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gestão escolar, principios , conceitos e funções

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CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
INTRODUÇÃO 1. 
A Disciplina de Fundamentos Métodos da Gestão Escolar 
oportuniza ao aluno a compreensão e a reflexão crítica a cerca 
dos princípios e conceitos que fundam a gestão da educação na 
perspectiva do modelo democrático participativo. A partir deste 
estudo o aluno compreenderá a forma com que a escola se orga-
niza no contexto de uma sociedade globalizada. É colocado com 
ponto de relevância o perfil do gestor enquanto lider, do papel 
dos orgãos colegiados no processo de gestão escolar, bem como, a 
importância do planejamento estratégico enquanto instrumento, 
que proporciona um momento de reflexão, de organização e de 
crescimento da qualidade da educação.
Após essa introdução aos conceitos principais da disciplina, 
apresentaremos, a seguir, no Tópico Orientações para o estudo da 
disciplina, algumas orientações de caráter motivacional, dicas e es-
tratégias de aprendizagem que poderão facilitar o seu estudo. 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar
Centro Universitário Claretiano
16
ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA DISCIPLINA2. 
Abordagem Geral da Disciplina
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será es-
tudado nesta disciplina. Aqui, você entrará em contato com os 
assuntos principais deste conteúdo de forma breve e geral e terá 
a oportunidade de aprofundar essas questões no estudo de cada 
unidade. No entanto, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o 
conhecimento básico necessário a partir do qual você possa cons-
truir um referencial teórico com base sólida – científica e cultural 
– para que, no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com 
competência cognitiva, ética e responsabilidade social. Vamos co-
meçar nossa aventura pela apresentação das ideias e dos princí-
pios básicos que fundamentam esta disciplina. 
Princípios, conceitos e funções da gestão escolar, com-1) 
parativo entre as concepções da gestão da educação na 
perspectiva da escola enquanto organização social.
O sistema de organização da escola no contexto da so-2) 
ciedade globalizada, nas tendências e as perspectivas da 
gestão escolar democrática participativa.
Ênfase aos objetivos e áreas de atuação da gestão esco-3) 
lar.
O perfil do gestor escolar, enquanto o papel de liderança 4) 
que o mesmo deve exercer na prática da gestão.
O papel que órgãos colegiados devem desempenhar no 5) 
processo da gestão que tem como perspectiva a demo-
cratização dos processos decisórios, a participação popu-
lar e a relação que se estabelece entre o funcionamento 
dos órgãos colegiados e a gestão escolar.
O planejamento estratégico da educação aplicado à or-6) 
ganização, o monitoramente e a avaliação de todo fun-
cionamento da unidade escolar enquanto ferramenta 
fundamental para o processo de gestão planeja e dia-
lógica.
17© Caderno de Referência de Conteúdo
Glossário de Conceitos 
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi-
da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom 
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de co-
nhecimento dos temas tratados na disciplina Fundamentos e Mé-
todos da Gestão Escolar. Veja, a seguir, a definição dos principais 
conceitos desta disciplina: 
Automação1) : sistema automático pelo qual os mecanis-
mos controlam seu próprio funcionamento, quase sem a 
interferência do homem (Dicionário Aurélio).
Conselhos2) : sempre terão uma dimensão técnica, pela 
qual especialistas de um assunto reúnem-se para tomar 
rumos, propor soluções e fazer encaminhamentos. Um 
conselho é, então, o lugar onde a razão se aproxima do 
bom senso e ambos do diálogo público, reconhecendo 
que todos são intelectuais, ainda que nem todos façam 
do intelecto uma função permanente (CURY, 2001, p. 
50).
"3) Cultura organizacional se forma por meio da intera-
ção de três dimensões: (1) os regulamentos, os valores, 
as políticas administrativas e a forma como se exerce 
o poder; (2) o conjunto de processos utilizados para o 
desenvolvimento das atividades na escola, levando em 
conta a divisão das tarefas, a estrutura das funções, as 
metodologias utilizadas etc; (3) o conjunto de traços 
particulares, o modo de ser da equipe escolar. Essas três 
dimensões são interdependentes" (UNIVERSIDADE FE-
DERAL DO RIO DE JANEIRO, 2006).
Expertise4) : conhecimento especializado.
Hominização: 5) o processo evolutivo pelo qual a espécie 
humana se constituiu, tomando as características físicas, 
fisiológicas e psíquicas que a distinguem dos demais pri-
matas (Dicionário aurélio eletrônico).
O Estado mínimo6) : defendido pelo Estado Liberal, con-
cebe sua existência apenas para garantir os direitos 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar
Centro Universitário Claretiano
18
individuais de segurança, vida e propriedade. Por essa 
concepção, a sociedade civil reduzir-se-ia ao espaço da 
esfera privada para além do Estado, em que os indivídu-
os realizam suas relações privadas e, em última análise, 
as suas relações econômicas e de família. A esfera públi-
ca seria um espaço de negociação de interesses voltada 
para a obtenção do poder estatal, tendo precisamente o 
Estado como centro (HABERMAS, 1997).
