e
acreditar em seus profissionais, ser gentil, agradecido
e não perturbar o trabalho desta equipe responsável
por nosso familiar. A nós cabe Orar, estar presentes e
emitir boas vibrações ao paciente, deixando no
ambiente harmonia, amor e paz.
2. Vivenciando a CTI
Somos tomados por um sentimento de total
impotência. Por maior que seja nosso conhecimento e
nosso equilíbrio, quando nos deparamos com os
enigmas do AVC, familiar necessitando passar pela CTI,
perdemos completamente o controle da situação.
Neste momento cabe a nós buscarmos nos médicos,
nos enfermeiros e no hospital escolhido a confiança
para realizarem um trabalho cuidadoso e competente.
Respeite a equipe da CTI, se algo lhe
desagrada evite discórdias, queixas, busque o
profissional que coordena os trabalhos e exponha seu
problema. Conversando, trocando ideias você
soluciona pequenas questões que muitas vezes são
geradas pelo estresse emocional ao qual estamos
submetidos. Sermos aliados dos profissionais da saúde
só nos favorece, mesmo que muitas vezes
questionamentos, revoltas e indignações tomem conta
de nossa razão. Precisamos deles, e unir forças traz
benefícios ao paciente. Procure ser amigo dos
médicos, converse, esclareça suas dúvidas, demonstre
seu interesse em abraçar a causa junto com eles para
que possam seguir lado a lado nesta caminhada.
“A confiança é contagiante. A falta dela também.”
Michael Brien
A sintonia com médicos,
enfermeiros e hospital
Nos Centros de Tratamento Intensivo as
visitas são controladas, os horários são reduzidos e
poucas pessoas podem entrar a cada vez. Ali é preciso
silêncio nos corredores, PAZ, desta forma
proporcionamos uma melhor qualidade a recuperação
do paciente que necessita de cuidados e repouso
especial. Mas a presença da família em todas as visitas
oferecidas pela CTI é fundamental, mesmo em coma
devemos vê-lo. A presença de pessoas mais próximas
e a constância de uma mesma pessoa em todas as
visitas cria um vínculo de segurança e afeto com o
paciente. Ele já está longe da família, longe de casa, é
preciso que se sinta amado, que ouça a voz das
pessoas e o incentivo destas.
A família deve organizar-se, decidir quem
estará presente, quem será o ELO principal, mas não o
deixem sozinho. Se o tempo de CTI se prolongar,
façam escalas, dividam-se, mas a prioridade é o bem-
estar do familiar, ele necessita sentir seu toque, ouvir
sua voz, seu incentivo, seu interesse por ele, seu afeto
e sua paz interior.
“Se tu vens às quatro da tarde, desde às três eu 
começarei a ser feliz.” 
Antoine de Saint Exupéry
A presença nos horários de visita
Procure conversar com o paciente, diga-lhe o
quanto
ele é importante para a família, para os
amigos, para o mundo. Incentive-o a melhorar, a
confiar, a se envolver no seu processo de cura na
certeza de que você estará lá, ao seu lado. Diga eu te
amo, eu sinto falta de você, eu estou aqui com você,
conte sempre comigo, confie em Deus, você é muito
importante para mim. Não custa nada a você e pode
ser a chave para o despertar de seu familiar. Segure
em suas mãos, passe a ele boas energias, AMOR.
Deseje a ele uma Boa Noite, diga-lhe também
Bom Dia, comente sobre o tempo lá fora, quem veio
visitá-lo. Mesmo que saia com a sensação de que não
lhe escutou e nem lhe enxergou acredite que a sua
essência esteve ali com ele, e ele percebeu. Fale sobre
os horários de visita, explique a ele que sua ausência é
necessária, mas que logo você voltará para estar ao
seu lado novamente. Procure criar códigos, sinais,
gestos, piscar de olhos, você ficará surpreso com as
respostas que receberá ao longo dos dias.
“Quando fala o amor, a voz de todos os deuses deixa o céu 
embriagado de harmonia.”
William Shakespeare
A conversa e o toque
Falamos em culpa, mágoas, sentimentos
negativos. Muitas vezes estas situações acontecem na
família quando as pessoas estão em desavença,
melindradas, ou até mesmo guardam rancores em seu
coração que julgam nunca mais perdoar. Nunca
imaginamos que um dia possa acontecer dentro de
nossa casa, que será a vez de nossa família viver em
total harmonia, buscar através do AMOR
INCONDICIONAL a qualidade de vida de um paciente
dependente que precisa da harmonia no lar e de muita
paz.
Comece a elaborar o perdão. Se existe algum
desafeto seu com o paciente, uma mágoa, uma
relação diária difícil, uma convivência tumultuada,
agora virou passado. Perdoe, faça a oração do perdão
e sinta seu coração aliviado. Se estiver realmente
disposto a somar esforços em benefício desta pessoa,
ou pelo convívio saudável entre a equipe de
cuidadores, esqueça birras, você vai precisar de muito
AMOR, um AMOR incondicional.
“O perdão é um catalisador que cria a ambiência necessária 
para uma nova partida, para um reinício.”
Martin Luther King
O início do perdão
O ambiente hospitalar, principalmente o
Centro de Tratamento Intensivo, estão impregnados de
energias negativas, são pessoas doentes, sofrendo,
familiares aflitos e desesperados, profissionais
envolvidos por um trabalho exaustivo e muitas vezes
sem esperança de recuperação do paciente. A
PALAVRA tem um poder muito forte, não crie um clima
pior na sala de espera, não vibre conversas tristes e
lamentações. Se desejar recolher-se, procure um
santuário, uma capela, ore em silêncio.
Evite estar na CTI com pensamentos tipo - não
vai dar certo – ele não vai resistir – nem um milagre
ajudaria – perdi as esperanças. VIBRE LUZ, mentalize a
saúde, a cura, o bem-estar deste paciente. Mesmo em
coma o paciente pode estar lhe ouvindo, não o deixe
imaginar que está morrendo, que seu caso não tem
mais volta. Transmita-lhe apenas calma, harmonia e
boas energias. Acredite em MILAGRES, eles existem.
“E substituímos expressões fatais como - não resistirei - por 
outras mais mansas, como - sei que vai passar.” 
Caio Fernando Abreu
O poder da palavra positiva
Três aspectos que fazem toda a diferença
quando o paciente está no tratamento intensivo: Ter fé
de que tudo vai dar certo, que para Deus nada é
impossível. Ter esperança, enquanto houver ao menos
uma chance devemos acreditar que o quadro pode
mudar. Ser persistentes, não desistir. Se os familiares
firmarem compromisso nestas três metas, entreguem
aos profissionais tudo aquilo que não compete à
família resolver.
