
Lições Aos Meus Alunos Vol 1 – C. H. Spurgeon
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LIÇÕES AOS MEUS ALUNOS (Vol. 1) [Clique na palavra ÍNDICE] HOMILÉTICA E TEOLOGIA PASTORAL C. H. SPURGEON PUBLICAÇÕES EVANGÉLICAS SELECIONADAS Título original: Lectures To My Students Tradução do original por: Odayr Olivetti Primeira Edição em Português 1980 Contracapa: Quem já ouviu falar de Charles Haddon Spurgeon - conhecido como "o príncipe dos pregadores" - certamente ficou sabendo da sua graça, inteligência e sabedoria espirituais, e da grande influência que exerceu, não somente no seu próprio ministério, como também na vida e ministério de muitos outros pastores e obreiros cristãos. Como experiente servo de Deus ele foi uma luz que brilhou entre os seus contemporâneos. Neste livro nos o encontramos na melhor expressão do seu ensino pastoral. As lições constantes nos dez capítulos foram originalmente dirigidas aos seus alunos na Escola Bíblica que fundou para preparar pastores. Ninguém que se sente chamado para pregar a Palavra de Deus pode dar-se ao luxo de negligenciar a leitura de uma obra tão reconhecida e marcante que trata do assunto da pregação. Se quisermos um indício do sucesso deste grande servo de Deus então nada melhor poderemos fazer que estudar esta obra! ÍNDICE O ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO COM O NOSSO NECESSIDADE DE PROGRESSO MINISTERIAL NECESSIDADE DE DECISÃO PELA VERDADE PREGAÇÃO AO AR LIVRE: ESBOÇO DE SUA HISTÓR IA PREGAÇÃO AO AR LIVRE - NOTAS ADICIONAIS POSTURA, ATITUDE, GESTOS ETC. POSTURA, ATITUDE, GESTOS ETC. (Segunda Preleção) FERVOR: SUA DEFORMAÇÃO E SUA PRESERVAÇÃO CEGO DE UM OLHO E SURDO DE UM OUVI DO CONVERSÃO COMO O NOSSO OBJETIVO O ESPÍRITO SANTO EM RELAÇÃO COM O NOSSO MINISTÉRIO Escolhi um tópico sobre o qual seria difícil dizer algo que já não tenha sido dito antes muitas vezes. Mas, como o tema é da mais alta importância, é bom deter- nos nele com freqüência, e ainda que só exponhamos velhas coisas e nada mais, talvez seja sábio fazer-vos lembrar-se delas. Nosso é: O Espírito Santo em Relação com o Nosso Ministério, ou - a obra do Espírito Santo concernente a nós como ministros do evangelho de Jesus Cristo. "CREIO NO ESPÍRITO SANTO." Tendo pronunciado esta frase como conteúdo do credo, espero que possamos repeti-la também como um solilóquio devoto impulsionado por nossa experiência pessoal aos nossos lábios. Para nós, a presença e a obra do Espírito Santo constituem a base da nossa confiança quanto à sabedoria e ao elemento de esperança da obra da nossa vida. Se não crêssemos no Espírito Santo, teríamos renunciado ao nosso ministério muito antes, pois, "quem é suficiente para estas coisas?" Nossa esperança de sucesso e nossa força para a continuidade do serviço jazem em nossa crença em que o Espírito do Senhor repousa sobre nós. Por ora dou por certo que todos nós estamos cônscios da existência do Espírito Santo. Dissemos que cremos nEle. Na verdade avançamos além da fé, nesta questão, e penetramos na região da consciência. Houve tempo em que a maioria de nos cria na existência dos nossos amigos presentes, pois tínhamos ouvido falar deles com os nossos ouvidos, mas agora nós vemos uns aos outros, trocamos apertos de mão fraternais e experimentamos a influência do companheirismo agradável, e portanto agora não é tanto que cremos, como conhecemos. Igualmente experimentamos o Espírito de Deus operando em nossos corações, temos conhecido e percebido o poder que Ele exerce sobre os espíritos humanos, e O conhecemos por contato pessoal, freqüente e consciente. Pela sensibilidade do nosso espírito tomamos consciência da presença do Espírito de Deus, do mesmo modo como tomamos consciência da existência das almas dos nossos semelhantes por sua ação sobre as nossas almas, assim como estamos certos da existência da matéria pela sua ação sobre os nossos sentidos. Fomos elevados da obscura esfera daquilo que é apenas mente e matéria às fulgurâncias celestiais do mundo