As organizações7) : são unidades sociais, (e, portanto, 
constituídas de pessoas que trabalham juntas) que exis-
tem para alcançar determinados objetivos. Os objetivos 
podem ser o lucro, as transações comerciais, o ensino, 
a prestação de serviços, a caridade, o lazer etc. Nossas 
vidas estão intimamente ligadas às organizações, por-
que tudo o que fazemos é feito dentro de organizações 
(CHIAVENATO, 1989, p. 3 apud LIBÂNEO, 2003, p. 316).
Planejamento8) : ato ou efeito de planejar; trabalho de 
preparação para qualquer empreendimento segundo 
roteiro e métodos determinados; planificação elabora-
da, por etapas, com bases técnicas (especialmente no 
campo econômico), de planos e programas com objeti-
vos definidos; planificação. (Dicionário Aurélio).
Projeto pedagógico9) : marca distintiva da autonomia dos 
estabelecimentos escolares e de seus respectivos conse-
lhos escolares.
Sinergia10) : ato ou esforço coordenado de vários órgãos na 
realização de uma função. Associação simultânea de vá-
rios fatores que contribuem para uma ação coordenada 
(Dicionário Aurélio).
Stakeholder11) é qualquer pessoa, de fonte interna ou ex-
terna, grupo ou outra organização, que possa reivindicar 
a atenção, os recursos ou os produtos da organização, e/
ou é afetado por esses produtos.
Unesco12) : em 1999 solicitou ao filósofo Edgar Morin, nas-
cido na França, em 1921 e um dos maiores expoentes 
da cultura francesa no século 20 - a sistematização de 
19© Caderno de Referência de Conteúdo
um conjunto de reflexões que servissem como ponto de 
partida para se repensar a educação do século 21. Daí 
surgiu seu livro sobre os sete saberes.
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um Es-
quema dos Conceitos-chave da disciplina. O mais aconselhável é 
que você mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou até 
mesmo o seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você 
construir o seu conhecimento, ressignificando as informações a 
partir de suas próprias percepções. 
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações entre 
os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais comple-
xos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na ordena-
ção e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se 
que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque-
mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conheci-
mento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhospedagógi-
cos significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem. 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar
Centro Universitário Claretiano
20
Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e 
externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tornar 
significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhecimen-
to sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabelecendo 
uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que 
já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site dis-
ponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapasconceituais/
utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010). 
Como você pode observar na Figura 1, esse Esquema dá a 
você, como dissemos anteriormente, uma visão geral dos concei-
tos mais importantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá tran-
sitar entre um e outro conceito desta disciplina e descobrir o cami-
nho para construir o seu processo de ensino-aprendizagem. 
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EAD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento. 
21© Caderno de Referência de Conteúdo
Cultura Organizacional 
Globalização e Educação 
Fundamentos e Métodos da Gestão 
Escolar 
Gestão Democrático Participativa: 
Pressuposto Teórico Conceituais 
Gestão Educacional: Concepções 
Lógica: Neoliberal Concepções de Organização e de 
Gestão Escolar: Áreas de Atuação 
da Gestão 
A escola como instituição social 
Lógica: Sociocrítica 
Novos Paradigmas para a educação na 
perspectiva de Edgar Morin 
Estilos de liderança O cotidiano escolar em sua 
dimensão pedagógica 
Os conselhos de educação 
e a gestão democrática 
Plano de Desenvolvimento 
Institucional (PDI) 
Projeto Político 
Pedagógico 
Gestão Democrático Participativa: um 
modelo em construção 
Resultados da Pesquisa 
Atividades 
Teórico Práticas 
Paradigmas da escola cidadã 
O gestor e o seu papel de 
líder 
O Regimento Escolar 
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave da disciplina Fundamentos e Métodos da Gestão 
Escolar. 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar
Centro Universitário Claretiano
22
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem 
ser de múltipla escolha ou abertas com respostas objetivas ou dis-
sertativas. Vale ressaltar que se entendem as respostas objetivas 
como as que se referem aos conteúdos matemáticos ou àqueles 
que exigem uma resposta determinada, inalterada. 
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática do ensino de Pedagogia pode ser uma 
forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, mediante a re-
solução de questões pertinentes ao assunto tratado, você estará 
se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. Além 
disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus conhe-
cimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática profis-
sional. 
Você encontrará, ainda, no final de cada unidade, um gabari-
to, que lhe permitirá conferir as suas respostas sobre as questões 
autoavaliativas (as de múltipla escolha e as abertas objetivas).