Confie, busque junto com os médicos todos os
recursos para a recuperação do paciente, muitas vezes
culpamos hospitais, enfermeiros, e nós? Estamos
realmente acreditando, esperando pelo melhor e
lutando com todas as nossas forças? Faça a sua parte,
só Deus sabe qual o final da história, não podemos
antecipá-lo e ele não conta o dia do fim para ninguém.
É preciso viver cada experiência, aprendermos com ela
para chegarmos ao crescimento espiritual.
“Cada vez que você ouvir que alguma coisa é incurável, 
tenha absoluta certeza de que isso não é verdade. Existe um 
poder muito maior do que tudo, 
o ESPÍRITO INFINITO está sempre presente.”
Louise Hay
A fé, a esperança e a persistência
Na CTI ficamos lado a lado com nosso familiar,
queremos um sinal, uma manifestação, e ele não
consegue nos dar um retorno. Os minutos parecem
eternos, o tempo não passa, a cada visita esperamos
uma resposta positiva do paciente e saímos
entristecidos, desanimados, queremos as coisas para
ontem. Tolerância e paciência com seu familiar, cada
um tem seu ritmo, seu tempo próprio, se seu familiar
está necessitando deste tempo para tomar alguma
decisão, devemos respeitá-lo. Não sabemos
exatamente o que está sentindo, se está disposto a
encarar esta caminhada repleta de curvas.
Talvez o paciente prefira ir por outro caminho
e deixar o acerto de contas para depois, não se sinta
pronto neste momento e é preciso dar este espaço a
ele para tomar sua decisão. Não o julgue, não o
questione, apenas lhe tranquilize de que aceita suas
escolhas e demonstre que estará ao seu lado se ele
ficar para enfrentar este obstáculo. Trate-o com
AMOR, carinho e deixe-o sentir sua presença. Ele vai
estar em Paz para fazer suas escolhas.
“A vida não exige das pessoas aquilo que elas ainda não 
têm condições de dar.” 
Zibia Gasparetto
O respeito pela decisão do paciente
Amigos, familiares, colegas e vizinhos, todos
querem compartilhar conosco este sofrimento, dividir
a dor e nos trazer conforto emocional. A família deve
receber com carinho na sala de espera, conversar, falar
sobre o estado de saúde do paciente, mas evite um
número excessivo de visitas na CTI. O tempo é curto, a
sala individual é pequena, se muitas pessoas
circularem rapidamente por ali o ambiente ficará
tumultuado, agitado e talvez o paciente não distinga
quem o visitou.
Considere os índices de infecção hospitalar e
os germes que circulam entre as pessoas, seja sincero,
os mais íntimos podem fazer um rodízio e entrar de
forma organizada, os demais fazem uma corrente
positiva na sala de espera e ficam no apoio aos
familiares. Os benefícios são para o paciente, afinal
todos ali desejam seu bem-estar. Em algumas ocasiões
o silêncio diz mais que mil palavras.
“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, 
mas na intensidade com que acontecem.”
Fernando Pessoa
O excesso de visitas
Uma ideia interessante para diminuir a
angústia do paciente na CTI é elaborar um cartaz com
fotos da família, do cachorrinho, da casa... Às vezes
parece inútil, fica colado na parede, ele não abre os
olhos, não enxerga, nem se importa. Mas insista, cada
vez que visitá-lo mostre o cartaz, diga quais fotos estão
ali, quem estava com ele, recorde com ele onde foi
tirada a foto.
Leve algum objeto que lhe transmita fé,
esperança, peça licença aos enfermeiros para deixar
sobre seu travesseiro, na parede, o importante é estar
com o paciente, fazer com que ele sinta a presença de
referencias suas. Mesmo em coma não desanime,
repita, insista, só ao acordar ele poderá lhe dizer se
estava lhe ouvindo e você terá lhe ajudado muito.
Vamos lá, a partir de agora será preciso criar, cantar,
sorrir, e ver nosso familiar feliz. Cabe a você encorajar
o paciente, trazer colorido aos seus dias cinzentos.
Todos juntos irão aprender a REINVENTAR a VIDA.
“Se amanhã o que eu sonhei não for bem aquilo, eu tiro um 
arco-íris da cartola. E refaço. Colo. Pinto e bordo.”
Caio Fernando Abreu
Exposição de fotografias
Os procedimentos adotados, as medicações
ministradas, a forma de higienização, a verificação dos
sinais vitais, a troca de posição do corpo, a hidratação
da pele, todos os aspectos referentes ao paciente são
de responsabilidade
da equipe do hospital e dos
médicos. Eles estão cuidando de nosso familiar, mas
você tem a oportunidade de visitá-lo várias vezes ao
dia para saber o que se passa com ele.
Tenha interesse, saiba se dorme bem, de
quanto em quanto tempo o movimentam, se a pele
está sem feridas, esteja ciente da situação. Seja gentil
com os enfermeiros, diga obrigado aos que dele estão
cuidando, sorria ao entrar, procure ser agradável.
Transmita à equipe médica e de enfermagem
o quanto o paciente que estão cuidando é uma pessoa
amada, desejada e especial e o quanto confia nos
cuidados desta equipe.
A troca entre família e profissionais faz parte
do melhor restabelecimento do paciente, eles estão
ao lado de quem tanto amamos, cuidando e
protegendo. Reclame menos e participe mais.
“Palavras bondosas e olhares de simpatia não 
custam nada ao doador, mas deixam 
atrás de si uma preciosa fragrância.”
Ellen G. White
A rotina do paciente na CTI
As horas passam, os dias seguem e já não
sabemos mais qual é o dia da semana. O cansaço toma
conta de nosso físico e a angústia sufoca o nosso
emocional, repousar passa a ser extremamente
necessário. Depois da última visita ao Centro de
Tratamento Intensivo não há razão para ficar na sala
de espera, acordado, perdendo todas as forças, é hora
de ir para casa, alimentar-se corretamente e relaxar.
Ore, entregue a Deus e à equipe responsável
os cuidados a seu familiar durante a noite, recarregue
suas energias, no dia seguinte precisa estar forte,
recuperado e cheio de esperança.
Ao longo do dia, mesmo que permaneça no
hospital entre as visitas a CTI, alimente-se
adequadamente, não se esqueça de ingerir líquidos,
use roupas confortáveis e calçados macios. Previna-se
para os cuidados futuros com seu familiar.