espiritual. Agora, como homens espirituais, discernimos as coisas espirituais, sentimos as forças superiores dos domínios do espírito, e sabemos que há um Espírito Santo, pois O sentimos operar em nossos espíritos. Não fosse assim, certamente não teríamos direito de estar no ministério da igreja de Cristo. Deveríamos permanecer até como membros da igreja? Mas, irmãos, fomos vivificados espiritualmente. Temos definida consciência de uma vida nova, com tudo o que dela resulta; somos novas criaturas em Cristo Jesus e vivemos num mundo novo. Fomos iluminados e capacitados a contemplar coisas que os olhos não vêem. Fomos guiados para a verdade de tal natureza que a carne e o sangue jamais poderiam ter revelado. Temos sido consolados pelo Espírito. Muitíssimas vezes o Santo Parácleto nos tem levantado dos abismos da tristeza às alturas da alegria. Em certa medida, também fomos santificados por Ele; e estamos cônscios de que a santificação vai sendo operada em nós por diferentes formas e meios. Portanto, dadas estas experiências pessoais todas, sabemos que o Espírito Santo existe, com a mesma certeza de que nos mesmos existimos. Sinto-me tentado a demorar-me aqui, pois este ponto merece maior consideração. Os descrentes pedem fatos. A velha doutrina comercial de Gradgrind entrou na religião, e o cético brada: "O que quero são fatos!" Estes são os nossos fatos: Não nos esqueçamos de usá-los. Um cético me desafia com esta observação: "Não posso fixar minha fé num livro ou numa história. Quero ver fatos reais." Minha resposta é: "Você não os pode ver porque os seus olhos estão vendados. Mas os fatos estão aí, nem mais nem menos. Aqueles dentre nos que têm olhos vêem coisas maravilhosas, embora você não as veja." Se ele ridiculariza a minha afirmação, não fico espantado nem um pouco. Já o esperava. Ficaria espantado, e muito, se não o fizesse. Mas exijo respeito por minha posição como testemunha de fatos, e dirijo ao meu oponente a pergunta: "Que direito tem você de recusar a minha prova? Se eu fosse cego, e você me dissesse que possui uma faculdade chamada visão, eu seria irracional se o ofendesse chamando-lhe otimista convencido. Tudo que você tem direito de dizer é que nada sabe sobre isto mas não está autorizado a chamar-nos de mentirosos ou bobos. Você pode juntar-se aos ofensores do passado e declarar que o homem espiritual é louco, mas isso não desfaz as afirmações deste." Irmãos, para mim, os fatos produzidos pelo Espírito de Deus demonstram a veracidade da religião cristã com a mesma clareza com que a destruição de Faraó no Mar Vermelho, ou o maná caído no deserto, ou a água saltando da rocha ferida, podiam provar a Israel a presença de Deus no meio das suas tribos. Chegamos agora ao cerne do nosso assunto. Para nós, ministros, o Espírito Santo é absolutamente essencial. Sem Ele o nosso oficio não passa de um nome. Não nos arrogamos sacerdócio além e acima daquele que pertence a todos os filhos de Deus. Mas somos sucessores daqueles que, nos velhos tempos, foram movidos por Deus a proclamar a Sua Palavra, a dar testemunho contra as transgressões e a dirigir a Sua causa. A menos que o espírito dos profetas esteja repousando sobre nós, o manto que usamos não passa de um traje tosco e enganoso. Como objetos dignos de aversão, devíamos ser expulsos da sociedade dos sinceros por ousarmos falar em nome do Senhor - se é que o Espírito de Deus não repousa sobre nós. Cremos que somos arautos de Jesus Cristo, designados para continuar o Seu testemunho na terra. Mas, sobre Ele e sobre o Seu testemunho sempre repousou o Espírito de Deus, e se Este não repousa sobre nós, é evidente que não somos enviados ao mundo como Cristo foi. No dia de Pentecoste, o início da grande obra de converter o mundo foi com línguas flamejantes e com um forte e impetuoso vento, símbolos da presença do Espírito. Portanto, se pretendemos ter bom êxito sem o Espírito, não estamos seguindo a norma pentecostal. Se não temos o Espírito que Jesus prometeu, não podemos