As questões dissertativas obtêm por resposta uma interpretação 
pessoal sobre o tema tratado. Por isso, não há nada relacionado a 
elas no item Gabarito. Você pode comentar suas respostas com o 
seu tutor ou com seus colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus es-
tudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as bibliogra-
fias apresentadas no Plano de Ensino e no item Orientações para o 
estudo da unidade.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustrativas, 
23© Caderno de Referência de Conteúdo
pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no texto. 
Não deixe de observar a relação dessas figuras com os conteúdos 
da disciplina, pois relacionar aquilo que está no campo visual com 
o conceitual faz parte de uma boa formação intelectual. 
Dicas (motivacionais)
O estudo desta disciplina convida você a olhar, de forma 
mais apurada, a Educação como processo de emancipação do ser 
humano. É importante que você se atente às explicações teóricas, 
práticas e científicas que estão presentes nos meios de comunica-
ção, bem como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, 
ao compartilhar com outras pessoas aquilo que você observa, per-
mite-se descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a 
ver e a notar o que não havia sido percebido antes. Observar é, 
portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade. 
Você, como aluno do curso de Fundamentos e Métodos da 
Gestão Escolar na modalidade EAD e futuro profissional da edu-
cação, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. 
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor 
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades 
nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu-
ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau-
las. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar
Centro Universitário Claretiano
24
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
esta disciplina, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto 
para ajudar você.
1
EA
D
Gestão Escolar: Princípios, 
Conceitos e Funções
OBJETIVOS1. 
Compreendere identificar os princípios, conceitos e fun-•	
ções da gestão da educação. 
Diferenciar a ótica fragmentada da visão sistêmica da ges-•	
tão da educação.
Compreender e caracterizar a gestão escolar como uma •	
prática social e constituinte da cidadania.
CONTEúDOS 2. 
Concepções de organização e gestão escolar.•	
Conceitos, princípios e funções da gestão da educação •	
democrático participativa.
Dimensões da gestão democrático participativa.•	
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar
Centro Universitário Claretiano
26
ORI3. ENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE 
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
Você identificará os conceitos e os princípios, a partir dos 1) 
quais deve-se orientar a práxis da gestão escolar na pers-
pectiva do modelo da gestão democrático participativa. 
Além da compreensão da base teórico-conceitual, é im-2) 
portante o reconhecimento das dimensões deste mode-
lo e a maneira pela qual é organizada a gestão da uni-
dade escolar . 
É importante que, além da leitura da Bibliografia indi-3) 
cada, você busque outras fontes de consulta; discuta e 
troque opiniões com os seus colegas sobre o tema em 
questão. 
Relacione os termos que desconhecia e procure no di-4) 
cionário os significdos de forma que facilite a contextua-
lização dos mesmos.
INTRODUÇÃO à UNIDADE4. 
Você está iniciando o estudo da primeira unidade da discipli-
na Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar.
O objetivo desta unidade é identificar e compreender os 
princípios, os conceitos e as funções da gestão escolar na pers-
pectiva da gestão democrático-participava. Compreendê-la como 
instrumento de promoção humana e de processo social que pode 
promover também a formação ética e cidadã. Após esse estudo, 
você será capaz de “ler além das linhas e ater-se às entrelinhas", 
compreender que a gestão escolar vai muito além de conceitos e 
teorias, que se trata de ação, de responsabilidade pela direção e 
pela garantia de qualidade do processo educacional nos diversos 
níveis do ensino e da Instituição Escolar.
Abordaremos, no tópico a seguir, o conceito de gestão. Va-
mos lá!
27© Gestão Escolar: Princípios, Conceitos e Funções
GESTÃO DA EDUCAÇÃO: GêNESE E CONCEITUA-5. 
ÇÃO
Conforme Ferreira (1999, p. 985), o termo "gestão" vem do 
latim (gestio-onis) e significa ato de gerir, gerência, administração. 
Daí ser a gestão um processo coletivo coordenado pelo diretor da 
escola e que envolve, sobretudo, a participação da comunidade e 
suas lideranças.
Nessa perspectiva, a escola é concebida como organização 
social em estreita relação com a sociedade na qual busca elemen-
tos para sua constante atualização. 
Como você pode perceber, o conceito de gestão correlacio-
na-se com aprimoramento da democratização do processo peda-
gógico. Supõe o envolvimento responsável da coletividade nos 
processos decisórios e na sua efetivação, mediante compromisso 
conjunto com resultados educacionais cada vez mais significativos 
e qualificativos.
Constituindo-se de princípios e práticas coerentes, Ferreira 
(2006, p. 306) afirma que: 
Gestão é administração, é tomada de decisão, organização e dire-
ção. Relaciona-se com a atividade de impulsionar uma organização 
a atingir seus objetivos, a cumprir sua função e desempenhar seu 
papel. 