A única certeza que temos hoje é de que
amanhã será um novo dia, e que precisamos renascer
com ele.
"A gente tem, e se não tem, Deus dá, e se Deus não dá a 
gente inventa, você sabe."
Caio Fernando Abreu
O descanso dos familiares
Manter-se energizado ao longo deste período
irá lhe proporcionar maior leveza e harmonia para dar
os próximos passos, a importância de estar equilibrado
num momento devastador como este é fundamental.
Todos sentem, todos são sacudidos, uns sentem o
impacto mais forte, outros reagem de forma mais
otimista, mas ninguém fica isento das transformações
que envolvem a cada um.
Procure orar ao chegar em sua casa, eleve
seus pensamento ou apenas silencie . A preocupação
excessiva não soluciona nossos problemas e nem
esclarece nossas dúvidas. Ao tomar banho deixe que a
primeira queda de água leve todas as cargas negativas
embora, depois receba uma nova queda de água que
lhe cubra de proteção e serenidade, deite e repouse.
Use sprays harmonizadores de ambiente,
deixando seu lar aconchegante e acolhedor, envolva
sua casa numa pirâmide de luz branca, fique em PAZ.
“Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de 
pensar, mergulho em profundo silêncio: e eis que 
a verdade me revela.”
Albert Einstein
A energização
Superação, esta é a sensação ao ver nosso
familiar no quarto do hospital convivendo com a
família, vendo a luz do dia, o sol, a chuva, os barulhos
da cidade ou o canto dos pássaros. Passamos da
primeira fase deste jogo que a vida está nos
apresentando, passo a passo vamos compreendendo
suas peculiaridades e qual a melhor fórmula para
sairmos vitoriosos.
Pulamos obstáculos, vencemos barreiras,
superamos medos e estamos aqui, próximos ao
paciente, habilitados a avançarmos em novas tarefas.
Aqui você terá a oportunidade de conhecer as
técnicas básicas, as dicas e os macetes para enfrentar
as provas mais surpreendentes que lhe aguardam em
casa. Observar, estar atento a tudo e querer aprender
depende apenas de você.
O desconhecido sempre nos surpreende, mas
você também irá surpreender a todos e com amor,
boa vontade e doação em pouco tempo será um
especialista na arte de CUIDAR.
3. No leito hospitalar
Esta é a primeira de muitas vitórias, não
importa como chegou até aqui, o importante é que
chegou ao lado de seu familiar em recuperação,
continue na busca de seu objetivo maior, oferecer
qualidade de vida a este paciente dependente. Cada
etapa vivida é uma experiência adquirida, cada
obstáculo ultrapassado é um crescimento alcançado.
Agradeça aos médicos, agradeça aos
cuidadores, eles estiveram intensivamente ao lado de
seu familiar enquanto você organizava suas ideias e
sua rotina para enfrentar esta nova situação. São
papéis, burocracias, o abalo emocional e o impacto
que nos tira do eixo, estes momentos de CTI parecem
apenas avassaladores, mas são o preparo e o suporte
para resgatarmos nossa coragem e abraçar a nova vida
que se apresenta.
Com muita gratidão no coração, arregace as
mangas e mãos na massa. O jogo é longo e temos
muitos desafios a vencer pela frente.
“Uma viagem de mil milhas começa com um passo.”
Lao Tse
Compreensão de cada etapa vivida
O paciente está no conforto do leito
hospitalar e as visitas estão mais liberadas, mas ele
não está numa sala de estar, respeite seu estado,
mantenha silêncio, fale baixo, evite aglomerações no
quarto. Se ele ainda não estiver em plena lucidez ou
não estiver em condições de falar, tome frente ao
grupo e organize uma forma de levar apenas bem-
estar a este familiar.
Televisão, rádios e barulhos exagerados
devem ser evitados, ligue apenas uma música suave,
um programa de seu agrado e num volume muito
baixo. Se estiver em condições de conversar, deixe que
ele decida o que deseja ouvir, se quer descansar, se
quer ficar em silêncio... Atente-se à privacidade do
paciente não o deixando constrangido, em horários de
visitas cubra-o com um lençol, peça que as pessoas
aguardem do lado de fora enquanto realizam um
procedimento. Ninguém sabe até que ponto ele
compreende o que acontece ao seu redor dentro do
quarto.
Amar e cuidar, antes de tudo, é saber respeitar
os limites do outro.
“Quando se respeita alguém não
queremos forçar a sua alma sem o seu consentimento.” 
Simone de Beauvoir
Respeito ao paciente
Cuidadores, enfermeiros, técnicos, uma
diversidade de serviços e de profissionais estarão
disponíveis quando o paciente sair do hospital, mas
nem sempre temos a intenção de contratar uma
equipe, e muitas vezes não temos condições
financeiras de manter estes profissionais em nossa
casa. Cabe à família o papel de enfermeiros do lar, e
nossa vitrine é o quarto hospitalar.
Aproveite cada momento, não tenha vergonha
de perguntar, de questionar, de olhar e de aprender
como cuidam de seu familiar. Atenção aos
procedimentos, no banho, no vestir, no virar, no
transferir, nos sinais vitais, em todas as práticas
realizadas. Observe os profissionais trabalhando em
sua reabilitação, ainda no hospital, comece a elaborar
formas de atendimento no lar para que ele não perca
nada do que recebe em seu benefício, são médicos,
enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos,
nutricionistas, todos interligados na mesma causa.
Aqui você tem uma escola de bons cuidados,
não desperdice esta oportunidade, aprenda com quem
convive diariamente com pacientes dependentes.
“ A ignorância não é bem-aventurança, é negligência.”
Philip Wylie
A observação dos procedimentos diários
A família é a base de tudo, é a segurança do
paciente ao estar no leito hospitalar, é a certeza de
poder contar com seus amigos e parentes. Da mesma
forma que devemos respeitar seu estado e evitar
excessos de visitas num mesmo horário, precisamos
tomar cuidado para não deixá-lo sozinho na maior
parte do dia. Muitas vezes não é permitido que fique
um acompanhante 24h com o paciente dentro do
quarto, que seria o ideal para ele, esteja então
presente sempre que for liberada a visita.
Membros da família que moram com o
familiar, os que pretendem participar dos seus
cuidados em casa devem
criar com ele um forte
vínculo de CONFIANÇA. O paciente precisa saber que
pode contar com você, com esta equipe e que você vai
estar lá e vai caminhar ao seu lado em todas as
dificuldades, que existe uma organização entre as
pessoas para acompanhá-lo e auxiliá-lo.
A presença da família
Pacientes que não estão totalmente lúcidos necessitam
de motivação, segure firme em suas mãos, peça para
piscar os olhos, dar algum sinal, criem uma
comunicação pessoal entre você e seu familiar.
Sua presença não vale pela quantidade de
tempo que estiver do seu lado, mas muito mais pela
sintonia amorosa que existir entre vocês.
“Eu sou feita de tão pouca coisa e meu equilíbrio é tão frágil, 
que eu preciso de um excesso de segurança 
para me sentir mais ou menos segura.”
Clarice Lispector
Enquanto o paciente estiver no hospital não
nos compete alimentá-lo, podemos dar a alimentação
que veio para o paciente, mas não oferecer alimentos
por nossa conta. Você não está diante de uma situação
comum, às vezes, pelas sequelas deixadas no Acidente
Vascular Cerebral algumas áreas são atingidas e
dificultam o falar, o engolir, o mastigar e o respirar.
Pode ser uma sequela passageira, assim como pode
haver a necessidade do uso de uma sonda para
alimentá-lo, ou de um profissional para avaliá-lo e
ensiná-lo a comer sem engasgos e riscos.
Aos poucos, conforme o paciente é liberado
você pode conversar com o médico, nutricionista,
fonoaudiólogo e saber o que pode oferecer sem
causar danos.
As equipes estão preparadas, conhecem cada
caso individualmente e o paciente estará bem nutrido
e hidratado. Ele não está passando fome, a ansiedade
é por parte dos familiares, todas as providencias são
tomadas de acordo com suas limitações, neste
momento é preciso seguir regras.
Alimentação adequada
Nada pode ser ingerido sem autorização
prévia, NADA, nem golinho, nem pedacinho, nem um
pouquinho. SIGA as ORIENTAÇÕES, mesmo que lhe
cause uma grande aflição, RESPEITE.
Você pode causar um grande prejuízo ao seu
familiar a ponto de necessitarem levá-lo novamente no
Centro de Tratamento Intensivo. Não ofereça
ALIMENTO ao Corpo, ofereça AMOR à alma.
“Não tente forçar nada. Deixe a vida fluir livremente. 
Veja Deus fazer florescer milhões de flores todos os dias 
sem forçar os botões.”
Osho
Diariamente o prontuário do paciente passa
por várias atualizações, são observações, medicações,
sinais vitais, exames efetuados, situações
emergenciais, anotações sobre o paciente por cada
equipe nos diferentes turnos do hospital.
Este prontuário fica à disposição da equipe
médica, familiares não têm acesso a tais informações,
mas podem estar a par do que acontece conversando
com os médicos, interessando-se pelos resultados dos
exames, pelos planos e pelos progressos a respeito de
seu familiar.
Fique atento, você também é responsável,
observe se tudo está de acordo com o que o médico
solicitou, faça suas anotações também e repasse a ele
todas as informações que julgue importantes,
esclareça todas as suas dúvidas.
São poucos minutos reservados a lhe dar
atenção, são muitos pacientes, muitos locais de
trabalho, muitas vezes você espera ansiosamente pelo
médico um dia inteiro, quando ele chega você se
esquece de perguntar e não fala o que queria.
A atenção às observações médicas
Estes momentos são mágicos, o simples fato
de conversarmos com o médico, de ouvirmos algumas
palavras sobre nosso familiar e esclarecermos nossas
dúvidas é um alívio ao nosso coração e nos deixa
renovados para enfrentarmos o dia de amanhã.
A boa relação médico + família reflete
diretamente na recuperação, na serenidade e no bem-
estar do paciente.
“ O impossível torna-se possível quando 
as pessoas se unem a você. 
Quando você faz as coisas com as pessoas,
não contra elas, os incríveis recursos interiores 
do Eu Superior são mobilizados.”
Gita Bellin
Desenvolva suas primeiras habilidades como
cuidador, atente-se aos cuidados básicos necessários
no quarto, ao paciente e aos acompanhantes. A
equipe de higienização do hospital cumpre a sua parte,
cabe aos familiares darem continuidade a este
processo. Evite copos sujos, papéis de bala e comidas
abertas, procure manter com ordem e limpeza este
ambiente.
As infecções e as bactérias estão por toda
parte, solicite que lavem as mãos, que não larguem
objetos sobre a cama do paciente, que não o visitem
se estiverem com resfriados, gripes ou viroses.
Mantenha o paciente higienizado, se necessário
chame a equipe para trocá-lo. A aparência de seu
familiar deve ser a mais natural possível, cuide de seus
cabelos, de sua barba, de suas unhas e de sua pele.
O principal cuidado no leito é a mudança de
posição do paciente sem movimentos, solicite ajuda,
não se descuide, uma escara abre da noite para o dia,
mas leva meses para cicatrizar. PREVENÇÃO é o
melhor remédio.
“ O zelo é a manifestação do cuidado amoroso da alma que 
traz consigo uma luminosidade especial a 
tudo que empreendemos.” Sonia Cafe
Os cuidados básicos
Na infinidade da vida tudo é perfeito, pleno e
completo, depende do nosso ponto de vista. Estamos
prontos para avançar nesta caminhada, retornar para
casa é um momento muito especial e assim deve ser
cuidadosamente planejado, criado e executado em
nossa mente e em nosso coração.
Você pode escolher se seu trajeto será por
estradas sinuosas, perigosas, e sua viagem será tensa e
estressante, ou seguirá por estradas com curvas leves,
sem grandes riscos, com pequenos altos e baixos,
paisagens exuberantes, ar puro e sua viagem será com
prazer, gosto e satisfação.
Não há limites para sua imaginação, sua
energia constrói seu mundo, o mundo que deseja
oferecer a seu familiar. Escolha a simplicidade, sem
necessidade de luxo idealize para o paciente conforto,
bem-estar e serenidade.
REINVENTE a VIDA, seja criativo.
“ A imaginação é mais importante que o conhecimento.”
Albert Einstein
Planejando o futuro – Criando ideias
Praticidade, agilidade e organização. Antes de
nosso familiar receber alta precisamos preparar o
ambiente para recebê-lo. Não pense em grandes
modificações, apenas as extremamente necessárias.
Verifique suas reais limitações, se vai necessitar de
uma cadeira de rodas, se ela entra no banheiro, se
tem acesso fácil ao quarto onde ele vai ficar.