Entretanto, esses princípios e práticas não são intrínsecos à 
gestão, como concebia a administração clássica, mas são princí-
pios sociais, visto que a gestão da educação se destina à promoção 
humana; ela é responsável por garantir sua qualidade. É uma "me-
diação no seio da prática social global", que se constitui no único 
mecanismo de hominização do ser humano, que é a educação, a 
formação humana de cidadãos.
Como nos lembram Ferreira e Aguiar (2005, p. 306-307):
Seus princípios são os princípios da educação que a gestão assegu-
ra serem cumpridos, uma educação com a sabedoria de viver junto 
respeitando as diferenças comprometidas com a construção de um 
mundo mais humano e justo para todos os que nele habitam inde-
pendente de raça, cor, credo ou opção de vida.
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar
Centro Universitário Claretiano
28
Sobre a mesma temática, Sacristãn apud Ferreira e Aguiar 
(2005) apresenta a maneira pela qual compreende a gestão esco-
lar, argumentando que ela constitui uma dimensão da educação 
institucional cuja prática põe em evidência:
o cruzamento de intenções reguladoras; •	
o exercício do controle por parte da administração edu-•	
cacional; 
as necessidades sentidas pelos professores de enfrentar •	
seu próprio desenvolvimento profissional no âmbito mais 
imediato de seu desempenho;
as legítimas demandas dos cidadãos de terem um interlo-•	
cutor próximo que lhes dê razão e garantia de qualidade 
na prestação coletiva desse serviço educativo.
A gestão da educação
Segundo Pazeto (2000), a gestão da educação pode ser com-
preendida como a coordenação dos propósitos, ações e recursos 
que uma instituição empreende para alcançar objetivos institucio-
nais e sociais propostos. 
Nesse sentido, a ideia de administração da educação tem di-
mensão mais ampla que a de gestão, enquanto o significado de 
gerenciamento é mais específico, setorial. 
De acordo com Pazeto (2000, p. 164), a gestão da educação 
tem caráter institucional, porém sua ênfase está centrada na in-
tervenção em realidades específicas, "através de programas, con-
dições, desempenho e resultados, nos quais o gestor centra sua 
atenção, tendo presentes a missão, as funções e a especificidade 
da instituição”.
Sabe-se que a escola, também denominada de instituição 
educacional, vem sendo desafiada a assumir novas funções, pa-
péis e interfaces para as quais não adquiriu, ainda, consciência e 
29© Gestão Escolar: Princípios, Conceitos e Funções
condições suficientes. A complexidade das relações políticas e so-
ciais decorrentes das novas demandas requer a superação dos re-
ferenciais tradicionalmente convencionados, sejam eles de ordem 
cultural, política ou social. No entanto, as estruturas e padrões 
administrativos permaneceram verticais e monológicos (PAZETO, 
2000).
De modo geral, as instituições educacionais mantiveram, in-
definidamente, seu modo de ser e fazer e preservaram-se de qual-
quer fator que colocasse em risco seu modelo. Assim é que Esta-
do, escolas, universidades, instituições religiosas, entre outras, por 
muito tempo resistiram a ultrapassar os limites de seus muros. 
Em consequência desse perfil institucional, o modelo de gestão re-
duziu-se a um comando e controle sustentados no gerenciamento 
de normas, ações, recursos e resultados, em que princípios como 
centralismo, autoridade, verticalidade e verdade dificultavam a 
adoção de concepções, formas de relações e de modelos alterna-
tivos (PAZETO, 2000. Disponível em: <http://www.dominiopublico.
gov.br/download/texto/me0000295.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2010). 
Segundo Pazeto (2000), sabe-se que, enquanto as institui-
ções tradicionalmente reconhecidas pela sociedade, tendo a es-
cola como uma de suas principais representantes, seguiam seus 
modelos, a sociedade como um todo tomava caminhos, ritmos e 
formas orientados por fatores reais e multideterminados, o que 
nem sempre possibilitou sintonia e interação entre elas e suas ins-
tituições.
Você provavelmente sabe, ou já pensou sobre isso, que o 
acesso ampliado ao conhecimento e às novas tecnologias, o plu-
ralismo cultural e a diversidade dos meios de comunicação redu-
ziram as barreiras intra e interinstitucionais, e universalizaram ex-
pectativas e valores até então deixados de lado pelas estruturas 
vigentes. Até esse momento, cada instituição mantinha-se aliena-
da da realidade social e dos avanços e desafios emergentes. A ló-
gica e o modelo que sustentavam a educação e a gestão da escoladistanciaram-se dos modelos de formação e desenvolvimento da 
sociedade, mais dinâmicos e realistas.
© Fundamentos e Métodos da Gestão Escolar
Centro Universitário Claretiano
30
Muitas das instituições educacionais ainda não tomaram 
consciência da necessidade de criarem uma gestão ágil, dinâmi-
ca e comunicativa para o empreendimento de seu plano de ação. 