Pense na possibilidade de alugar os acessórios
como experiência, antes de comprá-los, somente com
o uso diário você saberá o que é mais adequado ao
familiar. Adapte a cama de acordo com sua limitação,
se deve ser hospitalar, se deve ter grades laterais, se o
colchão é confortável. Crie diferentes tamanhos de
almofadas, elas são importantes para sustentação do
tronco e para o conforto ao sentar. Dentro de suas
condições procure ter no mínimo um travesseiro de
silicone, evitam feridas e são muito confortáveis.
Se o paciente usar sonda, soro, medicações ou
fraldas, organize todo o material antecipadamente a
sua chegada na casa, evite imprevistos desnecessários.
Trace junto com sua equipe seus objetivos,
escalas de cuidado e divisão de tarefas.
“ O caminho mais curto para fazer várias coisas 
é fazer uma coisa de cada vez.” 
Samuel Smiles
Acessórios necessários para casa
Foram dias, semanas, meses de ansiedade,
receios, dúvidas e sombras. Noites em claro, idas e
vindas, refeições atropeladas, correntes de orações e
o tão sonhado dia de retornar para casa chegou.
Muitas vezes estes sonhos não são exatamente como
planejamos, mas a vida é uma obra de arte e nos
proporciona sermos as tintas de sua aquarela.
Ao nos depararmos com um familiar
dependente precisamos pintar as cores do AMOR, da
ALEGRIA e do COMPROMETIMENTO. Encoraje-se,
renove suas forças, abençoe o que passou e abrace o
que está por vir, agradecendo por estar novamente
em seu lar e ao lado de quem você
ama.
Celebre sua VIDA e seu renascimento. Escolha
suas cores e comece seu arco-íris, tente, invente,
acredite em você. Não sinta medo, tenha FÉ.
4. Voltando para casa
A felicidade de retornar para casa nos enche
de esperanças, nos faz acreditar que a situação está
bem melhor e que conseguimos vencer o que antes
parecia impossível. Estar novamente ao lado de um ser
amado e querido no convívio familiar recarrega nossas
energias vitais para seguirmos em frente, fortes e
criativos, dedicados e prontos para avançarmos sem
medo as dificuldades diárias.
Gratidão, você precisa ser eternamente grato
pelo fato de voltar ao lar, de trazer para casa seu
familiar e ter a oportunidade de cuidá-lo, ampará-lo e
amá-lo. Agradeça por sua saúde, por sua força, por sua
disponibilidade e sua boa vontade para engajar-se
nesta caminhada ao lado deste SER que necessita de
ajuda.
Fácil não é, em alguns momentos pode parecer
que você não suportará, mas nunca é dado o fardo
maior do que se pode carregar. Se existe amor, a leveza
supera a dificuldade. Lembre-se, estar em casa é uma
graça, uma benção Divina, um presente.
OBRIGADO! OBRIGADO! OBRIGADO!
“O tempo é o melhor autor, 
sempre encontra um final perfeito.
Charles Chaplin
Gratidão por mais uma etapa vivida
É extremamente importante traçar objetivos
claros sobre como vamos atender as primeiras
necessidades do paciente antes de levá-lo para casa.
Modificações práticas no ambiente e adaptações
imprescindíveis já devem estar prontas para sua
chegada. Seja receptivo aos novos hábitos, elabore
tabelas com horários de medicações, atividades e
procedimentos com o paciente.
Uma boa solução é estar sempre com uma
agenda atualizada, ela será sua segunda memória,
melhora sua organização e o ajudará a cumprir cada
tarefa com êxito e assiduidade. Cuide para preservá-la
e tenha o cuidado para que seja manuseada apenas
pelos cuidadores, ali estão detalhes do dia a dia e da
privacidade do paciente.
Preste atenção a tudo que seja diferente em
sua nova rotina, observe o que se passa com seu
familiar, como está a família, o que parece mais
tumultuado, onde você está sentindo mais facilidade e
assim no princípio vai lhe parecer bastante difícil, com
o passar dos dias nada mais lhe surpreenderá.
“ O mais importante da vida não é a situação em que 
estamos, mas a direção a qual nos movemos.” 
Oliver W. Holmes
Tomando decisões antecipadamente
O Acidente Vascular Cerebral pode deixar
sequelas mínimas ou muito significativas, e numa
variação de paciente para paciente, de acordo com as
limitações do seu familiar serão suas reais
necessidades diárias. Seguindo as orientações médicas
você vai montar uma estrutura que favoreça a
melhoria em sua qualidade de vida, sendo o ponto de
partida o leito.
Verifique se existe a possibilidade de
permanecer o mesmo de antes, se o paciente
necessita de uma cama hospitalar, se necessita de
proteções laterais, da cabeceira elevada, de colchões
especiais e de detalhes que lhe ofereçam conforto e
segurança.
A altura da cama influencia nos momentos de
troca e de transferência, com simples aumento dos
pés é possível deixar numa posição adequada ao
trabalho do cuidador e ao uso do paciente. Se o
paciente não tem mobilidade, necessita de auxílio para
sair do leito, deve ser dada preferência à altura que se
encaixe aos cuidados diários como banho, trocas,
higienização...
O leito
A elevação da cabeceira auxilia bastante, e um
marceneiro faz modificações preciosas oferecendo
opções de estar deitado ou reclinado com uma simples
troca de posição de pinos. São diversos os modelos de
cama hospitalar disponíveis no mercado, tanto para
locação quanto para venda.
Observe as medidas da cama e o espaço que
está disponível em seu ambiente, este acessório
costuma ser bem maior do que uma cama comum,
você vai necessitar de espaço a sua volta para circular
ao atender o paciente. É interessante iniciar com a
locação, só com o tempo saberemos se ainda será
necessário seu uso, se supriu suas necessidades,
devendo sempre considerar que os valores são bem
elevados e outras despesas básicas aparecem neste
momento.
Os resultados da qualidade do sono e do
descanso do paciente estão diretamente ligados ao
ânimo, ao humor e a disposição que ele terá para
recomeçar mais um dia em busca de sua reabilitação.
Nada como um dia após o outro, principalmente se
existir uma boa noite de sono entre eles.
“ Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, 
preguiça e (agora) sono.”
Clarice Lispector
O cuidado com a pele do paciente exige
estratégias em sua movimentação, mesmo que seu
corpo seja virado de lado a cada duas horas, evitando
estar com as costas sempre encostadas no colchão,
podemos imaginar formas confortáveis de
acomodação ao nosso familiar.
Comece escolhendo uma boa cadeira de
repouso, pode ser reclinável ou aquela que está na
sala e é a preferida de todos, quem sabe a mais bela,
ou talvez uma especial que ele tanto gostava de se
sentar, acrescente a estes detalhes o conforto e a
segurança. O tronco, em alguns casos, pode necessitar
de apoio para evitar o desequilíbrio do paciente.
Almofadas são muito úteis, principalmente as
de silicone que evitam formação de escaras, evitam a
pressão sobre a pele e oferecem um alívio à dor. Forre
a cadeira com uma colcha ou pano móvel, sempre
observando para não deixar tecidos ásperos sob o
paciente, será de grande auxílio no momento de
reposicioná-lo ou retorná-lo para a cama, evitando
arrastar o corpo do paciente e raspar a pele tão
sensível.
A cadeira de repouso
Se seu familiar estiver em condições de
escolher, ofereça a ele algumas opções, permita que
ele mesmo experiente qual a poltrona ou sofá que mais
lhe agrada ficar por algumas horas do dia.
Lembre-se de que muitas vezes será durante a
noite que ele sentirá necessidade de sair do leito,
esteja sempre prevenido para transferi-lo até sua
cadeira de repouso com firmeza e muito cuidado,
nestes casos o pano móvel é sua principal garantia.
Suas habilidades como cuidador se aprimoram a cada
gesto de carinho e amor.
“ Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do 
que qualquer outro talento.”
Isaac Newton
Companheira de todas as horas, por uma
semana, um mês, um ano ou para o resto de sua vida,
ela será literalmente uma mão na roda em nossa
rotina familiar. Alguns pacientes a utilizam inclusive
como cadeira de repouso, não apenas para locomover-
se pois alguns modelos são reclináveis e muito
confortáveis; outros são levados na cadeira de um
cômodo a outro da casa, auxiliados por um cuidador,
sem conseguirem movimentá-la sozinhos, passam boa
parte do dia sentados nela e com ela são
transportados a todos os lugares.
Ainda outros pacientes, com uma
independência e mobilidade apuradas, circulam por
tudo empurrando a cadeira de rodas com seu próprio
esforço físico, subindo e descendo degraus, abrindo
espaços e recriando seu dia a dia.
Cada paciente dentro de suas limitações,
desbravando horizontes e novos conhecimentos
através da magia destas rodas, adaptam-se ao modelo
mais adequado às suas necessidades e tentam uma
inclusão no mundo e na sociedade.
A cadeira de rodas
Aos poucos as pessoas estão mais conscientes
do quanto é preciso ter acessibilidade em todos os
lugares e o quanto precisam respeitar e incluir seres
especiais na rotina normal. Cuidadores e cadeirantes
sonham juntos com os progressos da reabilitação,
imaginando independência para conduzir sua própria
cadeira, guiar cadeiras motorizadas, caminhar com
auxílio de andadores, usar bengalas e um dia caminhar
sem que nenhum acessório seja necessário.
Projete um passo após o outro, você não pode
avançar o sinal e nem ultrapassar as forças do paciente.
Se necessário, seja a mão que empurra sua cadeira por
muitos anos, mas estimule-o a vivenciar cada
momento,
usufruir da alegria, do amor, dos amigos, da
família e aproveitar cada oportunidade.
Os modelos, as marcas, a diversidade de
acessórios que as cadeiras oferecem, suas
particularidades, suas funções, os objetivos de seu uso,
a escolha da mais adequada e em qual momento
adquiri-la são informações disponíveis nos links
indicados no final deste livro.
“ A vida está sempre provendo-nos com novas fontes, novos 
recursos, até quando estamos reduzidos à imobilidade. No 
livro da vida, não existe nada fixo.”
Henry Miller
Sem fazer grandes despesas ou técnicas
especiais para cuidar de um paciente dependente
devemos priorizar em seu cuidado conforto, segurança
e higiene pessoal, buscando sempre o seu bem-estar
gerando e sua saúde. Mantenha seu familiar com
asseio, barbeado, penteado, perfumado, com batom,
cabelo arrumado, roupas limpas, faz parte de sua
rotina. Mesmo que seu familiar não esteja lúcido você
pode oferecer a ele aquilo que ele faria se tivesse
condições.
Sentir-se confortável é muito importante,
vestir roupas adequadas, calçados macios, chinelos ou
até mesmo meias se calçados o prejudicarem. Cuide
de sua postura, mantenha seu tronco protegido por
apoios laterais, encosto de pescoço, apoio aos
cotovelos, calcanhares, quarto arejado, cama bem
posicionada para fácil transferência.
São pequenos macetes que passam a fazer
parte do nosso dia a dia e não elevam suas despesas,
basta aumentar sua criatividade e projetar ambientes
acolhedores e aconchegantes ao paciente.
Materiais de higiene e conforto
A prévia organização dos materiais de higiene
facilita, torna mais eficiente e menos desgastante o
banho de leito, a troca de fraldas, fazer a barba,
pentear os cabelos, passar perfume, escovar os
dentes... Analise as condições dos banheiros, o
tamanho do box, a abertura da porta, evitando
reformas e agitações após a presença do paciente em
casa.
Deixe-o perceber que cada detalhe foi
cuidadosamente pensado, sentido e elaborado com
muito amor para lhe proporcionar qualidade de vida
em casa. Ele merece este carinho.
“ A felicidade é feita de pequenas pérolas que você cultiva a 
cada dia, a cada hora.”
Roberto Shinyashiki
Quem não gostaria de livrar-se dos cardápios
hospitalares, acompanhantes ou pacientes, sejam eles
nos buffets, nas lanchonetes ou preparados
especialmente pelas nutricionistas, parece que todos
têm sabor hospital. Saudades da Comida caseira,
receitas antigas da família, alimentos com gostinho de
infância. Procure agradar o paciente, ofereça a ele o
que mais lhe apetece, prepare sua refeição com amor,
mas sempre dentro daquilo que lhe foi liberado pelos
nutricionistas.
Em casa você é o responsável pelo preparo
desta alimentação, precisa elaborar a dieta e o
cardápio rigorosamente de acordo com as orientações
médicas e controlar os detalhes de cada refeição. As
sequelas deixadas pelo AVC podem exigir cuidados
especiais por um longo período, a recuperação é lenta
e o benefício de sermos cuidadosos é fundamental.
Se o familiar ainda não tem comunicação
verbal, atente-se aos horários de refeição e
quantidade de líquido oferecido ao longo do dia. Se
não consegue engolir com facilidade, se engasga,
prepare alimentos de acordo com suas limitações.