Pazeto (2000) afirma que por serem instituições que sempre abri-
garam e cultivaram conhecimentos, verdades científicas (inclusive 
aquelas não científicas), seus protagonistas tornaram-se referên-
cias para que a sociedade, ao se aproximar delas, também se tor-
nasse culta e reconhecida. 
A fim de desempenharem seus papéis, as escolas estruturaram-se 
nos moldes formais de centralização e verticalização do comando, 
associados ao domínio do conhecimento centrado na verdade e na 
especialidade de cada professor. Nesse modelo, predominaram re-
lações individualizadas e dependentes, sem o cultivo do diálogo, 
da interação e da aprendizagem recíproca. Assim, a escola teve seu 
comando centrado na legalidade e na burocracia, cujas bases origi-
navam, principalmente, do Estado, acrescidas de normas organiza-
cionais complementares, com o intuito de firmarem suas verdades 
e sua autoridade (Disponível em: <http://www.dominiopublico.
gov.br/download/texto/me0000295.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2010). 
GESTÃO ESCOLAR ENQUANTO PRáTICA CONSTRU-6. 
TIVA DA CIDADANIA E O CONTExTO SOCIOPOLíTICO
Ao abordar o tema A escola, sua articulação com a gestão e 
a política educacional, Vieira (2004, p. 141) comenta que, "na úl-
tima década, a escola tornou-se foco da política educacional para 
que ela pudesse adequar-se às demandas da sociedade, do conhe-
cimento e cumprir a sua função social". Para isso, é necessário re-
tomar a constatação óbvia de que a escola tem papel fundamental 
na formação da cidadania e revela o caráter estratégico de uma 
gestão para o exercício dessa função política e social. 
No âmbito da escola, passa-se de uma concepção de admi-
nistração do cotidiano das relações de ensino-aprendizagem para 
a noção de um todo mais amplo, multifacetado, relacionado não 
apenas com uma comunidade interna, constituída por professo-
res, alunos e funcionários, mas também que se articula com as 
famílias e a comunidade externa. 
31© Gestão Escolar: Princípios, Conceitos e Funções
Portanto, o diretor e/ou a unidade administrativa dirigente 
passam a ser chamados de "gestores", ou núcleo gestor e expres-
sões congêneres. Não se trata aqui de simples troca de nomes, 
mas de reconhecimento da escola como instituição caracterizada 
por uma cultura própria, atravessada por relações de consenso e 
conflito, marcada por resistências e contradições.
Alicerçada nos princípios democráticos, a gestão da educa-
ção concorre para a superação de políticas educacionais, histori-
camente orientadas por autoritarismos que têm norteado as re-
lações sociais brasileiras, as quais se encontram cristalizadas em 
nossa cultura desde os tempos coloniais. 
A escola é o núcleo da gestão, por isso a importância da defi-
nição clara de sua missão como construtora da cidadania. 
É importante compreender que a promulgação da Lei de 
Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDBN) nº 9.394/96 repre-
sentou a incorporação de instrumentos de caráter democratizan-
tes na Lei Maior, da qual emanam todas as demais diretrizes para 
e educação no país.
Nessa perspectiva, Cury (2004) considera que a construção 
de uma cidadania ativa já alcançou avanços importantes no as-
pecto da lei, como resultado da mobilização e lutas de setores da 
sociedade civil organizada e comprometida com a construção de 
uma nação menos desigual e mais justa. 
Assim, podemos recordar que, há tempos, a lei colocava em 
plano de igualdade o contribuinte negro e branco, ampliando a ci-
dadania com o reconhecimento dos direitos civis, políticos, sociais 
e culturais. Para Cury, a prática social da construção da cidadania, 
mesmo considerando os avanços obtidos, ainda encontra limites 
no âmbito dos grupos organizados e grandes dificuldades junto 
aos grupos não organizados.
Voltamos a reafirmar a importância da dimensão da ges-
tão democrática na educação, enquanto recurso primaz no aten-
dimento das demandas sociais por uma educação de qualidade, 
construtora, centrada na inclusão e no conhecimento.
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GESTÃO 7. DA EDUCAÇÃO: SUPERANDO A VISÃO 
FRAGMENTADA PELA óTICA SISTêMICA
É fato consumado que tivemos, ao longo da história, uma 
tradição de gestão de cunho fortemente centralizador. Trata-se de 
uma herança que se instala desde os primórdios da Colônia, pas-
sando pelo Império, até as diferentes formas de organização da 
República. 
A centralização está tão entranhada na base da organização 
do sistema educacional brasileiro quanto no interior da própria 
escola. Sua expressão se dá sob diferentes matrizes, desde as for-
mas autoritárias de convivência a mecanismos rígidos de contro-
le burocrático dos tempos de trabalho e organização das relações 
ensino-aprendizagem. 