A alimentação
No caso do paciente que faz uso de sonda para
alimentação, seu papel como cuidador será
exclusivamente com o funcionamento da sonda, a
limpeza correta a cada uso, a boa ingestão de líquido
pela sonda, a quantidade e o tipo de dieta a ser
ministrada na sonda, sempre sob orientação prévia do
médico.
Evite transtornos e acidentes, não antecipe o
próximo passo, respeite a limitação, seja rigoroso
principalmente com você e com seus familiares.
A maior ansiedade em ver o paciente comendo
e bebendo de tudo está na família, ele não está
passando fome. Não prive as outras pessoas da casa de
uma alimentação normal, apenas siga corretamente a
dieta do familiar com sequela do AVC.
“ Não vivemos para comer, mas comemos para viver. “
Sócrates
Durante o período de hospitalização do
paciente a família sai de sua rotina, desorganiza sua
vida e passa a viver de acordo com a sucessão de
acontecimentos. Para alguns parece mais fácil, para
outros esta é a tarefa mais difícil, sair do eixo, ser
flexível e mudar hábitos.
Enquanto hospitalizado seu familiar está
cercado de enfermeiros, técnicos, médicos, pessoas
treinadas e especializadas para atendê-lo, ao retornar
para casa é preciso muito cuidado com este aspecto.
Tudo vai depender das sequelas deixadas pelo AVC, se
são passageiras, permanentes, leves ou severas, só
então poderá organizar a necessidade real da equipe
que irá atender o paciente em sua casa.
O fundamental é que se a equipe foi formada
por cuidadores da família, enfermeiros do lar, ou
enfermeiros profissionais contratados, todos tenham o
mesmo objetivo e ofereçam total benefício ao
paciente realizando sua tarefa com dedicação, com
amor, com carinho e com boa vontade.
Os cuidadores
Para promover qualidade de vida ao paciente
comece com a boa qualidade dos cuidadores. Se optar
por cuidadores da família a doação deve ser de forma
espontânea, com parceria, união, por doação e amor
ao paciente. Se optar por enfermeiros profissionais,
eles são os responsáveis pelas tarefas, pelo cuidado
diário, mas você é o elo emocional, você deve estar
sempre presente incentivando, auxiliando e
demonstrando seu amor pelo familiar.
“ Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente 
uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios.”
Martin Luther King
O retorno ao lar traz a sensação de cura, de
estarmos prontos para seguir a vida do nosso jeito,
com nossas regras e manias. O paciente após sofrer um
Acidente Vascular Cerebral recebe muitos cuidados e
instruções são repassadas aos seus familiares pelos
médicos.
Mesmo estando em casa é extremamente
importante o acompanhamento da equipe indicada
pelo neurologista, se foi solicitado fisioterapeuta,
fonoaudiólogo, psicoterapia, ou qualquer outra forma
de tratamento não espere para começar, quanto mais
cedo o paciente retomar a reabilitação mais chance de
recuperar-se.
Esclareça suas dúvidas, aprenda, você está
engajado numa nova tarefa, no princípio tudo é
desconhecido, o tempo vai lhe trazendo experiência e
segurança, não tenha vergonha de perguntar e de
aprender.
Confie nos profissionais da saúde. Seguir
rigorosamente suas primeiras orientações, manter
contato com a equipe médica, comprometer-se com
consultas, exames, revisões e tratamentos facilitam o
iniciar desta nova caminhada.
Acompanhamento médico
A sintonia do paciente com os profissionais é
muito importante, cabe a você, cuidador e familiar,
incentivá-lo nesta relação.
Repasse ao paciente algumas das informações
e orientações médicas, reforçando seu compromisso
com seu processo de cura.
Evite comentários negativos sobre médicos,
enfermeiros e profissionais frente ao paciente, mostre
a ele os benefícios recebido deste profissional e o
quanto sua competência e dedicação fizeram a
diferença em seu restabelecimento.
“ Ninguém poderá jamais aperfeiçoar-se se não tiver o 
mundo como mestre. A experiência se adquire na prática.”
William Shakespeare
Os sentimentos nos envolvem num estado de
confusão, estresse e medo, não sabemos por onde
começar. Ao retornarmos para casa tão certo quanto os
cuidados com o paciente é a organização com tudo que
lhe disser respeito.
Para facilitar o dia a dia organize suas tarefas,
agenda e caneta sempre a postos em local prático e
seguro. Reforçando, dados pessoais do paciente não
devem ficar expostos para todos, mas a agenda deve
estar em um local fácil de manuseá-la. Crie o hábito de
REGISTRAR tudo, medicações, sinais vitais,
necessidades fisiológicas, sono, alimentação, banho...
Esta ferramenta pode lhe auxiliar muito num
momento de esquecimento, de
dúvida, na hora da
consulta médica quando você não lembra daquilo que
deveria lembrar. Anote nela telefones importantes,
farmácias, médicos, ambulâncias, casas ortopédicas,
fisioterapeutas, fonoaudiólogos, enfermeiros,
terapeutas, hospitais...
Esquema organizacional na casa
Organize também as medicações como achar
mais adequado, por horário, acomode-as em uma
gaveta, caixa, bolsa, mas não deixe espalhado, não
fique procurando medicação na hora de ministrá-la.
Desta forma você terá controle de qual
medicação está terminando, qual receita vai necessitar
e o que deve solicitar à farmácia, evitando faltas ou
excesso de produtos e gastos.
Se houver uso de sondas e alimentação por
sonda, todo cuidado é pouco, esteja SEMPRE ALERTA,
higienize, limpe, aplique de forma adequada, é uma
tarefa de grande responsabilidade. Igualmente
mantenha todo material selecionado e guardado num
recipiente higienizado. Use SEMPRE luvas.
Se você optar por cuidadores profissionais
esteja a par de seus procedimentos, dos materiais
utilizados, da organização, do estoque, participe e
auxilie. Seja um cuidador do AMOR.
“ Nunca sinta-se culpado por aprender. Nunca sinta-se 
culpado por saber. Isto chama-se iluminação.”
Ramtha, Ramtha
Ser um cuidador de um paciente dependente
não é tão simples, não basta suprir as necessidades
diárias, cuidá-lo, alimentá-lo e auxiliá-lo. A doação
verdadeira vai muito além da prática, envolve
sentimento e desprendimento. O cuidado requer afeto,
carinho, dedicação, amor, amor que faz bem a quem
cuida e a quem recebe o cuidado.
Respeite a limitação de cada membro de sua
equipe, nem todos possuem a mesma capacidade.