Dessa forma, em uma cadeia interminável de relações de 
controle, a centralização marca as relações entre os órgãos de ad-
ministração do sistema nas diferentes esferas do Poder Público 
(União, Estados e Municípios), assim como as escolas.
De acordo com Vieira (2004, p. 141):
Consideradas, todavia, as dimensões continentais de nosso país, o 
modelo centralista encontrou suas brechas. A despeito de diretri-
zes gerais e estruturas rígidas e da montagem de um aparato legal 
e burocrático para fazer face a tais necessidades, na prática, formas 
de descentralização foram se impondo. Estados e municípios exer-
ceram significativos graus de liberdade, ao assumir suas funções 
de coordenação do sistema escolar, nas suas diferentes esferas de 
abrangência.
Para que a escola possa cumprir sua função social, é neces-
sário fazer uma releitura crítica de algumas concepções e aspectos 
básicos, superando a ótica fragmentada e alcançando a sistêmica, 
em que todos participam da organização e da gestão escolar de 
forma cooperativa e interativa.
Gomes (2003, p. 31) apresenta, sinteticamente, a passagem 
do antigo modelo para o novo paradigma:
33© Gestão Escolar: Princípios, Conceitos e Funções
Da ótica fragmentada para a sistêmica onde todos participam de •	
forma interativa.
Da limitação de responsabilidades pelos resultados para a expan-•	
são, promovendo responsabilidades, centradas no todo, inde-
pendente das funções diferenciadas.
Da ação episódica para o processo contínuo, porque a ação cen-•	
trada no evento é vazia de resultados, e educação é um processo 
contínuo.
Da hierarquização e burocratização para a coordenação, supe-•	
rando a contribuição individual, por ações coordenadas.
Da contribuição individual para a coletiva, porque o espírito de •	
equipe, a participação e a delegação são os grandes desafios da 
gestão educacional. 
Segundo Gomes (2003), a escola precisa de um espaço que 
confunda aprendizagem com produtividade e que substitua tra-
balho solitário pelo trabalho solidário, a centralização pela parti-
cipação.
Essa nova concepção sistêmica, que se contrapõe à fragmen-
tada, diretiva e autoritária, ganha corpo nas grandes mobilizações 
da sociedade em torno da Constituinte que resultou no texto cons-
titucional de 1988. 
Discorrendo sobre o tema, Cury (2004) aponta como pri-
meiro passo importante para o avanço da gestão democrática em 
nossas escolas o dispositivo legal, que se encontra no artigo 37, 
espelhando nos Estados Nacionais Modernos uma marca divisória 
entre o público e privado, pondo em relevância a moralidade e a 
publicidade dos atos.
O inciso VI do artigo 206 da Carta Magna coloca a gestão de-
mocrática como princípio da educaçãopública. A ótica da gestão 
sistêmica contrapõe à gestão paternalista ou autoritária que tem 
prevalecido na condução das atividades públicas. A gestão demo-
crática suplanta a exigência da moralidade, da impessoalidade e 
da transparência.
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Para Cury (2005), o artigo 206 expressa tanto a vontade de 
participação manifesta nos setores em que a sociedade tem se or-
ganizado autonomamente, quanto o esforço por reverter a tradi-
ção do uso do público a favor do privado.
Outro aspecto que concorreu para o avanço da gestão demo-
crática foi a concepção de um Federalismo Cooperativo. A coopera-
ção mútua entre Governo Federal, Estados e Municípios facilitaria 
as articulações e as ações na área educacional, favorecendo uma 
distribuição mais equitativa dos ônus financeiros com o setor.
O artigo 12, da LDBN nº 9.394/96, incorpora elementos que 
favorecem a gestão democrática. Os estabelecimentos de ensino 
respeitando as normas comuns e as do seu sistema de ensino te-
rão a incumbência de:
I. elaborar e executar a sua proposta pedagógica;
II. administrar seu pessoal e seus recursos financeiros;
III. assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabe-
lecidos;
IV. zelar pelo cumprimento do plano de trabalho docente;
V. prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendi-
mento;
VI. articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos 
de integração da sociedade;
VII. informar pais e responsáveis sobre freqüência e rendimento 
dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta peda-
gógica.
O artigo 14, também da LDBN, incorpora em seu texto dispo-
sitivos facilitadores da gestão democrática nas escolas. Veja o que 
diz esse artigo:
Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão de-
mocrática do ensino público na educação básica, de acordo com as 
suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I. participação dos profissionais da educação na elaboração do 
projeto pedagógico da escola;
II. participação das comunidades, escolar e local, em conselhos ou 
equivalentes.