Conversem, vejam quem está preparado, quem está
disposto a assumir por AMOR, só assim haverá alegria,
agilidade e leveza na realização das tarefas. Todos
podem dar a sua contribuição, cada um com aquilo que
tem a oferecer.
Conviver em família já é uma arte, conviver em
equipe é uma obra de arte. É preciso muita tolerância,
respeito, consideração, fraternidade, amizade e
parceria. Aceitar as diferenças e conviver com as
diferenças das pessoas diariamente é uma questão de
sabedoria e inteligência emocional. Não leve tudo tão a
sério, descontrair, brincar e relaxar ameniza a
caminhada e o aprendizado fica mais proveitoso.
“ O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá.”
Madre Teresa de Calcutá
A doação por amor
Fatos acontecem por todos os cantos do
mundo, ficamos sabendo de tantas histórias que nos
emocionam, tocam nosso coração, mas são apenas
relatos, distantes de nossa realidade. Jamais
imaginamos que um dia aconteça em nosso lar uma
transformação tão grande, uma mudança radical em
nossas rotinas e a necessidade de repensarmos a vida
em família. Ao voltarmos para casa com um paciente
dependente ou limitado pelas sequelas do AVC, mesmo
que optemos por tratar equipes profissionais para
cuidá-lo, precisaremos reforçar os laços de afeto e
união nesta família.
Somente com entendimento, alegria,
compreensão, divisão de tarefas, auxílio mútuo,
respeito à privacidade de cada um e amor seremos
capazes de enfrentar o dia a dia. Desavenças
acontecem sempre, mas a união entre os membros
desta equipe traz ao paciente a certeza de que valeu a
pena estar ali, vivo, apesar das limitações físicas.
Unidos em busca do mesmo objetivo em
oferecer qualidade de vida ao familiar é o primeiro
passo acertado para começarem esta caminhada.
“ Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na 
mesma direção.” 
Antoine de Saint-Exupéry
A união da família
Estarmos unidos não significa estarmos
sufocando nosso familiar. Sua vida está limitada,
quanto maiores as sequelas, mais distante de sua vida
anterior está o paciente. Precisamos acompanhá-lo,
mas é fundamental respeitar sua privacidade e sua
vontade, muitas vezes não são necessárias palavras
para percebermos o quanto ele precisa descansar, ficar
em silêncio, aquietar-se, basta observarmos sua
fisionomia e seu olhar.
Aprenda a comunicar-se com o paciente por
este olhar, este olhar profundo, procure sentir o que
ele deseja. Evite expor seu corpo a visitas, deixá-lo
com roupas íntimas, falar assuntos constrangedores,
muitas vezes não sabemos o que ele sente ou entende,
coloque-se em seu lugar.
Se temer deixá-lo só, sente em uma cadeira
onde ele não lhe veja, deixe-o sentir-se com ele
mesmo, pensar, refletir, orar, ou simplesmente silenciar
sua mente pode ser tão importante quanto os cuidados
que ele recebe. Compreenda suas necessidades,
permita a seu familiar viajar em sua imaginação, sair de
sua dependência e sua imobilidade navegando por seus
pensamentos e sonhos, livre, leve e solto.
“ Decifra-me, mas não conclua... eu posso te surpreender.”
Clarice Lispector
Respeito à privacidade do paciente
Para receber nosso familiar preparamos a
casa, organizamos nossa rotina, adaptamos móveis,
viramos nossa vida de cabeça para baixo. Certamente
fizemos grandes faxinas para recebê-lo com tudo
higienizado, sem pó, sem sujeira. Agora é hora de
limparmos o ambiente, tirarmos qualquer energia
negativa que ali possa estar e harmonizarmos o lar.
Existem maneiras simples que podem auxiliar
bastante neste momento, como o uso de incensos.
Escolha incensos de aroma suave, passe por todos os
cômodos da casa lentamente, pedindo a retirada das
energias impuras e solicitando a harmonização e a
proteção de seu lar.
Sprays harmonizadores de ambiente estão
disponíveis em lojas e farmácias, são práticos e
também fazem este efeito, aplique em todas as peças,
faça uma oração, agradeça pelo ambiente amoroso
onde você se encontra.
Através de bons pensamentos permita fluir em
sua casa a energia do amor, da paciência, da
compreensão e da fraternidade. Invoque seu anjo
protetor. VIBRE LUZ!!!
“Peço ao Universo que me ajude a invocar meu Poder.
Minha força é bela.” Louise Hay
A harmonização do ambiente
A limitação física é, sem sombra de dúvida, o
maior impacto que as sequelas do AVC trazem, seja
apenas a falta de força em um membro ou a
tetraplegia, aceitar, enfrentar e conviver com um
paciente limitado é um grande desafio. Já na ante-sala
da CTI começam os questionamentos de nossas
capacidades de movê-lo e transportá-lo de um lugar
para outro sem riscos e sem medo.
É inevitável, todos sentimos receio,
impotência e a sensação de que não vamos conseguir.
Ao longo dos dias, semanas, meses ou anos, de
acordo com a situação de seu familiar, você vai
desbravando o mundo e encontrando formas mais
adequadas, acessórios de apoio, truques e a
transferência do paciente passa a fazer parte da sua
nova rotina.
Crie, tente, invente, brinque, torne suave esta
tarefa, lembre-se sempre, se você está ao lado de seu
familiar como cuidador é porque ele não tem
condições de viver e movimentar-se sozinho, ele
precisa de sua ajuda. Faça com AMOR e muito
cuidado.
5. Transferindo o paciente
CUIDADO. Bastaria esta palavra, é tudo que o
momento de transferência exige, extremo cuidado.
Nesta hora precisamos ter paciência, atenção,
objetividade, acessórios à mão, cadeiras travadas e
bem posicionadas, força suficiente e foco no que
estamos fazendo.
Procure determinar antes da transferência para
onde irá levar o paciente, não mude de ideia no meio
do caminho, isto muda o direcionamento de quem o
transporta e reduz sensivelmente as forças.
Nunca o carregue para longas distâncias,
transfira para a cadeira de rodas, leve-o até o próximo
local onde deseja ficar, transfira-o novamente.
Verifique sempre se as cadeiras estão travadas,
se não viram, se já estão com as almofadas para
acomodá-lo. Evite ter que tirá-lo da cadeira por
esquecimento de colocar algo necessário embaixo do
paciente. Lembre-se transferi-lo é cansativo para você,
mas bem mais cansativo para ele. Não o segure com
força, violência, seja suave,

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