35© Gestão Escolar: Princípios, Conceitos e Funções
Portanto, temos no aspecto da lei o que seria o sonho idea-
lizado. Porém, para que a prática da gestão escolar possa cumprir 
seus desígnios de agente de transformação social, ofertando uma 
educação inclusiva e de qualidade, faz-se necessário que, à luz da 
lei, ocorra uma constante autocrítica, uma constante auto-avalia-
ção das ações empreendidas no cumprimento do projeto político-
pedagógico da escola.
Conforme Saviani, (1997, p. 134) “não basta ater-se à letra 
da lei, é preciso captar seu espírito". Não é suficiente analisar o 
texto, é preciso examinar seu contexto. Não basta ler as linhas, é 
necessário ler as entrelinhas. 
Segundo Severino e Pimenta (2003), os documentos e os 
textos legais devem ser utilizados juntamente com textos críticos 
para confrontar a situação proclamada, (ideal) com a situação real. 
Dessa forma, é possível detectar as contradições objetivas e os fa-
tores condicionantes da prática educativa.
Ao diretor, gestor maior, dentre as muitas atribuições que 
lhe compete, tais como: planejar, avaliar, coordenar, incentivar, 
motivar, empreender, valorizar, entre outras, destaca-se a função 
de mediador.
Ele deve imparcialmente mediar diversos conflitos que se 
estabelecem no cotidiano escolar, muitos deles resultantes do em-
bate entre os diferentes interesses dos atores internos e externos 
que de alguma forma estão circunscritos à dinâmica administrativa 
e pedagógica da escola. 
Essa mediação deve acontecer no sentido de priorizar e aten-
der aos interesses institucionais, que, por sua vez, devem refletir 
as reais demandas da comunidade por uma educação inclusiva e 
de qualidade, pois a gestão escolar é acima de tudo a gestão de 
pessoas.
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PRINCíPIOS E CARACTERíSTICAS DA GESTÃO ES-8. 
COLAR PARTICIPATIVA
A educação escolar tem a tarefa de promover a apropria-
ção de saberes, procedimentos, atitudes e valores por parte dos 
alunos, pela ação mediadora dos professores e pela organização e 
gestão da escola. 
Resumidamente, o encargo das escolas hoje é assegurar o 
desenvolvimento das capacidades cognitivas, operativas, sociais, 
a formação da cidadania participativa e da formação ética. Para 
isso, faz-se necessário superar as formas conservadoras de orga-
nização e gestão, adotando-se formas alternativas, criativas, de 
modo que os objetivos sociais e políticos da escola correspondam 
às estratégias compatíveis de organização e gestão.
Conceitos de gestão democrática, participação e direção
Na história brasileira, as formas de gestão da sociedade (le-
gislação, plano de governo, medidas econômicas etc.) têm se ca-
racterizado por uma "cultura personalista", isto é, o poder gover-
namental é personalizado, como se a pessoa que detém o cargo 
fosse a responsável solitária pelas decisões. 
Quando as pessoas referem-se ao governo, elas se referem 
quase sempre ao presidente, ao governador, ao prefeito. Se atrasa 
o salário, os professores dizem: "O governador não nos paga". A 
relação política transforma-se numa relação entre indivíduos, em 
detrimento da relação entre grupos, organizações, entidades, in-
teresses coletivos. Com isso, as pessoas ficam na espera de que as 
decisões venham "de cima", mesmo porque tem sido essa a práti-
ca das elites políticas e econômicas dominantes.
Evidentemente, as camadas populares levam aí desvanta-
gem considerável, inibindo as reivindicações, as práticas de partici-
pação e de controle em relação às ações praticadas pelas escolas.
37© Gestão Escolar: Princípios, Conceitos e Funções
A conquista da cidadania requer um esforço dos educadores 
em estimular instâncias e práticas de participação popular. A parti-
cipação da comunidade possibilita à população o conhecimento e 
a avaliação dos serviços oferecidos e a intervenção organizada na 
vida da escola. 
Essa participação influi na democratização da gestão e na 
melhoria da qualidade de ensino. Todos os segmentos da comu-
nidade podem compreender melhor o funcionamento da escola, 
conhecer com mais profundidade os que nela estudam e traba-
lham, intensificar seu envolvimento, e, assim, acompanhar melhor 
a educação ali oferecida.
Entre as modalidades mais conhecidas de participação estão 
os Conselhos de Classe – bastante difundidos no Brasil – e os Con-
selhos de Escola, Colegiados ou Comissões, que surgiram no início 
da década de 1980, funcionando em vários estados.
Num certo sentido, a participação é ingrediente dos próprios 
objetivos da escola e da educação. A escola é lugar de aprender, 
de adquirir conhecimentos, desenvolver capacidades intelectuais, 
sociais, afetivas, ética e estéticas. Mas é também lugar de forma-
ção de competências para a participação na vida social, econômica 
e cultural. 
E num sentido ainda mais amplo, tornando-se canal de par-
ticipação da comunidade, a escola deixa de ser uma redoma, um 
lugar fechado e separado da realidade, para conquistar o status de 
comunidade educativa, que interage com a sociedade civil. Viven-
do a prática da participação nos órgãos deliberativos da escola, os 
pais, os professores, os alunos e funcionários vão aprendendo a 
sentir-se responsáveis pelas decisões que os afetam num âmbito 
mais amplo da sociedade.
A direção como princípio e atributo da gestão democrática
A direção da escola, além de ser uma das funções do proces-
so organizacional, é um imperativo social e pedagógico.
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O significado do termo direção, tratando-se da escola, difere 
de outros processos de direção, especialmenteos empresariais. 
Vai além da mobilização das pessoas para a realização eficaz das 
atividades, pois implica intencionalidade, na definição de um rumo, 
de uma tomada de posição frente a objetivos sociais e políticos da 
escola, idealizando assim uma sociedade concreta. 
A escola, ao cumprir a sua função social como mediadora, 
influi significativamente na formação da personalidade humana e, 
por essa razão, não é possível estruturá-la sem levar em considera-
ção objetivos políticos e pedagógicos. Essa peculiaridade das insti-
tuições educacionais vem do caráter de intencionalidade presen-
te nas ações educativas. Intencionalidade significa a resolução de 
fazer algo, dirigir o comportamento para algo que tem significado 
para nós. A intencionalidade projeta-se nos objetivos, que, por sua 
vez, dão o rumo, a ação da direção. 
Por parte da equipe escolar, existe uma busca deliberada, 
consciente e planejada da integração e da unidade de objetivos e 
ações, bem como de um consenso em torno de normas e atitudes 
comuns. O caráter pedagógico da ação educativa consiste precisa-
mente na formulação de objetivos sócio políticos e educativos e na 
criação de formas de viabilização da educação, do ponto de vista 
organizacional e metodológico, tais como a seleção e organização 
dos conteúdos e métodos, a organização do ensino e do trabalho 
escolar, tendo em vista dar uma direção consciente e planejada ao 
processo educacional. 
O processo educativo, portanto, pela sua natureza, inclui o 
conceito de direção. Sua adequada estruturação e seu ótimo fun-
cionamento constituem fatores essenciais para se atingir eficaz-
mente os objetivos de formação, ou seja, o trabalho escolar impli-
ca uma direção.
Dessa forma, fica evidente que a prática da gestão e da di-
reção participativas convergem para a elaboração e execução do 
projeto pedagógico de forma cooperativa e solidária.
39© Gestão Escolar: Princípios, Conceitos e Funções
A gestão da educação como prática política
Cabe à gestão escolar democrática adotar práticas adminis-
trativas e pedagógicas que superem concepções, que fazem da es-
cola uma ilha isolada do seu entorno, fechada em si mesma como 
se fosse uma instituição desvinculada da sociedade. 
Portanto, torna-se necessário o desenvolvimento de um sis-
tema escolar verdadeiramente influenciado pelo político e pelo 
social, para que assim a escola evidencie cada vez mais a sua prá-
tica da cidadania e o seu envolvimento da comunidade, da família 
e da empresa. 
Nessa perspectiva de interação social da própria escola, a 
participação efetiva de estruturas formais, como os órgãos cole-
giados e conselhos escolares, assume papel de destaque e rele-
vância em processos decisórios que contribuam na construção da 
cidadania.
QUESTÃO AUTOAVALIATIVA9. 
Reflita sobre a unidade estudada e relacione os pontos que 
julga mais importante, justificando-os.
CONSIDERAÇÕES10. 
A organização e a administração da educação têm por objeti-
vo a estruturação, organização e condução dos serviços escolares. 
Nesta unidade, procuramos apresentar o que é a gestão es-
colar com base em seus pressupostos teórico-conceituais, seus 
princípios e suas finalidades. 
Vimos que existe uma ótica fragmentada, hierárquica e au-
toritária da gestão escolar e uma outra ótica sistêmica e demo-
crática. Verificamos, também, que ela está diretamente vinculada 
às Políticas Públicas para a educação e aos aspectos históricos, 
econômico-sociais e culturais, e que sua práxis ocorre no seio da 
prática política. 
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Para que a gestão escolar como prática política possa respon-
der com eficiência, eficácia e equidade aos desafios da sociedade 
contemporânea, a sua atuação deve ocorrer com base em uma si-
nergia estabelecida democraticamente entre direção, professores, 
alunos, família e comunidade, agindo cooperativamente; para isso 
é fundamental que todos tenham a oportunidade de participar 
dos processos decisórios da escola. Participação é a palavra-chave 
na construção de uma escola cidadã.
e- referÊncias11. 
Alternativos. PAZETO, 2000. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/me0000295.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2010.
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